Economia Negócios REVISTAPORTUÁRIA
Edição JUNHO/2022 / Ano XXIIII
R$ 80,00
Alfa Bile Santana
Porto de Itajaí, 27 anos de municipalização
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a tripla Economia&Negócios • Edição JUNHO/2022 • 3
EDITORIAL Itajaí, aos 162 anos, uma grande cidade!
ISSN - 1981 - 6170
ANO 24 EDIÇÃO JUNHO/2022 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600 Direção: Carlos Bittencourt carlos@bteditora.com.br | 47 9 8405.8777 Presidente do Conselho Editorial: Antonio Ayres dos Santos Júnior Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC) solange@bteditora.com.br Capa: Foto: Alfa Bile Santana Contato Comercial: Rosane Piardi - 47 9 9914-3901 comercial@revistaportuaria.com.br rosane@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 960,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria
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uando nasceu, ao lado do mar, Itajaí já estava predestinada a ser uma grande cidade. Logo no início foi porta de entrada e saída de mercadorias, para os povoados que surgiam em seu entorno, com seus trapiches de madeira ao longo do rio Itajaí-Açu. Mas ser uma grande cidade não depende apenas da condição geográfica. Depende, muito mais do trabalho de sua gente. E Itajaí teve, ao longo de sua história, ilustres itajaienses, nascidos aqui ou de coração, que trabalharam duro para fazer do município um dos mais pujantes do Estado. Hoje, passados 162 anos, Itajaí tem uma importância para o Estado e para o Brasil que muitas pessoas nem imaginam. Temos aqui, economicamente, turisticamente e geograficamente, o que muitas cidades gostariam de ter. Somos a cidade portuária que através do seu complexo de terminais, é a segunda em movimentação de contêineres do Brasil e por muitos anos a primeira em movimentação de congelados. O Porto de Itajaí está há 27 anos nas mãos da administração municipal, que mostrou, através de vários governos, que sabe cuidar do que é nosso. Nesse período foram batidos vários recordes de movimentação e eficiência. Somos a mais importante cidade do Brasil em construção naval. Das 10 embarcações de luxo construídas no país, 7 são feitas em Itajaí, nos estaleiros nacionais e internacionais que escolheram nosso município para construir iates que são vendidos no mercado nacional e exportado para vários países. E não para por aí: em breve inicia a construção de Fragatas para a Marinha do Brasil, o que elevará Itajaí ao patamar internacional de construção de embarcações com alta tecnologia de navios de combate. Somos o mais importante polo pesqueiro do sul do Brasil. Itajaí tem a maior frota pesqueira e indústrias de processamento de pescado, que contribuem muito com a nossa economia. E se não bastasse isso, o setor de serviços, principalmente por causa da nossa localização geográfica, é destaque na economia de Santa Catarina. O setor logístico é destaque e emprega milhares de pessoas. Aliás, falando em emprego, Itajaí está entre as cinco cidades de Santa Catarina com maior número de carteiras assinadas (emprego formal), como também é destaque no índice de geração de empregos a cada mês. A construção civil deu um salto nos últimos anos, colocando Itajaí entre as cidades com o metro quadrado mais caros do Brasil. Isso significa investimento em imóveis de alto padrão e moradores com alto poder aquisitivo para adquirir. E não poderíamos falar disso tudo sem citar o turismo náutico. Não só a nossa Marina, que é reconhecida mundialmente, mas também os eventos internacionais que recebemos. O mais famoso deles, a The Ocean Race, que aporta pela quarta vez no município. Um evento que atrai mais de 400 mil pessoas ao Centroeventos, onde é realizada e leva o nome de Itajaí aos quatro cantos do mundo. Itajaí é assim. Economia sempre em expansão e qualidade de vida que caminham juntas, fazendo do município um dos mais procurados para investimentos do Brasil.
Sumário Alfa Bile Santana
11. CAPA. Porto de Itajaí completou 27 anos de municipalização em junho 6. ENTREVISTA: Gilberto Peralta recomenda maior velocidade e esforço conjunto na qualificação profissional em meio a revoluções tecnológicas 8. Itajaí completa 162 anos como referência nos indicadores econômicos e sociais em Santa Catarina 14. Indústria catarinense é a terceira que mais gerou vagas formais de emprego no país em 2022 15. Veja as 10 cidades que mais geraram empregos em Santa Catarina 16. Demanda por profissionais com nível superior deve crescer 8,7% até 2025
18. Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025 20. Melhor desempenho para 1º quadrimestre da última década 24. Cresce o estoque de empregos na Foz do Rio Itajaí 30. Obras de expansão do Porto Itapoá seguem cronograma planejado 34. Porto de Imbituba é destaque nacional em índice de eficiência na operação de contêiner Economia&Negócios • Edição JUNHO/2022 • 5
Entrevista: GILBERTO PERALTA
É preciso andar mais rápido! Presidente da Airbus Brasil e liderança da MEI, Gilberto Peralta recomenda maior velocidade e esforço conjunto na qualificação profissional em meio a revoluções tecnológicas As mudanças provocadas pelas novas tecnologias exigem que a qualificação dos trabalhadores seja constantemente aperfeiçoada, diz Gilberto Peralta, presidente da Airbus Brasil e líder do do Grupo de Trabalho Educação Profissional e Tecnológica (GT-EPT) da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). “Sempre foi [uma necessidade] permanente, mas nunca percebemos isso porque as modificações ocorriam com uma velocidade menor. Hoje, a rapidez é muito maior. O técnico em informática de 15 anos atrás vai ter que ser requalificado para cuidar de inteligência artificial”, comenta.
Como você avalia a necessidade de o Brasil qualificar 9,6 milhões de trabalhadores até 2025? GILBERTO PERALTA - Acho que temos pela frente um desafio, mas também temos a oportunidade de mostrar que podemos vencer essa dificuldade. As novas tecnologias estão introduzindo novas áreas de trabalho e a indústria e o governo têm de cuidar disso juntos. Não é só a indústria diretamente; também a agricultura e todos os outros setores da sociedade civil precisam se preparar para essas grandes modificações. É um grande desafio, mas é possível vencê-lo trabalhando em conjunto. Nós temos soluções e como andar para frente. Não é só formar 10 milhões de pessoas. Temos que levar em consideração que formaremos trabalhadores novos que estão entrando ou que entrarão no mercado de trabalho, mas precisamos requalificar os que já estão nele. É trocar o pneu com o carro andando.
Quais são as principais tendências para o mercado de trabalho da indústria nos próximos anos? GILBERTO PERALTA - A tecnologia avança muito rápido. Estamos na indústria 4.0, mas ela já é meia história. Já estamos preparando a 5.0, com inteligência artificial atuando e tudo o mais, independentemente de intervenção do ser humano. Mas os técnicos, para operar a nova tecnologia, precisam se adaptar. A indústria também tem que se adequar e fomentar a estrutura de formação do jovem para que ele esteja qualificado para isso. Temos que andar de mãos dadas com o governo para direcionar os recursos que existem. Eles são finitos e é preciso destiná-los da melhor maneira possível para atender às necessidades do mercado de trabalho brasileiro. Aqui eu insisto e falo pela indústria porque eu venho da indústria, mas isso não é só indústria, é o setor agropecuário. Se olhar
TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES
BRUSQUE/SC (47) 3351-5111 6
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ITAJAÍ/SC (47) 3348-3292
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CURITIBA/PR (41) 3348-7000
Temos que levar
em consideração que formaremos trabalhadores novos que estão entrando ou que entrarão no mercado de trabalho, mas precisamos requalificar os que já estão nele.
na agroindústria, as máquinas hoje já operam por GPS. O operador fica ali dentro só para casos de necessidade e tudo é automatizado. Precisamos das pessoas que vão cuidar dessas máquinas e desenvolver esses softwares. Toda a sociedade necessita disso. Temos que olhar com uma visão bem aberta para toda a necessidade do país e da indústria. O Mapa do Trabalho Industrial pode indicar esse caminho? GILBERTO PERALTA - É um bom pontapé inicial. Começamos por aí, mas acho que podemos melhorar. É um trabalho em evolução constante. Os negócios vão sempre se atualizando. Eu costumo olhar o exemplo da pessoa que servia café há 30 anos. Tinha que pôr o coador, o copo. Hoje, a máquina mói o grão, coloca no recipiente, faz e coa o café. A pessoa precisa saber operar a máquina. Não tem mais que mexer com nada, só saber operar. As capacitações mudaram muito e continuam mudando. Tudo está indo para frente. Toda a indústria tem que estar atenta. Pode citar algum exemplo de capacitação que não existia e que tenha feito vocês precisarem qualificar profissionais para atender à demanda? GILBERTO PERALTA - Os aviões novos usam tecnologias de mate-
riais compostos na fuselagem. Há 10 ou 15 anos, eram todos de alumínio. A tecnologia existente era rebite. Precisávamos de rebitadores, acabadores e dobradores de alumínio. Hoje, com os materiais compostos, as peças já vêm inteiras. Tivemos que desenvolver essa mão de obra. São os operadores das autoclaves que cozinham os materiais compostos. São pessoas que desenvolvem esses materiais compostos. É uma tecnologia nova, que é o futuro. Qual seria o papel do governo nesse processo de qualificação? GILBERTO PERALTA - Primeiro, garantir velocidade para acompanhar as mudanças e novas tecnologias. Não podemos continuar exigindo apresentação da carteira de identidade para entrar num lugar, enquanto todo mundo já usa reconhecimento facial, digital. O governo tem que ser rápido para acompanhar essas tecnologias. Uma vez que ele consiga acompanhar, o direcionamento de recursos tem que ser utilizado. Quando falam “tem que colocar mais dinheiro na educação”, eu não sei se é isso. Temos que fazer o uso mais correto do dinheiro que temos. O Brasil não está longe no valor per capita de investimento em educação. Não estamos longe dos países da OCDE, mas talvez tenhamos que direcionar melhor o destino dessas verbas. É nesse momento que o governo entra porque gerencia isso, gerencia a verba de universidades e o direcionamento dos cursos de nível médio, primários e cursos básicos.
O Brasil não está longe no valor per capita de
investimento em educação. Não estamos longe dos países da OCDE, mas talvez tenhamos que direcionar melhor o destino dessas verbas.
FONTE: CNI
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:: ESPECIAL ITAJAÍ - 162 ANOS
Itajaí completa 162 anos como referência nos indicadores econômicos e sociais em Santa Catarina
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tajaí completou neste mês de junho 162 anos de emancipação política administrativa com a trajetória marcada por desenvolvimento econômico e social. A economia que mais cresce em Santa Catarina nos últimos anos sustenta o reconhecimento de bons resultados no cenário nacional e internacional e enche de orgulho seus cidadãos, principais responsáveis pelo crescimento da cidade. Resultados que refletem na qualidade de vida e projetam um futuro de prosperidade. O Município de Itajaí luta para valorizar a determinação e o trabalho de seu povo, além de incentivar as potencialidades. Seja no investimento de recursos próprios em obras, no desenvolvimento de políticas públicas ou na busca pelo aporte financeiro estadual e
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federal, Itajaí promove um ciclo de cooperação entre o poder público e a iniciativa privada. A economia do Município é a área de desenvolvimento mais reconhecida entre os indicadores. Em Itajaí, os resultados positivos refletem diretamente na vida do cidadão como no caso da geração de empregos. Em 2021, o município esteve entre as cinco cidades do Estado com maior saldo positivo de empregos, ultrapassando 15 mil postos de trabalho. O ano também começou com saldo positivo nas contratações formais nos quatro meses levantados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Com monitoramento regular sobre as cidades brasileiras, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca como indicador de maior crescimento nos últi-
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:: ESPECIAL ITAJAÍ - 162 ANOS mos anos a evolução dos empregos formais na cidade, com índice de 89,6%. São mais de cem mil pessoas com carteira assinada, com remuneração dos trabalhadores formais média de R$ 2.824,92 mensais, salário considerado de qualidade pela CNM. Valores que comparados o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, o segundo de Santa Catarina e o maior entre as 12 grandes economias do estado, comprovam a distribuição de renda entre os itajaienses. Em Santa Catarina, a cidade é a segunda colocada e a única entre as grandes economias a se destacar no PIB per capita, com um total de R$ 128.522,07 por habitante. Itajaí também se mantém como segundo maior PIB do Estado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de boa empregadora, Itajaí também é um celeiro de novas oportunidades para o empreendedorismo com aporte para pequenas até as grandes empresas. Mesmo sendo a sexta cidade em número populacional com cerca de 220 mil habitantes, Itajaí é a quarta força de Santa Catarina em número de empresas. Uma das principais características da economia itajaiense dos últimos anos é a diversificação da ca-
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deia produtiva e de serviços. Polo Náutico do Brasil, Itajaí aproveita sua vocação e seus aspectos geográficos para produzir emprego e renda. Os estaleiros da cidade são reconhecidos pela qualidade e pela construção de barcos de luxo. De cada 10 embarcações construidas no Brasil, 7 delas são feitas nos estaleiros itajaienses. O porto pesqueiro é o maior do país e as belezas naturais das praias atraem cada vez mais turistas com a ampliação e modernização da rede hoteleira. “O Porto é a mola mestra da economia. Itajaí vive e convive com sua atividade portuária de forma única no Brasil. Nossas riquezas passam pelo cais e se espalham por toda a nossa cidade com ruas bem cuidadas, segurança, saúde e educação de qualidade”, avalia o prefeito Volnei Morastoni. “É inegável a relação direta do desempenho do Porto na economia diária do cidadão. Temos uma atividade econômica mais de 70% concentrada em serviços, isso passa desde a cadeia de comércio exterior e logística e vai até o pequeno empreendedor. Ao operar com toda a sua capacidade de movimentação de contêineres, o Porto injeta dinheiro no bolso do trabalhador e faz essas riquezas circularem em todos os setores”, disse. “Com o olhar voltado para o futuro de nossa cidade, queremos uma Itajaí boa para se viver e voltada a todos Economia&Negócios • Edição JUNHO/2022 • 9
:: ESPECIAL ITAJAÍ - 162 ANOS Marcelo Roggia
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isso, estamos trabalhando na digitalização e informatização de muitos processos para garantir mais transparência e agilidade”, afirma o secretário de Tecnologia, Murilo Sodré. A regata de volta ao mundo, confirmada pela quarta vez consecutiva em Itajaí, é outro grande exemplo da projeção internacional do município. A
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The Ocean Race, vinda nas edições anteriores com o nome de Volvo Ocean Race, reconheceu Itajaí como a melhor parada da competição nas últimas duas edições. “Os resultados são fruto de um choque de gestão na promoção de grandes eventos e no turismo da cidade. O mesmo profissionalismo e cuidado aplicado na The Ocean Race é base do sucesso e resgate da Marejada como festa tradicional de outubro no circuito catarinense”, avalia o secretário municipal de Turismo e Eventos, Evandro Neiva. “Somos a primeira festa pública do Brasil a eliminar o plástico. O prefeito assinou o acordo com a ONU na edição da regata em 2018 e no mesmo ano, na Marejada, já iniciamos a utilização de copos reutilizáveis. No ano seguinte, nossa festa de outubro acabou com o uso de plástico no setor gastronômico, além de fazer a distribuição de água gratuita”, conta o secretário Neiva.
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os cidadãos. As mudanças que implantamos têm como foco a pessoa. Em nossas transformações no trânsito e na mobilidade, pensamos nos pedestres e em criar áreas de convivência; nossa educação está preocupada com o desenvolvimento integral das crianças e quer itajaienses preparados para os novos desafios e com inteligência emocional; na saúde, o foco é o atendimento humanizado e as práticas de prevenção e saúde integral”, explica o prefeito Volnei Morastoni. Os investimentos na abertura de novas vias, acessos, criação de binários e retorno de quadras também refletem na qualidade de vida dos moradores. Técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação avaliam as medidas adotadas como uma verdadeira revolução no trânsito de Itajaí para multiplicar a capacidade viária do município em até 50%. Com a implantação das melhorias na mobilidade urbana, o tempo de deslocamento dos motoristas poderá ser até 20% menor do que o executado hoje. Em Itajaí, a tecnologia é uma das principais aliadas do desenvolvimento. O aplicativo do Município chamado Conecta.í deixa ao alcance das mãos de todo cidadão serviços públicos de saúde, educação, obras, meio ambiente, emprego e tributos. Com um smartphone, é possível fazer denúncias de focos de dengue, lixo nas ruas e crimes ambientais por geolocalização e acessar o desempenho escolar de seu filho. A app conta hoje com mais de 50 mil downloads nas plataformas da Google e Apple. O acesso à internet rápida é também um dos indicadores de destaque nacional na CNM. E o Município de Itajaí tem grande responsabilidade no índice. O Wi-Fi Livre Itajaí tem 204 pontos de internet gratuita sem fio distribuídos nos bairros da cidade. O sistema conta com 110 mil usuários cadastrados. “Queremos fazer do nosso município a cidade mais digital de Santa Catarina. Para
:: ESPECIAL ITAJAÍ - 162 ANOS
O caminho até aqui! Porto de Itajaí completou 27 anos de municipalização em junho
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Superintendência do Porto de Itajaí, na condição de Autoridade Portuária, é uma organização que integra a Administração Pública indireta do Poder Executivo Municipal de Itajaí e atua no modal aquaviário, como Autoridade Portuária sendo responsável pela gestão do Porto de Itajaí desde 16 de junho de 1995. O Decreto de 24/08/1990, dispõe sobre a descentralização da administração dos portos, hidrovias e eclusas que menciona, e através dele o Ministério da Infraestrutura, por intermédio do Departamento Nacional de Transportes Aquaviários, foi autorizado a descentralizar às sociedades de economia mista subsidiárias da Portobrás, mediante convênio e pelo prazo de um ano, a administração do Porto de Itajaí. Posteriormente, comprovada a importância econômica e social do Porto de Itajaí para a comunidade, Estado e região, o município de Itajaí, com amplo apoio dos itajaienses, sindicatos, trabalhadores portuários, entidades de classe, Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, Senadores, entre outras lideranças, no ano de 1995 buscou-se junto à União a outorga de descentralização do Porto em favor do município. Em resposta ao pleito, através do Convênio de Descentralização Administrativa celebrado entre a UNIÃO, por intermédio do Ministério dos Transportes, com interveniência da CODESP, e o Município de Itajaí, homologado pela Lei Municipal de 16/06/1995, o Porto de Itajaí passou a ser administrado provisoriamente, pelo município de Itajaí. Essa descentralização provisória, acrescidas de prorrogações de prazos por aditivos, vigorou até 31/12/1997, quando a União consentiu em desvincular o Porto de Itajaí da CODESP e delegar sua gestão diretamente ao município de Itajaí, com início de vigência em 01 de janeiro de 1998, pelo prazo de 25 anos, prorrogável por igual período, para exercer as atribuições e jurisdição de Autoridade Portuária, por meio da Administradora Hidroviária Docas Catarinense (ADHOC), atualmente denominada Superintendência do Porto de Itajaí.
O Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, faz uma breve retrospectiva durante estes 27 anos de atuação: “Durante este período, o Porto de Itajaí passou por mudanças significativas em todos os setores e segmentos que incorporam a Autoridade Portuária. Desde que a administração e exploração do Porto de Itajaí foram delegadas ao município, tornou-se notória a agilidade no andamento dos projetos investidos, além de que, todas as obrigações atribuídas à Autoridade Portuária, foram realizadas, destacando a reestruturação administrativa, mantimento e reposição de equipamentos portuários, conservação dos bens patrimoniais, dentre outros. Certamente, a municipalização do nosso Porto, contribuiu para inúmeros fatores positivos, como a economia local e regional, fiscalização da Segurança da Navegação na entrada e saída de navios, gestão de problemas de tráfego na cidade, entre tantos outros fatores positivos. Com um número expressivo de avanços, conquistas e investimentos aplicados de Economia&Negócios • Edição JUNHO/2022 • 11
:: ESPECIAL ITAJAÍ - 162 ANOS forma eficiente, é evidente a necessidade de garantir a permanência de uma Gestão Portuária Pública e Municipal, visto que o Porto de Itajaí é umexemplo de sucesso no Brasil. A construção de uma relação tão sincera e transparente, como é a relação Porto Cidade, é motivo de orgulho para nós Itajaienses que lutamos juntos desde o início, pela permanência do nosso tão querido Porto”, destaca Volnei Morastoni. Desde o início de suas atividades, o Porto de Itajaí apresenta números relevantes e expressivos em relação as suas operações e movimentações de cargas, custos portuários e volume de operações, sendo um porto de carga geral. Em 1992, superou pela primeira vez a marca de um milhão de toneladas embarcadas e desembarcadas no cais comercial. Em 2004, à época, foi registrada a movimentação de 5.713.943 toneladas, quando notoriamente houve um crescimento contínuo. Nos anos seguintes, instalaram-se novos terminais dentro do Porto Organizado, influenciando significativamente no aumento e número de operações, e, consequentemente agregando estatísticas positivas no Complexo Portuário. Recentemente em 2021, o Porto de Itajaí atingiu um recorde histórico na sua movimentação alcançando a marca de 1,6 milhão de contêineres (16% de crescimento), com mais de 18 milhões de toneladas movimentadas (aumento de 21%), e mais de mil (1000) navios atracados, em comparação com o mesmo período de 2020. Iniciada em março de 2016, mediante contrato com o Governo do Estado, foram investidos nas obras da Bacia a ordem de R$ 130 milhões. Para o início da segunda etapa das obras, a Superintendência já está em tratativas junto ao Ministério da Infraestrutura para viabilizar e licitar a obra orçada em R$ 220 milhões. Este Aditivo de mais de R$ 40 milhões permitiu a finalização da primeira etapa das obras da Bacia e será custeado pelo Município de Itajaí. Quando for concluída, a Bacia de Evolução vai permitir que a cidade receba navios de 336 a 400 metros de comprimento. “São muitos os destaques que envolvem a evolução do Porto de Itajaí, mas posso afirmar que o aumento expressivo nas movimentações registradas neste período de municipalização, foi possível através do comprometimento da Autoridade Portuária de Itajaí, juntamente com a dedicação por parte dos servidores, que juntos fizeram acontecer grandes marcos para a nossa história. O amplo desenvolvimento operacional, demonstrou a capacidade de uma gestão pública e municipal, tornando-se exemplo para os demais portos Brasileiros, visto que, com apenas 1 km de cais, o nosso Porto ope12 • Edição JUNHO 2022 • Economia&Negócios
ra de forma exuberante. No início de 2020 houve uma ação inédita no Brasil, sendo a primeira manobra realizada na área da nova Bacia de Evolução, realizada com sucesso, dessa forma, o Porto de Itajaí está avidamente preparado e equipado para receber navios maiores devido a conclusão desta obra, na qual, completou no dia 19 de maio deste ano, o marco de 900 giros. Acredito no enorme potencial da atividade portuária de Itajaí, e na sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social do nosso município, sendo comprovado diariamente no decorrer destes 27 anos”, acrescenta o Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga. Movimentando mais de 26 mil contêineres por mês, tornou-se o segundo maior movimentador de contêineres do Brasil. Em 2020, foi o primeiro na movimentação de congelados e de acordo com dados estatísticos da FIESC – Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, movimenta 5% da balança comercial do Brasil e mais de 70% da balança comercial de Santa Catarina. A atividade portuária destaca-se também, na qualidade e agilidade dos serviços nas movimentações de cais para as operações do sistema Roll On - Roll Off, iniciado em 09 de junho de 2018, entre outras operações. O Porto de Itajaí concluiu em 2020, mais uma etapa de seu plano de expansão, ao iniciar as demolições de imóveis desapropriados na região portuária. Iniciado em outubro de 2018, o plano de extensão do espaço do complexo já contempla, no total, mais de 12 mil metros quadrados de área, com capacidade de armazenamento de até 1.700 TEUs (contêineres de 20 pés). O Planejamento de expansão Portuária, visa aumentar a capacidade estática de 14.000 TEUs para 30.000 TEUS’s, assim como no aprimoramento das tomadas Reefer, constituídas atualmente por 1.500, com planejamento para 3.000. A área portuária ocupa um espaço atual de 180 mil m², com a expansão ocuparia 308 mil m². Desde que foi instituído o processo de municipalização, em 1995, através de convênio de descentralização administrativa, o Porto de Itajaí segue o modelo de gestão” Landlord Port", ou seja, as áreas permanecem com a União e as operações com a iniciativa privada. Este modelo é idêntico a alguns terminais portuários dos Estados Unidos e Europa. Com base neste modelo de gestão, que foi e continua sendo um sucesso em diversos portos do mundo onde também utilizam este sistema, com a prorrogação do convênio de delegação, Itajaí continuará garantindo novas etapas de crescimento e desenvolvimento tanto para a sua cidade, para a sua população, assim como também para aqueles que atuam na atividade portuária.
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:: ECONOMIA SC
Indústria catarinense é a terceira que mais gerou vagas formais de emprego no país em 2022 Análise do Observatório FIESC mostra que a indústria do estado abriu 21.089 vagas nos quatro primeiros meses de 2022. O resultado coloca o estado na terceira melhor colocação do país
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indústria catarinense gerou 21.089 novos postos formais de trabalho nos quatro primeiros meses de 2022, resultado que coloca o estado na terceira melhor colocação do país, conforme análise do Observatório FIESC. Atrás apenas de São Paulo (48.526) e Rio Grande do Sul (30.653), a indústria catarinense registra saldo positivo no ano, apesar do resultado de abril, quando houve fechamento de 884 vagas. Os dados fazem parte do Novo Caged e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência. No mesmo período, Santa Catarina registrou a abertura de 66.922 novas vagas. O resultado é puxado pelo setor de Serviços, que colaborou com a geração de 34.192 postos de trabalho, seguido pela Indústria (21.089) e Construção (11.277). O resultado também coloca o estado como o terceiro na criação de emprego no país em 2022. O setor de Confecção de Artigos de Vestuário e Acessórios liderou na Indústria geral no período, com 14 • Edição JUNHO 2022 • Economia&Negócios
a criação de 5.022 novas vagas formais. O segmento de Fabricação de Produtos em Madeira aparece na segunda posição, com 2.302 postos de trabalho, seguido pela Fabricação de Produtos Alimentícios (1.719) e Fabricação de Produtos de metal (1.240). Na Construção, o segmento de Construção de Edifícios lidera, com abertura de 6.179 novos postos de trabalho formais. O resultado reflete o desempenho dos setores da indústria catarinense no Comércio Exterior. No primeiro quadrimestre do ano, as exportações de Santa Catarina registraram crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 3,6 bilhões de vendas para outros países. Entre os principais produtos comercializados, despontam as carnes de aves e suínas (26,4%), Madeira serrada, Compensada, Móveis e Obras de carpintaria para construções (13,0%), Motores elétricos (5,9%) e Partes de motor (4,5%).
:: ECONOMIA SC
Veja as 10 cidades que mais geraram empregos em Santa Catarina
Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Arquivo/Secom
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anta Catarina vive um momento de expansão do emprego com carteira assinada. Nos quatro primeiros meses do ano, o estado teve um saldo positivo de 66.922 vagas. Trata-se do melhor resultado do Sul e do terceiro melhor do país, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Governo Federal. Dos 295 municípios catarinenses, 250 registraram mais admissões do que demissões, o que representa 85% do total. O estado também apresenta a menor taxa de desemprego do Brasil, com 4,5%, segundo o IBGE. “O povo catarinense é trabalhador por natureza. Em momentos de dificuldade, ele arregaça as mangas e se entrega ao serviço. De parte do Governo do Estado, nós buscamos sempre atuar como parceiros do setor produtivo, auxiliando na atração de novos negócios. Santa Catarina tem todas as suas regiões bem desenvolvidas, e isso é um ativo muito importante. Continuaremos trabalhando para que os números do nosso estado sejam cada vez melhores”, afirma governador Carlos Moisés.
Veja abaixo as 10 cidades que mais geraram empregos em SC até abril: Blumenau – 5.253
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Economia&Negócios • Edição JUNHO/2022 • 15
:: INDÚSTRIA
Demanda por profissionais com nível superior deve crescer 8,7% até 2025 Ainda de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 20222025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria, o país deve criar 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais no período
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demanda por profissionais com nível superior no setor industrial deve crescer 8,7% até 2025, aponta o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria. De acordo com o levantamento, o país deve criar 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais no período. Com isso, o crescimento na demanda por trabalhadores será de: 8,7% em nível superior: 90 mil vagas 6,3% em nível técnico: 136 mil vagas 3,2% em nível de qualificação com mais de 200 horas: 64 mil vagas 2,4% em nível de qualificação com menos de 200 horas: 208 mil vagas
Em número de vagas, ainda prevalecem as ocupações de nível qualificação (272 mil vagas). Contudo, o crescimento da demanda por profissionais de nível técnico e superior é maior. Segundo o levantamento, isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais mais qualificados. 16 • Edição JUNHO 2022 • Economia&Negócios
De acordo com a Pesquisa de Acompanhamento de Egressos 2019/2021, oito em cada dez egressos da graduação tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) estão empregados no mercado formal. As áreas Automotiva, de Refrigeração e Climatização, Mineração, Energia, Automação e Mecatrônica e Metalmecânica tiveram as maiores taxas de empregabilidade. O diretor de Educação e Tecnologia do Sesi e Senai Goiás, Claudemir José Bonatto, explica que o perfil de saída dos alunos no processo de aprendizagem está alinhado com as demandas e as tendências do mercado de trabalho. “O mercado está contratando; e profissionais formados na área de tecnologia são requisitados pelas empresas, até por conta da necessidade que elas têm de profissionais muito bem preparados, muito bem qualificados, para que, dentro do seu processo produtivo, tornem a empresa muito mais competitiva.” O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Professor Israel Batista (PV-DF), destaca a importância da graduação tecnológica e, também, dos cursos técnicos de nível médio. “Ambos são importantes para a formação para o mun-
:: INDÚSTRIA do do trabalho e para a profissionalização. O ideal é alcançarmos a articulação do Ensino Técnico de Nível Médio com o Ensino Superior Tecnológico, por meio de estrutura curricular única com envolvimento do setor produtivo; buscando a centralidade no trabalho como princípio educativo e viabilizando a aquisição de saberes de forma mais flexível.” Áreas de formação Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, o Brasil precisa investir no aperfeiçoamento e na qualificação de pelo menos 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025. Desse total, 2 milhões deverão se capacitar em formação inicial, para repor os profissionais inativos e preencher as novas vagas, e 7,6 milhões em formação continuada, para os trabalhadores que precisam se aperfeiçoar. O gerente-executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, destaca a importância da formação continuada em um mercado de trabalho concorrido. “Independente de já se ter uma formação, é preciso
estar se atualizando continuamente. Isso é bom pelo lado da indústria, porque a indústria precisa fortalecer a sua produtividade para que tenhamos produtos cada vez mais competitivos no mercado, e para o trabalhador, porque ele precisa estar sempre atualizado nas novas tecnologias, competindo nesse mercado de trabalho bastante concorrido.” As áreas com maior demanda por formação são: Transversais, Metalmecânica, Construção, Logística e Transporte, e Alimentos e bebidas. O estudo destaca que, devido à lenta recuperação na abertura de novas vagas formais, a formação inicial servirá, principalmente, para repor a mão de obra inativa. Márcio Guerra destaca a relevância das ocupações nas áreas transversais. “Ou seja, aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos. No que diz respeito às áreas, vale destacar também aquelas profissões que estão relacionadas com a indústria 4.0, relacionada a automação de processos industriais.”
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:: INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Melhor desempenho para 1º quadrimestre da última década Índices de atividade e emprego da Indústria da Construção não eram tão positivos desde 2012, aponta CNI
O
s índices do nível de atividade e do número de empregados da indústria da construção atingiram o maior patamar para o primeiro quadrimestre desde 2012. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a CNI, o nível de atividade fechou abril em 50,1 pontos. Embora tenha recuado 1,2 ponto em relação a março, o índice não apresentava valor acima dos 50 pontos para o mês de abril desde 2012. É importante destacar que valores acima dos 50 pontos sinalizam aumento do nível de atividade. Já o número de empregados atingiu os 50,7 pontos, registrando aumento de 0,7 ponto frente ao mês anterior. O resultado é o maior para o mês de abril nos últimos dez anos. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) comemora o desempenho positivo da construção civil nos primeiros quatro meses de 2022. “A construção civil é chave para a retomada do crescimento do país e decisiva também para a geração de empregos. Portanto, os dados merecem ser comemorados. Indicam esse crescimento da atividade e uma retomada da geração de empregos”, afirma. Desempenho O valor médio do índice do nível de atividade entre janeiro e abril de 2022 ficou em 49,3 pontos. Em 2012, foi
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de 49,6 pontos. Já o nível de empregados teve média de 49,5 pontos ante os 50,6 pontos de dez anos atrás. Ainda de acordo com a CNI, o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da indústria de construção subiu 0,7 ponto em maio, chegando a 56,2 pontos. O ICEI está acima da linha divisória dos 50 pontos, o que indica que os empresários do setor estão con-
:: INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO fiantes. O resultado também é o maior para maio desde 2012. William Baghdassarian, professor de economia do Ibmec, destaca que os resultados obtidos pelo setor retratam uma recuperação consistente após a pandemia e, até mesmo, de retrações mais significativas que ocorreram no meio da última década. O otimismo dos empresários da construção civil está mais atrelado ao futuro do que ao presente. O índice de condições atuais ficou em 48,6 pontos em maio, abaixo, portanto, do marco dos 50 pontos. Já o indicador que mede a expectativa para os próximos meses chegou aos 60 pontos. O setor espera aumento do nível de atividade, do número de novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e do número de empregados nos próximos seis meses, segundo o levantamento. A intenção de investimento também vem em alta. Em maio subiu 2 pontos, alcançando os 44,8 pontos, maior resultado desde agosto do ano passado. Já a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) recuou 1 ponto percentual, de 68% para 67%. Mesmo assim, trata-se do maior desempenho para o mês desde 2014.
Inflação Apesar do bom desempenho da indústria da construção civil, o deputado federal Arnaldo Jardim diz que a inflação das matérias-primas utilizadas pelo setor preocupa. “Nós temos uma pressão muito grande da elevação dos insumos para a construção civil. Eu mencionaria o crescimento significativo do preço do aço, assim como o impacto do preço dos combustíveis é muito significativo. Resta, portanto, uma dúvida, sobre se essa pressão de custos não diminuirá margens e não poderá ser significativa para arrefecer a retomada que se verificou”, avalia. Segundo o Instituto Aço Brasil, a guerra entre Rússia e Ucrânia contribuiu para que o preço dos principais insumos para a produção do aço disparasse. O valor do carvão mineral, que responde por até 50% do custo de produção do aço, subiu 315,8%. Já o ferro-gusa aumentou 218,7% e a sucata 158,7%. Baghdassarian afirma que os números da construção no primeiro quadrimestre foram surpreendentes, principalmente devido ao cenário internacional. Para elaborar a Sondagem da Indústria da Construção, a CNI ouviu 419 empresas entre 2 e 10 de maio.
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:: ECONOMIA SC
Exportações catarinenses de carne de frango atingem os melhores resultados do ano
A
s exportações catarinenses de carne de frango alcançaram em abril os melhores índices do ano, tanto em quantidade quanto em valor. O estado exportou 89,41 mil toneladas do produto, com receitas que ultrapassaram os US$188 milhões. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). “Mais um momento de alegria quando a gente fala das exportações do agro catarinense. De toda a carne de frango que o Brasil exporta, 28% vem de Santa Catarina e isso é fruto do trabalho dos nossos avicultores, da nossa agroindústria, do nosso sistema sanitário que é coordenado pela Cidasc. Esse trabalho é feito por mais de 66 mil famílias que trabalham em cooperativas e agroindústrias. Dessas, seis mil famílias estão diretamente envolvidas na produção de aves”, destaca o secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo Miotto. Em comparação com abril de 2021, a alta é de 35,6% no faturamento e 6,3% na quantidade exportada. Em relação a março de 2022, as altas são de 9,1% nas receitas e 0,6% na quantidade. Os principais destinos neste ano são: Japão, Países Baixos, China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Juntos, os países respondem por 53,5% das receitas do Estado com o produto. Primeiro quadrimestre Santa Catarina foi responsável por 23,6% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos quatro meses iniciais do ano. O estado exportou 336,47 mil toneladas, com um faturamento 22 • Edição JUNHO 2022 • Economia&Negócios
de US$ 660,14 milhões, altas de 8,5% e 30,2%, respectivamente, na comparação com os quatro primeiros meses de 2021. No primeiro quadrimestre, os 10 principais destinos do produto catarinense apresentaram altas nas receitas, com destaque para os Países Baixos (39,0%), a Arábia Saudita (32,6%) e os Emirados Árabes Unidos (46,4%). Outro destaque do período foi a ampliação do México em 342,3% nas compras de carne de frango catarinense. Conforme o analista da Epagri/Cepa Alexandre Giehl, “a perspectiva é que os embarques para o México cresçam ainda mais nos próximos meses, já que recentemente o país anunciou a suspensão de tarifas para a importação de carne de frango de nações que tenham estabelecimentos habilitados a exportar o produto para lá, como é o caso do Brasil.” Nos primeiros quatro meses do ano, Santa Catarina exportou 10,9 mil toneladas de carne de frango para o México. Avicultura em Santa Catarina A carne de frango é o principal produto da pauta de exportações de Santa Catarina e o estado é o segundo maior produtor do Brasil. São aproximadamente seis mil avicultores dedicados à produção de aves de corte, concentrados nas regiões Oeste e Meio-Oeste. O estado possui um status sanitário diferenciado, que abre as portas para os mercados mais exigentes do mundo. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em parceria com a iniciativa privada e os produtores, mantém um rígido controle das fronteiras e do rebanho catarinense.
Crédito Imobiliário – Novas opções e ampliação de cobertura PEDRO HENRIQUE ALMEIDA DA SILVA OAB/SC 40.495 Sócio do Silva & Silva Advogados Associados e especialista em estruturação de negócios e contratos complexos.
M
esmo diante de um cenário de alta inflação no corrente ano, o mercado financeiro tem alavancado o setor imobiliário com acessíveis modalidades de crédito para aquisição de imóveis. As operações de financiamento imobiliário, por um longo período, eram estruturadas somente por bancos de primeira linha, especialmente Caixa Econômica Federal (70% do mercado). Contudo, a alta rotação do setor atraiu olhares de bancos de segunda e terceira linha, fundos gestores e fintechs, culminando em ofertas atrativas de crédito e ampliação de cobertura do público-alvo. A título de exemplo, há linhas de crédito direcionadas para profissionais autônomos, informais e jovens, com valor médio de crédito de R$ 350 mil, possibilidade de financiamento de até 90% do valor do imóvel e com prazo de 30 anos para pagamento. Nota-se que o acesso ao crédito foi ampliado a consumidores que sequer estavam no radar das grandes corporações bancárias, especialmente pelos critérios de comprovação de renda. Além disso, é possível iniciar a operação através do próprio site de algumas instituições, tornando o processo, em grande parte, digital. A alternativa pode ser a solução para sair do aluguel ou para facilitar/impulsionar as vendas.
Balneário Camboriú-SC | Itajaí-SC | Florianópolis-SC | Itapema-SC | Sinop-MT
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:: CONSTRUÇÃO CIVIL
Cresce o estoque de empregos na Foz do Rio Itajaí Cidades que integram a base territorial do Sinduscon da Foz do Rio Itajaí registram aumento no estoque de empregos no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021.
O
estoque de empregos na construção em Itajaí, Navegantes, Penha e Balneário Piçarras cresceu quase 23,3% no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A soma nas quatro cidades apontou para estoque de 7.317 empregos, contra 5.931 registrados de janeiro a abril de 2021. Estoque é a quantidade de vínculos celetistas ativos em determinado período de tempo analisado. Os números também apresentam alta significativa no saldo de vagas - diferença entre contratos e demitidos – em Navegantes. No primeiro quadrimestre deste ano, o saldo da construção na cidade superou os 200%. Os números são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Previdência. De janeiro a abril, o estoque de empregos na construção em Itajaí ficou em 4.746, seguido por Navegantes com 1.150, Balneário Piçarras com 853 e Penha com estoque de 568 empregos. No mesmo período do ano passado, Itajaí registrou estoque 4.214, seguido de Nave-
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gantes com 874, Balneário Piçarras com 458, e Penha com 385 empregos. O destaque em aumento no estoque de empregos no período foi para Balneário Piçarras, com percentual positivo de 86,2% Já o destaque em saldo de vagas (diferença entre demitidos e contratados) foi para Navegantes. Nos primeiros quatro meses deste ano, o setor gerou saldo 237 vagas, contra 76 no mesmo período do ano passado - aumento de 211,8%. O presidente do Sinduscon da Foz do Rio Itajaí, engenheiro civil Bruno Pereira, celebra o aumento nos números e fala da importância do setor para a economia da região. “A construção tem alto índice de empregabilidade e se caracteriza como um dos setores econômicos que mais rapidamente reage em momentos de crise. Apesar da alta no preço de vários insumos, combinada aos conflitos na Europa, a construção nas cidades que integram nossa base territorial está aquecida, gerando oportunidade de trabalho para milhares de pessoas, como revelam os números de saldo e estoque de empregos”, finaliza.
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:: EDUCAÇÃO
A
o recém completar 19 anos de atividades, o Centro Universitário Avantis – UniAvan se tornou uma das maiores e mais respeitadas empresas da região. Para iniciar a execução do que foi planejado para os próximos anos, e que prevê ainda mais crescimento, a UniAvan apresenta os profissionais que formam a nova diretoria da instituição mantenedora. Como presidente, assume Cláudio Picolli. Ele é graduado em Odontologia há mais de 27 anos, especialista e mestre em Ortodontia e sócio-proprietário da clínica Ortoface. Já esteve à frente do curso de pós-graduação em Ortodontia do IOA, foi professor do curso de Odontologia da UniAvan e teve participação ativa na implementação dos cursos da área da saúde que a instituição oferta. Gabriela Depiné Poffo ocupará o cargo de vice-presidente. Ela, que está na UniAvan desde os primeiros meses da instituição, é graduada em Administração e tem mestrado e doutorado na mesma área. Já atuou como gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão, diretora institucional e pró-reitora acadêmica, tendo grande participação nas avaliações com nota máxima que a UniAvan recebeu do Ministério da Educação. Pela frente, a nova diretoria tem o desafio de manter consolidada a imagem do centro universitário, ampliando a oferta de cursos, aperfeiçoando a infraestrutura e
Crescemos, nos
desenvolvemos e devemos ter como foco a manutenção da produção acadêmica, que tanto eleva e contribui com a comunidade local.
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se aproximando ainda mais da comunidade local. A UniAvan já oferece diversos serviços gratuitos, como, por exemplo, os atendimentos nas clínicas de fisioterapia e odontologia, projeto Brasil Avantis (que leva o esporte a crianças e adolescentes) e assessoria jurídica. “Os próximos passos são muito importantes porque reforçam a identidade que está totalmente atrelada ao DNA da nossa instituição. Crescemos, nos desenvolvemos e devemos ter como foco a manutenção da produção acadêmica, que tanto eleva e contribui com a comunidade local. É nosso papel enquanto instituição de ensino reverberar o que é produzido internamente”, destaca o presidente Picolli. A UniAvan oferece, atualmente, 37 cursos de graduação, 40 de pós-graduação e ainda ensino médio com o Colégio UniAvan. Além de Balneário Camboriú, a instituição está presente em outras oito cidades catarinenses, somando mais de 17 mil alunos. Ao todo, são 20 serviços prestados gratuitamente à comunidade.
Foto: Cristiano Estrela / Arquivo / Secom
UniAvan apresenta nova diretoria
Gratidão! Gostaríamos de agradecer imensamente a todos os advogados e advogadas catarinenses que apoiaram o Dr. Jaime Veiga Júnior, CEO do escritório, nesta segunda etapa do processo para a escolha de um representante da OAB/SC junto ao Quinto Constitucional da Advocacia no Tribunal Regional da 12ª Região (TRT-12). Dr. Jaime não continua na disputa pela vaga de desembargador, mas segue honrado com a oportunidade de chegar até aqui e confiante na escolha de um bom representante para a advocacia catarinense no TRT-12.
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:: PORTOS
Início das operações do Porto Seco de Dionísio Cerqueira está previsto para 2023
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governador do Estado de Santa Catarina, Carlos Moisés, e o prefeito de Dionísio Cerqueira, Thyago Gnoatto, anunciaram investimentos de R$ 20 milhões para melhorar a infraestrutura da cidade. Entre as medidas está o início das obras do porto seco da cidade, que será construído e administrado pela Multilog. “O edital de licitação estabelece o prazo de até março de 2023 para entregarmos a obra. Já o início das operações deve ocorrer entre final de abril e início de maio do ano que vem”, disse Francisco Augusto Silva Damilano, Gerente de Operações das Fronteiras da Multilog. Segundo o executivo, a previsão é iniciar a terraplanagem neste mês, dependendo da liberação da licença ambiental e da obra. Serão 122 mil m² de área, sendo 300 vagas para veículos no pátio, na primeira fase. O novo porto seco deverá contar em sua primeira etapa com um armazém para movimentação de mercadorias, estacionamento de veículos, além do pátio. A Multilog assinou o contrato de licitação em novembro do ano passado. A companhia vai operar o novo porto seco por 25 anos, e será responsável pelo processo de liberação de importações e exportações, resultando no aumento do fluxo de cargas na fronteira do Extremo Oeste de Santa Catarina com a Argentina. Com 26 anos de operação no mercado, a Multilog também é responsável pela administração de outros portos secos nas regiões Sul e Sudeste do pais, incluindo Uruguaiana, Jaguarão e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul; Foz do Iguaçu, no Paraná; e Barueri, em São Paulo.
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:: PORTOS
Porto de Imbituba é destaque nacional em índice de eficiência na operação de contêiner
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o quesito operação de contêineres, o Porto de Imbituba ficou em primeiro lugar como o mais eficiente entre os portos do Brasil, na categoria abordagem administrativa, de acordo com o Container Port Performance Index (CPPI - Índice de Performance de Portos de Contêineres). O CPPI é elaborado pelo Global Transport Practice, do World Bank Group, em colaboração com a divisão Maritime, Trade and Supply Chain da S&P Global Market Intelligence. A pesquisa está em sua segunda edição e conta com um levantamento de 370 portos do mundo que realizam operações dessa carga. O índice possui dois rankings com diferentes abordagens: administrativa e estatística. No primeiro, que aponta o Porto de Imbituba como o mais eficiente do país, são considerados dados das escalas (port calls) dos navios conteineiros e a movimentação anual do porto em cargas de contêiner. Já na abordagem estatística, o complexo aparece em quarto lugar nacional em relação à operação de contêineres. “Nosso estado demonstra que é sempre muito bem representado. Temos ao mesmo tempo mão de obra qualificada, um sistema de inovação competente e um ambiente propício para o empreendedorismo.
E nossa gestão portuária não fica para trás. Seja na administração direta ou indireta, temos uma gestão de Santa Catarina cada vez mais técnica e eficaz”, disse o governador Carlos Moisés. Além do primeiro lugar nacional na abordagem administrativa, Imbituba também ficou em 51ª colocação no ranking mundial deste quesito, perto de portos como o de Hong Kong (China) e Incheon (Coreia do Sul). Na América Latina, Imbituba está em quarto lugar e em primeiro entre os portos do Mercosul. “O resultado deste relatório é efeito da constante busca dos usuários do Porto por otimizar suas operações e ampliar a eficiência no atendimento aos navios, o que também tem se consolidado na atração e projeção do Porto para novos negócios, com perspectivas de novos recorde operacionais para este ano”, destaca Fábio Riera, diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba. O Porto de Imbituba conta com um Terminal de Contêineres, arrendado pela Santos Brasil. Em 2021, a carga representou 12% de todo o volume movimentado em toneladas no Porto. Atualmente, há uma escala semanal de cabotagem (navegação entre portos do Brasil) em operação, da Aliança. Economia&Negócios • Edição JUNHO/2022 • 29
:: PORTOS
Obras de expansão do Porto Itapoá seguem cronograma planejado Terminal terá mais 200 mil m² de pátio e terá sua capacidade de movimentação dobrada até o fim de 2023
A
s obras de expansão do Porto Itapoá já tiveram início e serão concluídas até o fim de 2023. A expansão representa um importante passo para as atividades do Terminal, uma vez que a capacidade de movimentação de carga vai praticamente dobrar. O pátio vai dos atuais 250 mil m² para 455 mil m². As obras seguem o cronograma, sendo que atualmente estão na etapa dos trabalhos de infraestrutura de drenagem, com instalação da tubulação e concretagem das placas de proteção. A próxima fase da obra, que iniciou em junho, é chamada de aterro de sobrecarga. A expansão será fruto de um investimento de R$ 750 milhões. O presidente do Porto Itapoá, Cássio Schreiner, mostrou satisfação em ver o bom andamento da obra. “Temos feito constantes investimentos em infraestru-
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tura e tecnologia, sempre com foco em desempenho”, ressaltou. “Esta expansão vai nos proporcionar aumentar nossa capacidade de movimentação, passando de 1,2 milhão de TEUs por ano para 2 milhões de TEUs”, explicou Schreiner. Investimento em infraestrutura Com a previsão de ampliar sua capacidade de atendimento, o Porto Itapoá vem fazendo investimentos em infraestrutura. Foram adquiridos mais cinco RTGs, guindaste móvel sobre pneus, próprio para movimentação de contêineres no pátio. O Terminal já conta com 17 destes equipamentos, da marca ZPMC, mas os novos serão operados por controle remoto – o Porto Itapoá será o primeiro do Brasil a contar com essa tecnologia. A entrega destas máquinas será em janeiro de 2023.
:: PORTOS
O Porto Itapoá também adquiriu duas novas empilhadeiras Reach Stacker – já em operação - que serão empregadas nas operações no pátio do Terminal. O objetivo é potencializar o atendimento entre navio e o pátio, complementando as operações com o RTG, um guindaste móvel usado em operações dentro de portos para movimentar e empilhar os contêineres. Outra importante aquisição são os nove caminhões terminal tractors (TTs) – que chegam em julho -, além de nove buggies, as “carretas” dos TTs – que já chegaram. Os veículos juntam-se à frota de 40 unidades da marca Rucker, que podem carregar, cada um, 65 toneladas, equivalente a dois contêineres de 20 pés. Desenvolvimento regional A ampliação da capacidade de movimentação do porto terá impacto direto no município, aumentando a arrecadação via ISS (Imposto Sobre Serviço). Outro importante detalhe, a ampliação do porto torna mais atrativa a chegada de outras empresas que prestam suporte à atividade portuária em Itapoá e Garuva. Assim, além do aumento do ISS gerado por elas, as mesmas poderão gerar empregos de diferentes naturezas, em toda a região.
Sobre o Porto Itapoá O Porto Itapoá iniciou suas operações em junho de 2011, sendo considerado um dos terminais mais ágeis, eficientes e sustentáveis da América Latina e um dos maiores e mais importantes do País na movimentação de cargas conteinerizadas, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). Situado no litoral norte de Santa Catarina, o Porto Itapoá está posicionado entre as regiões mais produtivas do Brasil, contemplando importadores e exportadores de diversos segmentos empresariais. Sua localização privilegiada, na Baía da Babitonga, proporciona condições seguras e facilitadas para a atracação dos navios. Com águas calmas e profundas, a Baía é ideal para receber embarcações de grande porte, uma tendência cada vez mais adotada na navegação mundial.
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:: PORTOS
Pela segunda vez o Porto Itapoá está entre as 50 Empresas mais Inovadoras do Sul do Brasil Terminal é novamente único porto a figurar no ranking de inovação do Grupo Amanhã em parceria com os institutos IXL-Center/GIMI, de Cambridge/EUA
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Porto Itapoá está novamente entre as 50 Empresas mais Inovadoras do Sul do Brasil e é mais uma vez o único porto a figurar no tradicional ranking do Grupo AMANHÃ. Realizado em parceria com os institutos IXL-Center/GIMI, de Cambridge/EUA, a seleção teve como base as metodologias de inovação que as empresas adotam desde a geração de ideias até o desenvolvimento de serviços e produtos. Para o diretor de Operações, Ambiente e Tecnologia do Porto Itapoá, Sergni Pessoa Rosa Junior, a inovação é um conceito que tem sido aprofundado dentro do Terminal nos últimos anos: “Enxergamos a inovação com uma busca constante por melhores resultados, olhando para nossos processos e infraestrutura de forma analítica e bastante objetiva”. O supervisor de Estratégia e Inovação, Rafael Frederico Pereira, complementa: “É um tema de bastante valor para o Porto Itapoá, por isso mesmo, a empresa tem um setor específico para essa missão”, explica. A cerimônia de premiação da 18ª edição de Campeãs da Inovação ocorreu no final do mês de maio, junto com o Webinar "Greenovate: Inovação na era da sustentabilidade". A pesquisa Campeãs da Inovação adota o Innovation Management Index, ferramenta da metodologia do Global Innovation Management Institute (Gimi) aplicada pelo IXL-Center, de Cam-
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bridge, região metropolitana de Boston (EUA). O Gimi é uma organização global sem fins lucrativos criada por um time de executivos, acadêmicos e consultores especializados em inovação. O grupo auxilia pessoas, empresas e regiões a desenvolver competências em gestão da inovação de nível mundial através de padrões, métricas, protocolos de teste e certificações globais. Porto Itapoá integra ecossistema de inovação Como uma das Empresas Mais Inovadoras do Sul do País, o Porto Itapoá agrega diferenciais de eficiência, modernidade e tecnologia nas operações e serviços. Uma das formas de aportar essas melhorias é fazer parte do ecossistema de inovação como o LinkLab da ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia -, que integra grandes empresas (corporates), como o Porto Itapoá, às startups de tecnologia para solução de desafios de negócios e de operações de forma colaborativa. “Atuar no ecossistema de inovação aberta permite ao Porto Itapoá fortalecer a Cultura de Inovação, aprender sobre as tendências e novas tecnologias, promover interação com startups para outros colaboradores e gestores e desenvolver de forma colaborativa soluções para os desafios corporativos do Porto”, afirma Rafael Frederico Pereira, Supervisor de Estratégia e Inovação.
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Gargalo na BR-101 começa a ter solução! Assinado ordem de serviço para construção do novo trevo entre as rodovias Antonio Heil e BR-101
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governador Carlos Moisés assinou a ordem de serviço, no valor de R$ 35 milhões, para construção do novo trevo de acesso às rodovias Antonio Heil e BR-101. O projeto será executado pelo Estado de Santa Catarina e complementará da duplicação da rodovia Antonio Heil. O Município de Itajaí assumiu a responsabilidade pela desapropriação para acelerar o início das obras. Com a implantação do trevo, Itajaí ganhará um impulso na mobilidade e favorecerá a reconhecida cadeia logística da cidade, em especial na sua ligação com a cidade de Brusque. O investimento vai eliminar os congestionamentos nas duas rodovias e na avenida Abrahão João Francisco (Contorno Sul). O prazo para execução dos trabalhos é de 18 meses.
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Draga Galileu Galilei retorna ao Município de Itajaí para manutenção do calado A dragagem será realizada pela mesma embarcação que abriu a orla de Balneário A draga Galileu Galilei chegou ao Porto de Itajaí e já iniciou os trabalhos de manutenção do calado, no rio Itajaí-Açu. O serviço de dragagem foi solicitado devido às fortes chuvas no Complexo portuário de Itajaí e Navegantes, que interditaram o fluxo de embarcações de maior tonelagem. Juntamente à Galileu, outra draga, Water Injection, também opera para a manutenção do canal. Esta ação conjunta permite dar ao canal de acesso um maior aprofundamento do rio, e, consequentemente, permitir que embarcações de maior porte possam circular com tranquilidade, sem o risco de navios de maior peso encalharem durante esse processo. Em nota, o Porto de Itajaí informou que a partir da data de hoje, dia 15 de junho, a draga do tipo hopper, com capacidade de cisterna de 18.000m³, estaria operando para reestabelecer a profundidade dos canais interno e externo para os 14 e os 14,5 metros. Chegando do Rio de Janeiro, a Galileu Galilei trabalha por sucção, ou seja, extrai os resíduos por meio de uma cisterna e os encaminha para o alto-mar onde são ejetados. Esta atividade pretende reconstituir a profundidade de 14m do calado nos berços de atracação do Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes. Com isso, embarcações de maior porte podrão circular com toneladas contêinerizadas maiores, sem correr riscos. A draga do tipo hopper realiza operações de rotina nos berços do Porto de Itajaí e Navegantes, e está sujeita ao contrato que a Autoridade Portuária mantém com a empresa Van Oord Seviços de Operações Marítimas Ltda., cuja profundidade do calado, dentro da numeração de 14 a 14,5m, faz parte de uma exigência contratual, que vigora até 25 de outubro de 2023. “É necessária manutenção contínua dos canais para a melhor navegação das embarcações de grande porte. Dessa vez, foi preciso a convocação da Galileu Galilei, draga de sucção, para a manutenção do calado. Os berços de atracação precisam estar com a profundidade maior para evitar qualquer tipo de risco que possa comprometer as embarcações. Por isso, o Porto de Itajaí segue com a dragagem dos berços para que tudo flua nas operações”, concluiu Fábio da Veiga, Superintendente do Porto de Itajaí.
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