“Basicamente queremos estabelecer a autoestima e o amor pela Pátria, valores que foram esquecidos pelos últimos governos republicanos", destacou o Presidente Nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz. Outro aspecto fundamental é consolidar a participação da Família Imperial do Brasil nos destinos da Nação. Pág.3
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Presidente do IBI participa de reunião para realizar desfile cívico monárquico no Bairro do Ipiranga Pág.4
Maio é o mês de homenagear a Princesa Dona Isabel, a Redentora dos Negros Pág.5
Site lança campanha para que o governo do Brasil não devolva canhão “El Cristiano” Pág.7
“Há muitas repúblicas que até há pouco tempo foram ditaduras, algumas ainda o são, mas no mundo ocidental todas as monarquias são democráticas” Entrevista com o chefe da Casa Imperial de Portugal, Dom Duarte Pio
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Gazeta
Imperial
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É hora de agir. Cadastre-se e funde um núcleo municipal! Prezados Monarquistas, O Instituto Brasil Imperial (IBI) tem por finalidade promover, coordenar, orientar e fomentar iniciativas de estudo e divulgação da história do Brasil Império em geral, além de atuar nas iniciativas de preservação de patrimônios históricos. É função do IBI, também, participar direta ou indiretamente de ações e projetos governamentais, privados, de organismos internacionais, ou demais organizações da sociedade civil de interesse público que tenham este objetivo e resgatar a memória de figuras ilustres deste período. È com o sentimento de patriotismo que os dirigentes do IBI se empenham para que os objetivos atinjam suas finalidades. Como fonte de estudos, estamos fazendo parcerias com professores de história, visando a preparação de material para cursos, palestras, seminários e congressos. Os meios de divulgação são: o site www.brasilimperial.org.br, que está em construção, no entanto já liberado para visitas e também para você fazer o seu cadastro. Outro meio de divulgação é o nosso jornal ‘GAZETA IMPERIAL’ que você pode receber diretamente em seu e-mail, bastando para isso fazer o seu cadastro em nosso site. Núcleos Municipais são meios próprios para se atingir as massas da população e passar a verdadeira história do Império. Como tenho afirmado em palestras, a internet é uma grande ferramenta de divulgação, mas também é preciso que os internautas que defendem fervorosamente a monarquia se disponham a transformar o discurso em prática, ou seja, sair da frente do computador e levar o discurso diretamente à população através dos núcleos do IBI. Seguir o exemplo de abnegados monarquistas que estão trabalhando em suas cidades para o desenvolvimento e instalação de núcleos di IBI, tais como: Marcos Paulo Silveira Carvalho Abreu, em São João del Rei - MG; Professor Geovani NémethTorres, em Lavras - MG; Professor Érickson Cardoso de Oliveira, em Barbacena e Lafaiete, Weber Lúcio Borges, em Pará de Minas - MG; Lúcio Alexandre Belmonte, em Maringá – PR, Dr. João Francisco dos Santos, em Aracajú – SE, Jean Tamazato, Vale do Paraíba – SP, Carlos Henrique Perini Miranda, em Caieiras e Mairiporã; Danilo Garcia Andrade, São Paulo – SP. Seja você também um membro de um núcleo municipal IBI, coloque em prática os seus sonhos de monarquista, se não tiver um núcleo em sua cidade, faça seu cadastro no site e nos contate pelo e-mail presidencia@brasilimperial.org.br, vamos ajudá-lo no que for necessário para que você seja mais um fundador de núcleo IBI Acesse o site www.brasilimperial.org.br e se cadastre. Participe! Saudações Monarquistas!
Homenagem ao principe D.Pedro Luiz ´ O IBI faz uma singela homenagem, lembrando do primeiro ano sem a presença entre nós do Príncipe D.Pedro Luiz, herdeiro do Trono do Brasil. Queremos que os fatos que envolveram o acidente do Air France sejam esclarecidos para que a Família Imperial e todos os familiares das vítimas possam ter acalentada um pouco da dor com a revelação da verdade.
Gazeta
Imperial Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Ano XV Número 175
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A Gazeta Imperial é uma publicação do Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de reportagens, divulgação de eventos monárquicos e imagens podem ser enviados para brasilimperial@brasilimperial.com.br
Alessandro Padin Editor e jornalista responsável alessandro_padin@uol.com.br
Primeira reunião do Instituto IBI apresenta Plano Diretor Brasil Imperial é um sucesso para fortalecer movimento
monárquico no País O trabalho apresentado ao conselho do IBI traz questões fundamentais para consolidar o engajamento de cidadãos que acreditam na restauração da Monarquia Da redação do IBI
O trabalho duro da nova direção do Instituto Brasil Imperial (IBI) começa a dar frutos. Depois de iniciar uma caminhada pelas cidades brasileiras articulando a formação de núcleos municipais, revitalizar a Gazeta Imperial, colocar um novo site no ar e se engajar na divulgação da Casa Imperial, a entidade apresenta agora um Plano Diretor que engloba estratégicas e ações nas áreas de administração, finanças e fortalecimento do Movimento Monárquico. O estudo foi apresentado na noite do dia 19 de maio em Assembleia do IBI realizada no Tourinho Grill e
Pizzaria, no Jabaquara, em São Paulo. O diretor de Finanças do IBI, Roberto Mourão, foi o responsável por detalhar os aspectos mais importantes do documento. Está escrito no início do plano o seguinte: "A situação atual da república brasileira, eivada de crises e sem perspectiva futura, está ´pedindo` ao Movimento Monárquico que ofereça à Nação uma alternativa válida para solução de todas as crises e possibilite colocar a nossa Pátria entre as grandes potencias mundiais". O documento constitui uma forma de operacionalizar o Instituto Brasil Imperial sob critérios profissionais, devendo estar apoiado no Plano
Implantar os conceitos de liberdade, respeito e amor à pátria Garantia através da Chefia de Estado dos quatro direitos fundamentais dos indivíduos pertencentes a uma nação digna: Vida, Propriedade, Liberdade eProteção equânime da lei Implantação de uma monarquia moderna onde a Família Imperial participe ativamente da sociedade brasileira Criação de um Poder Moderador autêntico e que mantenha autoridade sobre as grandes diretrizes e acompanhadas de uma estrutura de poderes compatível Estabelecimento de uma federação com base no município com liberdade estrutural respeitando os princípios históricos da autonomia municipal
Robero Mourão: “Nós monarquistas queremos a garantia de quatro direitos fundamentais: vida, propriedade, liberdade e proteção equânime da lei. Qual desses está em vigor no País?”
devendo estar apoiado no Plano Estratégico Geral e permitindo dar suporte a uma Estrutura Jurídica, compatível com as necessidades e que vai permitir a execução prática das ações cuja finalidade última reside na concretização das aspirações monárquicas da entidade. Ousadia O trabalho apresentado ao conselho do IBI traz questões fundamentais para consolidar o engajamento de cidadãos que acreditam na restauração da Monarquia e precisam de elementos para argumentar e sanar dúvidas. "Basicamente queremos estabelecer a autoestima e o amor pela Pátria, valores que foram esquecidos pelos últimos governos republicanos", destacou o Presidente Nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz. Outro aspecto fundamental é
consolidar a participação da Família Imperial do Brasil nos destinos da Nação. Roberto Mourão concorda e vai mais além: “nós monarquistas queremos a garantia de quatro direitos fundamentais: vida, propriedade, liberdade e proteção equânime da lei. Qual desses está em vigor no País?”. Cadastro Antonyo da Cruz aproveitou a reunião do IBI para pedir que cada um dos conselheiros e associados ajudem a divulgar o trabalho da entidade, estimulando cidadãos a se cadastrarem no site www.brasilimperial.org.br. Dessa forma será possível cumprir a meta de expandir o movimento pelas cidades brasileiras. “O Império no Brasil sempre se sustentou na força dos municípios e agora não pode ser diferente”, destacou o presidente nacional do instituto.
Dom Bertrand vai participar de evento monárquico em Sergipe Na ocasião, o Príncipe fará a instalação de alguns núcleos municipais do IBI. O Príncipe fará, ainda, visitas a pessoas ilustres de Aracaju e concederá entrevistas a órgãos de comunicação locais sobre a Monarquia Da redação do IBI
O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança recebeu na Casa Imperial do Brasil, em São Paulo, o Presidente do Instituto Brasil Imperial (IBI) Comendador Antonyo da Cruz, o Coordenador de Desenvolvimento do IBI, Dr. João Francisco dos Santos. O encontro, que aconteceu dia 21 de maio, definiu a realização de um encontro monárquico nos dias 26, 27 e 28 de outubro, em Sergipe. Sob coordenação do dr. João Francisco, o evento poderá acontecer nas cidades de São Cristovão ou Laranjeiras. Na ocasião, Dom Bertrand fará a instalação de alguns núcleos
municipais do IBI. O Príncipe fará, ainda, algumas visitas a pessoas ilustres de Aracaju, capital do Estado, e concederá entrevistas a órgãos de comunicação locais sobre o movimento monarquista. Antonyo da Cruz ficará encarregado de todos os contatos junto a Casa Imperial, com o intuito de garantir brilho na realização do evento com a presença dos Príncipes. Além do Dr. João Francisco dos Santos, participaram do encontro o casal paulista Dr. Mario Eduardo Alves, conceituado advogado, e sua esposa Dra. Maria Laura Savieto Alves, Presidente Nacional da Associação Nacional de Instrumentadores Cirúrgicos (ANIC).
O presidente nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz, Dom Bertrand, Dr. João Francisco, Dra. Maria Laura e Dr. Mario Eduardo
IBI apresenta proposta para fazer desfile cívico no Bairro do Ipiranga O presidente nacional do Instituto Brasil Imperial (IBI), Comendador Antonyo da Cruz, participou no dia 19 de maio de uma reunião da Comissão dos Festejos no Ipiranga, em São Paulo, bairro onde ocorreu a Declaração da Independência do Brasil em 1822. A intenção foi de apresentar a proposta de que haja, durante o evento, um desfile cívico que recorde o período glorioso do Império Brasileiro, mostrando aos cidadãos os principais símbolos da Monarquia. “Queremos consolidar o Ipiranga como o berço da Monarquia
Brasileira. Todas as ruas no bairro tem relação com o período”, destacou Cruz. A ideia é mostrar, não só os símbolos, mas também as figuras de D.João VI, D.Pedro I e D.Pedro Cruz explanando durante reunião no Ipiranga II, por exemplo. “É uma forma de completou. No momento, o atingirmos a sociedade e estimular presidente do IBI vem o conhecimento de uma parte da realizando encontros com a nossa história que é vítima de Subprefeitura do Ipiranga para mentiras e desinformação”, aperfeiçoar o projeto.
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13 de maio: Viva a Princesa Dona Isabel, a Redentora! O regozijo popular chegou ao ápice quando de uma gratidão sem fim, resolveram intitular Dona Isabel, a criadora da Lei, como a Redentora. E de fato o era. Os únicos a receberem negros nos salões de seus palacetes foram os Imperadores do Brasil Blog Império Brasileiro http://imperiobrasileiro-rs.blogspot.com/
O Decreto de Extinção da Escravidão no Brasil, assinado por Dona Isabel de Bragança, numerado como lei 3353 de 13 de maio de 1888, foi recebido com festa e alegria pela multidão negra que se aglomerava nas senzalas e nos infectos cubículos dos senhores escravocratas da cidade ou do campo. Por certo a alegria dos africanos explorados no Brasil não refletia o sentimento de seus “donos”. Logicamente, as elites brasileiras do ouro, da cana-deaçúcar ou do café, eram beneficiadas pela mão de obra ancila. Porem, na contramão de tais especulações, Dona Isabel sancionou a Lei Áurea, dissolvendo o Gabinete do Barão de Cotegipe, um escravocrata convicto. A dita Lei deveria passar pelo Congresso, que
pode ser dito a época como conservador, pois se o Imperador era o Defensor Perpétuo do Brasil, o Congresso era o Defensor Perpétuo das Elites e por tal motivo estranhou-se a aprovação da redenção negra, a abolição da escravatura. O regozijo popular chegou ao ápice quando de uma gratidão sem fim, resolveram intitular Dona Isabel, a criadora da Lei, como a Redentora. E de fato o era. Os únicos a receberem negros nos salões de seus palacetes foram os Imperadores do Brasil, ninguém da aristocracia ou de classes ainda inferiores aceitava um africano em suas casas. Mas Dona Isabel desde sempre os recebera. Desde o apoio ao Quilombo do Leblon até a dança com José Pedro Américo de Matos no grandioso baile de Baependy, teve-se tal prova. Nos palácios do Império, a serviço da
Princesa Isabel e a pena com que assinou a libertação dos escravos no Brasil
Dona Isabel é admirada pela raça que ela libertou
Família Imperial do Brasil não havia escravo algum, foram eles os primeiros a alforriá-los. Seu amor aos súditos e sobre tudo aos negros, tão humilhados, era visto por todos, e quando da assinatura da Lei, lhe disse o Barão de Cotegipe, já dissolvido, agora em ódio: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”, o qual obteve a resposta imediata da Princesa Imperial: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para libertar os escravos do Brasil”. Verdade de Dona Isabel. Verdade do Barão. Não tardou muito. Na volta do Baile da Ilha Fiscal, foram todos surpreendidos a 15 de novembro de 1889, pouco mais de um ano depois, quando pôde evoluir as conspirações e os conluios daqueles que tipificavam a negritude e condenavam aquela raça à prisão dos cativeiros ensangüentados pelo passado dos
açoites do feitor maldoso, importado apenas em punir a “coisa” que foi comprada e que deveria trabalhar como um condenado, que de fato também o eram, perdendo a Redentora e seu pai, o orgulhoso Imperador, o Trono do Brasil. E perderam juntamente como trono, o cetro, mais nunca o respeito e o amor do povo brasileiro. Por fim, nos 120 anos de república, auto-intitulada mãe do povo, vê-se o que plantaram seus incentivadores do passado, tendo o povo à certeza derradeira da falta do respeitoso tratar com as coisas do erário público e o sentimento de aniquilação da defesa de seus reais interesses por parte dos republicanos no poder da República Federativa do Brasil, que desde o começo constitui-se de mentiras e trapaças, que jamais representarão os interesses do povo e sim o de classes que como as oligarquias do passado, ainda dominam.
República brasileira faz o cidadão trabalhar 148 dias do ano só para pagar impostos Isto é mais uma demonstração de que a república se sustenta no trabalho do cidadão brasileiro para manter a sua estrutura viciada desde o golpe que destituiu o Imperador D.Pedro II do poder. É uma falsa sensação de democracia Da Redação do IBI
De acordo com reportagem do jornalista Marcos Cézari, publicada no dia 22 de maio no Portal UOL, os brasileiros trabalharam do início do ano até o dia 28 de maio, apenas para cumprir suas obrigações tributárias com os fiscos federal, estaduais e municipais. Foram 148 dias de trabalho no ano, um dia a mais do que os trabalhados em 2009 e o mesmo número de 2008. Isto é mais uma demonstração de que a república se sustenta no suor do cidadão brasileiro para manter a sua estrutura viciada desde o golpe que destituiu o Imperador D.Pedro II do poder. É uma falsa sensação de democracia. Este cálculo faz parte do estudo sobre os dias trabalhados para
pagar tributos, divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Hoje os brasileiros trabalham quase o dobro do que trabalhavam na década de 1970 (76 dias) apenas para os fiscos. Os brasileiros estão entre os que mais pagam tributos no mundo, perdendo apenas para os suecos (185 dias) e os franceses (149 dias). Os espanhóis (137), os norte-americanos (102), os argentinos (97), os chilenos (92) e os mexicanos (91) trabalham menos do que os brasileiros. Com base no estudo, o IBPT diz que 40,54% da renda bruta dos contribuintes estará comprometida neste ano com tributos. Nesses 148 dias, os três fiscos arrecadarão quase R$ 500 bilhões --ontem, o Impostômetro (painel na capital
A falta de compromisso com o cidadão é a marca da república presidencialista
paulista que registra, em tempo real, a carga tributária no país) já marcava mais de R$ 460 bilhões. Os 148 dias foram calculados para o rendimento médio mensal. Para a
Coplan Consultoria e Planejamento Ltda. A COPLAN é uma empresa de consultoria empresarial principalmente nas áreas de adminstracao, financas e planejamento estratégico, utilizando a experiência de seu titular que já ocupou cargos executivos em empresas de grande porte, estando portanto, em condições de transferir a seus clientes essa experiência. Rua Iraci, 555 - Jd. Paulistano Cep 01457-000 São Paulo - SP
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baixa renda (até R$ 3.000), são 141 dias trabalho (de 1º de janeiro até hoje). Para a média renda (R$ 3.000 a R$ 10 mil), são 157 dias, ou seja, até 6 de junho. Para a renda alta (mais de R$ 10 mil), serão 152 dias -até 1º de junho. O IBPT também calculou quanto os brasileiros comprometeram de sua renda bruta para pagar tributos sobre a renda, o patrimônio e o consumo. Na média, 40,54% da renda de cada cidadão estará comprometida neste ano com os três níveis de governo. Em 2009, foram 40,15%, e, em 2008, 40,51%. Retrocesso A república presidencialista é um regime marcado pelo retrocesso, exploração do trabalhador e nenhum compromisso com a Pátria. O despertar e união do Movimento Monárquico é fundamental para que situações como essas comecem a ser confrontadas.
Site lança campanha contra a devolução do “El Cristiano” O IBI apoia esta corajosa ação do Círculo Monárquico do Rio de Janeiro, como prova de espírito patriótico Site “O canhão é nosso” http://ocanhaoenosso.com.br
O Canhão El Cristiano tem sido confundido, nas discussões feitas entre o Estado brasileiro e o paraguaio, com um símbolo da dignidade paraguaia, vilmente confiscado pelo povo brasileiro durante a Guerra do Paraguai. Os dados, contudo, não são completamente corretos. O mesmo canhão fora forjado, por ocasião da guerra, com o bronze
dos sinos das Igrejas de Assunção, já formalmente separadas do Estado, que não tiveram direito de anuência ao mesmo, tendo sido tal fato compreendido no “Esforço de Guerra”. O confisco de tal bronze dos locais de culto católico, sagrado para muitos na ocasião, concretiza o que já era expresso no governo paraguaio durante a guerra, e que o levou a mesma: o autoritarismo que suplanta as
IBI quer a restauração do Monumento da Guerra do Paraguai Preocupado com o estado do “Monumento aos Heróis da Guerra do Paraguai, o presidente nacional do IBI, Comendador Antonyo da Cruz, e o membro do Conselho Deliberativo por Santa Catarina, Edson Murilo Prazeres, enviaram ofício ao prefeito de Florianópolis, Dário Elias Berger. Leia o documento na íntegra: “Senhor Prefeito, O Instituto Brasil Imperial, de natureza histórico-cívico-cultural, tem por finalidade promover, coordenar, orientar e fomentar iniciativas de estudo e divulgação da história do Brasil Império em geral, além de atuar nas iniciativas de preservação de patrimônios históricos e do período Brasil Império, bem como participar direta ou indiretamente de ações e projetos governamentais, privados, de organismos internacionais, ou demais organizações da sociedade
civil de interesse público que tenham este objetivo, além de resgatar a memória de figuras ilustres deste período. Nesse sentido, o Instituto Brasil Imperial vem solicitar a Vossa Excelência, se digne a elaborar projeto de restauração do monumento denominado “Monumento aos Heróis da Guerra do Paraguai”, construído na praça central da capital catarinense, em 1º de Janeiro de 1877, portanto, há 133 anos. Ve r i f i c a m o s q u e o r e f e r i d o monumento encontra-se em completo abandono e péssimo estado de conservação, conforme fotografias em anexo. Certos de que Vossa Excelência colocará em sua pauta de obras que contribuem para melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes a restauração de importante patrimônio histórico. Cordiais saudações monárquicas”.
necessidades e a vontade do povo. Sendo um obus de grande capacidade para a época, o mesmo estreou na Batalha de Curupayti, quando o General Mitre, a frente do comando das tropas aliadas, logrou uma severa derrota e a baixa de mais de 8 mil de seus c o m a n d a d o s . Troféus de guerra, usualmente, não são Definitivamente, dadas devolvidos. Embora o mesmo não explicite a as proporções de humilhação do antigo dono da peça, o mesmo formação do contingente serve para lembrar o que lá aconteceu e a aliado, o bronze do bravura dos que nele participaram canhão, não ressoando seja pela postura brasileira durante o mais durante os cultos, ressoou ao conflito ou pela proteção brasileira expulsar projéteis, para perfazer a legada ao Paraguai depois do morte de milhares de brasileiros. mesmo – que tal guerra jamais foi Museu Histórico Nacional Troféus contra o povo paraguaio, ou sua de guerra, usualmente, não são dignidade, mas contra um devolvidos. Embora o mesmo não governante igualmente explicite a humilhação do antigo megalômano, que visava os mesmos dono da peça, o mesmo serve para motivos expansionistas outrora lembrar o que lá aconteceu e a citados para qualificar os bravura dos que nele participaram. governantes do Eixo. Uma peça de Diversas peças de artilharia, mais artilharia que, no passado, deixada modernas do que “El Cristiano”, para trás pelas forças paraguaias, foi também conquistadas em batalha – confiscada para não permitir seu na II Guerra Mundial – encontram-se repetido uso para matar brasileiros – expostos no Museu do Exército, e aliados – não deve hoje ser Forte de Copacabana, sem que, devolvida sob falsos pretextos, para tanto, a dignidade dos países esquecendo-se assim não só do Eixo fosse contestada. daqueles que a capturaram, mas de Aliás, cabe aqui fazer uma relação. todos os heróis anônimos que por Os países membros do Eixo seu intermédio pereceram nos souberam compreender o caráter campos de batalha. Cabe sim, como defensivo da II Guerra Mundial, a mais um gesto de humanidade ao megalomania de seus então povo paraguaio, que a memória seja representantes e os motivos preservada, e que, como nação irmã expansionistas e nefastos que que somos, na comunidade sulmotivaram tal guerra. Cabe, americana, os relembremos o real contudo, aos governantes do foco da sua dignidade. Paraguai, compreenderem, hoje, –
“O problema é a maioria dos republicanos não terem argumentos mas preconceitos” Em entrevista ao Diário de Notícias, um dos principais jornais de Portugal, o chefe da Casa Imperial de Portugal, Dom Duarte Pio, fala sobre a retomada do movimento monárquico no País e sobre política em geral Homem Cardoso
Diário de Notícias (Portugal) www.dn.pt
24 horas após ter dado esta entrevista, Dom Duarte foi recebido como um rei em Figueira de Castelo Rodrigo num jantar medieval. Não é a única região portuguesa que reclama a sua presença nas suas terras e garante que a única câmara do Bloco de Esquerda e muitas autarquias comunistas o solicitam. No dia em que comemora o seu 65.° aniversário, a cinco dias de celebrar sessenta anos do fim do banimento da família real do território nacional, por decreto de Salazar, e em ano de centenário da implantação da República, o herdeiro dos reis de Portugal comenta a situação do país, aponta soluções e assume que o regresso da Monarquia já foi uma ilusão maior do que se pensa. A bandeira da Monarquia nunca esteve tão presente em Portugal como no ano em que se comemoram os cem anos do fim daquele regime. Reconhecido em 2005 pela República como o pretendente oficial a um hipotético trono português e legitimado como o sucessor de D. Manuel II, é na fundação com o nome do monarca que não deixou sucessor que Dom Duarte Pio de Bragança recebe a NS’. Não comenta a política oficial em questões específicas mas é sem pudor que dá soluções para a crise nacional, designadamente no que
respeita aos intentos do primeiroministro nas grandes obras públicas. Antes de dar início à conversa, Dom Duarte faz questão de anunciar que as instalações da fundação vão ser transferidas durante algum tempo para um edifício de má memória, o da PIDE em rua próxima, de modo a poderse recuperar o actual prédio. Explica com gestos definidos como vai ser a obra, que até possibilita a comparação entre alguma degradação que se observa no salão de entrada com a actual impossibilidade de um regime político onde seja rei e o fulgor da sede remodelada, numa altura em que crê estar tudo em aberto para num futuro próximo os portugueses aceitarem o regresso de um sistema de governação onde a sua presença não seja proibida como agora é. Preparado para evitar as rasteiras de uma entrevista, Sua Alteza – como alguém sugere ser uma das formas de se lhe dirigir – mostra a sua educação ao vir receber a equipa à sala de entrada da fundação e, enquanto não se inicia a entrevista, oferece chá, café ou um sumo. Devido à extensão da conversa, lamenta no final não se ter pensado em encomendar um almoço. No entretanto, beberica o único chá que aprecia, chá branco, enquanto explica o modo da sua
preparação e como lhe chega vindo da distante China. A primeira preocupação que quer fazer chegar aos portugueses é sobre o TGV, uma proposta para a qual aproveitará a entrevista. Quando chega a hora de se perguntar qual seria o seu melhor marquês de Pombal, se José Sócrates ou Passos Coelho, é cauteloso. O mesmo acontece em relação aos candidatos à Presidência da República. Prefere citar casos nas monarquias dos seus primos europeus e exponenciar o caso espanhol, país onde «os socialistas aceitaram muito bem ter um rei» e de outros «socialistas europeus que não põem em causa a chefia real do Estado». É a entrevista com um pretendente que está como o príncipe Carlos de Inglaterra impossibilitado de exercer o poder, cada um pela sua razão, mas que foi baptizado, por procuração, pelo Papa Pio XII e teve como madrinha a rainha D. Amélia.
Acha que o seu filho, o infante Afonso, poderá vir a ser rei de Portugal? O Afonso ou eu! Observem-se as transformações e as mudanças
económicas que estão a acontecer na Europa e no mundo e entende-se que poderão levar a situações sociais de grande conflitualidade e de instabilidade interna que farão que o povo português queira pensar e discutir as instituições políticas que tem hoje. Nomeadamente, se é o melhor o tipo de chefia de Estado. Pela Constituição seria impossível. E se houvesse uma reforma
constitucional que retirasse a cláusula do artigo 288.° [que especifica um Estado republicano] e permitisse a possibilidade de um referendo sobre um regime monárquico?
as energias renováveis? Todo o problema do modelo de desenvolvimento do país, particularmente a preservação do ambiente e da paisagem, exige um consenso nacional.
Crê, então, que a actual crise dá mais força à pretensão de ser rei de Portugal? Naturalmente. Quando as pessoas recebem os seus 13.° e 14.° meses e as reformas está tudo bem e não sentem vontade em mudar qualquer coisa. No momento em que sentem que está tudo muito mal e que toda a perspectiva para o futuro pode estar a ser alterada, creio que será altura também para pensar se não há instituições políticas mais úteis do que as que temos hoje.
Propõe um Instituto de Paisagem e Ordenamento? Exactamente e já o comuniquei aos membros do governo que, em princípio, pareceram-me interessados na ideia. O que hoje se defende são pormenorezinhos como a colónia de ratos, de morcegos ou de lagartixas que deve ser preservada aqui ou ali mas não é essa a abordagem correcta ao problema do ambiente.
Não considera, portanto, que está na mesma situação que o príncipe Carlos de Inglaterra. Lá, Isabel II não abdica, aqui, existe a República que lhe impossibilita o poder? O príncipe Carlos, tal como eu, tem dado opiniões sobre muitos assuntos sociais e de ambiente que lhe interessam. Trabalhou como mineiro, agricultor e noutras profissões e conhece profundamente a vida de Inglaterra. É um pouco mal visto pelo meio financeiro e, em geral, os conservadores não gostam dele mas a juventude e os trabalhistas sim. Se compararmos, claro que tem um impacte muito maior do que eu naquilo que diz e faz mas as participações que tenho tomado na vida política e as opiniões que dou respondem por mim. Dando-as como cidadão interessado pelo país mas, obviamente, se estivesse num cargo de chefia de Estado ou de rei não o faria. Agiria como outros monarcas europeus que não debatem problemas concretos mas ajudam e colaboram com os governos ao dar opiniões positivas sobre os assuntos de fundo. Tal como as que tem dado sobre
Noto afinidade entre algumas das suas bandeiras e as do primeiro-ministro. Existe? É verdade que em muitos aspectos concordo com José Sócrates, no entanto acho que temos de encarar a questão da viabilidade económica das energias. Pareceme que as eólicas são demasiado caras e todos pagamos pelo seu consumo. Portugal poderia ter muito mais energia com custos muito baixos se não desperdiçasse uma imensa quantidade dela, bastava a renovação de equipamentos das barragens para podermos aumentar em vinte por cento a produção hidroeléctrica. Fica muito mais barato e não tem o impacte paisagístico e ecológico das novas barragens. Posso depreender que se a Constituição mudasse e o permitisse ser rei, José Sócrates poderia ser o seu primeiroministro? O primeiro-ministro seria sempre escolhido pelo parlamento, como acontece nas monarquias actuais. Curiosamente, há muitas repúblicas que até há pouco tempo foram ditaduras, algumas ainda o são, mas no mundo ocidental todas as monarquias são democráticas.
Mas o rei tem sempre uma opinião pessoal sobre o primeiro-ministro? Uma opinião que em nenhum país influencia a sua escolha. Agora, na Bélgica, o governo caiu mais uma vez e é o rei que conduz as negociações com os partidos para o novo executivo. Há quem diga que na Bélgica o rei é o único belga… Ta m b é m e m P o r t u g a l atravessamos um momento político complexo em que o governo sente falta de maioria absoluta. Pode existir outra forma de governação em Portugal? Sou a favor das coligações porque quando um partido está sozinho não há tanto autocontrolo nas despesas e nas iniciativas. Quando discute com outro há sempre mais controlo. Surpreendeu-o a juventude do novo secretário-geral do PSD num partido habituado a líderes históricos? Por um lado, é saudável e bom para o país que haja renovação. Por outro, é importante saber aproveitar a experiência, o conhecimento e a prudência das pessoas que têm mais idade. A experiência política é valiosíssima mas vejo algum distanciamento em relação a essas pessoas. Não é o caso de Mário Soares mas é o do professor Adriano Moreira, cujos conselhos são sempre úteis e oportunos, e de outras personalidades históricas pouco ouvidas. Penso que devíamos ter um Senado, equivalente à Câmara dos Lordes inglesa, em que personalidades que tiveram cargos importantes e por outras razões expressam as suas opiniões. Qual seria o melhor primeiroministro para a monarquia, Sócrates ou Passos Coelho? Isso não posso comentar porque, efectivamente, teria de tomar uma
posição sobre a governação. Mesmo afirmando que as monarquias na Europa têm enriquecido a democracia? Estive nos 60 anos do rei da Suécia e o primeiro-ministro, que na altura era socialista, disse uma coisa curiosíssima no discurso oficial: «Sempre fomos um partido republicano mas agora chegámos à conclusão de que o rei é o melhor defensor da nossa República.» O primeiro-ministro holandês disse a mesma coisa, os ingleses dizem-no também e, hoje em dia, o socialismo europeu começa a defender os reis como protectores dos seus valores republicanos. O que mostra que o preconceito antimonárquico que ainda se vive em Portugal em certos meios políticos é do século XIX, de uma época em que os reis talvez interferissem muito na vida política nacional. Ta m b é m f o i e s t e g o v e r n o socialista que fez questão de o legitimar definitivamente como o herdeiro da Casa Real. O que prova a inteligência política e o pragmatismo porque a posição de muitos dos responsáveis socialistas é: se o chefe da Casa Real puder ser útil ao país vamos aproveitá-lo. O que é hoje em dia ser republicano ou monárquico? Querer ter o chefe de Estado eleito pelo sufrágio universal ou pelo parlamento, é isso ser republicano? Se é assim, há efectivamente um conflito de opiniões, mas também há muita gente que acha que ser republicano é defender os valores da independência dos poderes, da democracia e da liberdade e isso não é incompatível com ter um rei. Por isso é que os socialistas espanhóis aceitaram muito bem ter um rei em E s pa n h a e t o d o s o s o u t r o s socialistas europeus não põem em causa a chefia de Estado real. Se Salazar o tivesse designado como sucessor como fez Franco com Juan Carlos?
Em Espanha houve um referendo antes de instaurarem a monarquia. Teria sido uma solução para Salazar? Se o governo de Salazar tivesse preparado a situação com um referendo e um regresso à democracia com o rei, provavelmente não teríamos tido o drama da descolonização, porque o Ultramar poderia ter caminhado para uma autonomia progressiva que o levaria a uma Commonwealth como a inglesa. É a sua opinião sobre a descolonização? Foi a minha opinião nessa época e continua a ser. O pior que podíamos ter feito aos nossos irmãos lusófonos foi esta descolonização. Não era possível fazer pior e a prova é que lançou os países, sobretudo Angola e Moçambique, em guerras civis intermináveis; lançou a Guiné numa situação de miséria extrema e os únicos que se saíram mais ou menos bem foram S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Acha que a descolonização poderia ter acontecido de outra forma após o 25 de Abril? O 25 de Abril foi necessário após o falhanço do 5 de Outubro e da revolução militar de 1926. A I e a II República falharam e foi necessária uma terceira revolução militar. Só que como estava muito controlada pela União Soviética, esta quis rapidamente aproveitar a circunstância para entregar o poder aos movimentos políticos que lhe eram simpáticos. Que, viu-se, não foram aceites pelos povos e levaram a uma situação catastrófica. Seria possível outra descolonização? Sim, o general Spínola tinha proposto referendos e o Movimento das Forças Armadas prometeu uma transição democrática que levaria a referendos em Angola e
Moçambique. Ou melhor ainda, a uma eleição para um parlamento nacional ou local que pudesse definir o futuro dos territórios. A entrega do poder aos movimentos guerrilheiros não podia ser pior. Na altura apoiou o Movimento das Forças Armadas e a Junta de Salvação Nacional! Apoiei o general Spínola, em quem tinha toda a confiança, e a Junta porque era constituída por gente de grande capacidade e calibre. Só que foram ultrapassados! Ainda estão por abrir os arquivos soviéticos da época e descobrir o que de facto aconteceu. Valia a pena ir a Moscovo aos arquivos do KGB, até porque uma parte dos arquivos da DGS [ex-PIDE] foram lá parar também. Onde estará a sua ficha por causa de actividades «revolucionárias» em Angola? Ta m b é m l á a d e v o t e r , exactamente. Portanto, se Salazar o tivesse escolhido teria alterado o percurso histórico de Portugal? Imediatamente e teria sido uma solução que evitaria todo este caos que sofremos em seguida. Espanha fez o referendo. No actual Portugal, há quem o peça. Acha que a hora do referendo vai chegar? Primeiro é preciso que se retire da Constituição o artigo 288.°, alínea B, que impõe como inalterável a forma republicana de governo e que os monárquicos propõem que seja substituído pela forma democrática de governo. Aliás, na última revisão constitucional, a maioria do parlamento quis aprovar essa medida mas não se chegou aos dois terços necessários. Agora, o PSD tem Paulo Teixeira Pinto, um fervoroso monárquico, a redigir uma revisão da constituição. Abrir-se-á uma
porta para o referendo? Esse é um tema que devia interessar não só a monárquicos mas a todos os verdadeiramente democráticos. Quem é a favor da democracia não pode dizer que a capacidade de escolha do povo português tem de ser impedida pela Constituição. Além de que é um insulto aos países da União Europeia que têm reis e rainhas – como os suecos e holandeses – pois estamos a dizer que são povos atrasados porque têm um sistema de chefia de Estado inaceitável em Portugal. Se o PSD for governo esse cenário poderá ser possível? Se tiver o apoio de uma parte, pelo menos, do PS. E poderá vir a acontecer? Espero que sim e cada vez mais a nossa maturidade democrática avança nesse sentido. Viveu toda a vida num regime republicano. Consegue vislumbrar um Portugal onde possa a existir a Monarquia? Não vejo porque não. O problema é a maioria dos republicanos não terem argumentos mas preconceitos e é muito difícil discutir preconceitos. As pessoas dizem que não gostam da monarquia porque é um retrocesso ou um regime pouco democrático mas tais afirmações são erradas se fizermos uma análise política contemporânea. Até se compararmos o Portugal do século XIX com países da Europa vemos que éramos tão democráticos como a grande maioria deles, ao contrário de países menos democráticos do que nós e mais importantes, como o império alemão. Se actualmente as monarquias são mais avançadas do ponto de vista democrático e até económico, social e humano é devido à estabilidade que a Monarquia lhes proporcionou. Espanta-o o hastear recente de
bandeiras monárquicas em Lisboa? Apenas mostra que há insatisfação em sectores da juventude. Nunca achei graves esses actos, até porque nunca houve falta de respeito para com a bandeira nacional actual nem uma bandeira republicana descida do seu mastro. Ou foi a da Câmara de Lisboa ou, no caso do Parque Eduardo VII, nem estava lá a bandeira. A que foi hasteada era uma bandeira nacional, a azul e branca como a de D. Afonso Henriques ou de D. João I, que merecem as mesmas honras e têm a mesma dignidade segundo a lei. Viu as imagens da bandeira da monarquia no alto do Eduardo VII? Sim, até fui lá ver. Sentiu uma antevisão? Esteticamente é lindíssima e não há dúvida de que os céus de Lisboa ficaram com uma imagem belíssima. Refira-se que a antiga comissão oficial nomeada para desenhar a nova bandeira da República propôs a azul e branca sem a coroa e com um conjunto de estrelas que representavam os territórios ultramarinos. Foi a comissão oficial! Esta bandeira foi imposta pela Carbonária, um movimento terrorista da época mas que conseguiu a revolta republicana. Para além do mais, tem um significado bastante perverso e perigoso, porque a Carbonária era a favor da federação ibérica e, de algum modo, o vermelho na nossa bandeira representa Espanha. Por isso é que o vermelho é maior que o verde [de Portugal] e não faz sentido dizer que era porque havia muito mais sangue do que esperança. Porque é que afirmou que os manuais de História apelam ao fim da independência? Os nossos manuais são, indirectamente, responsáveis por
não glorificarem a História de Portugal. Acentuam aspectos negativos e diminuem a nossa autoestima. Ao fazerem-no favorecem a rendição de Portugal aos interesses estrangeiros em vez de aproveitarmos a nossa história. É mais um exemplo do falhanço da República? É uma manifestação do falhanço do nosso regime actual. Por isso é que no site da Casa Real se reproduz uma entrevista do historiador e «perigoso» bloquista Fernando Rosas em que diz que a República falhou? Não concordo com a maior parte das posições do Bloco de Esquerda mas tenho no Bloco bons amigos e pessoas que admiro, tal como no Partido Comunista e em todos os sectores. Aliás, a câmara do Bloco de Esquerda [Salvaterra de Magos] e muitas câmaras comunistas convidam-me para visitas oficiais várias vezes, assim como câmaras CDS e PSD. Nos últimos anos devo ter visitado cerca de 150 municípios a convite dos seus presidentes. O único comunista que não se dá bem consigo é José Saramago? Não posso concordar com o que ele diz na maior parte dos livros, nem com o que afirma sobre Espanha – que é melhor sermos espanhóis. Com algumas excepções, não posso apontá-lo como um modelo da boa escrita portuguesa mas há uma coisa que admiro nele, a capacidade de promover a literatura portuguesa no mundo e a persistência e a continuidade com que defende as suas ideias, mesmo quando já estão manifestamente ultrapassadas. Saramago diz que como não leu o Memorial do Convento não o poderia criticar. Nós já fizemos as pazes e ficou muito satisfeito com a minha resposta simpática no Diário de Notícias.
Mas acha que o Memorial do Convento é, como disse, uma «grande merda»? Não, o que eu verdadeiramente não gostei foi do que disse sobre a Virgem Maria. Quando diz que Cristo é um bastardo, enfim, cita aquela fábula antiga que ainda hoje é seguida por muita gente, a de que Cristo foi uma aventura da Virgem Maria. Não gostei, evidentemente, e no Memorial do Convento há u m a s f a n ta s i a s p o l í t i c a s e históricas um bocado ofensivas. Aquela caracterização um pouco violenta que lhe é atribuída foi uma resposta real? Foi uma resposta espontânea quando um jornalista me apanhou à saída de um jantar… Mas a maior parte dos comunistas são patriotas e não é por acaso que Saramago está muito desiludido com Portugal. Álvaro Cunhal também era patriota? O Álvaro Cunhal era mais um internacionalista, que seguia o ideal marxista-leninista e o internacionalismo soviético. Se tivesse tomado o poder em Portugal teria sido um desastre. Não haveria Monarquia, decerto? Haveria fuzilamentos e perseguição política. Tem o mérito de ser um homem de ideais e de ter lutado mesmo que eu não concorde com eles. Julgo que a razão da adesão de uma grande parte do país, o Alentejo, aos ideais comunistas tem que ver com um facto muito interessante: até ao século XIX o Alentejo era governado pelos conventos e mosteiros, nos quais se vivia uma vida comunista. Com o liberalismo, as terras foram roubadas aos conventos e compradas por gente de Lisboa, que meteu lá capatazes que oprimiram e exploraram o povo alentejano. Muitos historiadores comunistas concordam comigo de
que isto explica de facto a adesão do povo alentejano ao ideal comunista. Vejo na sua reflexão uma análise marxista… A análise marxista não está errada em todos os aspectos, a prática marxista é que tem sido sempre desastrosa porque baseia-se numa utopia que é incompatível com o comportamento humano. O regime comunista foi o maior desastre do século XX, junto ao regime nazista, só que este durou poucos anos e não teve ocasião de fazer tantos estragos como o comunista. O certo é que o idealismo dos comunistas pode ser posto ao serviço de boas causas, tal como a protecção do ambiente e a protecção dos valores locais. Quando refere a utopia comunista não a compara à monárquica? Não, porque vemos como funcionam bem onde existem. Utopias são regimes que funcionam mal quando estão no poder. Foi por essa razão que Guerra Junqueiro, em 1911, disse que se se fizesse um plebiscito haveria menos republicanos que antes do 5 de Outubro? Neste momento a maioria das pessoas não tem uma opinião fundamentada sobre esta alternativa porque não sabem quais são as diferenças e não observam o resto da Europa. Mas a quantidade de pessoas que concordam que um rei seria melhor que um presidente da República para Portugal é muito grande. É por isso que defende que dos dez milhões gastos para fazer as comemorações do Centenário da República, um milhão deveria ser para a reposição histórica? É preciso um debate e um estudo sérios sobre o que é que aconteceu na altura e o resto devia ser usado em homenagem aos idealismos do 5 de Outubro, porque os ideais dos revolucionários até eram muito
bonitos. Pode-se fazer uma homenagem a essa gente utilizando a verba para fins úteis, concretos e importantes! Estou é preocupadíssimo com a falta de integração cultural e profissional dos filhos dos imigrantes, com o facto de termos regiões inteiras que estão marginalizadas do desenvolvimento humano e económico e com a falta de preservação da língua portuguesa na Guiné, em Moçambique e Timor. Acho que isso devia preocupar-nos bastante. A questão da educação preocupao? Preocupa-me muito e tenho aproveitado a experiência das escolas João de Deus para ir ver o trabalho que fazem nos bairros suburbanos de Lisboa. Desse modo, vejo a utopia que é o nosso sistema oficial de ensino, cheio de bons ideais mas muito desajustado das realidades que a nossa juventude necessita. Por isso é que temos os piores resultados escolares da Europa. Acha que se devia avançar com medidas rápidas? Sim. Primeiro, dar aos professores segurança e garantia para que o sistema escolar funcione e rever os programas que estão muito desajustados. Vejo essa situação porque todos os dias tento acompanhar os meus filhos nos estudos e fico revoltado com os programas, nomeadamente no Português e na Ciência. Quando falo com os professores do ensino público, concordam que estamos a criar uma geração de ignorantes com consequências gravíssimas para o futuro do país. Considera que o país está mais preocupado com as causas fracturantes do que com a realidade? Claro! Tornar obrigatório o ensino da educação sexual resume-se a dizer: forniquem à vontade, divirtam-se, façam o que quiserem mas com
higiene. Praticamente é só isso, em vez de dar referências éticas e morais em relação ao desenvolvimento de uma sexualidade saudável. Ao mesmo tempo, desencorajam-se as aulas de educação moral e estamos a dizer que a moral não tem importância, que só a sexualidade livre é fundamental para a felicidade dos portugueses. Há questões, como o divórcio, que na Monarquia seriam impossíveis! Hoje em dia é mais fácil despedir a mulher ou o marido do que um funcionário de uma empresa. Ora, a estabilidade de um emprego não é m a i s i m p o r ta n t e d o q u e a estabilidade da família. A questão do aborto também? A lei do aborto livre é para muitos uma lei que escraviza as mulheres porque hoje ela pode ser obrigada a abortar pelos patrões, amantes e pais. Esta é a situação de muitas mulheres, pois é raro que queiram abortar por vontade própria. Esta lei, que as escraviza, é ultraliberal e ultracapitalista e não percebo como é que a esquerda em Portugal apoia isto. Uma esquerda que também apoia o casamento homossexual… Esse é um problema mais complicado porque há uma confusão entre o direito a viver junto, a ter alguns benefícios fiscais, a ter certo reconhecimento legal para pessoas que querem partilhar a sua vida e que muitas vezes até podem ser duas velhas amigas, vizinhas ou irmãos. A legislação sobre o casamento tem basicamente o objectivo de proteger as crianças e creio que não se devia confundir o casamento como unidade que pode produzir uma futura geração, educá-la e ter responsabilidades nela, com as uniões de facto que podem ser aquelas que interessam aos homossexuais. Dizia alguém – a
brincar claro – que hoje os padres e os homossexuais é que se querem casar, os outros preferem as uniões de facto porque dão-lhes menos responsabilidades. A sua mulher, Isabel de Herédia, está um pouco desagradada pela religiosidade europeia. Diz que está adormecida e que as pessoas têm vergonha. Partilha dessa opinião? Há muitos países europeus hoje onde se pode dizer que há mais muçulmanos praticantes do que cristãos. Felizmente não é o caso de Portugal, onde o cristianismo ainda é bastante praticado. Talvez a maioria dos portugueses o faça só um pouco formalmente mas ainda assim teremos uns vinte por cento de portugueses regulares na religião. No entanto, há países onde se leva mais a sério a religião enquanto em Portugal as pessoas substituíram a Igreja pelos hipermercados. Não é positivo, mesmo para quem não tenha fé. A Senhora Dona Isabel também diz que se pode ser intelectual mas tem de se ser laico. Existe essa mania da parte de muitos intelectuais mas o Papa tem escrito livros interessantíssimos sobre o conciliar da fé com a inteligência e a lógica. Tem tentado mostrar que a espiritualidade e a lógica convivem e diz que a Europa é o fruto do espírito lógico grego e da espiritualidade judaica. Somos filhos dessa realidade e se a recusarmos corremos o risco de ter uma Europa sem bases espirituais, podendo facilmente cair em extremismos. O que sentiu ao acompanhar Bento XVI à Terra Santa? Tive um privilégio que gosto muito de lembrar quando estou com os meus primos, chefes de casas reais e reis, para ser um pouco snob com eles. Um momento que nunca conseguiram ter, tal como um almoço com o Papa e meia
dúzia de pessoas em Jerusalém, na residência do patriarca latino, onde o Papa fez o elogio de Nun’Álvares ao dizer que foi o santo que mais gostou de canonizar. Refira-se que hoje há muita gente, entre palestinos e israelitas, que acham que São Nuno podia ser um modelo para os palestinos porque lutou pela liberdade do seu povo. Crê que o conflito israelo-árabe terá um fim? É indispensável. Os israelitas vão ter de encontrar uma forma de viver pacificamente e colaborarem com os vizinhos árabes. Não é possível continuar com uma situação que põe em risco o próprio futuro do Estado de Israel e a paz de todo o Ocidente! Nós, ocidentais, sentimos uma afinidade com a emigração europeia que foi para ali – que são os israelitas hoje – e se estabeleceu na terra que era dos antepassados mas este não pode ser um motivo para haver um conflito. A administração Obama poderá inverter essa situação? Tem mostrado grande vontade de resolver o problema. No entanto, mantém grandes efectivos militares no Afeganistão e no Iraque! É uma questão de segurança regional. Só quando esses países tiverem condições de garantir a sua própria estabilidade e segurança é que se podem vir embora. Foi uma invasão que gerou uma onda de terrorismo violentíssima. Essa é uma situação muito perigosa porque, por exemplo, um palestino que tenha perdido tudo, que veja a sua terra, a quinta e a casa ocupada por outras pessoas, não tem mais nada a perder. Ainda por cima se lhe dizem que ao morrer pela liberdade da sua fé tem uma vantagem espiritual! Preocupa-o o avanço do islão na Europa?
Que é deliberado, pois a política das famílias numerosas é uma tentativa de controlar a Europa do futuro. E, pelo caminho da demografia actual, vão consegui-lo porque nós matamos os nossos filhos aos milhares pelo aborto. Em 2005 reclamava da falta de liberdade de imprensa em Portugal. Ainda a sente? Para os jornais a liberdade é total mas há grandes sectores da população portuguesa sem acesso à informação. Pode-se dizer que boa parte dos portugueses não se sentem representados na informação que temos e acham-se marginalizados. É o que vemos nas campanhas políticas, quando há ideias muito interessantes em pequenos partidos que são abafadas. Tal como as ideias do Partido Popular Monárquico? Nos últimos anos, essas são bastante desastrosas e a principal campanha do PPM tem sido atacarme! Acho que os movimentos e partidos ecologistas mereciam mais destaque porque estão empenhados num dos grandes problemas do nosso futuro. Acho que não se defendem no parlamento os pontos de vista católicos. Não vejo um deputado africano no parlamento, ou de origem cigana. A representação dos portugueses está muito desequilibrada. Faz hoje 65 anos. Preocupa-o a idade? Principalmente estou preocupado em conseguir manter o ritmo dos meus filhos. Não quero ser ultrapassado por eles nas provas físicas, nos passeios de bicicleta e noutras coisas. Claro que qualquer dia o vou ser, mas quanto mais tarde, melhor! A Casa Real está muito moderna. Tem um bom site e até está no Facebook! Essa do Facebook não é de minha iniciativa. Cria-se aí um tipo de intimidade e de relacionamento que
não me parece muito normal. Mas representa a voz da Casa Real? Sim e encontram-se lá as minhas declarações e posições. O problema é que há pessoas que ficam verdadeiramente maníacas desses meios que viciam – designadamente os adolescentes – e até provocam divórcios. Usa telemóvel? Com moderação. E envia SMS? Sim, uso as mensagens porque é prático, tal como troco correio electrónico com muita gente porque é mais confiável que o correio de países como Timor ou de África, onde há pessoas com quem preciso de falar. Se calhar ainda o veremos no Facebook mais activo? Não, eu acho que os correios electrónicos normais são perfeitamente suficientes, não faz falta esse tipo de comunicação. A questão da União Ibérica tem estado em foco e 42 por cento dos portugueses mostraram-se disponíveis. Qual é a sua opinião? Essa resposta de algumas pessoas tem que ver com a revolta contra a situação em que vivemos e é uma forma de protesto violento por causa dos seus problemas. Não acredito que seja mesmo a opinião das pessoas! A resposta que daria é: oiçam os catalães, os bascos e os galegos, que explicarão o agradável que é ser dominado pelos castelhanos. Eu sou grande admirador do espírito castelhano mas quando se põem a mandar nos outros povos, o resultado é desastroso. Aliás, o grande triunfo da monarquia em Espanha foi exactamente as autonomias que permitiram às regiões espanholas não serem, de algum modo, dominadas por Castela. É um
pouco estúpido da parte de certos portugueses quererem aquilo de que tantos espanhóis estão a tentar libertar-se. Se a Monarquia voltasse, seria intolerante numa integração ibérica? A Bélgica, o Luxemburgo e a Holanda vivem num sistema muito integrado há muito tempo, o Benelux, e anterior à União Europeia. Só que como são três monarquias, nenhum desses povos sente que está a perder independência ou identidade porque tem o seu próprio rei. No nosso caso, uma república fraca ou instável juntar-se a uma monarquia forte seria efectivamente a perda de soberania e um caminho perigosíssimo para os interesses dos portugueses. Duas monarquias podem-se juntar e colaborarem muito bem mas uma monarquia e uma república é a história do pote de barro e do de ferro que estão na mesma carroça. Se achamos que precisamos de estrangeiros para nos ajudarem a sair da situação em que estamos, não me incomodava que o ministro das Finanças fosse um alemão e o da Tecnologia um japonês… Isto é uma caricatura, mas haver técnicos alemães ou japoneses a aconselharem a nossa administração já vejo bem. Vai votar nas eleições para a Presidência da República? Não voto por uma questão de princípio porque acho que o sistema republicano de chefia de Estado não é o melhor. Por outro lado, também é por uma questão de não tomar partido. Ainda por cima, neste momento é uma situação delicada porque os três candidatos são pessoas por quem tenho muita admiração e estima. Ronald Reagan sugeriu que se deveria candidatar a presidente. Admite-o? Disse isso num jantar que tivemos na Casa Branca: «Eu sei que o
senhor pode ganhar.» Na altura achei a ideia muito interessante e quando cheguei a Portugal reuni o meu conselho privado para lhes perguntar a opinião, mas quase todos foram contra. No entanto, ainda hoje há no conselho privado uma pequena minoria de pessoas que considera que seria uma boa alternativa. Se concorresse, qual seria o candidato que seria mais difícil de derrotar? Se concorresse, a minha posição tinha de ser de simpatia pelos outros candidatos e, p r i n c i pa l m e n t e , e x p l i c a r a s vantagens da chefia de Estado real. Como isto não está em questão, não vale a pena falarmos do assunto.
Qual será o desfecho deste confronto eleitoral? As pessoas deveriam ter vários motivos para escolher um presidente: os seus ideais; a capacidade de ver o Portugal do futuro; o pragmatismo; ponderar quem é que pode ser mais eficiente para colaborar com os governos e ajudá-los a governarem bem e a controlá-los. Não deveria ser a simpatia pessoal… E, depois, há uma maioria que não vota, como se tem visto pelo abstencionismo, porque acha que não é importante: nas europeias sessenta por cento não votou e nas últimas legislativas houve quarenta por cento de não-votantes. Provavelmente por não se sentirem representados pelos partidos em jogo ou porque não acreditam de todo na democracia actual da República.
“Tenho uma certa tendência para acreditar nas pessoas e por vezes engano-me. Tenho tendência, talvez um pouco utópica, de crer que os meus ideais podem ser realizados e, por isso, trabalho por eles. Descuido um pouco de mais a minha vida económica pessoal e, agora com os filhos, sinto mais obrigação em me preocupar com esse aspecto. Tenho talvez o defeito de dizer as minhas opiniões, mesmo que não seja o momento mais oportuno. Gosto de ouvir as opiniões dos outros, que me digam o que pensam de bem e de mal de mim. Certa sinceridade deixa muita gente aborrecida e, nesse aspecto, identifico-me com os transmontanos porque são os que cultivam esse espírito de franqueza. Não é por me chamar Bragança, mas gostava de viver em Trás-osMontes, ou nas ilhas por causa do meu espírito insular. Irrito-me por vezes e há pessoas que se podem queixar porque terei sido menos simpático em certas alturas.”
História em Quadrinhos mostra a vida de Debret no Brasil Debret, que, depois de homenagear Napoleão em Paris, passou quinze anos no Brasil com a Missão Artística Francesa, retratando a família real, fazendo cenários para teatro, ensinando pintura e montando, no seu Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, uma riquíssima iconografia da vida do Império durante o século XIX Da redação do IBI
Lançada em 2006, a obra de História em Quadrinhos “Debret em viagem histórica e quadrinhesca ao Brasil” (Companhia das Letras), do c a r t u n i s ta Spa c c a , é u m oportunidade para se fazer uma
viagem a um período glorioso da história do Brasil. Para contar a trajetória de um pintor histórico francês no Brasil, ninguém melhor do que um "cartunista histórico" brasileiro. O pintor histórico é Debret, que, depois de homenagear Napoleão em Paris, passou quinze
anos no Brasil com a Missão Artística Francesa, retratando a família real, fazendo cenários para teatro, ensinando pintura e montando, no seu Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, uma riquíssima iconografia da vida do Império durante o século XIX. Aventura tropical O "cartunista histórico" é Spacca, que já se aventurara pela "História em Quadrinhos" com Santô e os pais da aviação, também publicado pela Companhia das Letras. Aqui, Spacca nos mostra como a queda de Napoleão tornou a situação política dos que o apoiavam insustentável - o que acabou por motivar a aventura tropical de Debret -, além das intrigas e rixas da incipiente vida
artística do Rio de Janeiro. Com prefácio, cronologia, bibliografia e galeria de obras, o livro é uma introdução ao tema da história da arte no Brasil, mas não pára por aí. O traço de Spacca conta, sem perder o humor, os atrasos de anos na criação da Academia de Belas Artes, a rivalidade com o grupo dos artistas portugueses e os ataques de ambas facções. Contada por um cartunista, a história de Debret no Brasil fecha um ciclo: através de seu discípulo predileto, Manuel de Araújo Porto Alegre, autor da primeira caricatura impressa no Brasil, Debret também é o mestre dos cartunistas brasileiros. Spacca Nasceu em 1964, em São Paulo, é cartunista e ilustrador. Fez stoyboards para filmes publicitários no começo da carreira; depois, entre 1985 e 1995, criou charges políticas para o jornal Folha de S.Paulo e ilustrou o suplemento infantil Folhinha por dois anos. Escreveu histórias em quadrinhos para as revistas Níquel Náusea e Front e também trabalhou com animação. Atualmente faz charges para a versão online do Observatório da Imprensa e para publicações empresariais. Em 2005, Spacca recebeu o primeiro prêmio de charge no Salão Internacional de Humor de Piracicaba