A URBANIZAÇÃO DAS VÁRZEAS A partir do século XIX o município de São Paulo e a RMSP assumiram crescente posição de centro econômico e industrial do país, dando uma intensa ocupação da região. “Com isso, começou a ocorrer um grave problema de falta de água na cidade. A poluição dos cursos d’água, o acelerado crescimento demográfico e as prolongadas estiagens anuais foram os principais impulsionadores da crise da água.” (MARTINS, 2006, p. 48). Durante esta crise se estabelece um plano de interesse entre o Governo do Estado e a empresa Light & Power, envolvendo os setores de abastecimento e produção de energia, onde parte da água do Rio Tietê e seus afluentes foi desviada para o reservatório Billings, com um processo de reversão do Rio Pinheiros, e mais, o acordo previa que os terrenos atingidos pela cheia do rio poderiam ser explorado, pela empresa, no ramo imobiliário. Nesta situação, onde a crescente mão de obra necessária para indústria, sem dinheiro e sem ter onde morar, busca acomodação barata em qualquer lugar, gerando a ocupação das várzeas, já que na época eram loteamentos permitidos. Sendo assim essa concentração e adensamento urbanos incitaram a impermeabilização do solo, o adensamento das construções, a conservação de calor e a poluição do ar e loteamentos irregulares, tornando iminentes inundações e enchentes que provocam danos ambientais, humanos e materiais. “Tanto as inundações como as enchentes são processos naturais de escoamento das águas provenientes de intensas chuvas em uma determinada bacia. Tanto o fato da sedimentação das várzeas como da erosão das margens são processos naturais aproveitados pela sociedade para sua ocupação.” (NEVES, 2008, p.19) Contudo essa ocupação intensa e desordenada provocada pela crescente urbanização e industrialização gera grandes agravantes, onde as cheias encontram obstáculos para vazão, deixando vulnerável o espaço construído, e intensificando a desigualdade social, segregação espacial e degradação ambiental.
OS RIOS, AS CAUSAS E A PROBLEMÁTICA DE ALAGAMENTOS NO ABC Grande parte do território do ABC está consolidado dentro de áreas de preservação, tanto mananciais como permanentes. Na Sub-Bacia Billings-Tamanduateí, tendo sua nascente em Mauá, no Parque Ecológico da Gruta Santa Luzia, o rio Tamanduateí, afluente do rio Tietê, é o principal curso de água e canal de drenagem da área urbana do ABC Paulista. O rio percorre os municípios de Mauá, Santo André e São Caetano do Sul e deságua no rio Tietê, na cidade de São Paulo. Os municípios de Santo André e São Bernardo estão hoje praticamente construídas sobre rios. São Bernardo, está sobre o córrego dos Meninos. Santo André, sobre o Meninos e sobre o córrego Beraldo. (RAMALHO, 2007) A várzea destes rios estando intensamente ocupada, restam poucos espaços para infiltração natural, sobrecarregando o sistema de drenagem e como consequência a região indica grande índice de risco de alagamentos (MAPA 1). Mas não só isso, com essas ocupações, de forma omissa e inconsciente, também temos o descarte irregular de lixo e esgoto, que prejudicam o escoamento das águas pluviais, como a própria qualidade da água que os abastece e ainda aumentam a sedimentação dos rios. É possível ver no mapa 1, onde alguns pontos de Mauá e São Caetano no Sul possuem fatores péssimos de IVA, o que significa que a água possui tantos poluentes e sedimentos que não é possível existir peixes, muito menos consumi-la. Esses pontos estando próximos a áreas densamente ocupadas nos levam a entender que a população ali residente, não está consciente sobre a preservação necessária para a área que ocupam e que as prefeituras não tem dado devida atenção ao saneamento dessas comunidades.
GRUPO 5: BRUNA FEITOSA, CAROLINE RIBEIRO, EVELYN FERREIRA E FERNANDA CASEMIRO