Dossiê Temático:
Poetas de Língua Portuguesa Camões e Fernando Pessoa
Autores: Brendo Moreira Nº7 Carolina Antão Nº 8
“Para viajar basta existir.” Fernando Pessoa
“Eu não sou eu nem sou outro sou qualquer coisa de intermédio.” Mário de Sá-Carneiro
“Os meus heróis na vida real são os que desafiam a lei em nome de um ideal.” Natália Correia 1
Escola Secundária de Albufeira 12º Ano Turma B Disciplina de Português Professora: Isabel Fernandes
Carolina Antão e Brendo Moreira
Dossiê Temático:
Poetas de Língua Portuguesa Camões e Fernando Pessoa
Albufeira Novembro de 2014
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Índice Introdução ……………………………………………………………………………...Pág.4 Friso Cronológico ....…………………………………………………………………...Pág.5 Biografias.………………………………………………………………………………Pág.7 Camões e Fernando Pessoa …………………………………………….………………Pág. 9 -Poema “Verdes são os campos”………………..……………………..Pág.10 -Poema “Não sei se é sonho se é realidade” ..………..………………..Pág.10 Análises Formal e Analítica …………………………………….……………..Pág. 11 -Análise Formal ao Poema “Amor é fogo que arde sem se ver”……....Pág.11 -Análise Analítica ao Poema “Amor é fogo que arde sem se ver” ……Pág.12 -Análise Formal ao Poema “Presságio”………………………………..Pág.13 -Análise Analítica ao Poema “Presságio” …………………………….Pág.14 Apreciação Crítica a Camões…………………………………………………..Pág.15 Fusão de Poemas……………………………………………………………….Pág.16 Conclusão……………………………………………………………………………….Pág.17 Autoavaliação...…………………………………………………………………………Pág.17 Bibliografia……………………………………………………………………………...Pág.18
“Minha pátria é a língua portuguesa.” – Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
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Introdução Poetas existem desde a antiguidade até aos nossos dias de hoje. Poeta não é aquele que vê, mas sim aquele que sente a cada palavra que escreve e reescreve e pensa, e pensa, e pensa a cada palavra, a cada verso, a cada estrofe, pensa com o coração e a alma.
Poetas é o nosso estudo e por isso foi nos atribuído um desafio, pois é isso mesmo, um desafio, porque é isso que nós vemos neste trabalho um desafio de aprender cada vez mais o que é um poeta e tudo o que se possa relacionar com a poesia. Com este trabalho pretendemos expandir os nossos conhecimentos acerca da poesia e pretendemos procurar saber mais não só como era a antiga poesia, mas também como a mesma é caracterizada e sentida hoje em dia.
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Friso
1530
1870
1900
1910
5
5
5
Séc. XVI
W
Luís de Camões
Cesário Verde
V V W V
F
DI
Fernando Pessoa
Mário de Sá Carneiro
F DI
W 5
Cronológico
Poetas do Séc. XX
1930
1960 Séc. XXI
5
5
Florbela Espanca
Sophia de Melo Breyner
Natália Correia
DI V
F
V
DI
W
DI
V
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Biografias Nome: Luís Vaz de Camões Nascimento/Morte: 1524 (Lisboa) / 10 de Junho de 1580 (Lisboa) Profissão/ Ocupação: Soldado Principais Obras: Os Lusíadas Característica de Escrita: versos curto de 5, 7 ou 10 sílabas métricas , português antiquado. Frase: “Ah o amor... que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.”
Nome: Cesário Verde Nascimento/Morte: 25 de Fevereiro de 1885 (Lisboa) / 19 de Julho de 1886 (Lumiar) Profissão: Comerciante Principais Obras: O Livro de Cesário Verde (Feita por Silva Pinto) Característica de Escrita: Poema com estrutura narrativa, utilização de sinestesia e Parnasianismo. Frase: “Não me sinto bem em parte nenhuma e ando cheio de ansiedade de coisas que não posso nem sei realizar.”
Nome: Fernando António Nogueira Pessoa Nascimento/Morte: 13 de Junho de 1888 (Lisboa) / 30 de Novembro de 1935 (Lisboa) Filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa e Joaquim de Seabra Pessoa Profissão: Correspondente comercial e tradutor Principais Obras: O Livro do Desassossego Características de escrita: Simplicidade formal, versos normalmente curtos com 7 sílabas métricas e linguagem sóbria e nobre. Frase: “Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?”
Nome: Mário de Sá Carneiro Nascimento/Morte: 19 de Maio de 1890 (Lisboa) / 26 de Abril de 1916 (Paris) Profissão/Ocupação: Escritor Principais Obras: Confissão de Lúcio; Céu em Fogo Características de escrita: conhecido pelos ataques à gramática e os jogos de palavras Frase: “Morte, que mistérios encerras?...Ninguém o sabe...Todos o podem saber...Basta ir ao teu encontro, corajosa, resolutamente, que nenhum mistério existirá já!”
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Nome: Florbela Espanca Nascimento/Morte: 8 de Dezembro de 1894 (Vila Viçosa) / 8 de Dezembro de 1930 (Matosinhos) Profissão/Ocupação: Poetisa e contista Principais Obras: Livro de Mágoas; Livro de Soror Saudades; Dominó Preto Características de escrita: Recorra a melancolia em suas obras e aborda temas como a vida e o amor. Frase: “Se penetrássemos o sentido da vida seríamos menos miseráveis.”
Nome: Sophia de Mello Breyner Andresen Nascimento/Morte: 6 de Novembro de 1919 (Porto) / 2 de Julho de 2004 (Lisboa) Profissão: Escritora e poetisa Principais Obras: Poesia; Mar Novo; A Fada Oriana Características de escrita: Palavras precisas, poemas com estrofes irregulares, simplicidade e rimas e métrica irregulares. Frase: “Num deserto sem água, numa noite sem lua, numa terra nua, por maior que seja o desespero, nenhuma ausência é mais profunda que a tua!”
Nome: Natália de Oliveira Correia Nascimento/Morte: 13 de Setembro de 1926 (Ponta Delgada) / 16 de Março de 1993 (Lisboa) Profissão: Poetisa e ativista Principais Trabalhos: Hino dos Açores Características de escrita: Escrita livre e abordagem temas polémicos. Frase: “Adoro as pessoas e por isso não lhes perdoo quando elas não justificam esse gostar.”
Perante cada biografia de cada poeta escolhido e de acordo com o nosso conhecimento e preferência decidimos escolher como poetas em estudo neste Dossiê Temático, Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa. Esta escolha não foi só de acordo com ao nosso conhecimento e preferência, mas também como uma forma de comparação entre o séc.XVI, século em que se verificou uma grande ascensão na poesia e o século XX, no qual nasceu e viveu um dos maiores poetas portugueses da atualidade e em estudo.
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Cam천es e Fernando Pessoa
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Poemas Não sei se é sonho se é realidade Verdes são os campos Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração.
Não sei se é sonho, se realidade, Se uma mistura de sonho e vida, Aquela terra de suavidade Que na ilha extrema do sul de olvida. É a que ansiamos. Ali, ali A vida é jovem e o amor sorri
Campo, que te estendes Com verdura bela; Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes, De ervas vos mantendes Que traz o Verão, E eu das lembranças Do meu coração.
Talvez palmares inexistentes, Áleas longínquas sem poder ser, Sombra ou sossego dêem aos crentes De que essa terra se pode ter. Felizes, nós? Ah, talvez, talvez, Naquela terra, daquela vez.
Gados que pasceis Com contentamento, Vosso mantimento Não no entendereis; Isso que comeis Não são ervas, não: São graças dos olhos Do meu coração. Luís de Camões
Mas já sonhada de desvirtua, Só de pensá-la cansou pensar, Sob os palmares, á luz da lua, Sente-se o frio de haver luar. Ah, nesta terra também, também O mal não cessa, não dura o bem Não é com ilhas do fim do mundo, Nem com palmares de sonho ou não, Que cura a alma seu mal profundo, Que o bem nos entra no coração. É em nós que é tudo. É ali, ali, Que a vida é jovem e o amor sorri. Fernando Pessoa
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Leitura Formal ao Poema Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
A B B A
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.
C D D C E F E
Mas como causar pode seu favor G Nos corações humanos amizade, H Se tão contrário a si é o mesmo Amor? G
Rima Emparelhada
Rima Interpolada Verso Solto ou Branco
Rima Interpolada
A/mor/é/fo/go/que ar/de/sem/se/ver 1 2 3 4 5
6
7
8
9 10
Relativamente ao número de sílabas métricas, o poema “Amor é fogo que arde sem se ver” contém 10 sílabas métricas em cada verso ao longo do poema, sendo por isso, denominado Decassílabo. Este poema contém quatro estrofes de acordo com o número de versos, a primeira e a segunda contem quatro versos denominando-se, assim, Quadra e a terceira e quarta contem três versos denominando-se, por isso, Terceto. Luís Vaz de Camões
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Leitura analítica ao Poema Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
Amor é sofrimento
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;
Amor é sofrimento
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.
Amor é sofrimento
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Amor é paradoxo
Tentativas de definir o amor
Amor é fogo que arde sem se ver
Interrogação Retórica Este poema é dos poemas mais famosos de Camões, que expõe as contradições do amor. Este tema das contradições do amor, expresso por antíteses à maneira petrarquista, é um lugar comum da lírica europeia quinhentista para evidenciar a impossibilidade de definir o amor.
O Sujeito Poético procurou definir o amor, como é referido neste poema, apontando para o facto de o amor ser um sentimento contraditório. Assim, o Sujeito Poético finaliza o Poema com uma interrogação retórica, pois sendo o amor um sentimento tão contrário, como pode ser o mesmo tão procurado pelos “corações humanos?”.
W F DI
V
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Leitura Formal ao Poema
O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar pra ela, Mas não lhe sabe falar.
A B A B
Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente… Cala: parece esquecer…
C D C D D
Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pra saber que a estão a amar!
E F E F
Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente!
G H G H
Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar…
I J I J
Rima Cruzada ao longo de todo o poema
Presságio
Fernando Pessoa
Quem/quer/di/zer/o/que/sen/te 1
2
3 4 5 6 7 X
Relativamente ao número de sílabas métricas, o poema “Presságio” contém 7 sílabas métricas em cada verso ao longo do poema, sendo por isso, denominado Redondilha Maior. Este poema contém cinco Quadras, ou seja, cinco estrofes com quatro versos cada estrofe.
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Leitura analítica ao Poema Presságio O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar pra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente… Cala: parece esquecer…
O sujeito poético mostra a dificuldade em expressar o amor.
O sujeito poético mostra a reação daqueles que sofrem de amor em relação a esse sentimento por outra pessoa.
Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pra saber que a estão a amar!
O sujeito poético mostra o querer expressar o amor por outras maneiras.
Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente!
O sujeito poético mostra a dificuldade em expressar o amor.
Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar…
O sujeito poético mostra ao leitor que o poema é uma declaração de amor à sua amada.
Antíteses
Neste Poema Fernando Pessoa procura demonstrar a dificuldade em expressar o amor, fazendo dele uma declaração à sua própria amada – Ofélia. Nele também Fernando Pessoa procura mostrar a dificuldade em definir o amor.
A expressividade deste recurso estilístico é mostrar que o sujeito poético não consegue expressar os seus sentimentos. Contudo expressa a diferença do querer fazer e de não conseguir fazer.
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Apreciação Crítica Luís Vaz de Camões foi e continua a ser um dos grandes escritores portugueses que sabe encantar os corações de quem lê a sua poesia. Conhecido pela sua grande obra Os Lusíadas, Camões escrevia sobre tudo o que se passava ao seu redor, sobre o seu país e sobre as suas paixões, tal como faz na grande. Porém camões não só escreveu a obra Os Lusíadas como também escreveu vários poemas e prosas relacionados com a sua vida. Numa primeira parte da lírica de Camões, este opta por versos mais curtos de cinco ou sete silabas métricas e por temas mais tradicionais e populares como o amor, a natureza e a saudade, que formam poemas simples e fáceis de se interpretar. Numa segunda parte da sua lírica, Camões opta por sonetos com versos mais longos com 10 estrofes, decassílabos, relacionados com o tema Renascentista como o destino, a mulher, a beleza e o amor.
Na nossa opinião, estas características dos poemas de Luís de Camões referidas anteriormente, tornam a interpretação dos seus poemas mais acessível. Contudo, os poemas mesmo estando relacionados com temáticas tradicionais e populares, não são confusos para os leitores, tornando as interpretações pouco abrangentes, ou seja, todas com um sentido único. Por um lado, achamos que a sua escrita é simples, mesmo contendo um português antigo, é fácil de entender, pois a utilização de recursos estilísticos mais populares e mais simples ajudam nessa simplificação. Por outro lado achamos que a lírica de Camões é algo que representa o quotidiano da época do séc. XVI, recorrendo à maneira de como a mulher era vista nessa altura, mostrando a sociedade portuguesa e a sua mentalidade.
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Fusão de Poemas: “Amor é fogo que arde sem se ver” vs. “Presságio” Amor é fogo que arde sem se ver; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. É ferida que dói e não se sente; Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente… Cala: parece esquecer… Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe Já não terei que falar-lhe Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Conclusão Poeta não é aquele que vê, é aquele que não quer ver aquilo que está perto de si. Com este trabalho conseguimos alcançar os nossos objetivos que eram expandir os nossos conhecimentos acerca da poesia e saber mais não só como era a antiga poesia, mas também como a mesma é caracterizada e sentida hoje em dia. Não só apercebemo-nos que a poesia é fundamental na vida de cada um, pois há uma transmissão de sentimentos e pensamentos a partir da mesma, como também, apercebemo-nos de que é necessário sermos poetas e que todos nós somos poetas. Somos poetas no dia a dia, quando exprimimos o que sentimentos a alguém que gostamos, quando refletimos naquilo que está à nossa volta e formamos frases com o nosso pensamento e quando dizemos algo a alguém e rimamos sem nos apercebermos. Poesia não é só para quem sabe rimar é para quem exprime o que sente e é para quem sente com o coração e não com a cabeça.
Autoavaliação Em termos de conteúdo, o nosso trabalho está de acordo com o que foi pedido e está rico em informação. Em termos de imagens apelativas, pois bem em relação a isso, tentámos ao máximo ser imaginativos daí as imagens apelativas à escrita. Em termos de organização, achamos que fomos o mais originais possível, recorremos a imagens apelativas e a uma boa organização do conteúdo e do próprio trabalho em si para que quem o pudesse ler e apreciar, não só o percebesse, como também gostasse dele.
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Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es http://pt.wikipedia.org/wiki/Ces%C3%A1rio_Verde http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca http://pt.wikipedia.org/wiki/Sophia_de_Mello_Breyner_Andresen http://pt.wikipedia.org/wiki/Nat%C3%A1lia_Correia http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/luis-vaz-de-camoes www.citador.pt/frases/citacoes/a/fernando-pessoa http://www.citador.pt/poemas/a/mario-de-sacarneiro http://www.citador.pt/textos/a/sophia-de-mello-breyner-andresen http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/florbela-espanca http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/natalia-correia http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/port/verde.htm http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/portugues/10_camoes_d.htm http://www.citador.pt/poemas/amor-e-um-fogo-que-arde-sem-se-ver-luis-vaz-de-camoes http://www.releituras.com/fpessoa_pressagio.asp http://natura.di.uminho.pt/~jj/musica/html/zecafonso-verdesSaoOsCampos.html https://sites.google.com/site/apontamentoslimareis/nao-sei-se-e-sonho-se-e-realidade http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/port/sophia.htm
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