Revista Portuária - Maio 2021.

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Volkswagen Meteor

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Economia Negócios REVISTAPORTUÁRIA

Edição MAIO/2021 / Ano XXIII

R$ 50,00

5G vai revolucionar a indústria mundial

O 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas!

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EDITORIAL

ISSN - 1981 - 6170

ANO 23  EDIÇÃO MAIO/2021 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600 Direção: Carlos Bittencourt carlos@bteditora.com.br | 47 9 8405.8777 Presidente do Conselho Editorial: Antonio Ayres dos Santos Júnior Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC) solange@bteditora.com.br Capa: Foto: Shutterstock Colaboraram nesta edição: Mario Cezar de Aguiar e Gilson Chequeto Contato Comercial: Sônia Anversa - 47 9 8405.9681 carlos@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 600,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

Comercial para todo o Brasil

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Burocracia: Até quando as empresas vão conviver com ela?

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ano é 2021 e o Brasil ainda aposta em procedimentos burocráticos para diversas operações. Seja ir até um banco para resolver problemas pessoais ou até a abertura de uma empresa. Muitos processos ainda são presenciais, demandam tempo e, por vezes, ainda há espera em grandes filas. Mas a maioria dessas etapas são regras impostas por órgãos públicos e que não podemos mudar. No entanto, podemos alterar alguns pontos para descomplicar essas tarefas, tornando tudo mais rápido e eficaz. As empresas podem melhorar no tempo gasto de forma desnecessária. Você já esteve em uma reunião e pensou que aquilo tudo que foi falado poderia ter sido resolvido apenas com um e-mail? Pois é, empresas perdem 25% ou mais do seu tempo com atividades burocráticas ou improdutivas. Esse cálculo resulta em cerca de 10 horas semanais de cada um dos funcionários da empresa e uma dessas causas se deve ao número de reuniões desnecessárias ou com pouca objetividade. Pode não parecer ou talvez a gente nunca tenha reparado, mas existem reuniões realizadas dentro das nossas empresas que duram uma hora e poderiam ter apenas 20 minutos se tivessem sido feitas com mais objetividade e direcionamento. É muito tempo perdido e se pensarmos em documentos em papéis nos damos conta que esse desperdício vai muito além. O brasileiro gasta em média duas horas por dia para encontrar papéis importantes e o total de um mês de trabalho por ano é desperdiçado com gestores buscando informações por conta da desorganização de arquivos. O uso de documentos digitais é uma ferramenta simples, que pode descomplicar tudo isso e eliminar a parte burocrática de fechar um acordo, levar o documento ao signatário, retornar e ir até o cartório para autenticação. Isso sem contar na eliminação do custo com um funcionário para realizar o processo, gastos com o próprio cartório e correr o risco do extravio do documento que muitas vezes conta com informações sigilosas. Há algum tempo o Instituto Millenium divulgou que uma grande rede de lojas de materiais para construção passou a investir em certificados digitais, indo a cartórios somente para concluir compra ou aluguel de imóveis (algo que também está mudando atualmente). Com os seus mais de nove mil contratos assinados por meio eletrônico, a economia anual da empresa chegou a R$ 200 mil, apenas com impressão de papéis e reconhecimento de firmas. O Brasil deu outro passo enorme em busca da digitalização e da desburocratização no ano passado. Em setembro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.063/20, que amplia o uso de assinaturas eletrônicas em documentos públicos e o acesso a serviços digitais. Apesar de toda essa evolução até do governo, ainda vemos empresas que se prendem ao uso de documentos físicos e preferem continuar realizando suas contas em calculadoras comuns, preenchendo notas manualmente e outros processos que já podem ser feitos de forma digital há algum tempo. Está na hora dessas empresas se abrirem para o novo. A pandemia de coronavírus foi um dos impulsos para a digitalização, mas não basta. É necessário apostar em novas ferramentas e abolir regras arcaicas dentro das empresas para que elas possam continuar em evolução e não ficando paradas no tempo.

TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES 30anos anostransportando transportandocom comagilidade agilidadee rapidez e rapidez 34

BRUSQUE/SC (47) 3351-5111

ITAJAÍ/SC (47) 3348-3292

SÃO JOÃO BATISTA/SC (48) 3265-1311

FLORIANÓPOLIS/SC (48) 3258-5330

GUARULHOS/SP (11) 2085-4500

CURITIBA/PR (41) 3348-7000

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Sumário

26. CAPA. Chegada do 5G deve revolucionar a indústria brasileira 6. ENTREVISTA: Conselhos de Cláudia Rocha para você inovar na sua empresa

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20. Galpões lonados atendem às diversas demandas de armazenagem para inúmeros setores da economia de forma ágil, eficiente e sustentável

12. Transportadora Elite Cargas projeta investimentos que superam 5 milhões de reais em Itapoá

22. Grupo Koch avança entre os maiores no setor supermercadista do Brasil

18. Novo terminal de Navegantes traz mais conforto e segurança aos passageiros

24. CNI divulga perfil da indústria nos 26 estados e no Distrito Federal

19. Crise dos insumos ameaça indústria da proteína animal em SC e no Brasil

28. FG detém os maiores prédios do Brasil, com tecnologia e os elevadores mais rápidos do país

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29. Santa Catarina registra alta de 54% no faturamento com as exportações de carne suína em abril 30. Rôgga é a única construtora do Sul entre as Campeãs de Inovação 31. Alesc entra no debate da desestatização de portos catarinenses 32. Porto de Itajaí elabora projeto para manutenção da autoridade portuária pública e municipal


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Entrevista: CLÁUDIA ROCHA

Conselhos de Cláudia Rocha para você inovar na sua empresa A consultora de captação de recursos públicos e privados explica o que é um projeto de inovação, como ele auxilia o crescimento de uma empresa e dá dicas de por onde começar

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mpresas de todos os setores precisam estar atualizadas para não deixar a "peteca cair" e os projetos de inovação são ferramentas que podem ajudar nisso. Normalmente, eles surgem para solucionar um problema ou para oferecer uma oportunidade de crescimento no mercado. A consultora de captação de recursos públicos e privados Claudia Rocha, é especialista no assunto e trouxe algumas dicas para quem deseja criar um projeto de inovação. Ela é professora do curso online Projetos de inovação: do projeto à captação de recursos oferecido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), por meio da plataforma de Educação Executiva. A seguir, os conselhos para inovar na sua empresa que Claudia Rocha forneceu aos leitores:

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Um projeto de inovação nasce de uma necessidade ou oportunidade mapeada, para oferecer uma chance de explorar mercados em rápido crescimento, nos quais a empresa possui baixa ou nenhuma participação até o momento


O que é um projeto de inovação? CLÁUDIA ROCHA - Projetos de inovação são o planejamento e a execução de ideias transformadoras. Eles costumam dar origem a novos produtos, serviços, processos, ferramentas, modelos de comunicação, entre outros recursos que a empresa utiliza para aumentar os resultados positivos. Os projetos de inovação podem ser criados para resolver problemas ou explorar oportunidades. Uma inovação incremental é a forma mais comum dentro das empresas. Nesse tipo de projeto, melhorias são acrescentadas a um produto já existente. Um exemplo são as versões de smartphones criadas pelas empresas Apple e Samsung, onde cada novo aparelho traz diferenças de tela, câmera e hardware. Já um exemplo de inovação disruptiva, ou seja, que rompe os padrões da empresa, é o case da Connekt

que integra o programa Natura Startups. Eles inovaram na forma de recrutar candidatos por meio de um processo digital e com isso o tempo para selecionar colaboradores caiu de 15 para 5 dias. A ferramenta deu fim a triagens, ligações e entrevistas tradicionais e possibilitou um corte de gastos inovador para a empresa. Na sua opinião, por onde uma pessoa/empresa deve começar um projeto de inovação? CLÁUDIA ROCHA - Existem várias ferramentas e metodologias que ajudam nesse processo, vou exemplificar algumas: Mapa de empatia: ouça os seus consumidores, são eles que mais conhecem seus produtos e serviços, busque todas as informações que puder quanto às dores e necessidades dos seus clientes; Design thinking: tem como objetivo desenvolver

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Entrevista: CLÁUDIA ROCHA uma experiência de consumo, que seja altamente desejável pelo consumidor, viável tecnologicamente e rentável para o seu negócio, utilizando a empatia, experimentação e prototipação; Depois de ouvir seus clientes e identificar as oportunidades que a empresa pode inovar, coloque o projeto no papel. Algumas perguntas podem guiá-lo nesse processo. Who (quem): Para quem seu projeto é destinado? What (o quê): Como define seu projeto? O que ele é? O que faz? Why (por quê): Por que ele deve ser desenvolvido? When (quando): Quando ele deve ser implementado? Para suprir qual necessidade? Where (onde): Onde é o melhor local para inserir seu projeto? Whom (para quem?): Para quem você está desenvolvendo esse projeto? How (como): Como ele deve ser inserido? O que se espera alcançar? How much (quanto): Quanto ele irá custar? How Many (quantos): Quantas pessoas/recursos serão necessários? Quando todas as perguntas tiverem respostas, a empresa terá um projeto inovador. Qual a maior dificuldade que podem encontrar durante a criação de um projeto de inovação? CLÁUDIA ROCHA - Como dito nas respostas anteriores, um projeto de inovação nasce de uma necessidade ou oportunidade mapeada, para oferecer uma chance de explorar mercados em rápido crescimento, nos quais a empresa possui baixa ou nenhuma participação até o momento. O maior problema que vejo é um elevado grau de desconhecimento sobre a gestão da inovação. Em sua grande maioria, as organizações não incorporam práticas de gestão da inovação ou veem o tema apenas como aquisição de máquinas e equipamentos para seus processos produtivos, com pouca ou quase nenhuma ênfase à inovação de produtos e serviços. A cultura de inovação também é um dos pontos frágeis, pois é vista frequentemente como o principal obstáculo ao sucesso. Profundamente arraigada, e muitas vezes sutil, ela acaba sendo uma das coisas mais lentas a mudar. Criar uma cultura de inovação requer habilidades de liderança e de pessoas, uma mudança de mentalidade e ações concretas para re10 • Edição MAIO 2021 • Economia&Negócios

Criar uma cultura de inovação requer habilidades de liderança e de pessoas, uma mudança de mentalidade e ações concretas para refletir esses novos valores.

fletir esses novos valores. A solução está na gestão de inovação, pois, por meio dela, é possível gerenciar ideias inovadoras e avaliar o potencial de cada projeto, as adaptações necessárias, os benefícios e qual é o retorno que pode ser obtido. Mas para implementação, é preciso considerar o modelo de negócios, as estratégias da empresa, os processos organizacionais, a governança corporativa e os recursos que podem ser destinados às novas ideias. Quais recursos são necessários para tirar um projeto do papel? As ferramentas disponíveis no mercado são suficientes? CLÁUDIA ROCHA - Inicialmente, é necessário que o empreendedor planeje de forma racional todos os recursos necessários para alavancar e tirar a sua ideia do papel. Estipule os custos indispensáveis como estrutura, material, equipe e riscos eventuais. Pois sabendo quais serão os custos, o empreendedor irá buscar as melhores fontes de fomento para viabilizar o projeto. No nosso país temos, desde fomentos reembolsáveis (linhas de financiamento à inovação), até fomentos não reembolsáveis (editais) e incentivos fiscais à inovação. Alguns exemplos de financiadores são a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), os bancos de desenvolvimento, o Sistema S, a Embrapii, entre outros. Não falta recursos, mas falta bons projetos.

Da Agência CNI de Notícias


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MARÇO 2021 2021 • Economia&Negócios • Economia&Negócios 12 • Edição MAIO


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Transportadora Elite Cargas projeta investimentos que superam 5 milhões de reais em Itapoá

A empresa que nasceu em Itapoá e rapidamente ganhou notoriedade e expandiu geograficamente, volta seus investimentos para a região de Itapoá visando sanar uma deficiência logística na cidade, focada nas atividades do porto de Itapoá e sua crescente movimentação de importação e exportação.

Elite Cargas, após criar filiais em Navegantes e Lages, vê Itapoá como a bola da vez para instalar uma nova unidade logística completa, embora já tenha escritórios operacionais há mais de 10 anos em Itapoá, agora desenvolverá uma estrutura completa de logística.

:: Unidade de Itapoá conta com:  Logística, Armazenagem e Distribuição;  Depot;

 Controle de estoque, conforme necessidade do cliente, que pode ser por Produto, Projeto, Mercado, dentre outros;

 Serviço de coleta, transporte e distribuição coordenada;  Licenças e Certificações;

 Cross docking;  Planejamento prévio da operação em todos os seus detalhes;  Definição do nível de conferência no Recebimento;

 Operações de separação, montagem de kits, embalagem, etiquetagem, etc.;  Transporte próprio para agilidade na fase de coleta;

 Considere ainda nossa localização estratégica que resulta em facilidade de acesso, operadores de cargas em Itapoá terão um forte aliado em suas operações de movimentação de cargas.

 Expedição;

Endereço: Estrada José Alves, nº 3933 - Em frente a ATM. Cidade de Itapoá - Santa Catarina 14 • Edição MAIO 2021 • Economia&Negócios


Conheça a estrutura da Transportadora Elite Cargas  Cross Docking

 Somos referência no frete rodoviário para Exportação e Importação com mais de 150 caminhões inscritos na ANTT.

 Pre Stacking  Ova / Desova  Filial Navegantes

 Atendemos inúmeras Empresas, Indústrias, Armadores, Agenciadores de Carga e Despachantes da região sul e Sudeste.  Atendemos em todo Brasil, possuímos uma estrutura completa e com todas as regulamentações e licenças para operar.

 Armazém 2.400 metros  Pátio 20.000 metros  Depot  Armazenagem  Transbordo  Cross Docking  Pre Stacking

 Polícia Federal, Polícia Civil, Exército, Ibama, Órgãos Ambientais Municipais e Estaduais Vigilância Sanitária

 Ova / Desova  Filial Lages  Armazém 10.000 metros

 Matriz - Itapoá  Pátio 10.000 metros

 Armazém 3.000 metros  Pátio 15 mil metros

 Rampa de unitização de contêiner

 Depot  Armazenagem

 Recebimento de mercadoria

 Transbordo

 Distribuição

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O pinião Opinião Indústria em transformação

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Por: Mario Cezar de Aguiar. Presidente da FIESC

MAIO ABRIL 2021 • Economia&Negócios 16 • Edição MAIO/2021

indústria catarinense tem muitas histórias de superação para contar. Em um pequeno território, que corresponde a 1,1% de toda a superfície brasileira, industriais e trabalhadores construíram o quarto mais importante parque fabril do país, suplantando a distância dos grandes centros consumidores, crônicos problemas de infraestrutura, um persistente arcabouço normativo limitador do desenvolvimento e constantes adversidades, como os desastres naturais que afetaram o estado ou a pandemia que há 15 meses assola o planeta. Há 71 anos, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) faz parte dessa história, sempre com o foco de estabelecer diálogos com o setor público e outros segmentos da sociedade, para construir um ambiente competitivo para a indústria de Santa Catarina. Nesta perspectiva, a FIESC realiza a defesa das reformas estruturais – sendo agora a vez da administrativa e da tributária – e da modernização da infraestrutura, além de atuar pelo incentivo à internacionalização, à inovação e promover programas de saúde e segurança no trabalho e a capacitação de profissionais para o setor. Estamos em permanente estado de alerta, atentos às demandas da indústria e às medidas que podem afetar, positiva ou negativamente o desempenho do setor. Em 2021, a FIESC celebra pela segunda vez consecutiva o seu aniversário em meio à pandemia da Covid-19. A crise sanitária gerou prejuízos e incertezas na sociedade, particularmente na economia. Desde o princípio, a FIESC defendeu a manutenção das atividades econômicas com segurança e realizou inúmeras ações, entre as quais destaca-se o Programa Travessia, iniciativa focada na busca de um porto seguro para o período da pandemia e posterior a ela. A FIESC olha para além da crise sanitária, que traz e ainda trará reflexos por longo período. Mas é preciso transformá-la em apenas mais um dos inúmeros percalços pelos quais a indústria de Santa Catarina já passou e que superou, reinventando-se a cada momento.


A COBRANÇA DE SOBRESTADIA MAIKO ROBERTO MAIER OAB/SC 31.939 Sócio do Silva & Silva Advogados Associados e especialista em contencioso bancário e securitário.

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oucas são as empresas atuantes com o comércio exterior que não enfrentaram ou enfrentam cobranças abusivas envolvendo a sobreestadia de contêineres. Muitas operações se tornam até mesmo economicamente deficitárias por conta dos elevados custos dessa natureza. Inobstante a regulamentação parcial do tema mediante resolução normativa ordenada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários, as controvérsias estão distantes do fim. A ausência de regulamentação de temáticas relevantes e a própria formalidade do ato administrativo – instrumentalizado mediante resolução normativa - põem sob questionamento a eficácia da norma jurídica e geram insegurança jurídica para as empresas que operam no setor. As principais controvérsias se situam no âmbito da natureza jurídica da obrigação, e, consequentemente, da possibilidade de imposição da cobrança de modo unilateral, sob a alegação de submissão aos usos e costumes. Mais recentemente a submissão dos envolvidos a uma resolução normativa, em detrimento do princípio da legalidade e dos demais princípios que regem a relação do contrato civil a que as partes se submetem. Em termos práticos, em muitas ocasiões as transportadoras concedem o free time que lhes aprouver para as citadas operações, e exigem o pagamento das diárias por atraso a partir de critérios absolutamente unilaterais, exigindo da parte adversa os valores que bem entenderem. Em praticamente todas as hipótese impõem o risco da operação para a parte adversa. A celeuma reside na inexistência de prévia pactuação entre as partes, com a definição de critérios essenciais para a formação do contrato, notadamente acerca da distribuição dos custos e dos riscos da operação. Com efeito, apesar da existência de jurisprudência amplamente favorável aos transportadores, existem precedentes recentíssimos considerando os argumentos defendidos pela parte contrária, notadamente em relação ao dever das transportadoras em externalizar as provas para justificar a cobrança, em especial o valor diário, o tempo de demora na restituição dos cofres para embarque e as circunstâncias inerentes ao risco da atividade. De um lado, as empresas transportadoras defendem que tal entendimento prejudica a competitividade no setor, por afetar diretamente o custo final das operações. Por seu turno, as empresas que suportam o custo têm suportado prejuízo elevadíssimos com cobranças dessa natureza, a partir de imposições unilaterais apresentadas por parte das empresas que monopolizam o setor. Por fim é preciso recordar que o sistema jurídico brasileiro possibilita o enfrentamento dessas controvérsias de maneira ampla, com efeitos para todo o setor, ou a discussão individual de cada operação, mediante a reanálise dos balizamentos do ajuste existente entre as partes com vista ao respeito da proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade.

Balneário Camboriú-SC | Itajaí-SC | Florianópolis-SC | Itapema-SC | Sinop-MT | Miami-FL

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O pinião Opinião Crescimento e lucratividade da logística dependem de automação na distribuição

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Por: Gilson Chequeto. Co-fundador e CEO da Lincros, empresa especializada em soluções para gestão logística. Graduado em Ciências da Computação, é membro do Movimento de Transformação Logística, que visa alinhar boas práticas para a eficiência operacional do setor.

MAIO 2021 • Economia&Negócios 18 • Edição MAIO/2021

mpulsionado pelas restrições de abertura de pontos de vendas físicos durante a pandemia, o comércio eletrônico brasileiro bateu recorde de crescimento. As vendas digitais no Brasil em 2020 foram 73,88% maiores do que no ano anterior, segundo o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital. Esse novo panorama econômico também impulsionou o setor de Serviços, em especial as categorias de Transporte, armazenagem e correio, que representam 12,5% do percentual deste segmento. A forte digitalização neste novo cenário deve permanecer no pós-pandemia e desafia muitas empresas na adequação de processos. Mais do que nunca, distribuição e logística ganham destaque, e é necessário implantar processos e tecnologias que garantam a agilidade e confiabilidade na rotina de entregas. Afinal, além do crescimento exponencial da necessidade de entregas a domicílio – o chamado last mile, quando a empresa finaliza a distribuição ao consumidor final, há a necessidade de controle de custos através de uma visibilidade confiável no processo de entregas. Em um país de dimensões continentais, onde apenas 14% da malha viária é pavimentada, segundo a Confederação Nacional dos Transportes, soma-se ainda o aumento do preço de insumos – somente o diesel teve aumento de 17% no preço do litro entre maio e novembro de 2020 – e temos uma conta desafiadora para a logística. É neste contexto que a roteirização se faz presente e torna-se não só um atrativo, mas um processo fundamental para as empresas. Organizar as rotas através da digitalização, levando em consideração mapas atualizados das vias de circulação, o volume e tipo de produtos a serem entregues, prazos e restrições dos pedidos é o único caminho para a lucratividade da área de distribuição. A roteirização é um dos fatores cruciais para o sucesso da logística 4.o porque permite ao gestor ter controle sobre a organização do processo de entregas. Um mapeamento otimizado evita, por exemplo, que a frota realize rotas sobrepostas, que resultam em custos desnecessários para a logística. Também otimiza o trabalho do motorista, que pode realizar mais entregas próximas dentro do seu horário de expediente, deslocando-se com inteligência e planejamento. Há ainda o quesito segurança, que precisa ser observado com atenção pelas empresas: em 2020 foram registrados mais de 14 mil roubos de cargas. A roteirização automatizada proporciona a possibilidade de personalização de determinados fatores que contribuem para a segurança das equipes. Há, por exemplo, a possibilidade de configuração para se evitar a passagem em um determinado raio durante certos horários e desconsiderar rotas em vias não seguras. Tudo isso através de um mapeamento que une inteligência de dados, reduzindo o tempo de trabalho operacional da equipe no back office, que pode se dedicar aos cuidados com o maior ativo que uma empresa pode ter: o cliente. E consumidor que recebe seu pedido em dia e nas condições previstas tende a retomar a compra com a marca que garantiu um bom serviço. Roteirizar é, portanto, uma prática alinhada à logística 4.0 que tornou-se estratégica para o sucesso dos negócios e o crescimento das oportunidades de entregas.


BRF realiza primeira entrega com drone Empresa utilizou a tecnologia para entrega de material genético a produtor integrado

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iariamente temos visto diferentes notícias de empresas que têm visto nos drones uma maneira rápida, eficaz e não-poluente de fazer com que materiais, encomendas, objetos, entre outros cheguem aos seus destinos.Dessa vez, foi a BRF que realizou a primeira entrega utilizando a tecnologia. O teste foi feito m Toleto, no Paraná, onde o drone levou doses de sêmen suíno para inseminação à um produtor integrado.A iniciativa verificou tempo, praticidade e segurança do transporte. Com rota predefinida, a aeronave decola de forma automatizada e usa softwares de navegação, câmeras e sensores para voar até o destino, onde a carga, refrigerada, é desacoplada e deixada na área de entrega. A seguir, retorna ao ponto de origem. Movido por um conjunto de baterias carregáveis por energia elétrica, o drone contribui para a redução de emissão de carbono na atmosfera, facilita a chegada às granjas, muitas delas em localidades de geografia acidentada, diminui tempo e traz ganhos ambientais. O projeto também tem como objetivos a segurança sanitária e a biosseguridade. “Testamos a movimentação de

cargas para estudar a viabilidade desse modelo de transporte para a cadeia agropecuária, para que no futuro possam ser realizados voos mais longos, cobrindo áreas maiores, e para aterrissarmos tecnologias que sejam realmente funcionais no campo”, afirma o diretor de Agropecuária da BRF, Guilherme Brandt. Digital Agro 4.0A ação faz parte do projeto Digital Agro 4.0, pela qual a BRF conecta o campo ao digital, e está alinhado com o Plano Visão 2030 da Companhia, de consolidar sua liderança como uma empresa global de alimentos com tecnologia e inovação.“Foi como ver o futuro chegando”, conta o produtor Ademir Geremias, integrado da BRF há 33 anos e proprietário da granja onde o teste foi feito.Os drones são projetados para voar com segurança durante o dia, à noite e sob chuva leve. “A aeronave monitora automaticamente seus sistemas para garantir que é seguro voar e está programada para evitar a decolagem ou para tomar ações de contingência automaticamente se um problema for detectado”, explica Samuel Salomão, fundador e chefe de produto da Speedbird Aero, empresa parceira no projeto.

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Novo terminal de Navegantes traz mais conforto e segurança aos passageiros Modernização quase triplicou a área total do aeroporto; sala de embarque ficou cinco vezes maior

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Aeroporto Internacional de Navegantes Ministro Victor Konder, em Santa Catarina, está repaginado. Por meio da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o Ministério da Infraestrutura (MInfra) entregou a reforma, ampliação e modernização do terminal de passageiros e a nova torre de controle. Os trabalhos tiveram início em junho de 2019. Após receber investimento de R$ 61,7 milhões, do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), o novo terminal quase triplicou de tamanho, chegando a 13,6 mil metros quadrados, e a nova sala de embarque ficou cinco vezes maior, com área total de 2,8 mil metros quadrados. As melhorias incluem ainda uma nova sala de embarque internacional, climatização de todo o terminal, instalação de novas esteiras de restituição de bagagens, elevadores e escadas rolantes, além de mais seis sanitários e da ampliação da área de check-in. "Essa é mais uma obra entregue pelo Governo Federal que irá melhorar consideravelmente a prestação do serviço para os passageiros que trafegam pelo aeroporto. Essa entrega importante dará mais conforto e segurança para todos os usuários do terminal do litoral catarinense", afirmou o secretário-executivo do MInfra, Marcelo Sampaio. Em 2018, houve 22.897 pousos e decolagens no aeroporto, movimentando 1.908.976 passageiros. No ano seguinte, os números foram, respectivamente, 22.787 e 1.929.043. "Os trabalhos fazem parte de um conjunto de medidas da Infraero para aprimorar e modernizar o terminal de passageiros e, assim, garantir mais conforto e segurança a usuários

MODERNIZAÇÃO EM CURSO

A modernização permitiu ampliar as áreas comerciais, bem como o espaço dos órgãos públicos e a infraestrutura básica do aeroporto, como sistemas de energia elétrica e abastecimento de água. As melhorias fazem parte de uma série de fases da ampliação e modernização do aeroporto, que já recebeu novas instalações da Seção Contra Incêndio (SCI), Central de Resíduos Sólidos (CRS), Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), guarita de segurança e prédio administrativo da Infraero.

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e passageiros. Estamos entregando um terminal condizente com a importância e a relevância desta região", disse o presidente da Infraero, Brigadeiro Paes de Barros. Além do secretário-executivo do MInfra e do presidente da Infraero, também participaram da cerimônia de inauguração a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, e o prefeito de Navegantes, Libardoni Fronza.

Nova Torre de Controle

A nova torre de controle conta com equipamentos modernos de navegação aérea, promovendo melhorias operacionais e de segurança. O prédio possibilita uma melhor cobertura visual das áreas operacionais, além do aprimoramento do controle do espaço aéreo na região. Agora a torre possui 32,6 metros de altura, sendo 26,6 metros da base à parte superior da laje e mais seis metros de antena. A edificação, que mais que dobrou de tamanho, agora inclui espaço para o setor de meteorologia, sala técnica e áreas administrativas de gestão e apoio. Os ambientes são mais amplos, com dois elevadores e auditório, e atende a todos os requisitos de acessibilidade. Com a demolição da antiga torre, a área liberada foi incorporada na ampliação e modernização do terminal de passageiros. 


Crise dos insumos ameaça indústria da proteína animal em SC e no Brasil Entidades alertam que preço da carne subirá para o consumidor brasileiro. Uma das maiores cadeias produtivas do País está sob ameaça

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indústria da proteína animal vive uma crise sem precedentes em razão do super encarecimento dos preços dos grãos (milho e soja) – insumos que representam 70% dos custos do setor – situação que ameaça uma gigantesca cadeia produtiva que somente em território barriga-verde sustenta 60 mil empregos diretos e 480 mil empregos indiretos. O alerta está sendo feito por todas as entidades de representação do setor. Em documento distribuído a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), a Associação e o Sindicato da Indústria de Carne e Derivados no Estado de SC (AINCADESC e o SINDICARNE) fazem uma dramática exposição sobre a preocupante situação provocada pela escassez de grãos e seu insuportável encarecimento. Os dirigentes Irani Pamplona Peters (AINCADESC), José Antônio Ribas Junior (SINDICARNE) e Ricardo Castellar de Faria (ACAV) deixam claro que os impactos deste quadro alcançarão inevitavel-

mente o mercado consumidor, em um momento crítico para o país, com a perda de renda das famílias, em função da pandemia de covid-19. São impactos diretos na segurança alimentar do País e na necessidade básica nutricional dos brasileiros. Em 12 meses, conforme o monitoramento feito pelo Índice de Custos de Produção (ICP) da EMBRAPA Suínos e Aves mais recente (abril 2021), produzir frango está 39,79% mais caro em relação a abril de 2020 – já em um momento de forte alta de custos. O mesmo ocorre com o setor de suínos, com alta de 44,5%. O ICP é um índice médio – o preço do milho atualmente é o dobro em relação ao ano anterior, que já acumulava altas em relação a 2019. Outros custos impactam o setor: aumento do diesel (+ - 30%), embalagem de papelão (+60%), embalagens rígidas e flexíveis (+ 80%), entre outros. Altas dos custos de produção já alcançaram as gôndolas, com impactos ao consumidor, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE. No caso da carne de frango, a alta é de 15%. De suínos, supera 20%. São elevações que, entretanto, estão muito aquém dos índices oficiais dos custos de produção –, segundo o ICP EMBRAPA, produzir frango está 39,79% mais caro em relação a abril de 2020. O mesmo ocorre com o setor de suínos, com alta de 44,5%. 

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Galpões lonados atendem às diversas demandas de armazenagem para inúmeros setores da economia de forma ágil, eficiente e sustentável A produção de grãos no Brasil e o déficit na armazenagem

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Dados da Conab mostram, atualmente, um déficit de armazenagem de 122 milhões de toneladas de grãos, considerando a relação entre o tamanho da produção e a capacidade estática dos armazéns. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda que a capacidade estática de armazenamento de um país deve ser 1,2 vezes maior que a sua produção anual. A solução para este problema é a construção de mais locais de armazenamento de produtos. Porém, sabe-se que isto demanda tempo e altos investimentos. Os galpões lonados aparecem como alternativa temporária ou permanente para sanar a deficiência de armazenagem, atendendo a adaptabilidade dos setores que vêm sofrendo com a falta de área para armazenamento, garantindo a qualidade dos produtos estocados. A Reconlog, uma das principais fornecedoras de estrutura metálica revestida em lona, ofereceu o RL360 como solução rápida para o porto de São Sebastião, onde foram montados 27.000 m² de galpão em tempo recorde, garantindo a eficiência na logística e armazenamento dos diversos produtos no porto. A empresa atua há mais de dez anos com a locação de galpões para operações logísticas e armazenagem. O investimento em tecnologia avançada permitiu à Reconlog revolucionar este mercado com projetos padrão e personalizados, atendendo as necessidades de cada setor com agilidade e qualidade superior.


Economia&Negócios • Edição MAIO/2021 • 23


Grupo Koch avança entre os maiores no setor supermercadista do Brasil Após um ano de franco crescimento e abertura de novas lojas, o Grupo Koch avançou tanto no ranking catarinense, quanto no brasileiro. Dados foram divulgados pela Abras.

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o último ano, o Grupo Koch, responsável pelas bandeiras SuperKoch, Komprão Koch Atacadista, Koch Express e FarmaKoch cresceu 53 % em relação ao ano anterior. Este forte plano de expansão, que segue em 2021, ajudou o grupo catarinense a avançar no ranking dos 20 maiores do setor supermercadista no Brasil, saltando da 20ª para a 16ª posição, e, pela primeira vez, lidera o ranking em Santa Catarina. O ranking é baseado em dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O Grupo Koch é administrado por cinco irmãos e possui 35 lojas, de atacado e varejo, distribuídas na região do Vale do Itajaí, Região Norte e Grande Florianópolis, e conta com mais de 5 mil colaboradores. No último ano, registrou um faturamento bruto de R$ 3,2 bilhões . “O Grupo Koch tem como premissa, desafiar-se de forma constante. Temos metas ambiciosas e trabalhamos juntos, unidos com os colaboradores, para alcançarmos os objetivos propostos e galgar mais alguns degraus. Nós só temos a agradecer aos clientes, fornecedores e aos mais de 5 mil colaboradores que estão conosco. O ranking Abras é apenas um reflexo do trabalho que realizamos nas lojas e da porta para dentro”, destaca José Koch. Mesmo diante de um cenário delicado por causa da pandemia ocasionada pelo coronavírus, que causou insegurança sanitária e econômica no mundo todo, o presidente José Koch sempre destacou a importância de se acreditar na recuperação desse cenário e destaca o papel fundamental do Grupo Koch no dia a dia das pessoas. “Trabalhamos com um serviço essencial, fazemos parte da vida das pessoas, e o nosso papel foi garantir que os clientes se sentissem seguros dentro das nossas lojas, oferecendo todas as condições de segurança sanitária. Internamente, sempre motivamos os colaboradores, pois juntos somos melhores”, enfatiza o presidente. 24 • Edição MAIO 2021 • Economia&Negócios

Presidente José Koch que recebeu a premiação.

Próximos passos com foco na expansão

Para os próximos meses, o Grupo Koch pretende manter seu planejamento de expansão e crescimento por diversas regiões de Santa Catarina. Dentre elas, a abertura de novas lojas do Komprão Koch Atacadista, do SuperKoch e da mais nova marca, as farmácias FarmaKoch. “Procuramos crescer com sabedoria, com passos firmes e seguros. Há muito estudo e trabalho envolvido em cada nova loja. Nossa história de 27 anos com o Grupo Koch tem nos dado bons frutos, resultado de muito trabalho e união”.

Sobre o Grupo Koch

O Grupo Koch está presente em 20 diferentes cidades da Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Região Norte de Santa Catarina, e possui 35 lojas entre atacado e varejo, através das bandeiras Komprão Atacadista e SuperKoch. Com 27 anos de história, recentemente o Grupo Koch entrou para o ranking entre os 16 maiores do setor supermercadista no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). 


Fonte: Brasil 61 Economia&Negócios • Edição MAIO/2021 • 25


CNI divulga perfil da indústria nos 26 estados e no Distrito Federal A indústria representa 20,4% do produto interno bruto do Brasil, 69,2% das exportações brasileiras, 69,2% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento e 33% da arrecadação federal

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Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou as principais características da indústria nos 26 estados e no Distrito Federal, em comemoração ao dia da indústria, 25 de maio. A data simboliza a importância do setor para o desenvolvimento e riqueza para o país, geração de emprego e bem-estar social. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, apesar de todas as oportunidades desperdiçadas pelo país ao longo dos anos, o Brasil continua dispondo de uma boa base industrial. “Temos uma estrutura industrial diversificada, com empresas inovadoras; competência acumulada na área de ciência e tecnologia; e empresários e trabalhadores que sempre foram capazes de realizar grandes

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feitos quando confrontados com ambientes propícios e políticas adequadas”, afirma o Robson Braga de Andrade. Os salários mais altos são pagos pela indústria, R$ 7.556 para profissionais com nível superior, contra uma média nacional de R$ 5.887. Além disso, o setor tem forte poder de gerar crescimento. Para cada R$ 1 produzido pelo setor, são gerados R$ 2,43 adicionais na economia. Esse mesmo R$ 1 aplicado na agricultura rende R$ 1,75 e, no setor de serviços R$ 1,49. A indústria brasileira representa 20,4% de todas as riquezas produzidas no Brasil. Mesmo assim é responsável por 33% do pagamento dos tributos federais, 31,2% da arrecadação previdenciária, 69,2% das exportações brasileiras de bens e serviços e 69,2% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento. O setor industrial desempenha papel estratégico para a dinamização de todo o sistema produtivo nacional. As tecnologias que desenvolve são, em grande medida, responsáveis para que a agricultura

brasileira seja uma das mais competitivas do mundo. O setor também agrega valor à produção agrícola, transformando-a em novos produtos e materiais, incluindo o emprego de biotecnologia e nanotecnologia. O presidente da CNI lembra que a indústria é responsável pelo desenvolvimento de serviços de alto valor agregado, como pesquisa e desenvolvimento, design, logística, marketing, entre vários outros. Tanto uma agricultura competitiva quanto um setor de serviços sofisticado dependem de uma indústria forte e moderna operando no país. “As boas práticas internacionais demonstram que nações bem-sucedidas na promoção da competitividade combinaram, de modo harmônico e coordenado, políticas industriais e macroeconômicas com iniciativas transversais, que se reforçam mutuamente para estimular o crescimento, a inserção internacional, as vantagens competitivas, o desenvolvimento de novas competências e a produção de bens de maior conteúdo tecnológico. O Brasil não pode permanecer alheio a esse movimento”, afirma Robson Braga de Andrade. 

Indústria volta a recuperar estoques em abril Empresas estão com nível de estoque efetivo próximo do planejado, após um longo período de ajuste, que alcançou nível crítico em setembro e outubro de 2020. Emprego industrial registra dez meses sem queda A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que os empresários encerraram abril com nível de estoque efetivo próximo do planejado. Desde o segundo semestre do ano passado, a indústria opera com estoques baixos, muito inferiores ao desejado pelos empresários. Essa situação atingiu nível crítico em setembro e outubro de 2020 e permaneceu até março deste ano. A CNI entrevistou 1.783 empresas, sendo 704 pequeno porte, 634 médio porte e 445 de grande porte. 3 a 12 de maio de 2021. De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, esse desajuste afetou o fornecimento de insumos e matérias-primas, elevou preços e prejudicou a indústria. Ele explica que o índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado estava bem abaixo da linha de 50 pontos desde maio de 2020, mostrando estoques abaixo do planejado. Esse índice varia de 0 a 100, sendo os 50 pontos a linha de corte. “O índice estava se recuperando, mas, em abril, ao alcançar 49,6 pontos, percebemos que esse ajuste, entre a quantidade de estoque efetivo em relação ao planejado, praticamente terminou”, afirma Marcelo Azevedo. A pesquisa mostra ainda que atividade industrial segue acima do mesmo mês em anos anteriores. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 68% em abril de 2021, percentual idêntico ao do mês anterior. Desde agosto de 2020, a UCI

se mantém em um patamar elevado na comparação com os últimos m cinco anos para o mês, isso significa o percentual de abril de 2021 é o maior para o mês desde abril de 2014, quando atingiu 71%. A produção industrial recuou em abril na comparação com março. O índice de evolução da produção ficou em 46 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos que separa alta de queda da produção. E o índice de evolução do número de empregados ficou em 50 pontos em abril, o que mostra estabilidade do emprego na passagem de março para abril de 2021. É o segundo mês consecutivo que o índice se mantém próximo da linha de 50 pontos e o décimo mês consecutivo que o índice não mostra queda no emprego industrial.  Economia&Negócios • Edição MAIO/2021 • 27


Chegada do 5G deve revolucionar a indústria brasileira Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com sua implementação

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nova geração de internet móvel, que promete uma revolução, está prestes a chegar ao Brasil. O 5G tem conexão com velocidade ultrarrápida, trazendo uma evolução nos sistemas da Internet das Coisas (IoT), o que deve facilitar ainda mais a conectividade das máquinas, melhorando as formas de interação e aumentando a velocidade e a segurança na troca de dados. Já adotada em alguns países, a tecnologia é 20 vezes mais rápida do que o 4G. Além de ter um tempo muito menor entre um clique e a resposta, seu alcance também é um fator determinante. Segundo o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, a tecnologia terá impacto extraordinário quando chegar a toda a população. “Vai propiciar evidentemente a produção de novos produtos, de novos processos de produção, favorecendo e muito todos os setores produtivos, todas as cadeias, seja da indústria ou nos serviços”, avaliou. Regiões remotas do País, ribeirinhos e os moradores do campo tendem a ser muito beneficiados com a cobertura da nova tecnologia. Mas é principalmente o setor produtivo (indústria e agronegócio, por exemplo) que está prestes a viver uma revolução. O parlamentar destacou, ainda, a importância de ter logo uma regulamentação que faça o Brasil aproveitar ao máximo as vantagens da tecnologia. “É fundamental que haja uma negociação transparente, que seja pública e que leve em consideração aquilo que é melhor estrategicamente para o País”, frisou Tatto. No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029. Para o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet, a população deve ser muito beneficiada pela nova tecnologia, sobretudo por meio das empresas. “Terá um impacto, creio eu, até muito maior para as empresas. Porque o 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas. É máquina conversando com máquina, é máquina conversando com a infraestrutura”, disse.

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Leilão de frequências

Atualmente, as operadoras conectam, por exemplo, máquinas de cartão, monitoram caminhões e veículos, mas não vão muito além disso. A ideia é que o 5G ofereça ferramentas para conectar outros produtos e a custos mais baixos. Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com sua implementação, bem como a "indústria 4.0", com toda a linha de produção automatizada.

O leilão das frequências é o pontapé inicial para o processo de implementação do 5G no Brasil. As regras do edital (exigências, metas e contrapartidas daqueles que comprarem as faixas) foram aprovadas pela Anatel e ainda passarão pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O prazo regimental para essa análise do TCU é de 150 dias, mas o governo pediu para que o período fosse encurtado para 60 dias. Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a expectativa é de que o leilão ocorra até o meio deste ano. No leilão, serão ofertadas quatro faixas de frequência: 700 MHz; 2,3 GHz; 26 GHz; e 3,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz é a que desperta mais interesse das empresas de telefonia, por exigir menos investimentos para a implantação da tecnologia. A expectativa de arrecadação da Anatel é de R$ 35 bilhões. A maior parte desse valor será destinada para obrigações de investimentos pelas empresas vencedoras, ou seja, não deve ir para o caixa da União.

Rede privada

Uma portaria do Ministério das Comunicações com as diretrizes do leilão para o 5G, que basearam o edital, exigiu a criação de uma rede privada do governo. O objetivo é que ela funcione como um canal seguro para a comunicação estratégica das autoridades. As redes privadas não são concorrentes das públicas; ao contrário, juntam-se ao esforço de dar mais celeridade para o sistema. As configurações desses sistemas podem variar segundo as necessidades específicas de cada setor ou empresa, com níveis próprios de segurança. A indústria também vê necessidade de assegurar uma frequência privada para o segmento, a exemplo do que acontece em países como Alemanha, Estados Unidos e Japão. A preocupação é assegurar que o Brasil tenha as mesmas condições de custos, cobertura e rapidez na implantação de que dispõem os concorrentes no mercado internacional. Economia&Negócios • Edição MAIO/2021 • 29


FG detém os maiores prédios do Brasil, com tecnologia e os elevadores mais rápidos do país Empresa aposta em tecnologias da TK Elevator e Atlas Schindler, líderes no mercado.

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Crédito: FG Empreendimen tos/Divulgação

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ltrapassando os edifícios já erguidos e em construção em Balneário Camboriú (SC), o One Tower será um dos prédios residenciais mais altos da América Latina, com 290 metros de altura. O imponente residencial, que está transformando o skyline da região norte catarinense, conta com a tecnologia da TK Elevator, e contará com cinco elevadores com soluções inovadoras para atender a complexidade do projeto. Além disso, a empresa também assina os projetos do Infinity Coast, considerado atualmente o maior residencial entregue do país, e do Epic Tower, também na avenida Atlântica, com fachada curva em pele de vidro. No One Tower, que será entregue em 2022, dentre os diferenciais, a principal são as corrediças ativas - Active Roller Guide, que reduzem as oscilações dentro da cabine para proporcionar mais conforto ao passageiro. Trata-se da mesma tecnologia empregada no One World Trade Center, em Nova York, que possui 108 andares e 541 metros de altura, e no Infinity Coast, entregue em dezembro de 2019. “Outro destaque dos elevadores do One Tower e Infinity Coast é o TAC32T, quadro de comando desenvolvido para prédios altos com um dispositivo que permite a medição da velocidade do vento, por meio de um anemômetro, para o funcionamento seguro do equipamento. Em situações severas de vento, o sistema reduz a velocidade ou até desliga o elevador”, destaca Ricardo Scheidt, gerente da filial SC da TK Elevator . A velocidade dos elevadores da FG figuram, juntamente com o pioneirismo e solidez, como um dos diferencias no mercado. “Para chegar até a cobertura do One Tower são necessários apenas 50 segundos. Isso é possível devido à velocidade de 5 metros por segundo de três dos cinco elevadores do empreendimento. Os outros dois também possuem alta velocidade e se deslocam a 4,5 metros por segundo”, destaca o presidente da FG Empreendimentos, Jean Graciola. O mesmo acontece no Infinity Coast, onde o tempo para percorrer os 66 andares é de 58,5 segundos e no Epic Tower, onde os elevadores funcionam a uma velocidade de 3,5 metros por segundo. Além de velozes, os elevadores dos empreendimentos da FG reúnem diferenciais tecnológicos que garantem a segurança e o conforto aos usuários. Dentre os itens contemplados, estão tecnologias que melhoram o desempenho dos equipamentos, proporcionando viagens suaves e sem ruídos, garantindo o bem-estar dos passageiros. As inovações não estão apenas na velocidade. No Epic Tower, para contribuir com a eficiência energética dos edifícios, TK Elevator disponibilizou “tecnologias verdes” que reduzem o consumo de energia elétrica. Entre elas a iluminação LED nas cabinas, que reduz em até 75% o consumo de energia em comparação com as lâmpadas comuns, e as máquinas gearless com imãs permanentes que proporcionam uma economia de energia de até 30%. Ainda falando de tecnologia, o edifício conta também com dois boxes de recarga de carros elétricos. No Infinity Coast, geradores e transformadores próprios, bem como filtro purificador de água na entrada da rede municipal asseguram ainda mais as políticas de sustentabilidade. O design das cabinas também são inovadores. Para registrar o andar, no One Tower o passageiro utilizará uma tela touchscreen semelhante à dos smartphones, um recurso tecnológico que facilita a interface com o elevador. No Boreal Tower a tecnologia utilizada é da Atlas Schindler e os elevadores percorrem os 221 metros, ou sejam 60 pavimentos, em 44,2 segundos, seguindo a velocidade de 5 metros por segundo. Atualmente, a FG Empreendimentos é a detentora dos elevadores mais rápidos do país, em empreendimentos residenciais. Em São Paulo, o edifício corporativo Birmann 32 conta com elevadores que percorrem 7 metros por segundo. 


Santa Catarina registra alta de 54% no faturamento com as exportações de carne suína em abril

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aior produtor nacional de carne suína, Santa Catarina mantém crescimento nas exportações e amplia em 54% o faturamento com os embarques em abril. No último mês, o agronegócio catarinense exportou mais de 50 mil toneladas de carne suína, gerando receitas que passam de US$ 123,7 milhões - o segundo maior valor da série histórica iniciada em 1997. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). “O resultado mostra a força do agronegócio catarinense. Santa Catarina, com 1,12% do território brasileiro, é um modelo para todo país. Reforço nosso reconhecimento e apoio para que os produtores rurais tenham ainda mais qualidade de vida e renda e sigam cumprindo sua importante missão de alimentar os catarinenses e o mundo”, disse o governador Carlos Moisés. O desempenho no mês de abril consolida a retomada das exportações catarinenses de carne suína e a presença internacional em importantes mercados consumidores. Foram 50 mil toneladas embarcadas, o quinto melhor resultado já registrado pelo Estado, e 41,7% a mais do que no mesmo período do ano anterior. "Mais uma vez Santa Catarina se destaca no cenário nacional pela excelência do seu agronegócio. Abril foi um mês muito positivo para as exportações de carne suína, o que demonstra a qualidade da produção catarinense e traz um novo fôlego para o setor produtivo, que vem sofrendo com a alta no preço dos insumos. O bom desempenho do agro no mercado internacional impacta diretamente na economia do nosso estado, gerando empregos e renda para os catarinenses", destaca o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva.

Principais mercados

O faturamento também superou as expectativas e foi o segundo maior em 24 anos, ficando atrás apenas do registrado em março deste ano. Segundo o analista da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, o resultado se deve ao crescimento nos embarques para a China, Chile, Hong Kong e Filipinas. As exportações se tornaram a válvula de escape do setor produtivo para enfrentar os altos custos de produção. "Apesar dos bons resultados no mercado externo, o setor segue com preocupações, já que o milho e a soja, principais componentes da ração, não mostram sinais de arrefecimento. De qualquer forma, as exportações seguem sendo importantes para o enxugamento dos estoques internos, evitando desequilíbrios ainda maiores nos preços pagos aos produtores", explica Alexandre Giehl.

As Filipinas foram o grande destaque de abril. Santa Catarina ampliou em 1.271% o faturamento com os embarques para aquele país, que foi o quarto maior destino da carne suína produzida no estado no último mês. A China segue como o maior comprador do produto, com 20,1 mil toneladas no último mês - 55,7% a mais do que no mesmo período de 2020. O Chile, segundo no ranking de exportações, também ampliou as importações em 130,6%.

Diferenciais da produção catarinense

Santa Catarina possui um status sanitário diferenciado, que abre as portas para os mercados mais exigentes do mundo. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em parceria com a iniciativa privada e os produtores, mantém um rígido controle das fronteiras e do rebanho catarinense. O Estado é o único do país reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que demonstra um cuidado extremo com a sanidade animal e é algo extremamente valorizado pelos importadores de carne. Além disso, Santa Catarina, junto com o Rio Grande do Sul, é zona livre de peste suína clássica. 

Economia&Negócios • Edição MAIO/2021 • 31


Rôgga é a única construtora do Sul entre as Campeãs de Inovação Pelo 6º ano consecutivo, construtora catarinense aparece no ranking de empresas mais inovadoras da região Sul, sendo exclusiva na categoria Construção Civil

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Rôgga Empreendimentos continua pelo 6º ano consecutivo entre as empresas mais inovadoras do Sul do país e a única na categoria Construção Civil, segundo a 17ª edição da pesquisa Campeãs da Inovação. No topo do ranking estão companhias como Whirlpool, seguida pela Dell e a Prati-Donaduzzi. A inovação está presente nos valores e no propósito da Rôgga, que vem aprimorando constantemente seus processos e buscando novas soluções para criar um futuro mais sustentável para a indústria da construção civil. Segundo o presidente da empresa, Vilson Buss, essa premiação mostra que a construtora está no caminho certo e que a inovação sempre estará no DNA da Rôgga. Para desenvolver empreendimentos com soluções de sustentabilidade, gerando mais qualidade, eficiência ambiental e competitividade, a construtora utiliza o sistema RES - Rôgga Edifícios Sustentáveis. Desenvolvida em 2015, a solução reduz, por exemplo, em até 80% os resíduos gerados na fase de execução das obras, incrementando a produtividade e

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garantindo o controle de qualidade elevado no processo fabril, entre outras vantagens. De acordo com o diretor técnico, Aníbal Mendes, a Rôgga utiliza grande parte da sua energia em busca de melhores processos construtivos. “Percebemos que esta discussão vem sendo amplificada nos últimos tempos na construção civil e esse movimento que grandes players do mercado vêm fazendo comprovam essa afirmação. Então o que veremos daqui para a frente é cada vez mais processos que permitam deixar a construção civil mais eficiente”, destaca. 


Alesc entra no debate da

desestatização de portos catarinenses

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Assembleia Legislativa vai apoiar os trabalhadores, investidores e as comunidades que temem a desestatização dos portos instalados em Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul. A garantia foi dada durante reunião entre o setor e a Presidência do Parlamento. Até o momento, explicou o presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), só existe especulação e informações desencontradas sobre o assunto. “Mas as reivindicações que nos trouxeram hoje têm apoio total da Presidência. A Comissão Mista que vai analisar o processo estará à disposição”, assegurou o parlamentar. Proposto pelo deputado Volnei Weber (MDB), esse colegiado vai unir representantes das comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público, de Economia, Ciência, Minas e Energia e de Transportes e Desenvolvimento Urbano. A meta é assegurar que a Alesc possa representar o setor e dialogar com o governo do Estado. “Há uma insegurança geral por causa de notícias sobre a privatização dos portos catarinenses. Queremos saber qual é a ideia, qual é a proposta, como isso será conduzido”, afirmou. Prefeito de Imbituba, Rosenvaldo Junior (PSB) citou que desde 2012, quando começou a administração do porto local em forma de parceria público-privada, a unidade “bate recordes anuais” de geração de renda. “A concessão é até 2037 e agora surge insegurança para quem já investiu e para quem tem interesse em investir. Precisamos saber como será isso. O porto de Imbituba tem importância para todo o Sul de Santa Catarina.” Vice-prefeito de São Francisco do Sul, Sérgio Murilo de Carvalho Oliveira (Cidadania) explicou que o porto representa de 70% a 80% da arrecadação da cidade. “Temos uma grande preocupação,

Vicente Schmitt/Agência AL

Marcos Porto

que aconteça o pior. Estamos preocupados com o que possa vir resultar com a desestatização.” Segundo ele, a unidade que fechou 2018 com uma arrecadação de R$ 50 milhões dobrou o valor em 2020. “É superavitário, então não entendemos porque privatizar." Representando o prefeito Volnei Morastoni (MDB), o superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga, também avaliou os resultados financeiros. A superintendência do porto é uma autarquia municipal e superavitária. “Itajaí foi a 12ª cidade do país em arrecadação de impostos federais, ficando à frente de 19 capitais com R$ 16,2 bilhões para o governo federal.” Conforme o dirigente, a operação já é toda privada. “É uma falácia que a privatização vai gerar maior produtividade. A operação portuária já faz isso com os trabalhadores portuários avulsos ou com trabalhadores celetistas.” Para Beto Martins, operador do Porto de Imbituba, a reunião foi importante para mostrar à Alesc que porto não é assunto de fácil compreensão. “As cidades que vivem deles vivem exclusivamente da atividade portuária. O porto para a economia é vital, é o coração da cidade. Tudo que mexe com porto impacta toda a sociedade. O que todos querem no momento é que se possa conhecer melhor, com transparência, esse processo de desestatização. Hoje, na verdade, a atividade portuária já é privada. Quem investe é do setor privado. A autoridade portuária é que é pública. Mudar isso dá insegurança jurídica.” 

Dirigentes dos Portos e autoridades de Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul prestigiaram a reunião Economia&Negócios • Edição MAIO/2021 • 33


PORTOS E TERMINAIS

Porto de Itajaí elabora projeto para manutenção da autoridade portuária pública e municipal Marcos Porto

Plano de ação tem como objetivo garantir aditivo ao convênio de delegação atual por mais 25 anos

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om a proximidade do término do convênio de delegação do Porto de Itajaí ao Município, as discussões sobre o futuro do porto e da autoridade portuária estão intensificas. Para manter a gestão municipal, o Porto de Itajaí elaborou o plano de ação “Itajaí – A Cidade do Porto 2048”. O projeto tem como objetivo principal garantir o primeiro termo do aditivo ao convênio de delegação atual por mais 25 anos, para que a municipalização vigore até 2048. O convênio atual estará vigente até 1º de janeiro de 2023. Em 2020, o Governo Federal incluiu os estudos para desestatização do Porto Organizado de Itajaí entre os projetos prioritários do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). O processo está sendo conduzido pelo Ministério da Infraestrutura através da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e a previsão é que o leilão aconteça em meados de 2022. Com os estudos para a criação do edital em andamento, as características do contrato ainda estão sendo definidas. A expectativa da comunidade portuária de Itajaí é que toda a área do porto e a operação sejam privatizadas, mas a autoridade portuária permaneça pública e municipal. “Em 2019, quando o Governo Federal já sinalizava a intenção de iniciar os estudos de privatização do porto, a superintendência e a Prefeitura de Itajaí, representadas por mim e pelo prefeito Volnei Morastoni, se manifestaram a favor do início desses estudos, desde que a autoridade portuária fosse mantida com o município”, explica o superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.

Itajaí: A Cidade Porto 2048

Paralelo aos estudos desenvolvidos pela EPL, a Superintendên34 • Edição MAIO 2021 • Economia&Negócios

cia do Porto de Itajaí elaborou o projeto “Itajaí: A Cidade Porto 2048”. O objetivo desse plano é a manutenção da autoridade portuária pública e municipal, através da prorrogação do Convênio de Delegação 08/1997, que concedeu ao município o direito de administrar o porto. “O convênio de delegação já prevê essa possibilidade de prorrogação do contrato para mais 25 anos. Pensando nisso estamos buscando apoio da sociedade e do poder legislativo para, junto ao Governo Federal, solicitarmos a prorrogação até 2048. Nós já encaminhamos à Presidência da República um ofício com esse pedido que, eu ressalto, não é só da superintendência ou da prefeitura, é da sociedade como um todo”, enfatiza Fábio da Veiga. Para o superintendente, Itajaí cumpriu o previsto no contrato. No período do convênio com o Município, o porto cresceu 217% e atualmente a cidade está entre as 12 cidades do Brasil em maior arrecadação de impostos federais. Por isso, renovar a delegação é a melhor proposta atualmente. Essa opção também daria maior tranquilidade para o desenvolvimento do restante do processo de privatização, mais focado nas operações. “Itajaí tem uma ligação profunda com o porto. Ele está inserido no coração da nossa cidade e nesse período de municipalização cuidamos muito bem dele. O porto cresceu e se desenvolveu e Itajaí cresceu com ele. Por isso, desde o início desse processo temos afirmado que precisamos manter a autoridade portuária pública e municipal. Com a prorrogação do convênio de delegação teremos a garantia de mais uma etapa de crescimento e desenvolvimento para o porto e para nosso povo”, reforça o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni. 


PORTOS E TERMINAIS

Movimentação de cargas em toneladas no Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes registra aumento de 13% em abril Os números ultrapassam a movimentação registrada em 2020, evidenciando a probabilidade de um maior índice de atracações

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Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes registrou um crescimento equivalente a 13% na movimentação de contêineres, em comparativo ao mês de abril de 2020. O relatório de estatísticas é elaborado mensalmente através da Superintendência do Porto de Itajaí. Em abril deste ano, foi registrada a movimentação de 118.908 TEU’s (unidade de medida correspondente a um container de 20 pés) e 1.384.294 toneladas, os números superaram a movimentação registrada no mesmo período do ano passado, totalizando 115.321 TEU’s e 1.230.174 toneladas. Os registros evidenciados no complexo confirmam 84 atracações, em divergência aos números constatados no mesmo período do ano anterior, referentes a 87 embarcações. A movimentação de cargas em toneladas na APMT Itajaí durante o mês de abril resultou em 508.323, agregando em 34 atracações e 43.677 em quantidade de TEU’s, os números representam um aumento significativo em comparação ao ano de 2020, onde foram notabilizadas 455.176 em movimentação de toneladas, 38 embarcações e 41.804 direcionados a quantidade de TEU’s. Em termos de totalidade do complexo, houve um crescimento em TEU’s e em toneladas dentre os meses de janeiro a abril de 2021, como destaca Heder Cassiano Moritz, Diretor de Operações Logísticas da Superintendência do Porto de Itajaí: “Um detalhe importante que eu destaco sempre, é a movimentação de contêineres cheios, pois essa movimentação é muito interessante, devido à carga movimentada. Este ano nós já movimentamos 406.794 TEU’s contra 313.040 no ano anterior, ou seja, obtivemos um crescimento de 30% em relação ao ano passado. Isto significa dizer exatamente que a movimentação de cargas, cresceu bastante. Especificamente na APMT (empresa arrendatária do porto de Itajaí), tivemos neste mês de abril 34 escalas de navios full contêineres, nossa movimentação acumulada do ano está em 128 escalas contra 143 no ano passado, indicando uma queda de 1%. Na movimentação de contêineres referente ao mês de abril, nós registramos 43.677 contra 508.523 toneladas, provavelmente devemos anular e assim equilibrar esta queda nos próximos dois meses devido à movimentação, declara Heder”. O Terminal PORTONAVE (Porto de Navegantes), registrou no mês de abril a mobilidade de 44 escalas, ressaltando a movimentação concentrada do ano para 202 escalas, e, expondo um crescimento designado a 17% em relação ao mesmo período de 2020, que atingiu a marca de 173 navios atracados. A totalidade de cargas no terminal durante o mês de abril registrou a movimentação de 857.131. Foram registradas 44 escalas, progredindo a movimentação concentrada do ano para 202 escalas. O acumulado do ano está em 356.89 TEU’S com 3.885.516 toneladas, resultando em 40% de crescimento em

cargas e TEU’s em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são representados através das condições às operações portuárias e logísticas na APM Terminals (empresa operadora e arrendatária do porto de Itajaí), isto reverte emprego e renda em Santa Catarina e em toda região Sul do país, diz o superintendente do Porto de Itajaí Fábio da Veiga. “Nos últimos meses o porto de Itajaí vem demonstrando estabilidade no crescimento, isto indica um aumento consolidado e não vem sendo algo esporádico. afirma Fábio. “Com o passar dos últimos anos, o porto de Itajaí vem sendo mensalmente motivo de conquistas. Com base no sucesso das operações e demais movimentações, trata-se de um resultado do esforço de muitos setores, desde a Superintendência, do arrendatário APM Terminals, dos Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs), o setor empresarial, os motoristas de caminhões que acessam as instalações do porto, ou seja, todos que se esforçam diariamente para manter o porto num crescente cada vez maior, cujo reflexo também é visível por todo o complexo. Nesse contexto eu quero enaltecer a garra, a ousadia e toda a determinação que se vem fazendo, com uma grande união de forças, para manter o porto em movimento, mesmo em meio a essa pandemia que já faz mais de um ano e que ainda estamos atravessando”, conclui o Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni. 

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PORTOS E TERMINAIS

Portonave fecha 1º trimestre como líder na movimentação de contêineres na Região Sul O resultado coloca Santa Catarina com a maior alta entre 15 locais pesquisados pelo IBGE

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primeiro trimestre de 2021 fechou com um resultado bastante significativo para o Porto de Navegantes. A Portonave se consolidou como líder na movimentação de contêineres no Sul do país, com 32% do mercado – segundo fonte Datamar (contêineres cheios de longo curso). Com 172.518 TEUs movimentados no período, o porto registrou um crescimento de 39,6% se comparado com janeiro a março do ano passado. Só o Terminal Portuário de Navegantes representou 12% do total de contêineres que o Brasil movimentou no primeiro trimestre desse ano, ficando em segundo lugar no ranking do país. O resultado da Companhia vai ao encontro da recuperação do mercado catarinense. Apesar de ter encolhido em relação a fevereiro, a produção industrial do Estado fechou março com um acréscimo de 36,5% no comparativo com o mesmo mês em 2020. O resultado coloca Santa Catarina com a maior alta entre 15 locais pesquisados pelo IBGE, com dados divulgados em maio. Um dos destaques é a exportação de madeira, com cres-

cimento de 31,5%. A Portonave é líder no país em movimentação de madeira para exportação. O Terminal possui três linhas para a América do Norte (grandes importadores da madeira brasileira), das quais fazem parte 24 embarcações. O câmbio elevado também tem fomentado as exportações brasileiras. A Ásia, especialmente a China, representaram 52% das exportações de cargas refrigeradas e congeladas no primeiro trimestre de 2021. Destaque para proteína animal, principalmente as aves e os suínos. Historicamente, a China é o país que mais compra do Brasil: em 2020, o país recebeu 35,21% do total comercializado pelo Brasil no mercado internacional. Em 2019, respondeu por 27,76% do total exportado e em 2018, por 27,48%. Nas importações o continente asiático também dominou: 58% das importações que chegaram ao país pela Portonave em 2021 tiveram como origem a Ásia. O Porto de Navegantes possui três linhas, ao todo são 37 navios, para o continente. 


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