Reabilitação: Restauro e técnicas retrospectivas

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PRANCHA

TÉCNIAS

O ENTORNO

EDIFICAÇÃO 2, Nº 386 - LOJA COMERCIAL KI-LOJÃO Fonte: Próprias autoras

HISTÓRICO

EDIFICAÇÃO 1, Nº 378 - LOJA COMERCIAL MERCADOS BARATÍSSIMOS Fonte: Próprias autoras

Florianópolis fortaleceu-se a partir de um pequeno núcleo localizado no espaço triangular, localizado no lado oeste da Ilha de Santa Catarina, voltado para o continente. O núcleo inicial de ocupação estendeu-se por toda a Ilha e Continente fronteiro, concentrando-se na orla. A colonização foi se processando de maneira lenta e espontânea ao longo do litoral, oscilando no decorrer dos anos períodos de declínio e desenvolvimento. Juntamente ao século XXI, veio também, um período de elevado crescimento populacional e desenvolvimento urbano para a cidade. Esta ocupação foi caracterizada por um amálgama étnico mesclando o indígena, o africano e o europeu, notadamente o açoriano que povoou, os principais e mais antigos núcleos que caracterizam os distritos componentes do município de Florianópolis e da grande Florianópolis. Destaca-se a implantação de um modelo urbanístico de tradição de colonização ibérica, a partir de uma praça ou largo com uma igreja ao longo da orla. Este quadro acabou por trazer à tona questões importantes que vinham sendo postergadas a segundo plano. Os problemas mais importantes são os de ordem ambiental, em decorrência da ocupação excessiva da cidade e as questões relacionadas com a perda da memória local.

Nas proximidades da rua Conselheiro Mafra podese evidenciar a poluição visual que causa bastante desconforto para os pedestres que frequentam estes locais. O incômodo dá-se devido aos diferentes tipos de cores dos toldos dos prédios, que não são compatíveis com seus estilos, bem como as placas publicitárias, além das fachadas com cores impactantes. Em geral, os passeios são bem largos, contudo, por conta de alguns quiosques elas tornam-se de difícil passagem, assim como há a descaracterização das fachadas tombadas por contrastarem e impedirem uma boa contemplação de suas fachadas. Seu entorno imediato é composto por edicações de uso comercial e de prestação de serviços quase totalmente, sendo todo muito próximos uns dos outros. Apresentando gabaritos de dois a três pavimentos em algumas edicações e outras com um a quatro. Mais ao fundo das edicações em estudo é comum notar a presença de construções com alto gabarito, acima de sete pavimentos; isto denota a importância da fachada da rua Conselheiro Mafra. Percebe-se a tentativa de recente de ‘restaurar’ as fachadas das edicações da rua, porém, apenas realizou-se uma nova pintura, com o intuito de deixá-las mais bonitas e apresentáveis, geralmente, não sanando as patologias evidentes atualmente.

Palácio Cruz e Souza - Fonte: http://cdn.c.photo shelter.com/imgget2/I0000NDL5DB mq3gc/t=1000x75 0/cid813.jpg

Percorrendo o c e n t r o d e Florianópolis percebe-se a importante e forte presença de edicações de mesmo estilo das construções em estudo.

DATA: 28/11/16 7ª FASE PROFESSORA: ELIANE VERAS DA VEIGA

LOCALIZAÇÃO APROXIMADA - Fonte: Google Earth (2016)

ALUNAS: BRUNA FONTANA PIOVESAN PÂMELA DIAS

FLORIANÓPOLIS, BAIRRO CENTRO - Fonte: Google Earth (2016)

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REABILITAÇÃO, RESTAURO E TÉCNICAS RETROSPECTIVAS

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RUA CONSELHEIRO MAFRA

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CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

Segundo o livro Florianópolis memórias urbanas, da autora Eliane Veras da Veiga, a rua Conselheiro Mafra era denominada como rua do Príncipe. A rua seguia ao longo da praia, pela baía Sul, indo até a região da Figueira, onde esse caminho tinha ‘destinos’ para lugares como o Forte de Sant’Ana e, também, os trapiches que faziam conexão para o continente. Em alguns lugares, a rua não possuía dupla leira de casas, sendo assim, tinha vista livre para o mar. Existia apenas a quadra inicial, onde foi edicada a primeira Alfândega e alguns edifícios, já um pouco mais para adiante, os terrenos eram baldios fazendo frente para o mar e alcançando o Terminal Francisco Tolentino, XX. A faixa de areia cava um pouco mais alargada quando acontecia o recuo da maré, próximo ao entroncamento com a rua Pedro Ivo. As casas foram duplicadas por toda a extensão apenas quando foi realizado o cais, o aterro da praia da Figueira e da rua do Príncipe. Apenas quando foi aterrada a praia da Figueira e apresentado o primeiro projeto e Mercado Público para ser construído é que foi criada a rua Francisco Tolentino (antiga rua da Figueira) - 1838. Três anos depois, em 1841, pensou-se em instalar um cemitério público bem no forte de Sant’Ana, dessa maneira, a Câmara determinou que o arruamento prosseguisse. E mais, acredita-se que, este alongamento, tenha sido bem singelo, já que em 1865 a rua recebeu novas obras com grandes escavações. Em 1867 os trabalhos já estavam adiantados e o engenheiro chamado Pedro Taulois pediu para o presidente da cidade que os trilhos fossem colocados na via. Sete ruas transversais faziam a composição das paralelas à Conselheiro Mafra e cruzavam os eixos das ruas Felipe Schmidt e Tenente Silveira, caracterizando uma malha viária que já era comum nos centros comerciais e residenciais. Os anos foram passando e toda a região foi invadida por serviços ociais e de vendas, ao mesmo tempo, compartilhava o ambiente com as moradias, que, simultaneamente passaram a habitar não apenas o centro, mas sim outros bairros novos. As obras foram retomadas em 1889 e com isso, a cidade foi mudando radicalmente, zeram escavações, dividiram terrenos, colocaram calçamentos, a partir disso foram inseridos os edifícios; signicando a inserção de um novo eixo viário, em que conectava o centro com as redondezas ao norte. Neste ano, prédios na rua do Príncipe receberam passeios e calçamentos realizados pelos próprios moradores, que de acordo com a Lei nº 1188 de 19/12/1887, consertando parte da rua eles teriam a isenção de impostos durante cinco anos. Hoje em dia a rua em questão é considerada uma das vias do centro de Florianópolis mais bem valorizadas, sempre acompanhando o crescimento do comércio da região. Predominantemente com o uso de serviços pela parte térrea das edicações no período matutino e vespertino, fechando suas portas a partir das 19 horas. Entretanto, o surgimento, nos últimos cinco anos, de cursos do tipo pré-vestibular, este horário está se estendendo até às 22:00 horas. Nos nais de semana, com exceção do sábado pela manhã quando o comércio é aberto, o uxo de usuários é bastante restrito.

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Os edifícios deste projeto estão localizados no bairro Centro em Florianópolis na rua Conselheiro Mafra, entre as ruas Álvaro de Carvalho e 7 de Setembro. São duas edicações de estilo arquitetônico art déco, atualmente utilizadas como lojas comerciais. A edicação 1 identicada com o número 386 trabalha com vendas de produtos diversicados, chamada de Mercados Baratíssimos. Já a edicação 2, de número 378 exerce a comercialização de produtos cama, mesa e banho, denominada como Ki-lojão.

RUA ÁLVARO DE CARVALHO

RUA CONSELHEIRO MAFRA

RUA 7 DE SETEMBRO

LOCALIZAÇÃO

Mercado Público - Fonte: http://g1.globo.com/sc/santacatarina/noticia/2016/09/mercado-publico-deorianopolis-antecipa-festas-tipicas-de-outubro.html

ALFÂNDEGA

RUAS AO FUNDO COM GABARITOS ELEVADOS

MERCADO PÚBLICO

CAMELÓDROMO TICEN Vista de cima da Rua Conselheiro Mafra com entorno imediato Fonte: Google Maps


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TOMBAMENTO DAS EDIFICAÇÕES DO CENTRO HISTÓRICO

FACHADAS

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O decreto nº 270/86 (promulgado em 1989), promoveu o tombamento de 340 edicações, sendo que 250 dessas estão localizadas na área central de Florianópolis. Elas foram classicadas de acordo com 3 diferentes categorias de tombamento, importando a sua relevância histórica e arquitetônica, sendo que, mais tarde ampliou o conceito inicial e deniu as categorias:

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ESTILO ARQUITETÔNICO As edicações possuem o estilo arquitetônico eclético internacional, também conhecido por art déco. No Brasil, chegou no nal da década de 1920 e ganhou força sobretudo na arquitetura. São várias as construções neste estilo que podemos encontrar no país. Exemplos de arquitetura em Art Déco no Brasil: Elevador Lacerda (Salvador), Teatro Carlos Gomes (Rio de Janeiro), Biblioteca Municipal Félix Araújo (Campina Grande), Viaduto de Chá (São Paulo), Central do Brasil (Rio de Janeiro), Estádio do Pacaembu (São Paulo) e Estação Ferroviária de Goiânia. Características principais: - Linhas circulares ou retas estilizadas; - Uso de formas geométricas; - Design abstrato; - Formas femininas e animais são as mais trabalhadas; - Inuências do construtivismo, futurismo e cubismo; - Presença marcante na Arquitetura. ECLETISMO: Caracteriza-se pela mistura de estilos que juntos compõe uma nova linguagem arquitetônica. Surgindo como uma fuga entre o tradicional e o moderno, é possível observar uma renovação das fachadas com a inserção de novos materiais e o surgimento de platibandas, sumindo assim, com os beirais. ‘Todo esse ecletismo alcançou seu apogeu no Brasil entre o nal do século XIX e início do XX. enquanto o neoclassicismo diluiu-se na aplicação de elementos decorativos esparcos nas fachadas’ DA VEIGA, Eliane V. (2010)

PROFESSORA: ELIANE VERAS DA VEIGA

Fonte: DIAS, Adriana. A reutilização do Patrimônio Edicado como Mecanismo de Proteção: uma proposta para os conjuntos tombados de Florianópolis. Programa de Pósgraduação em Arquitetura e Urbanismo-UFS, Florianópolis, 13 out. 2005.

- FIAÇÃO ELÉTRICA - CANOS - GRADIOS - PLACAS

REABILITAÇÃO, RESTAURO E TÉCNICAS RETROSPECTIVAS

Sistema viário tombado.

- CONDESADORAS DE AR - TOLDOS

CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

DESCARACTERIZAÇÕES

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

* As edicações em estudo estão classicadas como P2.

ALUNAS: BRUNA FONTANA PIOVESAN PÂMELA DIAS

DATA: 28/11/16 7ª FASE

P1: Imóvel a ser totalmente conservado ou restaurado tanto interna como externamente P2: Imóvel que participe do conjunto arquitetônico cujo interesse histórico está em fazer parte a esse conjunto. Devendo seu exterior seu integralmente preservado ou restaurado, porém podendo haver remanejamento interno, desde que, sua volumetria e acabamento externo não sejam afetados de forma a manter-se intacta à possibilidade de identicar o perl histórico urbano. P3: Imóvel adjacente à edicação ou conjunto arquitetônico de interesse histórico, podendo ser demolido, contudo cando, a reedicação ou a edicação sujeita à restrições denidas em legislação complementar.


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DESCRIÇÃO DA FACHADA

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PROFESSORA: ELIANE VERAS DA VEIGA

REABILITAÇÃO, RESTAURO E TÉCNICAS RETROSPECTIVAS

ALUNAS: BRUNA FONTANA PIOVESAN PÂMELA DIAS

DATA: 28/11/16 7ª FASE

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CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

A edicação é geminada, com seu coroamento alinhado à edicação vizinha, além de sua fachada estar também alinhada à à testada do lote. Ao longo dos anos algumas intervenções na edicação para adaptação de novos usos. Estas informações foram conseguidas por comparações em mapas e entrevista com os atuais inquilinos. Em relação à sua posição na implantação, a edicação foi ampliada até os fundos do lote, que inicialmente era utilizado como pátio. A ampliação do edifício foi feita inicialmente só em alvenaria, mas com a instalação de um mezanino que serviria de depósito, foram instalados pilares metálicos treliçados ao longo do perímetro das paredes. Não foi instalada uma laje para fazer o segundo piso da ampliação, foi construído somente um forro em madeira suspenso por vigas metálicas treliçadas.

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Neste edifício ocorreu a ampliação, bem como no edifício 1, porém foi instalada uma laje para possibilitar o uso do pavimento superior como um depósito para a loja. A fachada é reta, composta por uma sacada isolada, e um beiral para dar proteção ao acesso da loja no pavimento térreo, que se dá por meio de porta metálica de enrolar e ocupa todo o embasamento do edifício.


REABILITAÇÃO E RESTAURO

PROFESSORA: ELIANE VERAS DA VEIGA

CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

Indicada

ALUNAS: KARLANNY T. E. DAMBRÓS LAÍS BITTENCOURT FORTE

Falha na execução, devido à falta de inclinação para a água não inltrar

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ARQUITETURA E URBANISMO

DATA: 29/06/16 7ª FASE

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PRANCHA

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DAS EDIFICAÇÕES Propõe-se para a rua Conselheiro Mafra que suas edicações tenham usos diversicados, podendo ser salas comerciais para venda de utensílios durante o dia e a noite, transformem-se em bares/cafés, com música ao vivo, fachadas iluminadas e ruas movimentadas. Sugere-se à edicações vizinhas que tenha o mesmo tratamento que as em estudo, podendo variar seu uso para recebimento de escolas de arte, galerias e salas de dança abertas ao público em geral.

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DA VEIGA, Eliane V. (2010) Florianópolis Memória Urbana Acesso em: 23/11/16. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/art_deco.htm Acesso em: 25/11/16. Disponível em: https://discutindoarquitetura.wordpress.com/ecletico1/ Acesso em: 25/11/16. Disponível em: http://cdn.c.photoshelter.com/img-get2/I0000NDL5DBmq3gc/t=1000x750/cid813.jpg Acesso em: 25/11/16. Disponível em: http://s2.glbimg.com/mO55DK-6Hh3LJsVrHLwga87sqxM=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/09/01/mp.png

PROFESSORA: ELIANE VERAS DA VEIGA

REABILITAÇÃO E RESTAURO

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ARQUITETURA E URBANISMO

CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNAS: KARLANNY T. E. DAMBRÓS LAÍS BITTENCOURT FORTE

DATA: 29/06/16 7ª FASE

Classicadas com grau de tombamento P2, as edicações sofreram intervenções de valorização de fachada para preservar seu estilo arquitetônico. A proposta é transformar estes dois espaços em lojas comerciais voltadas para café/bar, com funcionamento tanto diurno quanto noturno (este principalmente - já que se busca a vida no centro da cidade após as 19 horas). A fachada principal recebeu tratamentos como a remoção de sujidades, eliminação de patologias, retirada de elementos que descaracterizavam seu estilo e uma nova pintura preservando as cores que casam bem com o entorno. Uma das principais diretrizes desta intervenção está na inserção das luzes na fachada, tornando ainda mais valorizadas as edicações, trazendo o pedestre para a rua e o convidando para utilizar do espaço proposto.


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