Design de Moda e Tecnologia Têxteis – Rigidez e Elasticidade

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ESCOLA DE ARTES, ARQUITETURA E DESIGN

BACHARELADO EM DESIGN DE MODA Período: 2º Semestre Disciplina: Projeto Interdisciplinar Docente: Ana Paula Campos

INFORME CIENTÍFICO

Discentes: Bruna Fischer Filoso – RA: 20576344 Fernanda Lie Miura – RA: 20525797 Gabriela Ferreira Lemos – RA: 20601823 Marcela Souza Lima Camargo de Freitas – RA: 20544259 Mayã Guimarães Isidoro – RA: 20500410 Thaís Oliveira De Cesare – RA: 20548433 Yuri Bianca Kuba – RA: 20530412

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ESCOLA DE ARTES, ARQUITETURA E DESIGN

BACHARELADO EM DESIGN DE MODA Período: 2º Semestre Disciplina: Projeto Interdisciplinar Docente: Ana Paula Campos

INFORME CIENTÍFICO

Discentes: Bruna Fischer Filoso – RA: 20576344 Fernanda Lie Miura – RA: 20525797 Gabriela Ferreira Lemos – RA: 20601823 Marcela Souza Lima Camargo de Freitas – RA: 20544259 Mayã Guimarães Isidoro – RA: 20500410 Thaís Oliveira De Cesare – RA: 20548433 Yuri Bianca Kuba – RA: 20530412

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Sumário 1. Introdução: Proposta e Pesquisa Referencial...................................4 1.1 Tema...........................................................................................4 1.2 Subtema e Objeto de Estudo......................................................5 1.3 Painel Semântico........................................................................6 2. Desenvolvimento da Proposta: Parâmetros Projetuais...................10 2.1 Público Alvo...............................................................................10 2.2 Elementos Formais Projetuais...................................................11 2.3 Elementos Construtivos.............................................................12 2.4 Croquis.......................................................................................13 2.5 Croqui final.................................................................................16 2.6 Pesquisa dos têxteis..................................................................17 2.7 Construção da peça...................................................................18 Referências....................................................................................................19

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Design de Moda e Tecnologia Têxteis – Rigidez e Elasticidade

1. Introdução: Proposta e Pesquisa Referencial 1.1.

Tema

Um dos principais desafios do designer de moda atualmente é conciliar seu trabalho com práticas sustentáveis. A forma mais eficiente de fazê-lo é por intermédio de diversos tipos de tecnologia, como as tecnologias têxteis, aplicadas na produção de peças, ou as de reciclagem e reuso aplicadas na etapa do descarte. É necessário atenção ao tomar medidas, pois as mesmas devem atravessar todas as etapas do processo de produção de um objeto de moda de forma sustentável – desde seu planejamento até seu descarte – e parte da responsabilidade dessa produção cabe ao designer de moda em suas criações. É difícil implantar ações sustentáveis no atual ciclo da indústria da moda, pois o mesmo se baseia a partir da ―extração, produção e descarte‖ (FLETCHER, 2011, p. 11) sem se preocupar em repor e considerar possíveis impactos negativos. Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ―desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade

das

gerações

futuras

atenderem

às

suas

próprias

necessidades‖(CMMAD,1991, p. 46), e somente adotando essa postura que será possível amenizar os impactos causados por décadas de irresponsabilidade ambiental e social. As formas de produção na indústria da moda dependem da utilização de diferentes tipos de tecnologia, e as escolhas feitas definem o processo e o resultado final. Se ―todas as tecnologias são extensões do sistema físico e nervoso do homem, que visam, além da economia do gesto e do pensamento, o aumento da energia e da velocidade‖ (MCLUHAN apud DE CARLI, CONTE, 2006, p.1), logo as tecnologias são extensões do homem e a maneira como a utilizamos e a aplicamospodem auxiliar ou não numa produção de moda mais sustentável. Por exemplo, a tecnologia 4


pode ser usada para evitar ao máximo qualquer tipo de desperdício ou agressão ao ambiente. A escolha de materiais é um ponto crucial em um projeto de design, pois, aliada com a forma de utilização, define as características do produto criado. A aplicação da tecnologia na criação de novos materiais mais próximos da sustentabilidade ou de novas maneiras de utilizar, obter e transformar os materiais já existentes é um dos possíveis caminhos para que seja alcançado o objetivo desafiador dos designers de moda, a produção sustentável em moda. Unindo todas essas definições, foi proposto aos alunos do 2º semestre de Design de Moda da Universidade Anhembi Morumbi que desenvolvessem uma peça baseada no tema ―Design de Moda, Tecnologias Têxteis e Sustentabilidade‖, com subtemas dentro do universo das propriedades têxteis e objeto de estudo a ser definido pelo grupo a partir do subtema. A peça deverá ser executada em tecidos retirados de outras peças, que serão encontradas em brechós e desconstruídas, sendo escolhidos, no mínimo, um tecido liso e eu estampado. O conceito de criação da peça por sua vez, será definido com base no objeto de estudo e painel semântico.

1.2.

Subtema e Objeto de Estudo

Quanto aos subtemas propostos para o projeto deste semestre temos: estrutura e fluidez, rigidez e elasticidade, transparência e opacidade, expansão e compressão, brilhante e fosco. Dentre estes apresentados, foi escolhido pelo grupo o subtema ―rigidez e elasticidade‖. Após a realização da pesquisa sobre o subtema, optamos por dar prioridade à rigidez, a mesma representa aquilo que é resistente, firme e inflexível. Saímos do conceito objetivo e estudamos a rigidez em seu sentido abstrato na cultura ocidental e oriental; logo, ao filtrar as pesquisas sobre o apartheid na África do Sul, as castas na Índia e os samurais no Japão, este último acabou por se tornar nosso objeto de estudo. Tal escolha, em razão de seu diferencial, que confere maior valor à honra, à justiça, aos antepassados, é passado de geração em geração como principal lei de 5


convívio e respeito entre todos. Nos treinamentos, e inclusive no cotidiano, os samurais devem seguir o bushido (código dos samurais), justiça (GI), coragem (YUU), benevolência (JIN), educação (REI), sinceridade (MAKOTO), honra (MEIYO) e lealdade (CHUUGI). ―Infelizmente, muitos jovens hoje em dia já tem o espírito podre. Espertos, mas preguiçosos; inteligentes, porém morosos; fortes, no entanto acomodados‖, escreveu Jorge Ishikawa em seu livro ―Shin Hagakure: Pensamentos de um Samurai Moderno‖. Para os samurais, os aprendizados, como o respeito pelos mais velhos, a importância no cumprimento ao adversário e,ainda, o ―kamae‖ (postura do corpo frente ao inimigo) devem ser ensinamentos levados para toda a vida, não somente frente a uma luta. Além desta rigidez filosófica na sociedade Samurai, há um objeto valioso e indispensável ao recordá-los, a espada. Em sua construção, cada etapa deve ser seguida com perfeição, rigidez; cada etapa possui um profissional diferente: o que cria o aço, outro que forja, elimina irregularidades, prepara a bainha e empunhadura.

1.3.

Painel Semântico

Ao relacionar a rigidez às pesquisas sobre samurais e seu treinamento, obtevese noção quanto às formas, cores e imagens para a construção do painel semântico. Optamos pelo retângulo, forma geométrica que, segundo Daniel Gasnier, em um artigo de seu site publicado em 2003, representa a idéia de crescimento, sustentação, firmeza e tradição, os quais associamos à rigidez necessária para a formação de um samurai. As imagens agrupadas nestes retângulos, cada um como uma etapa e virtude aprendidas pelo guerreiro, são imagens representativas de cada virtude (justiça, coragem, humanidade, cortesia, sinceridade, honra e lealdade) e cada sessão com sua cor principal (vermelho, amarelo, verde, rosa, branco, cinza e azul). Quanto à cor, cada uma tem seu significado específico baseado na psicologia das cores que se relaciona com as virtudes. Para Eva Heller, em seu livro Psicología del color: Cómo actúam los colores sobre los sentimientos y la razón, publicado em

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2012, o significado psicológico das cores ―apesar das sensações individuais, há uma compreensão universal‖. O vermelho, quando escolhido para a representação da justiça, tem a seguinte justificativa: ―O vermelho é também a cor da justiça, pois durante séculos as sentenças se estabeleceram sobre a ideia de que sangue deveria ser pago com sangue. Em vilas medievais se usavam bandeiras vermelhas quando comemoravam o dia de um julgamento. Os juízes assinavam com tinta vermelha as sentenças de morte. E o carrasco se vestia de vermelho.Ainda hoje os juízes dos tribunais superiores vestem togas vermelhas. Os do Tribunal Administrativo da República Federal da Alemanha vestem togas de lã vermelha, e os do Tribunal Constitucional togas de seda vermelha.‖ (HELLER, 2012, p. 71)

O amarelo como coragem tem como ideia a associação dessa cor com o Sol, que radia e anima, como a coragem, que inspira e precisa de energia para se por em prática. O amarelo também é associado aos meses de julho e agosto, os mais ensolarados do ano. São meses do signo de Leão, que como o astro rei, é também o rei dos animais (HELLER, 2012, p. 87) e bastante associado à coragem. A cor verde para a humanidade se deve ao seu significado de símbolo da vida em seu sentido mais amplo, não só referente ao homem, mas também a tudo que cresce (HELLER, 2012, p. 107). E também é a cor da primavera, estação de germinar, brotar e amadurecer, a primavera significa crescimento, logo mais uma vez aliando-se a ideia de humanidade. O rosa vem como representante da cortesia justamente devido a sua associação com a própria flor, a rosa: ―Todas as qualidades atribuídas a rosa são consideradas tipicamente femininas. A rosa simboliza a força dos fracos, como o encanto e a amabilidade. Em Romeu e Julieta, de Shakespeare, se lê: I’m the very pink of courtesy — ‗Sou tão cortês como a cor rosa‘. O rosa é e tem sido em todos os séculos a cor típica da cortesia, da amabilidade.‖ (HELLER, 2012, p. 213-214)

A seguir vem o branco, como cor da sinceridade. O branco é a cor da verdade. Para Heller, a univocidade (aquilo que permite apenas uma só interpretação) e exatidão são os lados fortes da verdade. Branco ou preto, sim ou não: nada pode haver entre eles (2012, p. 158). 7


A ideia de honra para os samurais é uma questão muito importante e levada muito a sério, quando um guerreiro comete um erro ele é forçado a cometer o suicídio por harakiri (corte na barriga) para recuperar a honra de seus antepassados, pois na cultura oriental grande valor é dado aos mais velhos e a família, sua origem e passado no geral e para representar isso optamos pelo cinza pelo seguinte motivo: ―‗Velho e cinza‘ é uma associação internacional de conceitos. Sua origem é evidente, pois independentemente de ser um loiro ou moreno, a idade vem a todo mundo pelo cinza. [...] A expressão ‗envelhecer com honra‘ significou em outros tempos ter levado uma vida sem escândalos. [...] ‗Ante uma cabeça grisalha deve-se levantar e honrar aos anciões‘, mandava Moisés. O cinza é equivalente a experiência, respeito e sabedoria.‖ (HELLER, 2012, p. 278279)

E, finalmente, o azul como cor da lealdade e fidelidade: ―Em inglês, o azul aparece especialmente ligado à fidelidade: true blood (fiel à família), é uma união de cor e sentimento sólida e inteligível. Na Inglaterra é, todavia, mais frequente considerar o azul como cor da fidelidade e da confiança. O rito nupcial inglês exige como enxoval de toda noiva: ‗Something old, something new, something borrowed, something blue.’ ‗Algo antigo, algo novo, algo emprestado, algo azul‘ — isto é, algo fiel. Quando o príncipe Carlos e a dama Diana Spencer estabeleceram matrimonio, se observou este costume: ‗something old‘ foi o laço do traje de noiva, herança da rainha Maria. Emprestado foi o diadema, propriedade dos Spencer, igual aos pingentes da noiva, que pertenciam a sua mãe. ‗Something blue‘ era o laço azul celeste do guarda-chuva, confeccionada para combinar com o vestido.‖ (HELLER, 2012, p. 24-25)

Há a presença da cor extra no painel, a cor por trás das imagens, obtida através de pintura com café como tinta para dar aparência de envelhecimento lembrando a rolos de pergaminho em que, geralmente, gravuras japonesas eram retratadas, e também a utilização dos kanji ao lado de cada virtude, cada kanji significa o nome de cada virtude em japonês para remeter a cultura oriental.

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2. Desenvolvimento da Proposta: Parâmetros Projetuais 2.1.

Público Alvo

Um projeto de Design de moda só é possível quando todas as suas etapas são pensadas e apontadas com a máxima destreza e importância. Uma parte vital deste trabalho é a pesquisa e determinação do chamado Público Alvo, pois além de se pensar em determinado objeto vestível é primordial pensar em quem vai usá-lo, em quem será de alguma forma atraído por ele, para que assim possa por fim adquiri-lo. A pesquisa de público alvo do projeto interdisciplinar deste semestre foi baseada na peça final já pensada pelo grupo, feita de materiais de peças já usadas partindo do conceito de sustentabilidade e da pesquisa feita apresentada no informe do projeto.

A análise feita pelo grupo a partir desse croqui final, resultou na procura do público alvo que acabou definindo-se como uma mulher adulta, possuidora de um senso estético refinado, que busca em sua formalidade, exigida na roupa de trabalho por exemplo, alguma inovação através de uma modelagem diferenciada, com padronagem pouco convencional, que não faz uso de muitos acessórios, mas quando o faz são peças diferenciadas que de alguma forma chamam a atenção e quetenha

ainda

esse interesse

e preocupação

com

assuntos

ligados

à

sustentabilidade. Logo, a partir da definição exposta foram pesquisados lugares onde seria possível encontrar este público através somente de fotografias tiradas pelas integrantes do grupo pensando a partir do observado: que tipo de atividade essa mulher exerce? Por que ela se interessaria por esta peça em questão? O que é possível analisar de diferente em sua imagem que possa levá-la ao interesse por essa roupa? Como foi pensado em uma mulher que possui uma preocupação com o novo, com o sustentável, com a tecnologia e que faz uso de trajes formais em seu local de trabalho, foram visitados durante a semana prédios comerciais em horários de almoço e no final da tarde (horário de saída do trabalho) como a Tower Ebony localizado na Av. das Nações Unidas, 14171, próximo ao shopping Morumbi e o 10


prédio comercial localizado na Av. Paulista, altura 1800. Também foram visitados locais ligados a cultura como o centro cultural Ruth Cardoso, localizado no Fiesp e além disse restaurantes e centros de compras próximos às grandes empresas com ênfase na área tecnológica, como o shopping Vila Olímpia.

2.2.

Elementos Formais Projetuais

A forte presença de retângulos no painel semântico se apresenta como primeiro elemento projetual. A forma retangular, novamente, expressando rigidez, estruturação, racionalidade e trajetória da formação de um samurai por etapas. A partir dessas etapas entendemos o caminho do samurai e as virtudes que eles aprendem e prezam até o fim de sua vida e é através delas que definimos o segundo

elemento

formal

projetual:

cor.

Tais

virtudes

(justiça,

coragem,

humanidade, cortesia, sinceridade, honra e lealdade) representadas pelas cores: vermelho, amarelo, verde, rosa, branco, cinza e azul. Além dessas sete cores, temos mais um tom de amarelo (o cáqui) como base do painel semântico. O volume é reto, não deve ser exagerado, pois deve representar a estruturação do painel semântico, logo, o próximo passo — a definição têxtil — deve abrir espaço para a escolha de um tecido com alta estabilidade dimensional e plasticidade para aderir a forma geométrica estabelecida.

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2.3.

Elementos Construtivos

Neste projeto o conceito de sustentabilidade foi aplicado a partir da reutilização de roupas compradas em brechós e na economia de corte, para melhor aproveitar o tecido, na montagem da peça. O reuso de roupas é importante no aspecto sustentável, pois desta forma diminui-se o descarte das mesmas reduzindo o impacto negativo ao meio ambiente. A redução de cortes e o aproveitamento da forma original das peças, como a pala do casaco servindo como acabamento para a parte frontal no vestível, propiciou um maior reaproveitamento das mesmas. A partir do estudo dos elementos formais projetuais, foi pensado no croqui final que delimitou a silhueta em retângulos remetendo a ideia de rigidez, logo o vestível final resultou em uma roupa bem estruturada que remete a formalidade não expondo tanto o corpo, porém inovando em sua modelagem que foge ao padrão convencional de roupas usadas no ambiente de trabalho. A relação da peça com essa mulher escolhida para público-alvo é justamente trazer uma inovação ao seu traje de trabalho tirando-o do comum, trazendo a ideia do sustentável e da modelagem distinta ao cotidiano da mesma, revelando assim uma mulher que se interessa com a novidade que a peça traz consigo.

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Croquis Cada participante do grupo (sete alunos) ficou responsável pela criação de seis croquis. As idéias apresentadas foram desenvolvidas a partir da observação do painel semântico que demonstra a presença da geometrização, no formato retangular, formada através da continuidade de imagens de cada virtude na horizontal, logo a elaboração de listras, ainda, cada listra manifestando uma cor diferente, visto que estas representam conceitos diversos. Houve, também, idéias precipitadas, vindas de fora do painel semântico, como pesquisas sobre músculos, templos, porém não foi possível ser utilizado, em razão da fuga do que foi apresentado no painel.

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Em seguida, os croquis foram organizados a partir da classificação daqueles que de alguma maneira se ligavam pela cor ou modelo e, logo, fixados na parede. Depois de fixados, iniciou-se a análise de quais seriam de possível construção, excluindo aqueles que não possuíam a silhueta correta, os que possuíam uma estampa de difícil alcanço, no fim, restaram-se somente três croquis, um escolhido pelo seu formato retangular¹, outro pelas cores e parte das costas que apresentou uma proposta de inovação² e o último pela gola³. Com base nestes três croquis, formaram-se três novos e, um escolhido como croquifinal.

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2.4.

Croqui Final

Para o croqui final, utilizamos como base as sete virtudes do bushido que foram separadas por cores a partir do estudo realizado sobre psicologia das cores. Portanto a cor azul representando a fidelidade e as virtudes espirituais (lealdade), o vermelho representando a condenação e vingança (justiça), o amarelo como o sereno e alegre (coragem), verde como cor da vida e da saúde (humanidade), o rosa como cortesia, o branco representando os deuses e a singularidade (sinceridade), o cinza simbolizando a honra e, por fim, a cor cáqui remetendo ao antigo e à tradição. A peça possui estruturação comedida, lembrando o conceito de rigidez aplicado em termos de caráter sociais e, portanto, remete a limitação da força de expressão, da posição diante um acontecimento.

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2.5.

Pesquisa dos têxteis

A partir da escolha do croqui final, houve maior facilidade para a escolha de tecidos a serem utilizados. Como o modelo apresentava um formato geométrico, retangular, a busca deveria ser de peças confeccionadas com materiais rígidos, estruturados, assim a busca por roupas utilizadas no inverno. Logo, aqueles que possuem material como poliéster, algodão e malha. Ao passar por vários brechós, sucedeu-se a seleção de um sobretudo e saia com comprimento até o joelhos, ambos na cor caqui, e blusas constituídas de malha nas variadas cores (amarelo, azul e vermelho), as cores restantes, necessárias, foram encontradas no monte de tecidos jogados para reutilização na caixa colocada em sala de aula.

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2.6.

Construção da peça

Após a escolha de peças em brechós, a primeira etapa da construção foi a de descostura de pences e separação de retalhos, de uma maneira que positivamente fosse possível a retirada das partes necessárias ao modelo proposto pelo grupo, visando maior sustentabilidade, utilizando o máximo possível, sem deixar resíduos. A montagem da saia em formato retangular foi feita a partir da reutilização da saia cor caqui. Para montá-la neste formato, foi necessário em sua base como ao redor de toda área, o uso de uma entretela, a qual fortalece sua estrutura, plasticidade, além disso, ombreiras necessárias para fixá-la e deixá-la numa superfície lisa constante. Para isso, a colocação de uma saia (cinza) bem justa ao corpo, que foi costurada na base de entretela daquela mais distante ao corpo, da mesma forma, costurada na peça superior, próxima ao busto. Já para montar a parte superior do modelo, foi utilizado o sobretudo, o qual os retalhos encaixaram-se perfeitamente tanto nos moldes feitos para a frente como nas mangas da peça, já para as costas foi necessário o corte da parte de um retalho grande e o uso de ombreiras na junção dos retalhos da parte da frente e a das costas, para seguir o formato geométrico proposto. As faixas na cor vermelha, verde, azul, amarela, roxa e branca apresentadas no croqui final, as quais aparecem nas mangas, abaixo da peça superior e abaixo da saia foram cortadas de roupas constituídas de malha, principalmente do punho.

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Conjunto estruturado no busto Construção da peça feita a partir da saia cáqui

Conjunto com faixa de malha azul (já costurada) visto de trás

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Referências DE CARLI, Ana Mery Sehbe e CONTE, Adriana Job Ferreira - Tecnologia e criatividade: uma aliança necessária para a moda. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba. Editora positivo, 2010. FLECHER, K; GROSE, L. Moda e sustentabilidade: design para mudança. São Paulo: Ed. SENAC, 2012. GASNIER, Daniel. ―A linguagem das formas na comunicação empresarial”. 2003. Disponível em:< http://www.danielgasnier.com/a-linguagem-das-formas-nacomunicacao-empresarial>. Acesso em 7 outubro 2014.

HELLEN, Eva. Psicologia Del color: Cómo actúan sobre los sentimientos sobre y La razón de Eva Heller. Barcelona. Ed. Gustavo Gili. 2004.

KISHIKAWA, Jorge. Shinhagakure: pensamentos de um samurai moderno: revisado/ Jorge Kishikawa ; apresentação Monja Coen.— São Paulo: Kendoonline Livros, 2010.

LONG, Tony. The Samurai (documentary). Estados Unidos, 2003. Greystone Television / The History Channel .

NITOBÉ, Inazo. BUSHIDO: THE SOUL OF JAPAN. Tokyo. Edição do autor, revisado e ampliado, décima terceira edição. 1908. NOSSO FUTURO COMUM - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.

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