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História da Biblioteca Viva
“A única história que vale alguma coisa é a história que fazemos hoje”. Henry Ford
Biblioteca Viva! Por que este nome? Como tudo começou? Mas antes de responder a estas perguntas, é preciso saber a origem da biblioteca. Era uma vez... Uma biblioteca localizada em uma ilha conhecida como Florianópolis, para ser mais preciso, situada numa faculdade chamada hoje em dia de Borges de Mendonça. Esta biblioteca foi inaugurada no dia 31 de julho de 1999. Todavia, a biblioteca não tinha nome quando foi fundada, pensou-se em vários nomes, mas nenhum agradava a todos. Até que, em uma reunião
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institucional cogitou-se a hipótese da biblioteca levar o nome da avó do mantenedor da Instituição, uma forma também de homenageá-la. No entanto, por que o nome Marta Beatriz da Fonseca? Marta Beatriz da Fonseca foi uma educadora que morava no interior de Goiás (o nome da cidade não se sabe ao certo), de modo a ajudar a população daquela região, decidiu-se então lecionar para as pessoas daquela cidade. O tempo foi passando, e a biblioteca continuou funcionando de forma gradativa, prestando serviços para a comunidade acadêmica e comunidade externa. Pode-se perceber que, nas últimas décadas, com o avanço das tecnologias, as pessoas frequentaram menos a biblioteca, passaram a realizar as suas pesquisas por meio de seus aparelhos eletrônicos, conseguindo deste modo, informações na internet. As tecnologias digitais estão cada vez mais integradas nas práticas da humanidade. Pesquisa realizada em 2012 pelo site do G1 revelou uma queda no número de leitores no país: de 95,6 milhões, registrada em 2007, para 88,2 milhões, com dados de 2011. O índice representa uma queda de 9,1% no universo de leitores ao mesmo tempo em que a população cresceu 2,9% neste período. A queda na leitura ocorreu devido ao habito de assistir TV, passar mais tempo com os amigos e nas diversões on-line, o que acarretou na estimativa de que 24% leem e 85% costumam ver TV. A ministra da Cultura, Ana Holanda diz que é preciso incentivar a leitura nos jovens e mostrar que o livro não é uma obrigação escolar, mas sim uma forma deles conhecerem as dimensões que estão além deles. Por este motivo, em 2012 a Instituição criou um projeto chamado Biblioteca Viva, com o propósito de criar
uma biblioteca diferente das convencionais, um local atrativo, um espaço de lazer, em que as pessoas se sentissem à vontade, tanto para estudar como para passar o tempo. O primeiro evento realizado foi o varal literário, com a presença do corpo docente e discente, que foram até a biblioteca ver as poesias e os versos expostos. O segundo evento realizado foi uma ação social, campanha de incentivo a doação de sangue, em que a comunidade academica e o corpo tecnico administrativo se uniram e foram até ao Hemosc fazer a doação.
Desde então a biblioteca no decorrer dos anos foi tomando forma e se tornando a tão projetada e imaginada Biblioteca Viva. No dia 15 de outubro foi realizada uma homenagem ao dia do professor. Para os professores que frequentavam a biblioteca assiduamente, no dia do evento ganharam uma maçã, dizem que é símbolo do saber, que simboliza o
conhecimento. A lembrança, foi uma forma de agradecer aqueles que estiveram ao nosso lado desde a infância, que nos deu o melhor presente que podemos levar para toda a vida, o conhecimento. Num simples gesto, um muito obrigado. Augusto Cury diz que “Professores brilhantes ensinam para uma profissão. Professores fascinantes ensinam para a vida”.
O interessante desta homenagem foi a expressão de surpresa que os professores fizeram por não esperar tal consideração. Antes da homenagem, pensou-se em diversas formas de como poderia ser feito este agradecimento, então a ideia surgiu ao ver um filme em que alunos agradavam os professores entregando-lhes uma maçã, uma maneira de dizer que gostavam dele ou de dizer indiretamente, “não me reprove pois lhe dei uma maçã”. Aí percebeu-se que existem vários filmes e programas em que esta cena acontece, mas que as vezes passa desapercebido. Por que fazer este tipo de agradecimento? O ser vivo é movido pelo bom trato, se os tratamos bem, eles retornam. Após tais eventos na biblioteca, alunos e professores passaram a ir com mais frequência. O interesse na biblioteca aumentou e a curiosidade em saber quais seriam os próximos eventos passaram a ser perguntas constantes. Ainda no mesmo mês, qual seria a proxima data comemorativa? Data esta que chamaria a atenção dos alunos para dentro da biblioteca. Pensou-se então em doces ou travessuras, uma comemoração ao dia das bruxas. No Brasil não temos o costume de comemorar esta data, mas tudo é válido para fazer com que os alunos passem a conhecer e a frequentar a biblioteca.
Os alunos que foram até a biblioteca durante a semana do evento de dia das bruxas, tinham que responder se queriam doces ou travessuras. Os que escolhiam doces ganhavam pirulito, bala e chiclete, já os que optavam pela travessura, tinham que ficar de castigo em uma mesa apagando todos os rabiscos que estavam a lápis em um livro. O evento durou uma semana. Nestes dias, aproveitou-se para mostrar a biblioteca e apresentar os serviços que ela ofertava, pois os alunos não sabiam que tinham.
A equipe da biblioteca em conjunto com os alunos, que começaram frequentar constantemente a biblioteca, passaram a ajudar nas decorações de todos eventos que foram organizados. Os artigos de decoração foram todos feitos a mão, utilizando papeis recicláveis e materiais reutilizáveis como latas, potes plásticos, caixas de papelão, revistas e jornais. Os eventos realizados foram tomando uma proporção que os alunos viam de fora a decoração, chegando a ficar surpresos, pois era algo que eles não
haviam visto numa biblioteca, pelo menos numa biblioteca de faculdade. O próximo evento que se seguiu foi o natal. A biblioteca foi toda decorada, com estrelas de papel e CDs no teto e árvore de natal de fita cassete. Com a reutilização dos papeis recicláveis fez-se as estrelas de origami, decorada com CDs em pedaços, as latas se tornaram porta lápis, folhas de ofício utilizada somente de um lado se tornaram bloco de notas, do jornal foram separado os jogos e as tirinhas para fazer marca páginas e decorar parede e as palavras cruzadas se tornaram passa tempo dos alunos. Além do objetivo principal
dos eventos da biblioteca ser atrair os usuários, também é de consientização de um ambiente sustentável. Por que comprar uma árvore se poderíamos construir uma. Como pode ser observado nas imagens a seguir, é de uma árvore de natal feita de forma diferente, composta de fita VHS, sendo esta a primeira (lembrando que, as fitas não eram mais utilizadas, pois o tempo de vida delas são equivalentes a 30 anos, sem limpeza e os devidos cuidados. As fitas já estavam com bolor e algumas rompidas). Importnte ressaltar que, por mais que as fitas não estejam mais funcionando o descarte delas é especial, pois é preciso que sejam enviados a lugares que fazem este tipo de coleta, deve ser pesquisado em suas cidades os locais específicos de recolhimento. Um bom exemplo é o CEDIR (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática) lá é feito todo processo de triagem de todo equipamento enviado. Já a segunda árvore passou a ser de livros e no topo de fita VHS (os livros também não eram mais utilizados, todos eles ficam guardados em uma sala separada dos demais de uso continuo). A decoração de natal é o ultimo evento realizado na biblioteca. Posteriormente a estes eventos, no período das
férias (dezembro e janeiro), a equipe da biblioteca, realizou e realiza uma transformação sendo elas radical ou não, como a mudança do layout e das cores. Alterações são sempre bem-vindas, assustam um pouco, mas a ideia é que não devemos parar. A reorganização do acervo gerou boa iluminação entre as estantes, contribuiu para a facilidade na localização dos livros, com placas de sinalização, e um espaço para as obras de literatura, jogos e Puffs. A biblioteca antes da mudança possuía seus mobiliários de modo que não era possível ver os usuários. As cores eram neutras e as estantes muito juntas, tornando os corredores escuros, impossibilitado uma boa visualização do acervo. Nas imagens pode-se perceber que não havia muito espaço nos corredores entre as estantes, o que ocasionava certo desconforto na busca dos livros, quando haviam
vários alunos procurando ao mesmo tempo, sempre tinha aquele esbarra, esbarra, deixando algumas pessoas irritadas. E além do fato de haver pouca iluminação. A mudança foi preciso, não só nas estantes de livros, mas também no balcão de empréstimo, pois o fato de estar de frente agora para eles, dá a sensação de que é dada mais atenção, mais importância. O objetivo é tentar mudar a cara da biblioteca, fazendo com que ela não tenha uma aparência tão seria, mesmo sendo um local para estudo, a intenção é de deixá-la com aspecto de ser um local mais descontraído. Com a nova mudança, a biblioteca passou a ser mais iluminada, a ter mais espaço para circular entre as estantes e a ser mais interativa. As modificações ocorreram de forma tranquila, de modo que os alunos não percebiam as transformações que iam ocorrendo. O ser humano tem certo receio a mudanças, Morris (2004) diz que a transformação intimida mais quando as pessoas não possuem uma base sólida onde possam se apoiar. Para algumas pessoas a mudança abrupta pode ocasionar certo desconforto, levando para o lado negativo o que poderia ser bom para ele. As alterações podem ser perturbadoras e até um
prenúncio, ou simplesmente aterrorizante (MORRIS, 2004), no entanto, para outras pessoas uma mudança brusca pode levar ao incentivo, a algo positivo. Sair da zona de conforto é uma condição primordial para o crescimento criativo. Ao ver a foto abaixo, nota-se que a aparência da biblioteca aparenta ser maior e mais chamativa. A ideia era de se ter um local onde as pessoas gostassem de estar, de se sentir bem, de ficar mais à vontade.
Deste modo, as novas transformações deixaram a biblioteca mais atrativa, saindo do convencional. O espaço passa agora a perder um pouco a cara de uma biblioteca antiga. Passando a ser uma biblioteca criativa. A reeorganização do espaço mostra que estamos aberto a mudanças e a novas ideias. Os anos vão passando e assim devemos sempre está atento as novas tendências, podemos perceber que desde a primeira biblioteca criada
por volta do século 7 a.C em que eram armazenadas tabuletas cuneiformes, com o passar do tempo houve transformações que passaram a acompanhar as novas tecnologias.
As bibliotecas passam por mudanças, mas é perceptível que estas mudanças ocorrem de forma lenta. Pois muitos acreditam que este ambiente não necessita de transformação, sendo a única coisa a mudar nesse tempo foram os suportes de informação. A seguir veremos como a criatividade pode fazer parte deste ambiente, levando a transformação e atraindo novos frequentadores.