Revista meu dinheiro

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Revista

Meu Dinheiro 000

- Ano 01 - Abril 2013

Agora é a vez

DELAS


Editorial

Nem inflação, nem clima

E

sta edição da Meu Dinheiro comenta o preço do tomate que esteve nas alturas. O valor do produto rendeu assunto por mais de duas semanas, além de muitas piadas nas redes sociais. Alguns economistas arriscam dizer que o custo excessivo do fruto é um sinal claro de que a inflação está voltando. Mas o ministro da fazenda, Guido Mantega, declarou ao O Globo, que a economia brasileira está longe de sofrer grandes desgastes. Ele apontou as condições climáticas desfavoráveis para a agricultura como fator importante na elevação dos preços. A reação do ministro e de muitos veículos informativos está ligada a experiências econômicas traumáticas causadas pelas taxas inflacionárias, que chegaram a 12,5%, há 15 anos, e tornaram a temática delicada para a mídia e até mesmo para os governantes. Exibir um quadro real da economia brasileira é cada vez mais difícil para quem deseja tratar da questão. Por isso, a tendência geral é demostrar, de forma reducionista, oscilações que

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apontem para o renascimento de uma estagnação financeira, englobando juros exorbitantes e baixas taxas de crescimento. Além disso, as disputas políticas afastam, ainda mais, a possibilidade de análises sérias embasadas em quadros históricos e comparações internacionais. Sem falar, na desconsideração do perfil de consumo do brasileiro. O tomate é a “bola da vez”, ele é só mais um pretexto para repetição de estatísticas que apontam um palco econômico “mal das pernas”. A Meu Dinheiro quer fazer diferente. Este número quer apresentar, em linguagem coloquial e esclarecedora, as novas perspectivas de um país, que por algumas semanas comprou menos tomates, mas que em 2012 aumentou 13,5%, de sua taxa de consumo geral, de acordo com pesquisa da IPC Marketing Editora. Fora o crescimento, em dez anos, de 45% da economia, segundo o instituto FOCUS. Considera-se ainda, o cenário econômico global, o desenvolvimento de potências como os Estados Unidos que, acostumados a crescer de 3% a 4%, avançaram

apenas 2%, em 2012, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional). No mesmo viés está a América Latina que, dos anunciados 4,3% de desenvolvimento econômico, alcançou apenas 3,2%, para o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe. Os dados indicam que os problemas financeiros do Brasil não existem de forma isolada, muito menos, são méritos puramente políticos. Há de se julgar crises financeiras, tão mal retratadas nos últimos tempos, bem como nossa identidade de subdesenvolvimento. Neste sentido, é historicamente arbitrário encontrarmos redes de informação que veiculam manchetes como a seguinte: crescimento econômico dos EUA, apesar da crise, será superior ao do Brasil. O fato é que a economia brasileira ainda não representa a maior força do cenário geoeconômico mundial, contudo, ela afastou-se uma de estagnação de décadas e produziu novas relações de compra e venda, além de iniciativas preciosas de empreendedorismo e produção de tecnologia. E isso, afinal, não dispensa comentários.

Diagramação: KLEBER COSTA


04 SOBE E DESCE

04 Piadas sobre o alto preço do tomate nas redes sociais 06 Tomate é substituído por outros alimentos 06 Valores mais baixos na hora de comprar o tomate

08 Governo reajusta tarifas do transporte público 10 Benefícios do transporte público também aumentam 12 Tarifa das barcas voltam a subir

14 Combustíveis foram reajustados seis vezes em um ano 16 Vai de álcool ou gasolina?

17 Governo autoriza reajuste nos medicamentos

18 Previsão do novo salário mínimo

20 MERCADO

20 Sobram vagas, falta qualificação

22 Copa e Olimpíadas geram novos empregos

24 Grandes eventos provocam aumentos no custo de vida

25 Entrevista de emprego: o que fazer

26 ECONOMIA

26 Empreendedorismo com responsabilidade ambiental

30 Restaurante mistura conhecimento, gastronomia e sustentabilidade

32 DOSSIÊ ECONÔMICO

32 A vez delas

33 Elas têm remuneração inferior

35 A cara do mercado

36 Lugar de Mulher é onde ela quiser

38 FICA A DICA

38 Como utilizar bem o seu cartão de crédito

41 No embalo da temporada de descontos

42 TRADUZINDO

42 Dólar e Inflação

43 Empreendedor Destaque

43 Sucesso na venda de churrasquinho

Expediente EDITORA DE TEXTO E CHEFE DE REPORTAGEM: Bruna Rodrigues - brunarodriguesbm@hotmail.com EDITOR DE DESIGN E FOTOGRAFIA: Kleber Costa - kleber.css@hotmail.com REPORTAGENS E FOTOGRAFIAS: Bruna Rodrigues, Kleber Costa e Yuri Neri Arte Capa: Kleber Costa Tiragem: 01 Exemplar

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Sobe e Desce

piadas sobre o alto preço do tomate ganharam as redes sociais KLEBER COSTA Reproduções: Internet

As piadas caíram no gosto popular, e nem mesmo a presidenta Dilma Rousseff escapou de ser criticada nas charges

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Diagramação: KLEBER COSTA


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uem ainda não viu ou ouviu por aí pelo menos uma piadinha no último mês sobre o alto valor do tomate? Seja em outdoors, comerciais ou na internet, em especial nas redes sociais, o fato é que “nunca antes na história deste país”, já disse o expresidente Lula, se falou tanto sobre o fruto. E mais comentado do que qualquer celebridade de novela ou estrela hollywoodiana, o vegetal ganhou fama nos últimos dias devido ao seu alto valor, pois desde março de 2012, até o mês passado, o preço dele subiu 122,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão que apura a inflação oficial do Brasil. O tomate, por conta de seus constantes aumentos, mesmo após apresentar quedas em seu valor, deixou de ser lembrado pelos benefícios traz, como seu poder antioxidante e anticancerígeno, e foi substituído na mesa dos consumidores inúmeras vezes. Além disso, tornou-se ícone para os economistas ilustrarem os índices elevados da inflação brasileira. O novo vilão da economia – o bolso do consumidor que o diga – chegou a ser vendido por mais de R$ 10 o quilo, na cidade do Rio de Janeiro, em meados de abril. E isto gerou uma série de publicidades criativas e piadinhas disseminadas nas redes sociais. Confira algumas: Comicamente, em algumas imagens, o tomate passa a ter valor maior do que, por exemplo, um dos melhores smartphones do mercado mundial, e ele também pode ser trocado por um apartamento no loReprodução: Internet

cal que tem o metro quadrado (m²) mais valorizado do País, no bairro do Leblon, no Rio, custando R$ 20.451. Já na ilustração anterior, ganhar um pedaço do vegetal, em substituição ao anel, no pedido de noivado, deixa a moça bastante surpresa e emocionada, será que ela é doida em não aceitar o compromisso? Reprodução: Internet

Meme de Lívia Marini é um dos mais compartilhados nas redes sociais

Nem mesmo a máfia da novelas das nove, “Salve Jorge”, da Tv Globo, escapou de ser alvo dos famosos memes. Na figura, a vilã Lívia Marini, interpretada pela atriz Cláudia Raia, aparece falando com um de seus mafiosos para dar início a um novo “negócio”: o tráfico de tomates. Na outra imagem, roubar caixas de tomate se tornou mais rentável do que caixas eletrônicos. Na publicidade, uma rede de hipermercados sugere que seus clientes comprem tomate, pois seu preço está irresistível, sendo vendido de R$ 8,99 por apenas R$ 3,98, e façam um lanche chamado bauru, que tem o fruto; e não o simples misto quente, que não leva o vegetal em seus ingredientes. Outros produtos também tiveram suas imagens associadas ao tomate. Reprodução: Internet

Uma série de memes criticando o valor do tomate foram espalhados na rede

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As piadas com o fruto são feitas inclusive com problemas do Brasil

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Sobe e Desce

Tomate é substituído por outros alimentos nas refeições do brasileiro KLEBER COSTA Foto: KLEBER COSTA

Substância antioxidade pode ser facilmente encontrados em outros vegetais de cores avermelhadas

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or conta do seu alto preço, o tomate sumiu dos pratos dos brasileiros, nos últimos meses, durante as refeições. Isso porque o consumidor está pensando mais na hora de levar o alimento para casa, portanto, para não perder seus nutrientes e benefícios a solução foi substituí-lo. A coordenadora do Restaurante Universitário (RU), da Universi-

dade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Campus Seropédica, Matildes das Dores de Oliveira Carneiro, disse que durante alguns pratos que necessitam levar o caldo do tomate foram modificados: — Nos molhos do macarrão e da carne assada, por exemplo, estamos colocando alguns condimentos, como: açafrão e urucum, que se aproximam da coloração da-

quele que é feito exclusivamente com o tomate. Assim, a diferença é praticamente imperceptível. Mas existe ainda a necessidade de se obter em outros vegetais, os mesmos nutrientes do tomate, principalmente o antioxidante chamado licopeno. Segundo a nutricionista do RU-UFRRJ Campus Nova Iguaçu, Elaine Ibrahim de Freitas Rocha, a substância é facilmente encontrada em verduras, legumes e frutas que tenham coloração variando entre o amarelo e vermelho. — O licopeno é anticancerígeno e antioxidante, e é o responsável pela coloração avermelhada em certos alimentos como a melancia, a cenoura e a goiaba. Logo, eles também possuem essa mesma substância e valor nutricional do que o tomate — destaca a nutricionista. — Ainda podemos utilizar a abobora, o caqui, o morango e a berinjela, por exemplo. Outra dica da nutricionista é usar a criatividade na hora de montar as refeições do dia-a-dia, afinal de contas faz bem não só para a saúde, mas para o bolso, também.

Valores mais baixos na hora de comprar o tomate KLEBER COSTA

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pelidado de “vilão da inflação”, devido a seu alto preço, o tomate começa a ser vendido mais barato em todo o

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país, é o que aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a entidade, o recuo no valor do fruto foi de até 75% chegando a valores em média, no

Brasil, de R$ 5,98, R$ 1 mais caro para esta época do ano. Ainda segundo o IBGE, a oferta aumentou em 10% nas duas últimas semanas, o que contri-

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buiu para a queda. Em entrevista ao jornal on-line ESHOJE, do Espírito Santo, o economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas, disse que a substituição do produto pelos brasileiros justifica a baixa no valor do fruto. “O principal fator que contribuiu para a derrubada dos preços foi a atitude do consumidor, que reduziu as compras e trocou o tomate pelo molho industriali-

zado”, afirma. Duas grandes redes de hipermercados, ao disputarem forças, chegaram a vender o vegetal por R$ 2,50 o quilo (Walmart) e R$ 2,48 (Carrefour); algo bom para o consumidor, que volta a ter o produto na mesa. A expectativa do economista da Ceagesp é que entre os meses de maio e junho o valor do tomate deve variar em R$ 4 e R$ 6. Foto: KLEBER COSTA

Tomate já pode ser encontrado no mercado com preço considerado estável para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)

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Governo reajusta tarifas do transporte público KLEBER COSTA Foto: KLEBER COSTA

hora, sem custos adicioAno novo, passagens nais para o passageiro. mais caras. É este um A Agência Reguladora dos presentes que milhares de cariocas e fludos Serviços de Transminenses ganham após porte Público no Estado o Réveillon. Os cidadãos do Rio (Agetransp) informou que o reajuste é reque utilizam o sistema de ferente à correção inflatransporte público convivem bem com esta recionária dos últimos 12 alidade, e, em 2013, não meses, calculado através do Índice Nacional foi diferente. Até o mês de Preços ao Consumide abril todas as modalidades de locomoção so- Desde o dia 2 de abril, os usuários pagam novos valores nas barcas e no metrô dor Amplo (IPCA). A mefreram reajuste: ônibus, dida gerou diversas reações e, inclusive, movimentou um grupo de parlamentatrens, metrô, barcas e, consequentemente, vans e kombis, mesmo irregulares. Até os benefícios, como: Bilhete res que procuraram o Ministério Público Estadual para Único Carioca e Bilhete Único Intermunicipal, que ga- pedir a intervenção da Agetransp. Os vereadores de Nirantem descontos no transporte público da Região Me- terói também se movimentaram e realizam, desde o dia tropolitana do Rio, tiveram aumento. 5 de março, audiências, na câmara municipal, para disNo dia 2 de abril, a tarifa das barcas, que transpor- cutir sobre o aumento. tam os usuários pela Baía de Guanabara entre o Rio de Julia Barbosa e Bárbara Souza utilizam as barcas, de Janeiro e Niterói, foi reajustada pelo governador Sérgio segunda a sexta, para a ida e volta da Universidade FeCabral. O valor comum subiu R$ 0,30, indo de R$ 4,50 deral Fluminense (UFF), em Niterói. As universitárias do para R$ 4,80, e o reajuste vale também para o benefício curso de Engenharia Agrícola e Ambiental consideram Bilhete Único das Barcas, reajustado em R$ 0,20 che- o reajuste abusivo e desnecessário: gando ao valor de R$3,30, sendo permitido, neste caso, — O serviço não é dos melhores: a barca sempre o embarque em qualquer ônibus municipal em até uma está cheia e o valor está muito caro. Fico indignada com

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viário entre o Rio e Niterói, é a locomoção de passageiros mais cara oferecida no Estado. Além disso, a passagem paga nas barcas é a segunda mais alta em todo o mundo, neste tipo de modalidade de transporte público.

TARIFA DO METRÔ TAMBÉM FOI REAJUSTADA EM ABRIL Assim como as barcas, o metrô também teve seu valor reajustado no último dia 2. Os 650 mil passageiros, que utilizam o transporte diariamente, vão desembolsar mais R$ 0,30 por passagem, pagando R$ 3,50. O aumento de 9,37% foi autorizado pela Agetransp. A elevação nos preços não para

por aí, pois a Prefeitura pegou carona com o Estado e também reajustou a tarifa da maioria das integrações com o metrô. Das 19 linhas expressas, que dão suporte ao sistema ferroviário, apenas duas não tiveram aumento. São as ligações rápidas do metrô na superfície, extensões rodoviárias do serviço entre a Gávea e as estações Botafogo e Siqueira Campos. Já as outras 17 tiveram um reajuste que variou de 5,74% a 7,22%, indo de R$ 4 para R$ 4,15 a mais barata e de R$ 4,10 para R$ 4,35 a mais cara; ou seja R$ 0,15 e R$ 0,25 de aumento respectivamente. O reajuste anual da tarifa unitária do metrô é medido pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas, entre os meses de janeiro de 2012 e de 2013.

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esse novo aumento. Há um ano, a passagem ficou muito mais cara, quase dobrou o preço — comenta a estudante Julia. Já a outra estudante diz que a volta para o Rio de Janeiro se torna é mais dramática: — Durante a noite, o que não é bom fica ainda pior, pois eles colocam uma barca velha no horário em que saímos da faculdade. Uma amiga minha teve o celular roubado enquanto voltava do trabalho, por volta das 21 hrs. Os reajustes feitos, desde a privatização do serviço, em 1998, chegam a um valor 533,33% maior se comparado à primeira tarifa cobrada com a privatização do serviço, que na época era de R$0,90. Atualmente, segundo informações do jornal EXTRA, o meio aqua-

Com cerca de 650 mil clientes por dia, empresa que detém a concessão do transporte metroviário do Rio passa a arrecadar R$ 195.000 a mais diariamente, após reajuste

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Sobe e Desce

Benefícios que reduzem a tarifa do transporte público também tiveram aumentos KLEBER COSTA Foto: KLEBER COSTA

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onforme as tendências, nada animadoras, desde o primeiro dia útil do ano, os usuários que utilizam o benefício de integração do transporte público da cidade do Rio de Janeiro com as outras 19 cidades que compõem a Região Metropolitana estão pagando mais caro para utilizar o sistema. Isto porque o governador do estado, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, autorizaram os aumentos dos valores dos benefícios Bilhete Único Intermunicipal (BU) e Bilhete Único Carioca (BUC), respectivamente. No BUC, o usuário pagava, antes do reajuste de 5,45%, o valor de R$ 2,75, R$ 0,15 mais caro do que os atuais R$ 2,90. O valor do cartão que permite a integração ônibus municipal com os trens também aumentou, e o novo valor é: R$ 4,05. No caso dos ônibus, quem utiliza o transporte durante todos os dias na ida e na volta pagará no ano R$ 54 a mais se comparado à tarifa anterior. Seriam quase 20 passagens a mais se o valor se mantivesse em R$ 2,75. Já o BU teve um reajuste ainda mais salgado: o aumento foi de 5,53%. Com ele, o usuário pagava antes a tarifa de R$4,95, que agora custa R$5,20. Para utilizar o serviço, deve-se adquirir um cartão RioCard e habilitá-lo para a modalidade Bilhete Único. Assim, o passageiro consegue reduções tarifárias e pode realizar ainda um transbordo em no máximo duas horas e meia, mas, pelo menos um ônibus deve ser intermunicipal. A técnica em enfermagem Lourdes de Almeida mora em Alcântara, Bairro de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ela trabalha em um hospital na capital fluminense, e diariamente utiliza o Bilhete Único Intermunicipal para ir e voltar do serviço. Ela não deixa para trás o seu cartão do BU para economizar durante as suas viagens. — O benefício é essencial para um maior rendimento do meu orçamento. Por dia, sem ele, eu gastaria cerca de R$ 20 — comenta Lourdes. Já com ele, o meu gasto cai pela metade. Segundo a técnica em enfermagem, mesmo após o reajuste dos benefícios de redução na tarifa do transporte, ainda é válido utilizá-los para economizar no bolso. Mensalmente ela poupa, com o BU, R$ 300; em um ano são cerca de R$ 3.600.

Para economizar, o usuário do transporte público no Rio de Janeiro possui os dois cartões do Bilhete Único: o Intermunicipal para garantir a baldiação entre duas cidades, e o Municipal que permite um transpordo em ônibus, trem, metrô, barcas ou vans da capital fluminense


Diagramação: KLEBER COSTA

As cidades que compõem a região metropolitana são: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.

O novo valor do Bilhete Único Intermunicipal foi calculado a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE e utilizado desde 2010 pelo governo como base para os reajustes das tarifas de ônibus intermunicipais – cujas passagens têm peso maior no cálculo do benefício.

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Após um aumento de 60%, tarif

Em 2012, os usuários protestar

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fas das barcas voltam a subir

ram contra o reajuste do valor Foto: KLEBER COSTA

KLEBER COSTA

U Foto: Fábio gonçalves - Agência O Dia

m ano após o espantoso aumento na tarifa das Barcas, que ligam o Rio de Janeiro à cidade de Niterói pela Baía de Guanabara, o serviço volta a ter novo reajuste chegando ao valor de R$ 4,80. A inflação do transporte em 2013 foi de 6,66%, bem menor do aplicado no ano anterior, 60%. Após o anúncio do reajuste, diversas manifestações aconteceram nas estações de embarque e desembarque das barcas, em Niterói e no Rio de Janeiro. Um desses protestos aconteceu no dia 28 de fevereiro de 2012, e reuniu cerca de 500 pessoas na estação Araribóia, em Niterói. Os manifestantes usaram máscaras, apitos e cartazes para mostrar a insatisfação com o aumento da tarifa, no entanto, o reajuste se manteve.

Foto: KLEBER COSTA

Após reajuste de 60% na tarifa das barcas em 2012, passageiros fizeram diversos protestos nas estações

As maiores insatisfações dos usuários das barcas, principalmente na linha entre a capital fluminense e a cidade de Niterói, são a superlotação e a falta de segurança que existe dentro dos veículos durante a noite

Usuário das barcas, na estação Praça XV, observa atentamente a notificação do reajuste das tarifas

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Sobe e Desce

Foto: BRUNA RODRIGUES

Combustíveis for

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Motoristas também não escaparam da séri KLEBER COSTA

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uem optou por utilizar o próprio veículo para se locomover, em vez do transporte público, também está pagando mais caro por isso. Somente nos últimos 12 meses, o preço dos combustíveis foi reajustado seis vezes, e o pior: os motoristas não se dão conta dos aumentos, porque o repasse do valor feito nas bombas sobe centavo por centavo. Somente neste ano, o valor da gasolina comum subiu 6,6%, já o óleo diesel aumentou 5,5%. A Petrobras informou, em nota, que este último reajuste leva em conta a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazos. Fazendo as contas fica fácil perceber os repasses dos aumentos. Atualmente, o preço médio da gasolina na cidade do Rio de Janeiro está em R$ 3,08, conforme o site Preço dos Combustíveis (www.precodoscombustiveis.com.br). Antes do reajuste de janeiro, esse valor era de R$ 2,89, R$ 0,19 mais barato; e em junho esse valor era ainda menor chegando a ser vendido em média por R$ 2,68. O aumento total chega à casa dos R$ 0,40, isto é: 14,92% de reajustes somente nos 12 últimos meses. O mesmo aconteceu com o óleo diesel. Considerando o preço médio, o combustível subiu de R$ 2,04 em junho do ano passado para os atuais R$2,25, ou seja, aumento de R$ 0,21 e um reajuste real de 10,29%. O site Preço dos Combustíveis ainda


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ram reajustados seis vezes em um ano

ie de aumentos e pagam mais caro por comodidade e conforto Foto: BRUNA RODRIGUES

revela a diferença entre alguns postos do Rio de Janeiro. No caso da gasolina, o valor atual varia cerca de R$ 0,44 e o diesel a incrível diferença d ne R$ 0,71. Portanto, pesquisar ainda pode garantir que você rode mais pagando menos.

ETANOL TAMBÉM É REAJUSTADO E PREÇO DESAGRADA A MOTORISTAS Após o reajuste da gasolina, o etanol também teve o seu valor aumentado e, além disso, o período de entressafra e a maior demanda pelo produto são outros fatores determinantes para a alta no preço. Assim como os outros combustíveis, o álcool também vem sendo reajustado de forma mascarada pelos postos, mas, desde fevereiro, o motorista está pagando mais caro, até 8,5%, é o que revela um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás

A importação de combustíveis é outro fator de elevação dos preços

Natural e Biocombustíveis (ANP). No Rio de Janeiro, o valor médio do etanol custa R$ 2,28. Antes do reajuste, esse valor era de R$ 2,10,

R$ 0,18 mais barato. Ainda segundo o site Preço dos Combustíveis, a diferença no valor do etanol chega a R$ 0,84 dependendo dos postos. Reprodução: Internet

Pesquisar onde abastecer pode ser importante, pois a diferença entre postos chega a R$ 0,84 no Rio

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Vai de álcool ou gasolina? Donos de veículos flex podem economizar ainda mais Saiba como descobrir qual dos combustíveis está mais em conta para o seu bolso KLEBER COSTA

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ara carros flex é preciso ter cautela ao escolher a forma de abastecer. A principal diferença de preços e vantagens entre os dois combustíveis está na proporção preço X desempenho. Para o etanol ser mais vantajoso do que a gasolina, o preço do litro tem que custar até 70% do litro da gasolina. Faça você mesmo o cálculo de forma rápida e simples: basta dividir o valor do litro do etanol pelo da gasolina. Se o resultado for menor que 0,7, abasteça com álcool, se maior, escolha o outro combustível. Tomando como exemplo os valores médios na cidade do Rio de Janeiro, temos o seguinte resultado:

(R$ 2,28) ETANOL X GASOLINA (R$ 3,08) RESULTADO A divisão do primeiro pelo segundo é

0,74.

Ou seja, maior que 0,7. Logo, está mais vantajoso, de modo geral, no Rio, abastecer com gasolina. 16 / Meu Dinheiro Abril 2013


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Governo autoriza reajuste de até 6,31% nos preços dos medicamentos KLEBER COSTA

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aposentada Lucita Graciana de Paula, de 64 anos, já sentiu no bolso o aumento no medicamento que usa para controle da pressão alta. Como já é costume, a cada ano, o mês de março, é destinado ao reajuste no valor dos remédios, e em 2013 não poderia ser diferente. Desde o dia 31 do mês anterior, os novos valores estão valendo oficialmente em todo o território brasileiro. O índice de aumento, neste ano, pode chegar a 6,31%, pois os medicamentos foram divididos em três categorias, e para cada uma delas existe um grau de reajuste. Confira abaixo como eles foram divididos: Se o governo Categoria 1: A categoria é definida por possuir a maior participação de genéricos no cedesse esse mercado e o seu índice de aumento é de 6,31%, maior reajuste; medicamento, Categoria 2: Esta foi definida pela menor participação de genéricos no mercado, seu índice de reajuste é de 4,5%; não haveria a Categoria 3: Por fim, nesta categoria estão os medicamentos onde há necessidade de eu menor concorrência de mercado, o reajuste aqui é de 2,7%. trabalhar, já estou O reajuste contou com a participação de quatro ministérios em muito cansada, conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anmas, infelizmente, visa) e é aplicado a todos os medicamentos com valor tanão tem outro belado pelo governo federal, inclusive os genéricos, jeito.” que, mesmo com o aumento, ainda continuarão sendo uma opção para quem quer qualidade com um preço mais em conta. Dona Lucita tem que comprar LUCITA GRACIANA aposentada mensalmente, duas caixas do me63 anos dicamento para o controle da hipertensão. Cada caixa custava aproximadamente R$ 120, ou seja, cerca de R$ 240 eram destinados a compra do remédio para evitar a pressão alta. Agora, após o reajuste, ela está desembolsando R$ 15,14 a mais, isto é R$ 255,14, o que representa 37,61% de sua aposentadoria de R$678. — O meu salário já é pouco, e tenho que tirar uma grande parcela para os meus remédios. Por conta disso, eu estou trabalhando informalmente em uma fábrica de luvas, como costureira, para conseguir pagar todas as minhas contas — revela a senhora. — Se o governo cedesse esse medicamento, não haveria a necessidade de eu trabalhar, já estou muito cansada, mas, infelizmente, não tem outro jeito. A medida afeta a todos os brasileiros, mas em especial àqueles que fazem uso de medicamentos continuamente. Vale ressaltar ainda que fica a critério das farmácias, quanto do reajuste, enviado pelos laboratórios, cada uma irá repassar para o consumidor no preço final dos medicamentos. Portanto, o aumento pode ser maior ou menor em cada droGenéricos continuam sendo uma opção de qualidade para garia, por isso a dica é: pesquisar. quem quer economizar, mesmo após o reajuste

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Diagramação: KLEBER COSTA

Sobe e Desce

Governo anuncia previsão para o salário mínimo de 2014 O valor de R$ 719,48 deve ser alterado com a atualização de novos indicadores que auxiliam no cálculo KLEBER COSTA

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Ministério do Planejamento divulgou no último dia 15, a previsão para o salário mínimo a partir do ano que vem. O valor deve ser reajustado em 6,19% saindo dos atuais R$ 678,00 e indo para R$ 719,48, isto é, R$ 41,48 de aumento. Esta expectativa consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, que já foi enviada pelo Executivo (Presidência) ao Congresso Nacional para passar por votação. Caso aprovada, o valor entra em vigor a partir de janeiro do próximo ano. Os critérios dos cálculos que determinam o salário mínimo são dois: o percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes – o de 2012 foi de 0,9% descontada a inflação – e os dados fornecidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), relacionados com a taxa da inflação deste ano. Os dois indicadores medem o crescimento da renda do país, além do aumento do custo de vida do trabalhador brasileiro. Por conta, principalmente dos indicadores do INPC e da inflação oficial, cuja previsão para este ano é de 5,2%, o salário mínimo de 2014 deve variar. O Ministério do Planejamento informou ainda a previsão dos salários mínimos de 2015 (R$ 778,17) e 2016

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(R$ 849,78). Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 48 milhões de pessoas têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo e, portanto, serão diretamente beneficiadas com o aumento.

INFLAÇÃO E PIB O governo apresentou também, no dia 15, a sua previsão para o crescimento do PIB – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – que deve ser de 3,5% para este ano e de 4,5 em 2014. Já sobre a inflação, preocupação da sociedade brasileira, deverá ter uma variação de 4,5%, em 2014. Na semana anterior, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apresentou uma variação de 0,47% em março – taxa inferior à registrada no mês anterior, de 0,60%. Mas no acumulado dos últimos 12 meses, até março, a taxa de inflação é de 6,59%, acima do teto estabelecido pelo Banco Central que é de 6,5%, dois pontos percentuais acima do centro da meta que é de 4,5%.


Diagramação: KLEBER COSTA

Maior do que a inflação

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oficialização do atual salário mínimo representa a continuação de um projeto de distribuição de renda e melhora da qualidade de vida dos trabalhadores iniciado na gestão presidencial anterior, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A remuneração mínima de 2013 garantiu aos brasileiros um ajuste até mesmo acima do que foi previsto na Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) de 2012, que estimava um valor de R$667,75. O salário mínimo deste ano teve um reajuste de 9%, valor acima ao da inflação oficial de 5,84%, chegando ao valor de R$ 678, são R$ 56 a mais que o trabalhador tem no bolso, desde janeiro. Ou seja, o salário mínimo em vigor teve um aumento real, e não apenas um ajuste que o readequaria à inflação. Foto: Bruna Rodrigues

Com um aumento real no salário mínimo, reajustado acima da inflação, o brasileiro adquiriu maior poder de compra

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Mercado

Sobram Vagas, Falta qualifição BRUNA RODRIGUES

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Brasil possui um vasto histórico de desemprego. Em 2002 e taxa de desempregados atingiu a marca de 12,6%, a terceira maior da América Latina, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Mas este cenário está mudando, prova disto é o estudo do IBGE que constatou, em 2012, que apensas 5,5% da população economicamente ativa está sem emprego- a menor porcentagem da história. Segundo o instituto, o número médio de 1,338 milhão de desempregados no ano passado foi 6,1% menor do que em 2011, o correspondente a 88 mil pessoas a menos nessa condição. O número de ocupados, estimado em 22,956 milhões, cresceu 2,2% no ano - um

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acréscimo de aproximadamente 500 mil vagas. E 11,3 milhões de trabalhadores tinham carteira assinada. Além disso, aumentou de 48,5% para 49,2% a participação de empregados formais no total de ocupados.

Sheila Gomes, 25 anos, é formada em Recursos Humanos pela Universidade de São Paulo (USP). Ela explica que ter uma formação, faz toda a diferença: — O candidato tem que ter algo pra oferecer que não seja só sua Imagem: Bruna Rodrigues

Queda na taxa de desemprego representa melhorias na economia em áreas como a inflação

Diagramação: BRUNA RODRIGUES


milhões de analfabetos no Brasil. A pedagoga Luara Silva comenta que a não é fácil resolver a questão de letramento, mas destaca as opções oferecidas, nos últimos anos: — A Educação de Jovens e Adultos (Eja) é uma ótima opção para quem deseja escolarizar-se — explica a educadora. A título de profissionalização, o Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço de Aprendizagem Comercial (Senac) ofertam cursos gratuitos em vários níveis de mercado, em alguns cursos, o jovem ainda consegue um emprego de aprendiz.

Foto: Bruna Rodrigues

mão de obra — afirma a especialista. Ser formado em instituições públicas, pra muitas empresas, faz a diferença. Em grande parte é quesito de eliminação. Se não for formado em uma pública, que seja particular de nome, de referência. O problema fica mais grave ao constatar que a exigência de escolarização ainda é pequena. Grande parte dos empregos oferecidos pelo Sistema Nacional de Emprego são para níveis médio e técnico. A verificação confirma a Pesquisa Nacional de por Amostras de Domicílios (Pnad), que apontou a existência de 13

Sistema Nacional de Empregos oferece vagas em diversos níveis de escolaridade, mas muitas oportunidades não são preenchidas por falta de formação

Diagramação: BRUNA RODRIGUES

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Mercado

Copa e olimpíadas devem gerar 7,5 Milhões Obras do Arco Metropolitano, em Seropédica, abriram 2 mil postos de trabalho BRUNA RODRIGUES E YURI NERI

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opa do Mundo em 2014. Olimpíadas em 2016. Nos próximos anos, eventos esportivos de grande porte não faltarão. Mas o Brasil terá que mexer em aeroportos, rodoviárias, hotéis, restaurantes e em muitas outras questões para receber atletas e turistas de todo o mundo. Isso exige investimento em infraestrutura e, principalmente, mão-de-obra capacitada. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas Projetos, a pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), reve-

lou que cerca de 5,7 milhões de empregos serão gerados. O Arco Metropolitano é um dos grandes empreendimentos a oferecer postos de trabalho. Iniciadas em 2008, as obras estavam previstas para ser concluídas em dezembro de 2010. A construção é uma parceria dos governos estadual e federal. A ligação com o Porto de Itaguaí e a duplicação da BR-493 (Magé -Manilha), até o entroncamento com a BR-101,

em Itaboraí, foram incluídas na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2). Só em Seropédica, na baixada fluminense, 2 mil vagas foram preenchidas. A cidade está desenvolvendo, também, um projeto chamado Seropédica 30

22 / Meu Dinheiro Abril 2013 Diagramação: BRUNA RODRIGUES


s de empregos

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anos, que tem como coordenador

Arco que passará por oito município da Baixada Fluminense e já possui 60% de suas obras concluidas e beneficiará cidades como: Seropédica, Japeri, Nova Iguaçu, Itaguai, Queimados e Duque de Caxias.

Abril 2013 Meu Dinheiro / 23 Diagramação: BRUNA RODRIGUES


Mercado o arquiteto Guilherme Takeda. O secretário de obras, Caio Ferreira, destaca que os grandes eventos auxiliaram na elaboração de planos estratégicos para melhoria do município: — Seropédica esteve estagnada por muitos anos, agora estamos crescendo e acredito que isto é comum a outras cidades do Rio de Janeiro e do Brasil. Até o fim da construção 100 mil serviços serão gerados beneficiando diversas cidades como: Itaboraí, Queimados e Nova Iguaçu.

nais para serem voluntários em diversas áreas. Rener Pinheiro é um desses voluntários. — Ainda que seja sem remuneração é uma grande oportunidade de ser parte de um grande evento, de ajudar de alguma forma, fora a experiência única que você vive — explica ele. Uma pesquisa feita pela Ernest e Young sobre lucros gerados pelos grandes eventos, estima-se que com as Copas e a Olimpíada no Brasil, os investimentos irão gerar uma renda de cerca de R$ 63,48 bilhões, especialmente nos setores

de turismo e serviços. Um mapeamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostra quais são os nove setores da economia que mais oferecem oportunidades de negócios para as pequenas empresas nas 12 cidades – sede da Copa do Mundo de 2014: turismo, produção associada ao turismo (que inclui gastronomia, artesanato e toda a economia criativa), tecnologia da informação e comunicação, construção civil, comercio varejista, serviços, têxtil e vestuário e agronegócio. Foto: BRUNA RODRIGUES

TURISMO É ÁREA MAIS FAVORECIDA COM EVENTOS As Copas e as Olimpíadas no Brasil beneficiarão cerca de de 90 os setores, segundo especialistas. Mas para isso a qualificação é cada vez mais necessária e o próprio governo vem qualificando profissio-

Mais de 100 mil empregos serão gerados até o fim das obras do arco rodoviário

Grandes eventos provocam aumentos no custo de vida dos cariocas BRUNA RODRIGUES E KLEBER COSTA Foto: BRUNA RODRIGUES

D

evido à Copa das Confederações, às Olimpíadas e à Jornada Mundial da Juventude, o mercado imobiliário no Rio de Janeiro está a todo vapor. Com os projetos de novos estádios, aliado as promessas de melhoria em infraestruturas e transportes, a previsão é que os imóveis cariocas tenham uma valorização de até 50% acima da inflação, em cinco anos, segundo a Associação de Di-

Devido aos grandes eventos, imóveis são alugados antes mesmo de término da construção

24 / Meu Dinheiro Abril 2013 Diagramação: KLEBER COSTA


Foto: BRUNA RODRIGUES

Alta de preço dos alimentos no Rio de Janeiro assusta consumidor

rigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). E não é somente as moradias que ficarão mais caras, a economista, Patrícia Vivas da Silva Fontes, explica que o ritmo de dos preços será crescente em todo tipo de serviços. — Alimentação, hotéis e restaurantes, tudo vai aumentar, garante a Patrícia. Segundo ela, as regiões próximas também sofrerão os impactos econômicos. — Os valores vão subir nas cidades vizinhas porque as localidades centrais estão saturadas — comenta a economista. Mas o terror do consumidor terá um fim. Patrícia destaca que os aumentos são decorrentes das novas perspectivas de desenvolvimento. — O Rio de Janeiro vive um novo momento, a tendência com o tempo é de uma estabilização econômica — garante a especialista.

Entrevista de emprego: o que fazer para não errar BRUNA RODRIGUES

Reprodução: Internet

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obressair-se numa entrevista pode fazer a diferença na hora de conseguir a tão sonhada vaga de emprego. Para a especialista em recursos humanos Marília Pereira, atender os requisitos básicos do entrevistador nem sempre é o suficiente: — O candidato precisa chamar atenção para suas qualidades, de forma discreta, mas com criatividade. Pesquisar informações sobre a empresa do qual está concorrendo à vaga também é essencial, além de preparar possíveis respostas para perguntas comuns, utilizadas em quase todas as seleções. — Pode-se perguntar, por exemplo, qual seu maior interesse em

Falar a verdade e citar experiências profissionais contribui para um entrevista de sucesso

trabalhar nesta empresa? Este é o tipo de questão que é preciso ter na ponta da língua — alerta Marília Pereira. Outra dica importante é mencionar a carreira profissional de maneira organizada, feito um pe-

queno roteiro, em ordem cronológica. Além de investir em uma linguagem formal e um visual básico. — O ideal em situações avaliativas é nunca pecar pelo exagero no marketing pessoal e nas roupas — finaliza a especialista.

Abril 2013 Meu Dinheiro / 25 Diagramação: KLEBER COSTA


Diagramação: BRUNA RODRIGUES

ECOnomia

Empreendedorismo e sustent NO MUNICÍPIO DE Itacuruçá Foto: Kleber Costa

Sebastião dos Santos Filho é o único apicultor de abelhas nativas do Brasil, o mel produzido por elas é utilizado na alta culinária de hotéis de luxo na Cidade Maravilhosa

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Diagramação: BRUNA RODRIGUES

ntabilidade no mel produzido BRUNA RODRIGUES E KLEBER COSTA

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reservação ao Meio Ambiente. Essa é a bandeira do produtor rural, Sebastião dos Santos Filho. Proprietário do primeiro entreposto de mel de Seropédica a Paraty, o Sítio Nosso Sonho, em Itacuruçá, Santos diz ter encontrado nas abelhas uma nova forma de encarar o mundo dos negócios: — Quando eu comecei nem imaginava ganhar dinheiro com o mel, na verdade, gostei do trabalho das abelhas e desenvolvi atividades de pesquisa e capacitação. Cansado da rotina acelerada de proprietário de autopeças, o apicultor teve a ideia do empreendimento inédito em todo o Estado do Rio de Janeiro. Para ele, a melhor forma de lucrar é trabalhar em prol da natureza e da sustentabilidade: — Tudo aqui é, primeiramente, pelo planeta. Não é a toa que o mel artesanal se chama Biodiversidade. Com o apoio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Santos fabrica o primeiro mel nativo legalizado pelo Ministério da Agricultura. Conhecido por seu sabor menos açucarado, o produto é utilizado por hotéis de luxo, na cidade do Rio de Janeiro, e por pessoas que trabalham com alta gastronomia. — É um artigo de raridade, por isso, demora tempo e determinação técnica para ser extraído. A higiene é redobrada devido ao alto índice de umidade, próprio da espécie geradora, exigindo que o material passe por um lento processo até chegar às prateleiras do co-

mércio — comenta o produtor. Tanto empenho, resulta em um mel diferenciado, não só para o paladar, mas para o bolso do consumidor, que paga R$20 pela garrafinha de 60 gramas. Enquanto, o mel tradicional, também comercializado pelo apicultor, é vendido por R$ 10,00 cada meio quilo. Além disso, Santos fabrica sabonetes, provenientes de matéria prima da colmeias, e comercializa plantas. Ele conta ser muito fácil reproduzir materiais orgânicos, devido a presença das abelhas: — O trabalho com as espécies africana, ápis e nativa facilita a polinização de todo e qualquer tipo de leguminosas, frutos e flores. Para subsidiar o empreendimento, o apicultor contou com o apoio do Governo Federal, a partir do Projeto Prosperar Agricultura Familiar, que auxilia os produtores da agroindústria. O programa concede financiamentos para investimento e custeio de atividades de agrocultivo familiar no valor de 50 mil e 150 mil, respectivamente, com recursos do Fundes (Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social) e Pronaf Agroindústria, financiados por meio do Banco do Brasil. O investimento certamente valeu a pena. Atualmente, o produtor rural tem 49 criadouros e recolhe 200 kg de mel comum e 12 kg do mel especial, por mês. Os produtos do Sítio Nosso Sonho, podem ser encontrados no comércio da região metropolitana e na baixada do RJ, como o Mercado Vitória e o Mercado Costa Verde. Abril 2013 Meu Dinheiro / 27


ECOnomia Foto: Kleber Costa

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Diagramação: KLEBER COSTA


Projeto oferece oportunidade de financiamento a pequenos produtores rurais BRUNA RODRIGUES

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Prosperar é uma iniciativa do governo federal, em parceria com o Banco do Brasil, que tem o objetivo de incentivar a agricultura familiar e a pecuária de pequeno porte. A ideia é custear 7% do projeto de pequenos e médios empreendedores rurais, limitado ao valor de R$ 50.000, por beneficiário. Para propostas individuais o valor de investimento é de até R$ 15.000, enquanto para planos grupais, de

até R$ 150.000, o custeio é limitado em R$ 45.000. A taxa de juros é de 2% ao ano, cobrados mensalmente. No entanto, usufruir desta facilidade financeira exige que o empreendedor apresente um projeto que atenda as normas técnicas de higiene, produção e circulação no mercado. As garantias de pagamento são feitas através do penhor de máquinas e equipamentos adquiridos com o programa, ou de bens pessoais.

Porta imagens

Por Kleber Costa

Sebastião dos Santos Filho comenta que as abelhas nativas realizam uma polinização bastante eficaz, ajudando no ecossistema do seu sítio

Diagramação: BRUNA RODRIGUES

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ECOnomia Foto: Bruna Rodrigues

Lucy Pinto, Beatriz Rangel, Frank Russo, Bruna Preciosa, João Paulo Vasconcelos, Pablo Lima e Rosa Amélia são funcionários da Associação Erva Doce de Autogestão

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Diagramação: BRUNA RODRIGUES


Restaurante mistura conhecimento, alimentação saudável e sustentabilidade BRUNA RODRIGUES

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equeno e aconchegante, estes são os adjetivos corretos para descrever o Erva Doce. Relíquia especial da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o restaurante é uma ótima opção para os adeptos de uma alimentação saudável e barata. As opções gastronômicas são totalmente vegetarianas e incluem alimentos orgânicos variados e saborosos. Fundado em 1994, o Erva Doce é uma associação de autogestão não lucrativa composta por estudantes da universidade. O colaborador do restaurante Ian Martim destaca que o principal objetivo é oferecer aos clientes uma alimentação orgânica e diferente: — O preço da refeição é de R$ 6,00 e utilizamos o dinheiro arrecadado para gerir o espaço e pagar a cozinheira, afirma o servente. Ele diz que cerca de 60 pessoas almoçam e que o local tem feito muito sucesso. — O plano é abrir frequentemente durante a noite e oferecer alguns lanches, conta. É pelas mãos de Dona Luci Pinto dos Santos que os clientes degustam legumes, sucos e doces preparados da maneira mais natural possível. Os ingredientes utilizados são produtos diretos da natureza e o segredo é utilizar as opções de verduras e frutas da estação. O almoço, que começa a ser servido sempre ao meio-dia, tem como propaganda o talento da chefe de cozinha e o aroma que toma conta de todos os lugares ao redor do refeitório. A estudante de bela artes Juliana Borges diz adorar o restaurante, justamente, pelo aspecto cultural. — A comida é leve e o sabor é garantido, mas o clima é impagável, brinca a aluna. Já para estudante de ciências sociais Taina Freitas, o que distingue o local é a oferta de alimentação completamente natural. — É o único restaurante popular que proporciona comida vegetariana, em Seropédica, comenta.

Diagramação: BRUNA RODRIGUES

Genuinidade Acadêmica Além de ser uma alternativa de alimentação, o Erva Doce também apoia e produz projetos culturais e eventos relacionados, principalmente, a música. Para isso a associação promove eventos esporádicos, no período noturno, como festas e exposições de artes. Dentre os acontecimentos mais conhecidos está a “Pizzada”, que consiste em um rodízio de pizza com molhos e massas especiais, também vegetarianos. A iguaria é apreciada por muitos estudantes e moradores de Seropédica. As exposições artísticas acontecem, geralmente, em parceria com o curso de belas artes da UFRRJ e as apresentações musicais privilegiam artistas locais. A ideia é conjugar a comida gostosa com elementos significativos, como música, leitura e artesanato e oferecer a todos que visitam um espaço de alimentação, entretenimento e conhecimento. Foto: Bruna Rodrigues

Estudantes e moradores de Seropédica frequêntam o restaurante de comida orgânica

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Dossiê Econômico

A vez delas BRUNA RODRIGUES

A

empresária Paola Sapience começou a vender pizzas na rua aos 17 anos após ter descoberto que estava grávida. Com a ajuda das irmãs Paloma Sapience e Bruna Sapience, a empreendedora montou um pequeno restaurante que, hoje, se transformou em uma franquia

de pizzarias, no interior do estado do Rio de Janeiro. Ela é mais um exemplo de que as mulheres tomaram conta do mercado de trabalho. As brasileiras abandonaram de vez o perfil doméstico e movimentaram R$ 717 bilhões, em 2012, segundo dados do Instituto Data Popular. A mão-de-obra feminina também é mais qualificada. O úlFoto: Bruna Rodrigues

As irmãs Sapience são um exemplo da atuação feminina no mercado empreendedor

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timo Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que na população masculina de 25 anos ou mais de idade, o percentual de homens sem instrução ou com o fundamental incompleto foi de 50,8% e o daqueles com pelo menos o superior de graduação completo, 9,9%, enquanto que, na população feminina, esses indicadores foram 47,8% e 12,5%, respectivamente. Além disso, elas estão atuando, cada vez mais, em “profissões masculinas”. A estudante de Arquitetura Jéssica Policiano comenta que escolheu a profissão por gosto e devido as grandes oportunidades de emprego. — Na nossa área muita gente acha que as mulheres só entendem de decorações interiores e isso, com certeza, tem certo teor de preconceito. Mas nós também sabemos gerenciar uma obra — explica a futura arquiteta. E ela não é a única, a proporção feminina entre engenheiros, por exemplo, aumentou foi de 5% para 11%. Entre os motoristas o cresci-

Diagramação: KLEBER COSTA


mento foi de 0,2% para 1,4%. Sem falar campo do empreendedorismo, um estudo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2010 mostra que as mulheres Foto: Bruna Rodrigues

A pizzaria Express foi o ponto de partida para o investimento na franquia

são metade dos empreendedores brasileiros (49,3%), o que representa 10,4 milhões de mulheres comandando suas empresas.

U

ma boa oportunidade para mulheres que desejam ingressar em áreas profissionais ocupadas por homens é a campanha “Mulheres que Inovam”, do governo federal. Com essa iniciativa pretendese desenvolver a autonomia econômica da população feminina, incentivando-as a se qualificar em cursos gratuitos, voltados para os setores que estão em expansão, como a construção civil. Dentre as chances de capacitação está o Pronatec Brasil sem Miséria que oferta vagas de qualificação profissional em cursos de auxiliar administrativo, operador de computador, eletricista instalador predial de baixa tensão, recepcionista, costureiro, entre outros. Atualmente, as mulheres representam cerca de 70% de seus alunos.

E o salário das mulheres, óh! BRUNA RODRIGUES

Elas representam mais da metade da população e do eleitorado, tem maior nível de escolaridade e são quase 50% da população economicamente ativa do Brasil. As mulheres venceram as amarras da cinta liga, o desconforto dos vestidos e o preconceito. Mas ainda, recebem 30% a menos que os homens para ocupar cargos semelhantes, segundo o Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA). Elas também não chegaram a 20% nos cargos de maior nível hierárquico no Parlamento, nos governos municipais e estaduais, nas secretarias do primeiro escalão do Poder Executivo, no Judiciário, nos sindicatos e até nas reitorias. Essas desigualdades fazem parte de um quadro muito maior que envolve as questões de gênero do Brasil. A cada dois minutos cinco mulheres são espancadas, segundo a Fundação Perseu Abramo/ Sesc. O departamento mais recente do levantamento Justiça concluiu que 311 mil mulheres são vítimas de estupro, por ano. O estudo do IBGE, em 2012, revelou que mais de 400 mil casos de gravidez na adolescência. Cerca de 200 mil brasileiras morrem, por ano, devido a abor-

Diagramação: KLEBER COSTA

tos ilegais, segundo dados Organização das Nações Unidas (ONU). Sem falar nos estigmas culturais que expõem o corpo feminino em diversas propagandas ofertando-o como um produto a ser conquistado ou comprado. E nas mulheres que “se metem em política” e são obrigadas a ouvir comentários sobre seu tailleur, ao invés de seu desempenho governamental. Apesar de tantas adversidades, somente em 2007 foi criada a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, a nível federal. E só em 2010 elegeu-se a primeira, e por que não, presidenta de um país em que a população feminina é seis milhões de pessoas maior que a masculina. De fato, o espaço feminino ainda é limitado e aquela constituição federal que preza por direitos iguais, independente de classe, cor ou sexo, ainda está longe de ser cumprida. As estatísticas estão por aí, contudo, números devem apenas auxiliar na construção de ações sociopolíticas que alteram de vez as realidades de opressão, violência e desigualdade que, por sinal, estão muito além do contra cheque. Abril 2013 Meu Dinheiro / 33


Dossiê Econômico Foto: Bruna Rodrigues

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Perfil

Diagramação: BRUNA RODRIGUES


A Cara do Mercado BRUNA RODRIGUES

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uem olha para o sorriso e a humildade de dona Maria de Lourdes Alves, de 67 anos, não imagina a disposição e a criatividade dela para o trabalho. Produtora famosa de balas de coco caseiras, a empreendedora guarda na simplicidade de suas palavras o segredo para o sucesso de uma pequena empresa: a simpatia e a disponibilidade. A pele marcada por pintas é fruto de longas caminhadas exposta ao sol. Por 30 anos Lourdes bateu de porta em porta, sem qualquer tipo de condução, carregando grandes sacolas recheadas de mais de 40 kg de bala. Ela atribui, inclusive, parte de seu bom sucedimento ao esforço de divulgar o produto pessoalmente e com simpatia: — Não se deve ter vergonha de suar a camisa — aconselha Lourdes. A trajetória de empreendedorismo começou quando a produtora ficou viúva e se viu totalmente sem renda para criar os quatro filhos, na época, adolescentes. Ela conta que tentou vender diversas mercadorias, como coxinhas e cocadas. Mas o lucro dos quitutes não era suficiente para manter a família, então a empresária resolveu apostar na receita de bala oferecida pelo seu tio, Alvino Teodoro Alves. A fórmula do doce demorou a funcionar, mas com alguns “ajustes secretos” tornou-se um grande sucesso em várias cidades do sul do Rio de Janeiro. A filha mais velha, Sirleide Alves Rodrigues, comenta emocionada que a grande qualidade da mãe é ser persistente e batalhadora. — Alavancar a empresa foi difícil, mas ela nunca desistiu — diz a primogênita. Tanto esforço rendeu parcerias em mais de 15 lojas, além do que a empresária considera o maior tesouro, seus quatro netos. O neto Marlon Rodrigues, diz que a avó é muito carinhosa e animada. O mesmo sentimento é compartilhado pela neta Rayenne Rodrigues que não se cansa de dizer o quanto a vovó é inteligente e cozinha bem. — Tudo que ela faz é gostoso, mas o feijão é maravilhoso — brinca a jovem.

Diagramação: BRUNA RODRIGUES

Quanto aos negócios, Lourdes é enfática: não existe mágica para ganhar dinheiro, muito menos, para entrar no mercado. Para ela, os requisitos básicos advêm do conhecimento e do prazer: — Eu sempre gostei de trabalhar com pessoas, por isso, entrar no universo das vendas trouxe-me grandes perspectivas. A empreendedora destaca que não é preciso ter grandes quantias em dinheiro, nem vender mercadorias de alto valor: — No começo, eu vendia pacotes com duzentas balas a apenas R$1,50, atualmente, a mesma quantidade é repassada por R$7,50 para o consumidor; bom e barato como todo mundo gosta. E não é atoa que a mãe, avó e empresária carrega um sorriso fácil e uma grande espontaneidade na forma de gesticular. Lourdes se considera uma grande vitoriosa e não se cansa de frisar que os bons ventos de sua vida financeira é fruto de uma equilibrada trajetória pessoal. — Família e amigos são essenciais na conquista de qualquer objetivo — finaliza a empresária. Foto: Bruna Rodrigues

A empreendedora considera que as relações afetivas são fundamentais para o sucesso

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Diagramação: BRUNA RODRIGUES

Entrevista

Lugar de Mulher é onde ela quiser Presidente da Comissão direitos da Mulher na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Inês Pandeló, comenta o papel feminino no mercado de trabalho BRUNA RODRIGUES

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nês é taxativa quando se trata da atuação feminina na economia: elas devem exercer todas as profissões. A deputada estadual, que é autora do projeto de lei que estabeleceu a Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher no Rio de Janeiro, comenta as ações positivas voltadas para os direitos femininos e os problemas ainda enfrentados pelo gênero. Meu Dinheiro (MD) - Qual é o papel da Comissão de Mulheres da Alerj? Deputada (D) - Como todas as comissões permanentes da Alerj, a Comissão dos Direitos da Mulher dá parecer sobre os projetos dos diversos deputados que tratam sobre o direito das mulheres, apresenta projetos e faz audiências públicas dentro e fora da assembleia legislativa. Ainda sobre a responsabilidade da comissão, encontra-se o Disque SOS Mulher - 0800.2820.119 que presta informações sobre o assunto e o Programa “Toda Mulher” que toda segunda-feira às 21 horas vai ao ar pela TV Alerj no canal 12 da NET. MD - No que se refere ao mercado de trabalho quais

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interferências a comissão tem realizado? D - Temos discutido o assunto e em breve marcaremos uma audiência pública, pois as mulheres ainda ganham 70% do salário dos homens, mesmo exercendo a mesma função. Estamos observando também que, embora Embora as as mulheres estudem mais, elas mulheres nem sempre atuam no mercado, estudem mais, embora isso tenha avançado nos elas nem sempre últimos anos.

atuam no

MD - E o que você pensa do mercado.” fato de as mulheres receberem menos que os homens, mesmo ocupando funções similares? D - Isto é fruto de uma consINÊS PANDELÓ tituição machista da sociedade deputada estadual que ao longo dos séculos colo54 anos cou a mulher à margem da sociedade e em trabalhos mais penosos e menos valorizados financeiramente, como os domésticos e as funções relacionadas ao cuidado.


Diagramação: BRUNA RODRIGUES

MD - Quais as vitórias conquistadas nos últimos anos a respeito do papel feminino na economia? D - A aprovação da PEC das domésticas foi a última vitória importante, pois 90% da categoria é formada por muAs mulheres lheres que, em maioria, não ainda ganham possuíam os benefícios das 70% do salário demais categorias. O direito dos homens, a creche também é uma conquista importante, embora mesmo exercendo a mesma ainda não seja cumprido integralmente por todos os emprefunção.” gadores.

MD - Que projetos da lei a senhora e seus colegas depuINÊS PANDELÓ tados já elaboraram a respeito deputada estadual deste assunto? 54 anos D - O assunto de salários e trabalho encaixa melhor na legislação federal, mas temos apresentado outros projetos, como o que dá direito a grávida de fazer o teste físico em concursos após o fim do período de resguardo. Antes, ela tinha

de realizar a avaliação ou desistir do cargo. MD - Considerando o histórico de lutas feministas o que ainda precisa ser mudado? D - A cultura machista da sociedade, pois é por ela que dissemina todas as discriminações, preconceitos e violências contra a mulher. MD - Qual a maior dificuldade para resolução destes problemas? D - A cultura, pois ela demora séculos para ser mudada, por mais que tenhamos avançado ainda precisamos caminhar muito nesta direção. MD - Como, em sua opinião, a universidade e outros setores educativos podem ajudar na entrada da mulher no mercado de trabalho? D - A discussão sobre os direitos da mulher, o debate sobre os problemas enfrentados, quando pautado, principalmente, nos bancos escolares e nas universidades formam novos cidadãos e cidadãs. Isto gera consciência e consequentemente uma nova sociedade que, com certeza, influenciará em todos os setores, inclusive no mercado do trabalho. Foto: Bruna Rodrigues

A deputada Inês Pandeló defende a participação da mulher em todas as profissões e setores da economia

Abril 2013 Meu Dinheiro / 37


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Fica a Dica

CRÉDITO FÁCIL ALAVANCA NÚMERO DE ENDIVIDADOS Consumidor não se planeja e acaba tomando um susto quando chega a fatura YURI NERI

plo. Na mesma pesquisa, a Abecs ada vez mais brasiapontou o crescimento no número leiros têm feito uso de brasileiros que usam de forma do cartão de crédito adequada o cartão de crédito: de como forma de pa2011 para 2012, subiu em 3% esse gamento. 26,4% é percentual, elevando a taxa que representa a taxa para 29%, mais quanto essa forma de ainda é grande o núpagamento consumiu mero de pessoas que do salário das famílias Se você se endividam pelo uso brasileiras no ano pasnão souber inadequado. sado, segundo dados administrar bem Os economistas da Associação Brasileira seus gastos, vai costumam dividir as das Empresas de Cartões de Crédito e Servise enrolando e pessoas que utilizam ços (Abecs), um cresciadquirindo cada cartão de crédito em mento de 10% ao longo vez mais dívidas.” dois grupos: um grupo que utiliza o cartão porde cinco anos. Um dos que não têm dinheiro motivos que justificam disponível em suas esse aumento é a facilicontas bancárias para dade das compras online SÔNIA MARIA pagar suas compras; através do uso do caratendente tão, uma grande econo39 anos o segundo grupo utiliza o crédito de forma mia no tempo que se leresponsável, comprando apenas varia para ir a uma loja, por exem-

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38 / Meu Dinheiro Abril 2013

o que podem pagar e no fim do mês pagam não só a taxa mínima do cartão, mas a conta na íntegra, podendo inclusive ganhar recompensas da administradora do cartão para tudo o que eles poderiam ter comprado em dinheiro. Os usuários do segundo grupo são minoria. Sônia Maria, 39 anos, faz parte do segundo grupo. — Se você não souber administrar bem seus gastos, vai se enrolando e adquirindo cada vez mais dívidas — explica ela. Maria já se endividou no cartão por pagar apenas a fatura mínima. Essa é uma das situações mais comuns que levam usuários de cartão a ficarem no vermelho. — Eu costumava pagar apenas a fatura mínima do cartão até que no final do ano eu devia o dobro do que eu gastei — explica Maria. Tive que renegociar tudo com


Diagramação: KLEBER COSTA

o banco. Independente da administradora (Visa, Mastercard ou American Express), todos tem os mesmos benefícios com poucas variações. A maior diferença entre eles são os serviços que oferecem, dividindo os cartões em: Gold, Platinum ou Black. Christian Barbosa, em um de seus livros sobre o assunto explica esses vários benefícios. • PARA QUEM VIAJA: os cartões oferecem seguro viagem, seguro para locação de carros no exterior e até assistência médica. • PARA ECONOMIZAR SEU TEMPO: há um serviço especial chamado concierge. Esse serviço se assemelha a uma secretária eletrônica: Se você quiser saber informações sobre os melhores preços de uma viagem, reservar pacotes turísticos, saber de restaurantes existentes no local, a “secretária eletrônica” deste serviço te passa rapidamente todas as informações. Barbosa cita um exemplo: “como estou firme e forte no tênis, toda vez que vou viajar e terei um tempinho livre eu ligo para o concierge e peço que procurem quadras perto do hotel onde vou ficar. Em geral, vem um serviço primoroso, com preços, horários disponíveis e até valores de taxi para chegar até lá”. O serviço de concierge só é disponível para cartões Platinum ou Black. O portal Educação Financeira é um dos mais reco-

mendados pelos economistas às pessoas que utilizam cartão de crédito por conter dicas sobre seu bom uso. Destacamos aqui algumas dessas dicas: • COLOQUE NO PAPEL TODOS OS SEUS GASTOS: não meça esforços na hora de anotar cada compra, cada conta, absolutamente todos os gastos que você tenha feito ao longo do mês no cartão de crédito. Esse é o primeiro, e talvez o mais importante passo, para você equilibrar suas contas e não adquirir novas dívidas no futuro. • FIQUE ATENTO AS PROPAGANDAS: as empresas gastam uma boa parte dos seus lucros com marketing para conquistar novos clientes e fazer com que os antigos gastem ainda mais dinheiro. Eles não se preocupam com o quanto você tem para gastar, já que o crédito é uma forma de pagamento livre que independe se você tem ou não dinheiro para pagar no momento. Estar ciente que as administradoras fazem todo tipo de publicidade para influencia-lo permite que você esteja em uma posição melhor para controlar seus gastos. • TENHA COMPROMETIMENTO: faça escolhas sábias. “se todo mundo fizesse escolhas com base no seu melhor interesse financeiro, mais pessoas seriam ricas”. Se você decidir ter controle dos seus gastos, você consegue, basta se comprometer. • CONSOLIDE SEUS EXTRATOS: muitas pessoas Foto: Yuri Neri

Utilizar dois cartões pode ser uma grande armadilha para o consumidor, o ideal é trabalhar apenas com um para despesas urgentes

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Fica a Dica têm mais de um cartão de crédito, alguns deles com taxas de juros altíssimas. Ter todas as contas concentradas em apenas um cartão de crédito, com juros baixos, pode ajudar a controlar os gastos. • PAGUE SOMENTE EM DINHEIRO: No momento em que você consegue parar de usar um cartão, pague todo o saldo devedor com o primeiro dinheiro disponível. Não espere o mês seguinte para pagar, faça o quanto antes, senão os juros continuarão sendo cobrados e a dívida continuará crescendo. • DESTRUA OS CARTÕES DE CRÉDITO: destrua os cartões de crédito que você parar de usar. Se você não tem mais o cartão você não usa: é simples. Ter o cartão por perto é uma tentação para você usá-lo. • MANERE O USO DO CARTÃO QUE SOBROU: esse cartão não deve ser usado nunca para compras, por exemplo, mas sim para emergências e pagamentos importantes. Cartão de crédito ajuda muito quando você precisa usar um dinheiro que voe não tem no momento, mas uma hora esse dinheiro terá que aparecer para pagar a fatura então tenha controle para que a fatura não venha mais cara do que você tem condições de pagar. • TENHA UM FUNDO DE EMERGÊNCIA: situações inesperadas sempre surgem e devemos estar preparados para elas. Quando há dinheiro envolvido, isso faz toda a diferença. Você pode criar um fundo abrindo uma conta de poupança com alto rendimento. Cerca de 6 meses de poupança já farão você ter um bom dinheiro guardado. Evite sempre gastar mais do que você ganha porque nesse caso nem mesmo um fundo de emergência te ajudará. “Lembre-se: um fundo de emergência é somente para uma emergência de verdade”. Uma das situações mais comuns e erradas que acontecem é mexer no dinheiro emergencial em situações diversas, que nem são urgentes. Na hora que você realmente precisar, estará sem dinheiro. • PAGUE O SALDO: Essa é uma das lições mais im-

portantes: sempre que dinheiro no fundo emergencial. Assim como quebrar o cartão evita de usá-lo, pagar o saldo imediatamente evita de usar o dinheiro com outros gastos, muitas vezes compras. • VERIFIQUE MENSALMENTE SEU PROGRESSO: se você seguir corretamente as dicas, no final do mês terá economizado um bom dinheiro no fundo de emergência e terá quitado suas dívidas, ou seja, verá seu saldo bancário aumentando e sua fatura do cartão de crédito diminuindo. Lembre-se: anote os gastos. Mantenha no papel o controle. São muitas as propagandas de benefícios que o crédito oferece. Lojas oferecem diversas promoções, benefícios e descontos na compra no cartão, além da facilidade da compra online, sem ter que sair de casa. É muito comum nos acostumarmos com as facilidades e só pensar depois que a fatura chega. É importante se planejar e controlar o impulso de gastar. O cartão de crédito pode ser muito útil, mas se não for bem usado traz muita dor de cabeça. Edenilson Vieira é um exemplo disso: perdeu o emprego há pouco tempo e deixou de pagar as faturas do cartão de crédito e agora a administradora do cartão tem ameaçado penhorar os bens dele. — Tenho sido cobrado dia e noite por essa dívida, mas desde que perdi o emprego não tenho como pagar — diz Edenilson. Fui ao Procon e eles me disseram que não podem me cobrar se o caso ainda não tiver ido parar na justiça. João Souza, operador de empilhadeira até o ano passado, também perdeu o emprego e agora não tem como pagar o cartão, mas no caso dele a operadora fez o desconto automático na conta corrente dele. João não teve como reclamar com a administradora porque ele havia autorizado o débito automático quando fez a adesão ao serviço de crédito. — Eu tentei negociar com o banco a dívida, mas não consegui. Fui no Procon e eles me disseram que Reprodução: Internet

As operadoras Visa e MasterCard são as mais utilizadas pelos brasileiros

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o banco, que é o responsável pelo meu cartão de crédito, podia descontar o dinheiro da minha conta porque já estava previamente acertado — contou ele. O Procon alerta os consumidores que aderem ao uso do cartão de crédito para que fiquem atentos a vários aspectos na hora de aceitar o serviço: o consumidor deve inicialmente comparar a taxa de juros cobrada pelos diferentes bancos, colocando na ponta do lápis qual compensa mais; deve ficar atento também à forma de pagamento que está sendo acertada entre ele e a administradora do cartão – seja ela um banco ou qualquer outra instituição financeira; é muito comum clientes que, ao pedir o serviço, aderem ao paga-

mento em débito automático e não percebem e, no dia de pagar a fatura, são surpreendidos. Foi o que aconteceu com Marco Paulo, 23 anos, que aderiu ao serviço do crédito e acabou se enrolando com as contas. — Usei o crédito no primeiro mês e paguei só a fatura mínima – conta ele. No segundo mês a conta veio cobrando o que usei no mês atual mais o que não paguei no mês anterior e os juros. Como não tinha como pagar, o banco fez um débito automático na minha conta pra cobrir o crédito e acabei entrando no cheque especial, e os juros são muito mais altos e a dívida acabou se tornando bem maior.

NO EMBALO Da tEmporada de deSCONTOS BRUNA RODRIGUES

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omo a revista deste mês dá destaque especial às mulheres, a dica é para elas que adoram compor os looks de acordo com as tendências da moda. Nada melhor que comprar em uma boa liquidação. Na última temporada de descontos, lojas de todo país ofereceram reduções de até 70% no valor de suas peças. Segundo o consultor de moda Thiago Rocha, o

ideal é preferir peças básicas, os famosos coringas, que servem para qualquer ocasião. Sinal verde também para as cores básicas, como os tons pastéis, e os acessórios retrô. — Aqueles acessórios, há pouco, considerados cafonas terão novamente seu momento de glamour. Não tenha medo de investir, muito menos de tirá-los do fundo do armário — aconselha o estilista. Foto: Bruna Rodrigues

Aproveitar os descontos pode ser uma boa opção para andar na moda sem prejudicar o bolso

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Traduzindo

DÓLAR E INFLAÇÃO: QUAL A RELAÇÃO ENTRE ELES? BRUNA RODRIGUES E YURI NERI

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om o crescimento da economia brasileira há uma atração de grande de capital estrangeiro para o nosso país. Assim, o Brasil passa a receber grandes remessas de dólar, o que faz com que o preço da moeda caia (quanto mais dólar disponível no mercado, menor seu valor, uma tendência natural para algo que é muito fácil de ser encontrado em qualquer lugar). Isso significa que o nosso país está recebendo muito investimento estrangeiro o que faz com que a queda no preço do dólar seja uma boa notícia pro Brasil – e receber investimento estrangeiro tem sido cada vez mais comum uma vez que as taxas de juros no país são muito altas, uma das mais altas do mundo, segundo o Banco Mun-

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dial, fazendo com que o lucro para os empresários que investem seu dinheiro aqui seja alto. Mas na contramão desse cenário há os exportadores brasileiros que não se beneficiam com a queda do dólar, isso porque assim os produtos estrangeiros – taxados em dólar – ficam mais baratos com o dólar desvalorizado e os produtos brasileiros, por sua vez, ficam mais caros tanto aqui quanto no exterior, já que o Real, a nossa moeda, consequentemente, fica supervalorizado e isso dificulta as exportações de produtos brasileiros. Os produtos brasileiros mais caros com o real valorizado ficam menos competitivos frente a outros países cujas moedas não estão tão valorizadas. Consequentemente, o número de produtos importados no Brasil aumenta e muitas empresas

que não dão conta de competir com as estrangeiras fecham as portas fazendo com que uma outra taxa fique elevada: a do desemprego. O dólar em baixa ajuda ainda no controle da inflação, que é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços. Quando a inflação chega a zero dizemos que houve uma estabilidade nos preços. Devido aos baixos preços dos importados, os concorrentes abaixam os preços dos produtos nacionais para seus negócios poderem sobreviver. Quando a inflação está muito alta, o governo intervém no mercado retirando dinheiro de circulação para que haja mais dólar do que real disponível. Assim o dólar fica barato, os produtos importados também e os nossos seguem a mesma tendência.


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Empreendedor Destaque

Sucesso na venda de churrasquinho BRUNA RODRIGUES

L Foto: Bruna Rodrigues

eandro Ferreira da Costa mantém a família de cinco filhos vendendo o famoso Churrasquinho do Grande, em Seropédica. Segundo o empreendedor, tudo começou quando ele foi visitar seu pai que estava doente e viu um senhor vendendo a guloseima em frente ao hospital. A ideia deu certo e hoje o churrasco faz o maior su-

cesso entre os seropedicenses.. Vendido por R$ 2,50, o espetinho conquistou fregueses fixos. O cliente Renato Lima diz que o diferencial da carne está no tempero. — Não há churrasco melhor em por aqui, acredito que nem pelo Rio de Janeiro — elogia Lima. O marketing do negócio também faz toda diferença. Costa associa seus dois metros de altura com o tamanho de seu produto. O resultado é que o espetinho virou ponto de referência para quem quer comer e encontrar as ruas próximas à churrasqueira. O empreendedor faz mistério sobre as suas qualidades na gastronomia, e revela apenas o gosto pelo ofício. Ele confessa que o trabalho rende bem, o suficiente para criar os filhos e fazer planos para o futuro. Pretendo contratar outras pessoas para vender o churrasquinho em outros pontos da cidade, afirma Costa.

O churrasco de Leandro Ferreira tornou-se uma sensação, em Seropédica, na Baixada Fluminense

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