Foto: Arquivo Púbico de Itajaí/Centro de Documentação e Memória Histórica
História
AS MUITAS FACES DO PORTO DE ITAJAÍ
O
O mar e o rio moldaram a cidade e seu porto, que serviu de entrada para todo o Vale do Itajaí e há mais de quatro séculos fazem parte da história de uma das regiões mais prósperas do País.
Rio Itajaí-Açu apareceu na história no ano de 1516, com a publicação do Mapa dos Reinel, em Lisboa. Tinha o nome de Rio de las Bueltas. No entanto, ficou conhecido no continente europeu depois de sinalizado em mapa datado de 1550 e publicado na obra de Giovani Ramusio, Raccolta de Navegatione et Viaggi, de 1557. Já Ptolomeo o nominou como Rio delas Avueltas, em 1557. Além destas, outras denominações surgiram no decorrer dos séculos XVI e XVII, em documentos que eram utilizados para orientar a navegação e revelar o Novo Mundo à Europa. O nome Rio Itajaí-Açu passou a constar na cartografia no final do século XVII, quando os mapas exerciam fascínio sobre os viajantes. No entanto, foi por volta de 1800 que a
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foz do Rio Itajaí passou a ser vista como ancoradouro natural. Em sua margem já existia a carpintaria de ribeira e no final do século XVIII os produtores já o usavam como porto natural para escoar sua produção, que era negociada ali mesmo, na margem do Rio Itajaí-Mirim. Mas foi com o aparecimento das barcaças holandesas smak na costa brasileira no começo do século XIX – aqui chamadas de sumacas – que o porto de Itajaí ganhou projeção. As informações acerca das condições de operacionalização das embarcações – a vela e com dois mastros –, aliadas à segurança e a existência de madeira nobre na região, espalharam-se como um rastilho. Isso atraiu empreendedores para a região. Os construtores locais começaram a produzir as smak, que trouxeram para
Itajaí os bons ventos para quem quisesse navegar. As barcaças transportavam a produção local para o Rio de Janeiro, inclusive madeira, utilizada nas obras do Museu Real. Mesmo que de forma precária, tinha início a navegação de cabotagem, que mudou o cenário local. Com o crescimento da atividade marítima surgiram novos trapiches, na Vila, instalada na foz do Itajaí-Açu. Eram instalações de madeira montadas por comerciantes, que embarcavam suas cargas com destino, principalmente, ao Rio de Janeiro. No entanto, o porto natural, na desembocadura do rio Itajaí-Mirim, não perdeu importância. Pelo contrário. Era referência na circulação fluvial. Também era ali que desembarcavam os imigrantes que se instalaram no interior de Santa Catarina.