~
FUNPERACCHI
digna, leal e corajosa do nobre amigo da frente do Rio Grande. No criado Manifesto, Flores da Cunha queixou-se: "Por que só depois da eclosão do movimento a mim se dirigiram? A rebelião paulista não encontra fundamento histórico, social ou político que a justifique." Mas, igualmente é verdade que o Governo Provisório, que se instalara sob os melhores auspícios para ser de transição, encontrava-se instalado há mais de um ano e meio, e o povo rio-grandense estava de corpo e alma ao lado dos paulistas. Todo São Paulo vibrou intensamente com a revolução que tinha por lema "Tudo pela Constituição" e que explodiu em 9 de julho, sob o comando do general Isidoro Dias Lopes e do coronel Euclides Figueiredo. Esses militares esperavam contar com o apoio de outras unidades da Federação, mas esse apoio falhou, pois somente de Mato Groso vieram algumas forças militares comandadas pelo coronel Bertoldo Klinger. A conspiração era urdida no Rio Grande do Sul, na região serrana, com Marcial Terra, Glicerio Alves, Lindolfo Color e outros; em Santa Maria, com Alberto Pasqualini, elementos da Viação Férrea, da Brigada Militare do Exército, além de ValterJobim. A eclosão do movimento se daria pela paralisação dos trens no centro ferroviário do Estado, que era Santa Maria. Entretanto, o general Flores da Cunha desenvolveria uma ação fulminante sobre os grupos revolucionários. Borges de Medeiros e Batista Luzardo quando chegaram em Caçapava, na ida para Santa Maria, foram informados de que o interventor federal havia determinado a prisão de todos os líderes do movimento. Logo após, Borges de Medeiros, o então tenente Walter Peracchi Barcellos e outros elementos da força pública estadual foram presos em Serro Largo, no município de Piratini. Batista Luzardo conseguiu fugir para o Uruguai. Raul Pilla já estava na Argentina, e outros revolucionários emigraram para os países vizinhos. Por sinal, o interventor federal e seu primo, o comandante geral da Brigada Militar, coronel João de Deus Canabarro Cunha, estavam receosos que comandantes da corporação estivessem comprometidos com líderes políticos e colocaram nas unidades fiscais de confiança. A última ordem do Coronel Apparício Borqes /19