Livro Porto de Itajaí - Gestão Municipalizada

Page 38

Foto: Arquivo Púbico de Itajaí/Centro de Documentação e Memória Histórica

História

AS MUITAS FACES DO PORTO DE ITAJAÍ

O

O mar e o rio moldaram a cidade e seu porto, que serviu de entrada para todo o Vale do Itajaí e há mais de quatro séculos fazem parte da história de uma das regiões mais prósperas do País.

Rio Itajaí-Açu apareceu na história no ano de 1516, com a publicação do Mapa dos Reinel, em Lisboa. Tinha o nome de Rio de las Bueltas. No entanto, ficou conhecido no continente europeu depois de sinalizado em mapa datado de 1550 e publicado na obra de Giovani Ramusio, Raccolta de Navegatione et Viaggi, de 1557. Já Ptolomeo o nominou como Rio delas Avueltas, em 1557. Além destas, outras denominações surgiram no decorrer dos séculos XVI e XVII, em documentos que eram utilizados para orientar a navegação e revelar o Novo Mundo à Europa. O nome Rio Itajaí-Açu passou a constar na cartografia no final do século XVII, quando os mapas exerciam fascínio sobre os viajantes. No entanto, foi por volta de 1800 que a

36

foz do Rio Itajaí passou a ser vista como ancoradouro natural. Em sua margem já existia a carpintaria de ribeira e no final do século XVIII os produtores já o usavam como porto natural para escoar sua produção, que era negociada ali mesmo, na margem do Rio Itajaí-Mirim. Mas foi com o aparecimento das barcaças holandesas smak na costa brasileira no começo do século XIX – aqui chamadas de sumacas – que o porto de Itajaí ganhou projeção. As informações acerca das condições de operacionalização das embarcações – a vela e com dois mastros –, aliadas à segurança e a existência de madeira nobre na região, espalharam-se como um rastilho. Isso atraiu empreendedores para a região. Os construtores locais começaram a produzir as smak, que trouxeram para

Itajaí os bons ventos para quem quisesse navegar. As barcaças transportavam a produção local para o Rio de Janeiro, inclusive madeira, utilizada nas obras do Museu Real. Mesmo que de forma precária, tinha início a navegação de cabotagem, que mudou o cenário local. Com o crescimento da atividade marítima surgiram novos trapiches, na Vila, instalada na foz do Itajaí-Açu. Eram instalações de madeira montadas por comerciantes, que embarcavam suas cargas com destino, principalmente, ao Rio de Janeiro. No entanto, o porto natural, na desembocadura do rio Itajaí-Mirim, não perdeu importância. Pelo contrário. Era referência na circulação fluvial. Também era ali que desembarcavam os imigrantes que se instalaram no interior de Santa Catarina.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.