Rural semanal

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Rural Semanal Informativo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

ANO XXI - n. 4 - 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 2014

Uma Universidade que valoriza a arte e a cultura Proext coordena Centro de Arte e Cultura e projeto Seu Gusta, que traz eventos para o auditório Gustavo Dutra. Sala de Cultura, da Proaest, é um ponto de convergência política e cultural P.4

Matrícula na UFRRJ Futuros calouros, que passaram na primeira chamada do Sisu, matricularam-se na última semana P.6


Editorial

Opinião

Os nós de nossas redes

Três citações de uma entrevista de Habermas

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epois de um dezembro com mais de 20 dias de chuvas – inclusive algumas torrenciais, como aquela acontecida em seu quinto dia e que atingiu intensamente a região da Baixada Fluminense – entramos nesta última semana de um janeiro que registrou as mais altas temperaturas dos últimos 50 anos. Por isso mesmo, como não poderia deixar de acontecer, o mês também teve algumas grandes tempestades ao anoitecer de seus dias. No último dia 10, os fortes ventos, seguidos de grande quantidade de raios que atingiram essa mesma região, criaram situações extremas que precisamos estar preparados para vivenciá-las. Nesse sentido, um simples ato de desligar os aparelhos elétricos/ eletrônicos de suas tomadas de energia, além de trazer maior segurança aos usuários dos mesmos, melhora a qualidade dos ambientes de estudo e trabalho para o enfrentamento desses momentos. Ao mesmo tempo, permite que as redes da infraestrutura elétrica e de comunicação de dados estejam mais protegidas, viabilizando o retorno à normalidade dos serviços, no menor tempo possível, após o fim das descargas elétricas originadas pelas intempéries. Por outro lado, um simples ato de jogar, nos recipientes de coleta, os resíduos sólidos (por exemplo: papéis, papelão, plásticos, borrachas) de embalagens dos diversos produtos que utilizamos em nosso cotidiano, além de realizar a satisfação pessoal de estudar e trabalhar em ambientes limpos, permite que as redes coletoras de águas pluviais recebam, sem problemas, os grandes volumes das chuvas de verão – podendo escoá-las com maior rapidez. Assim, diminuem as possibilidades de alagamentos e inundações das redes viárias que utilizamos. Tais ocorrências acabam afetando diretamente também as redes coletoras de esgotos, interferindo no tratamento do material coletado e podendo, até mesmo, torná-las inoperantes. Ao destacar a simplicidade das ações de cada usuário para o pleno funcionamento das redes que constituem a infraestrutura das atividades em nossos câmpus, é necessário que as empresas concessionárias de fornecimento (energia elétrica, sinal digital, água, esgoto) façam, em cada uma dessas especificidades, a parte estabelecida contratualmente. Nessa direção, a Administração Central da UFRRJ tem feito reuniões com a Light, Cedae e Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), visando a discutir as soluções para suas redes básicas, principalmente em virtude da idade avançada das mesmas no câmpus de Seropédica, assim como as necessárias alterações das cláusulas contratuais que atendam uma projeção institucional, a partir de seu atual estágio de desenvolvimento. A situação de constante estresse dessas redes, vivida intensamente no início deste verão, aponta a priorização de investimentos que modernizem as redes citadas, bem como o uso de novas alternativas tecnológicas que as complementem, como a principal ação de 2014, no atendimento às crescentes e constantes demandas das atividades de ensino, pesquisa e extensão, cujo objetivo é fortalecer a UFRRJ como instituição pública de educação superior em nosso país. ◘

Calendário Acadêmico • 30/1 - Prazo final para trancamento de matrícula no curso de graduação no 2o período de 2013; último dia para solicitção de prorrogação do prazo do curso de graduação para ex-alunos para o primeiro período letivo de 2014. • 6/2 - Atividades coletivas interdisciplinares. • 24 a 28/2 - Provas optativas. • 25 a 28/2 - Prazo final para lançamento das notas no Sistema Acadêmico pelos professores responsáveis. • 25 a 28/2 - Prazo final para lançamento das notas no Sistema Acadêmico pelos professores responsáveis. • 6/3 - Início do recesso escolar. • 26/3 - Previsão de início do primeiro período letivo de 2014. Confira mais em http://goo.gl/NZn5A

• Raimundo Santos Professor do CPDA/UFRRJ

É uma boa referência para a compreensão das manifestações juvenis de junho de 2013 a entrevista de Jürgen Habermas, concedida à revista Rinascita, em 1978, a propósito da crise que então abalava os países capitalistas. Cito três passagens. A primeira, sobre o significado das crises: “Diria que, nos últimos anos, o mecanismo de crise continua tendo sua origem no sistema econômico, mais que o Estado do bem-estar, [...] o capitalismo orientado no sentido do Welfare State, não permite mais que a crise apareça de forma imediatamente econômica. [...] exatamente em épocas de recessão e em tempos de grande desemprego, a tentativa de integração cultural e social é o verdadeiro âmbito em que podem se manifestar fenômenos críticos. Os anos recentes confirmaram mais ainda a minha convicção de que não é possível uma conversão das tendências de crise econômica em reação política nem mesmo da parte dos setores organizados dos trabalhadores [...], ou dos sindicatos, ou mesmo, entre nós na Alemanha, do partido social-democrata. [...] creio que estas tendências críticas impõem-se de modo muito mediato e de maneira tal a sobrecarregar os mecanismos da integração social e cultural”. Diferenciando o deslocamento do “verdadeiro conflito” do keynesianismo ao monetarismo, Habermas denuncia a interpretação conservadora dos “efeitos colaterais de um crescimento capitalista não controlado” expressos nas crises: “[...] hoje é preciso um ‘dispêndio ideológico’ maior que em épocas de desenvolvimento capitalista com baixo índice de desemprego. Este dispêndio ideológico orienta-se em duas direções: de um lado é incrivelmente sublinhada a ética do trabalho, [...] a reabilitação de comportamentos concorrenciais [...] e a exaltação de virtudes que são simplesmente ligadas a uma alta mobilidade do mercado de trabalho. A outra direção [...] é a que se volta para uma vitalização de virtudes e valores tradicionais, em primeiro lugar do elemento privado em-ou a-político, que tem o seu reflexo literário num novo subjetivismo, num renascimento certamente agradável da lírica e do romance no lugar de obras crítico-analíticas da época histórica [...]. É um modo de reagir retoricamente contra a burocratização e os efeitos negativos do crescimento capitalista”. A terceira passagem: os “novos potenciais de protesto” que emergem, não em torno de questões de distribuição, mas de temas relativos à “gramática de formas de vida” (ações antinucleares, ecologistas, pacifistas, de minorias, etc.). Defensivos, estes conflitos não produzem organização capaz de agir para o êxito de seus objetivos. Daí o papel dos partidos de esquerda: “Não é simples dizer como eles devem reagir. [...] deveriam pôr em prática uma ação de ‘esclarecimento’ de modo a que os potenciais não se degradem num sentido corporativo. [...] deveriam, [...] nos limites de um aparelho estatal sempre centralizador, descentralizar e tornar mais flexíveis as próprias formas organizativas [...]. Quanto mais depressa isto ocorrer tanto mais será possível evitar que os potenciais críticos, deixados a si mesmos, se tornem destrutivos”. ◘


Perfil

Talento e trabalho. Formada em Direito, Selma tem 40 anos dedicados à Universidade Rural e já atuou até como juíza de paz BRUNA RODRIGUES

UMA VIDA DE RURAL Funcionária do Departamento Jurídico se divide entre o carinho pela família e a dedicação à UFRRJ • Bruna Rodrigues

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abelos vermelhos, sorriso largo e olhos ternos. Essas são as marcas de Selma Pereira Machado, funcionária do Departamento Jurídico da UFRRJ. Moradora de Seropédica há 33 anos, mãe de dois filhos e avó de três netos, ela trabalha na Universidade desde 1968 e já prestou serviços para Biblioteca Central, Centro Telefônico, Serviço Médico e Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRRJ (Sintur). Religiosa e falante, Selma guarda na bagagem um imenso carinho pela Rural, onde conta ter encontrado só bênçãos. Quem observa ou passa algum tempo conversando com a funcionária logo percebe que uma de suas características marcantes é a agitação, revelada pela articulação das mãos, própria de quem não tem preguiça nenhuma de viver. Essa particularidade parece bem refletida em suas roupas coloridas, que também revelam seu gosto pelo mundo da moda.

Eu gosto de dizer ‘eu te amo’. E gosto de pessoas que me dão liberdade para isso.”

como juíza de paz e só encerrou a carreira para continuar os trabalhos na UFRRJ. Atualmente, no setor administrativo, ela analisa processos jurídicos e também auxilia no atendimento ao público. A respeito de seu caminho profissional, ela deixa claro que sempre realizou todo e qualquer serviço com dedicação. Além do talento para a advocacia, a jurista é boa em falar sobre o amor. Perguntada sobre sua palavra favorita, ou o que a definiria, ela foi enfática: – Eu te amo. Gosto de dizer essas palavras e gosto de gente que dá liberdade para isso. Tanto amor é dividido para a família, para os amigos e, uma grande parte dele, é entregue à Rural. O amor pela UFRRJ é tão especial que ela pretende visitar sempre, mesmo depois de se aposentar no final deste ano, e ainda trabalhar no Projeto dos Aposentados. Para fim de conversa, muito boa por sinal, Selma resumiu sua trajetória pessoal e profissional, destacando o fato de ser mulher e o poder que o feminino tem de diferenciar as coisas, para além de sua cotidianidade:

Selma Pereira Machado

Formada em Direito, Selma diz ter escolhido a profissão, principalmente, para orgulhar os pais, que tinham como sonho ver um dos filhos formados. Mas não esconde seu amor pelo ofício, especialmente pela vara de família. Não é à toa que Selma trabalhou

“O pássaro é a águia que voa A mulher é o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço

Mas cantar é dominar a alma.” ◘

Rural Semanal 03


Capa

Teatro. Cena da peça “Bonitinha, mas ordinária”, do grupo Oito de Paus, no auditório Gustavo Dutra. VICTOR SENA

ARTE, CULTURA E EXTENSÃO Projetos da Universidade trazem oportunidades culturais para comunidade • Victor Sena

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ara quem gosta de cultura, a hora é essa: a Universidade Rural está colocando, de vez, opções culturais dentro da rotina da comunidade acadêmica, e de Seropédica. A Sala de Cultura, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaest), o coletivo de fomento cultural Seu Gusta e o Centro de Arte e Cultura (CAC), ambos da Pró-Reitoria de Extensão (Proext), são as principais frentes institucionais de concretização da política cultural. A presença do estudante é uma característica comum aos projetos. O Seu Gusta e a Sala de Cultura são coordenados apenas por alunos bolsistas, que têm a autonomia como ponto forte. No CAC, as oficinas são oferecidas por estudantes da Rural que canalizam seu talento oferecendo aulas de pintura, escultura, dança, balé, violão, grafite, canto. Nesta reportagem, o Rural Semanal expõe as ações culturais que a Universidade tem oferecido e apresenta os objetivos, as dificuldades e as perspectivas de um cenário cultural que já está no caminho do amadurecimento.

Centro de Arte e Cultura: foco na extensão Dois de outubro de 2007. O Conselho Universitário aprovava a transformação de um antigo galpão, abandonado pela concessionária de energia Light, em um espaço para a cultura. Assim nasceu o CAC, um fruto do desejo do professor Fábio Macedo, do curso de Belas Artes. O Centro é um prédio trabalhado com grafite e fica às margens da rodovia Rio-São Paulo, no km 47, próximo à Embrapa. No começo, o funcionamento do espaço, que ainda não era ligado à Proext, era improvisado: móveis e materiais foram doados. Em 2009, uma boa nova veio dar estrutura ao CAC. Uma emenda parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro garantiu R$ 260 mil para a reforma. Sete anos depois de ter sido criado, o Centro está sob a responsabilidade do Departamento de Arte e Cultura da Proext, coordenado por Kate Hellen Batista, que assumiu o setor em agosto de 2013. – As atividades do CAC são de extensão, e para a comunidade acadêmica. Mas a ideia principal é atender Seropédica. Queremos oferecer esse espaço, também, para os grupos organizados, como o Grupo Nordestino e a Companhia de Dança – disse Kate. No Centro, são oferecidas 14 oficinas. No último período, 770 pessoas fizeram aulas de teatro, dança do ventre, flauta, grafite, stiletto (dança sobre salto), entre outras. Elas são oferecidas nos turnos da manhã, tarde e noite. As inscrições devem ser feitas nos começos dos períodos, no próprio Centro. – Ainda não houve uma mudança radical no funcionamento do CAC. As oficinas foram mantidas. Queremos fazer um censo para saber as preferências – informou Kate Hellen. – Pretendemos fazer eventos nos finais de semana, não só para Seropédica, mas também para os alunos, principalmente os que estão alojados. Queremos usar a parte externa. A gente tem um novo pensamento para o CAC, como certificados para os alunos que fazem as oficinas e para os que oferecem.

SEU GUSTA OCUPA AUDITÓRIO COM ARTE

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lém do Centro de Arte e Cultura, Kate Hellen coordena outras ações culturais da Extensão e o Centro de Memória da Universidade. Desde que a professora Katherina Coumendouros assumiu a Proext, em março de 2013, o setor passou por uma reestruturação: o Centro de Memória, o Centro de Arte e Cultura e o Gustavão estão integrados à Pró-Reitoria. Para ocupar o tradicional auditório com arte, a Extensão formou o coletivo de estudantes de incentivo cultural Seu Gusta. O grupo é formado por três alunos de cursos diferentes: Pablo Santos, estudante de Belas Artes; Alana Reis, de Arquitetura; e Talassa Fonseca, de História. O coletivo entra em contato com grupos artísticos para articular suas apresentações dentro da Universidade Rural, no auditório Gustavo Dutra. Daí, vem o nome do coletivo. Ele nasceu de uma ideia inusitada: colocar no cartaz o próprio Gustavo Dutra – primeiro diretor da Rural – convidando as pessoas. Assim, nascia o “Seu Gusta”. – Faltam aparelhos culturais em Seropédica. Não tem teatro e cinema. E nós temos,aqui, o Gustavão. Então, essa política que nós temos, que gerou o Seu Gusta, é ótima, mas o auditório carece de infraestrutura – disse a Pró-Reitora Adjunta de Extensão, Lana Fonseca. – O melhor da extensão em 2013 foi a formação do grupo, porque a união da equipe, o trabalho coletivo é que dá possibilidade de a gente continuar. O primeiro evento trazido pelo Seu Gusta foi uma mostra de curtas-metragens, em agosto de 2013. O grupo enxerga a “Universidade como espaço cultural de convergência”. Além de Seropédica, pretendem levar cultura para os câmpus de Três Rios e Nova Iguaçu. – A ideia de começar a usar o Gustavão é porque ele é um espaço super importante. É onde se concentravam as ações culturais. Por muitos anos, foi um espaço motor de cultura na Universidade e, recente-


objetivo, depois deste momento inicial, é criar um reconhecimento dessas ações por parte da população.

mente, estava sem ações regulares – disse Talassa. Em 2013, o coletivo trouxe para o Gustavão duas peças de teatro, uma mostra de curtas-metragens, apresentações musicais, um curso de formação do Rio Criativo, entre outros. Uma das peças de teatro, Bonitinha mas Ordinária, deixou o auditório lotado.

O desafio da Proext, agora, é organizar e institucionalizar as ações culturais que já foram desenvolvidas. O primeiro movimento na direção de aumentar as ofertas culturais foi a ocupação, na prática. O

RAIZE SOUZA/PROEXT

– A dificuldade que encontramos é a falta de incentivo financeiro. Não por falta de boa vontade, mas por não haver meios para fazer determinadas coisas. As atividades culturais e seus desdobramentos precisam de dinheiro vivo. A dinâmica cultural funciona de outra forma. Como você vai explicar o gasto com cachê, alimentação? – disse Pablo. – Apesar de todas as falhas de estrutura dentro do Gustavão, ele é o único espaço dentro da Universidade com luz e som para colocar atrações musicais e teatrais. Ele é a nossa joia institucional para trabalhar arte e cultura.

– A extensão é a possibilidade de abrir a Universidade para a comunidade. E a melhor forma de fazer isso é a questão cultural. Uma pesquisa acadêmica que envolve extensão demora um pouco para gerar os benefícios ao local. A Universidade consegue chegar rapidamente à comunidade através da cultura. Ela dá a possibilidade de nos abrirmos de forma mais rápida – concluiu Lana.

Autonomia. Alana Reis, Pablo Santos e Talassa Fonseca coordenam as ações do Seu Gusta

SALA DE CULTURA: MAIS UMA ALTERNATIVA • Bruna Veiga

mação acadêmica dos estudantes e ajudam os próprios veículos a sobreviver, como o jornal Brasil de Fato – disse Sashia.

A fila agitada na porta da sala de cultura já indicava que a excursão seria interessante. O alvoroço era grande para o último “Me leva Rural”, que na terça, 21, às 17h30m, iniciou as inscrições para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, uma pequena viagem a Guapimirim, município a 116 km de Seropédica.

O Restaurante Universitário patrocina os coffee breaks organizados pelos bolsistas para os eventos culturais. A proposta é servir como ponto de convergência cultural e político para trazer cada vez mais interessados em colocar seus projetos, suas reuniões de grupos, suas oficinas e atividades para colaborar com a produção de cultura da Sala.

Estudantes de diversos cursos aguardavam ansiosos para conseguir uma vaga das 28 que foram reservadas no micro-ônibus. A única certeza era que os primeiros iriam aproveitar a excursão. A fila grande deixou alguns desesperados que chegaram à procura de vaga às 17h.

A ideia surgiu em 2012, com a gestão do DCE “Cantamos – Gritar só não Basta”. Ciente do projeto Espaço de Leitura, elaborado pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), a gestão dialogou com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaest) reivindicando que o espaço do depósito do Restaurante Universitário (RU), que fica ao lado do hall dos alojamentos, fosse usado para fins culturais. Foi uma oportunidade que a Proaest abraçou para garantir assistência cultural aos alojados, o que é uma exigência do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

– Uma pena ter apenas um micro-ônibus. Com essa onda de calor, o Parque será uma oportunidade perfeita com trilhas e cachoeira – disse uma das estudantes que esperava na fila.

Com seus cartazes criativos, a Sala é um espaço dedicado à arte desde outubro de 2012, quando o primeiro Sarau inaugurou as atividades culturais. O local, um mês antes, era apenas um ambiente de leitura com poucos jornais e revistas doados pela Prograd.

Com a supervisão dos bolsistas Victor Ohana, 4º período de Jornalismo, e Sashia dos Santos, 8º período de Agronomia, entrava um de cada vez para assinar seu nome, matrícula, telefone e identidade. O cuidado era para não haver fraude nas inscrições, o que possibilitaria a ida daqueles que aguardavam desde cedo.

Nascido em São Paulo, Rodrigo Camargo, estudante de Ciências Sociais, é alojado e frequentador assíduo da Sala de Cultura. Todos os dias, não deixa de dar uma passada por lá. Seu quarto, no alojamento masculino, fica atrás da Sala. Assim, ele acompanha a rotina desde sua inauguração. Já viajou pelo “Me leva Rural”, através do qual conheceu o Museu Imperial em Petrópolis e sempre participa dos Saraus.

– Nós organizamos tudo e pensamos em todas as atividades. Desde o memorando para solicitar o ônibus até a preocupação com a fila para dar chances a todos – comentou Victor Ohana.

– Há uma variedade de conteúdos a que eu e muitas pessoas não tínhamos acesso, também não procuraria na internet porque não faz parte do meu conhecimento. São revistas importantes para os cursos de artes e humanas. Ali temos um encontro e uma troca – concluiu. ◘

O Sarau Cultural vem em segundo lugar, com música e poesia, todo mês lotando a Sala de Cultura após as 22h. São realizadas oficinas, reuniões de grupos organizados, cine clubes, entre outros. Atualmente, o espaço tem jornais e revistas como: Brasil de Fato, Piauí, Zupi, Ciência Hoje, Scientific American, Cult etc. – Trata-se de um espaço de leitura de veículos jornalísticos. Atualmente, a Fapur financia assinaturas de revistas e jornais especializados que qualificam a for-

BRUNA VEIGA

A Sala de Cultura oferece atividades voltadas para os alojados. Segundo Ohana, o “Me leva Rural” é a mais procurada pelos alunos, pois faz visitas guiadas em espaços culturais e promove o conhecimento dos estudantes de outros estados sobre o Rio de Janeiro. Durante as férias, porém, houve uma exceção: o destino foi o Museu de Língua Portuguesa (Masp), em São Paulo.

Bolsistas. Victor Ohana e Sashia dos Santos fazem parte da equipe da Sala de Cultura

Rural Semanal 05


Prograd

Matrícula. Nova ruralina entrega documentos para funcionária da Prograd

BRUNA RODRIGUES

Novas trajetórias Calouros aprovados na primeira fase do Sisu efetuam matrícula • Bruna Rodrigues e Raomi Pani

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BRUNA RODRIGUES

legria, expectativa e sonhos realizados. Quem caminhou pelo Pavilhão Central do câmpus Seropédica, na semana passada, pôde encontrar um pouco destes sentimentos estampados nos rostos de alguns novos ruralinos e seus familiares. A matrícula dos classificados na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) preencheu a UFRRJ de um espírito de renovação, comum aos inícios de período, acompanhado da presença de calouros cheios de projetos e perspectivas de futuro. A caloura de Ciências Biológicas Thaís Hancio, de 17 anos, compartilha deste

Boas-vindas. Veteranos do curso de História recepcionam calouros durante a matrícula

sentimento que envolve os novos estudantes. – Que lugar incrível e lindo – exclamou, apaixonada pela arquitetura e pelas paisagens da Rural – Biologia sempre foi o que eu quis fazer, por isso estou muito feliz. Os pais dos novos estudantes também não deixaram de expressar a satisfação em acompanhar os filhos durante a conferência de documentos. A dona de casa Márcia Procópio disse estar emocionada com o ingresso da filha Gabrielle Procópio na Academia: – É muito bom ter um filho entrando em uma universidade federal. Nós lutamos muitos anos para que isso acontecesse – disse, emocionada. Recepção Grupos de estudantes veteranos também se prepararam para a primeira vinda dos calouros. O curso de História, representado pelos alunos Thaís Morgana, Érica Botelho e Vinicius Andrade, recebeu os novos estudantes na entrada do auditório Gustavo Dutra, recolhendo facebooks e oferecendo informações sobre o câmpus. – O curso de História da Rural é muito bom – afirmou a estudante do quarto período, Érica Botelho – E os novos alunos vão chegar em um momento de consolidação do curso também, em que estamos buscando o desenvolvimento das pesquisas e de outras formações, como a pós e o mestrado. O resultado da segunda chamada do Sisu será divulgado nesta segunda-feira (27). ◘


Orientação e vida saudável

Nassur

Núcleo de Atenção à Saúde dos Servidores da Universidade Rural (Nassur) se mostra cada vez mais efetivo nos ambientes de trabalho da instituição

Luiz Antônio Lemos, de 58 anos, agora vive melhor. Com um problema de coluna crônico, o servidor da Coordenadoria de Informática da Rural passou pelo atendimento do Nassur e já não precisa mais pensar na possibilidade de uma aposentadoria precoce. O serviço oferecido pela Universidade foi o catalisador de boas condições de trabalho. Segundo ele, o atendimento no setor foi essencial para melhorar o problema que enfrenta nas costas. E isso tem acontecido através das orientações que recebe no Núcleo: – Meu problema de coluna, apesar de ser crônico, se agrava com as condições de trabalho que não são adequadas. E hoje, com acompanhamento do fisioterapeuta e as orientações do Nassur, tenho o auxílio para que eu possa exercer com mais qualidade minha função. É uma nova diretriz, você cuidar das pessoas para que elas não adoeçam, ao invés de só prestar atendimento depois que o trabalhador precisa ser afastado por motivo de saúde. O programa tem a intenção de oferecer orientações sobre a saúde do trabalhador no local de trabalho. No entanto, isso não existia na UFRRJ poucos anos atrás. Apenas era oferecida a perícia para afastamento, em caso de doença. Entretanto, muitos dos problemas desses trabalhadores estavam diretamente relacionados ao seu ambiente e às condições de trabalho. A partir de 2009, ao mesmo tempo em que se estruturava o programa, foi promulgado o Decreto 6.833/2009, que estabeleceu normas para as ações relacionadas à atenção do trabalhador. O documento criou o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass), que tem por objetivo coordenar e integrar programas nas áreas de assistência à saúde. Além disso, o Siass prevê a realização de perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da administração federal direta. – Então, iniciamos um projeto que pudesse ampliar a assistência para os aspectos sociais, psíquicos e er-

nassur em números Distribuição das atividades e atendimentos realizados no ano de 2013 quanto ao eixo de atuação

2%

44% 54%

PERÍCIA EM SAÚDE

Promoção em Saúde

Vigilância em Saúde

HELOISA FACIN

• Heloisa Facin

Atenção à saúde. Equipe multidisciplinar faz atendimento individualizado a trabalhadores da UFRRJ

gonômicos do trabalhador. Uma preocupação que vem desde 2008. Para isso, a Rural passou a abrir concursos gradualmente para vários profissionais, como assistência social, enfermagem, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e medicina – conta a coordenadora e assistente social do Nassur, Meiryellem Valentim, de 32 anos. Em 2011, nasceu oficialmente o Núcleo de Atenção à Saúde dos Servidores da Universidade Rural (Nassur), subordinado ao Departamento Pessoal, que está vinculado à Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos (Proad).

Perícia, promoção e vigilância De acordo com Meiryellem, o programa se estrutura em três pontos essenciais para pensar e tratar as deficiências da instituição: – Nós trabalhamos com base em um tripé: perícia, promoção e vigilância. E em cada uma dessas divisões existem ações específicas. Na perícia, que é a maior demanda, são trabalhadas todas as necessidades com relação ao afastamento do trabalhador, seja por motivo de saúde próprio ou de um de seus familiares, que precisem de acompanhamento. A promoção é a fase posterior à perícia. Os integrantes, a partir da avaliação feita no primeiro estágio, muitas vezes, constatam que o problema não está apenas na saúde do servidor, individualmente, e sim no ambiente de trabalho em que o trabalhador se encontra. A partir disso, o grupo, composto por vários profissionais da saúde, vai até o setor e, com autorização, promove as ações oferecidas pelo programa. Para a equipe de vigilância, cabe o acompanhamento desses servidores em seu local de trabalho, para que, a partir da promoção, possa ser realizada a observação e as orientações indicadas para esse ambiente com psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. No entanto, o grupo, até meados de 2013, só poderia atender os servidores federais da instituição, sem poder oferecer assistência para os outros trabalhadores da Universidade – terceirizados, contratados e bolsistas – o que dificultava a realização de uma avaliação correta de cada ambiente de trabalho. – Em 2013, o Nassur se tornou uma organização dentro do organograma da Universidade, passando a ser subordinada diretamente à Proad, e a se chamar Divisão de Atenção à Saúde do Trabalhador (Dast). A mudança do nome visa a incluir efetivamente as ações de saúde de todos os trabalhadores da Universidade, e não somente os servidores concursados – afirma Meiryellem. A transição de Nassur para Dast caminha rápido, no entanto aguarda sua confirmação pelo Conselho Universitário (Consu) para tornar oficial sua nova proposta. O programa está aberto para todos os trabalhadores da UFRRJ. Inclusive, são realizadas ações itinerantes de promoção dos serviços oferecidos para todos os câmpus da instituição: Três Rios, Nova Iguaçu e Campos dos Goytacazes. O Nassur, futuro Dast, oferece orientações na área da saúde. Entre elas estão: orientação psicológica, preparação para a aposentadoria e acompanhamento fisioterapêutico, entre outros. Os interessados devem procurar o núcleo no alojamento feminino, F6, antigo Hotel Universitário. Além disso, eles atendem pelo telefone 2682-1030 e no website institucional.ufrrj.br/dast. ◘

Rural Semanal 07


Informes Gerais

Portarias da UFRRJ

Cursos gratuitos de inglês na Rural

PORTARIA n° 008/GR, de 7 de janeiro de 2014

O Núcleo de Língua Inglesa (NucLi/UFRRJ) terá sua segunda oferta de vagas entre os dias 29 de janeiro e 13 de fevereiro. Os cursos presenciais são gratuitos e visam à aprovação em testes de proficiência, como TOEFL e IELTS, além do desenvolvimento das capacidades de fala e escrita em língua inglesa. As aulas são destinadas a alunos que estejam cursando (com inscrição ativa) o nível 2 do My English Online (MEO), oferecido pela Capes. As inscrições serão efetuadas exclusivamente pelo site isf.mec.gov.br. Mais informações na sala 112B do PAT ou na página www.facebook.com/isfufrrj.

O pró-reitor de Assuntos Estudantis da UFRRJ, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso VIII e IX do artigo 80 do Regimento da Reitoria e dos Órgãos Subordinados, resolve designar Lia Maria Teixeira de Oliveira (docente, matrícula 0386939), Wellington Mary (docente, matrícula 0387404) e Jones de Sousa (secretário executivo, matrícula 1754095), para, sob a presidência do primeiro, constituírem Comissão de Sindicância incumbida de apurar no prazo de 30 dias, de acordo com a legislação vigente, os fatos abordados no Processo 23083.010827/2013-87. César Da Ros Portaria n° 008/ICHS, de 17 de Janeiro de 2014 O diretor ICHS/UFRRJ, nos termos da alínea XVIII do Artigo 67 do Regimento Geral da UFRRJ, resolve designar os docentes Paulo Cosme de Oliveira (matrícula 2.301.031), José Angelo Ribeiro Moreira (matrícula 1.635.159) e Monica Aparecida Del Rio Benevenuto (matrícula 0.387.368) para, sob a presidência do primeiro, constituírem Comissão de Sindicância encarregada de apurar os fatos relatados nos processos 23083.011726/2013-23 e 23083.011535/2013-61, e no memorando nº 171/2013-DHIST, de 27/9/2013. Ricardo de Oliveira

NOTA DE FALECIMENTO No dia 23 de janeiro, ocorreu o falecimento do professor Carlos Eduardo da Silva Costa, que atuou como coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo desde a sua criação, tendo solicitado seu afastamento do cargo por motivos de saúde. Foi uma grande perda para a Universidade e, em especial, para a comunidade do Instituto de Tecnologia, tendo em vista que o professor Carlos Eduardo foi de fundamental importância para a consolidação do curso de Arquitetura e Urbanismo na Rural. Administração Central da UFRRJ

#ruralnafoto

RESIDÊNCIA EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Estão abertas as inscrições para a seleção de engenheiros agrônomos no programa de residência para a área de Fitotecnia – Cultura da cana-de-açúcar (em conjunto com as usinas do Paraná). As inscrições podem ser realizadas, até o dia 7 de fevereiro, na Secretaria do Programa de Residência em Engenharia Agronômica, Instituto de Agronomia da UFRRJ. Mais informações pelo telefone 3787-3692.

PROPRIEDADE INDUSTRIAL O Núcleo de Inovação Tecnológica, ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFRRJ, vai realizar, nos dias 13 e 14 de fevereiro, o Curso de Propriedade Industrial. Inscrições abertas de 27 de janeiro a 10 de fevereiro, pelo e-mail inovacao@ ufrrj.br (enviar nome completo, indicar função ou curso no qual está matriculado e período no corpo da mensagem). O curso oferece 20 vagas e é voltado para professores e discentes da graduação e pós-graduação da UFRRJ. O tema da semana passada foi “Manhãs ruralinas”. @dinhaa19li: “Vista de janela do IB às 8h da manhã”. Para que sua foto apareça aqui, marque-a com a hashtag #ruralnafoto. O tema para a próxima semana é “Vida acadêmica”. Liberte sua criatividade!

EDUR INFORMA Devido à reestruturação da Editora da Universidade Rural, não estamos recebendo, temporariamente, manuscritos para avaliação. Assim que normalizarmos o procedimento, faremos uma ampla divulgação. Coordenação da Edur

Expediente

/universidadefederalrural

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RURAL SEMANAL

Informativo da UFRRJ ANO XXI - n. 4 - 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 2014


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