À sombra de perrella Mesmo longe do Cruzeiro, o senador e ex-presidente celeste Zezé Perrella ainda exerce influência no clube, que tenta sair do vermelho e segurar as estrelas que sobraram no elenco para 2012 p o r B r ei ller Pi r es de si g n k . k . u . l . I L U STR AÇ ÃO D E N IS D ME
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á quase uma década, o Cruzeiro gozava da fama de bom vendedor ao faturar alto com a negociação de jogadores. O time mineiro computava lucro recorde de 46 milhões de reais com a transferência do atacante Geovanni para o Barcelona em 2001. Dois anos mais tarde, a Raposa ganhou a tríplice coroa com as conquistas do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e o inédito título brasileiro. Era o auge de uma longa dinastia no clube, em que os empresários e irmãos Alvimar e Zezé Perrella se revezaram no comando por 17 anos. No entanto, desde 2003, os títulos de expressão escassearam. No ano passado, o último de Zezé Per-
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rella no poder, o Cruzeiro engoliu uma traumática eliminação na Libertadores para o Once Caldas, sofreu com o risco de rebaixamento no Brasileirão até a última rodada e hoje vive seu mais grave período de vacas magras. Ao assumir a vaga no Senado de Itamar Franco, que faleceu em julho de 2011, Perrella encampou sua sucessão ao apoiar o então vice do clube, Gilvan de Pinho Tavares, eleito presidente em outubro com 89% dos votos de conselheiros cruzeirenses. Antes de tomar posse em 2012, Gilvan já quebrava a cabeça para equilibrar receitas deterioradas, herdadas de seu antecessor, e evitar o desmanche do time. Ao contrário da política vendedora dos Perrella, o
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