NOVO CONSERVATÓRIO MUSICAL NO SOBRADO CONDE PRATES
BRENDA CAROLINE FERREIRA
NOVO CONSERVATÓRIO MUSICAL NO SOBRADO CONDE PRATES
Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para obtenção do título de bacharel no curso de Arquitetura e Urbanismo, pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB, sob a orientação da Profª. Msc. Luciana Valim Gonçalves Dias
São João da Boa Vista- SP 2019
BRENDA CAROLINE FERREIRA
NOVO CONSERVATÓRIO MUSICAL NO SOBRADO CONDE PRATES
Msc. Luciana Valin Gonçalves Dias NOME DO ORIENTADOR
ASSINATURA DO ORIENTADOR
NOME DO 1º AVALIADOR
ASSINATURA DO 1º AVALIADOR
NOME DO 2º AVALIADOR
ASSINATURA DO 2º AVALIADOR
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB São João da Boa Vista- SP, 2019
Dedico aos meus pais.
| AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me conceder a oportunidade de já ter chegado tão longe. Aos meus pais Celso e Maria, e a minha irmã Bianca, obrigada por todo apoio, e por serem meus maiores incentivadores na minha busca pelo conhecimento Agradeço ao Roberto, meu companheiro de vida, por todo carinho, dedicação e paciência, principalmente ao longo dos anos de faculdade. Agradeço a Bruna, Gabrielle e Ingrid, amigas que a graduação me deu. Obrigada pela parceria, por dividirem as alegrias e tristezas, e por tornarem essa jornada mais divertida. Deixo aqui um agradecimento mais que especial a minha orientadora Luciana, obrigada por ter comprado essa ideia, por dividir tanto de seu conhecimento comigo, e por se empenhar tanto quanto eu para tornar esse projeto possível. E obrigada a minha família, meus amigos, professores, colegas de faculdade, e todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização desse sonho.
| RESUMO
| ABSTRACT
Dentro do contexto urbano da cidade de Poços de Caldas, duas
Inside of the urban context of the city of Poços de
importantes problemáticas culturais podem ser percebidas; o
Caldas, two important cultural problems can be noticed; the current sp
espaço atual do Conservatório Musical Antônio Ferrúcio Viviani, e o
ace of the Musical Conservatory Antônio Ferrúcio Viviani, and the aban
abandono do patrimônio tombado o sobrado Conde Prates. Sabendo
donment
disso, o trabalho apresentado a seguir propõe uma solução para ambas
Prates. Knowing about that, the work presented to proceed proposes a
as questões. A partir da definição do problema foi desenvolvida uma
solution for both subjects. Starting from the definition of the problem
pesquisa acerca das temáticas principais, sintetizando alguns aspectos
a research was developed concerning the main themes, synthesizing s
teóricos, estudos de caso, e levantamento de dados sobre Poços de
ome theoretical aspects, case studies, and rising of data on Poços de
Caldas, o Conservatório, e o Patrimônio, afim de embasar o
Caldas,
desenvolvimento da proposta. Como resultado final, o projeto sugere
similar of basing the development of the proposal. As final result, the
que o edifício do patrimônio seja requalificado para receber a nova sede
project suggests that the building of the patrimony is requalified to
do Conservatório, resolvendo assim tanto a questão da falta de um
receive the new headquarters of the Conservatory, solving like this so
espaço definitivo para a escola de música, quanto a carência de
much the question of the lack of a definitive space to the music school,
preservação do sobrado.
as the lack of preservation of the remained.
PALAVRA-CHAVE Cultura | Conservatório Musical | Patrimônio
of
the
the
tumbled
patrimony
Conservatory,
and
him
remained
the
KEYWORDS Culture |Music Conservatory | Patrimony
Conde
patrimony,
| SUMÁRIO 1.Introdução ..................................................................... 16 1.1 Justificativa .................................................................. 17 1.2 Objetivos ...................................................................... 18 1.3 Metodologia ................................................................. 19
2.Aspectos Teóricos .......................................................... 21 2.1 Cultura ......................................................................... 22 2.2 Arte ............................................................................. 22 2.3 Patrimônio Cultural ........................................................ 24
3.Estudos de Caso ............................................................. 26 3.1 Casa de Dona Yayá – Centro de Preservação Cultural ... 27 3.1.1 Contexto Histórico ................................................. 29 3.1.2 O Projeto .............................................................. 30 3.1.3 Contexto Atual ...................................................... 31
3.2 Casa da Cultura – Instituto Moreira Salles ..................... 35 3.1.1 Contexto Histórico ................................................. 35 3.1.2 O Projeto .............................................................. 37 3.1.3 Contexto Atual ...................................................... 39
3.3 Escola de Música Toho Gakuen- Chofu Campus ........... 43
3.1.1 Contexto Histórico ................................................. 43 3.1.2 O Projeto .............................................................. 44 3.1.3 Contexto Atual ...................................................... 46
4.Poços de Caldas ............................................................. 49 4.1 Contexto Histórico ......................................................... 51 4.2 Contexto Atual .............................................................. 53 4.3 Ecossistema .................................................................. 58
5.Conservatório Musical Antônio Ferrúcio Viviani .......... 59 5.1 Contexto Histórico ......................................................... 60 5.2 Contexto Atual .............................................................. 70
6.Sobrado Conde Prates ................................................... 72 6.1 Contexto Histórico ......................................................... 73 6.2 Contexto Atual .............................................................. 81
7. O Local .......................................................................... 88 7.1 Análise do imóvel .......................................................... 89 7.2 Análise do entorno ........................................................ 94
8. A Proposta .................................................................. 100 8.1 Considerações iniciais .................................................. 101 8.2 Definição do programa ................................................. 102
8.3 Definição da forma ...................................................... 104
Figura 03 - Planta de pavimento ......................................................... 29
9. O Projeto ..................................................................... 105
Figura 04 - Dona Yayá ......................................................................... 30
9.1 Novo Conservatório Musical no Sobrado Conde Prates ....... 106
Figura 05 - Instalação no CPC ............................................................... 31
9.2 O patrimônio .............................................................. 107
Figura 06 - Fases da casa ..................................................................... 33
9.3 O anexo ..................................................................... 111
10. Considerações finais ................................................. 114 11. Referências Bibliográficas ......................................... 116
Figura 07 - Arquitetura ....................................................................... 33 Figura 08 - Centro de Preservação Cultural ......................................... 34 Figura 09 - Croqui ............................................................................... 35 Figura 10 - Implantação ..................................................................... 35
12. Anexo ........................................................................ 122
Figura 11 - Chalé Cristiano Osório ....................................................... 36
12.1 Planta de reforma ..................................................... 123
Figura 12 - Área externa ..................................................................... 36
12.2 Implantação ............................................................ 126
Figura 13 - Área interna ...................................................................... 37
12.3 Plantas de pavimento ................................................ 127
Figura 14 - Casa da Cultura ................................................................. 37
12.4 Cortes ..................................................................... 130
Figura 15 - Planta de pavimento ......................................................... 38
12.5 Planta de cobertura .................................................. 133
Figura 16 - O arquiteto ........................................................................ 39
12.6 Elevações ................................................................ 134 12.7 Elevações 3D ........................................................... 136
| LISTA DE FIGURAS
Figura 17 - Simetria ............................................................................. 40 Figura 18 - Influências ......................................................................... 40 Figura 19 - Implantação ...................................................................... 41 Figura 20 - Contraste .......................................................................... 41 Figura 21 - Galeria ............................................................................... 42
Figura 01 - Casa de Dona Yayá ............................................................ 28
Figura 22 - Toho Gakuen ..................................................................... 43
Figura 02 - Implantação ...................................................................... 28
Figura 23 - Implantação ...................................................................... 43
Figura 24 - Prédio novo ....................................................................... 44
Figura 45 - Endereços ......................................................................... 61
Figura 25 - Universidade ..................................................................... 44
Figura 46 - Mobiliário escolar ............................................................. 61
Figura 26 - Planta de pavimento ......................................................... 45
Figura 47 - Livros, ateliê ...................................................................... 62
Figura 27 - O escritório ....................................................................... 46
Figura 48 - Arquivos, banheiro ............................................................ 62
Figura 28 - Fachada ............................................................................. 46
Figura 49 - Ensaio do coral .................................................................. 63
Figura 29 - Área de convivência .......................................................... 47
Figura 50 - Anexo ................................................................................ 63
Figura 30 - Planos envidraçados ......................................................... 47
Figura 51 - Setorização ....................................................................... 64
Figura 31 - Concreto, painéis e madeira .............................................. 48
Figura 52 - Prédio principal ................................................................. 65
Figura 32 - Localização ........................................................................ 50
Figura 53 - Prédio principal ................................................................. 66
Figura 33 - Brasão da cidade ............................................................... 50
Figura 54 - Prédio principal ................................................................. 67
Figura 34 - Balneário Pedro Botelho ................................................... 51
Figura 55 - Setorização ....................................................................... 68
Figura 35 - Thermas Antônio Carlos .................................................... 52 Figura 36 - Praça Pedro Sanches ......................................................... 52 Figura 37 - Evento ............................................................................... 53 Figura 38 - Museu ............................................................................... 54 Figura 39 - Parques ............................................................................. 54 Figura 40 - Pontos turísticos ............................................................... 55 Figura 41 - Palace Casino .................................................................... 56 Figura 42 - Patrimônios tombados ...................................................... 57 Figura 43 - Conservatório ................................................................... 60 Figura 44 - Implantação ...................................................................... 60
Figura 56 - Anexo ................................................................................ 69 Figura 57 - Orquestra de Cordas .......................................................... 70 Figura 58 - Banda Sinfônica ................................................................. 70 Figura 59 - Coral Infantil ...................................................................... 71 Figura 60 - Sobrado Conde Prates ....................................................... 73 Figura 61 - Implantação ...................................................................... 73 Figura 62 - Primeira foto ..................................................................... 74 Figura 63 - Estação Ferroviária ............................................................ 74 Figura 64 - Conde Prates ..................................................................... 75
Figura 65 - Primeira fase ..................................................................... 76
Figura 85 - Planta original .................................................................... 93
Figura 66 - Segunda fase ..................................................................... 77
Figura 86 - Recorte ............................................................................. 95
Figura 67 - Terceira fase ...................................................................... 77
Figura 87 - Hierarquia viária ................................................................ 96
Figura 68 - Quarta fase ....................................................................... 78
Figura 88 - Patrimônios ....................................................................... 97
Figura 69 - Quinta fase ........................................................................ 78
Figura 89 - Uso e ocupação ................................................................ 98
Figura 70 - Acréscimos ........................................................................ 79
Figura 90 - Gabarito de altura ............................................................. 99
Figura 71 - Fase atual .......................................................................... 79
Figura 91 - Distância ......................................................................... 101
Figura 72 - Linha do tempo ............................................................... 80 Figura 73 - Fachada ............................................................................. 81 Figura 74 - Escada sobre a calçada ...................................................... 81 Figura 75 - Pilares da varanda ............................................................. 82 Figura 76 - Vistas ................................................................................. 83 Figura 77 - Detalhes ............................................................................ 84 Figura 78 - Detalhes ............................................................................ 85 Figura 79 - Chamas ............................................................................. 87 Figura 80 - Incêndio ............................................................................ 87
Figura 92 - Preservação .................................................................... 101 Figura 93 - Plano de massas .............................................................. 103 Figura 94 - Partido arquitetônico .................................................... 104 Figura 95 - O projeto ......................................................................... 106 Figura 96 - Casarão ........................................................................... 107 Figura 97 - Pintura ............................................................................ 107 Figura 98 - Gradil .............................................................................. 108 Figura 99 - Pisos ................................................................................ 108 Figura 100 - Esquadrias ..................................................................... 109 Figura 101 - Escada de madeira maciça ............................................ 110
Figura 81 - Diretrizes de aproveitamento ........................................... 90
Figura 102 - Integração ..................................................................... 110
Figura 82 - Diretrizes de preservação .................................................. 91
Figura 103 - Anexo ............................................................................ 111
Figura 83 - Lions Clube ........................................................................ 91
Figura 104 - Brise ............................................................................. 111
Figura 84 - Planta original .................................................................... 92
Figura 105 - Auditório ...................................................................... 112
Figura 106 - Café ............................................................................... 112
| TABELAS
Figura 107 - Jardim ........................................................................... 113 Figura 108 - Implantação .................................................................. 115 Figura 109 - Reforma 1º pavimento .................................................. 123 Figura 110 - Reforma 2º pavimento .................................................. 124
Tabela 01 - Agenda cultural .............................................................. 00 Tabela 03 - Zoneamento .................................................................... 00 Tabela 03 - Programa de necessidades .............................................. 00
Figura 111 - Implantação .................................................................. 125
Tabela 04 - Setorização ..................................................................... 00
Figura 112 - Térreo ........................................................................... 126
Tabela 05 - Plano de massas ............................................................. 00
Figura 113 - 1º Pavimento ................................................................ 127 Figura 114 - 2º Pavimento ................................................................ 128 Figura 115 - Corte A .......................................................................... 129 Figura 116 - Corte B .......................................................................... 130 Figura 117 - Corte C .......................................................................... 131 Figura 118 - Planta de cobertura ....................................................... 132 Figura 119 - Elevações frontal e fundos ............................................ 133 Figura 120 - Elevações laterais .......................................................... 134 Figura 121 - Elevações lateral ............................................................ 135 Figura 122 - Fachada casarão ............................................................ 136 Figura 123 - Fachada anexo .............................................................. 137
1. INTRODUÇÃO
Diante do constante processo de evolução da sociedade, e das
preservar o edifício tombado, que se encontra em uma importante área
contínuas transformações na paisagem urbana, muitos bens de valor
de preservação histórica da cidade. Além de produzir uma escola com
histórico e cultural acabam se perdendo, deixando lacunas no
uma identidade visual, que valorize a sua imagem dentro do contexto
conservação da memória da sua comunidade. Segundo Lemos (2013)
urbano da cidade de poços de Caldas.
“preservar é livrar de algum mal, manter livre de corrupção, perigo ou dano, conservar, livrar, defender e resguardar.” Essa definição pode ser estendida não só a preservação de questões de valor histórico, mas também a salvaguarda da produção cultural de uma determinada sociedade.
| 1.1 JUSTIFICATIVA Poços últimas
de
décadas
Caldas vem
é
uma
firmando
cidade seu
mineira
reconhecimento
de eventos culturais que movimentam a região. Partindo desse princípio, o presente trabalho analisa as condições de duas importantes questões acerca da identidade e da memória poços-caldense. A primeira delas é a condição da atual sede do Conservatório Musical, uma importante instituição da cidade responsável pela formação de artistas locais. A segunda é a preservação do patrimônio tombado, o Sobrado Conde Prates, importante exemplar da fase inicial de formação da cidade
que
nas
através
Dentre as
principais atrações estão o Festival Música nas Montanhas, a Feira Nacional do Livro (FLIPOÇOS), o JulhoFest, além de várias outras festividades musicais, artísticas e gastronômicas que acontecem ao longo do ano. Essas comemorações contam com a participação de artistas locais, que em grande parte estudam ou já estudaram no Conservatório Musical Antônio Ferrucio Viviani. O conservatório foi fundado através de uma lei municipal de incentivo à cultura em 1959, e
Entendendo essas duas problemáticas, o projeto sugere a
atualmente funciona em um espaço alugado, que não consegue atender
mudança do Conservatório Musical, para o Sobrado Conde Prates,
a demanda de atividades previstas na legislação, atuando com uma
resolvendo assim as duas questões através de uma única solução. A
capacidade reduzida de alunos, e não permitindo que a instituição
ideia é requalificar o patrimônio desenvolvendo um espaço que abrigue
explore totalmente seu potencial e se torne uma referência cultural e
de maneira eficaz a nova sede escola de música. A proposta pretende
educacional. 17
Ainda dentro do contexto urbano da cidade de Poços, outra
pretende criar uma identidade visual para a escola de música,
questão em evidência é o descaso com a preservação patrimonial. Entre
desenvolvendo a sua imagem dentro da paisagem urbana de Poços de
os patrimônios abandonados, um dos que mais se destacam é o sobrado
Caldas. E por último, agregar valor cultural ao centro histórico da
Conde Prates. O casarão é um registro da fase inicial de evolução urbana
cidade, sabendo que o sobrado está inserido em uma importante área
da cidade, remanescente de seus anos áureos advindos da belle
de preservação patrimonial, que conta com os bens tombados do
époque, quando ainda era famosa por seus grandes cassinos e
Complexo Arquitetônico e Paisagístico do Parque José Affonso
balneários de águas termais. Com a proibição dos jogos na década de
Junqueira, o Complexo Hidrotermal e Hoteleiro, o Espaço Cultural da
1940, e os avanços da medicina, o município passou a investir em novos
Urca, o Museu Histórico e Geográfico, e a Estação Ferroviária.
setores da economia como a industrialização e a polarização regional de serviços. Esses investimentos refletiram consideravelmente em transformações na paisagem urbana, principalmente na região central, que sofreu intenso processo de verticalização e substituição de edifícios. Do período de formação da cidade, restaram apenas seu traçado, e alguns imóveis que se conservaram, seja pela preservação ou pelo desinteresse de conservação, como é o caso do casarão. Sabendo disso o trabalho une a solução para as duas questões em uma única proposta visando despertar na população poçoscaldense o senso de reconhecimento da cultura local, tanto no que diz respeito a produção de arte na cidade, quanto ao que se refere a preservação do patrimônio tombado. Para isso o projeto tem como objetivo requalificar o casarão, e o inserir em um contexto atual através do seu uso enquanto nova sede do Conservatório. O espaço ainda 18
| 1.2 OBJETIVO GERAL O objetivo geral desse trabalho é restaurar o edifício do sobrado do Conde Prates em Poços de Caldas, que é um casarão importante para a história da cidade, e atualmente, se encontra em condições de abandono e degradação. E a partir, da recuperação do edifício, será proposto a mudança de seu uso para abrigar as instalações do conservatório musical da cidade.
ESPECÍFICO Restaurar o patrimônio local;
Valorizar o patrimônio, através do novo uso que o insere em um contexto atual; Ampliar o número de alunos atendidos pela instituição; Atender a demanda de atividades previstas pela Lei nº 7.153. Agregar valor cultural ao contexto urbano no qual o patrimônio está inserido.
tombados a nível estadual e municipal, e questões referentes ao relevo e ao clima, consideradas pertinentes ao tema Conservatório
Musical
Antônio
Ferrúcio
Viviani:
contextualização histórica e atual da escola de música, levantamento fotográfico, e setorização dos edifícios, com o objetivo de comprovar a existência da problemática e justificar a escolha do tema. Sobrado Conde Prates: contextualização histórica e atual do
| 1.3 METODOLOGIA Para chegar ao resultado final do trabalho, a metodologia utilizada para o desenvolvimento da proposta terá como base os seguintes procedimentos: Aspectos teóricos: análise de revisão bibliográfica acerca da temática afim de esclarecer possíveis dúvidas e embasar os argumentos para elaboração da proposta. Estudo de caso: análise de três referências projetuais, com destaque para estudos sobre a arquitetura das obras e seu contexto histórico e atual. Poços de Caldas: apresentação de aspectos como a história da cidade, a cultura local, o turismo na região, os patrimônios
patrimônio tombado, levantamento fotográfico, e análise das condições de tombamento, afirmando a necessidade de preservação do edifício e a justificativa do tema. O Local:
análise do imóvel destacando as diretrizes de
preservação e intervenção e construção na edificação tombada. Análise da legislação municipal vigente. Recorte e diagnóstico do entorno, destacando e analisando pontos importantes do contexto no qual o casarão está inserido. Proposta: análise da distância entre o conservatório atual e o casarão. Definição das áreas que serão preservadas no projeto. Apresentação do programa de necessidades elaborado com base nos estudos de caso, e análise sobre o conservatório musical. Apresentação do plano de massas inicial, desenvolvido a partir das diretrizes de aproveitamento do terreno. E definição 19
do
conceito
acerca
do
desenvolvimento
do
partido
arquitetônico. Projeto: apresentação da proposta do Novo Conservatório Musical. Definições acerca da restauração do patrimônio tombado, destacando pontos importantes que caracterizam o casarão tal qual sua composição visual. Apresentação do projeto arquitetônico do anexo, explicando e justificando alguns pontos relevantes da proposta. Considerações finais: breve conclusão das percepções acerca do projeto desenvolvido neste trabalho final de graduação.
20
2. ASPECTOS TEÓRICOS
Considerando as amplas questões acerca da temática principal sobre o patrimônio tombado e a escola de música, neste capítulo serão abordadas importantes definições e conceitos, pertinentes ao desenvolvimento do projeto e a melhor compreensão da proposta.
| 2.2 ARTE Em seu livro O que é arte, Jorge Coli introduz o tema esclarecendo que “se buscamos uma resposta clara e definitiva, decepcionamo-nos: elas são divergentes, contraditórias, além de frequentemente se pretenderem exclusivas, propondo-se como uma
| 2.1 CULTURA
solução única.” Mas esclarece que “é possível dizer, então, que arte, são
Entende-se por cultura todo conhecimento adquirido pelo
certas manifestações da atividade humana das quais nosso sentimento
homem enquanto sociedade, que é passado de geração em geração. O
é admirativo, isto é: nossa cultura possui uma noção que denomina
historiador brasileiro Nelson Sodré esclarece o significado de cultura
solidamente algumas de suas atividades e a privilegia.” Coli, ainda
como sendo:
argumenta: [...] Conjunto de valores materiais e espirituais criados pela humanidade no curso da sua história. A cultura é um fenômeno que representa o nível alcançado pela sociedade em determinada etapa histórica: progresso, técnica, experiência de produção e de trabalho, instrução, educação, ciência, literatura, arte e instruções que lhe correspondem. Em um sentido mais restrito, compreendem-se sob o termo cultura, o conjunto de formas de vida espiritual da sociedade, que nascem e se desenvolvem a base do modo de produção dos bens materiais historicamente determinado. Assim, entendese por cultura o nível de desenvolvimento alcançado pela sociedade na instrução, na ciência, na literatura, na arte, na filosofia, na moral e as instituições correspondentes. [...] (SODRÉ, 1972, P. 3)
[..] Mário de Andrade disse uma vez que a arte não é um elemento vital, mas um elemento da vida. Não nos é imediatamente necessária como a comida, as roupas, o transporte e descobrimos nela a constante do supérfluo, do inútil. Uma lâmina num cabo é uma faca, mas é preciso que o cabo seja esculpido, que a lâmina seja gravada, para que a faca, objeto de um trabalho supérfluo, exprima o amor e a atenção que o homem consagrou a ela. Se a arte é associada a um objeto útil, ela é, nele, o supérfluo. [...] (COLI, 1995, p. 87)
MÚSICA A musicista Maria de Lourdes Sekeff Zampronha coloca em seu livro Da música, seus usos e recursos a seguinte citação acerca da definição do que é música:
22
[...] A linguagem musical não é somente um recurso de combinação e exploração de ruídos, sons e silêncios em busca de um chamado gozo estético. É também um recurso de expressão (de sentimentos, ideias, valores, cultura, ideologia) de comunicação (do indivíduo com ele mesmo e com o meio que o circunda) de gratificação (psíquica, emocional, artística) de mobilização (física, motora, afetiva, intelectual) e de autorrealização (o indivíduo com aptidões, artístico-musicais mais cedo ou mais tarde se direciona nesse sentido), criando, ou seja, compondo, improvisando- recriando (interpretando, tocando, cantando, lendo, “construindo” uma parição, uma performance) ou simplesmente apreciando, vivendo o prazer da escuta. E isso em razão de existir uma compulsão quase irresistível para levar o indivíduo a se tornar aquilo que é impulsionado a assumir a forma característica da sua natureza, sejam elas quais forem as
atenuar, fazer esquecer, talvez acentuar (...) O primeiro movido por um impulso criativo que incorpora emoção e razão num ato de entrega (...) Enquanto o segundo assiste entorpecido por uma magia que faz fugir da própria realidade para o mergulho num universo de encantamento”. (PEIXOTO, 1980, p. 9 e 10)
Através da expressão teatral vemos o jogo de cenas que acontece para transmitir o que se é desejado; o conjunto de várias obras e interpretações destas; um enredo com narrativas ou meros improvisos; a encenação de fatos históricos ou de histórias inventadas; que agradam e encantam pelo fato da ilimitada possibilidade de como acontecer e existir.
circunstâncias[...] (SEKEFF, 2002, p. 13 e 14)
Por meio da expressão musical são compostas as mais belas e
DANÇA
inusitadas obras que exprimem os diversos sentimentos humanos,
Segunda a bailarina, coreógrafa, e professora italiana Eva Schul,
sendo estes do coletivo ou do indivíduo, para calma apreciação do
responsável pela afirmação da dança moderna e contemporânea no
diferente ou reprodução em massa do aconchegante clichê, é a arte em
Brasil:
sua forma de efeitos sonoros e vibrações.
TEATRO
“O fundamental é que a dança é uma linguagem corporal, é uma arte espaço temporal. Antes de qualquer possibilidade, a dança só é arte se ela for feita com consciência. É uma linguagem que toca algo essencial que é a sensibilidade humana.” (SHUL, apud INFANTE, 2011)
Ao escrever o livro O que é teatro o dramaturgo Fernando Peixoto, se refere ao teatro como “Um espaço, um homem que ocupa esse espaço, outro homem que observa. Entre ambos, a consciência de uma cumplicidade, que os instantes seguintes poderão
Na dança, se nota a expressão corporal. O explorar dos movimentos do corpo em seus extremos de complexidade ou simplicidade, corpos entrelaçados ou solos, agindo em perfeita sintonia 23
ou totalmente desconectados. A dança nos mostra o ritmo conduzindo
em Paris em 1795, e se tornou uma referência internacional, tendo seu
o corpo, o corpo sendo conduzido pelo mundo.
estilo institucional reproduzido por todo o mundo. (SALLET, 2019) No Brasil, o Imperial Conservatório de Música foi fundado pelo decreto n. 496, de 21 de janeiro de 1847, no Rio de Janeiro, e suas aulas
HISTÓRIA DOS CONSERVATÓRIOS MUSICAIS O primeiro conservatório de que se tem registro, foi o
começaram em 13 de agosto de 1848, sob a direção de Francisco
Conservatório de Santa Maria de Loreto, fundado em 1537 na cidade de
Manuel da Silva. Após a Proclamação da República, o conservatório
Nápoles, na Itália. O idealizador da obra foi o padre espanhol José Tápia,
passou a ser denominado Instituto Nacional de Música. As escolas de
que instalou uma igreja no local, onde abrigava crianças órfãs, e as dava
música mais antigas depois da do Rio são o Instituto de Música da Bahia,
instruções educacionais incluindo a prática musical. Atualmente o local
e o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. (GABLER, 2015)
abriga o Hospital Santa Maria de Loreto Mare. (Associazione Domenico
| 2.3 PATRIMÔNIO CULTURAL
Scarlatti, 2019) Já o primeiro conservatório exclusivamente musical foi
Segundo o IPHAN, o patrimônio cultural é formado pelo
estabelecido em Milão, em 3 de setembro de 1808, através do decreto
conjunto dos saberes, fazeres, expressões, práticas e seus produtos,
real napoleônico pelo vice-rei da Itália Eugène de Beauharnais. A sede
que remetem à história, à memória e à identidade de uma
do Conservatório, que mantém suas atividades até os dias atuais, é o
determinada sociedade. Ele é escolhido a partir daquilo que as pessoas
antigo
consideram ser mais importante ou representativo da sua identidade,
convento
histórico
ao
lado
da
Igreja
de
Santa
Maria della Passione. (Conservatorio de Milano, 2019)
sua história, sua cultura, ou seja, são os valores, os significados
Em 1784, foi fundada a Escola Real de Canto de Declamação de
atribuídos a objetos, lugares ou práticas culturais que os tornam
Paris, apresentando um novo conceito em conservatório, que além das
patrimônio. A definição de algo enquanto patrimônio é estabelecida
artes musicais, ensinava também artes cênicas e belas-artes. Passou a
através de políticas públicas, que contam com a participação do Estado
ser denominado Conservatório Nacional Superior de Música e Dança
através de leis.
24
De
acordo
com
o
Art.
216
O tombamento como conhecemos, é um mecanismo utilizado
da Constituição Federal Brasileira constituem patrimônio cultural
para o reconhecimento e proteção patrimonial, garantindo a
brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
preservação do bem tombado para as gerações futuras. Foi o primeiro
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural no Brasil,
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Esse
sociedade brasileira.
processo pode ser executado tanto pela administração federal (IPHAN),
São eles:
quanto pela estadual e municipal. (IPHAN, 2014)
As formas de expressão;
No Brasil, toda pessoa física ou jurídica pode requerer o
Os modos de criar, fazer e viver;
tombamento de qualquer tipo de bem. Através desse requerimento é
As criações científicas, artísticas e tecnológicas;
realizado um processo administrativo que avalia a sua relevância,
As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
classifica sua importância, e o inscreve em um ou mais Livros do Tombo.
destinados às manifestações artístico-culturais; Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Todos os bens tombados são supervisionados pelo Instituto, que avalia suas condições de conservação; toda e qualquer intervenção executada em algum bem deve ser anteriormente autorizada. (IPHAN, 2014)
(ESTADO DE ALAGOAS, 2019)
RESTAURAÇÃO TOMBAMENTO
É entendida como conjunto de atividades que buscam a
A palavra tombo, enquanto registro, passou a ser utilizada em
recuperação do estado original, ou o mais próximo deste, anterior a
1375, pelo Arquivo Nacional Português. A instituição fundada por D.
deterioração que descaracteriza um bem imóvel ou móvel. Essa
Fernando, foi instalada em uma das torres da muralha que protegia a
danificação pode ser decorrente de intervenções humanas ou da ação
cidade de Lisboa, e com o tempo passou a ser conhecida como Torre do
do tempo. O processo de restauração visa preservar a história de um
Tombo. (IPHAN, 2014)
bem, através do testemunho físico e real da época. Os métodos de 25
restauração são baseados em questões preestabelecidas em cartas
sociedades, e fronteiras tanto políticas quanto de conhecimento. A
patrimoniais. Toda restauração deve ser conduzida por profissionais
partir daí, os monumentos, a arquitetura (religiosa, civil e militar), os
especializados na área, que por sua vez se baseiam em métodos de
espaços públicos, a música, os documentos, livros e obras de arte
restauro preestabelecidos em cartas patrimoniais. (GHIRARDELLO;
erudita, passaram a ser valorizados como forma de memória coletiva,
SPISSO, 2008, p. 26)
assegurando a identidade nacional necessária a cada país. O Brasil, esteve à margem desse processo mesmo após a
CARTAS PATRIMONIAIS
Proclamação da República em 1889, que pouco alterou a dinâmica
São orientações acerca da conservação, manutenção e restauro,
estrutural do país. Somente a partir da década de XX, com o processo
definidas pela comunidade de especialistas e organismos nacionais e
de industrialização e crescimento acelerado das cidades, foi que o país
internacionais que trabalham com preservação de patrimônios
começou a consolidar o seu quadro econômico e social, buscando então
culturais. Elas apresentam toda a evolução conceitual sobre o que se
o reconhecimento de um censo de identidade nacional. A Semana da
pensa ou se pensou sobre as formas de ação sobre um patrimônio.
Arte Moderna de 1922, trouxe à tona novos valores estéticos que
(GHIRARDELLO; SPISSO, 2008, p. 27)
buscavam romper com as vanguardas europeias, produzindo uma forma de cultura genuinamente brasileira. O manifesto antropofágico
HISTÓRIA DO PATRIMÔNIO O conceito de Patrimônio Cultural como conhecemos hoje, surgiu durante a Revolução Francesa, que consolidou o conceito de nação, reconhecendo os direitos fundamentais do homem. Nesse período, a Europa Ocidental e a América do Norte passaram por um intenso processo de industrialização e urbanização, modificando consideravelmente os meios de produção, ideologias, costumes, 26
de Oswald de Andrade, foi o principal marco dessa fase, pois propunha o resgate das múltiplas faces da brasilidade, através do reconhecimento das expressões de arte indígena, africana, cabocla e caipira. (TORELLY, 2012, p. 2 e 3)
3. ESTUDOS DE CASO
Os estudos de caso apontam aspectos sobre a história do
FICHA TÉCNICA
projeto, sua arquitetura, e o contexto no qual eles estão inseridos.
ENDEREÇO: Rua Major Diego, 353 - Bela Vista, São Paulo – SP
Propositadamente as três obras trabalham questões como a
ANO: Segunda metade do séc. XIX
preservação, a exibição, e a produção de cultura, cada qual dentro da
AUTOR: Desconhecido
sua realidade. A Casa de Dona Yayá foi escolhida como referência pelo
ÁREA CONSTRUÍDA: 400 m²
seu projeto de restauração e conservação patrimonial. A Casa da
ÁREA DO TERRENO: 2 000 m²
Cultura pela relação entre seus dois edifícios, contrastando harmonicamente “o antigo e o novo”. E a Toho Gakuen enquanto modelo contemporâneo de escola de música.
O Centro de Preservação Cultural da USP está localizado no bairro da Bela Vista, na região popularmente conhecida como Bixiga, no centro da cidade de São Paulo. O edifício fica ao lado do Viaduto Júlio
| 3.1 CASA DE DONA YAYÁ – CPC
Figura 01 – Casa de Dona Yayá Fonte: CENTRO DE PRESERVAÇÃO CULTURAL, 2019
28
de Mesquita Filho, a aproximadamente um quilômetro da Praça da Sé.
Figura 02 – Implantação Fonte: GOOGLE EARTH. Adaptado pela autora, 2019
| 3.1.1 CONTEXTO HISTÓRICO
permanece sobre sua posse até 1902, quando o comerciante João
A CASA
Marques Guerra realiza a compra da residência. Logo após a sua aquisição Guerra realiza algumas reformas na habitação que conferem a ela seu estilo neoclássico, e lá permanece até sua morte em 1920. No mesmo ano a chácara passa a ser alugada por Sebastiana de Mello Freire (Dona Yayá), que adquire o imóvel em 1925 e o transforma em sua clínica de repouso particular. (LOURENÇO, 1999, p. 150)
DONA YAYÁ Sebastiana de Mello Freire, mais conhecida como Dona Yayá, nasceu em 27 de janeiro de 1887 na cidade de Mogi das Cruzes. Figura importante da sociedade paulista, Yayá teve sua vida marcada por uma série de infortúnios; na infância perdeu duas de suas irmãs, em 1990 Figura 03 – Planta de pavimento Fonte: CHAVIOLI, Andrea, 2017. Adaptado pela autora, 2019
Datada da segunda metade do século XIX, seu registro mais antigo é
durante a adolescência perdeu os pais, e em 1905, já na maioridade perdeu seu único irmão ainda vivo, passando a ser a herdeira exclusiva da abastada fortuna dos Mello Freire. Yayá não se casou, e desfrutou da sua liberdade enquanto pode,
uma escritura de 1888 que descreve o imóvel como um “chalet de habitação”, no qual o então proprietário José Maria Talon vende a propriedade da antiga rua Valinhos (atual rua Major Diego) para Afonso Augusto Roberto Milliet. Afonso foi o responsável pela ampliação do pequeno chalé, transformando-o em uma casa de morada, a qual
até
que
em
1918
começou
a
apresentar
sinais
de
insanidade, diagnosticados como crises de psicose esquizofrênica. Logo após os primeiros surtos, foi internada em um sanatório por aproximadamente um ano, e em 1920 se mudou para a residência no Bexiga, onde viveu até 1961, ano da sua morte. Na falta de herdeiros 29
vivos, sua herança foi considerada vacante e toda sua fortuna passou a
Regina Tirello. A recuperação foi subdividida em várias fases como o
ser patrimônio da Universidade de São Paulo. (PORTAL DO BIXIGA,
levantamento de dados, a definição de um plano de diretrizes
2019)
projetuais, reparos e manutenções emergenciais, restauro das pinturas de murais artísticos, fachadas, jardim, infraestrutura, e até mesmo a criação de uma Comissão Especial, para definir o novo uso que seria dado a residência. (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, n.d.) A restauração foi concluída em 2003, e rendeu a USP o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do IPHAN na categoria Preservação de Patrimônio Cultural em 2004, mesmo ano em que a casa passou a ser a sede do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo. (CENTRO DE PRESERVAÇÃO CULTURAL, 2019.) A casa foi tombada pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e pelo CONDEPHAAT (Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo). Entre os Figura 04 – Dona Yayá Fonte: PRÓ REITORIA DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2015
motivos para o tombamento estão o fato de que a residência integra um grupo de imóveis e logradouros públicos de interesse de preservação na área do Bairro do Bexiga. E é um dos exemplares
| 3.1.2 O PROJETO
remanescentes da fase inicial da região, com grande valor histórico, já
O PATRIMÔNIO
que apresenta traços construtivos de diferentes fases da arquitetura e
Segundo o Dossiê “A Casa de Dona Yayá”, a restauração do imóvel começou em 1989, e contou com a coordenação da arquiteta 30
do urbanismo. (LOURENÇO, 1999, p. 159)
| 3.1.3 CONTEXTO ATUAL
USP. O CPC secretaria a Universidade nas questões relacionadas a
CENTRO DE PRESERVAÇÃO CULTURAL DA USP
preservação, incorporação, restauração, intervenção, e alienação dos bens que compõem o vasto acervo patrimonial da USP. Semanalmente a instituição promove seminários, exposições, oficinas palestras e cursos, se tornando uma referência nacional sobre estudos patrimoniais. (PRÓ REITORIA DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2015)
PARTIDO ARQUITETÔNICO Considerando as diferentes fases projetuais e construtivas da edificação, podemos observar que o patrimônio exprimiu diferentes partidos arquitetônicos ao longo da sua história; o chalé rural, a casa urbana, a casa neoclássica, o sanatório, e o Centro de Preservação Cultural. A sua fase rural está relacionada ao período inicial da residência, na segunda metade do séc. XIX, quando o imóvel pertencia a José Figura 05 – Instalação no CPC Fonte: FOURSQUARE, 2019
Maria Talon. O projeto compreendia um pequeno chalé de alvenaria de tijolos, em um grande terreno arborizado com 33 000 m², nos arredores
Criado em 2002, o CPC é um órgão da Pró Reitoria de Cultura e
da cidade de São Paulo. A construção com apenas quatro cômodos
Extensão Universitária da Universidade de São Paulo que substituiu a
evidenciava os tijolos de barro cozido, que na época eram uma técnica
antiga Comissão do Patrimônio Cultural, de 1983. Ele tem como objetivo
introduzida recentemente no Brasil pelos imigrantes europeus. As
desenvolver atividades acadêmicas acerca do patrimônio cultural da
cimalhas ornamentais que delimitavam o perímetro da construção 31
ainda podem ser observadas em um cômodo interno da residência. (AL ASSAL, 2012)
O sanatório particular surgiu em 1920, quando após recomendações médicas, dona Yayá se mudou para a sua nova
Já a casa urbana surgiu em 1888, quando Augusto Milliet
residência na rua Major Diego.
A construção sofreu algumas
comprou a propriedade e executou as primeiras obras de reforma e
adaptações típicas das clínicas de tratamento da época; as paredes
ampliação no imóvel. Assim como nas típicas plantas residenciais da
foram pintadas com cores claras, o piso foi trocado por um com material
época, a construção passou a contar com uma sala de visitas, interligada
mais higiênico, e as portas e janelas foram substituídas por caixilhos de
a uma grande sala de jantar que estabelecia a circulação interna da
ferro que só podiam ser abertos pela área externa dos cômodos. Outra
residência.
de
reforma significativa no mesmo contexto aconteceu em 1952, quando
vidro jateado com venezianas internas, o que proporcionava ambientes
foi construído um solário na fachada da casa, que visava aumentar a
iluminados e arejados. (LOURENÇO, 1999, p. 156,157).
área de circulação da paciente. (LOURENÇO, 1999, p. 152, 153, 157)
Os
cômodos
receberam
grandes
janelas
A sua fase neoclássica começou em 1902, quando o comerciante
A última fase, se refere ao atual uso dado a Casa de Dona Yayá;
João Guerra passou a ser o novo proprietário do imóvel. Guerra foi o
o Centro de Preservação Cultural. O processo de restauração que
responsável pelas obras de alteração estética da residência, que deram
antecedeu a remanescente ocupação da residência, transformou o
a ela o estilo vigente da época. No exterior da casa, a nova fachada
espaço em uma importante referência de preservação histórica, cultural
recebeu apliques de estuque e massa sulcada em formato de pedra nos
e arquitetônica. A partir daí a USP determinou o novo uso para a
arcos que compunham o porão, e as portas e janelas receberam
residência, que virou a nova sede do CPC, reforçando a ideia da
adornos decorativos que se repetiam alternadamente. A fachada
valorização do espaço como patrimônio. A mudança do CPC, contou
também passou a contar com meias pilastras ornamentais, falsas
com novas definições para os ambientes internos, respeitando a
colunas com capitéis coríntios, molduras que caracterizavam a
estrutura da casa, dispondo apenas de um novo mobiliário.
linguagem neoclássica. (LOURENÇO, 1999, p. 157).
32
CONSIDERAÇÕES O projeto serviu como referência devido ao seu detalhado programa de restauração, que recuperou a casa em sua essência valorizando as características arquitetônicas de cada uma das suas fases construtivas. E também pelo novo uso dado ao local, que respeita integralmente o espaço físico do patrimônio, dispondo somente de um mobiliário mais atual.
| Chalé Rural | Casa Urbana | Casa Neoclássica | Sanatório Particular | Centro de Preservação Cultural. Figura 06 – Fases da casa Fonte: TYRELLO, 2015
Figura 07 – Arquitetura Fonte: FOURSQUARE, 2019
33
| GALERIA DE FOTOS
Figura 08 – Centro de Preservação Cultural Fonte: CENTRO DE PRESERVAÇÃO CULTURAL, 2019
34
A Casa da Cultura está localizada no bairro do Jardim dos
| 3.2 CASA DA CULTURA – IMS (Visita Técnica)
Estados, na zona norte da cidade de Poços de Caldas. A área onde a edificação está inserida é predominantemente residencial, com alguns pequenos comércios de bairro. O acesso pode ser feito tanto pela Rua Teresópolis; entrada principal pelo pavilhão, quanto pela Rua Aquidauana; entrada alternativa pelo Chalé Cristiano Osório.
Figura 09 – Croqui Fonte: SCHERER, 2015
FICHA TÉCNICA ENDEREÇO: Rua Teresópolis, 90 - Jardim dos Estados, Poços de Caldas - MG ANO: 1990 AUTOR: Aurélio Martinez Flores ÁREA CONSTRUÍDA: 1 050 m² ÁREA DO TERRENO: 1 850 m²
Figura 10 – Implantação Fonte: GOOGLE EARTH. Adaptado pela autora, 2019
| 3.2.1 CONTEXTO HISTÓRICO CHALÉ CRISTIANO OSÓRIO O antigo chalé tirolês foi construído em 1894, e projetado pelo arquiteto italiano Giovanni Batitsta Pansini para a família Cristiano 35
Osório de Oliveira de São João da Boa Vista- SP. Trata-se de um exemplar típico do ecletismo, que marcou a arquitetura residencial de Poços de Caldas do final do século XIX. Em 1989 foi comprado pela família Moreira Salles, que manteve seus elementos construtivos principais, de cedro e pinho, com alvenaria de tijolos de barro, assentados com argamassa. Foi restaurado entre os anos de 1990 e 1991, e teve toda sua estrutura de madeira tratada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, que realizou uma ampla e minuciosa pesquisa para recuperar os aspectos originais da centenária construção. (ITAU UNIBANCO 90 ANOS, 2019)
Figura 11 – Chalé Cristiano Osório Fonte: Acervo da autora, 2019
36
Figura 12 – Área externa Fonte: Acervo da autora, 2019
| 3.2.2 O PROJETO CASA DA CULTUTURA
Figura 13 – Área interna Fonte: Acervo da autora, 2019
GIOVANI BATTISTA PANSINI
Figura 14 – Casa da Cultura Fonte: Acervo da autora, 2019
O imigrante italiano, foi o mais importante arquiteto e construtor entre o final do séc. XIX e primeira metade do séc. XX de
Fundada em 1990, a Casa da Cultura de Poços de Caldas
Poços de Caldas. Deixou obras como as vilas Prates e Prado, e os chalés
inicialmente funcionava no Chalé Cristiano Osório que em 1992 passou
do conde Pinhal, do barão de Itacuruçá, de José Procópio de Azevedo
a ser a sede do Instituto Moreira Salles. Como o chalé não comportaria
Sobrinho, e de Cristiano Osório de Oliveira. De influência suíça, os chalés
todas as atividades necessárias ao novo centro cultural, o grande
deram uma aparência europeia a Poços. Pansini construiu ainda a
terreno atrás do chalé foi utilizado para a construção de um pavilhão
estação da Mogiana, os balneários Pedro Botelho e Macacos, e o Hotel
moderno que atenderia as demandas do novo programa de
da Empresa. (SALLES, 1993)
necessidades. Para isso, o arquiteto Aurélio Martinez Flores que já havia 37
sido responsável pelo projeto da agência do Unibanco em Poços, foi contratado para desenhar a nova edificação. (ITAU UNIBANCO 90 ANOS, 2019) Segundo Scherer (2015), o imóvel desenhado por Flores compreende uma caixa branca sem adornos, de 25x20m, subtraída por um paralelepípedo menor, de 9x3m, que demarca a entrada da Casa da Cultura. O acesso principal se dá por uma grande escada que funciona como elemento escultórico, fazendo a transição entre público e privado, criando a ideia de uma pequena praça. O edifício possui as laterais afastadas das divisas, com poucas aberturas e alinhado à direita com o chalé tirolês. Esses afastamentos permitem a melhor visualização do volume, e a criação de acessos laterais alternativos. Como o Instituto não possui um acervo específico, e nem uma programação cultural fixa, Flores resolveu o programa de necessidades mutável, projetando um bloco com dois pavimentos, sendo um semienterrado e outro no nível da edificação preexistente, composta por uma planta livre com paredes brancas, um sistema de iluminação flexível, e um mobiliário discreto, que servem como plano de fundo para os diferentes tipos de eventos que acontecem no local. Figura 15 – Planta de pavimento Fonte: Acervo do IMS
38
AURÉLIO MARTINEZ FLORES
A partir daí, Flores se erradicou no país e em 1970 acabou abrindo sua própria loja de móveis, a Inter Design que funcionava paralelamente ao seu escritório. Ao longo dos anos, desenvolveu alguns projetos de destaque como a residência de José Zaragoza no Guarujá, e algumas agências do Unibanco para a família Salles. A Inter Design funcionou por mais de 30 anos, até a morte de sua esposa Stella, quando passou a se dedicar somente a projetos arquitetônicos. Flores faleceu em 07 de junho de 2015, aos 85 anos, na cidade de São Paulo. (SCHERER, 2015, cap. 4)
| 3.2.3 CONTEXTO ATUAL Figura 16 – O arquiteto Fonte: SCHERER, 2015
INSTITUTO MOREIRA SALLES O IMS é uma organização sem fins lucrativos, que tem como
Flores nasceu em 30 de dezembro de 1929 na cidade de Puebla;
objetivo promover programas de interesse cultural. (NEHME, 2015) A
cidade colonial de origem espanhola a 120 km da Cidade do México.
instituição conta com um importante acervo patrimonial focado em
Com talento nato para a arquitetura, se formou pela Faculdade de
quatro principais áreas: fotografia, música, literatura e iconografia.
Arquitetura e Urbanismo Autônoma do México em 1957. Logo após a
Essas obras são expostas alternadamente entre suas três sedes, afim de
conclusão do curso, foi convidado para trabalhar em uma loja
disponibilizar o fácil acesso à população, incentivando o interesse pela
representante da Knoll, onde acabou se tornando diretor responsável
cultura. O Instituto também promove mostras de artes plásticas,
pelos desenhos e fabricação de móveis. Em 1960, foi enviado para o
sessões de cinema, palestras e workshops. Além de uma intensa
Brasil afim de supervisionar a produção da móveis da Knoll pela loja
programação cultural, o projeto conta ainda com a publicação das
Forma. (SCHERER, 2015, cap. 4) 39
revistas ZUM e SERROTE, e a divulgação de alguns sites como a Rádio Batuta,
Pixinguinha,
Clarice
Lispector,
e
o
Correio
IMS. (PINHEIRO, 2019)
Assim como seus ídolos da arquitetura mexicana; Luís Barragan, José Villagrán Garcia, Juan O’Gormann, Ricardo Legorreta, Flores também foi fortemente inspirado pela cultura local. Dentre essas influências podemos destacar características como os grandes muros, a manipulação da luz natural, integração entre interior x
PARTIDO ARQUITETÔNICO Aurélio projetou propositadamente a caixa branca perfeita,
exterior, tendência a geometria pura, valorização de elementos
subtraindo apenas o acesso principal. A robusta fachada regular é
arquitetônicos como a escada. Já de Mies Van Der Rohe, Flores herdou
equilibrada pela escada monumental, remetendo aos antigos templos
ensinamentos como a utilização de uma seleta paleta de materiais, a
clássicos. E enquanto a aparência externa é bruta, pesada, cravada no
separação de planos e volumes, o design de interiores, a busca pela
chão, inspirada em seus antecessores mexicanos, seu interior difunde
iluminação natural. Além de características notórias como a precisão, o
uma
rigor, e a sistematicidade nos projetos. (SCHERER, 2015, cap. 4)
simetria
de
planos
e
volumes,
inegavelmente miesiana. (RODRIGUES, 2018, p. 231)
Figura 17 – Simetria Fonte: Acervo da autora, 2019
40
Figura 18 – Influências Fonte: Acervo da autora, 2019
Ainda segundo Flores:
como enquadramento branco para destaque do imóvel eclético. “A tênue proximidade entre os blocos (que separa um século de história com poucos metros de distância) provoca uma tensão: a ausência de elementos e a pureza geométrica do volume branco ofusca a rebuscada ornamentação do antigo. O projeto não se preocupa com a proximidade física, ele é uma resposta à nossa época.” (BEI, 2001. apud SCHERER, 2015, cap 4)
(RODRIGUES, 2018, p. 231)
CONSIDERAÇÕES Dentre os motivos que levaram a escolha da Casa da Cultura enquanto referência estão o contraste preciso entre o chalé tirolês e o pavilhão moderno, a planta livre do novo edifício que possibilita a variação de usos, e a concepção formal do edifício, “a caixa branca perfeita”.
Figura 19 - Implantação Fonte: SCHERER, 2015
Aurélio evidencia sua habilidade para solucionar a relação entre o preexistente e o novo, fazendo com que a fachada principal funcione
Figura 20 – Contraste Fonte: Acervo da autora, 2019
41
| GALERIA DE FOTOS
Figura 21 - Galeria Fonte: Acervo da autora, 2019
42
| 3.3 ESCOLA DE MÚSICA TOHO GAKUEN
extensão territorial de 21, 58 km² fica a cerca de 20 km da capital, e possui uma população estimada em 228 663 hab. com uma densidade demográfica de 10 590 hab./km². O edifício está inserido em uma região de uso misto, cercado por prédios e residências com um gabarito de altura que varia de 2 a 8 pavimentos, ao lado de um cemitério.
Figura 22 – Toho Gakuen Fonte: OTERO, 2016
FICHA TÉCNICA ENDEREÇO: 1- chome- 10- 1- Chõfugaoka, Chofu, Tokyõ-to 182-0021, Japão
Figura 23 – Implantação Fonte: GOOGLE EARTH. Adaptado pela autora, 2019
ANO: 2014 AUTOR: NIKKEN SEKKEI ÁREA CONSTRUÍDA: 3 305,22 m²
| 3.3.1 CONTEXTO HISTÓRICO
ÁREA DO TERRENO: 5 828, 91 m²
O PRÉDIO O atual prédio da escola de música da Toho Gakuen, substituiu
A escola de música da Universidade Toho Gakuen, fica localizada
uma construção que anteriormente abrigava o campus da Universidade
na cidade de Chofu, no subúrbio da província de Tóquio. O distrito com
no local. No levantamento de dados não foi possível localizar nenhum 43
registro fotográfico ou documental da construção. Sabe-se que era um
como uma alternativa para reascender a esperança da sociedade
edifício de dois pavimentos, com um arranjo convencional de salas de
japonesa que se recuperava do período pós-guerra. A partir daí o
aula dispostas ao longo de um corredor principal, sem iluminação
projeto da Tsubaki foi crescendo, e sendo implantada em várias outras
natural, e com uma estética relativamente simples. (OTERO, 2016)
escolas de educação básica, até a fundação da sua primeira escola de música, a Toho Gakuen College em 1961. A instituição continuou ampliando suas atividades, fundando a Toho Orchestra Academy em 1995, e finalmente a Toho Gakuen Graduate University em 1999, ambas na cidade de Tayoama, da qual o prédio do campus da cidade de Chofu também faz parte. (TOHO GAKUEN SCHOOL OF MUSIC, 2019)
Figura 25 – Universidade Fonte: TOHO GAKUEN SCHOOL OF MUSIC, 2019
| 3.3.2 O PROJETO A ESCOLA Figura 24 – Prédio novo Fonte: GUIMAPANG, 2018
Segundo Otero (2016) o prédio compreende uma estrutura geométrica fragmentada, composta por cheios e vazios, que possibilita
UNIVERSIDADE TOHO GAKUEN A Toho Gakuen surgiu com a criação do Departamento de Música na Escola Secundária Feminina de Tsubaki Gakuen em 1952,
a minimização visual da escala global, além de complementar de uma maneira harmônica o contexto urbano no qual está inserido. O volume externo resulta em espaços negativos no interior da escola, que criam pequenos pátios favorecendo a ventilação e iluminação natural nos três
44
pavimentos do edifício. Vista de cima, a construção lembra o arranjo de um mapa de Nolli. Cada sala possui proporções e características específicas, conforme o desempenho sonoro ideal de cada tipo de instrumento. As paredes são revestidas com um engenhoso sistema de madeira para a absorção do som, o teto contém painéis de isolamento de ruídos, e as janelas de vidro que vão do teto ao chão criam uma dinâmica interessante isolando a entrada de ruídos externos dentro dos ambientes, mas permitindo que a música tocada dentro da sala possa ser ouvida do lado de fora. O revestimento com concreto aparente também foi uma escolha natural para o condicionamento acústico. A escola possui três pavimentos, com amplas salas de música organizadas separadamente, com corredores por todos os lados criando grandes espaços de circulação, o que consequentemente também influencia no isolamento acústico. O subsolo abriga as áreas maiores, para prática em grupo e instrumentos mais estrondosos, aproveitando o fato de que o solo proporciona uma melhor absorção do som. No térreo e primeiro pavimento a disposição dos ambientes foi feita de maneira livre, sem grandes restrições, criando uma atmosfera quase monástica. (OTERO, 2016) Figura 26 – Planta de pavimento Fonte: OTERO, 2016. Adaptado pela autora, 2019
45
NIKKEN SEKKEI
| 3.3.3 CONTEXTO ATUAL ESCOLA DE MÚSICA TOHO GAKUEN Atualmente funciona como a Escola de Música da Universidade de Toho Gakuen, considerada de pequeno porte, com um campus na cidade de Chofu. Está oficialmente credenciada ao Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão. A escola oferece cursos de ensino superior oficialmente reconhecidos, com
Figura 27 – O escritório Fonte: NIKKEN EXPERIENCE INTREGATED, 2019
bacharelados e programas de pós-graduação. (UNIRANK, 2019)
O escritório foi fundado no ano de 1900, com sua sede na cidade de Chyoda em Tóquio, e se tornou a maior agência de arquitetura independente do Japão. Atualmente possui 13 filiais espalhadas em 9 países da Europa, Ásia e África, e conta com 2 685 funcionários, dos quais 1 250 são arquitetos japoneses. A empresa trabalha sobre a logo “Experiência Integrada”, oferecendo aos seus clientes diferentes tipos de serviços profissionais. As equipes atuam de maneira colaborativa para oferecer melhores soluções arquitetônicas: design e planejamento urbano, paisagismo, engenharias estruturais, MEP e civil, design computacional e BIM, sustentabilidade, resiliência e consultoria dentre outros. Desde a sua criação já foram realizados 25 000 projetos, em mais de 250 cidades, em 50 países. (NIKKEN EXPERIENCE INTREGATED, 2019) 46
Figura 28 – Fachada Fonte: OTERO, 2016
PARTIDO ARQUITETÔNICO
disso, a configuração espacial da Toho Gakuen dispõe de diversas áreas de convivência e de circulação, além dos pátios internos e das salas de aula delimitadas por grandes planos envidraçados, criando a ideia de uma paisagem contínua que valoriza a conexão visual entre os diferentes usuários do espaço, e a sua relação com o ambiente exterior, favorecendo as percepções multissensoriais dos alunos. (OTERO, 2016)
Figura 29 – Área de convivência Fonte: OTERO, 2016
O projeto é um exemplo virtuoso de quando um arquiteto tem uma visão ampla das reais necessidades do cliente, atingindo um resultado que supera as suas expectativas. A Nikken Sekkei se
Figura 30 – Planos envidraçados Fonte: OTERO, 2016
aprofundou em pesquisas sobre cada detalhe da obra, afim de criar um espaço de ensino musical atípico aos convencionais. O escritório observou que no layout tradicional das escolas de música, existia um
CONSIDERAÇÕES
confinamento quase solitário dos alunos em relação ao espaço, que
O projeto da Toho Gakuen foi escolhido como uma referência
deveria estimular o senso de convivência e a criatividade. Sabendo
contemporânea de escola de música. O partido arquitetônico também 47
serve como inspiração, por trabalhar um modelo que fuja do estilo das instituições tradicionais. E os materiais utilizados para as soluções acústicas como a madeira, o concreto, e os painéis de isolamento no teto.
GALERIA DE FOTOS
Figura 31 – Concreto, painéis e madeira Fonte: OTERO, 2016
48
4. POÇOS DE CALDAS
municípios na distribuição de bens e serviços. Está localizada na Região III do sul de Minas, e integra também a Região Administrativa do Alto Rio Pardo. A cidade está na borda da Serra da Mantiqueira, estendendo-se pela
Bacia
Sedimentar
do
Rio
Paraná,
com
um
conjunto morfoestrutural bem desenhado. Ela integra as rotas das estâncias hidrominerais paulistas de Serra Negra, Águas de Lindóia, Socorro, Monte Alegre do Sul e Águas da Prata, e também as estâncias Figura 32 – Localização Fonte: GOOGLE MAPS. Adaptado pela autora, 2019
mineiras de Caldas (Pocinhos do Rio Verde), Cambuquira, Lambari, Caxambu e São Lourenço. (PREFEITURA, 2006, p. 6 e 7)
DADOS BÁSICOS LATITUDE: 21º50’20” LONGITUDE: 46º33’53” POPULAÇÃO: 167.397 hab. DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 278,54 hab./km²
O município está localizado na mesoregião sul e sudoeste de Minas Gerais, na divisa com o estado de São Paulo. Sua extensão territorial é de 750km², dos quais ocupa apenas 544 km²; 85 km² formam a região urbana e 459 km² a zona rural. A cidade funciona como principal polo socioeconômico do sul de Minas, atendendo cerca de 23 50
Figura 33 – Brasão da cidade Fonte: PREFEITURA, 2006
| 4.1 CONTEXTO HISTÓRICO A CIDADE Os primeiros relatos que se tem da região datam de do final do séc. XVIII, por volta de 1765, quando Manoel Velho e outros bandeirantes desbravaram o sul de Minas em busca de riquezas minerais, no território que inicialmente ficou conhecido como “Descoberto de Manoel Velho”. No local foram encontradas fontes de águas termais com propriedades medicinais, que passaram a atrair pessoas em busca de cura para os mais diferentes tipos de enfermidade. Na época as águas sulfurosas estavam situadas na Fazenda
atividades com a construção do primeiro balneário, inaugurado em 1886, denominado Balneário Pedro Botelho. No mesmo ano também foi inaugurado o ramal da linha férrea da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro em Poços, facilitando o acesso de visitantes as águas sulfurosas. Com o fim do Império em 1889, as novas políticas da nova República beneficiaram a Estância Balneária de Poços de Caldas. O novo sistema administrativo permitia maior liberdade econômica e política, acelerando influenciando o crescimento da Vila, que em 1905, inaugurou a sua Prefeitura Municipal. Em 18 de setembro de 1915, através do Decreto nº 663 a Vila foi elevada à categoria de cidade.
Barreiro, propriedade do Capitão Joaquim Bernardes da Costa Junqueira, que explorava a pecuária na região. As fontes trouxeram prosperidade para o local, atraindo grande interesse público, até que em 1865, o próprio capitão concedeu parte de suas terras para as instalações do que viria a se tornar a cidade. A partir da delimitação da área do futuro município, o povoado conhecido como Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas se desenvolveu rapidamente, recebendo o título de distrito da cidade de Caldas em 1874, e se tornando Freguesia em 1879. (PREFEITURA, 2006, p. 9 e 10) Em 1880 a Sociedade Anônima de Empresa Balneária conseguiu o direito de exploração da já nomeada Poços de Caldas, e iniciou suas
Figura 34 – Balneário Pedro Botelho Fonte: PREFEITURA, 2018
51
Os anos áureos da cidade se deram devido à popularidade das
Com a descoberta dos antibióticos, e a proibição dos casinos no
suas águas milagrosas, e seus grandiosos cassinos, que movimentavam
Brasil, o turismo na cidade sofreu um grande impacto, afetando
o turismo na região. Poços passou a contar com várias casas de banhos,
negativamente a economia da região. A partir daí, Poços teve que se
como a famosa Thermas Antônio Carlos, para tratamentos de doenças
reinventar, mudando o foco do turismo, e investindo em novas áreas
cutâneas e corporais a partir do uso das suas águas termais. Os casinos
como o setor industrial, dedicado a exploração das riquezas minerais,
também eram um forte atrativo pra região, principalmente o Palace
da qual pode-se destacar o minério de alumínio, que ajudou a reerguer
Casino, que recebia importantes integrantes da aristocracia e
a economia da cidade. (PREFEITURA, 2006, p. 9 e 10)
celebridades brasileira.
| No canto inferior direito, a construção da Thermas Antônio Carlos, no centro a remodelação do Palace Hotel, e a esquerda, a construção do Palace Casino. Figura 35 – Thermas Antônio Carlos Fonte: PREFEITURA, 2018
52
| Vista parcial da fase inicial de estruturação da Praça Pedro Sanches. Ao fundo a Prefeitura Municipal, o antigo Grande Hotel e o Cine-Teatro Polytheama. Figura 36 – Praça Pedro Sanches Fonte: PREFEITURA, 2018
| 4.2 CONTEXTO ATUAL CULTURA Poços possui uma agenda cultural intensa que movimenta a cidade ao longo do ano, atraindo tanto o público local, quanto turistas de diversas regiões do país. A programação vai de festivais gastronômicos, á eventos musicais e competições esportivas; alguns dos eventos mais tradicionais são o Festival Música nas Montanhas, a Flipoços, a Volta ao Cristo, a Festa de São Benedito, o ENAF, o Julhofest, o Poços Blues e Jazz Festival, o Festival de Food Trucks e a Exposição Nacional de Orquídeas.
| A tabela acima destaca alguns dos importantes eventos que acontecem na cidade ao longo do ano. Eles contam com a produção e a participação de artistas locais, muitos alunos e ou ex-alunos do Conservatório. | Foto tirada durante uma das apresentações do Composição Ferroviária. Figura 37 – Evento Fonte: PREFEITURA, 2017
Tabela 1 – Agenda cultural Fonte: Elaborado pela autora, 2019
53
Além dos diversos festivais, a cidade conta com uma variedade de equipamentos de lazer como os cinemas, auditórios, teatro, museu,
Parque José Affonso Junqueira, o Parque Municipal Antônio Molinari, e o Parque Ecológico Municipal. (Prefeitura de Poços de Caldas, 2017)
restaurantes, clubes, ginásios poliesportivos, e estádios que garantem o lazer da população. Pode-se destacar o Espaço Cultural da Urca, o Museu Histórico e Geográfico, a Casa da Cultura, a Associação Atlética Caldense, e o Country Club.
| Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas Figura 38 – Museu Fonte: PREFEITURA, 2017
A cidade também possui praças e parques com uma qualidade ambiental e paisagística significativa, como a Praça Pedro Sanches, o 54
| Parque Municipal Edson Molinari | Parque Ecológico Municipal Figura 39 – Parques Fonte: PREFEITURA, 2017
TURISMO Uma parcela importante das atividades econômicas do município vem do turismo local, que se consolidou com uma quantidade considerável de visitantes durante o ano. Os fluxos de turistas mais expressivos são os das grandes capitais próximas a região como São Paulo que fica a 260 km, Rio de Janeiro a 470 km, e Belo Horizonte a 468 km. Além das famosas águas sulfurosas, e dos conhecidos eventos culturais, a cidade também possui como atrativos uma série de pontos turísticos que contemplam suas belezas naturais, históricas e culturais. (Prefeitura de Poços de Caldas, 2011)
| Cristo Redentor | Véu das Noivas | Teleférico | Praça Dr. Elisário Junqueira | Pedra Balão | Fonte dos Amores | Parque José Affonso Junqueira. :
Figura 40 – Pontos turísticos Fonte: PREFEITURA, 2017
55
Grau P3 (Bem de Interesse Paisagístico-Ambiental) - O grau
PATRIMÔNIO Em 1982 foi criado o DPHTAM- Diretoria do Patrimônio Histórico
P3 será conferido aos bens que tenham interesse
Turístico e Artístico de Poços de Caldas, órgão municipal responsável
principalmente paisagístico ambiental e só algumas partes
pelas questões acerca da proteção, fiscalização, levantamento e
desse imóvel justificam sua preservação.
tombamento de bens considerados de valor excepcional acerca da
Grau P4 (Bem de Interesse de Referência) - O grau P4 será
preservação memorial da cidade. Posteriormente o nome DPHTAM foi
conferido aos bens já descaracterizados que podem ser
substituído, e hoje é denominado CONDEPHACT- Conselho de
eventualmente substituídos por novas construções.
Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico. (Prefeitura de Poços
de Caldas, 2017) Segundo o levantamento do IPAC- Inventário de Proteção do Acervo Cultural do Município, de 2018, Poços atualmente possui 26 bens com grau de preservação P1, 17 em processo de tombamento, 52 com grau de preservação P2, 104 com grau P3 e 54 considerados P4. Os graus de preservação são classificados da seguinte maneira: Grau P1 (Bem Tombado) - O grau P1 foi conferido aos bens de
valor
excepcional que
devam
ser
preservados
integralmente através do Tombamento conforme a Lei Municipal nº 3. 537, de 27 de junho de 1984. Grau P2 (Bem de Relevante Interesse) - O grau P2 foi conferido aos bens de relevante interesse que devam ser preservados através de incentivo do poder público aos seus proprietários. 56
Figura 41 – Palace Casino Fonte: PREFEITURA, 2017
| GALERIA DE FOTOS
| Aeroporto Embaixador Walter Moreira Salles | Palace Hotel | Coreto | Thermas Antônio Carlos | Estação Ferroviária | Prefeitura Municipal. Figura 42 – Patrimônios tombados Fonte: PREFEITURA, 2017
57
| 4.3 ECOSISTEMA RELEVO A cidade está localizada no interior de uma das maiores intrusões de rochas alcalinas já registradas, caracterizada pelas atividades vulcânicas que aconteciam na região. O planalto é constituído por uma estrutura circular com 30 km de diâmetro e 800 km² de área, com formações elípticas que variam entre 900 e 1700 m de altitude. (PREFEITURA, 2006, p. 46 e 47)
no período que vai de outubro a março. A temperatura média anual, gira em torno dos 17º C, a mínima pode chegar a -6º C, e a máxima a 31º C. A cidade fica inserida na Zona Bioclimática 1, e seus ventos predominantes avançam na direção Nordeste. (PREFEITURA, 2006, p. 46)
VEGETAÇÃO A cidade está inserida em uma região com bioma de Mata Atlântica e Cerrado. Os campos são compostos por gramíneas rústicas, com arbustos baixos, de caule retorcido e casca grossa, que se
SOLO Seu solo é formado em grande parte por materiais de origem argilosa, pobre em nutrientes, e com baixa fertilidade devido a sua composição. A exceção fica por conta das regiões próximas aos cursos d’água, que possuem um solo com nível de produtividade médio, apto a cultivos anuais. (PREFEITURA, 2006, p. 49)
CLIMA Seu clima é tropical de altitude, marcado por invernos secos, com uma temperatura média de 15º C e precipitações de 315 mm, em um período de frio que dura de abril a setembro. Já os verões são brandos, com temperatura média de 21º C e precipitações de 1430 mm, 58
estendem tanto pela região urbana quanto pela zona rural. A floresta tropical presente principalmente nas serras da região, possui uma vegetação pouco densa, que permite o aparecimento de arbustos e herbáceas, além da incidência de pinheiros. (PREFEITURA, 2006, p. 49)
5. CONSERVATÓRIO MUSICAL ANTÔNIO FERRÚCIO VIVIANI
FICHA TÉCNICA ENDEREÇO: Rua Paraíba, nº 130- Centro, Poços de Caldas- MG ANO: início da década de 1970 ÁREA CONSTRUÍDA: aprox. 736 m² ÁREA DO TERRENO: aprox. 364 m²
Figura 44 – Implantação Fonte: GOOGLE EARTH. Adaptado pela autora, 2019
| 5.1 CONTEXTO HISTÓRICO O CONSERVATÓRIO Figura 43 – Conservatório Fonte: Acervo da autora, 2019
O Conservatório Musical Antônio Ferrúcio Viviane, fica localizado no centro de Poços de Caldas, na zona norte da cidade. A região é de uso misto, com variação no gabarito de altura. As principais vias de acesso que se interligam ao trecho da Rua Paraíba onde a instituição está inserida são a Rua Minas Gerais, e a Rua Assis Figueiredo. 60
A instituição foi criado em 1959, durante o mandato do prefeito Davi Benedito Otoni, através da Lei Municipal nº 687, que dispunha sobre a constituição do inicialmente denominado “Instituto Musical de Poços de Caldas”. (POÇOS DE CALDAS, 1959) Desde a sua fundação, a escola de música nunca teve de fato um espaço próprio para poder exercer suas atividades. Do que se sabe já teve como sede a antiga residência do Dr. Caio Junqueira, localizada na Rua Barros Cobra nº 298
(JUNQUEIRA, 1999). Também já ocupou o edifício da URCA durante o
O EDIFÍCIO
período de transição entre o Cassino e o atual Espaço Cultural.
O Conservatório ocupa uma propriedade particular datada do início
(PREFEITURA, 2011) e uma casa a altura do nº 176 na Rua Capitão
da década de 1970, que compreende uma antiga residência. A
Afonso Junqueira. Em 2004, já com o nome de Conservatório Musical
apropriação da nova sede se deu através da adaptação dos ambientes,
Antônio Ferrúcio Viviani, a instituição se mudou para o atual endereço
com a colocação de divisórias em alguns cômodos criando novas salas,
da Rua Paraíba nº 616, e em 2017 também passou a ocupar o edifício
e de mobiliário tipicamente escolar. Apesar das mudanças feitas e de
de nº 595 na mesma rua.
já abrigar a instituição a cerca de 15 anos, o edifício não proporciona um espaço apropriado para comportar uma escola de música.
| Espaço Cultural da Urca |Rua Barros Cobra | Rua Capitão Afonso Junqueira. Figura 45 – Endereços Fonte: Acervo da autora, 2019
Figura 46 – Mobiliário escolar Fonte: Acervo da autora, 2019
61
Um dos problemas detectados no imóvel é a falta de um
Dentre outros problemas estão a única e pequena recepção que
auditório para apresentações, que na maioria das vezes acabam
não acomoda o número de pessoas que frequentam a escola,
acontecendo em outros locais como a Casa da Cultura – IMS, o Espaço
principalmente nos horários de pico. O prédio tem somente um
Cultural da Urca, e o Palace Casino. O local também não possui uma
banheiro disponível para o uso dos alunos. O edifício não possui um
biblioteca, apesar de contar com um notável acervo de livros que
espaço que comporte o almoxarifado, o depósito de instrumentos, nem
fica exclusivo ao acesso dos funcionários. E o ateliê de artes, tem suas
uma sala para os professores. Não existe nenhum tipo de acessibilidade,
atividades restritas a pequenas obras, devido ao fato de dividir seu
e os problemas como a ventilação, iluminação são notáveis.
espaço com a turma de violão. |Arquivo e piano guardados debaixo da caixa de escada | Único banheiro disponível para os alunos.
| Parte do acervo de livros, guardados na lavanderia do edifício | Ateliê de artes dividindo seu espaço com as aulas de violão.
Figura 47 – Livros, ateliê Fonte: Acervo da autora, 2019
62
Figura 48 – Arquivos, banheiro Fonte: Acervo da autora, 2019
O espaço não permite ainda que a escola ofereça atividades
Em 2017 a prefeitura alugou um imóvel que faz frente com a
previstas na legislação como as voltadas para dança, já que nenhum dos
escola de música, afim de ampliar as instalações da instituição. O prédio
cômodos possui espaço próprio para isso. As aulas de artes cênicas
também é uma antiga residência, que foi adaptada para receber o
também não conseguem se fixar por longos períodos de tempo, pois à
anexo da escola de música, e que apresenta problemas similares aos do
falta de um lugar apropriado acaba atrapalhando os ensaios e
edifício principal do Conservatório.
desmotivando o interesse dos alunos. E os ensaios dos Corais Adulto e Infantil, da Banda Sinfônica e da Orquestra de Cordas também são sempre prejudicados devido ao revezamento das maiores salas. De uma maneira geral, a dinâmica de funcionamento do Conservatório gira em torno do cronograma de aula, que define a disponibilidade dos ambientes.
| A extensão do Conservatório, fica localizada também no endereço da Rua Paraíba, nº 595. | O pedestal não é fixo, e tem que ser montado e desmontado conforme os dias de ensaio do coral.
Figura 50 – Anexo Fonte: Acervo da autora, 2019
Figura 49 – Ensaio do Coral Fonte: Acervo da autora, 2019
63
| SETORIZAÇÃO PRÉDIO PRINCIPAL
| Esquema aproximado de setorização de ambientes do Prédio principal | As salas de aula e o ateliê estão sujeitos a variação de uso conforme o cronograma de aulas | O espaços interditados apresentam problemas estruturais, e estão sendo utilizados provisoriamente como depósitos. Figura 51 – Setorização Fonte: Elaborado pela autora, 2019
64
| GALERIA DE FOTOS – PRÉDIO PRINCIPAL
| Sala de aula individual improvisada na antiga garagem | Sala de aula em grupo improvisada na antiga garagem | Sala delimitada por divisória | Recepção | Secretaria improvisada com divisórias | Sala do diretor. Figura 52 – Prédio principal Fonte: Acervo da autora, 2019
65
| GALERIA DE FOTOS – PRÉDIO PRINCIPAL
| Móveis empilhados em um banheiro desativado | Estante da antiga residência que existia no local | Sala de aula onde acontecem os ensaios da Orquestra de Cordas e da Banda Sinfônica | Sala de aula na antiga copa da casa | Sala de aula na antiga lavanderia | Sala de aula de bateria. Figura 53 – Prédio principal Fonte: Acervo da autora, 2019
66
| GALERIA DE FOTOS – PRÉDIO PRINCIPAL
| Móveis empilhados em sala de aula | Instrumentos empilhados em sala de aula | Área externa do ateliê | Escadas de acesso | Única abertura de ventilação da sala de aula. Figura 54 – Prédio principal Fonte: Acervo da autora, 2019
67
| SETORIZAÇÃO ANEXO
| Esquema aproximado de setorização de ambientes do Anexo | As salas de aula estão sujeitas a variação de uso conforme o cronograma de aulas |A cozinha divide espaço com alguns arquivos da instituição. Figura 55 – Setorização Fonte: Elaborado pela autora, 2019
68
| GALERIA DE FOTOS – ANEXO
| Móveis empilhados em sala de aula | Instrumentos empilhados em sala de aula | Área externa do ateliê | Escadas de acesso | Única abertura de ventilação da sala de aula. Figura 56 – Anexo Fonte: Acervo da autora, 2019
69
violino e violoncelo. A escola funciona de segunda a sexta-feira, das 7:30
| 5.2 CONTEXTO ATUAL
às 21:40.
CONSERVATÓRIO MUSICAL ANTÔNIO FERRÚCIO VIVIANI
| Apresentação da Orquestra de Cordas do Conservatório Musical no Palace Casino. Figura 57 – Orquestra de cordas Fonte: Descubra Poços de Caldas, 2019
O Conservatório é uma instituição pública cultural, artística e
| Apresentação da Banda Sinfônica do Conservatório Musical na Rampa de Voo Livre, durante o evento Circula Som. Figura 58 – Banda Sinfônica Fonte: PREFEITURA, 2019
educacional vinculada à Secretaria Municipal de Educação. Nela são oferecidos cursos de artes plásticas, artes cênicas, bateria, canto, clarinete, contrabaixo (acústico e elétrico), coral livre, coral infantil, flauta transversal, guitarra, musicalização infantil, piano (clássico e popular) saxofone, teclado, trompete, violão (clássico e popular),
70
Atualmente atende 1100 alunos na própria instituição, através de aulas práticas e teóricas, que podem ser individuais e/ou em grupo, podendo optar pelo curso livre ou técnico. Outros 700 estudantes são assessorados nas escolas públicas da rede municipal de ensino, por
meio de programas que visam a descentralização de atividades,
atingindo uma média de nota previamente estipulada, para que
facilitando o acesso ao ensino musical. Dentre as escolas assistidas pelo
possam continuar ocupando a vaga. Caso o estudante não seja bem
projeto estão o CAIC- Professor Arino Ferreira Pinto, o Centro de
avaliado, ele é desligado da instituição, cedendo assim seu lugar
Educação Infantil Angelina Leandro Eras, o PMJ João Monteiro (antigo
para outra pessoa. Para ingressar na instituição os interessados
SESI), e também a Mª Ovídia Junqueira, Rafael Sanches, José Avelino de
devem deixar seu nome em uma lista de espera que é renovada
Melo.
anualmente, e que sempre encerra seu ciclo com cerca de 3 000 inscritos. As informações descritas sobre o Conservatório, foram todas levantadas na própria instituição, através de diálogos feitos com funcionários, professores e alunos.
| Apresentação dos alunos de violão e do Coral Infantil, no Espaço Cultural da Urca Figura 59 – Coral Infantil Fonte: PREFEITURA, 2017
Os alunos matriculados no Conservatório participam de um sistema de avaliação bimestral, e devem encerrar o ano letivo ATINGINDO
71
6. SOBRADO CONDE PRATES
antiga Estação Ferroviária, e do Parque Dr. Pedro Afonso Junqueira, largo histórico da cidade, que abriga um importante conjunto de bens tombados. O sobrado ainda tem uma relação visual direta com a Serra de São Domingos, patrimônio natural tombado a nível estadual. (DOSSIÊ, p. 26)
Figura 60 – Sobrado Conde Prates Fonte: Acervo da autora, 2019
FICHA TÉCNICA ENDEREÇO: Rua Junqueiras, nº 130- Centro, Poços de Caldas- MG ANO: Segunda metade do séc. XIX
Figura 61 – Implantação Fonte: GOOGLE EARTH. Adaptado pela autora, 2019
ÁREA CONSTRUÍDA: aprox. 781, 84 m² ÁREA DO TERRENO: 1780, 22 m²
| 6.1 CONTEXTO HISTÓRICO O casarão está inserido em um lote de destaque, na esquina da rua Dr. Francisco Faria Lobato com a rua Junqueiras, uma das principais vias de acesso da região central, responsável por conectar a zona leste a zona sul. No contexto urbano, fica ao lado da Praça Paul Harris, da
O CASARÃO Figura importante durante a Primeira República, Conde Prates era um frequentador assíduo do que viria a se tornar o município de 73
Poços de Caldas. Ainda no final do séc. XIX, mandou erguer uma casa de veraneio na região onde hoje fica o centro da cidade. Não é possível datar com precisão o ano de construção da residência, entretanto, existem registros fotográficos da época, que comprovam a existência de um casebre no local, já na primeira metade da década de 1880.
Figura 63 – Estação Ferroviária Fonte: RESGATANDO POÇOS DE CALDAS, 2016
Estima-se que com a proibição dos jogos em 1946, a construção tenha perdido sua finalidade original para casa de veraneio. A partir | Primeiro registro fotográfico do Sobrado em 1884, ao fundo o antigo Balneário Pedro Botelho.
desse período não se sabe precisar ao certo os diferentes usos e
Figura 62 – Primeira foto Fonte: RESGATANDO POÇOS DE CALDAS, 2016
proprietários pelos quais o casarão passou. Foi possível verificar apenas
No mesmo período foram concluídas as obras do ramal
associadas a serviços. Inicialmente foi sede de uma biblioteca pública,
ferroviário na extensão do próprio terreno; a estação que foi
depois comportou parcialmente uma escola de idiomas entre 1973 e
inaugurada em 1886 pertencia a Companhia Mogiana de Estrada de
1988, e também a Superintendência Regional de Ensino entre 1980 e
Ferro, empresa da qual Conde Prates era acionista. (DOSSIÊ, p. 10)
1995. (DOSSIÊ, p. 22 e 23)
74
que dos anos 1960 em diante a residência passou a abrigar atividades
Registros em cartório relatam que a propriedade do casarão foi
Apesar
de
todas
as
iniciativas
que
impulsionaram
separada da porção ociosa do terreno, e que nenhum dos dois
significativamente a economia da capital, sua maior contribuição para a
pertencem mais aos seus herdeiros originais. Durante os últimos 24
cidade foram as colaborações acerca da construção da cidade. O Conde
anos de existência a casa esteve em situação de semiabandono, o que
doou algumas de suas terras para a construção do município, e
contraditoriamente resultou no resguardo de suas principais
negociou com grandes proprietários para que eles fizessem o mesmo.
características estéticas e construtivas, que não sofreram modificações
Além disso construiu importantes edifícios no centro de São Paulo,
significativas desde a década de 1930. Recentemente tanto o casarão
como os palacetes na região do Vale do Anhangabaú.
quanto o terreno foram adquiridos por uma construtora da cidade, que pretende desenvolver um empreendimento no local. (DOSSIÊ, p. 23)
CONDE EDUARDO PRATES Segunda OLIVEIRA (2016) Eduardo Prates nasceu no dia 8 de novembro
de
1860,
na
cidade
de
São
Paulo,
filho
de Fidêncio Nepomuceno Prates e de Inocência da Silva Prates. Foi casado com Antônia dos Santos Silva, importante integrante da elite paulista. Eduardo era uma figura importante da sociedade paulista na época, se destacando por suas realizações em prol do crescimento econômico da capital. Foi fundador de instituições como o Banco de São Paulo, da Sociedade Rural Brasileira, da Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo. Também ocupou o cargo de vice-presidente e diretor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Figura 64 – Conde Prates Fonte: OLIVEIRA, 2016
75
Prates era conhecido também pela generosidade, benfeitorias e ações realizadas em prol dos mais necessitados. Em 1912 participou da 1ª Comissão Fundadora da Nova Catedral Metropolitana de São Paulo, pela qual recebeu o título de Conde, concedido pelo Papa Leão XIII. Atuou ainda em instituições como o Orfanato Cristóvão Colombo, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e o Convento Nossa Senhora da Luz. O Conde Prates faleceu em 22 de março de 1928, e mesmo no fim da vida fez um apelo para que suas iniciativas fossem levadas adiante. (OLIVEIRA, 2016) | Provável configuração da casa em sua primeira fase. Figura 65 – Primeira fase Fonte: DOSSIÊ, p.11
FASES DO CASARÃO Segundo o Dossiê de Tombamento, ao longo dos seus aproximados 125 anos de existência a residência passou por importantes transformações arquitetônicas, das quais se destacam cinco fases que podem ser classificadas da seguinte maneira: A sua fase inicial pode ser entendida entre o período da sua construção até meados da década de 1880. Era uma casa térrea, das quais as dimensões e estilo não foram possíveis indicar, com uma varanda lateral com vista para onde anos depois foi implantada a estação ferroviária. Essa implantação corresponde ao que hoje são os primeiros cômodos do térreo.
76
A segunda fase compreende o período entre meados de 1880 e 1910, quando a casa térrea deu lugar a um sobrado em estilo normando. A arquitetura típica da Normandia Francesa foi apropriada enquanto estilo nas regiões mais frias do país, entre o final do séc. XIX e início do séc. XX. A escolha dessa referência estética, deu a casa fachadas em alvenaria aparente, ornadas com detalhes em madeira que simulavam um enxaimel, além do telhado muito inclinado e recortado. A reforma contou ainda com a implantação de um mirante, com vista para a estação ferroviária, de onde o Conde podia observar a chegada e saída dos vagões.
Francisco Faria Lobato, a construção de novos cômodos, e a construção da varanda frontal.
| Configuração do casarão em sua segunda fase. Figura 66 – Segunda fase Fonte: DOSSIÊ, p. 14
| Volumetria do sobrado em sua terceira fase.
A terceira fase equivale ao intervalo entre 1910 e início dos anos 1920, quando a residência passou por uma remodelação completa. O
Figura 67 – Terceira fase Fonte: DOSSIÊ, p. 15
estilo normando com sua alvenaria e ornamentos, foram substituídos
A quarta fase da casa corresponde ao período que foi de 1922 a
por reboco e pintura que caracterizaram a casa com o estilo que se
1928, ano de falecimento do seu proprietário inicial, o Conde Prates. A
conserva até hoje. O telhado também foi completamente modificado,
casa sofreu ampliações voltadas para a sua lateral interna e para os
recebendo o acréscimo das platibandas. E a volumetria foi alterada,
fundos, além da construção da varanda frontal na altura do primeiro
devido a ampliação da porção da edificação voltada para a rua Dr.
pavimento. O telhado sofreu algumas alterações na geometria e teve 77
sua platibanda retirada. As alterações correspondem parcialmente ao
nesse período equivalem em grande parte os aspectos atuais do
projeto assinado pelo Sr. Ernesto Rugani.
casarão
| Configuração do casarão em sua quarta fase. Figura 68 – Quarta fase Fonte: DOSSIÊ, p. 17
A quinta fase abrange as reconstruções que ocorreram entre 1928 e 1929, após a morte do Conde. No fundo da residência foi construído um segundo pavimento, voltado para a rua Dr. Francisco Faria Lobato, e a varanda lateral com vista para a estação foi fechada. As obras realizadas 78
| Volumetria do sobrado em sua quinta fase. Figura 69 – Quinta fase Fonte: DOSSIÊ, p. 19
Nos anos que se sucederam o casarão passou por algumas reformas pouco significativas, como a remodelagem de acréscimos nos fundos, a substituição de piso, paredes, e outras intervenções pontuais, possivelmente em decorrências dos diferentes usos aos quais foi submetida durante os seus quase 125 anos de existência. De todas essas alterações, nenhuma se mostrou relevante a ponto de demarcar uma nova fase significativa da edificação. A volumetria atual do casarão corresponde essencialmente aos registros da sua quinta fase de alteração. (DOSSIÊ, p. 11 a 22)
Figura 71 – Fase atual Fonte: Acervo da autora, 2019
Figura 70 – Acréscimos Fonte: DOSSIÊ, p. 54
79
| LINHA FOTOGRÁFICA DO TEMPO
80
Figura 72 – Linha do tempo Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Na parte frontal, a edificação está recuada em relação à
| 6.2 CONTEXTO ATUAL
Rua Junqueiras, cercada por um muro baixo, que em uma parte está vedado por um gradil metálico, e em outra por um vazado de alvenaria.
O PATRIMÔNIO
O portão central de acesso abre para um caminho com resquícios de jardim, que leva à escadaria da entrada principal. Já a fachada lateral fica alinhada à Rua Dr. Francisco Faria Lobato, com um lance de escada avançando sobre a calçada. A edificação é elevada em relação ao nível das duas ruas, sem a existência de um porão utilizável, com exceção da garagem. (DOSSIÊ, p. 29)
Figura 73 – Fachada Fonte: Acervo da autora, 2019
O casarão como vemos hoje é resultado de uma sobreposição de camadas, quase que como um palimpsesto, correspondente as transformações da construção ao longo dos anos. A edificação atípica do período eclético, guarda em si uma harmonia espacial, que se mostra mais imponente pela sua grandeza do que pela sua aparência. (DOSSIÊ, p. 28)
Figura 74 – Escada sobre a calçada Fonte: Acervo da autora, 2019
81
A sua volumetria é formada por um corpo principal de base
anexados posteriormente, contam com técnicas e materiais
retangular, que ao fundo se sucede com uma sequência de volumes
construtivos mais recentes, como alvenaria de bloco cerâmico e telhas
escalonados em sentido descendente. Seus ornamentos são compostos
trabalhada. A fachada principal possui varanda nos dois pavimentos,
pelos detalhes nos gradis metálicos e pilares da varanda, os parapeitos
com pilares de sustentação feitos de ferro fundido, e cercada no
esteticamente simples das janelas, os frisos e as cimalhas que
segundo pavimento por um gradil. (DOSSIÊ, p. 31)
demarcam os limites dos pavimentos, e os detalhes da porta principal. A fachada frontal dispõe de uma composição simétrica de cheios e vazios, enquanto a lateral possui um ritmo irregular na disposição de suas aberturas. O telhado conta com 16 águas, coberto por telhas tipo marselhesa sobre uma estrutura de madeira, sem o uso de platibanda, calhas, ou qualquer outro tipo de ornamento. (DOSSIÊ, p. 29 e 30) No interior da residência, as paredes estão pintadas de branco, com um barramento acinzentado, e em algumas delas é possível observar vestígios de uma pintura mural, provavelmente originada da sua fase inicial. Os pisos do térreo são de ladrilho e cimento queimado, e no pavimento superior são de assoalho de madeira. O teto é em grande parte forrado por tábuas de madeira, salvo os anexos posteriores e as varandas. A estrutura é feita em alvenaria de tijolos maciços, com as paredes externas bem mais espessas que as internas, característica da alvenaria enquanto função estrutural. Os cômodos de fibrocimento. As ligações internas entre os pavimentos se dão através de três escadas feitas em madeira de lei com carpintaria bem 82
Figura 75 – Pilares da varanda Fonte: Acervo da autora, 2019
| GALERIA DE FOTOS
| Fachada lateral na Rua Dr. Francisco Faria Lobato | Fachada lateral fotografada pelos fundos | Fachada lateral voltado para a Pç. Paul Harris | Casa vizinha da Rua Dr. Francisco Faria Lobato | Construção vizinha na esquina da frente | Vista do Lions Clube, construção integrante do perímetro de preservação. Figura 76 – Vistas Fonte: Acervo da autora, 2019
83
| GALERIA DE FOTOS
| Muro vazado em alvenaria | Portão principal | Gradil metálico | Escada lateral | Portão da escada | Portão da entrada lateral | Garagem | Portão dos fundos. Figura 77 – Detalhes Fonte: Acervo da Autora, 2019
84
| GALERIA DE FOTOS
| Escada no interior da casa | Detalhe do pilar e gradil | Varanda | Detalhe do vidro com as inicias C.P; Conde Prates | Vista de uma das janelas | Vista do terreno | Detalhe do forro |Vista de um ambiente interno. Figura 78 – Detalhes Fonte: DOSSIÊ
85
O TOMBAMENTO
Considerando que a preservação de bens imóveis de valor
Em 2015, o CONDEPHACT, reconheceu a importância do
histórico é de fundamental importância para a salvaguarda da
Casarão, iniciando o processo de tombamento do edifício denominado
memória coletiva em relação ao espaço urbano e do sentido de
sobrado Conde Prates; dado a importância da construção de porte e
pertencimento da população em relação ao mesmo. (POÇOS DE
características arquitetônicas incontestáveis, produzida em um período
CALDAS, 2016)
relevante da história da cidade, e inserido em um contexto espacial com grande interesse de conservação. (DOSSIÊ, p. 33)
O INCÊNDIO
O tombamento do casarão foi aprovado pela Prefeitura
No dia 26 de agosto de 2019, durante o processo de elaboração
Municipal de Poços de Caldas, através da Lei Nº 9.133, assinada no dia
deste TFG, o Sobrado Conde Prates foi acometido por um incêndio de
17 de junho de 2016. Dentre os motivos da aprovação podemos
grandes proporções. As chamas começaram de madrugada, e se
ressaltar três tópicos principais:
estenderam por cerca de cinco horas até que os bombeiros
Considerando que a edificação denominada “Sobrado Conde
conseguissem apagá-las; foram necessárias 70 mil litros d’água. O fogo
Prates”, situada à Rua Junqueiras, nº 130, Centro, constitui
afetou principalmente o meio e a frente da construção destruindo
remanescente histórico relevantes dos anos iniciais do ciclo do
portas, janelas, escadas, assoalho e forro, o que comprometeu toda a
desenvolvimento urbano do Município, por suas notórias
sua estrutura. O fato aconteceu 15 dias após a apresentação da
características arquitetônica, e pela memória do proprietário
proposta do projeto de ampliação e restauração feita pelo atual
original.
proprietário do Sobrado. A perícia concluiu que o incêndio começou
Considerando que o imóvel está situado no núcleo histórico e
pela lateral da rua Dr. Francisco Faria Lobato, e de maneira criminosa,
turístico da cidade, sendo a preservação de suas características
já que a rede elétrica do imóvel estava desligada no momento do crime;
arquitetônicas de interesse para a manutenção das qualidades
nenhum suspeito foi apontado. (G1, 2019)
estéticas e ambientais do espaço urbano. 86
concluíram mais uma vez que as causas do incêndio foram criminosas. (G1, 2019)
| Imagem registrada durante o incêndio no dia 26 de agosto. Figura 79 - Chamas Fonte: G1, 2019
Quase três meses depois, no dia 13 de novembro de 2019, o casarão sofreu um segundo incêndio. Desta vez o fogo começou nos fundos da construção, parte essa que não havia sido destruída pelas chamas no episódio de agosto. As chamas foram contidas rapidamente, mais com tempo suficiente para pôr abaixo o que havia sobrado na parte interna da construção. Após a perícia os investigadores Figura 80 - Incêndio Fonte: G1, 2019
87
7. O LOCAL
| 7.1 ANÁLISE DO IMÓVEL
As alvenarias também podem ser expostas contanto que haja soluções para a prevenção de patologias advindas da
Para a elaboração do projeto, é necessário compreender a legislação em torno das diretrizes de preservação do patrimônio
umidade. Caso haja necessidade da substituição de telhas, as mesmas
tombado. Alguns aspectos importantes serão sintetizados a seguir afim de embasar a proposta, de acordo com o Dossiê de Tombamento do
deverão ser da tipologia existente; telhas marselhas. As esquadrias são de livre composição sobre os vãos
casarão, e a Lei Municipal 9133.
existentes. O muro que faz frente para a Rua Junqueiras, deve ser
DIRETRIZES PARA INTERVENÇÃO NA EDIFICAÇÃO TOMBADA Quanto a porção do imóvel a ser mantida: Preservar as elevações sudeste, nordeste e noroeste, em todos seus aspectos formais e construtivos. As alvenarias, aberturas, cimalhas, frisos, relevos, parapeitos e molduras em geral devem ser mantidas da forma como se encontram. As peças de ferro fundido; guarda-corpos, gradis, portões, pilares da varanda, devem ser recompostas conforme a existente. Pode-se compor as fachadas por meio de pintura desde que as tonalidades escolhidas guardem relação cromática com os edifícios das Thermas, Palace Casino e Palace Hotel, de
mantido.
Há a possibilidade da remoção de paredes internas, desde que sua remoção não implique em risco a integridade da edificação.
Os pisos no térreo são de livre composição. No pavimento superior, os assoalhos devem ser recompostos. Os forros são de livre composição. As instalações elétricas e cabeamento geral necessário para adequação do imóvel não deverão interferir na alvenaria. No caso de instalações hidráulicas, é tolerada sua interferência com a alvenaria. A vegetação existente em frente ao casarão poderá ser recomposta livremente.
forma a compor um conjunto. 89
Toda e qualquer intervenção no patrimônio deve ser previamente aprovada pelo CONDEPHACT.
Zona 3: Quanto a esta porção do terreno, é permitida a edificação, nos termos do item anterior, no entanto, com gabarito liberado até a altura máxima permitida a legislação
DIRETRIZES PARA APROVEITAMENTO DO TERRENO
municipal vigente.
O terreno foi subdividido em zonas que correspondem a um gradiente de permeabilidade quanto as formas de construir, de tal forma que as massas edificadas do casarão e das futuras construções guardem entre si relações harmônicas em termo de linguagem, ritmo e proporções. Essas zonas e diretrizes estão delimitadas abaixo:
Zona 1: Esta porção do terreno deve ser mantida livre de edificações, podendo receber tratamento paisagístico com espécies de pequeno e médio porte, de livre composição.
Zona 2: Para essa porção do terreno, pode-se levantar edificação, com altura máxima correspondente à altura do casarão. As fachadas devem ser compostas de forma a manter uma relação harmônica com o casarão, em termos de ritmo na disposição de cheios e vazios, de adequação da linguagem arquitetônica, e de materiais.
90
Figura 81 – Diretrizes de aproveitamento Fonte: DOSSIÊ. Adaptado pela autora, 2019
DIRETRIZES DE PRESERVAÇÃO DA ÁREA CONSTRUÍDA Conforme as diretrizes de preservação do patrimônio estipuladas pelo CONDEPHACT, as áreas 2 e 3 do mapa abaixo não possuem interesse de preservação. A construção dessa áreas é posterior a construção do corpo principal do Sobrado, portanto não foram consideradas de valor histórico.
Á área 3 do mapa, se refere a sede do Lions Clube, que está dentro do perímetro de tombamento do Sobrado Conde Prates. Atualmente abriga a Guarda Mirim, grupo referente a contratação e preparação de menores aprendizes que trabalham na Prefeitura Municipal de Poços de Caldas.
Figura 83 – Lions Clube Fonte: Acervo da autora, 2019
Figura 82 – Diretrizes de preservação Fonte: DOSSIÊ. Adaptado pela autora, 2019
91
| PLANTAS ORIGINAIS
Figura 84 – Planta original Fonte: Dossiê. Adaptado pela autora, 2019
92
Figura 85 – Planta original Fonte: DOSSIÊ. Adaptado pela autora, 2019
93
Não serão admitidos no cálculo do CA, descontos de qualquer
LEGISLAÇÃO VIGENTE
natureza, exceto o piso térreo, e o subsolo imediatamente
De acordo com o macrozoneamento da cidade de Poços de
abaixo deste, cuja destinação seja exclusivamente para
Caldas, estabelecido na Lei Complementar N.92- 2007, que dispõe sobre
estacionamento de veículo e acesso à edificação. (POÇOS, 2007)
o Uso e Ocupação do Solo, o casarão está inserido na ZPE-3 (Zona de Proteção Especial – 3) que estabelece os parâmetros apresentados na
| 7.2 ANÁLISE DO ENTORNO
tabela a seguir:
Para entender melhor ocontexto urbano no qual o casarão esta inserido, foi feito um recorte enquadrando os principais pontos que compõem seu entorno direto. Vale reforçar que o imóvel faz parte de uma importante área de preservação patrimonial da cidade de Poços de Caldas, que inclui cerca de outras 12 construções consideradas bens tombados. Dessas, o sobrado tem relação visual direta, fazendo parte do perímetro de preservação da Estação Ferroviária, do Complexo Hidrotermal e Hoteleiro, e do Conjunto Paisagístico e Arquitetônico do Tabela 2 – Zoneamento Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Não incluída a altura da caixa d’água e casa de máquinas e dependências do apartamento imediato abaixo, limitando a um apartamento e desde que possua acesso dependente, com área construída de no máximo 50% da área do pavimento tipo quando for o caso. 94
Pq. José Affonso Junqueira. Além de destacar os patrimônios tombados, as análises a seguir também apontam aspectos como gabarito de altura, uso e ocupação, e hierarquia viária da região, que tem como resultado uma variação característica de região central, contexto urbano do qual o casarão faz parte.
| MAPA DE POÇOS DE CALDAS
Figura 86 – Recorte Fonte: Elaborado pela autora, 2019
95
| MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA
Figura 87 – Hierarquia viária Fonte: Elaborado pela autora, 2019
96
| MAPA DE PATRIMÔNIOS
Figura 88 – Patrimônios Fonte: Elaborado pela autora, 2019
97
| MAPA DE USO E OCUPAÇÃO
Figura 89 – Uso e ocupação Fonte: Elaborado pela autora, 2019
98
| MAPA DE GABARITO DE ALTURA
Figura 90 – Gabarito de altura Fonte: Elaborado pela autora, 2019
99
8. A PROPOSTA
| 8.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
PRESERVAÇÃO
DISTÂNCIA
Figura 92 – Preservação Fonte: Elaborado pela autora, 2019 Figura 91 – Distância Fonte: GOOGLEEARTH. Adaptado pela autora, 2019
Sabendo das diretrizes de preservação do patrimônio tombado, o projeto propõe que as áreas 2 e 3 que já são passíveis de demolição
Na proposta de mudança do Conservatório Musical para o
sejam removidas, com o intuito de otimizar o aproveitamento do
Sobrado Conde Prates, a escola continua inserida na região central da
espaço nos fundos do terreno, e a ambiência da fachada do casarão em
cidade de Poços de Caldas, a uma distância de cerca de 800m do espaço
relação ao contexto na qual ela está inserida.
atual. 101
| 8.2 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa foi desenvolvido com base na análise sobre o
SETORIZAÇÃO Abaixo, segue o esquema de setorização dos ambientes, cada qual dividido conforme a sua função:
funcionamento atual do Conservatório Musical no espaço em que ele ocupa; quais atividades exerce, que deveria exercer, como funciona o cronograma de aulas, o que falta na instituição, e quais as suas necessidades espaciais.
Tabela 3 – Programa de necessidades Fonte: Elaborado pela autora, 2019
102
Tabela 4 – Setorização Fonte: Elaborado pela autora, 2019
PLANO DE MASSAS Diante das características apresentadas pelo programa de
E como resultado do estudo do plano de massas inicial temos o esboço a seguir:
necessidades, e da estrutura pré-existente do patrimônio tombado que não comporta fisicamente o projeto, a solução desenvolvida no plano de massa sugere que seja construída uma edificação na parte ociosa do terreno, afim de acomodar os ambientes maiores como o auditório, as salas de teatro e dança, e o café. O programa se divide da seguinte maneira:
Figura 93 – Plano de massas Fonte: Elaborado pela autora, 2019
O anexo, será desenvolvido com base nos limites préestabelecidos pela diretriz de aproveitamento do terreno. E levará em Tabela 5 – Plano de massas Fonte: Elaborado pela autora, 2019
consideração ainda, os recuos estipulados pelo plano diretor vigente na cidade, de acordo com a ZPE-3, na qual o casarão está inserida. 103
| 8.3 DEFINIÇÃO DA FORMA CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO
Figura 94 – Partido arquitetônico Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Tendo como ponto de partida a restauração do Sobrado Conde
resguardadas e quais estão passíveis de demolição. RELAÇÃO na
Prates, o conceito do projeto gira em torno da preservação, da relação,
maneira como os dois blocos se conectam dentro do espaço no qual
e da integração entre os dois edifícios. PRESERVAÇÃO no que diz
estão inseridos. E INTEGRAÇÃO no modo como o anexo é incorporado
respeito ao patrimônio tombado sobre quais áreas devem ser
ao sobrado, sendo notável a distinção entre passado e presente.
104
9. O PROJETO
| 9.1 NOVO CONSERVATÓRIO MUSICAL NO SOBRADO CONDE PRATES
Figura 95 – O projeto Fonte: Elaborado pela autora, 2019
106
adeque aos cômodos sem precisar interferir bruscamente na
| 9.2 O PATRIMÔNIO
construção pré-existente. Na proposta do novo Conservatório Musical no Sobrado Conde Prates, o patrimônio será restaurado na máxima de sua concepção formal e estrutural. A restauração tem como principal preocupação recuperar importantes aspectos do casarão, que se deterioraram com o abandono e o passar do tempo, descaracterizando o estilo eclético da construção. Dentre as principais características da reabilitação do projeto vale destacar alguns pontos como a prospecção de pinturas murais em determinados paredes da casa, que foram encobertas por pinturas posteriores.
Figura 96 – Casarão Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Como apresentado no capítulo anterior, o patrimônio abrigara os ambientes de pequeno porte, como salas de aula prática, diretoria, secretaria e sala dos professores. A exceção fica por conta da biblioteca, que ocupa o que provavelmente era uma grande sala de jantar, quando a construção ainda era uma residência. A ideia é de que o layout se
Figura 97 – Pintura Fonte: D’OSSIÊ
107
A restauração das peças de gradis metálicos que decoram a
Outra aspecto importante é a recuperação do ladrilho hidráulico
fachada e varanda do casarão; são peças ornamentais de ferro fundido,
que compõe o piso no segundo pavimento do sobrado, e o assoalho de
originalmente francesas.
madeira que reveste o primeiro pavimento.
Figura 99 – Pisos Fonte: DOSSIÊ
Figura 98 – Gradil Fonte: DOSSIÊ. Adaptado pela autora, 2019
108
As portas e janelas do casarão, que são todas feitas em madeira, também serão restauradas conforme o modelo original apresentado a seguir:
| ESQUADRIAS
Figura 100 – Esquadrias Fonte: DOSSIÊ. Adaptado pela autora, 2019
109
Os tons de amarelo e branco que fazem parte da composição da
INTEGRAÇÃO
fachada serão mantidos, já que com o passar dos anos as cores se firmaram como característica importante que atribuí ao casarão certa identidade, além de se adequar a paisagem no qual está inserido.
Os dois blocos se conectam no espaço onde inicialmente ficava uma das áreas passíveis de demolição, nos fundos do casarão. A união é feita através de uma abertura lateral na estrutura do patrimônio, que é reforçada pela parede do novo anexo. O local também foi utilizado de maneira estratégica para abrigar os principais pontos de acesso do projeto; a escada principal e o elevador.
Figura 101 – Escada de madeira maciça Fonte: DOSSIÊ
No mais, o projeto ainda pretende recuperar o forro de madeira que acompanha todo o sobrado, as telhas marselhas que constituem o telhado. A construção que é feita de tijolos de bloco maciço com função estrutural, e a escada de madeira maciça, que fica no interior do casarão. 110
Figura 102 – Integração Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Quanto aos revestimentos, a madeira foi escolhida como
| 9.3 O ANEXO
principal material, para compor o piso e o forro do teto, pela sua eficiência em relação ao isolamento acústico. As paredes serão todas pintadas em cores claras, dando uma sensação de continuidade aos grandes planos de vidro, que por sua vez também terão acabamento em madeira.
Figura 103 – Anexo Fonte: Elaborado pela autora, 2019
O anexo por sua vez foi projetado para abrigar os ambientes de grande porte que não caberiam no casarão. Dentre eles estão o café, auditório, salas de dança e teatros, o ateliê e as salas de aula teórica. O projeto do novo anexo possui estrutura metálica com blocos de concreto estrutural e laje maciça. A escolha pela armação de aço se deu pelos seus perfis esbeltos que conseguem vencer grandes vãos, e
Figura 104 – Brise Fonte: Elaborado pela autora, 2019
tem características estéticas que condizem com o estilo construção. Já
Na fachada, um brise retrátil de madeira envolve o anexo, se
os blocos de concreto trabalham bem o isolamento acústico necessário
sobressaindo as paredes brancas da construção. Ele confere ao novo
a escola de música.
bloco um estilo minimalista, que se relaciona de maneira harmoniosa 111
com a composição estética do edifício tombado. Nele é possível
da Urca, e o teatro do Palace Casino com amplitude para abrigar 600
distinguir o passado e o presente, sem que um período se sobressaia ao
pessoas.
outro. A estrutura também confere ao projeto a proteção solar nas fachadas, já que sua orientação está voltada para o noroeste.
O espaço da escola também irá abrigar um café, que atenderá tantos os funcionários e alunos quanto também a população. A ideia surgiu a partir da análise do entorno, que apesar de possuir uma variedade de usos, não oferece muitas opções desse tipo de serviço. O café também pretende atrair a atenção dos usuários que não frequentam o Conservatório, e melhorar a relação do espaço com a população.
Figura 105 – Auditório Fonte: Elaborado pela autora, 2019
No novo projeto, a escola de música passa a contar com um auditório, espaço esse que não existe no Conservatório atual. O lugar possui capacidade pra 100 pessoas, um palco com 14 m², e uma sala de apoio. O valor de cadeiras foi definido considerando que próximo ao local existem outros auditórios onde já acontecem apresentações da instituição. O teatro Benigno Gaiga com 500 lugares, no Espaço Cultural 112
Figura 106 – Café Fonte: Elaborado pela autora, 2019
O projeto possui um jardim com diferentes níveis, que criam
Quanto ao paisagismo, a ideia é que seja composto por árvores
amplos espaços de convivência e contemplação da paisagem,
e folhagens em tons de verde, além de um muro verde na lateral do
valorizando a relação visual da escola com o contexto no qual ela está
projeto que faz divisa com a Praça Paul Harris, afim de combinar com a
inserida (Pq. José Affonso Junqueira, Serra São Domingos). Em uma das áreas
ambiência do lugar.
foi desenhado um pequeno palco, com o intuito de abrigar apresentações que possam vir a ser ao ar livre.
No total a escola passará a contar com 19 salas de aula prática, 4 de salas teóricas, 1 ateliê, 1 sala de teatro e outra de dança, que ao todo conseguem receber 160 alunos por hora. Esse valor se multiplicado pelas horas diárias de funcionamento da instituição (das 7:30 ás 21: 40), pode chegar a 2 240 pessoas. O que supera o número atual de 1 100 alunos atendidos mensalmente na instituição.
Figura 107 – Jardim Fonte: Elaborado pela autora, 2019
113
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Novo Conservatório Musical no Sobrado Conde Prates, valoriza o que Poços tem de melhor, sua história, sua cultura e sua arte.
patrimônio tombado, o Sobrado Conde Prates, o que se mostrou possível durante a elaboração deste trabalho final de graduação.
A proposta do novo espaço pretende evidenciar a importância da produção de arte constante que acontece dentro do Conservatório Musical. A localização do Sobrado serviu como ponto estratégico na tentativa de estreitar as relações da população poços-caldense com a instituição que com seus 60 anos, é um personagem de grande significância na história da cidade. A ideia de desenvolver um novo espaço para a escola de música dentro do casarão, também tem como objetivo não só preservar mais resgatar a história do imóvel centenário da cidade. A proposta reforça ainda os princípios de restauração que sugerem que um patrimônio também pode ser preservado através da sua inserção em um contexto atual. Todavia o desenvolvimento do projeto teve como objetivo principal apresentar através de um único projeto a solução acerca de duas problemáticas dentro do contexto cultural da cidade de Poços de
Figura 108 – Implantação Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Caldas, a do espaço do Conservatório Musical, e a preservação do
115
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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121
12. ANEXO
| 12.1 PLANTAS DE REFORMA
Figura 109 – Reforma térreo Fonte: Elaborado pela autora, 2019
123
Figura 110 – Reforma 1º pavimento Fonte: Elaborado pela autora, 2019
124
Figura 111 – Reforma 2ª pavimento. Fonte: Elaborado pela autora, 2019
125
| 12.2 IMPLANTAÇÃO
Figura 112 – Implantação Fonte: Elaborado pela autora, 2019
126
| 11.3 PLANTAS DE PAVIMENTO
Figura 113 – Térreo Fonte: Elaborado pela autora, 2019
127
Figura 114 – 1º Pavimento Fonte: Elaborado pela autora, 2019
128
Figura 115 – 2º Pavimento Fonte: Elaborado pela autora, 2019
129
| 12.4 CORTES
Figura 116 – Corte A Fonte: Elaborado pela autora, 2019
130
Figura 117 – Corte B Fonte: Elaborado pela autora, 2019
131
Figura 118 – Corte C Fonte: Elaborado pela autora, 2019
132
| 12.5 PLANTA DE COBERTURA
Figura 119 – Planta de cobertura Fonte: Elaborado pela autora, 2019
133
| 12.6 ELEVAÇÕES
Figura 120 – Elevações frontal e fundos Fonte: Elaborado pela autora, 2019
134
Figura 121 – Elevações laterais Fonte: Elaborado pela autora, 2019
135
| 12.7 ELEVAÇÕES 3D
Figura 122 – Elevação lateral Fonte: Elaborado pela autora, 2019
136
Figura 123 – Fachada casarão Fonte: Elaborado pela autora, 2019
137
Figura 124 – Fachada Anexo Fonte: Elaborado pela autora, 2019
138