Livro poéticas ibotirama 07 08 17

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Narrativas Poeticas ´ da escola indígena tuxá de ibotirama ~

Vol. I

~

1ª Edição

Organizadoras Floriza Maria Sena Fernandes Tatiane Cataá Cá Arfer Tuxá Valdicléa de Souza Silva Truká

Edições OPARÁ



Narrativas Poeticas ´ da escola indígena ~

~

tuxá de ibotirama

Realização

LICEEI: Licenciatura Intercultural de Educação Escolar Indígena

Coordenação Indígena

Parceiros SECADI Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão


Copyright c 2017: OPARÁ

Universidade do Estado da Bahia Reitor José Bites de Carvalho Vice-Reitora Carla Liane Nascimento Santos PROAF: Pró-Reitorias de Ações Afirmativas Pró-Reitor Wilson Roberto de Mattos OPARÁ:Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação Coordenadora Floriza Maria Sena Fernandes Universidade do Estado da Bahia/UNEB - DEDC Campus VIII Diretora Suzana Menezes Luz de Souza Publicações OPARÁ Conselho Editorial Me. Roberto Remígio Florêncio Me. Telma Cruz Costa Me. Anny Carneiro Santos Me. Rosilene Pereira dos Santos Me. Jucimar Pereira dos Santos Conselho Científico Dr.º Cosme Batista dos Santos – UNEB Dr.ª Maria Nazaré Mota de Lima – UNEB Dr.ª Suzane Lima Costa – UFBA Dr.º Francisco Alfredo Moraes Guimarães – UNEB


1ª Edição

Edições OPARÁ

Vol. I

Narrativas Poeticas ´ da escola indígena ~

~

tuxá de ibotirama

Organizadoras Floriza Maria Sena Fernandes Tatiane Cataá Cá Arfer Tuxá Valdicléa de Souza Silva Truká

Paulo Afonso/BA 2017


2017. Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação/OPARÁ Universidade do Estado da Bahia/UNEB - DEDC Campus VIII

Capa Carlos Rafael Luz de Sousa Diagramação e Projeto Gráfico Bruna Graziela Cordeiro dos Santos Organizadoras Floriza Maria Sena Fernandes Tatiane Cataá Cá Arfer Tuxá Valdicléa de Souza Silva Truká Revisão Final Edivane Lima Fonseca Pergentino Autores Indígenas Edivânio Barros de Oliveira Geny da Silva Santos Gislaine Fonseca Rezende Jany Cléia da Silva Santos Rosicléa Barros de Oliveira Maria Natalie Santos de Oliveira Thauane da Silva Mariano Gislene Silva de Campos Cailane Silva dos Santos Wesley da Silva Almeida Rian Silva Padilha Cauã dos Santos Menezes Marcos Eduardo dos Santos Oliveira Lara Kíssila da Silva Cruz Daniel Lourenço da Silva


Samuel de Oliveira Santos Luciano Lourenço da Silva Lívia Maria Silva Campos Joice Maria Cruz da Silva Reinaldo de Oliveira Rosa Leônidas Agnaldo dos Santos Jeová da Silva Teixeira

Dados da Catalogação


Sumário aPRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 10 Guerreiros Tuxá .......................................................................................................................................... 11 Tuxá Ibotirama: Povo de resistência ............................................................................................................ 13 Mulher Tuxá, Mulher Guerreira ..................................................................................................................... 14 Aldeia Morrinho da Nação Proká ................................................................................................................. 15 Cultura Tuxá: Dançar, cantar e resistir .......................................................................................................16 Coisas assim não devemos guardar ...............................................................................................................17 Sou índio Tuxá de flecha e maracá ............................................................................................................... 18 Com Toré e Toantes nossa cultura preservamos ............................................................................................. 19 Minha Aldeia Tuxá um bom lugar de morar ................................................................................................... 20 A Guerreira Tuxá Kiniopará ......................................................................................................................... 21 O índio caçador ...........................................................................................................................................22 Resistência do Povo Tuxá de Ibotirama ......................................................................................................... 23 A Aldeia Tuxá Kiniopará .............................................................................................................................. 25 a ESCOLA NA ALDEIA KINIOPARÁ ..................................................................................................................... 26 Na Fazenda Morrinhos fortalecemos nossa cultura .......................................................................................27 Mãe Tuxá ...................................................................................................................................................... 28 Minha Cultura também traz conhecimento .................................................................................................. 29 Orgulho de ser Tuxá de Ibotirama ..................................................................................................................30


Apresentação As narrativas indígenas valorizam a ancestralidade, a poesia que exerce um som, um poder, que traz a lembrança e mantém do sertão ao litoral o reconhecimento, a voz das chamadas minorias encarnadas e questionadoras explícitas e implícitas das que se autoproclamam maiorias. Esta coletânea reúne palavras de estudantes e professores indígenas dos Povos Tuxá de Ibotirama, tanto de alunos quanto dos professores, numa mistura de realidade e desejos como rio que nos liga, nos humaniza, que alimentam as nossas lutas e esperanças... Aproveite a leitura! Profº Dorival Pereira Oliveira Pesquisador do OPARÁ-UNEB


Guerreiros

Tuxá Edivânio Barros de Oliveira; Geny da Silva Santos de Magalhães; Gislaine Fonseca Rezende, Jany Cléia da Silva Santos; Rosicléa Barros de Oliveira

Sou índio brasileiro, Sou forte, sou caçador Tudo que eu aprendi Foi Tupã que me ensinou

Tu

Aprendi a ser guerreiro Na batalha vou lutar Pra defender o meu povo Da minha aldeia Tuxá

Minha aldeia tem histórias Que não esqueço jamais Histórias que foram contadas Pelos nossos ancestrais Me disseram um certo dia Numa tarde tão singela Que os índios sairiam Da cidade de Rodelas

10


Gu

Por conta de uma barragem Aqui viemos parar Adotamos os Morrinhos Aldeia dos índios Tuxá

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Foram tempos difíceis Por aqui quando chegaram Saudade daquela gente Que em Rodelas ficaram

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re

Daquela cidade saíram Com aperto no coração Vieram pra Ibotirama Deixando para trás seus irmãos.


Tuxá Ibotirama Povo de Resistência

am

Jany Cléia da Silva Santos

Hoje eu estou aqui Para minha história contar Sou um índio guerreiro E moro na aldeia Tuxá

ot

ir

De muito longe meus pais vieram Na cidade de Ibotirama foram parar Foi por conta da Barragem de Itaparica Que nos tirou do nosso lugar

Ib

A minha tribo é muito bonita Os visitantes adoram conhecer A cultura diferenciada É bonita de se ver Quero aqui agradecer Aos amigos pela atenção Os versos foram feitos Com bastante dedicação. 12


M

ulher

T uxá, ulher

M

Guerreira Maria Natalie Santos Oliveira

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Sou uma índia guerreira Não tenho vergonha de falar Moro na aldeia Morrinho Uso arco, flecha e maracá

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Visto saia, danço toré Vou para lá e para cá Balançando a minha saia Até o dia raiar

M

Canto os toantes Balançando o meu maracá Trabalho cantando Sou guerreira, sou da tribo Tuxá.


Aldeia Morrinho

da

Proká

ro ká

Nação Gislene Silva de Campos

Sou uma índia guerreira Vivo na aldeia Tuxá Dançando e cantando Balançando o meu maracá

Sou uma índia bem pequenina Meu pai é trabalhador Caça dia e noite Com muito fervor

Quando os portugueses chegaram A nossa língua tiraram A única coisa que sobrou A letra dos toantes alegrou. 14


Coisas

devemos uardar

Cailane Silva dos Santos

oi sa

g

não

assim,

Weslei da Silva Almeida

Sou índia, sou guerreira E na batalha vou lutar Para defender o nosso povo Da nossa aldeia Tuxá

Sou índio, sou caçador E não tenho vergonha de contar Dançamos a noite toda Cantando e balançando o maracá Um dia eu fui na roça Plantar um pé de mamoeiro Contratei alguns trabalhadores Para trabalhar o dia inteiro


Eu tinha uma histĂłria Que tinha vergonha de contar Mas um dia minha mĂŁe me disse: Coisas assim nĂŁo devemos guardar.

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í ndio Tuxá Sou

de

Flecha e Maracá

Rian Silva Padilha

ec h

a

Sou índio Tuxá Sou forte para trabalhar Sou índio valente Com arco e flecha vou caçar

Fl

Tiraram a minha língua Mas o toré nunca acabará Enquanto vão falando A minha dança continuará

Com barco, arco e flecha Vou saindo para pescar Pois sou índio guerreiro E sempre pego o meu maracá


M

A minha tribo ĂŠ bonita E a todos eu vou contar Somos fortes e valentes NĂŁo venha nos enganar.

ar ac ĂĄ 18


Com

T oré toantes

e

nossa

cultura

preservamos

Cauã dos Santos Menezes

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Sou índio da tribo Tuxá Pego o arco, flecha e vou caçar Com o meu maracá vou dançar E junto com a minha tribo festejar Nós dançamos o toré Fortalecendo a tribo Tuxá Batalhando com arco e flecha Para nossa cultura preservar

o

T

Eles podem tirar a nossa língua Mas nossa cultura jamais Protegemos a nossa terra Pois é um bem que nos faz Sou um índio trabalhador Vou pra roça trabalhar Vou cantando os meus toantes Para um dia chegar lá.


Aldeialugar Minha

Al

Tuxá

é um bom pra se

morar

Marcos Eduardo dos Santos Oliveira

Sou índio, sou caçador Na batalha vou lutar Pego meu arco e flecha E defendo minha tribo Tuxá

de

Vou pro toré com ansiedade Dançando pego meu maracá Festejo bebendo a jurema E não paro de pisar

ia

Quando eu vou caçar Peço a Deus pra me guiar Para me livrar dos maus Que na mata vão estar 20


M or

ar

Levo meu arco, flecha e maracá Vou cantando meus toantes Da nossa tribo Tuxá Essa minha aldeia É um lugar bom de se morar.


A

Guerreira

Kiniopará a r i e r r e u Tuxá

Lara Kíssila da Silva Cruz

Sou uma índia Tuxá e guerreira Pego o meu maracá e vou dançar Coloco um cocar para enfeitar E coisas boas vou festejar

Sou Tuxá Kiniopará Pego meu arco e flecha E vou pro mato caçar Sempre terei orgulho da minha nação Proká Sou índia forte e valente Na tribo Tuxá eu me criei Enfrento qualquer obstáculo Para defender o que aqui eu conquistei 22


Sou uma índia guerreira Pego a saia e vou balançar Com a minha tribo eu bebo jurema Pois é uma forma de nos animar.

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op

ni

Ki


O índio

caçador

Daniel Lourenço da Silva

Sou índio da aldeia Tuxá Forte, guerreiro, trabalhador Luto contra os meus inimigos Tenho fé que vou ganhar com amor

r o

d a ç a c Moro na tribo Tuxá Sou guerreiro com meu arco e flecha Vou caçar, matar capivara Para a minha família alegrar Sou índio, sou forte, caçador Com o meu arco e flecha Vou os inimigos derrotar E junto com os amigos festejar

Moro na aldeia Tuxá Sou caçador com meu arco e flecha As minhas caças vou matar Para com a minha tribo comemorar. 24


Resistência do povo de

Tuxá

Ibotirama Samuel de Oliveira Santos

R

Sou índio, sou Tuxá Não sou de Rodelas Mas, meus pais são de lá

es

Por causa da barragem Fugiram dela sem ter o que comer Sem casa para morar Vieram para Ibotirama, onde é o meu lugar

is

A história que contam de Rodelas Me emociona ao relembrar Sou índio, sou guerreiro Sou da aldeia Tuxá

ia

nc

A história que me contam Já me faz imaginar Passa um filme em minha cabeça


A aldeia Tuxá

Kiniopará

Luciano Lourenço da Silva

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Somos índios, somos Tuxá Nessa aldeia nós viemos morar E é nela que eu quero viver, morrer... É aqui que eu vou ficar

ux

Somos índios guerreiros Como todos os outros Tuxá Temos as nossas culturas Mesmo no lugar longe, que viemos parar Somos índios, negros E não temos vergonha de falar Com nossa força Nós iremos demonstrar

Sou índio Tuxá, Moro na aldeia Tuxá Kiniopará Com a minha tribo eu vou demonstrar As coisas boas e belas, do nosso lugar. 26


Mãe

Tuxá

Leônidas Agnaldo dos Santos

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Sou índio, sou guerreiro, Moro na aldeia Tuxá, Ando pela minha tribo,

Sempre a cantar O meu toante preferido, Em que balanço muito o meu maracá. Vivo caçando na mata A mistura para o jantar A minha mãe me ama muito, Por isso quero sustentar A mulher batalhadora, A mulher desse lugar.


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c

Minha

ultura também traz

cim

conhecimento

Reinaldo de Oliveira Rosa

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Sou um índio inocente Que não sei estudar Eu só sei caçar Com meu arco, flecha e maracá

on

Quando chego da caça O meu toré eu vou dançar Junto da minha jurema Até o dia raiar

Quando amanhece o dia O meu cachimbo eu vou fumar Jogo tudo de ruim para fora Pois a fumaça vai tapar. 28


Orgulho

Tuxá

Ibotirama de ser

Or

de

Jeová da Silva Teixeira

Eu sou um índio valente E moro na aldeia Tuxá Sou índio com arco e flecha Não tenho vergonha de falar

gu

lho

Sou índio guerreiro Uso meu maracá para balançar Não tenho vergonha da minha tribo Pois temos um bom lugar.


COALA ARTES Rua Monsenhor MagalhĂŁes, 167, Centro. E-mail: coala.artes@gmail.com Tel: (75) 9 8827-0669 Paulo Afonso/BA



Realização

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Coordenação Indígena

Parceiros SECADI Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão

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