Stefano Guerra - Tiago Sousa
Jornal da Escola S/3 S. Pedro - 402874 - Vila Real Ano XIX
Ano Letivo de 2018/2019
http://jornal-o broas.blogspot.com/
“Não pergunte o que o seu país pode fazer por si. Pergunte o que pode fazer pelo seu país.” Esta afirmação do presidente americano John Kennedy (1917 - 1963) pode ilustrar algumas diretivas da implementação da Cidadania e Desenvolvimento, uma das grandes novidades neste ano letivo. Direitos Humanos foi o domínio mais trabalhado durante o Primeiro Período, não só porque todos devem conhecê-los, mas também para assinalar e celebrar a proclamação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da ONU que fez 70 anos no dia 10 de dezembro de 2018 e que, finalmente, mudou, ou vai mudar, para Declaração Universal dos Direitos Humanos. É mais correto! No ano de 2018 comemoraram-se, ainda, os 40 anos da ratificação e adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos. As vias de exploração do tema foram muito diversas como o demonstram as páginas deste jornal.
Astrid Silva | 10.º J
Veja e avalie por si! A Coordenação
Índice Cidadania e Desenvolvimento - 02
Projeto Ideias com Mérito - 14
PES - 26
Mudam-se os tempos... - 03
O Artigo 13 - 16
Vamos Programar - 28
Aprender e Exercer a Cidadania - 04
Direitos Humanos -Infográficos - 18
Parlamento dos Jovens - 30
Diálogo Estruturado - 22
Projeto Eco... - 32
Encontro Nacional da Juventude - 24
Os Alunos e a Escola - 35
Conhecer os Outros - 06 Aporofobia—Um desafio… - 10
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C
Refletir a Escola
idadania e Desenvolvimento
O Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, justifica a implementação da componente de Cidadania e Desenvolvimento, afirmando “O programa do XXI Governo Constitucional assume como prioridade a concretização de uma política educativa centrada nas pessoas que garanta a igualdade de acesso à escola pública, promovendo o sucesso educativo e, por essa via, a igualdade de oportunidades. (…), a sociedade enfrenta atualmente novos desafios, decorrentes de uma globalização e desenvolvimento tecnológico em aceleração, tendo a escola de preparar os alunos, que serão jovens e adultos em 2030, para empregos ainda não criados, para tecnologias ainda não inventadas, para a resolução de problemas que ainda se desconhecem. (…), é necessário desenvolver nos alunos competências que lhes permitam questionar os saberes estabelecidos, integrar conhecimentos emergentes, comunicar eficientemente e resolver problemas complexos.” Há escolas, as escolas-piloto, que no ano letivo anterior já tinham implementado a Cidadania e Desenvolvimento. Na nossa Escola estamos a fazer a implementação apenas no presente ano. O desconhecimento e as muitas dúvidas surgidas foram os principais obstáculos que foram sendo ultrapassados à medida que se delineavam planificações e concretizavam atividades. No quadro abaixo estão os domínios definidos pelo ME e assinalados os que estão a ser trabalhados na Escola. Nem todas as turmas estão a trabalhar os mesmos, o que explica a marcação de muitos domínios. O balanço de todo o trabalho desenvolvido, ao longo do Primeiro Período, é muito positivo e algumas reticências e resistências do início do ano estão já ultrapassadas. Há progressos a fazer? Há! É preciso refletir algumas opções e talvez alterá-las? Sim! Alunos e professores estão a percorrer um novo caminho de descoberta e enriquecimento, no qual todos aprendem. É assim que deve ser!
Domínios a desenvolver na Componente de Cidadania e Desenvolvimento 1.º GRUPO*
2.º GRUPO*
3.º GRUPO*
● Direitos Humanos**
● Sexualidade**
● Empreendedorismo**
● Igualdade de Género
● Media**
● Mundo do Trabalho
● Interculturalidade**
● Instituições e participação
● Risco
● Desenvolvimento Susten- democrática** tável ● Educação Ambiental** ● Saúde
● Segurança, Defesa e Paz
● Literacia financeira e educação para o consumo** ● Segurança rodoviária
● Bem-estar animal ● Voluntariado ● Outras, de acordo com as necessidades de educação para a cidadania diagnosticadas pela escola
* Obrigatório para todos os níveis e ciclos de escolaridade (este ano apenas para o 7.º e 10.º anos) * Trabalhado pelo menos em dois ciclos do ensino básico * Com aplicação opcional em qualquer ano de escolaridade ** ** ** Domínios a desenvolver no presente ano letivo A Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento
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Editorial
udam-se os Tempos...
Numa sociedade de mudanças aceleradas, contínuas e imprevisíveis, os sistemas educativos devem, hoje e mais do que nunca, ser repensados e reinventados, pois espera-se que priorizem, doravante, o desenvolvimento de valores e de competências que permitam às novas gerações responder aos desafios complexos do mundo atual. Esta mudança de paradigma exige uma “desformatação” da conceção de escola tecnicista legislada e enraizada durante décadas, implica pensarmos para além do que conhecemos e termos consciência plena de que estamos, acima de tudo, a educar e a formar jovens para um futuro incerto e exigente. A verdade é que só assim conseguiremos criar um novo perfil de escola capaz de responder às novas exigências do século XXI. É nesta linha de pensamento que nasce o conceito de “nova escola pública” preconizado nos diplomas legais publicados a 6 de julho de 2018 ( Decreto-Lei n.º 54/2018 e Decreto-Lei n.º 55/2018) e concebido à luz do “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”. Esta “nova escola” deve assumir-se como um espaço privilegiado de encontro entre o individual e o social, bem como o lugar, por excelência, da aprendizagem e da aquisição de competências (entendidas como uma interligação entre conhecimentos, capacidades, atitudes e valores). Neste processo de redescoberta e redefinição da missão da escola pública em Portugal, a Escola S/3 S. Pedro, ciente do impacto das mudanças em curso, desenvolveu um trabalho de análise dos desafios a enfrentar, dos constrangimentos existentes, mas também das suas potencialidades enquanto organização aprendente. Assim, fruto deste trabalho de avaliação, foi possível definir ações prioritárias, norteadoras do seu Projeto Educativo, que reforcem a aposta numa cultura de inclusão promotora da equidade e do sucesso escolar, social e emocional de todos e de cada um dos seus alunos, de modo a torná-los cidadãos que valorizem o respeito “pela dignidade humana, pelo exercício da cidadania plena, pela solidariedade para com os outros, pela diversidade cultural e pelo debate democrático”. Renovar a nossa Escola de acordo com os princípios da Educação Inclusiva é, na verdade, uma oportunidade para abraçar a diversidade que a carateriza, promovendo uma educação que respeite as características intrínsecas de todos os alunos, de modo a responder adequadamente aos seus interesses e necessidades reais e assim garantir o desenvolvimento pleno do seu potencial. Sabemos que a qualidade das experiências de aprendizagem que os alunos vivenciam neste período da sua escolaridade será determinante para o seu próprio desenvolvimento como pessoas e cidadãos responsáveis, autónomos e participativos. É de salientar que os desafios inerentes à criação de um novo conceito de escola pública exigem, para serem mais facilmente resolvidos e superados, uma abordagem holística da educação, envolvendo toda a comunidade educativa (docentes, não docentes e famílias), numa ação coesa, coletiva e colaborativa, em estreita cooperação com os parceiros externos e a comunidade alargada. Assim, na nobre missão de formar e educar as novas gerações, todos os agentes educativos devem ter uma voz ativa, porque, só através de um diálogo democrático e estimulante, bem como da resiliência de todos, será possível fazer da inclusão uma realidade e não uma mera utopia. Continuaremos, em conjunto, a dar o melhor de nós e a superar, dia após dia, os desafios que se nos apresentam, construindo, com empenho, profissionalismo e dedicação, uma escola inclusiva de base humanista, uma Escola de Sucesso Pleno. Rita Mendes | Diretora da Escola S/3 S. Pedro - Vila Real
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Cidadania e Desenvolvimento
prender e Exercer a Cidadania
A Cidadania e Desenvolvimento, em muitas turmas do 7.º e do 10.º anos, iniciou -se com a pesquisa, análise e reflexão das atribuições e responsabilidades da(o) Delegada(o) e subdelegada(o) de turma e a sua posterior eleição. Depois, quisemos conhecer um pouco melhor quem são e descobrimos que: - nas seis turmas de 7.º ano, que abrangem um universo de 152 alunos (dos quais, setenta e duas raparigas e oitenta rapazes), todos os delegados eleitos foram rapazes. Para o cargo de Subdelegada(o) foram eleitas (os) quatro raparigas e dois rapazes; - nas onze turmas de 10.º ano, que abrangem um universo de 274 alunos sendo 130 raparigas e 144 rapazes, para o cargo de delegada(o) de Turma foram eleitas seis raparigas e cinco rapazes; para o cargo de subdelegada(o) foram eleitas (os) duas raparigas e nove rapazes; - segundo os dados recolhidos, apenas dois estão a exercer o cargo pela primeira vez. Todos os outros são, nestes cargos, “marinheiros de torna-viagem”, no 7.º ano, a maioria é a terceira vez [não distinguimos entre delegada(o) e subdelegada (o)], no 10.º ano, há recordistas que estão a exercer o cargo pela quarta, quinta e sexta vezes, mas a maioria é pela terceira vez. Alguns esclareceram que, no 1.º Ciclo, a/o delegada(o) não era eleita(o) para o ano todo, em algumas escolas era por um período, noutras escolas, por um mês. Reconhecem que nem sempre são seguidos os requisitos orientadores da eleição: a) estarem matriculados à maioria das disciplinas (Ensino Secundário); b) terem um bom comportamento e assiduidade regular; c) promoverem um bom relacionamento com os colegas de turma; d) mostrarem capacidade representativa e de liderança; e) não lhes terem sido aplicados procedimentos disciplinares. Defendem que há alunos com problemas de comportamento e assiduidade que, depois de eleitos, melhoram as suas atitudes e tornam-se mais responsáveis. Segundo eles, a turma deu-lhes um voto de confiança que eles souberam aproveitar. Nos casos em que não é assim, há sempre a possibilidade de demissão ou destituição, como também já aconteceu. Sobre as funções inerentes ao exercício do cargo, como conhecer o Regulamento Interno da Escola afirmam, os do 7.º ano, que a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento lhes deu a possibilidade de, mais que conhecer o RI, analisá-lo e debatê-lo com os colegas e propor alterações. O Conselho de Turma em que estiveram presentes foi, para muitos, uma descoberta interessante, para outros, mesmo sem ser novidade, foi importante pois ouviram e puderam transmitir o parecer da Turma sobre vários assuntos tratados. A Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento
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Cidadania e Desenvolvimento
Nos breves inquéritos que foram distribuídos pelas(os) delegadas(os) e subdelegadas(os) colocaram-se três questões: 1 - Quantas vezes já foi Delegada(o)/Subdelegada(o) no seu percurso escolar? 2 - Quais as razões que considera terem pesado para a sua eleição? 3 - Em que princípios se baseia para o desempenho do cargo para que foi eleita(o)? A primeira questão já foi analisada, quanto à segunda questão, surgiram respostas como: “As razões são ser uma pessoa culta, responsável, direta, cordial e bem educada.”
Artigo 21.º 1. Toda a pessoa tem o di-
“Acho que foi por ter capacidade de represen-
reito de tomar parte na di-
tar a Turma.”
reção dos negócios públicos
“Uma das razões que eu penso que terá sido é o facto de os meus colegas confiarem em mim
do seu país, quer diretamen-
e saberem que podem contar comigo.”
te, quer por intermédio de
“A minha organização, responsabilidade e comportamento.”
representantes
“O simples facto de ser uma pessoa pacífica e
escolhidos.
responsável para com todos.” “Eu acho que me elegeram Delegado por eu ser
livremente
2. Toda a pessoa tem direito
uma pessoa responsável e por estar sempre
de acesso, em condições de
disposto a ajudar toda a gente.”
igualdade, às funções públicas
“Os
meus
amigos
combinaram
para
me
«tramar».”
do seu país.
Na terceira questão houve respostas como es-
A vontade do povo é o fun-
tas: “Eu sou sincero, honesto, simpático e quando
damento da autoridade dos
tenho de tomar uma decisão ouço a opinião
poderes públicos; e deve ex-
dos meus colegas.” “Ajudar, dar o exemplo, partilhar, compreender os meus colegas e dar o apoio quando precisam.” “Tenho como objetivos transmitir as opiniões
primir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio univer-
dos meus colegas para melhor funcionamento
sal e igual, com voto secreto
das aulas e da Escola”
ou segundo processo equiva-
“Defender os interesses dos alunos, reportar qualquer injustiça, transmitir as opiniões da
lente que salvaguarde a li-
turma para o/a Diretor(a) de Turma.”
berdade de voto.
Delegadas(os) e Subdelegadas(os) do 7.º e 10.º anos
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Descobrir a Nossa Comunidade
onhecer os Outros - Desenvolver a Tolerância
Entre a responsabilização e a esperança, há uma frase, sublinhada na conferênciadebate, que acompanha o acolhimento que a Diretora do Estabelecimento Prisional (EP) de Vila Real, Dr.ª Maria Celeste Martins, faz a cada (novo) recluso: “OS SENHORES SÃO PRESOS, MAS SÃO CIDADÃOS DE PLENO DIREITO”
Em Portugal, existem 49 Estabelecimentos Prisionais. Estes, distinguem-se em função da segurança e da complexidade de gestão que implicam. A zona Norte do país conta com 6 Estabelecimentos Prisionais de Alta Segurança e Complexidade de Gestão, sendo que, no concreto caso de Vila Real, temos uma prisão de Alta Segurança, mas com nível médio de complexidade de Gestão. No dia em que a Diretora do EP de Vila Real veio à Escola dar uma eloquente aula de Cidadania, encontravam-se detidas 85 pessoas, todas do sexo masculino, na instituição que lidera. O EP de Vila Real chegou a possuir uma ala feminina, mas, a dado momento da reorganização do sistema penitenciário nacional, as reclusas foram concentradas no Estabelecimento Prisional de Stª Cruz do Bispo. Entre os detidos, 21 são presos preventivos e 64 condenados (com trânsito em julgado). Um dos detidos cumpre pena em dias livres (maxime, fim de semana). A faixa etária prevalecente no EP de Vila Real é a dos 35-50 anos, seguida da coorte 51-61 anos e há um detido com 18 anos. A maioria dos presos, em Vila Real, encontra-se nesta situação, sobretudo por tráfico de droga – ou crimes conexos (furto, roubo…). A violência doméstica – crime em crescendo – é outro dos delitos praticado, frequentemente, pelos presos do EP Vila Real. Os abusos sexuais conduziram, também, à prisão, alguns dos reclusos. No EP vilarealense há 42 guardas prisionais, 6 funcionários civis, uma Diretora, 3 assistentes técnicos e 1 assistente operacional, bem como 2 técnicos de reeducação (atendem os reclusos quando eles entram na prisão, ouvem problemas que estes pretendem ver resolvidos, despistam doenças ). Quando entram para a prisão, os reclusos são obrigados a uma bateria de análises e exames, em especial um raio X pulmonar; trata-se de uma comunidade fechada, pelo que, por exemplo, um problema de tuberculose pode implicar um (perigoso) contágio (e a urgência de um isolamento). A primeira pessoa a fazer a introdução ao novo ocupante de uma cela no EP de Vila Real é o chefe de equipa (de um dos turnos) da Guarda Prisional. São colocadas várias questões ao detido e, em 72 horas, é observado pelos serviços clínicos (composto por um médico e enfermeiros).
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Descobrir a Nossa Comunidade
O Estabelecimento Prisional (EP) de Vila Real começa a funcionar pelas 7h30, e os primeiros detidos a verem a sua cela aberta são aqueles que trabalham na cozinha e que vão preparar o pequeno-almoço para os colegas; cerca das 8h da manhã são tomados os pequenos-almoços, seguindo-se a medicação. Em seguida, os reclusos são “fechados”, para a contagem dos mesmos (que ocorre 2 a 3 vezes ao dia). O almoço serve-se às 12 horas e o jantar às 18h. Há aulas de 1.º e 3.º ciclos, Secundário, Cursos de Formação Profissional, Projetos, Palestras, Ações de Formação, aumento de competências sociais e profissionais dos detidos, Ginásio, Biblioteca, Bar para os reclusos. O EP de Vila Real oferece 4 refeições diárias (pequenoalmoço, almoço, jantar, ceia). A Diretora realçou a relação entre a estrutura física do edifício e o tratamento individualizado dos reclusos que é possibilitado (o EP de Vila Real é de tamanho não excessivo). Só um comportamento extremado de um recluso, e ainda que contra a sua vontade, imporá a decisão de “10 dias de cela disciplinar”, isto é, 10 dias nos quais o recluso estará isolado durante 23 horas. O Chefe dos Guardas Prisionais do EP de Vila Real, José Carlos, também ele orador na manhã de Cidadania na Escola S. Pedro, fez questão de sublinhar a dupla função assacada à pena de prisão: se, de uma banda, se trata de uma punição, da outra, e mais importante, visa-se a reinserção social da pessoa que cometeu o delito – “esta é a nossa grande motivação!”. Há um exercício de compreensão a empreender quando nos abeiramos de um recluso: em muitos casos, tratase de pessoas que chegaram à prisão “sem qualquer tipo de competências” e, não menos grave, são cidadãos que, enquanto cumpriram a sua pena, “não foram visitados por uma única pessoa”. Para o Chefe dos Guardas Prisionais, a mensagem é muito clara: “o início da luta pela liberdade começa no dia em que o recluso ingressa na prisão”. A sociedade como um todo – insistiu de modo pedagógico – tem que ser “mais aberta” para a reinserção social (estará, por exemplo, um empresário, que acaba de saber que uma pessoa saiu da prisão, na disposição de a empregar?). Acontece, de forma esporádica, os guardas prisionais serem agredidos, mas a norma é a existência de um grande respeito. Entre a responsabilização que a dignidade de cada um inegavelmente reclama – o pressuposto de algum grau de liberdade e responsabilidade de esperança, socialmente construída, de uma integração real daquele que cumpriu uma pena de prisão eis a manhã concorrida e atenta, no mobilizado anfiteatro da Escola S. Pedro. Pedro Miranda | Professor de EMRC (em articulação com a Biblioteca Escolar e Cidadania e Desenvolvimento)
Teresa Morais
quem cometeu um delito – e a procura de uma
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Descobrir a Nossa Comunidade
onhecer os Outros - Desenvolver a Tolerância
Nas aulas de EMRC preparamos a vinda da Senhora Diretora do Estabelecimento Prisional (EP) de Vila Real, Doutora Maria Celeste Martins. Uma das atividades foi elaborar questões para colocar no final da palestra. Escolhemos algumas dessas perguntas para aqui deixar e levar todos os que leem este jornal a refletir, um pouco mais, sobre o que são as prisões e quem são os reclusos, a conhecer um “mundo” que não deve ser fácil para nenhuma das partes. 1 - Como é ser Diretora do Estabelecimento Prisional de Vila Real? 2 - Lidar com uma pessoa que apanhou pena máxima (25 anos) e outra que está em prisão preventiva é a mesma coisa? 3 - Alguma vez se sentiu intimidada ou ameaçada por um recluso? 4 - Quais são os principais problemas no relacionamento com os reclusos? 5 - O que faz o EP para a reinserção das pessoas quando são libertadas? 6 - Se tivesse dez mil euros para melhorar as condições do EP o que faria? Não foi possível colocar todas as perguntas elaboradas porque o tempo passou muito depressa. A palestra foi muito enriquecedora, aprendemos muito sobre os estabelecimentos prisionais, foi muito útil, visto que adquirimos uma série de conhecimentos acerca da vida dos reclusos e de todos os que trabalham nos estabelecimentos prisionais. Ficámos a saber que a reintegração na sociedade dos reclusos que já cumpriram pena é também uma das grandes preocupações do sistema prisional português. Há vários mecanismos e apoios para ajudar os ex-reclusos. Agradecemos, também, a atenção que a Senhora Diretora e o Senhor Chefe dos Guardas Prisionais deram às questões que colocámos, na parte final. As suas respostas foram muito claras e esclareceram as nossas dúvidas. A palestra da Senhora Diretora do IP representou uma descoberta para todos nós porque abordou uma realidade que não conhecíamos e sobre a qual tínhamos uma visão deturpada devido aos documentários do canal Odisseia e do canal National Geographic que mostram a vida e alguns factos curiosos de cadeias de outros países. Para nós, o mais importante foi a Senhora Diretora e o Chefe dos Guardas Prisionais terem destacado a reinserção dos reclusos, após o cumprimento da pena, para que passem a ser cidadãos integrados na sociedade e não reincidam nos comportamentos e ações que os levaram a ser presos. No entanto, foi também focada a ideia de que a mentalidade em relação aos ex-reclusos tem que mudar, tem que haver maior tolerância e aceitação. Este projeto vai continuar. Os próximos passos serão a visita ao EP de Vila Real e a entrevista a um dos reclusos que se ofereça para esse efeito. Nas próximas edições traremos novidades. Alunos de EMRC
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70 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem
ia dos Direitos Humanos - 10 de dezembro
Foram muitas as atividades realizadas sobre os Direitos Humanos: pesquisas, visionamento e exploração de filmes e documentários, palestras, debates, exposições… nas imagens estão captados alguns dos momentos dessas aprendizagens a que alunos e professores se dedicaram durante o Primeiro Período. A Escola preparou-se para a Comemoração dos 70 anos da Declaração dos Direitos do Homem. As turmas do 7.º ano fizeram pétalas com os Direitos Humanos e com elas inventaram flores e ramalhetes que embelezaram o átrio da entrada da Escola. Todas as tarefas se desenvolveram em trabalhos de grupo e, para funcionar com eficácia, atribuíram-se funções a cada um dos membros, como: capitão do silêncio; anotador; facilitador e guardião do tempo. Os copinhos verdes, amarelos e vermelhos distribuíram-se por todos os grupos, para de um modo rápido e sem barulho a professora saber quais os alunos que mais precisavam de ajuda. Resulta! Os infográficos elaborados nas aulas de TIC foram oferecidos aos membros da nossa comunidade educativa e as tiras impressas com Direitos Humanos foram distribuídas, pelos alunos do 7.º ano, às pessoas que passavam em frente à Escola, no dia 10 de dezembro. As portas das salas de aula e outras foram decoradas com folhas coloridas nas quais os alunos tinham escrito Direitos Humanos e ilustrado com desenhos por eles escolhidos. Todas estas atividades resultaram da união de diferentes disciplinas e da Biblioteca Escolar. Os professores vão dando passos cada vez maiores no trabalho colaborativo e a implementação da Cidadania e Desenvolvimento tem dado um forte contributo para que assim seja. A Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento
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Cidadania e Igualdade Social
porofobia - um desafio à educação 1.O vocábulo aporofobia, que significa “a aversão, desprezo ou ódio aos pobres”, foi a palavra do ano em Espanha, em 2017, apesar de utilizada pela primeira vez, no “ABC Cultural”, em 1995, cunhada pela filósofa Adela Cortina, Catedrática de Ética e Filosofia Política na Universidade de Valência, com vasta obra produzida e várias vezes premiada. O conceito, aporofobia, permitiu a criação de um delito criminal específico, bem como deu ensejo para que associações como a Caritas ou a Cais e académicos de diferente recorte pudessem tornar visível um fenómeno que se queria escondido e silenciado. Enquanto atitude vital, a aporofobia engloba, aliás, o repúdio para com aqueles que, em cada situação, mesmo que não pobres, se encontram pior situados. 2. A filósofa espanhola, no seu ensaio Aporofobia – a rejeição do pobre, buscando sacudir as cascatas de senso comum em que nos vemos envolvidos, começa por nos interrogar sobre se existirá, mesmo, uma "aversão
natural" ao estrangeiro, ao diferente, ao outro. Em realidade, face àquele que vem de longe, de outra cultura, de outros costumes e hábitos, de outra etnia, de uma cor de pele diversa da que nos é mais comum (observar no nosso dia-a-dia), que frequenta outros templos diferentes daqueles de que nos abeiramos (quando, e se, o fazemos), mas que se dirige para as nossas terras com vista a, durante 15 dias, instalar-se num hotel, frequentar os nossos restaurantes, entrar nos nossos mercados, levar para o seu país de origem o nosso artesanato, o que mais evidenciamos é uma hospitalidade no trato, um entusiasmo no acolhimento, uma vontade de (lhe) agradar e ser prestável, um desejo de que o visitante se sinta confortável, que esteja tão bem como em sua casa. Há, aqui, bem o podemos afirmar, uma verdadeira xenofilia, uma amizade para com o estrangeiro. Depois, contudo, há os que vêm de longe, fugindo da miséria, da fome, da guerra, da perseguição étnica ou religiosa, de catástrofes naturais - e a esses, em muitos casos, na melhor das hipóteses, oferecemos-lhes a selva de Calais, um gueto em alguma metrópole. Aqui, claramente, a questão parece residir não no estrangeiro, mas no tipo de estrangeiro de que falamos. Neste caso, entre o estrangeiro turista, e o estrangeiro refugiado há, quase sempre, uma diferença fundamental: o dinheiro que cada um deles possui (e, para a nossa sociedade, abismal diferença quanto, aparentemente, ao que cada um "vale" - como que, desta sorte, identificando, e não já distinguindo, essa mesma nossa sociedade, "preço" (d)e "valor"). 3. Se algumas (ou muitas) pessoas são, de facto, xenófobas ou racistas, já, por outro lado, considera Adela Cortina, há um potencial universal de aporofobia: "todos os seres humanos são aporófobos, e isto tem raízes cerebrais, mas também sociais, que se podem e devem modificar, se tomarmos a sério pelo menos essas duas chaves da nossa cultura que são o igual respeito pela dignidade das pessoas e a compaixão, entendida como a capacidade
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Cidadania e Igualdade e Social
de perceber o sofrimento de outros e de comprometer-se a evitá-lo" (p.15). Sublinhe-se: "uma compaixão não sentimental, mas produtiva" (Stefan Zweig); uma ética da razão cordial, igual dignidade que subverta a desumanização. Às abordagens mais integradas nos campos ou âmbitos da economia e filosofia políticas, matérias que neste livro são igualmente acomodadas, a autora aduz a pertinência de tomar em grande consideração as perspetivas que confinam com a biopolítica, a urgência de levar em linha de conta os limites, a plasticidade cerebral-biológica. E, neste domínio, vai um dos pontos mais assaz curiosos/desafiantes do livro: a indagação biológico-naturalista de ações que torpedeiam os pobres. De um lado, a autora vinca, que negligenciar o corpo, a biologia, a natura, reclamando para um terreno mais ou menos etéreo (desencarnado), exclusivamente volitivo, de escuta do daimon, de uma voz interior, de (exclusiva) formação do espírito, âmbito abarcado/tratado, em termos disciplinares, pela filosofia ou, por exemplo, por doutrinas abrangentes (maxime, religiões), pela pedagogia, psicologia ou a literatura, seria arriscar, no limite, decair em um dualismo antropológico, hoje superado. Por outro prisma (mas com o mesmo dualismo presente), à (simplista) ansiedade do espírito do tempo de matematização do mundo – as mais avançadas tecnologias que nos permitem observar as ressonâncias cerebrais dar-nos-iam, igualmente, a ver, e permitir-nos-iam remediar, as maleitas do humano, estas lidas em chave exclusivamente naturalista – responde com a inevitável ambiguidade/complexidade que nos permeia: há no cérebro, e na evolução, prefigurações, tendências que são ambivalentes, há a procura do familiar, do próximo, da tribo, mas há também um gene altruísta e, seja como for, o cérebro é de natureza biossocial, plástico, modifica-se, podemos operar sobre ele. A melhoria da motivação moral não passará, propriamente, por intervenções biomédicas ou de engenharia genética (no humano). Na formação da consciência moral, a reputação parece exercer bastante influência (conhecimento das regras de grupo, castigos físicos e espirituais para o incumprimento daquelas), mas a descrição desta em declinação exclusivamente sociológica não explica os inovadores morais (como Jesus de Nazaré, Buda ou Antígona). Compulsar razão e sentimentos, destacando as emoções positivas e eliminando as negativas (A. Damásio) seria mister de que não abdicaríamos na indeclinável e paciente obrigação de educar (melhor). Pedro Miranda | Professor de EMRC (em articulação com a Biblioteca Escolar e Cidadania e Desenvolvimento)
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Cidadania e Igualdade e Social
obreza e desigualdade no Mundo
A pobreza, a fome e as desigualdades sociais matam milhões de pessoas no mundo. Teremos nós capacidade de erradicar ou atenuar tais problemas? Vivemos num tempo em que o Homem olha apenas para o seu umbigo e apenas se preocupa com o seu bem-estar. Se calhar nem todos temos a noção de que o lugar onde nascemos e a família que nos acolheu definem completamente a nossa vida. Não temos a noção de que há pessoas no mundo que dariam tudo para terem um lugar numa sala de aula ou simplesmente comida para não morrerem. O Homem não olha a meios para atingir os fins e, por mais tentativas que apareçam, para reduzir a pobreza, nunca conseguiremos alcançar esse objetivo de forma relevante. Infelizmente, em países menos desenvolvidos e pobres, nem todos têm acesso à educação, o que se vai traduzir numa elevada escassez de conhecimentos. Não é por acaso que a taxa de natalidade é elevadíssima nestes países. Os métodos contraceMargarida Pinto e Margarida Santana | 7.º C
tivos não são introduzidos na população e os números de pessoas com piores condições dispara. Nos países desenvolvidos, verificamos o contrário: pessoas informadas, com trabalho e que têm filhos quando há certeza de que os conseguem criar. A educação está na base destes problemas. Sem ela não conseguimos evoluir e tirar da miséria aqueles que sofrem. É bonito ver campanhas de angariação de fundos para determinadas pessoas ou causas mas já estamos numa fase em que nem nisso conseguimos confiar pois muitas vezes ficamos a saber que aquilo que demos não chegou aos bolsos de quem precisava. Não evoluímos e não conseguimos ajudar os que mais necessitam porque há sempre uma pedra no caminho que não nos deixa avançar e salvar aqueles que se afundam de dia para dia. Pedro Eirô | 10.º E
A pobreza, a miséria e a fome são assuntos bastante debatidos nos dias de hoje, principalmente quando estamos numa época propícia à reflexão. Esta atmosfera natalina faz-nos repensar os nossos juízos de valor em relação às pessoas que passam dificuldades. É durante estas épocas festivas que se sente maioritariamente a compaixão para com as pessoas e o desejo de as ajudar. A fome sempre atinge muitos, como podemos verificar na sociedade contemporânea de Fernão Lopes, através da leitura do capítulo 115 da Crónica de D. João I. Num momento onde fomos cercados pelas tropas castelhanas e a fome em Lisboa tornouse num problema de escala gravíssima. Atualmente, com o intuito de combater essa fome que é transportada ao longo dos tempos, há muitas associações, como a AMI, Bancos Alimentares, a ONU, a UNI-
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Cidadania e Igualdade e Social
CEF, a Caritas e a Cruz Branca. Estas associações ajudam pessoas mais necessitadas, como pobres e sem abrigos com alimentos, roupas e donativos doados pelas pessoas mais generosas. Muitas das vezes, estas até passam tempo com quem mais precisa, provando que também há “fome” de afeto Caminhamos para uma sociedade cada vez mais desenvolvida e preocupada com o próximo, mas a dura realidade é que estamos longe de atingir o patamar em que todas as pessoas têm as mesmas oportunidades e direitos, sendo a fome um problema sem fim à vista. Diogo Pires | 10.º E
Um dos temas mais abordados atualmente é a pobreza que afeta grande parte da população, especialmente dos países em desenvolvimento. Com ela está fome, a total privação de comida ou bebida, o que se relaciona certamente com a pobreza extrema e provoca a desnutrição e a subnutrição. Este problema não ocorre devido à falta de recursos no mundo, até porque atualmente sabe-se que a quantidade de comida produzida no mundo chega para alimentar todos. Então qual será o problema? Uma das conclusões mais aceites acerca do problema é a distribuição e produção desigual, ou seja, os países mais pobres como não têm poder económico acabam por produzir e receber menos. Ao longo de muitos anos muitas pessoas, países e ONGs ro e recursos para combater a pobreza e a fome no mundo. No entanto, considero que isto não seja suficiente pois, apesar da sua ajuda, os problemas acima referidos não se alteram. Deste modo, considero que seria necessário combater as desigualdades económicas e sociais começando por investir dinheiro em empresas que melhorem a situação económica nesses países. Uma boa medida, que exigiria muita coragem para a por em vigor, seria estabelecer regras precisas sobre a diferença salarial, por exemplo, o ordenado mais alto pago pelas empresas, públicas ou privadas, só podia ser o triplo ou o quádruplo do ordenado mais baixo. Assim, esbatiam-se as diferenças escandalosas em que há gestores que ganham 160 vezes mais do que os outros trabalhadores. A riqueza ficaria distribuída de uma forma mais equitativa. O Mundo seria mais justo. Afonso Castro | 10.º E
Leonor Caseiro e Maria Costa | 7.º A
como a ONU e a OMS têm investido muito tempo, dinhei-
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Promover o Pensamento Crítico
rojeto Ideias com Mérito Na sala de aula, com recurso à Controvérsia Construtiva, os alunos do 10.º E, elaboraram o seu primeiro ensaio sobre o tema: Temos o dever moral da Hospitalidade? O que fazer perante a onda de refugiados que fogem da guerra, da fome, da instabilidade política e social que assola alguns países? Temos o dever de os receber? Têm eles o direito a ser bem recebidos? Desenvolver as capacidades de construir, analisar
e avaliar argumentos são objetivos (entre outros) da disciplina de Filosofia que concorrem para a aquisição de pensamento crítico. Para atingir este objetivo, durante o 1.º período, os alunos trabalharam, em articulação com a Biblioteca Escolar, os Direitos Humanos (domínio de Cidadania e Desenvolvimento). Das inúmeras atividades desenvolvidas destacamos o debate organizado pelo 10.º E e alargado aos alunos do 7.º C e do 12.º E que decorreu na sexta-feira, dia 7 de dezembro, na Biblioteca Escolar, sobre a questão: É a hospitalidade um dever ético? Temos o dever de acolher os refugiados? Têm os refugiados o direito a ser acolhidos? Estes alunos já tinham informação sobre o tema aquando da palestra proferida pelo professor Pedro Miranda sobre a Aporofobia, um conceito da filósofa Adela Cortina, que podemos consultar aqui: http://bibliotecasaopedro.blogspot.com/2018/11/ dia-mundial-da-filosofia-2018.html A preparação do debate alargado exigiu um trabalho prévio de pesquisa, realizado na Biblioteca Escolar, de acordo com a metodologia da pesquisa guiada (“guided inquiry”), e debates cooperativos em pequenos grupos, com recurso à metodologia da Controvérsia Construtiva, na sala de aula. Este trabalho de articulação entre a disciplina de Filosofia e a Biblioteca Escolar permitiu que os alunos esclarecessem a questão, pesquisassem os melhores argumentos e contra argumentos e se sentissem preparados para defender as suas posições com rigor e fundamentação. A abertura do debate esteve a cargo do Diogo Pires que esclareceu os presentes sobre a questão em causa e a sua atualidade. A Rafaela Carvalhais apresentou o primeiro argumento e o Pedro Eirô, o primeiro contra argumento. Seguiu-se uma discussão muito participada com todos os elementos presentes. Fechou-se o debate com a síntese da moderadora, professora de Filosofia e bibliotecária, que salientou os melhores argumentos e apontou algumas fragilidades noutros. Teresa Morais | Professora Bibliotecária P.S. Esta atividade teve a colaboração da Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento e do professor de EMRC.
Tiago Loureço e Tiago Teixeira | 7.º A
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Promover o Pensamento Crítico
xcertos ou algo mais
Na preparação para o debate subordinado ao tema É a hospitalidade um dever ético? Os alunos do 10.º E fizeram investigação e produziram ensaios individuais, na disciplina de Filopitalidade. Recolhemos alguns excertos/passagens desses trabalhos que vale a pena divulgar para que todos parem um pouco para refletir sobre este
Teresa Morais
sofia, reunindo argumentos pró e contra a hos-
tema tão atual e sensível. “A hospitalidade é o ato de acolher, receber alguém que não seja nosso familiar e querer o seu bem. É normal que com a entrada de pessoas desconhecidas a chegar ao nosso país, possa haver receio, mas tudo se resolve. (…). Os culpados não são os refugiados, mas quem os obrigou a serem refugiados, quem os fez sair do seu país natal deixando tudo o que tinham para trás.” “Devemos ter compaixão para com os outros, pormo-nos no lugar deles e ajudar em vez de olharmos para o lado e ignorarmos que existem. (…) é verdade que também existe quem se aproveite da hospitalidade e da boa vontade dos outros, mas é preciso criar regras e controlo para evitar situações complicadas. (…). A Xenofobia, Racismo e Aporofobia são os três preconceitos contra a hospitalidade como dever “ O problema do acolhimento dos refugiados e emigrantes ilegais tem sido uma das questões mais fraturantes na Europa e EUA, neste início do século XXI. A estabilidade política, o desenvolvimento económico e a proteção social dos países europeus e a riqueza dos EUA sempre atraíram pessoas dos países em vias de desenvolvimento, dos países em guerra, dos países em situação de extrema pobreza. (…). O nosso país está envelhecido e com a entrada de jovens estrangeiros conseguimos o rejuvenescimento populacional. É verdade que no meio de milhões de pessoas podem esconder-se alguns extremistas, mas não podemos esquecer que as suas maiores vítimas são os refugiados que devido à sua violência foram obrigados a deixar os seus países. Há riscos que têm que ser corridos para dar aos que nada têm, condições de uma vida digna. Imaginemos que a Europa entra em guerra. Tudo o que conhecemos desaparece. A nossa possibilidade de sobreviver é atravessarmos o oceano à procura de paz e estabilidade. De certeza, gostaríamos que fossem hospitaleiros connosco. Alunos do 10.º E
Lúcia Teixeira e Manuel Fernandes | 7.º C
ético que deve ser praticado por todos.”
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Direitos e Cidadania na União Europeia
Artigo 13 e as suas Circunstâncias
A Comissão dos Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu para defesa dos Direitos de Autor criou o Artigo 13 que tem gerado muita polémica. Surgiram duas correntes de opinião opostas que esgrimem argumentos para justificar as respetivas posições. Os alunos do 10.º E, nas aulas de Filosofia, em trabalho de grupo, debateram o já famosíssimo Artigo 13 e formaram opiniões e convicções. Dos trabalhos que elaboraram retirámos as passagens que mostram a sua visão. “Aqueles que apoiam o Artigo 13 apresentam os seguintes argumentos: a sua aprovação irá cortar os abusos das grandes empresas americanas e outras que ganham milhões à custa dos autores e jornais europeus. Evita também a violação dos Direitos de Autor. No entanto os que estão contra, afirmam que com a aprovação do Artigo 13 algumas redes sociais como o Youtube, Facebook e Instragram pensam abandonar a Europa, dificultando assim a comunicação entre familiares e amigos que se encontram longe. Também vai prejudicar alguns postos de trabalho. Terá um enorme impacto negativo na liberdade de expressão, na inovação, na informação, na educação e na investigação científica. Apoiamos os argumentos contra pensando que esta aprovação irá ainda fornecer mais dinheiro às grandes empresas e cadeias televisivas e prejudicar os pequenos autores. Empresas como o Youtube já têm os seus métodos para beneficiar os autores como, por exemplo, todos os vídeos que utilizem conteúdos de outras pessoas não serão remunerados para o autor do vídeo, mas sim para o autor do conteúdo.” Margarida Pinto e Margarida Santana | 7.º C
Ana Rocha | Lia Sampaio | Nuno Matos | Patrícia Fernandes
“O Artigo 13 é uma proposta de alterações significativas àquilo que são os direitos de autor no mercado único europeu digital. Faz parte de uma nova diretiva da União Europeia criada com o objetivo de proteger melhor a criatividade e de encontrar formas eficazes de os detentores dos Direitos de Autor protegerem o respetivo conteúdo online. Deste modo profissionais tais como músicos, atores, fotógrafos, entre outros, podem ver os seus trabalhos beneficiados, visto que estas pessoas merecem ver o seu trabalho reconhecido e devidamente pago. No entanto, esta medida pode vir a restringir o acesso e a navegação na Internet. O Mundo poderá não ser o mesmo, pois a sociedade tal como a conhecemos atualmente, vê-se agora limitada a algo que estivera sempre presente. Por exemplo, se quisermos publicar uma foto nossa com uma imagem de fundo de alguma marca ou com alguma personagem, não o poderemos fazer. A União Europeia é um lugar de liberdade de expressão e por essa razão é que milhares de imigrantes sofrem para conseguir cá chegar e terem direito a essa liberdade e a uma sociedade democrática. Por isso somos contra o Artigo 13. Filipa Lisboa | Mariana Correia | Tiago Cruz
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Direitos e Cidadania Europeia
“O Artigo 13 corresponde a uma proposta de diretiva do Parlamento Europeu e
do Conselho relativa aos Direitos de Autor no mercado único digital. Determina que plataformas online filtrem o conteúdo para combater a violação dos Direitos de Autor pelos utilizadores destas. A favor desta proposta encontram-se, obviamente, os artistas para quem esta foi criada. Se dispensaram determinado tempo para a criação de determinado conteúdo, devem ser remunerados cada vez que este é utilizado. Nesta perspetiva, a proposta traria uma completa proteção dos artistas europeus e suas criações. Esta é também a posição de músicos como Paul Mccartney e Ennio Morricone, que defendem a necessidade de criar mecanismos para proteger o que criam. O principal argumento contra prende-se com a liberdade de expressão. O Artigo 13 é visto como uma tentativa de controlo total da informação consumida, o que contraria o principal objetivo da Internet - a partilha de informação. Afinal, uma das consequências do Artigo 13 será a monitorização permanente dos conteúdos publicados por cada europeu. Se o próprio criador da Internet é contra, porque seriam os seus utilizadores a favor? A perspetiva de ser permanentemente vigiado é, de facto, horrorizante. Não ser capaz de publicar algo sem receio é uma afronta à capacidade do ser humano de se exprimir. Para quê ter o Mundo na ponta dos dedos, se dele não podemos usufruir totalmente?
João Ferreira e Luís Caeiro | 7.º E
Alexandre Coelho | Beatriz Azevedo | Rafaela Carvalhais | Tomás Marafão
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Infográficos… TIC
ireitos Humanos - Infográficos
Tendo como principal objetivo a aquisição de conhecimentos sobre os Direitos Humanos e a melhoria das competências digitais dos alunos do 7.º ano, foi desenvolvido um projeto de articulação entre as disciplinas de TIC e de Cidadania e Desenvolvimento e a Biblioteca Escolar. Nas aulas de TIC, trabalharam, em pares, para criarem infográficos sobre os Direitos Humanos, orientados pelas professoras Lurdes Lopes e Rosalina Reimão. A pesquisa, primeira fase do trabalho, foi realizada seguindo as orientações transmitidas pela Professora Bibliotecária e pelos conhecimentos adquiridos
na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Na segunda
fase, elaboraram-se os trabalhos, com os quais os alunos aprofundaram os seus conhecimentos sobre a Declaração Universal dos Direitos do Homem, da ONU e a aplicação digital CANVA que é de simples utilização, gratuita e está disponível online (https://www.canva.com/pt pt/). Para apreciar os infográficos e atribuir o 1.º prémio e a Menção Honrosa foi constituído um júri: as professoras Alexandra Alves e Paula Esgalhado e a psicóloga Amélia Moura. A Biblioteca Escolar ofereceu livros às autoras do 1.º prémio, Mariana Sousa e Matilde Miranda, do 7.º A, e um estojo com canetas às autoras da menção honrosa, Maria Inês Baptista e Matilde Costa, do 7.º D.
Teresa Morais
Lurdes Lopes e Rosalina Reimão | professoras de TIC
Todos participaram com talento neste desafio! PARABÉNS!
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Infográficos… TIC
1.º Prémio Menção honrosa
Mariana Sousa e Matilde Miranda | 7.º A
Maria Inês Baptista e Matilde Costa | 7.º D
Luís Esteves e Madalena Mota | 7.º B
Maria Monge e Maria Gonçalves | 7.º C
Marta Azevedo e Marta Azevedo | 7.º B
Rafaela Lopes | 7.º D
Lúcia Teixeira e Manuel Fernandes| 7.º C
Margarida Martins e Marta Costa | 7.º C
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Lara Nóbrega e Leonor Castanheiro | 7.º C
Matilde Venera e Pedro Monteiro | 7.º B
Leonor Dias e Luís Martins | 7.º A
Lara Nóbrega e Leonor Castanheiro | 7.º C
Marta Ramos e Rafael Alves | 7.º B
Maria Fernandes e Maria Almeida | 7.º D Nuno Rodrigues e Rodrigo Gomes | 7.º F
Mariana Vaz e Martim Costa | 7.º F
Lara Machado e Leonor Teixeira | 7.º A
Lara Machado e Leonor Teixeira | 7.º A
Martim Moreira e Miguel Tripeça | 7.º E
O Broas21 Infográficos… TIC
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Os Jovens e a Cidadania Europeia
iálogo Estruturado No Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila
Real
realizou-se a sessão de “pré-
ENJ” (preparação para o Encontro Nacional da Juventude que decorreu nos dias 12, 13 e 14 de dezembro em Cascais, cidade que foi eleita Capital da Juventude, em 2017). Esta sessão do 7.º Ciclo Nacional de Diálogo Estruturado foi dinamizada por elementos da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional da Juventude (CNJ). O tema em destaque foi a Declaração Universal dos Direitos do Homem e os Jovens, dinâmica que se insere na celebração dos 70 anos deste importante documento. Os jovens foram ouvidos sobre este documento, refletiram sobre os direitos que nele constam e apresentaram propostas de outros direitos que, segundo eles, também deviam ser incluídos. A Escola esteve representada por alunos da Associação de Estudantes, João Matias, Rita Simões e Sérgio Sales e pelos alunos Bernardo Félix, do 10.º A e Ivo Fernandes, do 12.º F. Alguns deles deixaram aqui a sua “leitura”. Nós, jovens, fomos ouvidos numa consulta sobre o que devem ser as prioridades europeias para a Juventude. Durante toda a tarde, alunos de todas as escolas do concelho de Vila Real, debateram as possíveis dificuldades que a Declaração Universal dos Direitos do Homem, documento com 70 anos, poderá ter. Uma das grandes conclusões, de muitas atividades e debates, foi que a mensagem do documento permanece atual, embora tenha ganho novas áreas, por exemplo, o Direito à Privacidade (artigo 12). Nos tempos atuais, tem um novo desafio que são as redes sociais, nas quais muitas vidas são devassadas revelando o que é, só e apenas, do foro privado.
Bernardo Félix | 10.º A
Pessoalmente, considero que foi uma experiência muito positiva no sentido em que me levou a refletir de uma maneira mais profunda sobre esta questão, sendo ela muito pertinente, e me fez também expandir horizontes, levando-me a refletir sobre outras realidades e sobre a situação social em outros países. Este tipo de experiências, sejam elas de pequena ou grande dimensão, são sempre extremamente positivas pois ensinam-nos sempre algo novo e porque nos obrigam a ser menos comodistas, a sair da nossa zona de conforto e a pensar “fora da caixa”, requisitos necessários para que possa haver mudança mas também evolução. Ivo Fernandes | 12.º F
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Os Jovens e a Cidadania Europeia
ncontro Nacional de Juventude
Nos dias 12, 13, 14 e 15 de dezembro teve lugar, no Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, a 16.ª edição do Encontro Nacional de Juventude que reuniu à volta de mil alunos. A nossa Escola esteve representada pelos alunos Bernardo Félix, do 10.º A, Rita Simões, do 12.º G e Sérgio Sales, do 12.º E. Este evento, organizado pelo Conselho Nacional da Juventude, marcou o encerramento de Cascais 2018 Capital Europeia da Juventude. O tema central era cativante, tendo por base os Direitos Humanos, o objetivo era a reflexão e resposta à questão: “Se a Declaração fosse escrita hoje, como seria?”, por parte de todos os jovens presentes. Foi avançada uma nova perspetiva para o mercado de trabalho e novas formas de ativismo político através dos «Fóruns do Futuro» - uma combinação de palestras, dinâmicas e entrevistas, que se debruçaram sobre temas que preocupam o indivíduo atento do século XXI, tais como a economia, o ensino superior, as propinas a informação e a liberdade de expressão, a saúde, a política. As atividades eram inovadoras como a dos cubos, nos quais desenhávamos a nossa interpretação do Direito que nos foi atribuído. Participámos na Maior Aula de Química do Mundo que recebeu o prémio do Guiness. Ouvimos dezenas de oradores inéditos - entre eles, destacamos: General Ramalho Eanes, Maria de Belém, Luís Marques Mendes, Jorge Moreira da Silva, Catarina Carvalho, Diogo Queiroz Andrade, Helena Roseta e Fernando Alvim, e uma organização surpreendente, um imenso sucesso. Alunos de vários países falaram sobre a educação nos seus países. Impressionou o testemunho do aluno de Angola que deu a conhecer uma realidade bem diferente da nossa: na sua escola só há um quadro de giz para todos, as turmas têm que rodar para que todos possam, em Rita Simões | 12.º G - Sérgio Sales | 12.º E
algumas aulas, usar o quadro. A festa de encerramento contou com os artistas HMB, FUNKyou2 e Karetus. A nossa participação nesta iniciativa permitiu -nos trocar pontos de vista com outros jovens, refletir sobre os direitos e liberdades básicos que ainda carecem de maior afirmação. Concluímos que, independentemente, da nacionalidade, género ou religião, os Direitos Humanos são essenciais para garantir uma vida digna a todos os cidadãos. Os alunos participantes
Juliana Nóbrega e Maria Rocha | 7.º F
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O Desrespeito pelos Direitos Humanos
Porque nem todos Respeitam os Direitos Humanos
O Dia Internacional dos Direitos Humanos é celebrado a 10 de dezembro, honrando o dia em que a Assembleia Geral da ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, assinada por 58 estados, em 1948. Promover a paz e Preservar a Humanidade são os grandes objetivos. O Prémio Nobel da Paz é entregue neste dia. A Biblioteca Escolar
comemorou-o
com a participação na Maratona de Cartas promovida pela Amnistia Internacional, organismo que denuncia os países que não respeitam os Direitos Humanos e desenvolve estratégias, como a Maratona de Cartas, cujo lema é: Resistimos Juntos. Vencemos Juntos. As cartas são endereçadas aos chefes políticos desses países e são uma forma de agir/pressionar para que libertem ou deixem de perseguir e ameaçar as pessoas que lutam por justiça. Em 2018 foram escolhidos apenas os casos de 5 mulheres: Atena Daemi do Irão; Marielle Franco, Brasil; Nonhle Mbuthuma, da África do Sul; Geraldine Chácon, da Venezuela e Vitalina Koval, da Ucrânia. Todas elas lutam por causas justas, todas querem um Mundo melhor, mas há quem não queira e as persiga e mande prender. No caso de Marielle Franco, a sua luta pelos direitos das mulheres negras e pessoas LGBTI levou a que fosse assassinada. Atena Daemi, do Irão, luta pelo fim da pena de morte. Foi condenada, num julgamento que durou 15 minutos, a 7 anos de prisão por ter participado num protesto Marta Gomes e Miguel Teixeira | 7.º C
pacífico e ter distribuído panfletos em defesa de uma jovem mulher que ia ser executada. Por elas e por todos, foram assinadas cerca de 400 cartas.
Alunos de EMRC do 8.º ano
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Biblioteca e Cidadania e Desenvolvimento
conteceu na Biblioteca
O dinamismo da nossa Biblioteca é inegável. É o espaço preferido de muitos alunos, cada vez mais, para pesquisar, ver filmes, ouvir música, estudar. A Biblioteca foi parceira das atividades de Cidadania e Desenvolvimento, muitas das quais estão presentes nas páginas deste jornal. Outras iniciativas ocorreram em colaboração com a Câmara Municipal e outros organismos. Aqui estão algumas. Durante o mês de outubro as turmas de 7.º ano visitaram a Biblioteca para conhecer o espaço, o Regulamento da Biblioteca e as atividades que aí podem realizar. O tema escolhido para 2018 pela Association of School Librarianship para o International School Library Month foi
“Eu
amo a Biblioteca Escolar” Com esse mote os alunos realizaram ilustrações sobre a Biblioteca Escolar e escreveram os motivos porque gostam dela. Este trabalho resultou em cerca de 150 trabalhos que vale a pena ver. A Feira do Livro resulta de um protocolo com as editoras que disponibilizam os livros, ficando a Biblioteca com uma pequena percentagem em livros por cada obra vendida. É uma forma de não só divulgar os livros junto dos que andam “algo” afastados da leitura, nomeadamente, os mais novos, mas também de a Biblioteca conseguir livros para oferecer aos alunos que ganham os desafios que lhes vão sendo propostos. O escritor Moita Flores veio à Escola S/3 S. Pedro apresentar à comunidade educativa a sua extensa obra literária. Com um discurso amigável e bem-disposto, fascinou todos os presentes com a sua sabedoria e inteligência e a sua capacidade para envolver todos os ouvintes nas histórias e estórias que tão bem sabe contar. Foi um prazer! Teresa Morais | Professora Bibliotecária
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rojeto Eco...
Dia Mundial da Alimentação – no dia 16 de outubro, durante o intervalo da manhã, ofereceram-se maçã aos alunos para sinalizar o Dia Mundial da Alimentação e sensibilizá-los para a importância de uma alimentação saudável e sustentável. Dia Mundial do Não Fumador – Este concurso foi dirigido aos alunos do 8.º ano que escreveram uma “Mensagem a um fumador”. Cada turma teve uma T-Shirt onde divulgou a sua mensagem através de desenhos e textos. Concurso Alimentação Saudável - atividade dirigida aos docentes e não docentes e que decorreu no dia do Magusto. Promoveu-se a alimentação saudável, pedido aos concorrentes que elaborassem pratos orientados pelo tema “Vegetariano”. Cláudia Costa | Coordenadora do Projeto Eco-Escola
C
lube de Teatro O Clube de Teatro da Escola S/3 S. Pedro, que integra os alunos Carlos Maia, Dinis Lima, Manuel Couto, Maria Amélia Vasconcelos e Nisa Cruz e é dinamizado pelas professoras Cláudia Costa e Teresa Bamond, foi visitar os idosos do Lar Nossa Senhora das Dores, onde apresentaram um teatrinho de fantoches sobre Albert Einstein. Esta atividade, imbuída dos sentimentos de partilha e solidariedade e muito carinho, decorreu
no dia 13 de dezembro, com o espírito natalício já a pairar. A disponibilidade e a receção com que este grupo foi acolhido superaram todas as expetativas. Foram recebidos com um presépio vivo, sentindo-se tal como os reis magos, e, no final, foi a Escola quem recebeu uma original árvore de Natal, produzida com materiais reciclados, que simbolizava todos os residentes do lar. Terminámos com o coração a extravasar de amor e com um sentimento de missão cumprida, aguardando ansiosamente por uma próxima oportunidade. São iniciativas assim que nos preenchem e que dão ânimo ao nosso abnegado empenho enquanto Escola verdadeiramente inclusiva e solidária. Cláudia Costa e Teresa Bamond | professoras dinamizadoras
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rojeto PES...
A cerimónia do Hastear da Segunda Bandeira Verde na Escola ocorreu no dia 29 de novembro. A Direção, alunos, professores, assistentes operacionais e o nosso parceiro, a Câmara Municipal de Vila real aderiram a esta importante iniciativa no âmbito do Programa Eco-Escolas. Este acontecimento comemorativo e simbólico representou uma iniciativa para a promoção da Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável de Cidadania e Desenvolvimento. Participámos na campanha de recolha de roupa e, ainda, na atividade proposta pelo município “EcoNatal”. Foram elaboradas decorações de Natal para a montra da Realcópia a partir de materiais reutilizados, pelos alunos do Clube e do 10.º.D).
Eco-Código Festejando o “Dia da Bandeira Verde”, divulgou-se o Eco-Código. Este consiste numa declaração de objetivos, traduzidos por ações concretas, que todos os membros da comunidade deverão seguir, constituindo assim o código de conduta ambiental da escola. Os alunos do Eco-Clube criaram, para isso, uma árvore em que cada folha tem inscrito um dos dez objetivos do eco-código e que estará, permanentemente, exposta na Escola, sendo eles: 1 - Para o ambiente poupar combustíveis fósseis deves evitar. 2 - O papel diminuir fará a floresta sorrir. 3 - Se saudável queres ser, uma alimentação saudável deves ter 4 - Se biodiversidade queres ter, todos os seres vivos deves proteger. 5 - Não gastes energia e aproveita a luz do dia. 6 - Recicla no presente para o futuro ser mais sorridente. 7 - Lixo no chão, Não! 8 - Para a escola limpa estar, os resíduos deves separar. 9 - Não desperdices recursos, usa-os com imaginação. 10 - Se o ambiente queres ajudar, pelo Eco-código te deves guiar. Cláudia Costa | Coordenadora do Projeto PES e Eco-Escolas
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Vamos PROGRAMAR
Escola São Pedro a PROGRAMAR
Os nossos alunos, participaram, entre 3 e 7 de dezembro, na 3.ª edição do Movimento Código Portugal. Num total de 824 escolas participantes, a Escola alcançou os seguintes resultados: # 5.ª posição nas escolas do secundário com 1418 desafios resolvidos; # 13.ª posição nas escolas do 3.º Ciclo com 1166 desafios resolvidos; # 17.ª posição nas escolas com mais problemas resolvidos - 2584 desafios. Esta campanha, de mobilização nacional para a literacia digital e a computação, pretende estimular o desenvolvimento das competências associadas ao pensamento computacional, que se configura como uma nova forma de literacia para o século XXI. Daí, os alunos resolveram desafios, aprendendo, de uma forma divertida, como construir alguns programas que ajudaram os Aquakids Os AquaKids são dois miúdos muito ativos, ansiosos por ajudar. Combatem a poluição dos oceanos em várias missões.
a cumprirem as suas missões.
A iniciativa é promovida pelo Governo, através das áreas da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Educação, Economia, Trabalho, Solidariedade e Segurança, a Ciência Viva, Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa.
Parabéns a todos os participantes!
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Agustina Bessa-Luís, SEMPRE
omenagem a Agustina Bessa-Luís na UTAD
A Biblioteca da nossa Escola, no ano letivo 2017/2018, lançou um desafio à Professora e alunos de Oficina de Artes: homenagear a grande escritora Agustina Bessa-Luís, construindo uma instalação artística que refletisse a sua obra e a sua vida. Assim, nesta disciplina semestral do 8.º ano, que pretende promover a sensibilidade estética e artística dos nossos alunos, foi construído, pela turma E, um painel. Este integrava elementos como: o rosto da escritora, um livro, a montanha, a calçada portuguesa, para além de frases selecionadas pelos alunos de obras de Agustina Bessa-Luís. O trabalho artístico conheceu várias etapas, nomeadamente, a pesquisa sobre a escritora e a sua obra, destacando-se o livro A Sibila, a seleção de materiais disponíveis na sala de aula, como telas velhas e papéis e a moldagem, em gesso, das mãos dos alunos - criadores. O resultado final pode ser apreciado na exposição que esteve patente na UTAD. Os alunos, na companhia da Diretora de Turma, Sílvia Meireles, e da professora de Oficina de Artes, Maria Leonor Ribeiro, deslocaram-se, em outubro, à UTAD para participar na Homenagem à escritora.
Turma do 2.º semestre do 8.º E de 2017/2018 Maria Leonor Ribeiro | Professora de Ed. Visual e Oficina de Artes
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Parlamento dos Jovens - Ensino Básico
lterações Climáticas - Salvar os Oceanos Doze listas é muita lista! A simpatia motivadora do tema e a ajuda da Cidadania e Desenvolvimento levaram a esta inflação no Parlamento dos Jovens do Ensino Básico. O arranque foi dado com a presença do Senhor Deputado Francisco Rocha que mostrou novas vias para explorar o tema e pediu, aos que participaram mais diretamente no projeto, para pensarem “fora da caixa” e serem criativos. Comprovámos que foi ouvido, ao lermos as medidas dos projetos de recomendação de cada lista. A Sessão Escolar foi dinâmica, vívida, com intervenções muito bem fundamentadas. As medidas do Projeto de Recomendação da Escola à Sessão Distrital, são: 1.ª – Criar leis para restringir, ainda mais, o uso do plástico que não é biodegradável. 2.ª – Proibir o lançamento de balões com hélio. 3.ª – Estabelecer um limite para o número de campos de golfe, no país. Fundamentação das medidas 1.ª - É urgente informar e alterar os comportamentos, hábitos quotidianos, que são inimigos do ambiente para salvarmos os oceanos e o planeta Terra. O plástico é um material que demora muito tempo a degradar-se. Devido a esta propriedade e ao seu uso sem regras tem-se acumulado nos oceanos o que traz consequências graves, contribuindo mesmo para a morte de muitas espécies e pondo, também, em causa a vida humana. 2.ª - Podem ser muito bonitas as largadas de balões, mas todos eles, ou a maior parte deles, vão parar aos oceanos e ao sistema digestivo dos animais que neles vivem provocando-lhes a morte. 3.ª - A água das chuvas arrasta os produtos químicos utilizados na agricultura, silvicultura, campos de golfe…, para os rios e estes levam-nos para os oceanos. A fauna e a flora dos oceanos são ameaçadas pelo excesso de químicos e a Humanidade também acaba por ser afetada. É preciso diminuir a utilização de produtos químicos. Eleitos à Sessão Distrital: 1.º Deputado - António Pedro Correia Mestre 2.º Deputado - Jaime da Costa Gouveia 3.ª Deputada - Maria Teresa Lobo de Vasconcelos Deputado Suplente - Filipe Miguel Cachide de Oliveira Jornalista - Inês Filipa Rodrigues Rainho Candidata à Mesa da Sessão Distrital - Rafaela da Silva Cabral.
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Parlamento dos Jovens - Ensino Básico
s Eleitos
O que representa o projeto e o tema deste ano para cada um dos deputados eleitos fica aqui plasmada nas suas palavras: 1.º Deputado - António Pedro Correia Mestre Interessa-me a política, quero entender como tudo funciona. O tema “Salvar os Oceanos” cativa qualquer um. Na praia da Barra em Aveiro, onde passei férias, fui confrontado com a praga do plástico na areia e no mar. Quero dar o meu contributo para que isto mude. Atenção, os plásticos que encontrei, recolhi-os e coloquei-os no contentor respetivo. Sou um cidadão preocupado e interventivo! 2.º Deputado - Jaime da Costa Gouveia É a primeira vez que estou a participar no Parlamento dos Jovens. Aceitei o desafio dos meus colegas e amigos porque o tema é muito motivador: “Salvar os oceanos” é água e a água é essencial à vida, logo, estamos a salvar-nos a nós mesmos. Outro aspeto que também me cativa é trabalhar com amigos que conheço desde o pré -escolar e com os quais me sinto bem. A possibilidade de conhecer alunos de outras escolas e debater com eles este tema também é muito aliciante. 3.ª Deputada - Maria Teresa Lobo de Vasconcelos Gosto de debater temas e ideias. Quero muito ir a Lisboa à Assembleia da República, mas sei que o mais importante é mesmo “Salvar os Oceanos”, independentemente das escolas que vão ser eleitas. A nossa lista empenhou-se a sério na campanha, imprimimos 100 panfletos que distribuímos pessoa a pessoa e afixámos 20 cartazes. Isto explica porque fomos a lista mais votada. Vamos levar este entusiasmo e vontade de fazer bem feito para a Sessão Distrital e esperámos ter os melho-
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res resultados.
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Cidadania e Solidariedade
ake a Wish
O Make a Wish teve este ano a sua 3.ª edição na nossa Escola. As estrelas vendidas foram mais de mil. Quantos sonhos irão realizar?
o star com e e d a v ! gosta do Mundo ia O Duarte c c o B e gador d melhor jo
A Maura gostava de ter um computador cor de rosa!
A Lara gostava de ter um buldogue francês!
ava gost ti! o l a nç at O Go a da Bug c fábri
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Nas estrelas escreveram-se votos de melhoras, de Feliz Natal, de um Bom Ano. Com elas, fez-se uma chuva prateada que ficou suspensa no átrio da entrada da Escola. Alunos do 7.º ano usaram-nas para decorar o simpático e original Boneco de Neve, construído na disciplina de Educação Visual, e que embelezou a entrada da Escola. Ainda houve estrelas para decorar o espaço onde está, provisoriamente, o bar e o refeitório dos alunos.
Carmen Carvalho - Henriqueta Rua - Teresa Nóbrega | Professoras responsáveis pelo projeto
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Escribir con el corazón
arta a los Reyes Magos
O concurso “Carta a los Reyes Magos” resulta da iniciativa de um grupo de professores de Espanhol, que já atingiu um âmbito nacional e, este ano, teve a IX.ª edição. O objetivo é incentivar a escrita na língua de Cervantes e, claro, premiar aqueles que melhor o fazem. O nosso aluno Rodrigo Sousa, do 9.º E, venceu na sua categoria, entre vários concorrentes oriundos do norte e do sul de Portugal. Recebeu prémios patrocinados pela Câmara Municipal de Vila Real, Nature Water Park, Pena Aventura Parque e Porto Editora. Sílvia Meireles | Professora de Espanhol
Queridos Reyes Magos: Me llamo Rodrigo Sousa y tengo 14 años. En primer lugar, quiero contarles un secreto. Desde el día en que os escribí el año pasado, que sentí que escribir pasó a ser para mí una tarea más fácil, y que me hace sentir bien conmigo mismo. Pues antes no lo hacía. Aprendí que cuando la voluntad gana el miedo, conseguimos tener lo que deseamos. Por hablar de deseos, para este año que está empezando solo deseo una cosa. Deseo que el verdadero sentimiento, la verdadera razón por la que vivimos, trabajamos, lloramos, rezamos, sentimos, hablamos, que es el AMOR, llegue con mucha fuerza a todos los lados y a todas las personas del mundo. Que todos nosotros y cada uno se acuerde de decir cuando se despierta "Amo la Vida" y no se olvida de realmente AMAR a sí y al otro, todas las horas, todos los minutos, y segundos de cada día. Hoy AMO y espero siempre AMAR. Gracias, Reyes Magos Un año de 2019 con mucho AMOR Vuestro amigo
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Refletir o Ensino e a Aprendizagem
omunidade Desafios Educativos
Maria Carvalho – Maria Inês Sousa
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Cada ano letivo tem os seus desafios próprios: nova legislação que é necessário implementar; novos projetos educativos dos quais nos temos que apropriar; novos regulamentos internos para conhecer e aplicar; novas instalações… mas, principalmente, novos, ou os mesmos, ALUNOS que temos que ensinar, formar, ajudar a crescer. Um imperativo, que avança como uma onda de fundo, é a “urgência” de os professores colaborarem entre si para melhorar as suas práticas e o sucesso dos seus alunos. As Comunidades de Desenvolvimento Profissional de professores têm um papel fulcral na sua prossecução por se constituírem como espaços de partilha de experiências e conhecimentos. A Comunidade de Aprendizagem e Desenvolvimento Profissional da Escola S. Pedro, CDE (Comunidade Desafios Educativos), tem já nove anos de existência, vividos na forma de partilha e, este ano, por ser cada vez mais difícil a conjugação de horas comuns para articulação decidimos aderir ao espaço virtual. Assim, é nas redes sociais, mais precisamente no Facebook, em grupo fechado, que os professores comunicam e partilham: novidades, descobertas, dúvidas, obstáculos e sucessos... Com novos elementos, estando ultrapassado o constrangimento da inexistência de horas em comum para reunir, os professores podem continuar a fazer parte desta comuzar feedback e utilização de ferramentas digitais de apoio ao ensino. A partilha de ferramentas digitais já testadas e com bons resultados tem sido muito produtiva. Se está interessado nestes assuntos, junte-se a nós, será bem vindo. Reunimos às quartas-feiras às 15.45 horas.
Inês Coelho e André Legoinha | 12.º A
nidade de partilha. Este ano letivo temos vindo a trabalhar formas efetivas de reali-
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Os Alunos e a Escola
ssociação de Estudantes
Este ano, formaram-se duas listas para a Associação de Estudantes da Escola: a Lista S encabeçada por João Matias e a Lista V liderada por João Cunha. As duas listas tinham propostas válidas e interessantes. Estavam de acordo em que queriam fazer da Escola um lugar melhor para todos.
Ambos manifestaram
preocupações ambientalistas e destacaram a necessidade de investir numa cidadania ativa. A campanha eleitoral decorreu com civilidade e os membros das duas listas, pela primeira vez, concordaram em participar num debate onde ficaram a conhecer melhor as propostas dos adversários e puderam pedir esclarecimentos, criticar e argumentar para defenderem e esclarecerem as medidas selecionadas. As eleições tiveram grande afluência, tendo votado 800 alunos do total de 1016 que frequentam a Escola. Ganhou a Lista S.
Ficha Técnica Propriedade - Escola S/3 S. Pedro - Vila Real
http://www.esec-s-pedro.rcts.pt
Coordenação de Redação e Imagem - Lurdes Lopes | Rosalina Sampaio Colaboradores permanentes - professores: Cláudia Costa | Fátima Campos | Leonor Ribeiro | Pedro Miranda | Sílvia Meireles | Teresa Morais Colaboradores permanentes - alunos: António Mestre | Astrid Silva | Bernardo Félix | Ivo Fernandes | Rita Simões | Alunos do 7.º ano | alunos do 10.º E | alunos de EMRC | Delegados e Subdelegados do 7.º e 10.º anos Redação e Ilustrações - Alunos | Professores | Funcionários Impressão - Pedro Oliveira
Fotografia - Teresa Morais Revisão de Textos - Fátima Campos
Responsável pelo blogue - Lurdes Lopes
http://jornal-o-broas.blogspot.com/
1.ª Edição
Diogo Carvalho e Tiago Lameirão | 12.º A
João Matias | Presidente da Associação de Estudantes
Astrid Silva | 10.Âş J
E tu, respeitas os Direitos Humanos ? O BROAS mais perto de ti em‌ http://jornal-o-broas.blogspot.com/