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Wave Magazine is an ethnocultural publication rooted in Ontario, operating with a lean structure sans formal employees. Rather, we foster dynamic collaborations with associated professionals who contribute either pro-bono or as freelancers, project by project.
WAVE MAGAZINE OUTONO DE 2024
5 Mensagem da editora
6 Entrevista com Susana Vieira: Sucesso, empoderamento e jovialidade marcam a trajetória da estrela brasileira
15 Outubro: Mês da Herança Latino-Americana no Canadá
20 AluCine Latin Film + Media Arts Festival
22 Imigração: Estudantes internacionais que chegaram durante a pandemia enfrentam mudanças na política
24 Latinidade Baiana: Por afeto, memória e renda, cozinheiras de Salvador comercializam comida baiana em Ontário
27 Desmistificando o bilinguismo
30 Crônica: A placa
32 Novo no Canadá? Atenção às fraudes
34 Receitas: Moqueca mista de peixe e camarão e Cocada baiana
36 Marketplace
Mensagem da editora
Por Teresa Botelho, Toronto
Nossa
matéria de capa traz uma entrevista com Susana Vieira, uma das maiores atrizes brasileiras que, aos 82 anos, continua esbanjando jovialidade, beleza, energia e alegria de viver.
No mês de outubro, o Canadá celebra oficialmente o Mês da Herança Latino-Americana. Saiba mais sobre os espaços latino-canadenses em Toronto e fique por dentro do aluCine Latin Film + Media Arts Festival 2024.
A pauta de imigração foca nos estudantes internacionais que chegaram durante a pandemia. Agora, enfrentam desafios e restrições crescentes, deixando muitos com incertezas quanto ao futuro.
Conheça a latinidade baiana em Ontário. Por afeto, memória e renda, cozinheiras de Salvador comercializam a deliciosa comida baiana em Ontário.
Nos anos 70 e 80, os primeiros estudiosos do bilinguismo diziam que aprender dois ou mais idiomas prejudicaria o desenvolvimento cognitivo das crianças. Leia a matéria: Desmistificando o bilinguismo.
Nesta edição, Alecsandra Maciel compartilha uma crônica com reflexões sobre a maternidade: A placa.
Para quem é novo no Canadá, vale um alerta: atenção às fraudes. Você tem duas vezes mais chances de se tornar uma vítima.
Receita da edição? Trazemos duas receitas bem brasileiras. Prato principal: Moqueca mista de peixe e camarão. Sobremesa: Cocada baiana. Aproveite!
SusanaVieira
Sucesso, empoderamento e jovialidade marcam a trajetória da estrela brasileira
Por Alethéa Mantovani, São Paulo
Fotos Vinicius Mochizuki
Elacompletou 82 anos em agosto deste ano, mas a sua idade é apenas um número. Susana Vieira, uma das maiores atrizes brasileiras, continua esbanjando jovialidade, beleza, energia e alegria de viver. Em um bate-papo descontraído com a Wave, ela compartilhou um pouco da sua trajetória, falou sobre a TV atual e muito mais...
Um ícone da TV brasileira, do teatro e, mais recentemente, das redes sociais, Susana acumula quase 5 milhões de seguidores só no Instagram. Dona de uma personalidade forte e repleta de opinião, ela é um exemplo de empoderamento feminino, desde uma época em que as mulheres eram menos expostas ou viviam à sombra dos seus maridos.
Segundo a artista, essa postura à frente do seu tempo foi influenciada pelos exemplos que ela teve em casa. “A mulher empoderada e forte que eu sou vem da minha mãe, que trabalhava fora, e do meu pai, sempre muito exigente, com disciplina e ética em tudo” – afirma.
Susana Vieira (Foto: Vinicius Mochizuki)
Dona de uma personalidade forte e repleta de opinião, ela é um exemplo de empoderamento feminino
"Eu não demonstro ter muita jovialidade, eu SOU a jovialidade (risos)."
Quando questionada sobre ser um ícone da TV brasileira, Susana atribui isso ao trabalho árduo, à positividade e à disciplina. Ela admite que precisou abrir mão da vida pessoal em muitas ocasiões devido à carreira, mas acredita que valeu a pena.
Em relação à vida pessoal, ela foi casada com o ator Régis Cardoso, com quem teve seu filho Rodrigo. Casou-se também outras duas vezes e, atualmente, diz estar feliz sozinha, pois acredita que a sua liberdade não deve ser trocada por um relacionamento.
A atriz compartilhou ainda as suas opiniões sobre a TV brasileira atual, os novos talentos, e contou o que faz para se manter bonita, saudável e com muita vitalidade. Confira!
ENTREVISTA COM SUSANA VIEIRA
1. WAVE MAGAZINE – Como é para você ser um ícone da TV ao longo de tantos anos de carreira? O que você fez para se manter na telinha sempre com muita presença, destaque e sucesso?
SUSANA VIEIRA – Eu só posso estar muito feliz em ser um ícone da TV e por ter me mantido na telinha com muita presença. Isso é resultado de muito trabalho e de muito positivismo em cada um deles, além de muita disciplina, não negando as oportunidades no teatro, no cinema e na televisão, tudo ao mesmo tempo. Eu abri mão da minha vida pessoal várias vezes por causa da profissão. Mas, eu só posso me orgulhar muito de mim, de toda a minha trajetória e de todas as minhas conquistas.
2. WAVE MAGAZINE – Você vem sendo um exemplo para as mulheres desde uma época onde muitas se escondiam atrás dos maridos e não podiam expor os seus talentos ou exercer profissões. De onde vem essa mulher empoderada e forte? Você sofreu preconceito nessa trajetória?
SUSANA VIEIRA – Há 80 anos, quando eu nasci, a minha mãe já trabalhava fora. A mulher empoderada e forte que sou vem dos exemplos que eu tinha em casa: da minha mãe, que trabalhava fora, e do meu pai, sempre muito exi-
Susana Vieira. (Foto: Vinicius Mochizuki)
gente, com muita disciplina e muita ética com todos, além de ser muito culto. Então, esse empoderamento vem da minha família.
Eu devo ter sofrido preconceitos durante a minha trajetória, mas não me lembro de nada que tenha me chocado ou me feito parar. Eu continuei e continuo até hoje, abrindo portas.
3. WAVE MAGAZINE – Qual a sua opinião sobre a programação atual da TV brasileira?
SUSANA VIEIRA – Eu sinto que a Televisão hoje conversa com outro público, diferente de outros tempos. Novos tempos pedem novas abordagens e a programação tem se adaptado a aten-
der o público de hoje. Mas, a impressão que eu tenho é de que está tudo acelerado demais. Aceleraram as falas, os personagens, as histórias, a vida... E a vida é muito boa para se acelerar.
4. WAVE MAGAZINE – Quem são os talentos que permanecem hoje na TV? O que eles precisam ter para não perderem o sucesso rapidamente e caírem no esquecimento?
SUSANA VIEIRA – Eu acho que todas as pessoas que fizeram uma carreira de 30, 40 anos, permanecem na memória do público. O brasileiro foi induzido a ver e a gostar de novela e todos os atores consagrados pelo público brasileiro estão aí. Muitos deles sem fazer trabalho
"(...) a vida é muito boa para se acelerar."
Susana Vieira. (Foto: Vinicius Mochizuki)
Desejamos a todos um Feliz Dia de Ação Graçasde
nenhum, o que é uma pena, mas vivos na memória de todo o Brasil. Não perder o sucesso vai da cabeça de cada um, além de não se deixar levar pelo desânimo, esquecimento ou mágoa. Isso não leva a lugar nenhum.
5. WAVE MAGAZINE – Você demonstra ter muita jovialidade e beleza aos 82 anos. Quais são os seus segredos? Tem algum cuidado especial?
SUSANA VIEIRA – Eu não demonstro ter muita jovialidade, eu SOU a jovialidade (risos). A vitalidade você tem ou não tem. Os meus 82 anos estão na carteira, pois eu continuo sem saber que idade tenho, pois tenho mesmo é muita vontade de viver. Eu tenho nos meus cuidados os melhores médicos do Rio de Janeiro e compro os melhores cremes do mercado. Essas são as duas coisas que eu invisto mesmo. Eu tenho um cuidado imenso com a minha pele. E dieta? Eu não consigo fazer (risos), pois adoro pão e massas. O meu médico vive pedindo para eu parar com os
carboidratos e eu não consigo. E claro, dormir bem, pois isso me refaz
6. WAVE MAGAZINE – Você pensa em se casar novamente? Como está o seu coração, aberto a novos relacionamentos?
SUSANA VIEIRA – A verdade é que eu nunca estive aberta a casamentos depois que o meu casamento na Igreja, com todo o protocolo, terminou. Eu sempre tive namorados, amantes e ficadas. E, acredito que é possível viver algo em qualquer idade, basta ter afinidades da vida, o mesmo olhar para o mundo. Ultimamente, eu estou feliz sozinha, na minha casa, pois acredito que a minha liberdade não deve ser trocada por um casamento. O que me faz feliz é o meu trabalho, o meu empenho, a curiosidade e os prazeres.
7. WAVE MAGAZINE – Como está a sua saúde? Quais são os cuidados que você tem para se manter saudável?
SUSANA VIEIRA – A minha saúde, de-
FELIZ
DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS
"Eu fico feliz quando acordo e estou viva."
pois de todos os sustos que eu passei, está estável e controlada, sob cuidados médicos. Mas, eu continuo com a mesma alegria de viver e com o mesmo empenho em fazer os meus trabalhos. Eu faço atividades físicas três vezes na semana, faço musculação, pois dizem que os músculos põem o cérebro atuando. Eu gosto muito de dançar em discoteca, por isso tenho saído muito pouco no Brasil e, uma vez por ano, eu vou para Miami na casa do meu filho, onde saio para dançar. Eu acho uma maneira ótima de manter a minha saúde em dia.
8. WAVE MAGAZINE – O que te faz feliz atualmente?
SUSANA VIEIRA – Os meus cachorros me fazem feliz. Estar viva me deixa feliz. Eu fico contente quando acordo e estou viva. E quem me acorda? A Ester, minha cachorrinha. Aí eu me sinto feliz.
Susana Vieira. (Foto: Vinicius Mochizuki)
Outubro
Mês da Herança Latino-Americana no Canadá
Por Teresa Botelho, Toronto
Em outubro, o Canadá celebra oficialmente o Mês da Herança Latino-Americana, uma data instituída em 2018 para reconhecer as contribuições dessas comunidades ao país. O foco da celebração é destacar as expressões culturais, sociais e políticas desse grupo diverso, que inclui imigrantes de países como México, Colômbia, El Salvador, Peru, Nicaragua, Chile, Argentina e Brasil, entre muitos outros. Ao longo dos anos, essas comunidades têm enriquecido o espectro multicultural canadense, especialmente em grandes centros urbanos como Toronto, Vancouver e Montreal.
A imigração latino-americana no Canadá cresceu significativamente nas últimas décadas. De acordo com o censo de 2021, mais de 447.000 pessoas se identificavam como latino-americanas no país. Essas comunidades chegaram ao Canadá por diversos motivos, desde a busca por melhores oportunidades econômicas até a fuga de instabilidades políticas ou preconceitos em seus
países de origem. Uma vez estabelecidos, os latino-americanos passaram a contribuir para a vida econômica e cultural canadense, criando uma presença forte e influente. A cidade de Toronto é um bom exemplo, abrigando uma grande diversidade de lojas, restaurantes e espaços culturais que refletem as culturas próprias dos diferentes países.
Kensington Market, Toronto
As ruas do Kensington Market são conhecidas por sua atmosfera descontraída, com artistas, estudantes, turistas e pessoas mais carentes compartilhando um mesmo espaço. Apesar de ser uma área relativamente pequena, no coração de Toronto, a concentração de lojas, restaurantes e mercados latinos é bem grande. O Perola's Supermarket, localizado na 247 Augusta Ave., é um bom exemplo. A loja foi fundada em 1964 por Don Manuel Freitas e Sid Freitas, pai e filho. Eles introduziram produtos latino-americanos em
“Quando abri o restaurante La Bella Managua em 2005, a comida nicaraguense era quase desconhecida em Toronto”
—Jesus Morales
Toronto, sendo a primeira loja latino-americana no Canadá. Tem o slogan: "Se não tivermos, ninguém tem."
Para quem gosta de comida mexicana, vale a pena uma visita a um desses restaurantes: Seven Lives Tacos y Mariscos, El Trompo Taco Bar & Cactus Grill, Pancho Y Emiliano e Jumbo Empanadas. Prefere a culinária peruana? Experimente o restaurante Latin Taste. Todos esses estão no Kensigton Market.
St. Clair West, Toronto
Historicamente associada à comunidade italiana, essa rua se transformou em um polo de cultura latina ao longo dos anos, abrigando com eventos culturais, mercados e restaurantes: o El Eden Ecuatoriano, #1088, é popular e bem recomendado. O La Tienda Latina, #1165, tem culinária do México, Costa Rica e Colômbia, entre outros. O pequeno Latin World, #1028, com especialidade mexicana, não deixa por menos. Comida brasileira? O Rio 40 Graus, #1256, é parada obrigatória.
Little Portugal, Toronto
Embora de raízes portuguesas, essa área também se tornou um destino popular para latino-americanos, criando uma interessante fusão de culturas, incluindo a culinária brasileira. Vale checar o Tapioca Toronto, na 1250 College, e a Casa Tropical, na 774 College.
A
história do Chef Jesus Morales
Ele chegou ao Canadá aos 23 anos, sozinho, mas com um sonho no coração. Jesus Morales trabalhou longas e exaustivas horas, sem nunca perder de vista seu objetivo: ter o próprio restaurante. Depois de anos de muito esforço, ele finalmente realizou esse sonho.
“Quando abri o La Bella Managua em 2005, a comida nicaraguense era quase desconhecida em Toronto”, lembra Jesus. “Nossa culinária se inspira em estilos latino-americanos, mas acrescenta toques únicos a sabores familiares.”
Morales prepara pratos com raízes indígenas, como bananas-da-terra salteadas e carne de porco marinada e frita, servidas sobre mandioca cozida. O
Jesus Morales. (Foto: divulgação)
gallo pinto, a versão nicaraguense do arroz com feijão, é uma mistura com tons de vermelho e preto, enquanto tacos, quesadillas e o picante molho de habanero trazem o toque centro-americano.
Mas não foi fácil. “As pessoas queriam o que já conheciam”, ele conta. Aos poucos, cliente por cliente, a palavra se espalhou. Primeiro, os nicaraguenses trouxeram seus amigos latino -americanos, e depois os canadenses vieram experimentar algo novo.
“Me enche de orgulho representar a cultura e a culinária do meu país”, diz Jesus. Em uma cidade onde a Nicarágua nem sequer tem um escritório diplomático, seu restaurante se tornou um embaixador culinário de sua amada terra natal.
"Bem-vindos ao La Bella Managua!". Fica na 872 Bloor St. West, bem pertinho da Ossington Ave.
Espaços culturais latino-canadenses
em Toronto
Lula Lounge: se destaca como um dos principais locais para dança e música ao vivo, especialmente salsa, bachata e outros ritmos latinos. É um ponto de encontro para quem deseja mergulhar na cultura latina.
Casa Maiz: é uma organização sem fins lucrativos que oferece uma série de atividades culturais, desde aulas de dança e música até exposições de arte, além de suporte a imigrantes.
Latin American Art Projects (LAAP), uma galeria dedicada a promover artistas latino-americanos e sua arte contemporânea.
Evento no restaurante e casa de show Lula Lounge. (Foto: divulgação)
aluCine Latin Film + Media Arts Festival Cultura Latino-canadense
Por Redação Wave, Toronto
Pormais de duas décadas, o aluCine Latin Film + Media Arts Festival tem sido uma plataforma para filmes de artistas latino-americanos que vivem no Canadá e no exterior. Tudo começou em novembro de 1993, quando um grupo de cineastas e criadores de vídeos latino-americanos realizaram a primeira conferência Cruzando Fronteras em Toronto, reunindo 39 artistas. Como parte deste evento, foi apresentada ao público uma seleção curada de mais de 30 filmes e vídeos independentes, destacando o talento e a criatividade dos cineastas latino-americanos.
Essa conferência inicial estabeleceu a comunicação entre uma rede nacional de participantes, ansiosos para descobrir o trabalho uns dos outros. Foi revelador descobrir a diversidade temática dos filmes produzidos por artistas latinos no contexto da cultura canadense, com obras que abordavam questões de raça, orientação sexual, gênero, política e muito mais.
Desde o seu início, o aluCine tem ajudado a conectar cineastas latino-americanos que vivem na América Latina e aqueles que residem no Canadá. O
aluCine tem promovido performances, instalações de novas mídias, simpósios, painéis de discussão e conversas com artistas visitantes desde 2002.
Sendo o festival de cinema latino mais antigo do Canadá, o aluCine continua a defender a diversidade encontrada nas obras de artistas latino-canadenses e da diáspora latina em geral. O festival cria um espaço onde as sensibilidades estéticas e culturais do Norte e do Sul convergem, enriquecendo e ampliando o entendimento do que significa ser latino, tanto no Canadá quanto globalmente.
O aluCine é dedicado a preservar a vibrante cultura dos curtas-metragens latinos, seja na ficção, documentário, animação ou formas artísticas experimentais. Ampliando seu escopo, o aluCine começou a exibir filmes independentes de longa-metragem de artistas latinos em 2010, fortalecendo ainda mais seu papel como uma voz essencial para cineastas, cujas obras poderiam passar despercebidas.
Para esse ano, o 24º Festival Latino de Cinema e Artes de Mídia aluCine terá como foco a gastronomia latina.
Todos os filmes terão legendas em inglês.
O 24º Festival Latino de Cinema e Artes de Mídia aluCine será realizado de 16 a 19 de outubro de 2024.
VIRTUAL DELIGHTS
O festival online será realizado de 20 de outubro a 4 de novembro de 2024
LOCAL: SPADINA THEATRE
24 SPADINA ROAD, TORONTO M5R 2S7
Este ano, o festival tem como tema: Filmes de dar água na boca! Durante quatro dias, o evento oferece a fusão do cinema independente, comida e cultura latino-americana. Além de filmes sobre culinária, o festival também aborda questões ligadas aos sistemas agroalimentares, como segurança alimentar, dietas saudáveis, agricultura sustentável, perdas na cadeia de suprimentos, desperdício de alimentos, embalagens ecológicas e o impacto socioeconômico do setor agroalimentar. O público terá acesso a debates instigantes e apresentações de especialistas da área.
Imigração Estudantes internacionais que chegaram durante a pandemia enfrentam mudanças na política
Por Hue Pham, LJI*
Estudantes
internacionais no Canadá, antes vistos como uma parte crucial da recuperação econômica do país após a pandemia de COVID-19, agora enfrentam desafios e restrições crescentes, deixando muitas incertezas sobre seus futuros.
Niki, uma estudante de animação 3D, chegou ao Canadá em janeiro de 2020, pouco antes do início da pandemia. Em 2021, o governo federal anunciou um caminho para a residência permanente para 40.000 graduados internacionais, apresentando isso como parte do plano de recuperação do país. Empresas, incluindo a Câmara de Comércio do Canadá, apoiaram essa iniciativa, considerando-a uma solução de longo prazo. Leah Nord, diretora sênior da Câmara, descreveu a medida como um passo vital para uma recuperação inclusiva.
No entanto, a experiência de Niki no Canadá tem sido marcada por desafios significativos. Primeiro, a pandemia limitou sua capacidade de criar uma rede de contatos na indústria do
entretenimento, que depende de colaboração presencial. Ela teve dificuldade em estabelecer conexões além de seus colegas de classe devido aos lockdowns, perdendo oportunidades valiosas de relacionamento no setor.
Depois de se formar em janeiro de 2022, Niki conseguiu um visto de trabalho, mas encontrou somente empregos precários de contrato e freelance. A situação piorou com a greve do Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA), em 2023, que paralisou muitos projetos de animação. Além disso, o rápido avanço da tecnologia de inteligência artificial (IA) reduziu a demanda por animadores humanos, aumentando ainda mais a incerteza em relação às suas perspectivas de carreira.
Os dados mostram que o número de estudantes internacionais permaneceu alto, com mais de 400.000 novos alunos chegando em 2021-2022. No entanto, em 2024, o Canadá limitou as permissões de estudantes internacionais a 360.000, introduzindo requisitos
O Ministro da Imigração Marc Miller durante uma coletiva de imprensa em Ottawa, em outubro de 2024, quando o governo anuncia novas restrições aos estudantes internacionais. (Foto de Adrian Wyld /The Canadian Press)
financeiros mais rígidos. O Ministro da Imigração, Marc Miller, enfatizou que o sistema havia se tornado tão lucrativo que estava vulnerável a abusos, justificando as novas medidas.
Niki, como muitos outros, agora enfrenta uma realidade mais difícil. A exigência financeira para que os estudantes comprovem que podem se sustentar mais do que dobrou, passando para $20.635. Ela teve que aceitar trabalhos fora de sua formação profissional para sobreviver. Com a experiência limitada de trabalho em sua área devido à pandemia e às interrupções na indústria, não tem certeza se seu visto de trabalho será renovado em 2025.
A residência permanente está fora de seu alcance como trabalhadora freelance, pois ela não atende ao requisito
mínimo de horas. Mesmo alguns colegas que cumpriram todos os critérios tiveram suas solicitações negadas. Niki planeja renovar seu visto de trabalho, mas teme que possa ser forçada a voltar para seu país de origem, como alguns de seus colegas já fizeram.
Por enquanto, ela está focada em sobreviver, em vez de construir uma base para o futuro. "Ter uma família ou comprar uma casa está fora de questão", diz ela, destacando as perspectivas sombrias que muitos estudantes internacionais no Canadá enfrentam nos dias de hoje.
(*) Tradução e adaptação de conteúdo publicado originalmente no New Canadian Media, sob licença do programa LJI.
Latinidade Baiana
Por afeto, memória e renda, cozinheiras de Salvador
comercializam comida baiana em Ontário
Por Saulo Miguez, Toronto
Emmeio à diversidade cultural de Toronto, encontramos um pedacinho da Bahia. Para além dos soteropolitanos que vivem em solo canadense, a primeira capital do Brasil está presente através da sua característica e cobiçada culinária.
Na terra do poutine, o acarajé tem conquistado espaço na rotina gastronômica dos saudosos baianos e curiosos nativos e imigrantes de outras nações, que ousam se aventurar nas delícias do dendê.
Natural de Salvador, a cozinheira Nilza de Sousa começou a sua história com o Canadá em 2010, através do intercâmbio das filhas na cidade de Vancouver. Após o casamento de uma delas com um canadense, Nilza passou a visitar o país com frequência e, desde 2020, reside por aqui.
Filha de uma baiana de acarajé que comercializava os quitutes no Porto da Barra, um dos principais pontos turísticos de Salvador, Nilza desde muito cedo aprendeu a preparar pratos típicos. Em Toronto, voltou a cozi-
Acarajé (Foto divulgação @nilzita_gourmet)
nhar para atender pedidos de amigos e familiares que sentiam saudade do tempero da Bahia. “O pessoal me pediu e eu comecei a fazer. A minha filha divulgou, as pessoas comeram, gostaram e assim começou”, conta.
Além do acarajé, abará e do caruru completo, da sua cozinha saem moquecas, bolos, pãozinho delícia e outras maravilhas gastronômicas que fazem a alegria não só dos baianos.
“Não estou querendo me botar lá em cima não, mas os baianos que comem gostam e os canadenses também”. Mais informações sobre o menu de Nilza podem ser acessadas no perfil do Instagram @nilzita_gourmet.
Nerd e cozinheira
Desde 2018 vivendo em Toronto, Juliana Abreu Lima relembra que a paixão pelos estudos a fez convencer uma tia a se mudar para o Canadá e, em seguida, acolhê-la. “Eu era muito nerd na escola e, quando estudei a geografia do Canadá, fiquei apaixonada e convenci a minha tia que pretendia morar nos EUA a mudar para cá”. Em 2009, Juliana, que também é natural de Salvador e cresceu entre os bairros da Graça, Bonocô e São Cristóvão, veio para o Canadá pela primeira vez, ficando até 2012, quando retornou ao Brasil. Seu regresso à América do Norte se deu seis anos depois.
Na terra do poutine , o acarajé tem conquistado
espaço na rotina gastronômica dos
moradores
de Toronto
Além de sabor, sua relação com a culinária baiana é recheada de afeto, respeito e identidade. Ela reconhece a origem africana do acarajé e o valor histórico desse quitute enquanto alimento de libertação. Ela conta que na época do Brasil Colônia, o bolinho era comercializado pelas mulheres negras libertas com o objetivo de comprar a alforria e libertar outros negros escravizados.
“O acarajé entra nesse lugar de me reinventar como pessoa e vejo que esse prato típico da Bahia pode abrir um caminho para, no futuro, me levar a ter uma vida mais tranquila aqui no Canadá”, disse. Atualmente, uma vez por mês, Juliana fornece acarajé para a Padaria Toronto. Ela divulga informações sobre os produtos no Instagram @acarajutoronto, onde também compartilha conteúdos sobre a história da África e suas curiosidades. Hoje, tanto Juliana quanto Nilza não têm a culinária como atividade econômica principal. No entanto, am-
Porção de abará (Foto divulgação @nilzita_gourmet)
bas vislumbram em breve poder viver da cozinha e, quem sabe até, gerar emprego e renda para outras pessoas. “Às vezes eu não tenho como pegar mais pedidos. É complicado, mas vou me organizar para ter pessoas me ajudando e atender a demanda”, disse Nilza.
Ingredientes Baianos
Apesar de atualmente ser mais fácil encontrar feijão fradinho, dendê e outros ingredientes necessários às preparações, nem sempre foi assim. Nilza relembra que chegou a recorrer à Amazon para ter em mãos o dendê que hoje está disponível nos mercados africanos. Quiabo, camarão seco, castanha, amendoim e outras especia-
rias, felizmente, podem ser comprados em lojas de produtos brasileiros e de outras nações que dialogam com a culinária do país da América Latina.
Isso é acará?
Entre as curiosidades envolvendo a culinária baiana em Toronto, Juliana relembra que certa vez teve uma encomenda extraviada. Ao despachar o pacote com os acarajés, o entregador, que era nigeriano, reconheceu pelo cheiro o que tinha nas mãos. “Isso é acará?”, perguntou para confirmar a suspeita. Diante da resposta afirmativa, não deu outra: o pacote nunca chegou ao destinatário, mas certamente alegrou o dia de alguém.
Porção de acarajé (Foto divulgação @acarajutoronto)
Desmistificando o bilinguismo
Por Alecsandra Maciel, Toronto
Nosidos dos anos 70 e 80, os primeiros estudiosos linguistas do bilinguismo costumavam dizer que aprender dois ou mais idiomas prejudicaria o desenvolvimento cognitivo das crianças. Com o passar do tempo, e com a aplicação de vários testes e estudos voltados para o
Hello!
tema, foi constatado que a experiência do bilinguismo na infância tem impactos positivos no cérebro e aumenta as capacidades cognitivas ligadas à atenção, à memória, ao raciocínio lógico e à criatividade.
Os tabus antigos caíram por terra e ficou comprovado que o bilinguismo traz uma série de benefícios indiscutíveis. A criança passa a construir dois mundos semânticos no cérebro ao mesmo tempo.
Claro, que é inevitável os pais e cuidadores se depararem com situações inusitadas ao ouvir frases do tipo:
1. Metade das palavras em um idioma e metade em outro. Ex: "Look" ali! Estão construindo uma "library" na nossa rua.
2. Tradução literal do inglês para o português. Ex: Vou "salvar" esta pizza para a janta de amanhã. — O verbo “to save” em inglês pode significar “guardar”.
3. Adaptar ao português estruturas de frases em inglês. Ex: Mãe, você "me dirige" para a escola hoje? — Mom, would you drive me to school today?
Imagem ilustrativa. (Composição AI OpenArt por Teresa Botelho)
Estes são apenas alguns exemplos. Mas, eu poderia citar aqui outras inúmeras “pérolas” dessa natureza que, enquanto mãe e professora, escuto comumente no meu dia a dia.
Estudos apontam que estas trocas de códigos linguísticos é muito comum e deve ser vista como algo normal e esperado no processo bilingue. Afinal de contas, o vocabulário da criança bilíngue é muito maior do que o de alguém que fala apenas um idioma. E não há absolutamente nada de errado nisso. Aos pais e cuidadores, cabe ensinar com carinho e leveza quando achar apropriado. Hoje em dia, nas mídias sociais, podemos encontrar vários perfis de pais que compartilham momentos e reflexões sobre crianças bilíngues e até poliglotas.
Para os brasileiros que têm a oportunidade de imigrar ao Canadá por exemplo, além da língua inglesa, muitos optam em matricular os filhos em escolas de imersão na língua francesa ou, até mesmo, em escolas regulares que oferecem aulas de francês no
Todo idioma é destrinchado em 4 habilidades principais: escuta, fala, escrita e leitura
seu currículo básico. Levando em consideração o valor das aulas de língua estrangeira no Brasil, isto é um privilégio que devemos ter em mente. Afinal de contas, em rodas de conversas da nossa comunidade, um dos principais motivos que os fizeram emigrar é exatamente a oportunidade de oferecer uma melhor educação aos filhos.
Além de tudo isso, as crianças bilíngues de hoje serão os adultos bilíngues e poliglotas de amanhã com maiores possibilidades de imersão no merca-
Happy Thanksgiving
do de trabalho, uma visão de mundo mais voltada aos respeitos pelas diferenças e um entendimento mais amplo sobre as diferentes culturas.
Mas como podemos dar uma forcinha no desenvolvimento linguístico das nossas crianças? Todo idioma é destrinchado em 4 habilidades principais: escuta, fala, escrita e leitura. Estimule a leitura em casa na nossa língua de herança (o português), através de livros, contos e folclore brasileiro. Estimule também com livros em inglês ou francês. Pratique também a escrita. Ainda há algumas poucas iniciativas na cidade de Toronto com aulas de português que focam na escrita e na leitura. Jogos educativos são uma boa pedida. Tragam alguns quando em viagens ao Brasil.
Nossos filhos bilíngues de hoje serão cidadãos do mundo amanhã. O futuro chega num piscar de olhos. Que eles sejam capazes de atuar com competência, confiança e responsabilidade no mundo em que vivem, pois o ensino precoce de outras línguas tem papel preponderante na construção de cidadãos críticos, autônomos e participantes.
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A placa Crônica
Por Alecsandra Maciel, Toronto
Sempre
que minha mãe vem me visitar aqui em Toronto, ela me pede para levá-la para Chinatown. Gosta de caminhar por lá, ver as novidades e escolher alguns souvenirs para os amigos do Brasil.
Em uma das lojinhas na qual entramos, me deparei com umas plaquinhas bem legais. Duas delas me chamaram a atenção em especial. Em uma estava escrito “#1 world’s Best Mom” e na outra tinha “#1 world’s Best Dad”. Como se aproximava o aniversário do meu ex-marido, pai dos meus filhos, não hesitei em pegar a plaquinha do pai para as crianças o presentearem. Em nenhum momento questionei a mensagem da placa. Já fui rapidamente pegando uma e colocando na minha cestinha.
Nesse momento, olhei para a placa da ‘mãe’. Dei uma pausa. Hesitei e em fração de segundos, minha mente foi bombardeada por milhões de questionamentos. Devo comprar esta placa para mim mesma? Que estranho! Geralmente essas plaquinhas são dadas como presente. Meus filhos comprariam esta placa para mim? Mas ela fala que é para a melhor mãe? Eu sou a melhor mãe do mundo? Acho que não vou comprar não… Ah, que bobagem! Alecsandra, tá com vontade de comprar, então compra. Será? Compro ou não compro?
Um turbilhão de pensamentos e diferentes emoções me tomaram naqueles longos minutos em que fiquei na loja. Enquanto divagava sobre o assunto, caminhei pelos corredores e fingi estar olhando outros produtos. Devo ou não devo comprar? Sou merecedora desta placa? Quantos questionamentos morais por causa de uma mera plaquinha decorativa de $4,59! “Moço, vou levar as duas placas”, falei em inglês claro.
Faço o melhor que posso pelos meus filhos todos os dias. Amo ser mãe com todas as suas dores e delícias. Eu mereço sim esta placa. E não é falsa modéstia, é autoreconhecimento, é amor-próprio, é senso de sobrevivência, é estar bem com minhas escolhas. Eu sou a melhor mãe do meu mundo, da minha casa, das minhas possibilidades.
Mas fica a reflexão: por que hesitei tanto em comprar a tal placa para mim? Por que não hesitei em comprar a placa para o pai? Por que nós mães/mulheres temos tanta dificuldade de acolher o conceito de merecimento? Por que temos a sensação de sempre estar devendo algo na maternidade? Como se a nossa conta nunca pudesse ser fechada. Uma culpa sem fim que nos segue constantemente, independente do que façamos.
Paro. Respiro. Reflito no sentido de reconhecer que faço o meu melhor com as ferramentas que me são dadas a cada dia. Há dias que o meu melhor é 80%; outros, 30%; outros, 0%; e outros, 100%. E tá tudo bem!
Vamos nos acolher mais. Vamos nos abraçar mais, em um exercício de termos paz interior. É um exercício diário para mim, que por sinal comparo com uma atividade física, pois exige igual esforço. “Empatia” é um conceito tão debatido no momento, mas que tal termos empatia por nós mesmas? Abrace a mulher e a mãe que você é.
Novo noCanadá?
Atenção às fraudes
Cuidado, você tem duas vezes mais chances de se tornar uma vítima de fraude, revela pesquisa
Por Keegan Kozolanka e Makhabbat Aitekenova, LJI*
Recém-chegados ao Canadá são duas vezes mais propensos a serem vítimas de fraudes do que outros residentes, segundo a Pesquisa de Fraudes de 2024 do Scotiabank. Aproximadamente 38% dos recém-chegados afirmam ter sido alvo de golpes, em comparação com 17% dos canadenses em geral. As fraudes mais comuns entre os recém-chegados envolvem golpes em mídias sociais (49%), emprego (46%) e imigração (22%).
Em 2023, os canadenses perderam US$ 567 milhões devido a fraudes, US$ 37 milhões a mais que em 2022, conforme o Canadian Anti-Fraud Centre (CAFC). Os principais tipos de fraude relatados foram de identidade, serviços e phishing, todos com o objetivo de obter dinheiro ou informações confidenciais. As fraudes com maior impacto financeiro incluíram golpes de investimento, spear phishing e golpes românticos. No total, o CAFC recebeu 116.403 denúncias no último ano, que afetaram 41.873 vítimas.
Medidas de Prevenção
Tammy McKinnon, vice-presidente sênior de gerenciamento de fraudes no Scotiabank, oferece dicas sobre como evitar fraudes. Ela destaca a importância de verificar a legitimidade de comunicações não solicitadas, especialmente aquelas que pedem pagamento ou dados pessoais. McKinnon recomenda desligar e ligar de volta para a empresa usando um número oficial, além de monitorar regularmente contas bancárias para identificar atividades suspeitas rapidamente. Ela também alerta contra o compartilhamento de senhas únicas fornecidas por bancos para autenticação de dois fatores. Segundo McKinnon, se alguém solicitar essa senha, é um sinal claro de fraude, e a pessoa deve desligar e contatar diretamente a instituição bancária.
Tammy McKinnon, vice-presidente sênior de gestão global de fraudes do Scotiabank. (Foto cedida)
Iniciativas Locais de Prevenção
Abordagens localizadas para combater fraudes estão ganhando relevância. O Crime Stoppers Guelph Wellington (CSGW), organização sem fins lucrativos que promove a conscientização sobre crimes no sudoeste de Ontário, oferece palestras educacionais, chamadas "Fraud Talks", para alertar a comunidade sobre as táticas de fraudadores.
Sarah Bowers-Peter, coordenadora do CSGW, reconhece que, embora fraudes possam afetar qualquer pessoa, os recémchegados são especialmente vulneráveis. Ela compartilha o caso de um jovem que foi vítima de um golpe envolvendo a compra de um veículo. O jovem economizou por meses, mas acabou sendo enganado e perdeu seu dinheiro. Bowers-Peter destaca que, nessas situações, as vítimas podem se sentir culpadas ou envergonhadas, quando na verdade são exploradas.
Para ajudar a superar barreiras linguísticas, o CSGW, em parceria com o Immigrant Services Guelph Wellington, começou a realizar suas palestras em outros idiomas além do inglês, incluindo espanhol, vietnamita e mandarim, com planos para expandir para árabe e tigrínia. Essas ações visam proteger melhor os recém-chegados, que muitas vezes desconhecem os riscos e os sinais de alerta de fraudes em seu novo ambiente.
(*) Matéria publicada originalmente no New Canadian Media, sob licença do programa LJI. Tradução e adaptação por Teresa Botelho.
Se você se deparar com uma situação de fraude no Canadá, siga estes passos:
1. Pare o contato: Interrompa toda comunicação com o fraudador e não envie dinheiro ou informações pessoais.
2. Denuncie:
- Centro Canadense Antifraude (CAFC): Relate a fraude online ou ligue para 1-888-495-8501.
- Polícia local: Registre um boletim de ocorrência se necessário.
3. Informe seu banco ou empresa de cartão de crédito: Se você forneceu informações financeiras, entre em contato imediatamente com seu banco para bloquear contas ou transações e monitorar sua conta.
4. Proteja sua identidade:
- Informe fraudes de identidade ao Equifax Canada e TransUnion Canada.
- Solicite um alerta ou congelamento de crédito para impedir mais fraudes.
5. Monitore suas contas: Revise regularmente suas contas bancárias e de crédito para detectar atividades suspeitas.
6. Eduque-se sobre fraudes: Visite o site do CAFC ou do Bureau de Melhores Negócios (BBB) para saber identificar golpes futuros e proteger-se.
7. Avise outros: Compartilhe sua experiência com amigos e familiares para alertá-los e evitar que também sejam vítimas.
Moqueca mista: Peixe e camarão
Ingredientes
400 g de badejo ou vermelho
400 g de camarão fresco
3 tomates grandes picados
2 cebolas grandes picadas
1 pimentão grande picado
1 molho pequeno de coentro suco de 1 limão
600ml de leite de coco
3 colheres de sopa de azeite de oliva
2 colheres de sopa de azeite de dendê
4 dentes de alho
1 colher de sopa de sal
Modo de Preparo
• Pique e machuque os temperos, adicione o suco de limão e divida em duas partes.
• Coloque em um panela o peixe com uma parte do tempero e o sal, leve ao fogo para refogar por três minutos, sem mexer.
• Em seguida, coloque o leite de coco, mexendo sempre, com cuidado pra não quebrar o peixe.
• Depois, coloque a outra parte do tempero e o camarão, deixando no fogo por mais 15 minutos.
• Antes de retirar do fogo, coloque o azeite de dendê.
• Decore com tomate, cebola, pimentão em rodelas e folhas de coentro. Sirva com arroz e farofa.
Este
prato tradicional da culinária brasileira tem raízes profundas, tanto na cultura indígena, quanto nas influências africanas e portuguesas. Sua origem remonta ao período colonial, quando as populações indígenas já preparavam peixes cozidos em panelas de barro, misturando ingredientes nativos, como ervas e pimentas. Com a chegada dos africanos escravizados ao Brasil, houve a introdução do uso do dendê (palm oil), leite de coco e outrostemperos que enriqueceram o prato, especialmente no litoral da Bahia.
A versão mais conhecida da moqueca, a Moqueca Baiana, leva azeite de dendê e leite de coco, dando ao prato seu sabor característico e textura cremosa. Já no Espírito Santo, a Moqueca Capixaba preserva uma tradição diferente, que usa urucum para dar cor, sem o uso de dendê ou leite de coco, e se destaca por um preparo mais leve. Ambas as versões têm em comum o cozimento do peixe e camarão em fogo baixo, com uma combinação de cebola, tomate, pimentão, coentro e outros temperos, normalmente servidas com arroz e pirão.
Receita de Juliana Abreu Lima
Cocada baiana
Ingredientes
1 Kg de açúcar cristal, refinado, demerara ou mascavo; 1.5 Kg de coco seco ralado natural ou industrializado sem açúcar
Modo de Preparo
• Derreta o açúcar, em fogo médio, até caramelizar (mexendo constantemente com colher de pau), para não queimar.
• Em seguida, adicione o coco, o sal e mexa muito bem, até incorporar totalmente o caramelo ao coco.
• Opcional: adicionar 01 abacaxi grande bem picado ou creme de cinco goiabas processadas e passadas na peneira, junto com o coco.
• Mexa tudo muito bem até apurar.
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Acocada baiana tem origem na culinária africana, trazida para o Brasil pelos escravizados africanos durante o período colonial. O coco, que é o ingrediente principal da cocada, era amplamente utilizado na culinária africana e foi incorporado à gastronomia brasileira, especialmente na Bahia, onde as influências africanas são muito fortes
Na África, já havia receitas feitas com coco e, no Brasil, esse fruto foi combinado de forma adaptada, resultando na cocada como conhecemos hoje. A Bahia, por ser um importante ponto de entrada dos escravizados africanos e um centro de cultura afro-brasileira, tornou-se um dos principais lugares onde a cocada se popularizou.
A Cocada Baiana tradicional é feita de coco ralado e açúcar (receita ao lado), e pode variar em consistência e sabor — algumas são mais cremosas, enquanto outras são mais duras ou caramelizadas. Também há variações, como a cocada branca, a cocada de leite condensado e a cocada com outros ingredientes, como chocolate e frutas.