Brasil de Fato SP - Ed 64

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GOVERNO LEILOA 29 USINAS PREFEITURA ABRE HIDRELÉTRICAS PARA VAGAS PARA PARTO JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA HUMANIZADO NO SUS

VOLUNTÁRIOS CONTRIBUEM COM AULAS NAS ESCOLAS OCUPADAS

As duas maiores usinas hidrelétricas foram arrematadas por investidores chineses

Mais de mil ativistas de diversos seguimentos de movimentos organizaram uma grade curricular alternativa

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Parceria firmada com a Casa Angela amplia atendimento às gestantes do município PÁGINA 12

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E d i ç ã o 6 4 - S ã o P a u l o, 2 7 a 1 0 d e D e z e m b r o | b r a s i l d e f a t o . c o m . b r

COM OCUPAÇÕES, ESTUDANTES RESISTEM AO FECHAMENTO DE ESCOLAS PROPOSTO POR ALCKMIN MEDIDA CHAMADA DE "REORGANIZAÇÃO" DEVE AFETAR MAIS DE 300 MIL ALUNOS E FECHAR 94 UNIDADES DE ENSINO DA REDE PÚBLICA EM TODO O ESTADO

Foto: Danilo Ramos

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2 São Paulo, 27 a 10 de Dezembro www.brasildefato.com.br

EDITORIAL

O EXEMPLO DOS ESTUDANTES A escola é uma peça fundamental na formação de qualquer pessoa. Para além do português e matemática, lá se aprende a viver em sociedade. Os jovens passam a maior parte da vida ali dentro e vivem lá suas primeiras amizades, seus primeiros romances e suas primeiras brigas. Infelizmente, ainda que a escola tenha tanta influência na vida de um estudante, este pouco influencia nas decisões que dizem respeito a sua educação. A escola, reproduzindo as opressões da nossa sociedade, se torna um ambiente autoritário, onde as decisões são tomadas e impostas de cima para baixo e a comunidade escolar (formada não só pelos alunos, mas por pais, professores e funcionários) pouco pode opinar na construção. Um exemplo é a maneira como a “reorganização” das escolas em São Paulo está colocada. Para além do fato de toda a elaboração ter sido feita sem consultas à população, a implementação tem sido feita sem qualquer diálogo – mesmo perante manifestações contrárias ao processo. Mais uma prova da já conhecida truculência do governador Geraldo Alckmin. Os estudantes não querem sair da dinâmica do ambiente escolar, não querem se afastar de seus amigos e do bairro e, principalmente, não querem que suas escolas sejam fechadas. Foi percebendo que as escolas pertencem não ao governador, mas à comunidade escolar, que os estudantes se apropriaram dos rumos da educação deles e protagonizaram centenas de ocupações das próprias escolas, contra a reorganização. Essas chamadas de ESCOLAS DE LUTA têm servido como exemplo para todos, ilustrando a escola que se deseja: ali dentro impera a democracia, o trabalho coletivo, a cooperação, o respeito e a solidariedade. As ocupações contam com uma programação de oficinas, aulas públicas e atividades de reforma e cuidado com o espaço escolar. E esses jovens, que na maioria nunca tiveram envolvimento com organizações políticas, se mostram responsáveis e combativos, sendo exemplo e inspiração para toda a sociedade.

OPINIÃO

ESCOLAS DE LUTA MC FOICE E MARTELO

O Estado veio quente, nóis já tá fervendo... O Estado veio quente, nóis já tá fervendo... Quer desafiar? Não to entendendo Mexeu com estudante, vocês vão sair perdendo! O Fernão é... escola de luta Andrônico é... escola de luta Ana Rosa é... escola de luta Fica preparado que se fechar, nóis ocupa! Antônio Viana é... escola de luta Salim Maluf é... escola de luta EE. Julieta é... escola de luta Fica preparado que se fechar, nóis ocupa! O Estado veio quente, nóis já tá fervendo... O Estado veio quente, nóis já tá fervendo... Quer desafiar? Não to entendendo Mexeu com estudante, vocês vão sair perdendo! O Calhim é... escola de luta Carmosina é... escola de luta E o Raul Fonseca é... escola de luta Fica preparado que se fechar, nóis ocupa!

Tem mais! E o Vieira é... escola de luta Bispo Dom Gabriel é... escola de luta E.E Diadema é... escola de luta Fica preparado que se fechar, nóis ocupa! O Estado veio quente, nóis já tá fervendo... O Estado veio quente, nóis já tá fervendo... Quer desafiar? Não to entendendo Mexeu com estudante, vocês vão sair perdendo! O Geraldo veio quente, nóis já tá fervendo... O Geraldo veio quente, nóis já tá fervendo... Quer desafiar? Não to entendendo Mexeu com estudante, vocês vão sair perdendo! (paródia do funk "Baile de Favela" - MC João)

EXPEDIENTE

W W W. B R A S I L D E F A T O . C O M . B R EDITORA-CHEFE: Claudia Rocha (MTB: 087848). DIREÇÃO DE ARTE: Ataualpa Pereira e Fernando Bertolo REPÓRTERES: Gisele Brito e Guilherme Weimann. TIRAGEM: 100 mil exemplares Distribuição sem fins lucrativos


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HUMOR

UM FELINO NO GABINETE RÔNEY RODRIGUES

Era um dia tranquilo no Palácio dos Bandeirantes. Geraldo Alckmin despacha com secretários e assessores em seu gabinete. Ele está com um olhar distante, parece preocupado. Enquanto ouve propostas para equacionar sua dívida de reeleição com o famigerado “cartel do metrô” – empresas que financiaram 70% de sua campanha –, o insípido governador afaga um Puma sentado, sereno e discreto, ao lado de sua ornamentada e imponente mesa de mogno. O animalzinho é uma dileta herança do tucanato e já passou por várias gestões: Mário Covas, o próprio Alckmin, depois para Serra e agora, novamente, nas mãos do pródigo filho de Pindamonhangaba. À princípio, o tratavam como um gato de estimação qualquer, depois fingiam que o Puma não estava ali e, hoje, chegam até a usá-lo como mesa de centro, apoiando no pobre felino xícaras de Nespresso. A reunião é interrompida quando o secretário estadual de Educação, Herman Vo-

MEME DA VEZ

orwald, entra no gabinete, lívido e esbaforido. Ele tem más notícias e evita encarar os olhos de hortaliça do governador, que ainda acaricia os pelos do Puma, mas agora com um vinco na testa. A “reorganização educacional” em São Paulo, explica timidamente, não fora engolida. Várias escolas estão sendo ocupadas por alunos, pais, mães e organizações sociais. E o “pepino” está se espalhando por todo o Estado. “Merdas acontecem, senhor governador”, tenta justificar o nobre secretário. Alckmin o encara com olhos já conhecidos: está bravo pra chuchu. Os planos saíram do controle. Em segredo, juntamente com seus correligionários, o governador havia traçado uma ousada estratégia para gerir a educação em São Paulo: o programa “Pátria Enjauladora”. Em sua análise, se continuasse abrindo penitenciárias (só nos últimos três anos foram 14) no mesmo ritmo em que fecha escolas públicas, em breve “esse povinho pobre” já estaria no seu devido lugar

– e não importunando algum nobre cidadão de Higienópolis, por exemplo. A primeira fase do plano foi implantar o minimalismo educacional. As verbas destinadas a limpeza e materiais escolares foram cortadas. Professores e alunos foram obrigados a levar papel higiênico de casa. Em seguida, deixou de investir 56 milhões de reais na manutenção das escolas. Atrasou a entrega de caderno e lápis – a desculpa foi de que esses materiais não eram usados pelos alunos (?) -, reduziu pela metade as vagas no ensino técnico para alunos da rede estadual. A tesoura tucana não parou por aí. Alckmin também cortou

investimentos para as entidades conveniadas que trabalhavam na alfabetização de jovens e adultos - deixando de alfabetizar cerca 15 mil pessoas entre jovens e adultos - e o projeto “Viva Leite” foi para o ralo, deixando de atender cerca de 37 mil crianças carentes. O minimalismo da vez é o fechamento de quase 100 escolas. É por isso que seus olhos agora faíscam ao pensar nesse bando de jovens que não tem mais nada o que fazer além de estarem na escola. Enquanto calcula a quantidade de PMs necessários para “pacificar” as escolas e a urgência de uma fogueira inquisitória com livros de

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Paulo Freire – garantindo, assim o futuro do programa “Pátria Enjauladora” -, Alckmin nota que seus secretários estão em pânico. Em 20 anos de governo tucano, o Puma no meio do gabinete já foi transformado em muitas coisas. O medo inicial virou constrangimento; depois de alguns anos, o felino é só mais um móvel de escritório e ninguém tem que se importar com ele. E assim segue. Até que o Puma, chamado carinhosamente de ‘Povo’ lembra que é um Puma. “Se-se-nhor go-go-vernador”, balbucia Herman, tremendo. “O bichano mostrou os dentes”.


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ARTIGO

OS FINS DE UMA REORGANIZAÇÃO A mobilização estudantil contra a proposta do governo de São Paulo de reorganizar as escolas em ciclos separados tem lançado luz sobre um fato que vinha acontecendo, quase silenciosamente, na educação brasileira nos últimos 20 anos: a queda do número de escolas públicas. Somadas, as escolas estaduais, municipais e federais eram 200.893 em 1994, no Brasil todo, de acordo com o Censo Escolar. Já em 2014, eram 149.094, ou 51.799 a menos. Os motivos da queda se acumularam com o passar dos anos: fechamento de escolas rurais, menos ingressantes no ensino fundamental, agrupamento de unidades pequenas nas áreas rurais, substituição de escolas menores por transporte escolar para as maiores, entre outros fatores. Em São Paulo, reorganizar nesse sentido não é algo novo. As duas últimas décadas podem ser resumidas pelo crescente fechamento de escolas estaduais e pela elevação dos atendimentos nas redes municipais. Nada que tenha se traduzido em melhoria do ensino nas escolas do estado. No Paraná, outro tipo de reorganização tem sido vislumbrado. Um projeto de lei estadual que tramita há alguns anos, se for aprovado, poderá permitir que o governo passe a gestão de escolas do estado para empresas. Em redes dos Estados Unidos, privatizar a gestão e as finanças de escolas públicas foi um experimento que também não resultou em mais qualidade. São questões a se considerar.

Foto: não fechem minha escola

POR CAMILA PLOENNES

A reorganização escolar empreendida pelo governador Geraldo Alckmin significa, na prática, encerrar as atividades de 94 unidades em 2015. Significa ainda superlotar salas de aula de outros estabelecimentos e aumentar a distância entre os alunos e suas novas escolas ou mesmo a insegurança das famílias em locais de alta vulnerabilidade – apontam os próprios estudantes.

Em uma reação compreensível, eles pedem a continuidade de suas escolas ao menos pelo próximo ano letivo e a discussão da medida com toda a comunidade escolar. Têm a seu favor o apoio de professores, gestores, faculdades de educação das principais universidades estaduais paulistas e de especialistas que consideram insuficiente o estudo utilizado pela Secretaria de Educação para justificar a reorganização. O documento relaciona o melhor desempenho de algumas escolas em avaliações da rede exclusivamente ao

fato de elas terem ciclo único, mais simples de administrar, sem considerar fatores socioeconômicos ou o número de matriculados, por exemplo. Peca por considerar causa o que é apenas uma correlação. Se a intenção do governo é a de reduzir custos, que ela seja exposta e devidamente debatida com os atores escolares. Insistir na falta de transparência e em justificar a medida com um estudo questionável só dá fôlego a um argumento: o das escolas ocupadas. *Camila Ploennes é jornalista e cobre educação para revistas especializadas


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GOVERNO DO ESTADO

ESTUDANTES SECUNDARISTAS PROTAGONIZAM OCUPAÇÃO CONTRA FECHAMENTO DE ESCOLAS DA REDAÇÃO

giões periféricas. Apesar de terem conseguido um vitória expressiva no judiciário na última segunda-feira (23), que impediu o governo do estado de realizar reintegrações de posse nas unidades ocupadas, os alunos têm enfrentado a repressão de diretores e da polícia. Em alguns casos, policiais militares usaram de violência para tentar impedir ocupações ou forçar a saída dos alunos que têm permanecido acampados nas escolas. O movimento conduzido por estudantes secundaristas sensibilizou diversos outros coletivos e a sociedade civil. Uma rede de solidariedade foi montada e as ocupações recebem doações de mantimentos e também de aulas, oficinas e debates. Em várias escolas, profissionais das mais diferentes áreas têm oferecido oficinas e entretenimento para os estudantes. Na mais emblemática delas, o cantor Chico César realizou um show para alunos do Fernão no último domingo (22). A força do movimento obrigou o governo do estado a cancelar, nas unidades ocupadas, a aplicação do Saresp, prova que, supostamente, avalia a qualidade do ensino. Também obrigou o governo a gastar R$ 9 milhões em publicidade favorável ao fechamento das escolas.

Foto: Danilo Ramos | RBA

Pelo menos 151 escolas, até o fechamento desta edição, foram ocupadas em várias cidades do estado de São Paulo. O processo de ocupação começou no dia 9 de novembro. Depois de realizarem manifestações de rua minimizadas pela mídia e reprimidas pela polícia, os estudantes resolveram chamar atenção do governador Geraldo Alckmin – por dentro das instituições alvos do impasse. A ideia de ocupar as escolas foi inspirada na experiência chilena e articulada por meio de troca de mensagens no aplicativo Whatsapp. A primeira escola ocupada foi a E.E Diadema, na cidade de mesmo nome, na região do ABCD paulista, depois, foi a vez da E.E Fernão Dias, na capital. Aos poucos, o movimento se espalhou. Os estudantes tentam barrar o projeto do governador de fechar 92 escolas. A justificativa de Alckmin para a medida é criar mais escolas organizadas em ciclos de ensino únicos. A medida, no entanto, foi considerada arbitrária, pouco pedagógica e prejudicial por professores e comunidade escolar, já que afasta os estudantes de suas redes de convívio e aumenta a lotação das salas de aula. Além disso, dados apontam que boa parte das escolas apontadas para fechar já é de ciclo único, tem bom desempenho em avaliações de ensino e ficam em re-

Foto: Jornalistas Livres

MAIORIA DE ALUNOS OCUPADOS EM ESCOLAS ESTÁ PARTICIPANDO PELA PRIMEIRA VEZ DE AÇÃO POLÍTICA.


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INTERNACIONAL

OPINIÃO

Homens brancos atiram e ferem cinco pessoas em manifestação que denuncia assassinatos de jovens negros nos EUA

COM DERRUBADA DE AVIÃO RUSSO, CONFLITO NA REGIÃO DA SÍRIA SE INTENSIFICA DA REDAÇÃO

O governo da Turquia informou ao Conselho de Segurança da ONU ter derrubado uma aeronave militar Rússia na última terça-feira (24). Depois de serem ejetados da cabine das aeronaves SU-24, um dos pilotos foi resgatado por militares sírios e o outro foi baleado e morreu ao pousar. O governo turco justificou a ação afirmando que o avião russo teria entrado em seu espaço aéreo sem autorização. Os pilotos teriam sido alertados 10 vezes da violação, informação confirmada pelos Estados Unidos, que estaria ouvindo as conversas enquanto ocorriam. Os russos, no entanto, afirma que estavam em território sírio. A Turquia faz parte da aliança de oposição ao governo do ditador sírio Bashar Assad e desde setembro lidera uma coalizão internacional formada por França e Estados Unidos que ataca territórios

dominados pelo Estado Islâmico. Enquanto a Rússia é aliada de Assad. O clima na região, que é dividida por diversos interesses, deve esquentar ainda mais. De Moscou, o presidente russo Vladmir Putin, sinalizou que pode reagir ao ataque. Ele classificou a ação como uma “punhalada nas costas feita por alinhados de terroristas”. Enquanto o primeiro ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, defendeu a ação e deixou claro que “estão preparados para qualquer tipo de sacrifício” para garantir a segurança de seus compatriotas. As perseguições tanto do Estado Islâmico quanto do governo Assad são umas das principais razões da crise de refugiados que atinge o mundo, especialmente a Europa. A deflagração de um conflito generalizado deve agravar ainda mais o problema.

Cinco pessoas que participavam de uma marcha em protesto contra o assassinato de negros pela polícia de Minneapolis, nos Estados Unidos, foram baleadas na última segunda-feira (23). Os atiradores são homens brancos, de grupos racistas. Os feridos não estão em estado grave. O movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) tem realizado manifestações diárias em protesto à morte de James Clark, de 24, morto em 15 de novembro com um tiro na cabeça, disparado por um policial branco, quando já estaria algemado. Preocupada com o desfecho que os protestos podem ter diante da violência de grupos racistas, familiares de Clark divulgaram uma carta pedindo o fim das manifestações. No entanto, lideranças do Black Lives Matter afirmaram que elas irão continuar até que se puna os culpados. O ataque à marcha ocorreu no mesmo dia em que, em Chicago, outro policial branco foi indiciado pelo assassinato de outro jovem negro, dessa vez com 16 tiros. O crime ocorreu em outubro de 2014. Laquan McDonald tinha 17 anos. O policial afirmou que atirou contra o rapaz por temer por sua vida, já que supostamente ele tinha uma faca. O policial foi indiciado depois que um vídeo gravado por uma câmera dentro de uma viatura policial mostrou a sequencia dos fatos. McDonald chegou a correr em direção a carros da polícia parados na rua. No entanto, ele foi baleado quando começa a se afastar dos veículos. A maioria dos tiros acerta as costas do rapaz, que estava, pelo menos, um metro de distância dos policiais. Apenas um deles, Jason Van Dyke, proferiu todos os tiros e será acusado por homicídio premeditado. O vídeo foi considerado chocante pela mídia americana. O prefeito de Chicago, Rahm Ema, condenou a ação. "Confiamos nos policiais para que garantam nossa segurança, gerem confiança e respeitem a lei. Se a violam, deverão ser responsabilizados", afirmou Ema.

RESULTADO DAS ELEIÇÕES NA ARGENTINA CAUSARÁ IMPACTOS NA AMÉRICA LATINA

A vitória de Maurício Macri no segundo turno das eleições argentinas no último domingo (22) representa mais do que uma simples mudança de governo em nosso país vizinho. O fim de 12 anos do governo nacional-desenvolvimentista de Nestor e Cristina Kirchner, e a eleição de um governo neoliberal, deverá impactar diretamente nos projetos construídos na América Latina nos últimos 15 anos. O primeiro setor que sofrerá este impacto é a integração regional. Macri, logo após a confirmação de sua eleição, indicou que pedirá a suspensão da Venezuela do Mercosul, implodindo a coesão interna do bloco e aumentando a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro. Este tipo de ação pode causar um estranhamento nas relações entre Brasil e Argentina, harmônicas nos últimos 25 anos. Outras iniciativas, como a Unasul e a Celac devem perder força com a eleição de Macri, abertamente mais favorável a uma aproximação com os Estados Unidos. O impacto maior, porém, será sentido pelo povo argentino. A resposta neoliberal à crise econômica na Argentina será ainda mais agressiva aos trabalhadores do que as propostas de Joaquim Levy no Brasil. Ou seja, mais demissões, mais instabilidade, mais privatizações, menos direitos, menos seguridade social, tudo isso com apoio declarado das grandes empresas e da grande mídia argentina, que fez campanha aberta a Macri no período eleitoral. Um enorme retrocesso, que tem sido propagado como solução para nosso continente, pelos inimigos habituais de nossos povos. Pedro Bocca é graduado em Relações Internacionais pela Unesp e Mestre em ciências Políticas na PUC/SP


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TRAGÉDIA

ROMPIMENTO DE BARRAGEM EM MARIANA É CLASSIFICADO COMO CATÁSTROFE PELA ONU

Foto: Fred Loureiro | Secom - ES

DA REDAÇÃO

GOVERNO BRASILEIRO PRECISA AVALIAR SE LEIS PARA A MINERAÇÃO SÃO COMPATÍVEIS COM OS PADRÕES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NA AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL, QUE FAZ DURAS CRÍTICAS ÀS EMPRESAS ENVOLVIDAS A Organização das Nações Unidas, a ONU, criticou duramente o governo brasileiro, a Vale e a BHP Billiton pelas medidas tomadas até agora em relação ao desmoronamento da barragem da Samarco em Mariana, em Minas Gerais, no começo do mês. Para a ONU, houve demora na divulgação de informações sobre os riscos tóxicos da “catastrofe“. A Samarco é uma mineradora de propriedade das empresas BHP e Vale, uma das maiores empresas de mineração do mundo. Com o rompimento da barragem, rejeitos da extração de mineirios se espalharam causando grande destruição por diversas cidades mineiras e do Espiríto Santo e já chegaram ao Oceano Atlântico.

“As medidas tomadas pelo governo brasileiro, Vale e BHP Billiton para evitar danos foram claramente insuficientes. O Governo e as empresas devem fazer tudo ao seu alcance para evitar mais danos, incluindo a exposição a metais pesados e outras substâncias químicas tóxicas,” enfatizou o comunicado.

Foto: Isis Medeiros - Levante Popular da Juventude

O documento foi assinado por John Knox, Relator Especial das Nações Unidas sobre os direitos humanos ao meio ambiente, e Baskut Tuncak, o Relator Especial sobre direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos. Os especialistas em meio ambiente e resíduos tóxicos afirmaram que o "desastre serve como mais um exemplo trágico do fracasso das empresas em conduzir adequadamente devida diligência em direitos humanos para prevenir violações." O relátorio lembra que o epsódio já matou o rio Doce, na avaliação de diversos cientistas, e que a lama tóxica está seguindo em direção

ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos, onde ameaça a floresta protegida e o habitat. “A escala do dano ambiental é o equivalente a 20.000 piscinas olímpicas de resíduos de lama tóxica contaminando o solo, rios e o sistema de água em uma área de mais de 850 quilómetros”, advertiu Knox. Em Colatina, no Espiríto Santo, a tropa de choque reprimiu com balas de borracha manifestantes que protestavam contra a falta de água na cidade, abasteciada pelo Rio Doce. Cerca de três mil pescadores, representados pela Federação das Colônias do estado, entraram com uma ação co-

letiva de indenização pelos danos causados à sua atividade. Milhares de peixes e vegetação foram devastados pelos resíduos. Agricultores da Barra Longa, em Minas Gerais, têm jogado milhares de litros de leite fora diariamente. Além da contaminação dos animais, as estradas por onde o produto era escoado estão intrasitáveis. Segundo denúncias de moradores da cidade para o Brasil de Fato, a lama que está sendo removida pelas máquinas que fazem a limpeza está sendo depositada na parte alta do município. Eles temem que uma chuva possa voltar a espalhar o resíduo químico.


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EM ESCOLAS OCUPADAS, ALUNOS APRENDEM NA PRÁTICA CONCEITOS DE CIDADANIA

Foto: Jornalistas Livres

CAPA

GISELE BRITO

ESTUDANTES ORGANIZAM DIVISÃO DE TAREFAS, REALIZAM ASSEMBLEIAS E TOMAM CONTA DE COLÉGIOS ENQUANTO PRESSIONAM GOVERNO DO ESTADO CONTRA O FECHAMENTO DE UNIDADES DE ENSINO. A REPORTAGEM DO BRASIL DE FATO SP VISITOU UMA ESCOLA NA REGIÃO CENTRAL DE SÃO PAULO E CONVERSOU COM ALUNOS E PROFESSORES SOBRE O PROCESSO DE OCUPAÇÃO.

Com feição séria, David controla quem pode entrar na Escola Estadual João Kopke, nos Campos Elíseos, centro de São Paulo. “A gente tá controlando por segurança mesmo. Depois entra alguém aí, zoa tudo e como fica?”. Aos 15 anos, ele tem exercido a função de porteiro eventualmente na insti-

tuição onde estuda, ocupada pelos alunos deste o dia 16. A E.E João Kopke é uma das mais de 150 escolas públicas que estão ocupadas em todo estado, na tentativa de impedir que o governo de Geraldo Alckmin feche integralmente 94 unidades de ensino ou encerre turmas em outras unidades.

Em várias escolas, os alunos denunciam a intimidação de manifestantes pela polícia militar. Professores da escola José Lins do Rego, no Jardim Ângela, na zona sul da capital, precisaram se licenciar depois de serem agredidos por policiais. No episódio, os professores tentavam impedir que os PMs batessem em alunos que queriam ocupar a escola. A violência, no entanto, não impediu que a ocupação se estabelecesse. Na Kopke, o procedimento para entrar é rígido: os visitantes precisam preencher nome e RG em um caderno. “A gente queima ele no final do dia. Não somos polícia para ficar com documento de ninguém”, diz David, enérgico.

Ele está na quinta série, ou o primeiro ano do Fundamental 2, “bem atrasado”, ele mesmo define. Entre suas motivações para participar do movimento é evitar mais preconceito. “Se fizerem isso, aqui vai ter no máximo criança de 12 anos. E aí, eu vou ficar como? As professoras já dizem para eu não brincar com os pequenos. Tenho que ficar com o pessoal da oitava série, porque os pais reclamam”, explica. O governo do estado usa o argumento de que separar os alunos por ciclo vai melhorar o ensino. David não está no primeiro ano do Ensino Médio, etapa compatível com sua idade, porque passou anos fora da escola, um deles na Fundação Casa. “Eles deviam melhorar

mais essa escola. Mas agora ela é um exemplo para todo mundo. Fomos tentar conversar na escola para onde querem mandar os alunos que vão ter que sair, e eles não deixaram a gente entrar. Falaram que éramos vândalos. Depois eles vieram aqui e resolvemos deixar entrar, para verem que a gente tem que tá junto”, explicou. Caso a “reorganização” se concretize, os alunos serão transferidos compulsoriamente para outras escolas. Especialistas avaliam que conflitos prévios entre alunos podem trazer problemas, além de intensificar a superlotação em salas de aula, o que dificulta o acompanhamento da evolução dos alunos por parte dos professores.


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CAPA

A ESCOLA É DOS ALUNOS “Nas escolas, nos planos de ensino, sempre se fomenta, mesmo que não se saiba direito o que isso signifique, a formação de cidadãos autônomos, participativos. E, às vezes, tudo isso é só um chavão. O que está acontecendo nessas escolas é algo realmente político. É muito mais forte do que qualquer outra coisa. acrescenta a pedagoga. Foto: Gisele Brito

PRIMEIRA VITÓRIA

Nesta segunda-feira, todos os estudantes da rede estadual obtiveram uma grande vitória. O Tribunal de Justiça decidiu que nenhuma escola poderá sofrer reintegração de posse. A própria justiça reconheceu que o governador não dialogou com as comunidades escolares antes de tomar a decisão e considerou o movimento pacífico. A medida frustra a tentativa do governo do estado de retirar os alunos à força dos colégios ocupados para retomar as

cozinha, portaria, limpeza. “Eu fico com a chave. Nós quebramos os cadeados que tinham antes e colocamos esses novos porque foi decidido que as salas de aula e de jogos iam ficar fechadas. Então a gente abre quando precisa pegar alguma coisa ou mostrar para alguém”, conta Luciano, de 15 anos. “O diretor fica reprimindo a gente, quer que a gente saia. Mas a gente só sai quando não tiver mais esse fechamento aí”, defende. Para a pedagoga e doutoranda em Educação Crislei de Oliveira Custódio, o movimento dos alunos extrapola as propostas feitas ano após anos em planejamentos escolares, ao conseguir envolver a comunidade em torno da escola, encarada não como um bem estatal, mas sim como um bem público em seu sentido mais amplo.

atividades e executar a reorganização. “A gente está aprendendo mais com isso aqui do que nas aulas”, avalia Thalia, 17, que estava responsável pela cozinha. “Depois dessa experiência nessa semana, decidi que vou fazer serviço social”, comenta a estudante.

Em pleno sábado, quando a reportagem do Brasil de Fato SP visitou a escola, o pátio estava agitado. Jornalistas e artistas davam oficinas de comunicação. Mas os adolescentes pareciam menos interessados nessa atividade do que na organização prosaica da ocupação. Carregavam cadeiras, se ocupavam do portão, da comunicação com visitantes, e também do preparo de lanches para os oficineiros. Dois dias depois da visita da reportagem, os alunos relataram que a opressão da diretoria aumentou. Uma aluna chegou a se ferir ao tentar entrar na escola. Para os alunos, a pressão aumentou com a proximidade do Saresp, prova que, em tese, serve como avaliação do ensino da educação básica no estado. As provas estavam marcadas para os dias 24 e 25.

Foto: Jornalistas Livres

Cida, professora de História há 18 anos na escola, conta que a Kopke é a única a oferecer Ensino Médio na região onde está localizada. Apesar de estar no centro, atende a uma população de baixa renda e fica a apenas uma quadra da chamada “cracolândia”. Próxima a uma região comercial, a unidade de ensino atende filhos de imigrantes bolivianos e trabalhadores do comércio, além de adultos que frequentam as aulas antes ou depois do expediente. “Se eles fecharem mesmo, acaba com a continuidade do trabalho. A gente pega o aluno novinho e acompanha ele. Tem um trabalho integrado”, conta de dentro de uma barraca, montada em frente ao colégio. A professora circula pelo pátio, mas são os alunos que organizam tudo. Eles se revezam na


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ENTREVISTA

Foto: Apeoesp

O GOVERNO NÃO PODE SIMPLESMENTE PRETENDER ENFIAR GOELA ABAIXO O FECHAMENTO DE DEZENAS DE ESCOLAS E ACREDITAR QUE IREMOS ACEITAR”, DIZ PRESIDENTA DA APEOESP

Para Maria Izabel Noronha, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, a APEOESP, não há nenhuma justificativa pedagógica para as mudanças chamadas de ‘reorganização’. Professores de todo o estado estão mobilizados ajudando no processo de ocupação das escolas realizado pelos alunos. Confira a entrevista: Como está sendo a participação dos professores e comunidade escolar neste processo das ocupações das escolas? Tenho visitando diversas escolas ocupadas e vejo que a comunidade está dando um apoio importante aos estudantes, professores e membros das próprias comunidades que realizam as ocupações. Tive a oportunidade de presenciar a doação de alimentos em diversas unidades e verificar que em algumas delas os professores acompanham seus alunos, até mesmo dormindo nas escolas. Ouvi relatos de ex-alunos que se tornaram profissionais de sucesso e que

retornam a suas antigas escolas para apoiar o movimento, levar alimentos ou passar ali alguns momentos com os atuais estudantes. Nossos estudantes estão vivenciando a cidadania na prática, uma valiosa lição que levarão para o resto de suas vidas. Como você avalia a postura do governo do estado nas negociações? Não poderia ser pior. Em primeiro lugar, escolheu como sempre o pior processo, que é o da imposição, sem diálogo, sem debate, sem negociação. Mesmo com mais de 130 escolas ocupadas, no momento em que estou respondendo a sua pergunta, insiste em ignorar a rejeição da sociedade a seu projeto e tenta desqualificar o movimento legítimo da comunidade. Ou seja, até o momento não há qualquer negociação. Entretanto, tenho insistido junto ao Secretário da Educação e aos diversos escalões do Governo Estadual sobre a necessidade de que este diálogo aconteça para que se possam encontrar soluções para o impasse. O governo não pode

simplesmente pretender enfiar goela abaixo o fechamento de dezenas de escolas e acreditar que iremos aceitar esse verdadeiro crime contra a educação pública. Sempre há uma resistência, vista especialmente nas falas dos representantes da Secretaria de Educação, na combinação entre o processo de educação formal e o processo de educação voltado à politização dos alunos. Você acredita que com esse movimento em defesa das escolas haverá uma mudança nesse cenário? Não sei como a Secretaria da Educação reagirá a isto, mas não há como negar a impossibilidade de se realizar uma separação entre essas duas dimensões do processo educativo. A escola é também um local de exercício da cidadania, do aperfeiçoamento da vida social e da democracia. Ao contrário de depredações do patrimônio público, os estudantes, professores e comunidade estão limpando, pintando e cuidado das escolas ocupadas.

Mesmo com provocações e truculência por parte da Polícia Militar, as ocupações tem se desenvolvido de forma pacífica e organizada. Isto é cidadania. A maior lição que a Secretaria da Educação poderia tirar deste processo é que a gestão democrática das escolas pode efetivamente assegurar a defesa e a melhoria da escola pública estadual.

Qual a opinião da Apeoesp em relação a chamada 'reorganização' que prevê o fechamento das escolas? Somos frontalmente contra. Não há nenhuma justificativa pedagógica para a separação em prédios diferentes dos estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, do sexto ao nono ano e do ensino médio. No início, o Secretário da Educação falava em divisão por ciclos, mas já não usa esse termo porque percebeu, como dizíamos, que ciclos nada tem a ver com faixa etária ou seriação, e sim com o potencial de aprendizagem dos estudantes, independente de sua faixa etária. A convivência entre pessoas de diferentes faixas etárias, entre crianças, adolescentes e adultos, é fundamental para o processo de aprendizagem e produção de conhecimentos. Na realidade, a meu ver, a verdadeira razão para esta a bagunça que o Governo Estadual está fazendo na rede de ensino é administrativa e financeira, aplicando sua concepção de “Estado mínimo”. Mais uma vez quer realizar cortes na educação, um setor que sempre paga o preço da incompetência dos governos do PSDB.


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APOIO

COM OFICINAS E DEBATES, VOLUNTÁRIOS APOIAM ESCOLAS OCUPADAS Ativistas de diversos seguimentos de movimentos organizaram uma grade curricular alternativa para contribuir com a formação dos estudantes que participam da luta contra o fechamento das unidades de ensino. Na semana

MST DOA ALIMENTOS AOS ESTUDANTES DAS OCUPAÇÕES

passada, uma iniciativa do Hub Livre, grupo que apoia movimentos por meio de ferramentas nas redes sociais, conseguiu reunir mais de 1.300 ‘doações’ de aulas por meio de um formulário. Confira depoimentos de quem participou:

Tive a oportunidade de realizar oficinas de desenho em algumas das escolas estaduais que estão sendo ocupadas em São Paulo, e foi como um bálsamo. Foi lindo de ver um movimento inesperado e orgânico dando uma resposta clara ao governador Geraldo Alckmin: ‘sua austeridade criminosa na minha educação, não!’ Jovens ativos, organizados, entusiasmados, com brilho no olhar, fazendo essa frente tão necessária e corajosa. Contribuir modestamente com esse movimento me faz mais do que satisfeito. Todos os comunicadores,

artistas, professores, ativistas, movimentos populares e organizações trabalhistas devem se solidarizar e encarar essa luta como uma luta de todos, não apenas dos secundaristas. Mas vendo o dia-a-dia dessas ocupações, organizadas e cheias de vida, me vem uma dúvida: será que deveríamos devolver as escolas aos tucanos? Essa autogestão de alunos, pais e professores me parece muito mais promissora do que as políticas de educação do governo de São Paulo."

Um encontro com a esperança. É assim que resumo a minha ida à ocupação da E.E Professor Fidelino de Figueiredo que está ocupada há uma semana. Fui contribuir com a oficina: “As ocupações e a mídia: o que estão falando da gente?”, tema que os próprios estudantes escolheram e chegando lá, eles já estavam munidos de informações, conscientes do seu papel. Esses estudantes são jovens, alguns já até trabalham no programa Jovem Aprendiz ou entregando pizza aos finais de semana. Eles têm um coração enorme. Estão lutando por suas irmãs, irmãos, primos e até por seus pais que estudam na mesma escola. Sem esquecer

dos professores, referência para muitos deles. A bandeira não é somente ser contra o fechamento da escola. Eles estão defendendo a educação pública de qualidade e querem isso para todos. É bonito de ver essa força e o brilho nos olhos que traz a esperança. E melhor ainda é estar junto e poder reforçar a nossa fé no presente e no futuro do país."

Dá orgulho de ver adolescentes ocupando as escolas, 24horas por dia, para mantê-las abertas. Coloca em xeque a visão de que os jovens não querem saber de nada. Vê-los organizados em grupos para dividir as tarefas como limpeza, segurança, organização e chegando a conclusão da necessidade de assembleias diárias, de ter representantes para as reuniões conjuntas entre as ocupações, aprendendo na prática a organizar a luta local articulada em uma pauta conjunta com as demais ocupações é emocionante. Eles buscam atividades que normalmente não têm acesso, que vão desde oficina de turbante resgatando a negritude, projeção de filmes independentes, saraus até debates feministas e sobre a questão da Petrobrás. Porém é assustador

que a maioria não saiba o que é privatização e qual a diferença entre uma instituição estatal e uma privada – afinal a escola, mesmo sendo estatal, está a mercê dos interesses privados. Mesmo aqueles que não estão na lista se mobilizam em solidariedade aos demais. A pauta foi ampliada: querem discutir a qualidade do ensino e mais participação dos alunos nas decisões que os afetam. É um “despertar” político participativo que vão carregar para a vida inteira.

Vitor Teixeira, cartunista.

Ana Flávia Marques, jornalista.

Cibele Vieira, petroleira.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) entregou 1.000 litros de leite, 500 litros de suco de uva e 1.000 caixas do achocolatado "Sem-Terrinha" para os estudantes que ocupam escolas de São Paulo contra a "reestruturação" proposta pelo governo estadual. As entregas foram feitas nas escolas: EE Martin Egídio Damy, Vila Brasilândia, EE Silvio Xavier Antunes, Piqueri, EE Castro Alves, Vila Mariza Mazzei, EE Pequeno Cotolengo de Dom Orione, Cotia, EE Raul Fonseca, Ipriranga e EE Presidente Salvador Allende Gossens, em Itaquera, Zona Leste. As doações estão concentradas em escolas das periferias da cidade, onde a necessidade de apoio e visibilidade é maior, bem como é maior a repressão por parte da Polícia Militar.

SUBSEDES DA CUT SERVEM DE APOIO AOS ESTUDANTES QUE OCUPAM ESCOLAS Em solidariedade às ocupações de mais de uma centena de escolas contra a "reorganização" proposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), 19 subsedes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo se transformaram em comitês de apoio aos estudantes. Além de disponibilizar a infraestrutura, as subsedes servem como local para doações de alimentos e materiais e também centralizam o apoio jurídico e político dos sindicatos. As subsedes estão localizadas nas regiões do ABC, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Vale do Ribeira, além dos municípios de Araçatuba, Bauru, Campinas, Guarulhos, Itapeva, Jundiaí, Marília, Mogi das Cruzes, Osasco, Ourinhos, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto e Sorocaba.


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ENERGIA

GOVERNO LEILOA 29 HIDRELÉTRICAS E TARIFA DE ENERGIA DEVE FICAR MAIS CARA AS DUAS MAIORES USINAS HIDRELÉTRICAS FORAM ARREMATADAS POR INVESTIDORES CHINESES. GOVERNO ALEGA QUE OS R$ 17 BILHÕES SERVIRÃO PARA COBRIR DÍVIDAS DO TESOURO. POR GUILHERME WEIMANN

“Estamos aqui para denunciar o assalto ao povo brasileiro que está prestes a ocorrer lá dentro”, explica ao microfone o dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Ubiratã de Souza Dias, em frente à sede da Bolsa de Valores de São Paulo. Nesta quarta-feira (25), a

Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, leiloou 29 usinas hidrelétricas na Bovespa pelo valor de R$ 17 bilhões. O valor arrecadado na venda das usinas amortizadas – com potencial instalado de aproximadamente 6 mil megawatts – será utilizado pelo governo federal para cobrir o caixa do

Tesouro Nacional em 2015. De acordo com dirigente do MAB, esta justificativa precisa ser traduzida para a população. “Cobrir o caixa do governo, na verdade, significa pagar os aumentos dos juros realizados pela política econômica dos banqueiros que Joaquim Levy representa”, explicou Ubiratã.

PREÇO DA LUZ As hidrelétricas vendidas foram construídas há mais de 30 anos e pertenciam, até o leilão, às companhias estaduais de energia de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo – respectivamente Cemig, Copel, Celesc e Cesp. Todas elas ficaram sem contrato de concessão a partir de 2013, após a recusa dos governadores Antonio Anastasia (PSDB), Beto Richa (PSDB), Raimundo Colombo (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB) à renovação proposta pela MP 579, de autoria da presidenta Dilma Rousseff. A medida propunha a renovação antecipada dos contratos de hidrelétricas com vencimento entre 2015 e 2017, e automático barateamento do valor da energia – que passa-

ria a ser vendido à R$ 33,00/ MW – por estarem amortizadas (com os investimentos iniciais quitados por meio das tarifas). Na época, essa mudança resultou na diminuição de 16% nas contas de luz dos brasileiros. Com o fim do contrato todas foram devolvidas à União que optou, por decisão do governo federal, em leiloá-las. Como o preço médio da energia estabelecido no leilão foi de R$ 124,88 por megawatts, as tarifas da energia elétrica tendem a subir nos próximos anos. De acordo com os cálculos realizados pelo Grupo de Estudos de Energia Elétrica (Gesel) da UFRJ (divulgados pelo Valor Econômico), o efeito do leilão nas contas de luz será de R$ 2,74 bilhões. Nos trinta anos da concessão o valor poderá ultrapassar R$ 80 bilhões.

SAÚDE

APÓS 30 ANOS, CINECLUBE VLADIMIR HERZOG RETOMA ATIVIDADES

PREFEITURA AMPLIA OFERTA DE PARTOS HUMANIZADOS NO SUS PARCERIA FIRMADA COM A CASA ANGELA AUMENTA 30 VAGAS NO ATENDIMENTO ÀS GESTANTES DO MUNICÍPIO Na última quinta-feira (19), a Prefeitura de São Paulo firmou convênio com a Casa Angela que garante até R$ 2 milhões de repasses por ano para a ampliação de 30 vagas para as gestantes que optarem por um parto longe do ambiente hospitalar. A parceria garante o atendimento mensal de pré-natal, parto natural e acompanhamento até o primeiro

ano do bebê, para usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Única casa de parto da região Sul, a Casa Angela é já realizou 545 partos desde o início das suas atividades em 2009, com mortalidade materna e neonatal zero. Além dos atendimentos gratuitos por meio do SUS, a casa de parto também oferece atendimentos particulares.

As casas de parto crescem no Brasil como uma alternativa ao modelo hospitalar imposto às gestantes. De acordo com a pesquisa Nascer no Brasil, o país é campeão mundial em cesáreas - 52% dos partos. Esse dado vai de encontro com a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que sugere que as cesáreas não ultrapassem 15% dos partos.

MATERNIDADES MUNICIPAIS Pela primeira vez na história, as maternidades municipais e conveniadas com a Secretaria de Saúde passaram a realizar mais partos que os hospitais administrados pelo governo do estado. Desde 2013, o município realizou 57 mil partos e o estado de São Paulo pouco mais de 52 mil.

Depois de três décadas sem exibições, o Cineclube Vladimir Herzog retomou suas atividade nessa terça-feira (24), com a exibição do documentário "Vlado - 30 Anos Depois", do cineasta João Batista de Andrade, que retrata a vida do jornalista, morto pela ditadura militar, homenageado no nome do cineclube. As projeções ocorrerão todas as terças-feiras, exceto nos feriados, no auditório Vladimir Herzog, que fica na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (Rua Rego Freitas, 530, sobreloja - República, São Paulo).


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BRASILEIRÃO

DEPOIS DE GOLEADA DO CORINTHIANS, SÃO PAULO PRECISA RECOLHER OS CACOS PARA PERMANECER NO G4 DA REDAÇÃO

CLUBE PRECISA VENCER DUAS PRÓXIMAS PARTIDAS PARA DISPUTAR LIBERTADORES DE 2016 O Tricolor Paulista tem que recolher os seus caquinhos depois de sofrer uma goleada histórica de 6 x 1 contra o Corinthians, na partida disputada no último domingo, e precisa vencer nas duas próximas rodadas do Brasileiro para permanecer no G4 e disputar a próxima Libertadores da América. E é bom vencer e vencer bem, devolvendo goleada, de preferência. Só assim não precisará ficar agourando o Internacional, que pode somar a mesma quantidade de pontos que o clube paulista. Em caso de empate na tabela, o saldo de gols será o primeiro critério para definir quem se classifica. Se não fizer

a lição de casa nos próximos jogos, o chocolate que tomou do Corinthians pode voltar à tona. O São Paulo entra em campo no próximo sábado (28) contra o Figueirense, no Morumbi, com 56 pontos na tabela. A partida deve ser a última oficial do goleiro Rogério Ceni em casa. O M1to se aposenta no final da temporada. Depois, no dia 6 dezembro, joga no Serra Dourada, em Goiânia, contra o Goiás, que pode chegar à última rodada já rebaixado. O Inter, por sua vez, joga no Maracanã contra o Fluminense, que apenas cumpre tabela e depois encara o Cruzeiro, que

Foto: Daniel Augusto - Agência Corinthians

O LEGADO DO CAMPEÃO

ainda tem chances matemáticas no G4, mas pode chegar à última rodada completamente desenganado. Além do São Paulo e Internacional, outros seis times dependem de combinações de resultados complicados para entrar no G4: Grêmio, Santos, Sport, Cruzeiro, Ponte Preta e Palmeiras. Coritiba, Figueirense, Avaí, Vasco e Goiás lutam contra o rebaixamento. O Joinville já tem passaporte carimbado para a série B na temporada 2016. O Corinthians se sagrou campeão do Brasileiro há duas rodadas e entra em campo nas próximas partidas apenas para cumprir tabela contra o Sport e o Avaí.

Todo mundo já sabe o nome do campeão do Brasileirão 2015. O Corinthians levou com três rodadas de antecedência, com direito a recorde de pontos, de aproveitamento, melhor ataque, melhor defesa e uma goleada histórica de 6 a 1 sobre o São Paulo. E ainda joga um futebol bacana de assistir. Não é incomum que o campeão brasileiro acabe influenciando as decisões e estratégias dos outros times nas temporadas seguintes. Então, cabe ver um pouco qual pode ser o legado deste Corinthians de resultados tão agudos e futebol bonito. A primeira marca desse time é a ausência de um grande craque, alguém que destoe dos demais e leve o time nas costas. É verdade que estão lá Renato Augusto e Jadson – o jogador “Renadson”, como apelidou a torcida –, maiores candidatos ao posto de

Foto: Daniel Augusto - Agência Corinthians

melhores do campeonato. Mas o coletivo se impõe como principal característica da equipe. Um sistema de jogo assimilado e executado com dedicação por todos os jogadores do elenco, fazendo com que a equipe se adapte rapidamente à entrada de reservas – o São Paulo, sacolado por uma formação sem seis titulares, que o diga. Muito disso tem a marca de Tite. O técnico, que sempre se destacou pela chamada gestão do vestiário, conseguindo unir e motivar seus jogadores, e por times muito defensivos, evoluiu na exploração de estratégias ofensivas. Movimentação treinada dos jogadores para oferecer opções de passe para o companheiro com a bola, criar espaços nas defesas adversárias, atacar os vazios entre as linhas. O Corinthians se defende e ataca com

muitos jogadores, em movimentos coordenado Mas além do técnico, há de se louvar o comprometimento e a qualidade do grupo de jogadores. Jadson é um exemplo: o líder de assistências e artilheiro do time dedica-se intensamente à marcação, algo impensável na velha cartilha do nosso futebol, marcada pela divisão de tarefas entre os que marcam e os que jogam. O já histórico Corinthians de 2015 é de um time moderno, que valoriza a organização tática na defesa e no ataque como forma de fazer brilhar as características individuais de seus jogadores. Se esse for o legado do novo campeão brasileiro, nosso futebol tem muito a ganhar. Nicolau Soares é jornalista, corintiano e membro do coletivo Futebol, Política e Cachaça (futepoca.com.br)


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AGENDA

CENTRO

ZONA LESTE

SHOW DO ALCEU VALENÇA

BRASILIAN FILM SERIES

Para comemorar seus 40 anos de carreira, o cantor nordestino Alceu Valença vai apresentar uma série de quatro shows seguidos na Caixa Cultural São Paulo.

Espaço Itaú de Cinema promove a “MOSTRA VI: Brazilian Film Series”, que exibe oito grandes longas-metragens que variam entre documentários e filmes – todas produções nacionais.

De 26 a 29/11, às 19h15. Centro Cultural São Paulo. Praça da Sé, 111

SHOW DA ELEN OLÉRIA

OFICINA DE QUADRINHOS

Em Afrofuturista a artista combina ritmos brasileiros como o samba, o forró, o carimbó, o afoxé, o maracatu com os timbres e arranjos contemporâneos.

O artista Marcelo D'Salete apresenta oficina de iniciação aos quadrinhos.Temas como definição, breve história, elementos compositivos dos quadrinhos e técnicas serão abordados.

Dia 29.11, às 15h Sesc Itaquera. Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Itaquera.

ZUMBI – A GUERRA DO POVO NEGRO

ZONA SUL

ZONA OESTE

ZONA NORTE

De 25.11 a 2.12, às 20h. Espaço Itaú de Cinema. Rua Augusta, 1475.

A exposição “Zumbi - A Guerra do Povo Negro” traça a trajetória do último líder do Quilombo dos Palmares e um dos símbolos de resistência do povo negro na história brasileira. Até 31/01. Das 7h, às 21h Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana.

De 21.11 a 28.11, às 14h. É preciso chegar uma hora antes para se inscrever. Sesc Itaquera. Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Itaquera.

LENINE, ARNALDO ANTUNES E MARIANA AYDAR Lenine vai apresentar o seu novo álbum "Carbono" e contará com as participações especiais de Arnaldo Antunes e Mariana Aydar. O evento faz parte da programação da Mobilização mundial pelo clima. Dia 29.11, às 17h. Auditório Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n - Portão 2 do Parque do Ibirapuera

FESTIVAL MUNDO PENSANTE

EXPOSIÇÃO DC COMICS

O Festival Mundo Pensante reúne shows de nomes da nova cena musical brasileira, exibição de filmes e festas que vão desde batuques africanos aliados a batidas eletrônicas até salsa, merengue e reggae.

A Exposição DC Comics apresenta personagens produzidos pela Iron Studios em tamanho real

Dia 29.11, das 15h às 22h. Casa das Caldeiras - Avenida Francisco Matarazzo, 2000.

Até 01.12, das 11h às 19h. Iron Studios Concept Store - Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 946. Jardim América

QUEM SOMOS [POR NÓS]

FANTASMAS

Exposição multimídia “Quem somos [por nós]”, que reúne histórias e opiniões de mulheres da periferia transformadas em arte.

A peça Fantasmas narra a jornada da Sra. Alving e de seu filho Oswald: ela está prestes a inaugurar um asilo para doentes terminais. De 28.11 a 05.12, às 21h.

Até 17.12. Terças, Quartas, Quintas, Sextas e Sábados das 10h às 20h. Domingos das 10h às 18h. Centro Cultural da Juventude - CCJ . Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641 Cachoeirinha

Sesc Santana - Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana.


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ZODÍACO

AMIGA DA SAÚDE

Áries

Oi Amiga da Saúde, minha menstruação é irregular. Isso pode ser indício de algum problema de saúde? -Jéssica Leandra, 19 anos, estudante.

Querida Jéssica, caso sua menstruação esteja mesmo irregular, pode ser devido a algum desarranjo que precisa ser investigado. Mas precisa ver se realmente está irregular, pois a maioria de nós se confunde quando a menstruação não chega sempre no mesmo dia do mês, mesmo isso sendo natural. Você deve contar o intervalo entre o primeiro dia de uma menstruação e o primei-

ro dia da próxima, esse é o ciclo menstrual, que pode ser de 25, 30, 35 dias, etc. (varia muito em cada mulher). Se ele for sempre igual ou com pequenas variações, está regular. Irregular seria um ciclo com grandes variações, quando você nunca sabe o dia em que a menstruação chegará. É comum ela ser desregulada nos primeiros anos da adolescência ou próximo da menopausa.

Se você pretende mudar de vida é hora de tomar decisões. No plano afetivo: esta semana poderá se sentir dividido entre dois amores. Seja o mais autocrítico possível para poder tomar a decisão mais adequada. Converse com seu parceiro.

Os problemas afetivos não poderão ser resolvidos tal como o faz a nível profissional. Modere as suas atitudes. No plano afetivo: Viva os seus problemas pessoais e sentimentais dentro de 4 paredes. Não os revele a quem nada pode fazer para ajudar a resolver as situações existentes.

Gêmeos

Câncer

Fruto de alguma desilusão amorosa, você tenderá a estar mais recolhido para procurar respostas a todas as suas questões. Vai se sentir invadido pela monotonia e a rotina. Não se deixe invadir por pensamentos negativos no trabalho.

A paixão com que tende a envolver as suas atuações levam-no tentar realizar os seus sonhos. No plano afetivo: terá uma vida social agitada e o romance está no ar. Vai se sentir repleto de energia e vigoroso para abraçar novas tarefas e seguir com os seus projetos em frente.

Leão A expectativa de uma maior progressão profissional e financeira poderá afastar a atenção do campo afetivo. No plano profissional e material: Período globalmente positivo, no entanto terá de aguardar pacientemente o desfecho dos seus esforços.

RECEITA POR FERNANDA JATOBÁ

NUGGETS CASEIRO O frango empanado conhecido como nuggets faz muito sucesso entre as crianças e até entre os adultos. Porém, aqueles que a gente encontra no supermercado, além de serem caros e renderem pouco, não são nada saudáveis, porque contém muito sódio, uma série de conservantes, farinha e gordura. Aprenda a preparar o delicioso salgadinho em casa e de uma maneira muito fácil e saudável. VOCÊ VAI PRECISAR DE: 1 Peito de frango grande Moído (cerca de 200g) 1 Gema de ovo 2 Colheres de cebola picada em cubos bem pequenos 1 Colher sopa de suco de limão 8 Bolachas do tipo “cream cracker” 1 Colher de sopa de azeite de oliva 10 A 12 tirinhas de queijo minas frescal (se preferir nuggets recheado) Sal e temperos MODO DE PREPARO: O primeiro passo é pegar o frango moído (ou picado bem pequeno) e misturar com a gema, as colheres de sopa de cebola picadinha, o suco de limão e uma colher de café

de sal. Como tempero você pode usar alecrim, um pouquinho de pimenta do reino ou até curry, que fica uma delícia. Reserve a mistura. Em uma vasilha, triture as bolachas cream cracker com as mãos ou em um triturador, deixando alguns pedaços maiores e irregulares. Modele pequenas porções de carne de frango no formato de um nuggets e passe pela bolacha triturada, empanando o bolinho. Se você preferir, recheie os salgadinhos com queijo minas frescal, embalando completamente tirinhas de queijo com o frango. Disponha os nuggets na assadeira untada com azeite. Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por 10 minutos. Depois vire os bolinhos e deixe por mais 10 minutos. Ou até que estejam crocantes os dois lados. A receita rende de dez a doze nuggets. Tempo de preparo: 1h.

Touro

Libra Poderá colocar em questão a sua relação afetiva, fruto de informações trazidas ao seu conhecimento. No plano afetivo: Os nervos estarão à flor da pele. No trabalho, poderá de alguma forma desviar a concentração da sua equipe de trabalho com as suas atitudes impulsivas.

Sagitário

Virgem Um fim de semana no campo ou até mesmo numa praia mais deserta fará rejuvenescer a sua relação amorosa. Viverá um período que se anuncia promissor no campo profissional e financeiro. A sua capacidade de iniciativa e criatividade serão trunfos que deve jogar.

Escorpião Qualquer que seja a sua forma de atuar ela irá refletir-se fortemente no seu cotidiano. No plano afetivo: Terá nestes dias um bom ambiente familiar. Os conflitos que possam existir encontrarão resolução. É momento de namoro e romance.

Capricórnio

O bom astral em que se faz com que sua presença seja desejada por todos ao seu redor. Grande estabilidade na vida familiar. Sentirá vontade de promover diversas atividades com os seus filhos ou familiares mais chegados. Procure ser perfeccionista nos trabalhos que realiza, poderá ser recompensado profissionalmente.

Se você tem uma relação estável, terá momentos muito agradáveis plenos de harmonia. Usufrua desta paz para trazer uma nova vida á sua relação amorosa. Alguns acontecimentos desta semana podem trazer muitos benefícios para a sua atividade profissional. Esteja atento a tudo ao seu redor.

Aquário

Peixes

Nestes dias tanto poderá sentir necessidade da proximidade da família como, pelo contrário, vontade de afastar-se. Os conflitos que possam surgir em família devem ser observados com rigor e solucionados com a maior brevidade. No plano profissional: não deixe um futuro promissor escapar

Excelente período para colocar em prática alguns projetos que tem em manga e que há muito procura uma solução. Se você está sozinho este será o momento certo para iniciar uma relação com alguém que foi recentemente apresentado e que despertou o seu interesse. Se você tem uma relação estável, viva-a intensamente.


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CÊ VIU? RESUMO DA QUINZENA

VOCÊS ESTÃO INVADINDO O NOSSO ESPAÇO. AÍ ENTRA ALGUÉM, QUEBRA TUDO E VOCÊS VÃO QUERER BOTAR A CULPA NOS ESTUDANTES. VOCÊS ESTÃO FARDADOS, VOCÊS ACHAM QUE TÃO NO DIREITO. VOCÊS TEM ALGUM MANDADO PARA INVADIR? NÃO TEM, ENTÃO DÁ LICENÇA." Estudante secundarista tentando impedir a entrada de policiais militares na E.E Raul Fonseca, na zona sul da capital, informando que a PM não pode entrar sem ordem judicial.

FIM DA GREVE DOS PETROLEIROS

Depois de 13 dias de paralisação – a maior da categoria nos últimos 20 anos - nas principais refinarias do país, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) assinou acordo com a Petrobras nesta quarta-feira (25). A estatal aceitou o Acordo Coletivo, proposto pelos petroleiros, sem cortes de direitos e redução de salários. Também se comprometeu a dialogar em um comitê misto com integrantes representantes dos trabalhadores e elaborar um relatório com a retomada dos investimentos e outras reivindicações contidas na Pauta Brasil, entregue pelos trabalhadores.

MULHERES NEGRAS EM LUTA

A Marcha das Mulheres Negras deste ano reuniu aproximadamente 15 mil pessoas no dia 18 de outubro, em Brasília. Mesmo representando 25% da população brasileira, as mulheres negras fazem parte do grupo social mais vulnerável do país. De acordo com o “Dossiê Mulheres Negras”, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre 2003 e 2013 houve um aumento de 54% no número de homicídios de mulheres negras no Brasil.

‘AMIGO SECRETO’ CONTRA O MACHISMO A campanha #meuamigosecreto criada nas redes sociais marcou o “Dia de luta mundial contra a violência contra as mulheres”, celebrado nesta quarta-feira (25). Milhares de mulheres utilizaram a hashtag para apontar machismos cotidianos que sofrem em vários ambientes, profissionais e domésticos. A iniciativa surge após o sucesso da ação #PrimeiroAssédio, que, no mês passado, incentivou mulheres a compartilharem histórias sobre a primeira vez em que foram assediadas.


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