ANO XVII - Nº 196 BIS BIMENSAL
A REVISTA MAIS INTERNACIONAL DAS ARTES MARCIAIS • KERAMBIT • SHAOLIN HUNG GAR. GUNG GEE FOOK FU KUEN • HAPKIDO
ANO XVII - Nº 196 BIS BIMENSAL
MASAAKI HATSUMI: O Mestre Ninja
JOSE ALDO: “OSCAR” 2010 DE MMA
U.F.C. RÍO: Voltando pela porta da frente EL KERAMBIT: Uma “faca” letal
O Mestre Sewer, 8ºDan Shaolin Hung Gar Kung Fu e sucessor oficial do Grão Mestre Chiu Chi Ling, 10ºDan, apresenta-nos nesta ocasião a principal Forma do estilo original, assim como a explicação de todas as suas técnicas e aplicações. A Gung Gee Fook Fu Kuen é uma das mais antigas Formas de punho de Shaolin e foi transmitida pelo último abade do mosteiro, Chi Sim, a um de seus melhores alunos; Hung Hee Gung. Sem dúvida é uma Forma de obrigado conhecimento para todos aqueles incondicionais de Shaolin do Sul, posto que incorpora toda a bagagem antiga que trata da respiração, a saúde e as técnicas de luta. A prática desta extensa e intensa Forma desenvolve a parte física dos estudantes e permite-lhes realizar um substancial progresso, posto que é também a base do Chi Sao, do Boneco de Madeira, dos exercícios de endurecimento e do Shaolin Qi Gong. Este trabalho contém também um resumo da Forma executado pelo Dr. Chiu Chi Ling.
REF.: • SEWER4
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Basta um CliC para estar no melhor que em Artes Marciais existe no teu idioMA‌
RIAL COMO SER FELIZ, SEM ALCANÇAR A ESTUPIDEZ “Se tu não és feliz, não és sábio, nem és nada (sic)” Gato Pérez. (Rumba)
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felicidade sempre se tem identificado com o ignorante. Mas, como se pode ser feliz na ignorância? O ignorante é feliz até que a sua incompetência o situa perante a natural consequência de ser ignorante; mais cedo que tarde, iniludivelmente, a sua ignorância fá-lo-á errar, confundir-se, mal interpretar, ler desacertadamente, escolher mal o momento, enganar-se e indefectivelmente sofrerá por isso e pelas consequências que isso provoque. A identificação da felicidade com o ignorante tem entretanto um sentido realista, quando visto de uma perspectiva diferente. Toda a felicidade do ignorante diz respeito ao facto de olhar sem acritude e com benevolência, tanto a si mesmo, como à vida. O olhar da criança, a sorte do novato, acontecem porque, vazios de intenção, por vezes, só temos que Ser. Sem intenção, a fluidez acontece e tudo se conjura para que o positivo aconteça. Sem prejuízos, sem culpas, não nos agarramos a nada e nada se agarra a nós. Mas esse estado de bem-estar não é eter no e é bem sabido que aqui estamos para aprender, para melhorarmos ou pelo menos, segundo os menos entusiastas, para crescer, para Ser. Um querido amigo afirma que a felicidade é um estado natural que no entanto não pode ser forçado. Acontece de maneira natural uma vez que nada o impede, em certa maneira é o estado natural do homem, mas claro está, quando o homem está nesse estado! Porque o homem muda, vive ciclos, sobe e desce, entra e sai, com o mesmo rigor que se sucedem as luas, as estações, com a mesma certeza que ao sol nascente seguirá o ocaso. A felicidade não pode ser perseguida, nem temos de correr na frente dela! O próprio empenho na sua consecução, faz-se precisamente essa corrida incoerente; fugimos do que procuramos, porque não há maneira de
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concebe-lo. A felicidade chega e quando nos amarramos a ela asfixiamola; se não vem, conjuramo-la perseguindo seus muitos sucedâneos… Literalmente, uma corrida doida! o medo atrás, empurrando…, a insatisfação na frente, puxando… Por vezes, a felicidade está tão perto que basta largar amarras e o vento nos levará até ela. Deixar-se ir… E deixar ir! Que tanto nos amarramos como nos amarram quando nos amarramos. Que grande engano! Desde crianças nos ensinam a sermos tendo, na conquista, na consecução, mas ninguém nos inicia no mistério de Ser. Quanto mal se faz assim aos melhores. Os que não encaixam no molde, serão os que abram as portas que para todos estiverem fechadas. Não há grande homem que não tenha sentido a dor da sua diferença e que tenha feito dessa dor o motor do seu proveito, o incentivo da sua criatividade. No entanto, tal coisa não deve tor nar-se rancor, vingança, nem sequer em dor permanente. A grandeza do verdadeiramente grande está em dissolver esse sentimento com a naturalidade com que uma criança esquece a sua zanga… Isto é porque o mundo está cheio de coisas interessantes por descobrir. A dor em excesso asfixia a curiosidade, a graça e todo empenho por simplesmente ser. A depressão acontece então como uma consequência natural do cansaço e da tortura, enquistando a pessoa em seu rancor, na sua prevenção frente ao outro; fechando-se na negatividade as suas águas apodrecem como as de um lago artificial que não renova suas fontes. Quantas vezes esquecemos o mais simples! Cansados de enfrentar a complicação que é viver nestes dias devido à multiplicidade das armadilhas, abutres e rapaces várias, nos perdemos nos detalhes. Se alguma coisa te queima deves largá-la! Não agarrar-te com mais força a isso! Quantas vezes o mau conhecido é melhor que o bom por
conhecer… O medo…, sempre o medo! Não. Nunca é fácil. Falar é uma coisa; contar isso, bem…, mesmo perceber, mas nunca, nunca é fácil em primeira pessoa. Apanhados nos detalhes, perdidos na abundância de explicações, esquecemos de abrir a mão e largar. Nos esquecemos que é preciso esquecer, não por termos de ser bons… mas porque não é bom atar-se ao que é negativo; pior ainda, carregar com isso; o mais horrível, procurar vingança. Inútil, fútil e miserável… ruminar as culpas. Não! Não se tem de perdoar! Não há nada que perdoar! O erro não é senão o preâmbulo do acerto, adequar o momento é um passo em busca da harmonia, mais um passo no caminho do que viemos fazer. O pior dos cenários é criar uma rotina com tudo isso, morder-se a cauda como uma serpente, dando voltas sobre a mesma coisa. Chega uma altura em que é melhor sentir a dor, porque nos convencemos de que assim estamos melhor preparados para suportar ou antecipar-nos à próxima dor. Como somos absurdos! Largar, deixar ir, só se consegue abrindo-se à novidade com a curiosidade de uma criança, que esquece depressa, porque não se aferra, há muito mais que saborear no banquete. A mesa está servida! Tudo o que há sobre a toalha de mesa é precioso, rico, variado… Nunca havemos de saber tudo, nunca experimentaremos tudo, mas… e se tentarmos? A criança experimenta e diverte-se, porque experimentar é divertido, não tanto pelo facto em si mas pelo espírito que anima a experiência. Experimentar, não como prova de si mesmo, não para prevalecer sobre outros, experimentar porque é natural, é a obrigação, porque tudo é uma dádiva se sabemos vê-la como tal. As obrigações, o que é obrigatório, matam as dádivas, porque lhes tiram a surpresa, a consecução não satisfaz porque está prevista… e sem surpresa não há adrenalina, não há oxitóxina, nem endorfinas que valham.
Editorial
A Arte de ser adulto é um paradoxo e como tudo vê-se em seu oposto: O ser como crianças. Ser como crianças sendo adultos, não significa ser estúpido e agir irresponsavelmente. Ser como uma criança é voltar a entrar em contacto com a nossa inocência, com a nossa curiosidade, mas sem nos atarmos a nada negativo, sem aderir-nos ao passado, sem fragmentar o presente em mil razões, sem afobarnos com um amanhã que ainda não chegou e que pode mudar completamente a cada instante. Não existe nenhum caminho feliz (que não à felicidade!) que não passe por este princípio, por esta atitude… Todo o resto serão sucedâneos, substitutivos para entreter, para estar mais e mais perdidos. Voltar a entrar em contacto com o nosso interior tem a ver com essa criança primordial que há em todos nós, que brinca porque esse é seu trabalho. Não dando espaço a essa criança, o homem se apaga e não encontra o Yin de que precisa para expressar seu Yang; sem óleo a maquinaria aquece, seca e a planta murcha prematuramente. Nunca é tarde para rir com essa criança e se preciso for, porque não, para também chorar com ela; porque o pranto da criança é saudável e libertador, intenso, mas curto, porque não se empenha na dor. Deixem a criança vir ao de cima cada dia um pouco, porque a sua companhia faz-nos melhores, nos reconforta e põe-nos a bem com a vida. Tirem um gosto! Brincar por brincar e de vez em quando, que seja brincar a uma coisa nova. Abandonem-se aos sonhos, sem outro propósito que vagabundear entre os vossos desejos. Quem sabe alguma coisa boa surja e surpreenda! Sejam preguiçosos sem serem displicentes. Conscientemente quebrem as rotinas, porque asfixiam toda criatividade e mantêm as cadeias das mentiras que criamos. De vez em quando pratiquem o “não fazer” com intensa fruição e absoluta luxúria. Conheçam um estranho, mas também vejam com outros olhos um conhecido. Façam alguma coisa apenas por fazer, sem admitir intenção nem motivo algum. Riam de tudo, mas acima de tudo de vocês mesmos, sem bom humor, o melhor da vida… não vale nada. Levamos a vida tão a sério que somos capazes de justificar as nossas próprias armadilhas. O bom humor derriba as muralhas da nossa importância pessoal e faz-nos simples. E acima de tudo, sigam o que o vosso coração manda. mantendo-o aberto, porque mesmo que possa ser ferido, um só instante a seu lado, vale mais que uma vida sem ele. Estamos aqui para viver! o resto são opiniões…, isso é uma certeza. Transformar essa acção, em si mesma sagrada por extraordinária, em um inferno, é o maior dos pecados. Todos caímos, mordemos o pó, sofremos a derrota em algum momento. O guerreiro é aquele que se levanta e continua. Se fica preso na sua dor, se torna denso, pesado e morboso. Realmente não é preciso lutar contra ele, só se tem que recomeçar e o nosso começo foi exactamente igual para todos; de alguma nova maneira, temos de tornar a ser criança.
Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
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KERAMBIT WUSHU Hu Jianqiang foi duas vezes campeão do mundo de formas de Wushu, é actor, coreógrafo e estrela do cinema internacional. Nesta entrevista convidamos Hu a partilhar com os nossos leitores seus conhecimentos de Wushu, por ele tão arduamente adquiridos.
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Fazendo praticamente impossível de desarmar a quem porta o Kerambit, ele é sem dúvida, uma das armas brancas mais letais. Apresentamos neste artigo as origens e natureza de uma arma devastadora, com um desenho anatómico e um funcionamento perfeito.
WEC & UFC
PRIDE
UFC RIO
Na década dos anos 90, Johil de Oliveira era considerado um dos melhores do mundo na sua categoria, mas um acidente no Pride mudou a sua vida. Agora, com 41 anos, Johil se aposentou e a Revista Cinturão Negro faz esta homenagem a este autêntico exemplo de guerreiro nos ringues e na vida.
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Ver o UFC no Rio de Janeiro, p. 22 berço do Vale-Tudo, é como assistir à sua volta em triunfo…, o que acontecerá a 27 de Agosto deste ano 2011!
“CINTURÃO NEGRO” é uma publicação de: BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. Central internacional: C/ Andrés Mellado, 42 – 28015. MADRID. Tel. (34) 91 897 83 40. Fax. (34) 91 899 33 19
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Em 2009 José Aldo ganhava o cinturão de campeão do mundo do WEC. Este ano, após vencer oito adversários e ganhar ambos títulos WEC e UFC, Aldo recebeu o Óscar ao melhor lutador de 2010…
CINTURAO NEGRO NO MUNDO
"Budo International" é um grupo Editor Internacional no âmbito das Artes Marciais, que conta com as melhores empresas especializadas nessa área de todo o mundo, sendo, a nível mundial, o único grupo editor a publicar revistas especializadas em Artes Marciais em sete idiomas, chegando a mais de 55 países em três continentes. Alguns destes países são: Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Estado Unidos da América, Canadá, Suíça, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Croácia, Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, México, Peru, Bolívia, Marrocos, Venezuela, Senegal, etc.
HAPKIDO
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Se ainda não aconteceu em todos os países da Europa, está em processo de acontecer: as práticas coreanas unidas em redor da mais potente Federação das mesmas, a Federação de Taekwondo.
GUNG GEE FOOK FU KUEN La forma “Gung Gee Fook Fu Kuen” contiene el verdadero conocimiento Shaolín. Primera y principal forma del original Shaolín Hung Gar Kung Fu, es una de las más antiguas de las que contienen conocimientos añejos y técnicas del verdadero Kung Fu de Shaolín del Sur.
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NINJUTSU Sem dúvida alguma, o Mestre Masaaki Hatsumi é alma indiscutível do Ninjutsu no Japão e no mundo. Antes de finalizar este ano ele festejará 80 anos de idade e este é um bom momento para recordar sua história e opiniões, através de antigas declarações.
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Presidente: Estanislao Cortés. Conselheiro Delegado e único Gerente: Alfredo Tucci. Direcção de Arte: Alfredo Tucci. Chefe de Produção: Marga López-Beltrán García. E-mail: magazine@budointernational.com. Chefe de Produção de Vídeos: Javier Estévez. Chefe de Distribuição e Material: Fernando Castillejo Sacristán. Administração: José Luis Martínez. Tradutores: Brigitte de le Court, Cristian Nani, Celina Von Stromberg. Publicidade: Tel. (34) 91 897 83 40. Colunistas: Don Wilson, Yoshimitsu Yamada, Cass Magda, Antonio Espinós, Jim Wagner, Coronel Sanchís, Marco de Cesaris, Lilla Distéfano, Maurizio Maltese, Bob Dubljanin, Marc Denny, Salvador Herraiz, Shi de Yang, Sri Dinesh, Carlos Zerpa, Omar Martínez, Manu, Patrick Levet, Mike Anderson, Boulahfa Mimoum, Víctor Gutiérrez, Franco Vacirca, Bill Newman, José Mª Pujadas, Paolo Cangelosi, Emilio Alpanseque, Huang Aguilar, Sueyoshi Akeshi, Marcelo Pires, Angel García, Juan Díaz. Fotógrafos: Carlos Contreras, Alfredo Tucci. Impressão: SERGRAPH. Amado Nervo, 11 - Local 4. MADRID. Distribui: MIDESA PORTUGAL – Distribuição de Publicações, S.A. Rua da República da Coreia, 34. Ranholas, Sintra. Depósito Legal: M-7541-1989
Artes da Coreia “A Arte Marcial Coreana finalmente organizada e sistematizada em um programa coerente de aprendizagem e com a garantia e o reconhecimento oficial de uma Federação nacional, líder a nível internacional”
Presidente da Federação Espanhola de Taekwondo
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Director Técnico de Hapkido da Federação Espanhola de Taekwondo
Programa oficial de Hapkido até Faixa Preta, da Federação Espanhola de Taekwondo
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e ainda não aconteceu em todos os países da Europa, está em processo de acontecer: as práticas coreanas unidas em redor da mais potente Federação das mesmas, a Federação de Taekwondo. Na Espanha já aconteceu, com garantias de primeira categoria, como seja o Conselho Superior dos Desportos do Estado Espanhol; o Hapkido foi integrado oficialmente como actividade com regras, no seio da Federação Espanhola de Taekwondo. Para além das considerações políticas e de organização desta novidade, existe um trabalho muito bem organizado nesta Arte Marcial no seio da Federação de Taekwondo, faz bastante tempo. A Espanha recebeu muitos coreanos nas décadas de 60 e 70 do passado século. Sem dúvida é a isto devido que se tivessem estabelecido as bases que levaram esta arte Marcial a encontrar numerosos adeptos e um altíssimo nível neste país. Foram os estudantes espanhóis daqueles Mestres, hoje em dia eles próprios Mestres e especialmente a diligente gestão do actual presidente Jesus Castelhanos, (distinguido também como Vice-presidente europeu e presidente da Federação Ibero-Americana), que permitiu uma época de grandes conquistas na área desportiva e de organização. Hoje, as equipas espanholas estão internacionalmente reconhecidas como as melhores, sempre em
pugna com os coreanos, os quais sem dúvida não querem largar “o controlo” de uma arte, por mais que possam sentir-se doridos em seu orgulho nacional. Mas assim não deveria ser e muito pelo contrário, posto que ela se tornou Universal, não só como desporto mas também como prática de formação para muitos milhares de jovens. O Hapkido fica assim tutelado por uma Federação séria, que já começou a organizar os detalhes técnicos com claridade e sistematicamente. Para isso organizou a produção deste primeiro DVD com o programa oficial até Faixa Preta. O programa inclui todos os aspectos técnicos indispensáveis no estudo desta arte marcial, que abrange das quedas aos pontapés, até as mais intrincadas projecções. Este trabalho precede a aparição de um livro acerca desta matéria, que virá esclarecer os estudantes de tudo quanto necessário com respeito à aprendizagem deste estilo tão completo. Ambos trabalhos foram realizados sob a supervisão do presidente Jesus Castelhanos e dirigidos pelo actual director técnico da Federação Espanhola Afonso Rubio, destacado Mestre da Arte e em posse de uma longa trajectória na mesma, contando com a colaboração de seus mais destacados Mestres. Budo International sente enorme prazer em ter feito este trabalho e ter contado com gente de tão alto nível técnico.
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Artes da Coreia
Hapkido O Hapkido, arte marcial com origem na Coreia e ligado à prática do Taekwondo, vem sendo praticado na Espanha desde 1968, quando o mestre Kim Jae Won se instalou em Madrid, tendo sido relegado o Hapkido a uma prática paralela, para dar maior relevo ao Taekwondo como desporto. Em termos mais prosaicos, o Hapkido constitui um método sistemático e pedagógico de ensino de técnicas de Defesa Pessoal e de Luta. Entretanto, o Hapkido é também um bom meio de transmitir valores como a humildade, a superação própria, a perseverança, procurar ter uma boa saúde, a amizade, a fidelidade e o compromisso. Como Arte Marcial eminentemente de auto-defesa, junta e fusiona em um só método de ensino, o melhor da tradição marcial coreana: o Tae Kyum (base tradicional do Taekwondo moderno), o Kuk Sul Won (defesa pessoal dinâmica coreana) e a luta Syrum (muito popular na Coreia e muito similar à Luta Canária). Assim, o HAPKIDO compila em um só método educativo o melhor de estilos muito variados, que trabalham do combate na longa e média distância baseado em punhos e pontapés (TKD, Karaté,...), até os baseados na luta corpo a corpo na curta distância (Judo, Syrum, etc.). O pai do Hapkido, tal como hoje é conhecido, foi o mestre Choi Yong Sul
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(1904-1987). Nas décadas de cinquenta e sessenta, o Hapkido e o Taekwondo surgem como escolas e são adoptados como métodos de ensino de luta nos corpos policiais e militares da sociedade coreana. A expansão no Ocidente do Taekwondo e do Hapkido é fundamentalmente devida à presença de tropas das Nações Unidas e a terem sido adoptados pelas unidades dos exércitos estado-unidenses como métodos de ensino da luta corpo a corpo das tropas coreanas, como duas disciplinas complementares. A denominação Taekwondo é adoptada em 1957 por mestres de diferentes escolas de artes marciais coreanas. Nessa época, o Taekwondo fez possível a síntese numa escola única do essencial dos estilos de luta coreanos baseados no combate à distância, usando batimentos de braços e pernas, para finalmente se tornar o herdeiro do Tae Kyum tradicional.
No entanto, a sua consolidação institucional como arte de luta foi na Coreia muito mais modesta que a do Taekwondo. Tal é assim que a denominação e a criação de uma escola oficial de Hapkido foi devida à tarefa empreendida pelo aluno mais avantajado, o mestre Ji Jan Jae. Em 1959, o mestre Ji fundou o Hapkido tal como hoje é conhecido, e dois anos depois, em 1961 foi contratado pelo governo da Coreia do Sul para dirigir a instrução em técnicas de luta das Forças de Segurança Presidenciais, o que realiza até 1979. Hoje em dia, o Hapkido e o Taekwondo partilham no estado coreano estatutos muito parecidos e apesar das diferenças existentes nestas disciplinas, as práticas do Hapkido e do TKD se desenvolvem de maneira integrada e complementar (convém não esquecer que ambas são herdeiras legítimas do Tae Kyum tradicional). Assim sendo, mestres e monitores se formam
simultaneamente em ambas disciplinas e ministram seus conhecimentos em paralelo. Sendo o Taekwondo e o Hapkido as disciplinas marciais coreanas com mais difusão no mundo, entretanto, a prática do Taekwondo se desenvolveu mais rapidamente como disciplina desportiva olímpica, enquanto que a difusão do Hapkido foi mais lenta, devido por uma parte ao grande êxito do Taekwondo e por outra parte à condição institucional da sua origem. Talvez a maior diferença destas disciplinas resida em que a prática do TKD foi orientada numa direcção predominantemente competitiva (e daí a sua evolução como desporto de competição) e a prática do Hapkido manteve mais intacta a sua bagagem marcial. Convém não esquecer que o TKD e o Hapkido foram introduzidos na Espanha pelos mesmos mestres, os quais partilham sua condição de versados e instrutores de ambas disciplinas, mas que em um determinado momento optaram por se dedicar mais à difusão do TKD, sem dúvida devido a que o seu carácter competitivo abria incalculáveis ocasiões de desenvolvimento na sociedade local, também altamente competitiva.
Características do Hapkido O Hapkido é uma Arte Marcial completíssima. Suas criativas projecções granjearam-lhe o respeito dos estudantes de outros estilos logo que foi dado a conhecer, mas este aspecto é só uma parte da riqueza do mesmo. Além das secções técnicas dedicadas à defesa pessoal, o Hapkido conta com uma enorme bagagem técnica, na qual se inclui um enorme arsenal em todas as distâncias. Esta riqueza técnica fica patente neste trabalho realizado, onde as técnicas necessárias para a sua correcta aprendizagem até Faixa Preta, ficaram devidamente em ordem. Uma das características diferenciadoras do Hapkido é a inteligência no uso da força frente a qualquer circunstância, e a capacidade de usar suas técnicas para aproveitar a força do atacante, sem se deter em considerações ou limites no que diz respeito ao tipo de técnicas que se devem de utilizar, o que permite combinar adequada e indistintamente, técnicas de batimento, salto, projecção ao chão, chaves, etc. Isto é devido a que na sua origem como arte de combate, não estabeleceu marcos restringidos para a sua evolução, se bem a sistematização da sua aprendizagem nos dias de hoje, permite aos estudantes aprender esta Arte sem correr perigo. As possibilidades do Hapkido como sistema de defesa pessoal fez dele um estilo potente e sempre respeitado no ambiente Marcial em todo o mundo. Organizar seus conteúdos foi uma árdua tarefa, mas o resultado facilitará que a sua expansão seja ainda muito maior a partir de agora.
“O Hapkido é uma Arte Marcial completíssima, suas criativas projecções granjearam-lhe o respeito dos estudantes de outros estilos desde que foi dado a conhecer, mas este aspecto só é uma parte da riqueza do mesmo”
“As possibilidades do Hapkido como sistema de defesa pessoal fez dele um estilo potente e sempre respeitado no ambiente Marcial em todo o mundo”
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Artes da Coreia
“Quando um estudante já penetrou profundamente no Taekwondo, é difícil abstrair-se da possibilidade de estudar Hapkido”
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Reportagem
Sua prática permite aos estudantes do Taekwondo que assim desejarem, completar a sua aprendizagem com tudo quanto necessário, especialmente no que diz respeito à defesa pessoal. A flexibilidade e a preparação que o Taekwondo proporciona aos estudantes é uma base magnífica para aprofundar neste estilo; o uso das pernas e braços em técnicas de batimento se complementa assim com outras em que o contacto se orienta para projecções, luxações e complexos controlos, que fazem mais ricos os conhecimentos de qualquer estudante de Artes Marciais. Quando um estudante já penetrou profundamente no Taekwondo, é difícil abstrair-se da possibilidade de estudar Hapkido. Possuindo uma mesma raiz cultural, os estudantes de Taekwondo terão muito facilitado o processo e gozarão dele intensamente. Há no entanto quem resolve dedicar-se em exclusiva ao Hapkido, mas é mais habitual o caso contrário. As pessoas tomam contacto com ele através do seu treino em Taekwondo e observando uma aula do mesmo sentem-se atraídas pela sua força e especial estética, de onde dimanam um sentido de firmeza e um po der pleno s de do mínio . O s is tema o rg aniz ado para a s ua co rrect a aprendizagem é a base deste DVD, um trabalho muito meditado para cumprir um propósito, a correcta e completa formação dos estudantes e a criação de uma guia s ó lida para que o s Mes t res po s s am realiz ar adequadamente a s ua t arefa didáctica.
Reconhecimento na Espanha do Hapkido como disciplina associada à Federação Espanhola de Taekwondo Depois de muitos anos de deambular em tentativas de consolidar-se como Disciplina Associada dentro da Federação Espanhola de Taekwondo, o Hapkido é hoje uma realidade reconhecida pelo Conselho Superior dos Desportos. Devido em grande parte, ao intenso esforço e constante interesse por parte do actual Presidente da FET, Sr. Jesus Castelhanos, que teve como objectivo no início da sua presidência poder abrir o Departamento Nacional de Hapkido, como Disciplina A s s o ciada no s eio da F ederação Espanhola de Taekwondo. Muitas foram as tentativas, muitos os documentos, os trabalhos realizados, os projectos de Regulamentos, Modificação nos Estatutos, para finalmente conseguir ser uma realidade. Durante 2008, teve lugar o 1º Campeonato da Espanha de Hapkido, sendo muito bem recebido e onde foi possível gozar das excelências, efectividade e beleza desta Disciplina. Em 2009 realizou-se o 2º Campeonato da Espanha de Hapkido, também tendo dado início os exames oficiais de faixas pretas, com diplomas oficiais, os cursos de árbitros que pontuam, cursos de formação e cursos de reciclagem e actualização.
Em 2010 o ano encerrou com a 3ª edição do Campeonato da Espanha, com um excelente nível e sendo muito bem recebido por parte das secções regionais. A modo de esclarecimento e perante dúvidas que oferecem determinadas Associações, este é o texto recebido pelo Conselho Superior dos Desportos: “…Existe o reconhecimento do Hapkido por este Organismo, como uma Especialidade Desportiva integrada na Federação Espanhola de Taekwondo, entidade esta inscrita no Registo de Associações Desportivas deste Conselho Superior dos Desportos, e que é a única entidade que tem delegadas em exclusiva as funções públicas de tipo administrativo que se contemplam na Lei do Desporto, tal como aparece em seus estatutos publicados no BOE (Boletim Oficial do Estado). Portanto, até à data, no âmbito desportivo só serão válidas e gozarão do reconhecimento oficial as actuações que acerca do Hapkido leve a termo a dita Federação Espanhola de Taekwondo.” Também juntamos referência da cópia do escrito com registo de saída do Conselho Superior dos Desportos número 08.02.07 002008, onde o Exmo Sr. Ramón Barba Sánchez, Secretário da Comissão Directiva do Conselho Superior dos Desportos, nos informa da aprovação da inclusão do Hapkido como disciplina associada, nos Estatutos desta Federação Espanhola de Taekwondo.
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“O GM Chiu Chi Ling mostra-nos as partes dessa forma no seu novo DVD de instrução da Gung Gee Fook Fu Kuen e indica os pontos mais importantes para levar a efeito o processo da aprendizagem”
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“Também tem exercícios físicos intensivos de endurecimento, como por exemplo Sam Seng, que se incluem no Gung Gee, forjando assim o corpo do aluno. Não é de estranhar que os lutadores de Hung Gar sempre tenham sido temidos por seus antebraços e tíbias duros como aço!”
Silenciosamente, o tigre rastreia na mata. O luar mal ilumina o seu caminho, mas mesmo assim, o tigre encontrará a sua vítima, deslizando-se intrépido e letal. Antigamente, na montanha Ling Nam no Sul da China, não se conhecia nada mais perigoso e forte que o tigre do bosque de bambu. Havia monges guerreiros que aprendiam luta nos mosteiros, a quem e mestres ensinavam técnicas: “Gung Gee Fook Fu Kuen!” exclamava o abade Chi Sim Sum Si (também conhecido como Ji Sim), enquanto obser vava como os seus alunos executavam a forma “O punho que vence o tigre”. Ele dizia: “Vocês vão ser tão fortes que serão capazes de vencer inclusivamente o que de mais perigoso e forte há, o tigr e!”. O suor escorria nas caras dos alunos, e seus braços e pernas tremiam devido a tanto esforço. “Nenhum de vocês será jamais um verdadeiro guerreiro Shaolim se não dominarem esta forma”. Provavelmente, poucos daqueles alunos que tão arduamente treinavam, sabiam quanta razão tinha o seu abade, o último abade de Shaolim do Sul…
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O “Gung Gee Fook Fu Kuen” contém o verdadeiro conhecimento Shaolim A primeira e principal forma do original Shaolim Hung Gar Kung Fu, a Gung Gee Fook Fu Kuen é uma das formas de punho mais antigas de todas as que contêm conhecimentos e técnicas do verdadeiro Kung Fu de Shaolim do Sul. Nos nossos dias, essa forma que o abade Chi Sim Sum Si ensinava pessoalmente, tem fama quase legendária de ser por definição, a forma do Hung Gar. É uma das mais famosas no mundo, depois da conhecida forma Tigre-Grou. O treino construtivo do Kung Fu fortalece todos os praticantes, mas o Gung Gee Fook Fu Kuen é como um limiar que tem de ser ultrapassado para chegar a ser um autêntico lutador. Por tanto, não é de estranhar que seja a primeira e principal forma do famoso sistema Hung Gar! Um dos elementos fixos dos que constituem o Gung Gee Fook Fu Kuen é o trabalho com a
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energia interna, denominado Qi Gong. Como é sabido, o Hung Gar Qi Gong já existe nas formas precedentes, mas só com o Gung Gee Fook Fu Kuen o aluno se enfrenta conscientemente a ele. Graças ao Qi Gong o aluno aprende muito melhor, como nunca antes fizera, a canalizar a sua energia e a utilizar a sua força acertadamente. Isso aumenta a qualidade de vida do praticante, também treinando em grande medida o seu espírito guerreiro, devido a que também se eleva nele o nível energético necessário ao guerreiro! Nos treinos, a Gung Gee Fook Fu Kuen é a forma mais comprida (mais de 300 movimentos) e por isso também constitui um novo desafio somado. À semelhança do que acontece com a forma Sai Pin Tai Ma, Posição do Cavaleiro do Hung Gar Kuen, exige muita capacidade de resistência e força mental. Situa-nos frente a frente com limites internos e externos e ajudanos a superá-los! Também tem exercícios físicos intensivos de endurecimento, como por exemplo Sam Seng, que se incluem no Gung
Gee, forjando assim o corpo do aluno. Não é de estranhar que os lutadores de Hung Gar sempre tenham sido temidos por seus antebraços e tíbias duros como aço! “Logo a partir do primeiro momento sentimos que a forma Gung Gee Fook Fu Kuen é muito especial, é como se chegássemos a um novo patamar da aprendizagem. Actualmente, esta forma é uma parte fixa do meu treino!” - diz R. Gisler, um destacado aluno suíço, praticante de Hung Gar. Quanto mais se pratica a forma, mais experiência adquire o aluno, devido aos princípios inerentes no Hung Gar: O Pá Kua é o trabalho dos passos na luta. O Yam e Yeung (Yin Yang) e Yeung (Yin Yang) que são parte da aprendizagem da gestão da energia e do princípio fundamental do Shaolim Kung Fu original. Boxing-Sutras e as 12 pontes do Hung Gar… Tudo isto e muito mais, forma parte da Gung Gee Fook Fu Kuen! Se pensarmos que os monges do famoso mosteiro de Shaolim quiseram depositar numa
Kung Fu
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Reportagem
forma a maior quantidade possível das suas experiências, podemos então falar da Gung Gee Fook Fu Kuen. Desde que o Kung Fu original e correcto abandonou o mosteiro de Shaolim, só se modificou uma coisa na forma e isso foi devido nem mais nem menos que ao herói do povo Chinês, Wong Fei Hung. Como grande lutador de Hung Gar e médico famoso, Wong Fei Hung é considerado um herói e foi ele quem somou à forma mais movimentos e criou uma primeira parte instrutiva, que veio complementar o resto da forma com um conhecimento elementar do Hung Gar. Essa primeira parte, denominada Gung Gee, facilitava o acesso às formas avançadas do Kung Fu de Shaolim do Sul, como acontece com a Fook Fo Kuen, segunda parte da forma actual, que encontramos em todos os sistemas do Kung Fu realmente provenientes do Shaolim do Sul. Também para mestres experientes, a Gung Gee Fook Fu Kuen é de grande importância mesmo após ter aprendido outras formas principais e por isso é regularmente praticada inclusivamente pelo Grão Mestre Dr. Chiu Chi Ling. Transmitida directamente através da árvore genealógica da família Hung, a Chiu Chi Ling foi ensinada desde os começos, no Gung Gee Fook Fu Kuen. Seu pai e Sifu, o Grão Mestre Chiu Kow (1895-1995) dava grande importância ao facto de que seu filho levasse a sério a sua formação. “Em criança, nem sempre tinha vontade de treinar Gung Gee Fook Fu Kuen oito horas por dia” - diznos sorrindo o Grão Mestre Chiu Chi Ling “Conservo em meu corpo muitas cicatrizes dessa época em que o meu pai me tinha de
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'convencer' para que eu treinasse a Gung Gee Fook Fu Kuen. Mas hoje eu agradeço a meu pai por cada uma da suas lições!” O GM Chiu Chi Ling mostra-nos as partes dessa forma no seu novo DVD de instrução da Gung Gee Fook Fu Kuen e indica os pontos mais importantes para levar a efeito o processo da aprendizagem. O GM Chiu Chi Ling, 10º Dan, gravou esta parte do DVD, em Amesterdão, antes de um seminário especialmente preparado pelo Mestre Martín Sewer, para os praticantes do verdadeiro Hung Gar. Mas onde se poderia aprender esta forma com a qualidade de Shaolim? Uma arte que é tão antiga e provada, deve ser um segredo bem guardado - poderão pensar algumas pessoas. Segredo? Tudo pelo contrário! Como uma das cinco artes marciais mais famosas da China, (Hung, Lau, Choy, Li e Mok) o Hung Gar Kung Fu e com ela a forma Gung Gee Fook Fu Kuen são tudo menos um segredo. E no entanto, aoenas quem as procura poderá encontrá-las… Hoje, não há melhor lugar que o bastião actual do Shaolim Hung Gar Kung Fu original, que está na maravilhosa Suíça; estamos falando do sucessor do estilo das famílias Chiu Hung Gar Kung Fu por designação do GM Chiu Chi Ling, o Mestre Martín Sewer. “Nenhum aluno da Escola de KUNG FU MARTIN SEWER pode continuar a sua formação sem ter aprendido a parte da primeira forma principal. Esta proporciona ao aluno muitos instrumentos importantes para desenvolver as suas capacidades. Também para a prática com o Boneco de Madeira essa
é uma forma iniludível” - diz o Mestre Dr. Martín Sewer, a quem poucas semanas atrás, em Amesterdão, lhe foi concedido por seu Mestre o 8º Dan (Tuan, Duan, Grado de mestria), em presença de muitos grandes Mestres do Kung Fu chinês. Para este aluno a quem o Grão Mestre Dr. Chiu Chi Ling, 10º Dan, concedeu o mais alto grão do mundo como aluno, a forma Gung Gee Fook Fu Kuen é um programa obrigatório para a formação na KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER. Incluindo a graduação em qualquer nível! Faz décadas que Sifu Martín Sewer vem seguindo seu Mestre e treina com ele regularmente. Ele gosta de dizer: “Nunca poderei esquecer quando fui aprender a Gung Gee Fook Fu Kuen na antiga escola do meu Sifu, na Pak Hoi Street, de Hong Kong…” Fica bem esclarecido que hoje é e de certo também no futuro será a Gung Gee Fook Fu Kuen uma das formas básicas e fundamentais na formação dos que praticam o Hung Gar. A Comunidade Internacional do Hung Gar esperava por este novo DVD de instrução da KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER. Apresentado por Sifu Martín Sewer, 8º Dan e o seu melhor aluno Sifu Fadri Canal, 3º Dan, também inclui as explicações do GM Chiu Chi Ling, 10º Dan, tudo o qual faz deste novo DVD de instrução Gung Gee Fook Fu Kuen, um trabalho imprescindível para todo aluno de Hung Gar que realmente queira aprender. Talvez o tigre já não seja a coisa mais forte que hoje se conhece, mas de certeza, a forma Gung Gee Fook Fu Kuen despertará o tigre. O tigre que está em ti!
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Reflexão Tribalismo Marcial Embora estejamos inseridos numa realidade onde mais facilidades existem para a busca do conhecimento e informações, nos emerge claramente a noção de que enfrentamos algumas dificuldades no que chamamos civilização marcial em prol da busca da razoabilidade, e se não da igualdade, pelo menos da liberdade de escolha. Seríamos nós frutos de uma geração marcial que ainda não se recuperou de todo do choque inicial de seus nascimentos e manifestações artísticas combativas? - da transição da sociedade marcial tribal, com sua submissão às forças mágicas e míticas, embebidas em lendas e obscuras quanto à realidades factuais, uma sociedade fechada em versões, para a era marcial aberta, que põe em liberdade as faculdades críticas e criativas do homem? O choque dessa transição é um dos factores que possibilitaram o surgimento dos movimentos reaccionários que procuram, contra ou ao menos sem fazer bom uso da intelectualidade, impregnados por um sentimentalismo possessivo, derrubar uma civilização marcial e retornar ao tribalismo mais primitivo. Vemos no cenário marcial uma luta velada entre duas mentalidades que discutem o novo destino do quadro das artes. De um lado um determinismo actuante na defesa de versões que foram transmitidas sob um aspecto imutável de uma realidade; de outro, a busca pela liberdade da criação e adaptação dessas mesmas artes, puras ou mescladas, que nascem numa era contemporânea quase isenta dos legados de liberdade conquistados pelo processo de civilização das sociedades políticas e sociais - restringida pela opinião pública parcial e baseada no senso comum -, e portanto asfixiada pela contraposição de um conjunto frouxamente relacionado de conceitos que se impõem em nossa atmosfera marcial. Não há espaço hoje para a criação, segundo as formulações, ainda que inconscientes, dos mais radicais, e que ao parecer esquecem que também são frutos desse mesmo processo ocorrido há não muito tempo atrás. Acordemo-nos que não se trata de substituir os antigos sistemas tradicionais ou mais modernos por um novo totalmente detentor de qualquer verdade, mas apenas de que o processo de criação, do novo, é natural e deve ser visto como uma consequência da capacidade e inteligência humana, como qualquer outro aspecto da evolução. A selecção natural do meio ambiente nunca foi tão agressiva quanto a selecção natural exercida pelo próprio homem quando este possui o intento de exterminar uma
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“Nem mesmo para olhar sem desprezo para todos aqueles que criativamente descobrem novos meios e teorias para as artes combativas, actualizando-as para a necessidade contemporânea”
“Vemos no cenário marcial uma luta velada entre duas mentalidades que discutem o novo destino do quadro das artes”
outra arte - se assim podemos chamá-la, “natural”, quando esta é idealizada através da manipulação da opinião pública, com a movimentação clara da massa de alunos e praticantes contra outros pertencentes a outras escolas e estilos. E se relativamente fosse compreensível esse processo contra culturas ou artes diferentes, no caso de se supor uma guerra entre duas tribos, menos compreensível ainda é o entendimento desse fato dentro de uma mesma arte, numa correnteza de críticas ao comportamento moral ou técnico de um profissional da mesma categoria. Atingimos um nível de tribalismo marcial onde o que deveria ser analisado cuidadosamente e respeitado é repassado numa onda de difamação com atitudes mascaradas e tidas como pacíficas, dentro do direito de opinião, e portanto vagamente discutidas. Aprofundar-se em um determinado assunto requer tempo e pesquisa, e se antigamente qualquer nova teoria científica era apresentada aos mais conhecedores da época, para que os novos conceitos fossem discutidos abertamente e esclarecidos, e quando postos em dúvida, assumidamente questionados ou rebatidos com amplas noções de consequências, hoje ninguém aparenta dedicar tempo para análises antes de qualquer afirmação. Mais importante é participar de uma discussão, mesmo que as palavras não sejam melhores que o silêncio. Não questionamos aqui qualquer favoritismo quanto à divisão histórica dos períodos dos nascimentos das artes, tradicionais ou modernas. O tribalismo aqui tratado mais se enquadra com a classe de comportamento que vemos hoje nesse cenário marcial. Há sem dúvida alguma muitos valores numa sociedade tribal, caracterizada pela estabilidade e pela rigidez, porém não esqueçamos que essa mesma sociedade é determinada por tabus sociais e religiosos; onde cada um tem seu lugar marcado no conjunto da estrutura social, sente que esse lugar é o adequado, “natural”, e que lhe foi destinado pelas forças que regem o mundo. A sociedade democrática, por outro lado, é marcada pela confrontação do indivíduo com seus problemas pessoais. Dessa forma essa confrontação é normal e deve ser enxergada como tal, sem a necessidade do colectivismo de opiniões ou manipulação de toda e qualquer forma de pensamento que não a do mestre ou professor, erroneamente divinizado ou visto como tal. Ao buscar respostas na história das artes e seus fundadores, lembremos que todas as descrições de fatos, mesmo as científicas, são altamente selectivas, sempre dependentes de teorias. “Dadas a infinita riqueza e a variedade dos possíveis aspectos e suas possibilidades, uma descrição dependerá em larga medida de nosso ponto de vista, de nossos interesses, que são como uma regra relacionada com a teoria ou hipótese que desejamos testar; mas também dependerá dos fatos descritos. Na história, não menos que na ciência, não podemos esquivarnos a de nosso ponto de vista, e a crença de que pudéssemos fazê-lo nos levaria ao auto-engano e à falta de cuidado crítico. A história difere da física ou ciências exactas, cujo “ponto de vista” é habitualmente apresentado
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Reflexão como uma teoria que pode ser corroborada pela busca de fatos novos.” – Karl Popper (Sociedade Aberta e seus Inimigos). Na história, os factos à nossa disposição são muitas vezes limitados, não podem ser repetidos e foram colectados de acordo com um determinado ponto de vista, registados pelas versões dos vencedores, que altera em profundidade palavras como revolução, rebelião, traição e aperfeiçoamento, as quais muitas vezes são utilizadas como adjectivos que designam a moral de profissionais de artes alheias ou simplesmente seguidores de outras linhas. Analisando friamente os mitos ou versões que explicam as histórias das artes marciais, dificilmente veríamos qualquer significado que não poético ou valorado por ser um tipo de manifestação cultural. Não há uma história de uma arte marcial em si, mas uma infinidade de histórias de todas as espécies de aspectos técnicos e míticos; somadas, não constituem a
história da arte em sua verdade ou essência absoluta. No entanto, podemos interpretá-la, para resolver os problemas de cunho político de nossa época, onde neste quadro há uma luta pela poder e supremacia marcial. O futuro ou perspectiva depende de nós mesmos, e nós não dependemos de qualquer necessidade histórica para respeitar o legado que cada arte carrega, seja ela antiga ou não, nem mesmo para olhar sem desprezo para todos aqueles que criativamente descobrem novos meios e teorias para as artes combativas, actualizando-as para a necessidade contemporânea. A verdade marcial da qual muitos se crêem donos, não é a soma de todas as coisas, mas a totalidade de todas as mudanças, uma engenhosa mistura de especulação e aguda observação dos fatos e eficiências técnicas, imbuídas ou desprovidas de filosofia, mas que exercem com responsabilidade seus direitos de liberdade de expressão.
“A verdade marcial da qual muitos se crêem donos, não é a soma de todas as coisas, mas a totalidade de todas as mudanças, uma engenhosa mistura de especulação e aguda observação dos fatos e eficiências técnicas, imbuídas ou desprovidas de filosofia, mas que exercem com responsabilidade seus direitos de liberdade de expressão”
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PrEÇO: 35,00€ c/u
O Hapkido constitui um método sistemático e pedagógico de ensino de técnicas de Defesa Pessoal e de Luta. Como Arte Marcial ele recebe e fusiona o melhor da tradição coreana do Tae Kyum (base tradicional do Taekwondo moderno), do Kuk Sul Won e da luta Syrum. Assim sendo, compila o melhor dos estilos que trabalham o combate na longa e média distância, baseado em punhos e pontapés, assim como a luta corpo a corpo na curta distância. Este primeiro DVD, que apresenta o programa oficial até Faixa Preta, tem a garantia da Federação Espanhola de Taekwondo e a supervisão do Director Técnico do Departamento Nacional de Hapkido o Sr. Alfonso Rubio, com a colaboração de seus mais destacados Mestres. Um trabalho muito meditado para poder cumprir seu propósito: a correcta e completa formação dos estudantes e a criação de uma guia sólida para que os Mestres possam realizar adequadamente seu trabalho didáctico.
REF.: • SEWER4
REF.: • KERAM1
REF.: • HAPFET1
Novidades DVD´s de Artes Marciais
NOVIDADES DO MÊ S!!!
O facto de praticamente ser impossível de desarmar quem porta um Kerambit Indonésio, faz dele uma arma tremendamente eficaz e letal, que nos proporciona um ponto de vista diferente da utilização das armas brancas. Seu duplo gume e seu anel de retenção permitem descobrir as infinitas possibilidades que o tornam uma faca táctica por natureza. Entretanto, para compreender a sua utilização necessitaremos um método que nos permita perceber a essência da arma. Este é o objectivo deste DVD. Durante a aprendizagem descobrimos as infinitas combinações, dependendo da nossa percepção e base marcial, para assim incorporá-las ao nosso treino à mão nua e desenvolver as nossas próprias técnicas. Neste trabalho se mostram as diferentes maneiras de agarre, variações, aplicações, ângulos de ataque e exercícios para alcançar fluidez e destreza em seu manuseio.
O Mestre Sewer, 8ºDan Shaolin Hung Gar Kung Fu e sucessor oficial do Grão Mestre Chiu Chi Ling, 10ºDan, apresenta-nos nesta ocasião a principal Forma do estilo original, assim como a explicação de todas as suas técnicas e aplicações. A Gung Gee Fook Fu Kuen é uma das mais antigas Formas de punho de Shaolin e foi transmitida pelo último abade do mosteiro, Chi Sim, a um de seus melhores alunos; Hung Hee Gung. Sem dúvida é uma Forma de obrigado conhecimento para todos aqueles incondicionais de Shaolin do Sul, posto que incorpora toda a bagagem antiga que trata da respiração, a saúde e as técnicas de luta. A prática desta extensa e intensa Forma desenvolve a parte física dos estudantes e permite-lhes realizar um substancial progresso, posto que é também a base do Chi Sao, do Boneco de Madeira, dos exercícios de endurecimento e do Shaolin Qi Gong. Este trabalho contém também um resumo da Forma executado pelo Dr. Chiu Chi Ling.
Todos os DVD’s produzidos por Budo International são realizados em suporte DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado (nunca VCD, DivX, o similares) e a impressão das capas segue as mais restritas exigências de qualidade (tipo de papel e impressão). Também, nenhum dos nossos produtos é comercializado através de webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa e a serigrafia não coincidem com a que aqui mostramos, trata-se de uma cópia pirata.
PEDIDOS: CINTURAO NEGRO
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UFC Rio: Voltando pela porta da frente Durante anos os brasileiros sonharam com o dia em que o maior evento de MMA do mundo chegaria ao Brasil, passando a ter uma edição no berço do ValeTudo, o Rio de Janeiro. No dia 15 de Dezembro de 2010 este sonho foi realizado com toda a pompa e circunstância, em pleno palácio da Cidade, residência oficial do Prefeito do Rio, Eduardo Paes. Ao Lado de Dana White, Lorenzo Fertitta, Anderson Silva, Maurício Shogun, José Aldo, Royce Gracie e Vítor Belfort, o Prefeito Paes anunciou que a partir do dia 27 de Agosto de 2011, o UFC passa a fazer parte do calendário oficial da cidade.
Quem entrou no mundo das lutas nas últimas duas décadas se acostumou a invejar as histórias dos precursores do Desporto. Nomes como Hélio Gracie, Carlson Gracie João Alberto Barreto…, que sempre nos contavam “casos” dos tempos em que os ídolos da luta eram tratados como heróis pela imprensa brasileira. Depois do fatídico dia em que João Alberto quebrou o braço de um lutador ao vivo na extinta TV Continental, em 1953, a história mudou e a imprensa passou a tratar aqueles desafios difundidos pela família Gracie, como caso de polícia. Foram necessárias quase seis décadas para que o Vale-Tudo ganhasse o mundo por intermédio da família Gracie, fosse remodelado pelos americanos e reapresentado em sua terra natal com um novo nome MMA, ou melhor, UFC. “Depois de anunciar os jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de futebol, é com muito prazer que anunciamos a chegada do UFC ao Rio de Janeiro”. O anúncio foi feito pelo presidente do evento Dana White. A seu lado o dono do evento Lorenzo Fertitta, Royce Gracie (filho do homem que começou tudo há quase oito décadas) e o Prefeito do Rio, Eduardo Paes. “Gostaríamos de agradecer ao Prefeito Eduardo Paes e a todos no Rio, por abraçarem o UFC que além de ser um esporte
fantástico, por onde passa causa um impacto económico na ordem de 15 a 50 milhões de dólares americanos”, vibrou Dana White, garantindo que a epidemia daquelas três letras mágicas não foi à toa que contaminou quase todo o mundo. “Vamos receber 13 mil pessoas na arena HSBC e cada uma vai 'contagiar' mais 10 ou 15 pessoas, e aí vai começar o que eu chamo o vírus que vai espalhar por todo o país. É assim que funcionou em todos os países em já que estivemos e não tenho dúvidas que no Brasil, país que iniciou tudo, não será diferente”.
Homenagem póstuma a Hélio Gracie Uma das atracções da colectiva foi Royce Gracie. Apresentado por Dana White como pai do UFC, o campeão do UFC 1,2 e 4 fez questão de enfatizar à imprensa a importância de seu pai na história do esporte. “O Rio foi onde tudo começou. Há 75 anos, meu pai criou esse tipo de evento e de show, para saber qual o melhor estilo de luta. Sem o Gracie Jiu-Jitsu e sem a família Gracie não haveria o UFC. Eles sabem que o Rio é o berço deste esporte e por isso estão tão excitados em trazer o evento de volta para cá”, disse Royce Gracie ao PVT, garantindo que está negociando para fazer sua
Texto e fotos: Marcelo Alonso
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despedida aqui. “Meu pai fez sua última luta aos 53 anos, eu estou com 44”, disse Royce, sem querer, no entanto, definir em percentagem a sua chance de estar presente no UFC RIO.
O apoio do Prefeito O discurso de Eduardo Paes, Prefeito do Rio de Janeiro, foi o ponto alto da conferência de imprensa, afinal de contas, até pouco tempo atrás o esporte era proibido na cidade, facto que o próprio Prefeito fez questão de lembrar. “É importante nós destacarmos que no passado, o Rio teve problemas com aquilo que se convencionou chamar Vale-Tudo. Isso daqui não tem nada a ver com o Vale-Tudo, pois é um esporte com regras, organização, clareza e muito profissionalismo. É assim que é conduzido o UFC”, explicou Paes a imprensa. O Prefeito também fez questão de deixar claro que foi ele quem fez o convite a Dana. “Eu fui procurar o Dana para que nós pudéssemos trazer o UFC para cá e confesso que não tinha ideia da dimensão desse evento e do impacto que ele podia gerar na nossa cidade. É impressionante a quantidade de pessoas que desde que começou a circular a notícia, se aproximaram e me disseram que era uma óptima iniciativa minha a vinda do
UFC para a cidade. A cidade do Rio é uma porta que se abriu para o mundo, graças à família Gracie, e ela será novamente a porta para o UFC voltar para o Brasil”, disse Paes. Após receber um cinturão do UFC de presente de Dana, Paes também enfatizou o impacto económico que o show americano pode gerar para a cidade. “Como o UFC é transmitido para 147 países, certamente também serão mostradas imagens da cidade. Não é qualquer lugar que tem uma paisagem e natureza tão bonitas como o Rio de Janeiro; tenho a certeza que a cidade vai encher, os hotéis ficarão ocupados e transformaremos isto em mais um evento no calendário de nossa cidade. Logo depois disso, terá o "Rock in Rio" e o “Festival de Cinema”. Gostaria de agradecer muito ao Dana e ao Lorenzo e dizer que a cidade está de portas abertas, pronta para ajudar e colaborar para fazermos mais um grande evento. Foi um grande prazer e bem vindos ao Rio de Janeiro!”, finalizou o Prefeito.
O Palco Com capacidade para receber até 18 mil pessoas, a HSBC Arena na Barra da Tijuca já foi testada e aprovada em diversos eventos, como o mundial de Judo, o Campeonato Panamericano e mega shows como Roberto
Carlos e Scorpions. Segundo Dana, os ingressos começarão a ser vendidos a partir de Maio, quando finalmente será revelada o card final e os valores das entradas. De acordo com o empresário, os brasileiros não terão motivos para se assustar com os valores. “Fazemos eventos no mundo todo e sempre colocamos os ingressos de acordo com a realidade de cada país”.
“Ring Girls” Brasileiras Logo após a colectiva de imprensa Dana White revelou, numa entrevista exclusiva ao Canal Combate, que poderá utilizar pela primeira vez “ring girls” locais numa edição do UFC. “O Brasil tem as mulheres mais sensuais do mundo, é claro que cogitamos a ideia de usar garotas locais para o UFC Rio”. A declaração do empresário foi publicada na coluna “Gente Boa” de Joaquim Ferreira dos Santos de “O Globo”, foi reproduzida no fórum do Portal do Vale-Tudo e gerou muitas páginas de debate. De acordo com a opinião dos fãs, a brasileira musa escolhida para desfilar com a placa entre os rounds seria a Panicat Juliana Salimeni. Capa da revista Playboy em 2009, Juju foi eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista VIP em 2010. Para quem não lembra, a beldade começou sua carreira como “ring
Royce Gracie na entrevista com os Meios de comunicação. O Arena HSBC, cenário do UFC RIO no dia 27 de Agosto. O Prefeito Eduardo Paes com Royce.
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girl” do evento MO Team League, o IFL brasileiro, que em três edições confrontou equipes de Minotouro, Rizzo, Wanderlei e Bustamante. Em 2010, já consagrada, Juju voltou a fazer uma aparição no Shooto Brazil 18, em Brasília. Uma outra beldade muito lembrada pelos amigos do fórum do PVT foi Babi Rossi, sua coleguinha do programa Pânico, da Rede TV. Sem dúvida alguma seria uma bela homenagem de Dana White ao público brasileiro, o problema seria o mundo do MMA ficar mal acostumado…
Card dos Sonhos “Nós temos 36 lutadores brasileiros em contrato com o UFC, sendo três deles campeões e um deles o maior “Pound for Pound” da actualidade. Vocês podem ficar tranquilos que terão seus grandes ídolos lutando no Rio”. A afirmação de Dana White ao responder perguntas semelhantes de jornalistas diferentes na conferência de imprensa, deixou muita gente sonhando com o card do evento de Agosto. Apesar de todos saberem que não existe a possibilidade de juntar todos os grandes lutadores brasileiros do UFC no mesmo evento, primeiro porque seriam necessários três eventos, segundo porque tamanha reunião de estrelas prejudicaria a formação de cards em eventos subsequentes..., mas como sonhar não custa nada, o Portal do Vale-Tudo toma a liberdade de dar uma forcinha para Dana White.
O Palácio da Cidade recebeu mais de 200 jornalistas no dia do anuncio do UFC RIO. Juju Panicat, capa da Playboy, poderá ser Ring Girl no UFC RIO. Dona Vera, esposa de Hélio e mãe de Royce. Belfort, Anderson, Aldo, Shogun e Royce, os maiores ídolos brasileiros, no lançamento do UFC RIO.
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Quando era criança e vivia numa comunidade pobre de Manaus, o menino José Aldo impressionou sua mãe com uma frase que parecia ambiciosa para sua realidade. “Quando eu crescer, vou trazer água do mar do Rio de Janeiro para a senhora”. Dona Rocilene sorriu, afinal de contas nada mais normal para uma criança do que sonhar acordada... Em 2009 José Aldo voltou a Manaus e ensinou sua mãe a nunca duvidar do sonho de uma criança, transformando aquele sorriso incrédulo dela em lágrimas de felicidade ao lhe entregar um pote com água do mar e outro com conchinhas. No ombro do filho estava o cinturão de campeão do mundo do WEC, o segundo maior evento do mundo. Mas a capacidade de realizar sonho de Júnior ainda não havia chegado ao fim. Este ano, após vencer 8 oponentes e unificar os títulos do WEC e UFC, Aldo deu outro susto em Dona Rocilene ao chegar em Manaus com o Óscar de melhor lutador do ano de 2010.
Texto e Fotos: Marcelo Alonso Fotos: UFC
Óscar do MMA Foi uma emoção muito grande. Desde o início, eu sempre procurei dar o melhor de mim e fazer o meu melhor, sem passar por cima de ninguém. Graças a Deus deu tudo certo, este ano foi óptimo. O trabalho foi coroado com o Óscar, por isso tenho que agradecer muito ao meu treinador André Pederneiras e às pessoas que me ajudam nos treinos. Sou muito grato por esse prémio, que não é só meu, é de todos da minha equipe, da minha esposa e de todos que sempre me deram força.
UFC Rio As expectativas são as melhores. Estava mais do que merecido termos essa edição aqui. A gente vai lá fora e luta de igual para igual com todo mundo, então era a hora. É um reconhecimento a todo mundo que faz esse trabalho e esta vinda ao Brasil é um reconhecimento disso.
O sonho de ver o mar Desde criança eu sempre sonhei em ver o mar. Falei para minha mãe que iria ao Rio de Janeiro e seria jogador de futebol, acabei vindo mas me tornando um lutador. Na primeira vez que vim ao Rio, vim
com meu irmão, e nós levamos a água do mar para ela, para provar que a gente tinha visto o mar. Levei também umas conchinhas. O facto de eu ganhar um cinturão de campeão mundial foi uma emoção muito grande para a minha mãe. Um garotinho que há algum tempo não tinha nada e hoje é campeão do mundo... Isso deixa qualquer mãe orgulhosa. Minha família toda sente muito orgulho por mim.
Onde tudo começou A primeira arte marcial que pratiquei em Manaus foi a Capoeira, depois passei a treinar Jiu-Jitsu com o professor Márcio Pontes (Nova União). Na sequência fui treinar no Nonato, que era a matriz da Nova União em Manaus, onde conheci o Loro. Desde então comecei a treinar com ele. Nessa época ele estava lutando no Shooto no Japão e me trouxe para morar na academia..
Evolução em pé Eu sempre tive facilidade na trocação em pé. Já tinha um bom jogo e quando cheguei ao Rio via os treinos de Muay Thai e queria participar. Falei com o Pedro Rizzo e ele me deixou começar a treinar. Como eu morava na academia havia
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essa facilidade. Eu ficava de domingo a domingo na academia. Sábado e domingo à tarde já não tinha mais ninguém na academia, então eu ficava sozinho, batia saco e fazia umas sessões de treino, sempre tentando melhorar a execução dos golpes, fazendo muita repetição. Eu só saia para almoçar. Isso me ajudou muito na parte em pé e nessa evolução.
Inspiração no ídolo Quando eu cheguei, na academia treinávamos MMA e todos só queriam derrubar para lutar no chão. Eu não gostava disso e queria ser que nem o Pedro Rizzo. Eu o via como uma inspiração, gostava do jogo dele e queria ser como ele. Um cara como ele me treinando era a melhor coisa. Na época ele era meu ídolo e eu treinava com ele. Hoje em dia ele continua sendo, eu sempre me inspirei nele. O jogo em pé, trocação e os low kicks, tudo vem através dele, que me amoldou e me deu muitos conselhos.
Vida na comunidade Em Manaus eu morava em um bairro pobre chamado Alvorada Três. Logo que cheguei ao Rio e fui lutar com o Hudson no
Shooto, eu morava na academia, mas na semana da luta o Marlon passou a me levar para dormir na casa dele, lá no Morro Santo Amaro. Com o tempo passei a morar na casa dele e passado um tempo, na casa do Hacran Dias, que também mora na mesma comunidade. Depois eu aluguei uma casa no morro e moramos eu e minha namorada. No início eu não me adaptei muito a morar em um lugar dominado pelo tráfico. Para mim tudo aquilo era novo. A primeira vez que eu vi uma arma fiquei um pouco traumatizado. Quando ouvia tiroteio à noite, achava aquilo uma loucura. Depois me acostumei, tudo é uma questão adaptação. Eu me adaptei bem e graças a Deus, deu tudo certo. Nunca ninguém mexeu comigo e não fizeram nada contra mim.
Dificuldades Teve uma época em que eu morava na academia e tinha de treinar Boxe com o Giovane em Copacabana. Tinha um rapaz que morava na academia que já faleceu, nós o chamávamos de Sabará, que teve um dia que ele me deu uma paçoca e disse que aquilo era meu café da manhã. Eu treinava Boxe sem comer nada; não t i n h a d i n h e i ro , e n t ã o s ó a l m o ç a v a e jantava. Cheguei a ter que voltar para Manaus por causa de dinheiro, mas o
Dedé me mandou a passagem para eu voltar para o Rio. Se não fosse isso talvez tivesse tido que abandonar o sonho de ser lutador.
Gratidão Algumas pessoas foram muito importantes na minha vida e estou muito grato a elas. Primeiro meu pai que me apoiou para ser lutador, mesmo não tendo condições e trabalhando como ajudante de pedreiro. Depois o Loro que me trouxe para cá e abriu as portas e depois o Dedé que me ajuda até hoje.
Treino com Anderson Eu já treinei com ele; é um grande atleta e aprendi muito estando com ele. Nós treinamos tanto em pé quanto no chão. Ele me ensinou bastante coisa em pé e tem uma técnica muito boa. Fui a casa dele e saímos, jogamos futebol, videogame. Muit as pes s o as falam que ele é prepotente, mas falam isso porque não o conhecem. A partir do momento que você o conhece e conversa com ele, reconhece s eu bo m co ração . Ele é uma ó pt ima pes s o a e me s into ho nrado de s er comparado com ele.
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Reportagem
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Grandes Mestres Sem dúvida, a indiscutível alma do Ninjutsu no Japão e em todo o mundo é o Mestre Masaaki Hatsumi, que no fim deste ano contará 80 anos de idade. É um bom momento para rever a sua história e opiniões através das suas antigas conversas com o infatigável viageiro pelas terras japonesas… e por todo o mundo, Salvador Herráiz, Mestre de Karaté, mas sempre interessado pelo curioso mundo do Shinobi. Sensei Herráiz conheceu Hatsumi faz tempo e sempre sentiu por ele um enorme respeito como Mestre de uma arte onde nem tudo o que luz é oiro. Texto: Salvador Herraiz, 7º Dan de Karaté Noda Shi, Japão
MASAAKI HATSUMI: O MESTRE NINJA
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onheçamos a origem do Ninjutsu actual, essa arte dos completíssima guerreiros invisíveis que com todo género de truques, técnicas e armas, enganos, estratégias, venenos…, levavam a cabo suas missões por vezes mercenárias, mas geralmente em benefício do povo, ao qual eles pertenciam. Poderíamos dizer que frequentemente estavam enfrentados aos temíveis Samurai. Especialistas em fazer sabotagens, foram muito temidos na Idade Média do Japão, por sua rapidez, eficácia, oportunidade, conhecimentos e perigosidade… Sua missão era contra da opressão militar, ainda que por vezes alguns exerciam qualquer outro tipo de missão. Nos meados do Século XIX, os Tokugawa, que tinham governado durante 200 anos, passam o seu poder ao Imperador, o que supõe o fim dos Samurais, por ser nesses momentos objectivo prioritário abrir o Japão ao exterior e ao desenvolvimento cultural. Desaparecem junto com os Samurais, que tinham existido durante mais de 700 anos, os guerreiros secretos Ninjas, estes com uma história de quase 900 anos. Surgem novas versões de luta mais culturais. Aparecem Jigoro Kano com seu Judo, Morihei Ueshiba com o Aikido, Gichin Funakoshi com o Karaté. Os Ninjas continuam existindo na clandestinidade (aliás, como sempre tinha sido), enquanto essas outras artes avançavam em popularidade. Um dos principais Ninjas, TAKAKAGE MATSUTARO ISHITANI, 26º Grão Mestre de Kuki Shinden Ryu Happo Hihen, estilo especializado nas armas secretas e que fora criado por IZUMO KANJA YOSHITERU, recusou dedicar-se ao ensino massivo, o momento em que a corrente mais procurada era o movimento Zen e o aspecto desportivo da luta. Ele não aceitava isto e ficou relegado a pequenos trabalhos que lhe permitiram continuar na sua linha. Assim sendo, ele se dedicava a missões de segurança nas fábricas da Família Takamatsu, em Kobe, de maneira clandestina e sem ensinar a sua arte. Ishitani estava disposto a destruir as suas armas e conhecimentos antes de
morrer, para evitar que a informação do seu estilo caísse em mãos inadequadas, mas o filho do proprietário das fábricas onde trabalhava, começou a se interessar pelas suas técnicas de uma maneira séria. TOSHITSUGU TAKAMATSU, que assim se chamava, nascera em 1888 e tinha praticado artes marciais da escola Shinden Fudo Ryu e depois também com seu avô, SHINRYUKEN MASAMITSU TODA (supervisor dos professores de espada na Escola do Governo do Shogun dos Tokugawa) a arte denominada Koto Ryu Koppojitsu. Com 13 anos de idade já era um bom conhecedor da arte e obtém o título de mestre de Shinden Fudo Ryu Dankentai Jutsu. Toda, o seu avô era o 32º Grão Mestre de Togakure Ryu Ninkutsu. Após finalizar a escola começa a estudar Takagi Yoshin Ryu Jutaijutsu, com o 15º Soke Mizuta Yoshitaro Tadafusa. Depois, na fábrica familiar de Kobe conheceria o Mestre Ishitani Matsutaro, responsável pela segurança na fábrica, com quem aprenderia Kukishinden Ryu Happo Bikenjutsu, Hontai Takagi Yoshin Ryu, Gikan Ryu Koppojutsu e Muso Shinden Ryu. Ishitani ensina-lhe segredos da sua arte que incluem: • TAIJUTSU: Combate sem armas. • HICHOJUTSU: Técnicas de saltos e acrobacias. • NAWANAGE: Descidas em corda. • KOPPOJUTSU: Técnicas de partir ossos. • JUTAIJUTSU: Luta corpo a corpo. • YARIJUTSU: Técnicas de lança. • NAGINATA JUTSU: Lança curva. • BOUJUTSU, JOJUTSU e HANMBOJUTSU: Técnicas de pau • SENBAN NAGE: Lançamentos de “shuriken” (armas arrojadiças). • TOKENJITSU: Técnicas de armas brancas. • KAJUTSU: Técnicas de Fogo e explosivos. • SUIJUTSU: Técnicas na água. • CHIKU JO GUNRYAKU HEIHO: Tácticas militares, estratégia. • ONSHINJUTSU: Arte da invisibilidade (camuflagem). • HENSOJUTSU: Arte dos disfarces. • HIKE: Espada secreta. Espada (Ken), folhas curtas (kodachi) e técnicas perante espada (jutte).
Takamatsu também continua treinando com seu avô Toda, em Tokagure ryu. Ishitani dá-lhe o título de 27º Grão Mestre de Kuki. Parece que o Ninjitsu é uma arte completíssima mas desconhecida, ou o que é pior…, em alguns casos mal conhecida. Takamatsu, que depois da invasão japonesa de princípios de século XX tinha partido para a China (onde por sua destreza foi conhecido como Moko no Tora ou o “Tigre da Mongólia”) volta ao Japão nos anos 20, dedicando-se a ser hospedeiro. Em 1957 começa a ensinar de maneira exclusiva a Masaaki Hatsumi, quem por isso foi afortunado. Em 1972, Takamtaus falece aos 85 anos de idade. Masaaki Hatsumi, o nosso protagonista de hoje, nasceu a 2 de Dezembro de 1931 em Noda Shi e foi o herdeiro técnico do Mestre Takamatsu. Hatsumi encabeça indiscutivelmente o Ninjitsu mundial e faz já muitos anos que a ele se deve a abertura desta arte ao exterior e a nível popular, segundo ele mesmo confessava: “Devido a que a grande riqueza cultural do Ninjitsu não pode permanecer em segredo”. Hatsumi é actualmente a cabeça visível de várias tradições Ninjas e goza de total credibilidade neste Mundo do Ninjtsu, por sua seriedade. Seus mais de 50 anos de prática e estudo são suas credenciais, o que é de agradecer numa arte que, por desgraça, contou nos seus inícios no exterior do Japão com muitos assuntos escuros e falta de seriedade por parte de muitos de seus pretensos “mestres”, frequentemente faltos de
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Grandes Mestres “Masaaki Hatsumi já tem 79 anos de idade e goza do sossego e da sabedoria que são o prémio dos anos de prática, paciência e estudo” preparação e que aproveitavam o geral desconhecimento da arte. Após a morte de Takamatsu, Hatsumi não ensinou Ninjutsu até passados 10 anos, fazendo-o então já de maneira popular em todo o Mundo e dedicado ao seu dojo de Noda. Faz uns vinte anos, a TV japonesa começou a emitir capítulos que tratavam do Ninjutsu, protagonizados pelos filhos de Hatsumi. Esta série, com espectaculares vestimentas e que tive ocasião de ver no Japão, intitulava-se “Jiraija”, como se intitulava uma exposição de pintura de Hatsumi. O meu primeiro contacto directo com Masaaki Hatsumi foi em 1988, faz já 23 anos!!!, quando amavelmente me deu as boasvindas na minha segunda viagem
- Mestre, como foram seus inícios no Budo antes de conhecer Takamatsu Senseo, do quem é seu principal aluno? - Bem, com 7 anos comecei a treinar Kendo, com 10 Judo, no ano seguinte Karatedo e ginástica, com 12 anos pratiquei também futebol no Liceu, junto com o Judo. Depois, já na Universidade dediquei-me ao Judo. Também me interessei pelo Kobudo, as antigas técnicas do combate medieval. - Como foi então o contacto com Takamatsu Sensei? - Eu não estava satisfeito com o que praticara e tinha podido ver antes de conhecer Takamatsu Sensei, assim sendo, fiz-me discípulo seu. - E… o que pensa dele?
O MESTRE NINJA ao Japão, inclusivamente convidando-me para assistir a uma exposição dos seus quadros. Depois estivemos em contacto por carta durante algum tempo. Apesar de eu estar entregue em corpo e alma ao Karaté, sempre senti muita curiosidade pelo legendário e inquietante mundo do Ninjutsu original. Mais tarde, em 1994 e por ocasião de eu ter obtido o 5º Dan de Karaté, Masaaki Hatsumi me ofereceu um dos seus belos quadros, onde representa um dos seus motivos preferidos: Bodhidarma Daruma, o monge hinduísta do Budismo Zen, introdutor das artes marciais na China e que hoje em dia é um símbolo no Japão. Hatsumi gosta de oferecer quadros que representam Daruma. Depois, após vários anos sem contacto com ele e numa outra viagem minha ao Japão, resolvi um dia ir visitá-lo na sua casa na cidade de Noda, no Nordeste de Tóquio. Rememoramos aí o que tempo atrás me tinha contado.
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- Tive-o em grande estima e sinto muito orgulho em ser seu sucessor. É o meu Mestre para toda a vida. Hatsumi, 5º Dan de Karaté Shito Ryu, ensinou Judo aos soldados americanos da ocupação que seguiu à Guerra e seu “vício” são as Artes Marciais, o Teatro e a Pintura. Hatsumi treinou com Takamatsu, em Kasiwabana, no Oeste de Iga, e herdou o título de Grão Mestre nas Nove Tradições Guerreiras. - Mestre Hatsumi, quanto tempo treinou com Takamatsu? - Foram 15 anos, até o seu falecimento. Lembro-me sempre do que me ensinava e repito os exercícios. Agora, quando já passados 40 anos desde que comecei a estudar com ele, começo a compreender as suas palavras, uma por uma. - E especialmente dele, que recordações tem? - Ah! as recordações dele nem cabem aqui. São infinitas… Não se podem traduzir em palavras…
“Hatsumi Sensei mora numa casa grande perto do templo de Atago, que parece um autêntico museu cheio de quadros, prémios e recordações de suas incontáveis viagens mundo afora” Hatsumi Sensei mora numa casa grande perto do templo de Atago, que parece um autêntico museu cheio de quadros, prémios e recordações de suas incontáveis viagens mundo afora. Desta vez é Inverno e enquanto esperamos a chegada do mestre aproveito o tempo, junto com minha mulher e meu filho pequeno, numa típica taverna japonesa, sita na mesma rua. Mais tarde, já com Hatsumi Sensei, o mestre tem o detalhe de oferecer-nos umas figurinhas por ele talhadas em madeira e gravadas, que assina ali mesmo na nossa frente. - Hatsumi Sensei, o Senhor também pinta. Fale-nos disso, por favor. - Salvador, és meu convidado para assistir á galeria “Nagai” onde os meus quadros estão expostos. Gosto muito de Picasso. Nas artes marciais há muita gente, mas à semelhança do que acontece na pintura…, um génio como era Picasso, rara vez aparece… - Tenho entendido que foi amigo do escritor Yukio Mishima, que em 1970 se suicidou com “Harakiri”, alegando ser devido à decadência capitalista da qual o Japão era objecto. Não é assim? - Efectivamente, eu conheci Mishima. Éramos amigos. - E quais as recordações de dele tem? - Bem, sempre falávamos de literatura. Conheci-o porque sou presidente do Clube de Escritores. - Mestre Hatsumi, o que é o mais importante no Ninjutsu? - O mais importante é sentir, viver o que se faz, e fazer bem o que fizamos. Tem de se chegar a ser um homem, uma pessoa. Nas artes marciais podemos ser fortes ou débeis… A velocidade ou a força por vezes pode ser um poder positivo, mas outras pode ser um defeito e ser causa de fracasso. O tigre e o urso são fortes, mas por isso os homens os matam. Para compreender tudo isto é preciso analisar muito bem a maneira de pensar nas artes marciais.
Na pagina precedente, Masaaki Hatsumi na sua casa com Salvador Herráiz em 2006. Por cima, a porta do dojo do Mestre, o Bushinden. Ao centro, vista exterior da casa de Hatsumi sensei. Em baixo, interior do dojo.
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Grandes Mestres “… seu ‘vício’ são as Artes Marciais, o Teatro e a Pintura” - Mestre, que outros Mestres da sua categoria há hoje? - Sou o único sobrevivente em todo o mundo, dos que recebemos ensinança de Takamatsu Sensei. Por isso, se alguém diz que recebeu ensinança dele…, é mentira. Masaaki Hatsumi já tem 79 anos de idade e goza do sossego e da sabedoria que são o prémio dos anos de prática, paciência e estudo. Perto da sua casa (e antigo dojo) se encontra o lugar onde oferece suas ensinanças de Ninjutsu, um dojo, o Bushinden, cheio de interessantes desenhos e fotografias, mas onde principalmente há muitas armas. Hatsumi também dá aulas no Budokan de Ayase (que nada tem a ver com o famoso Nippon Budokan de Tóquio) mas este lugar, o Bushinden é o dojo do Mestre.
Acima à direita, desenho representando Bodhidarma (Daruma) realizado por Masaaki Hatsumi, oferecido a Salvador Herráiz por ocasião deste ter obtido o 5º Dan de Karaté, em 1994. Em baixo à esquerda, Masaaki Hatsumi em 1987. À direita, Takamatsu Toshitsugu sensei e um muito jovem Hatsumi Masaaki, durante uns treinos, e o monumento ao seu Ninjutsu. Em baixo, no centro, Hatsumi e seus filhos vestidos para a série de TV Jiraija, em 1988.
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O facto de praticamente ser impossível de desarmar quem porta um Kerambit Indonésio, faz dele uma arma tremendamente eficaz e letal, que nos proporciona um ponto de vista diferente da utilização das armas brancas. Seu duplo gume e seu anel de retenção permitem descobrir as infinitas possibilidades que o tornam uma faca táctica por natureza. Entretanto, para compreender a sua utilização necessitaremos um método que nos permita perceber a essência da arma. Este é o objectivo deste DVD. Durante a aprendizagem descobrimos as infinitas combinações, dependendo da nossa percepção e base marcial, para assim incorporá-las ao nosso treino à mão nua e desenvolver as nossas próprias técnicas. Neste trabalho se mostram as diferentes maneiras de agarre, variações, aplicações, ângulos de ataque e exercícios para alcançar fluidez e destreza em seu manuseio.
REF.: • KERAM1
Todos os DVD’s produzidos por Budo International são realizados em suporte DVD-5, formato MPEG-2 multiplexado (nunca VCD, DivX, o similares) e a impressão das capas segue as mais restritas exigências de qualidade (tipo de papel e impressão). Também, nenhum dos nossos produtos é comercializado através de webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa e a serigrafia não coincidem com a que aqui mostramos, trata-se de uma cópia pirata.
Estudo das Formas tradicionais de cotovelo no Muay Boran
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oda a gente sabe que o Muay Thai é uma das Artes Marciais que mais aprofundou no estudo das técnicas de cotovelo, fazendo de seus praticantes autênticos especialistas no emprego desta poderosa arma natural. Os cotovelos de um Nak Muay são "afiados" como lâminas ou punções, para poder provocar feridas importantes no corpo do adversário e cada atleta é capaz de utilizar eficazmente seus cotovelos como armas de ataque e escudos defensivos, com independência da sua própria estrutura física. Os cotovelos se utilizam em todos os aspectos da acção de ataque e de defesa para bater, mas também para parar, para enganar, para desviar, para esmagar. Neste sentido, normalmente o cotovelo não consta só da protuberância óssea que denominamos "ponta" do cotovelo, mas também de uma parte do antebraço. De entre os muitos sistemas de treino utilizados pelos Mestres Thai para adestrar seus discípulos no emprego das técnicas de cotovelo, o mais conhecido consta de bater repetidamente em utensílios adequados, entre os quais os mais importantes são os sacos pesados, os Paos e os Focus Gloves. Mas o treino com impacto apenas é uma parte da preparação necessária para chegar a ser um versado na arte do emprego dos cotovelos, o resto do treino também tem de ser realizado: a) ensaiando os ataques com um parceiro durante a prática da luta corpo a corpo; b) executando sequências pré-estabelecidas de técnicas de cotovelo a sós. Na realidade, esta última modalidade de facto desapareceu das metodologias hoje utilizadas pelos Kru Muay e só algumas escolas tradicionais, como a do Mestre Sane Tubtimtong, continuam adestrando regularmente seus seguidores no emprego dos cotovelos em combate, através da prática constante das Formas Ram Muay. De maneira análoga, desde sempre os programas técnicos da Academia Internacional de Muay Boran conferem grande importância ao estudo e à prática dessas formas e recentemente, muitos seminários tem sido dedicados a aprofundar nesta matéria. Agora, analisemos em detalhe os vários métodos de treino que utilizam as Formas de cotovelo, recordando que a aprendizagem das sequências tem de seguir uma rígida progressão, começando pelas séries elementares, antes de poder passar à prática das mais complexas com ataques múltiplos. Os exercícios básicos servem para ensinar o estudante a automatizar o emprego das cotoveladas seguindo as oito principais trajectórias de ataque; esses exercícios também introduzem a importância de utilizar um movimento de rotação das ancas em redor do eixo central do corpo, para transmitir aos braços a energia que vem da terra, através de uma forte e rápida torção das ancas. Tudo isso se pode conseguir só devido a uma perfeita coordenação entre os movimentos das pernas e o resto do corpo. Como acontece com todos os exercícios, também a execução destas sequências terá de ser nos primeiros momentos lenta e finalizar pelo estudo dos detalhes de cada batimento, sendo sucessivamente veloz e fluida, e finalmente explosiva e com "intenção". Nesta última fase, visualizar o adversário e seus movimentos é essencial para a correcta execução da sequência. Além das claras vantagens de ordem técnico (a correcta aprendizagem das acções de defesa e ataque), os exercícios para os cotovelos também aumentam a flexibilidade dos músculos dos ombros, a parte alta das costas e a zona média da mesma. Possuir músculos flexíveis nestas áreas é fundamental para conseguir cotoveladas realmente demolidoras. Uma cotovelada não pode contar com a articulação do pulso para gerar potência, como por exemplo acontece com um soco explosivo numa cadeia cinética muito mais longa. A soltura do movimento do ombro se torna um elemento decisivo para aplicar correctamente uma cotovelada; manter os ombros sem contracção durante a execução do batimento é um elemento essencial que sempre consideramos quando executamos estes ataques, e a justa "descontracção" se consegue com uma constante e correcta prática das Formas de cotovelo básicas.
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A prática das sequências básicas também serve para preparar as zonas anteriormente ditas, para a execução das Formas mais avançadas, que pela intrínseca dificuldade das técnicas que as constituem, exigem uma elevada "soltura" de ombros e costas. Progredindo em seu nível técnico, o aluno será iniciado na prática das Formas de cotovelo superiores, as quais combinam outras armas naturais com os cotoveladas. A dificuldade a superar nesta fase, consiste em adquirir uma certa espontaneidade nos movimentos das formas, para conseguir imprimir uma grande aceleração nas duas armas empregadas ao mesmo tempo (por exemplo cotovelo e joelho), sem "carregar" excessivamente as acções, fazendo os ataques imprevisíveis e portanto praticamente impossíveis de parar. A energia necessária será imprimida por uma contracção explosiva dos músculos de per nas e tronco, projectando com decisão e incisivamente as armas do Nak Muay contra o adversário. O estudo das Formas básicas e avançadas de cotovelo foi e continua a ser um complemento indispensável para conseguir uma técnica sem fissuras e umas dotes físicas inacreditáveis. Só combinando a prática dos exercícios com o treino ao impacto e o estudo das varias acções com parceiro nas sessões de grappling, será possível alcançar um nível de excelência no emprego marcial de uma das mais eficazes armas naturais à disposição dos praticantes das Artes de combate.
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Com motivo do 100º aniversário natalício de Imi Lichtenfeld, Yaron Lichtenstein, máximo grau mundial de Krav Maga e diplomado 9º Dan pelo próprio Imi, decidiu empreender um extenso projecto em memória do criador: mostrar e imortalizar o programa oficial original de Cinturão Azul, tal como aparece no manual publicado por Imi em 1971, numa série de 6 DVDs. Todo o âmago do sistema, tanto em seu aspecto físico como mental, aparece no programa de Cinturão Azul ao máximo nível que um estudante possa alcançar. De entre outras muitas técnicas, neste 2º DVD e com a ajuda de seu filho Rotem, o Grão Mestre Yaron trata especialmente uma das favoritas de Imi, o “Footwork” para os pontapés no Krav Maga. Também se mostram diversas maneiras de fortalecer as zonas do corpo empregadas para os socos e outros batimentos.
REF.: • YARON3
Todos los DVD’s producidos por Budo International se realizan en soporte DVD5, formato MPEG-2 multiplexado (nunca VCD, DivX, o similares), y la impresión de las carátulas sigue las más estrictas exigencias de calidad (tipo de papel e impresión). Asimismo ninguno de nuestros productos es comercializado a través de portales de subastas online. Si este DVD no cumple estos requisitos, y/o la carátula y la serigrafía no coinciden con la que aquí mostramos, se trata de una copia pirata.
PrEÇO: 35,00€ c/u
REF.: • SALVA7
Neste DVD o Mestre Sueyoshi Akeshi entra em profundidade no estudo do Yari, e mais especificamente do So-Jutsu, mediante 10 trabalhos com parceiro e Kihon. Se bem a dificuldade comum a todos estes movimentos reside no controlo da distância, devido ao tamanho da arma, em mãos do Mestre Akeshi é facilmente superada pela sua habilidade habitual. Também são apresentados neste trabalho os Kumidashi Hiden, executados com o Fokuro-Shinai, posto que sem dúvida é a arma mais aconselhável para o estudo deste grupo de 10 trabalhos. A velocidade aplicada nos movimentos necessita de uma intensa atenção por parte de ambos praticantes, posto que o risco de acidentes é constante. Entretanto, com o emprego do Fokuro Shinai se minimizam os ditos riscos.
NOVIDADES DO MÊ S!!!
REF.: • YARON3
REF.: • IAIDO6
Novidades DVD´s de Artes Marciais
Com motivo do 100º aniversário natalício de Imi Lichtenfeld, Yaron Lichtenstein, máximo grau mundial de Krav Maga e diplomado 9º Dan pelo próprio Imi, decidiu empreender um extenso projecto em memória do criador: mostrar e imortalizar o programa oficial original de Cinturão Azul, tal como aparece no manual publicado por Imi em 1971, numa série de 6 DVDs. Todo o âmago do sistema, tanto em seu aspecto físico como mental, aparece no programa de Cinturão Azul ao máximo nível que um estudante possa alcançar. De entre outras muitas técnicas, neste 2º DVD e com a ajuda de seu filho Rotem, o Grão Mestre Yaron trata especialmente uma das favoritas de Imi, o “Footwork” para os pontapés no Krav Maga. Também se mostram diversas maneiras de fortalecer as zonas do corpo empregadas para os socos e outros batimentos.
Um combate real de rua é completamente diferente da competição. Temos de compreender que uma luta real nunca é justa e por isso não interessa de onde provém a técnica nem seu nome, apenas interessa se é útil, efectiva e fatal. Com esta base, Salvatore Oliva, Instrutor de Tácticas Defensivas Policiais e Militares, empreende este extenso trabalho que tem como centro o Trapping, a distância curta mais comum nos confrontos de rua. Pela sua mão analisamos os 4 Princípios do Trapping do O.P.F.-System: avançar sem limite, permanecer colado ao adversário exercendo pressões, a aplicação do reflexo instintivo, energia elástica, fluidez, força elástica e finalizar o combate, que nos permitirão ser fulminantes, tanto a mãos nuas como com armas, como a faca ou a pistola. Um sistema de combate extremamente agressivo, directo e efectivo, considerado por muitos como a Evolução da Tradição.
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PEDIDOS: CINTURAO NEGRO
Andrés Mellado, 42 28015 - Madrid Tel.: (0034) 91 549 98 37 Fax: (0034) 91 544 63 24 E-mail: budoshop@budointernational.com
www: budointernational.com
Weng Chun
As dez sabedorias do Weng Chun Kung Fu - 1ª Parte O Weng Chun Kung Fu (Siu Lam Sim Weng Chun Kung Fu/Shaolin Zishan Young Chun Quan) é uma antiga arte marcial, física e medicinal chinesa, que contém conhecimentos dos famosos mosteiros Shaolin do Norte e Shaolin do Sul. Também inclui e combina as efectivas Artes Marciais do Qigong e do Chan (Zen). Esta antiga Arte Marcial Chinesa foi transmitida de Mestre em Mestre. O último Grão Maestro chinês, o Grão Mestre Wai Yan de Hong Kong transmitiu a sua herança ao estudante ocidental Andreas Hoffmann. A doutrina das dez sabedorias, que descrive extensamente o que deve aprender um estudante de Artes Marciais e como transitar com sucesso os caminhos do guerreiro, para encontrar a eterna Primavera (weng chun significa eterna Primavera) é uma das tradições do Shaolin Weng Chun.
Primeira sabedoria: SIK conhecimento/sabedoria Tudo começa com a primeira sabedoria denominada SIK, que significa conhecimento e sabedoria. A pessoa que começa a treinar Kung Fu adquire os primeiros conhecimentos que são: como dar socos, pontapés, derribar e começar a aprender acerca da tradição Shaolin. Não devemos esquecer que até um lutador profissional precisa do SIK. Portanto, tem que saber como fortalecer o corpo (GING), saber o motivo de lhe baterem nos combates, e a maneira de evitar ser derribado. De um ponto de vista espiritual, na Filosofia Chan é a ignorância - o contrario de SIK- e causa de todas as emoções que nos fazem sofrer, como o ódio, a ira, o medo, etc. Neste aspecto, SIK significa perceber e utilizar a relação com qualquer outro ser humano.
Segunda sabedoria: DAM coragem/audácia/firmeza O treino do Weng Chun Kung Fu desenvolve a firmeza e a coragem, que são a segunda sabedoria denominada DAM. Se um guerreiro se torna brinquedo de seu próprio medo ou de outras paixões, como a cobiça, os ciúmes ou o ódio, nunca será capaz de vencer em um combate contra um adversário de categoria. O DAM fará que o guerreiro seja capaz de permanecer inamovível de si
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mesmo, o que ajudá-lo-á a tomar a decisão para fazer o que é correcto no momento adequado. Neste caso é importante para ele, saber que seu oponente deveria ser a sua maior fonte de poder, sempre que saiba comunicar com ele. Uma vez, eu estava bloqueado em um combate e o meu Grão Mestre Wai Yan me disse: “HOI TSCHUNG SAT LOI CHUM”, que significa que todo opo nen te nos mostra suas debilidades, só temos que descobrilas. A força do opo nente também é a sua debilidade - temos de usá-la. Eu fiz alguns “combates de pátio” em Hong Kong, para a família do Weng Chun. Não havia muitas regras regias naqueles combates, eu nem sequer sabia contra quem teria de lutar. Os mestres mandavam seus melhores estudantes para que lutassem entre eles; quando os combates acabavam, serviam-nos uma refeição onde partilhávamos experiências. Apesar da intensidade daqueles combates, eu nunca tive medo, porque sentia que era parte da antiga família do Weng Chun. Os guerreiros espirituais Chan não têm medo porque conhecem a natureza de suas mentes, que são como o espaço. O espaço não é material, portanto não pode ser destruído.
Terceira sabedoria: HEI/QI - energia Para se fazer inquebrantável, o lutador tem que concentrar-se em seu QI e focar seus pensamentos na zona baixa do abdómen: JAM HEI/QI DANTIEN (deixa que o QI se movimente à parte baixa do abdómen), para guiar-nos na terceira sabedoria denominada HEI/QI. Trabalhando conscientemente com o nosso QI, adquirimos coragem, potência, saúde, rapidez, etc. O QI dos órgãos internos está ligado com as extremidades. É o alimento e o poder legado por nossos pais, a nossa respiração alimenta o nosso Being QI. O conhecimento do Yin e o
Yang, que se ensina como FU MO - o princípio da mãe e do pai - em Weng Chun, é muito importante para usar o QI. Actividade e repouso, tensão e relaxação etc. Têm de estar ligados um com o outro. Se nós conhecemos ambos e usamo-los nos nossos combates, o nosso QI estará em equilíbrio. Nós aprendemos o significado mais profundo do QI mediante o estudo dos meridianos e dos pontos de Acupunctura do corpo. A doutrina Budista e Taoista chinesa dos Cinco Elementos pode ser transmitida e treinada mediante as Artes Marciais. Só se o QI fluir em suficiente quantidade, com o ritmo correcto e em equilíbrio, só então o grande poder GING pode ser alcançado pelo lutador.
Quarta sabedoria: GING - poder Para um guerreiro, o GING (poder) é essencial. Todo sistema de Artes Marciais trata de ensinar maneiras de desenvolver o poder. O poder GING do Weng Chun significa aprender uma estrutura física e mental inteligente, que permita ao lutador lidar com os desafios de combate e da vida, de
uma maneira rápida, segura e flexível. Desenvolvendo o conhecimento para utilizar todo o corpo, o praticante de Weng Chun aprende a coordenação de todas as suas articulações, músculos, e força mental. Aprender a focá-las em um ponto é essencial. Da perspectiva do Chan Budista, o poder GING existe em todo lado e não precisa de grande trabalho para ser desenvolvido, pelo contrário, ele pode evoluir sem esforço, mediante exercícios. Aqui temos algumas ferramentas do Weng Chun para trabalhar o corpo: • Usa tuas ancas e cintura em seis direcções (para cima, para baixo, atrás, em frente, esquerda e direita), esta é a ferramenta essencial para gerar poder GING conhecido como YIU GING. • Usa o poder de bombear (TUN: absorver, TUO: largar, FOUT: flutuar, subir, CHUM: afundar-se, WUN: círculo). • Usa o poder impulsivo, explosivo denominado TUN GING. • Aprende a usar o teu peito, esterno, omoplata e caixa torácica em seis direcções. • Usa os Cinco Elementos do Budismo Chan para os exercícios de poder GING: Terra: lento, forte, simples Água: fluir, contactar, escutar Fogo: explodir, elevar-se Vento: selvagem, inesperado, como um tornado. Espaço: combina todas as energias e aparece e desaparece • Usa os anéis de fogo do Weng Chun, os paus compridos, boneco de madeira e as facas duplas pesadas para intensificar os exercícios de poder GING.
Quinta sabedoria: SAN/SHEN - espírito O lema do Chan “Mente pura coração esperto”, descreve o acesso ao SHEN. Se somos capazes de termos bem esclarecidos os pensamentos e os sentimentos, o nosso coração e a nossa natureza, com os quais nós enchemos a nossa existência com poder, simpatia, conhecimento e energia, estarão espertos. No Weng Chun descrevemos o SHEN em três passos: • Primeiro: um lutador necessita concentração, o poder da sua mente, que se denomina Yee. • Segundo: depois tem que unir isso com o poder de suas emoções, a mente emocional, denominada XIN e • Terceiro e último passo: tem de transformar isto no espírito denominado SHEN, que tem as poderosas qualidades naturais de um guerreiro. Associação Internacional de Weng Chun Kung Fu Grão Mestre Andreas Hoffmann www.weng-chun.com
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Pontos Vitais: Primeiros Socorros Cãibras nos pés e nos músculos
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Isto poderia parecer agora uma coisa estranha no momento de treinar Kyusho, mas foi realmente importante e um problema, posto que o Kyusho é causa de todo tipo de cãibras musculares. O motivo é simples; quando aplicado apropriadamente, o Kyusho causa uma rápida constrição muscular, que por vezes provoca nós e cãibras musculares. O motivo de chamarmos a isto cãibras nos pés é que essa foi a primeira zona em que se
SP-6 (baço-6), ataques contra os tendões do tornozelo, inclusi vamente pontapés aos nervos da pantorrilha e a tíbia. Era um nível esgotante, no qual por vezes se desidratavam os participantes nas prolongadas sessões de treino. O processo de desidratação também pode causar cãibras nos pés e nos músculos, de maneira que se juntarmos os ataques aos nervos com a desidratação, o desgaste físico fazia necessário achar uma solução para poder continuar. A primeira vez que provocamos uma cãibra severa que precisou de uma reanimação imediata foi com um pontapé ao ponto conhecido como BL-55 (bexiga 55), que se encontra no meio do músculo da pantorrilha. A reacção física era uma intensa dor que obrigava a
manifestou o problema, quando treinávamos em um determinado nível do programa de estudos. O nível do Kyusho onde isto sucedia é aquele em que se aprendem os derribamentos Kyusho e inclui muitos ataques à zona baixa das per nas. Também acções de varrimento contra o ponto
quem a padecia se inclinar-se para a frente e que o pé empurrasse para baixo, até ficar bloqueado no sítio. Isto acontecia porque os músculos da pantorrilha se faziam um nó, assim como os do extremo do pé (devido à constrição destes grupos musculares). A outra zona que trabalhávamos da mesma maneira, era a zona em que se causava a dor mais intensa, que não era outra que a zona da planta do pé. Os músculos da zona central da
planta do pé estavam extre mamente tensos, mas era realmente assombroso que nessa zona se formasse um nó muscular (sentia-se como uma protube rância dura), justamente por cima do ponto K-1 (rim 1). O ponto mais importante para que se surja este cãibra muscular é um ponto que está na planta do pé, chamado K-1 (rim 1). Este ponto está situado justamente no centro da planta do pé e atrás do metatarso. Quando se larga este pon to pressionando e friccio nando, tal como se mostra no DVD, é possível eliminar o bloqueio do pé causado pela dor. Depois se bate para baixo no meridiano (ao longo do Ramo Médio Crural do nervo da Safena), ao longo da parte atrás da tíbia, até a parte traseira do músculo do tornozelo, fora do ponto K-1. Aplicamos pressão imedia tamente e depois largamos. Isto faz que o nó se relaxe instan taneamente. Depois de pressionar e largar várias vezes, o nó muscular se relaxa comple tamente, assim como os músculos do pé e o peito da perna da pessoa em questão. Quando desco brirmos isto, começamos a perceber que este método de primeiros socorros nos estava indicando as chaves universais para eliminar determinado tipo de Dores e disfunções, sempre que se fizesse este tratamento imediatamente. Quando um artista marcial sente esta intensa reacção numa das suas técnicas, a primeira coisa que deve fazer é tentar outra vez. Assim se obtiveram os mesmos resultados dando um potente pontapé a outros indivíduos no ponto BL-55 e os mesmos primeiros socorros tiveram os mesmos resultados positivos. Tanto os ataques como o método de primeiros socorros se tornaram uma das partes favoritas do programa de estudos do Kyusho. No entanto, quando começamos a usá-lo com maior frequência e com mais gente, descobrimos algo inacreditável. Descobrimos que dando um batimento directo no ponto BL-55, os resultados eram os mesmos, mas se batíamos um pouco mais perto da
parte de dentro do pé do receptor, o arco do pé sofria uma cãibra. Claro está que isto nos levou a novas experiências e por isso descobrimos que batendo ligeiramente neste ponto no outro pé do receptor, os músculos do lado de fora do pé padeciam uma cãibra. Desta maneira começamos a fazer muitos mais ataques às pernas variando as direcções e provocando muitos mais tipos de cãibras, não só no pé como também ao longo de toda a perna. Em cada prova notávamos que se pressionávamos e largávamos a zona com mais nós e mais tensa, conseguíamos relaxar a zona. Mas também notamos que durante uma sessão de umas duas horas, podíamos provocar muitas cãibras e nós musculares que apesar de que podiam ser curados imediatamente, voltavam a aparecer mais tarde, ao longo do dia ou da noite. Isto estava causando uma série de transtornos funcionais, assim como do sono. Por conseguinte,
percebemos que não tínhamos encontrado um remédio completamente efectivo. Era preciso encontrar um método que pudéssemos usar como primeiro socorro e que também tivesse um efeito que durasse mais tempo. Desta vez a pesquisa não nos levou muito tempo, visto que encontramos os resultados nas lições já aprendidas e nos elementos chave nas aplicações dos primeiros socorros. Chegamos rapidamente à conclusão de que os nervos implicados não se situavam só numa localização muito específica, mas que estavam numa zona mais ampla, para além da zona do nó muscular. Este ponto de vista não só serviu como primeiros socorros no treino de Kyusho, para problemas causados pelos nossos ataques, como também para todo género de cãibras nos pés e nas pernas, independentemente da sua causa. Isto tem sido utilizado com grande êxito, inclusivamente para ajudar a quem padece o síndrome RLS
(Síndrome de pernas cansadas). Este síndrome é uma alteração neurológica que se caracteriza pelas cãibras, inchações, peso, e outras sensações desagradáveis nas pernas, por vezes chega a ser insuportável e faz-se urgente a sua eliminação. Os sintomas surgem principalmente na cama, quando a pessoa se encontra relaxada descansando, e podem aumentar durante a noite. Mexer as pernas alivia a incomodidade. Frequentemente são denominadas Parestesia (sensações anormais) ou Disestesia (sensações anormais desagradáveis); as sensações vão em aumento, passam da incomodidade à irritação e inclusivamente à dor. Podemos então oferecer uma solução para estes casos, que vão além das cãibras nos pés. A ideia é estudar como os nervos interferem nos músculos, o que por sua vez interfere nos nervos e em outras estruturas internas e externas, de tal maneira que pode chegar a prejudicar a saúde… Tudo faz parte do estudo da condição humana. Nós chamamos a isto Kyusho…, Pontos Vitais!
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Um Stainway Boston feito à mã o. Um instrumento precioso, como nenhum outro.
A minha mã e me obrigava a aprender, apesar das minhas choradeiras. Mas dou graç as a Deus, porque me tem levado a conquistar garotas mais vezes das que posso lembrar-me.
Entã o a estrela do Kung Fu sabe realmente tocar?
Aposto que saber tocar realmente ajuda muito com as garotas.
Bem… Nã o me posso queixar.
A ESTRELA DO KUNG-FU - Apresentação Especial "Inspirado na vida de Sifu Vicent Lyn" - História e Argumento por Matt Stevens Ilustrado por Chase Conley Diálogos por Jaymes Reed
Olá Vincet. É um prazer finalmente poder falar com o meu protagonista.
(Continuação)
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PEDIDOS: CINTURテグ NEGRO
Andrテゥs Mellado, 42 28015 - Madrid Tel.: (0034) 91 549 98 37 Fax: (0034) 91 544 63 24 E-mail: budoshop@budointernational.com
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Defesa Pessoal
O Kerambit: “Arma Letal”
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Reportagem
Fazendo praticamente impossível de desarmar a quem porta o Kerambit, ele é sem dúvida, uma das armas brancas mais letais. Com origem em Java, esta arma depressa se estendeu pelo Sudeste Asiático. Suas técnicas tradicionais são provenientes desta zona y actualmente muitos especialistas se têm mostrado inter essados nelas. A primeira vez que vi um Kerambit foi nas mãos do Mestre Tony Montana e achei assombrosa a velocidade por ele desenvolvida em seu uso. Parecia praticamente impossível defender-
se de semelhante coisa. No último "Hall of Fame", muitos Mestres internacionais tiveram ocasião de assistir ao seu trabalho, tanto no seminário por ele ministrado, como na demonstração que durante o jantar de gala r ealizaram os seus alunos. Todos concluímos que era realmente extraordinário. Tony Montana leva muitos anos estudando diversas artes de defesa, a filosofia do JKD impregna a sua visão de conjunto, se bem seu eclectismo não se circunscreve só a esta influência. Habilidoso à vez que reflexivo, Tony junta a tais virtudes duas condições essenciais para ensinar bem e assim o faz. O DVD que hoje apresentamos é uma boa demonstração disso. Alfredo Tucci 51
Defesa Pessoal
O
Kerambit é uma arma com origem na Indonésia, muito pouco conhecida mas extremamente letal. Com ela tenho trabalhado para que fazer possível aprender seu uso partindo de um método estruturado básico, que funciona levando-nos do mais simples ao mais complexo, e que permitirá aumentar em pouco tempo, as habilidades com técnicas cada vez mais intensas e rápidas. Queremos apresentar neste artigo a origem e natureza de uma arma devastadora, com um desenho anatómico e um funcionamento perfeito. Para perceber seu protocolo técnico, seus mecanismos, é preciso seguir um método que nos familiarize com o funcionamento de uma arma tão especial. No DVD que hoje apresentamos podemos ver os ângulos, aplicações e variações possíveis do Kerambit. Isto permite ao estudante descobrir as infinitas combinações em função da própria percepção pessoal e bases marciais. Finalmente, vai ser a nossa personalidade, a nossa atitude frente à arma, que dará esse toque pessoal no seu manuseio. No nosso treino devemos experimentar as mais variadas condições para assim poder marcar a diferença em função da arma do adversário: Kerambit contra faca, contra pau, contra mão nua, um Kerambit em cada mão, duas facas, etc…
História e conceitos básicos do Kerambit Contam que após a morte do rei, os seus súbditos acreditavam que o seu espírito permanecera na selva e se transformara no espírito de um tigre. Na selva Oeste de Java se utiliza o termo Harimau, que é genérico da palavra Bahasay, para o tigre. Outro termo utilizado é Pac Macan, ou Grande Tigre. Tem a sua origem nos inícios do Século XI, em Java, Malásia, e ulteriormente nas Filipinas. Está inspirada na garra de um tigre. Originalmente foi um instrumento agrícola destinado à ceifa do arroz. Era considerada uma arma feminina; as mulheres acostumavam a levá-las no cabelo. Arma curva de duplo gume, com um anel onde inicialmente se situa o dedo indicador. Numa das suas variantes de agarre é possível inverter a arma e situar o dedo mínimo no anel, para que assim o gume fique virado para cima.
“O Kerambit tem sua origem nos inícios do Século XI em Java, na Malásia e posteriormente nas Filipinas” A folha de grande tamanho, na Indonésia era conhecida como Kuku Macan, ou garra de Pamacan (garra de tigre). Posteriormente, para dar à arma maior maneabilidade, o seu tamanho foi reduzido; este é o caso da versão filipina da arma; tendo o gume mais pequeno, provoca cortes menos profundos, conse quentemente variando as zonas de ataque; os objectivos são os testículos, os olhos, os bíceps, as artérias, os pulsos, a parte interna da perna, ou o tendão de Aquiles, entre outros. A extremamente afiada ponta se espeta na carne para depois desgarrar músculos, tendões, artérias etc... Seu feitio em curva nos permite prender articulações
“O seu duplo gume e o anel de retenção fazem dela uma tal arma que é praticamente impossível que seu portador seja desarmado” 52
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Retracção Céu. Retracção Terra. Extensão. Transição e mudança. Recolhemos com a outra mão. Retracção mão oposta.
e com movimentos circulares, horizontais, descendentes e ascendentes, desequilibrar e cortar o adversário com uma fluidez e rapidez inusuais. Alguns modelos de Kerambit podem ter pontas ou esporões na parte dianteira ou na traseira, ocasionalmente destinados a injectar algum veneno (veneno de serpentes, aranhas, escorpiões…) cuja acção é instantânea na corrente sanguínea. Existe uma variedade de Kerambit Ocidental onde observamos que só tem gume na parte interior. Também podemos encontrar um modelo com folha que se recolhe, com um só gume na parte interna, mais fácil de camuflar que o Kerambit com a folha estendida. O anel, além de facilitar seu agarre, impossibilita que o adversário possa tentar o desarme, que é um dos problemas
da faca; perder a arma não é o único problema, o pior é que nas mãos do inimigo para ser usada contra nós. O anel de retenção nos permite também bater e fazer pressão nos osso, músculos, e certamente, atacar os pontos de pressão (Kyusho) incidindo sobre o sistema nervoso; ao mesmo tempo que fazemos pressão, podemos no mesmo movimento cortar ou desgarrar. De destacar o movimento de extensão do Kerambit, um movimento que imita o gesto de defesa do felino, a alerta quando o tigre mostra as suas garras. Os movimentos em círculo aumentam a energia cinética e fazem do Kerambit uma arma devastadora, provocando com o seu ataque lacerações, cortes e desgarros, fazendo dela um faca táctica extraordinária. Tecnicamente, assistindo a seu manuseio é possível observar que os movimentos estão muito bem definidos e coorde nados, apesar de parecerem simples e não muito extensos, é na sua execução e
“Na defesa pessoal, o Kerambit é de uma contundência avassaladora”
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O Kerambit: “Arma Letal”
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estratégia onde teremos de prestar muita atenção. Nesse instante, quando conhecemos o protocolo técni co, devemos desenvolver o nosso próprio método de treino em função do nosso estilo ou sistema (Kenpo, Tai Chi, Karaté, Kung fu, Kali, JKD…) ainda que seja verdade que inicialmente a arma nasce no seio do Silat e nas Artes Marciais Filipinas.
Formas de agarre e variações • Se situa o dedo indicador no interior do anel de retenção. • Se situa o dedo mínimo no interior do anel de retenção. • A palma da mão pode estar virada para cima. • A palma da mão pode estar virada para baixo. • A direcção do corte pode ser horizontal ou vertical. • O movimento do corte pode ser ascendente ou descendente. • Com o anel de retenção se pode bater e fazer pressão sobre as articulações e os pontos de pressão.
Movimentos básicos Três são os movimentos básicos do Kerambit: • HACKING: Interceptamos com a parte externa do gume. • SLASHING: Cortamos com um movimento rápido e contínuo. • THRUSTING: Espetamos a ponta do Kerambit, empurrando, para depois desgarrar. A combinação destes três movimentos fazem do Kerambit uma arma devastadora. Recomendo o uso do Kerambit em madeira, alumínio ou plástico, para o primeiro e o segundo nível, para depois, com um melhor
conhecimento da arma, utilizar o Kerambit de duplo gume, e aos poucos ir tomando consciência do seu perigo.
Método Em palavras de um Grande Mestre e filósofo: “Utiliza o não caminho como caminho, e o não limite como limite”. Não pretendo pontificar nem impor limitações à arma e muito menos ao estudante, mas sim dar umas pautas e um método para poder facilitar a aprendizagem; vamos pois “programar”, para depois “desprogramar”. Gostaria de destacar claramente uma questão imprescindível para diferenciar o método de treino a seguir. Por um lado temos a defesa pessoal, que no caso do Kerambit, poderíamos dizer que é de uma contundência avassaladora. O seu duplo gume e o anel de retenção fazem dela uma tal arma que é praticamente impossível que seu portador seja desarmado. Com movimentos e mudanças de ritmo, provocaremos múltiplos cortes em décimas de segundo. Por outro lado, devemos ter em consideração a parte técnica e mais tradicional, onde por meio de exercícios muito fluidos conseguiremos velocidade, domínio e destreza em seu manuseio. Mas acima de tudo é uma questão de atitude mental, ela irá proporcionar em grande medida a nossa evolução pessoal e nos aproximará com respeito e humildade à perfeição do movimento. O eterno desencontro da tradição e da evolução continua marcando os nossos treinos; suponho que de alguma maneira temos que voltar a inventar-nos para finalmente, reencontrar-nos e nesse processo crescemos e nos definimos posicionando-nos nas nossas convicções herdadas e adquiridas, em ocasiões ancorandonos na segurança que nos proporciona a tradição, ou na liberdade que nos proporciona a evolução. Que frágil é a linha divisória de ambos aspectos, tão vulneráveis e complementares um do outro. Mas para aprender esta maravilhosa e letal arma apenas precisam um Kerambit e logicamente, mais adiante um parceiro. Assim sendo, de vocês depende. Coragem e comecem a treinar! Irão descobrir que é uma arma tão desconhecida quanto apaixonante. “Quando aprendidas as notas, só nos resta criar a nossa própria harmonia” Quero agradecer a colaboração dos instrutores Luís Ayala, Damián Martín, Joan Pons, Pere Palou e Martín Blanco. Graças a eles o caminho faz-se mais fácil.
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Hu Jianqiang foi duas vezes campeão do mundo de formas de Wushu, actor, coreógrafo e estrela de cinema internacional. Nascido em Hangzhou em 1958, foi escolhido para interpretar o papel de um dos atletas de Wushu nos filmes que trataram acerca do “Templo Shaolim”, uma famosa trilogia realizada na China e que apresentou o Wushu ao mundo na década de oitenta. Hoje, passados mais de vinte e cinco anos, a sua paixão pela arte e a sua dedicação ao trabalho duro permanecem nele com a mesma intensidade. Nesta entrevista convidamos Hu a partilhar com os nossos leitores os seus conhecimentos de Wushu, esse Wushu que a ele tanto custou conseguir.
Texto: Emilio Alpanseque Fotos: Dean Royal & www.wushucenter.com
O Macaco rouba o espectáculo Uma entrevista com Jianqiang, o extraordinário atleta de Wushu Hu Cinturão Negro: Mestre Hu, como entrou em contacto com o Wushu? Mestre Hu Jianqiang: Em criança eu praticava ginástica no Instituto dos Desportos da província de Zhejiang, em Hangzhou. Em 1971, o treinador da equipa de Wushu pensou que seria bom que eu praticasse Wushu, devido à minha potência do género explosivo e capacidade para aprender. Assim foi como comecei a fazer Wushu. Nunca antes tinha feito Wushu; só sabia que tinha a ver com usar paus e espadas e isso levou-me a tentar. Naqueles tempos, o Wushu não era
absolutamente uma profissão habitual na China, mas eu me comprometi e passei a ser membro da equipa profissional; o Wushu formava parte da minha vida do dia-a-dia. Não pensei muito, era muito novo, contava apenas 11 anos; praticava dia e noite, praticava cada vez mais. C.N.: Quais foram as maiores conquistas na sua carreira como competidor? M.H.: Fui chamado para a equipa nacional de Wushu da China quando contava catorze anos. Depois, durante os seguintes dez anos
ganhei numerosos títulos individuais e viajei por mais de trinta países. Devido a que sou um artista marcial profissional e conto com uma longa experiência em artes Marciais, cheguei a dominar a maioria das armas e também a conhecer muitos sistemas regionais, mas as minhas especialidades em competição eram Nanquan (Boxe do Sul), Ditangquan (Boxe no chão), Gunshu (Pau), Daoshu (Espada comprida), Hougun (Pau do Macaco) e Duilian (Exibição com parceiro). Fui campeão Nacional de Wushu em 1981 e 1982.
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C.N.: Sente actualmente, que tem de ir mais além nos seus estudos de Wushu? M.H.: A prática do Wushu não tem fim. Co nfo rme prat icamo s mais , v amo s percebendo que temo s de melho rar. A melho ra não s ó tem de s er no nív el de apresentação e execução, como também no nível espiritual e de compreensão. Com o tempo aumenta a experiência e as sensações fazem-se cada vez melhores. O Wushu pode ser praticado a vida toda; o nosso nível melho ra s e co ntinuamo s prat icando . A melhora tem a ver com a prática e a idade. Um jovem habitualmente não pensa muito no que está praticando, não sabe aprender observando os outros, só sabe praticar e praticar. Mas com a idade, aprendemos a observar e a estudar o melhor do Wushu de outras pessoas. Portanto, não só melhorará a prática do nosso Wushu, como também as habilidades de pensar e observar. Três anos s ão melh ores que um, dez ano s s ão melh ores que três , qu an to mais t empo melhor. P ens o qu e eu ain da es to u melhorando. C.N.: O que o tem mantido motivado durante todos estes anos? M.H.: A minha motivação para praticar Wushu? (Ri) O Wushu é a minha vida! A prática do Wushu é propriamente a minha motivação. É estupendo para a saúde, para me fortalecer e além de tudo o mais, tenho a responsabilidade de promove-lo. Por exemplo, eu moro nos Estados Unidos e o meu trabalho é promover a cultura chinesa nesse país!
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Mantenho o estilo atraente: na apresentação que os meus estudantes fizeram no Torneio Internacional de Wushu de Los Angeles, eu fiz absolutamente toda a coreografia para eles. Se os movimentos são bons serão aceites e se mantêm, caso contrário, são modificados. Agora dedico muito tempo a este género de trabalho e sempre penso muito na maneira de melhorar tudo. C.N.: Pode falar-nos da rotina do Pau de Macaco que faz nas demonstrações? M.H.: O Estilo do Macaco é um estilo de Wushu que utiliza movimentos típicos de um macaco como parte da técnica, incluindo saltos, rotações, pontapés e socos nas pernas e nas virilhas do oponente, além de elementos de imitação, como olhar em redor com nervosismo, coçar a cabeça, apanhar frutas ou insectos imaginários. O Pau de Macaco combina técnicas de pau do Shaolim do Norte com o estilo de Boxe do Macaco; é importante manter um equilíbrio entre ambos, não pode haver muito Boxe de Macaco ou muito Pau. As formas do Macaco são cómicas e habitualmente têm muito sucesso nos torneios de artes marciais. Eu aprendi a minha rotina com Wang Jinbao, um famoso campeão dos anos sessenta e setenta. C.N.: A rotina imitava o mítico personagem Sun Wukong, o Rei Macaco, como se ele tivesse reencarnado? M.H.: O parecido físico é importante, mas ainda mais importantes é a ligação espiritual. O Boxe do Macaco, à semelhança de outros
estilos de imitação do Wushu, são de natureza xamânica. Os praticantes entram em contacto com o espírito de um animal e fazem que esse espírito se expresse através do seu corpo. São usados muitos simbolismos nesta forma, como por exemplo, o macaco abandona a gruta, o macaco sobe à árvore, o macaco observa o luar, o macaco rouba a fruta, etc., assim como muitos movimentos para elevar o nível da técnica. Mas também se podem encontrar em cada movimento do macaco tácticas e técnicas ocultas para a defesa pessoal, como socos, intercepções, agarres, pontapés, além de todas as técnicas com o pau. A essência deste estilo é muito tradicional. C.N.: Qual é a sua sensação em geral, acerca do estado actual do Wushu? M.H.: Não estou muito interessado nesse aspecto, o que realmente me preocupa é que os novos parâmetros da competição Wushu não estão indo na boa direcção; pelo menos essa é a minha opinião. Não estou de acordo co m as mudanças do no v o Wus hu. A tendência se inclinou pela parte ginástica. Eu g o s to do Wus hu t radicio nal. A s no v as técnicas exigem que os pontapés em salto, como o pontapé frontal em salto, o pontapé em rotação, etc., se executem separados do resto das técnicas. Os atletas fazem longas pausas antes de executar seus saltos; não há uma grande diferença com uma simples cambalhota. As novas formas são bonitas, mas não dev eriam s er as s im. É bo m ocasionalmente fazer bonitas posições nas
Grandes Mestres formas, mas não na forma completa com técnicas de salto, provavelmente seria melhor chamar a isso treino de ginástica que não treino de Wushu. O Wushu tem a sua própria alma, seu próprio espírito e significado, mas o novo Wushu não parece Wus hu, mais parece g inás t ica o u acrobacias. Além disto, com tanto salto e tanta rotação, o público em geral não pode praticá-lo, só os profissionais podem faze-lo. Assim é impossível de o levar até o público em geral. Muita gente se pode magoar com as novas mudanças. Poderá desaparecer uma das funções principais do Wushu, que é melhorar a saúde e a condição física. C.N.: De que se precisa para compreender o espírito do Wushu? M.H.: Isso dependerá muito de como os treinadores ensinem aos seus estudantes. Se os estudantes não forem bem ensinados, então ninguém conseguirá. O espírito do Wushu, a meu entender, pode ser muitas coisas, que vão do temperamento da nossa aparência externa quando estamos em acção, até o processo mais íntimo da nosso ser humano. A acção no Wushu requer que o praticante tenha uma atitude marcial em cada movimento, além de pôr atenção nas descrições físicas, como mover-se tão rapidamente como o vento, estar firme como uma montanha, flutuar como uma folha, trepar como um macaco, dobrarse como um arco, girar como uma roda, e muitos outros. Tem de se dar atenção aos aspectos morais, respeitar o mestre, cuidar dos colegas, etc. Tudo isso tem a ver com o espírito do Wushu. C.N.: Estes aspectos culturais do Wushu são muito interessantes… M.H.: Sim, a minha mulher Zong Jianmei e eu sabemos que a nossa experiência nas Artes Marciais chines as po de s er ut iliz ada para incentivar o intercâmbio cultural e por isso fundamos o Centro de Intercâmbio Cultural em Zhejiang, na China, para que gente de todo o mundo possa ir lá e aprender Wushu, aprender o idioma Chinês, e outras coisas. Até agora tem s ido um êxito fantás tico para nó s , t emo s organizado muitos viagens culturais à China, trouxemos delegações de atletas chineses aos Estados Unidos, para que morassem com famílias americanas, temos organizado torneios de Artes Marciais Chinesas, seminários e muitas outras coisas que favorecem o intercâmbio cultural. O êxito do centro supera a cada ano as nossas próprias expectativas. Estamos trabalhando também no programa After-School All-Stars (Estrelas depois da escola). Trabalhamos com este programa especialmente na zona de Los Angeles, ensinando Wushu e Chinês Mandarim aos estudantes problemáticos das escolas da cidade, tudo patrocinado pela estrela da NBA, Kobe Bryant. C.N.: Deseja fazer um último comentário aos nossos leitores? M.H.: Espero que pratiquem cada vez mais Wushu, espero que o Wushu seja conhecido e praticado em todo o mundo, e desejo que o espírito Wushu possa ser transmitido de geração em geração. Praticar Wushu é uma actividade para toda a vida. Tem de se ser aplicado, humilde e tentar alcançar metas cada vez mais altas! C.N.: Estamos muito gratos por nos ter concedido um precioso tempo da sua agenda e ter feito possível esta entrevista. M.H.: Não têm nada que agradecer, sempre é um prazer.
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Entrevista Depois de ser considerado um dos melhores do mundo até 80kg nos anos 90, Johil de Oliveira faria sua estreia no Pride, mas um acidente minutos antes da sua luta mudou totalmente sua vida. O lutador foi queimado em plena passarela do evento japonês, ficou dois meses internado, e mesmo assim voltou a lutar. Se não bastasse isso, Johil acabou cego de um olho devido a um acidente de carro e, mais uma vez, não foi isso que o fez abandonar os ringues. Aos 41 anos de idade, Johil acaba de se aposentar e a Revista Cinturão Negro presta uma homenagem a este verdadeiro exemplo de guerreiro dos ringues e da vida.
Cinturão Negro: O que você anda fazendo ultimamente? Johil de Oliveira: Eu estou trabalhando com adestramento de cães. Fiz uns cursos em São Paulo, fiz-me profissional e esse está sendo meu trabalho. Estou encerrando a carreira, pois não estou tendo mais oportunidades de lutar. Apesar de ter 41 anos, quero mostrar que ainda tenho muito para oferecer ao esporte. C.N.: Seu nome é uma homenagem ao seu pai e ao seu antigo treinador da Budokan, o João Ricardo. Não é mesmo? J.O.: É isso mesmo. O meu pai e o João Ricardo tinham uma academia no centro do Rio e a academia se chamava Jo-Hil. Era Jo de João e Hil de Hilbernon, que é o nome do meu pai. Foi daí que surgiu o meu nome. Eu aprendi tudo com o Leitão, João Ricardo e meu pai, mas também com o Luiz Alves. Com ele foi mais a parte em pé, mas ele também treinava luta livre
Um herói dos ringues
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Texto e Fotos: Marcelo Alonso & Gleidson Venga
Grandes Lutadores connosco. Nós pegamos a graduação e a faixa preta mais ou menos na mesma época. Foi por volta de 1989. C.N.: Você lembra qual foi o seu primeiro Vale-Tudo? J.O.: Foi na Ilha dos Pescadores, no Rio. Lutei e ganhei com menos de um minuto, apesar de estar muito nervoso, pois era o meu primeiro Vale-Tudo. Eu era muito novo e ganhei muito bem. O meu adversário era muito mais forte do que eu e muito mais pesado, mas eu ganhei finalizando-o. C.N.: Seu principal adversário em sua carreira foi o Pelé? J.O.: Foi sim, fizemos duas lutas. Tive duas lutas com ele e foram as mais difíceis para mim. A que fiz com o Darrel Gohlar foi também uma luta muito difícil, mas a maior rivalidade foi com o Pelé. C.N.: Nós fizemos uma entrevista com o Pelé e ele disse que passou um pouco do ponto na primeira luta entre vocês, foi muito violenta. O que você achou dessa luta? J.O.: Eu entrei como reserva nessa luta e não estava preparado para o evento. O cara que lutaria com o Pelé na semifinal se machucou e quem entrou fui eu. Fui lutar com o Pelé e foi uma pancadaria só. Eu dei 93 cabe çadas em 30 minutos. Foram praticamente três cabeçadas por minuto. Ficamos ambos bastante machucados. Eu me magoei muito, mas acho que ele ficou muito mais magoado que eu. C.N.: O que você acha das antigas regras do Vale-Tudo? J.O.: Eu preferia as antigas. Por exemplo, meu forte é a cabeçada e eu hoje não posso dar cabeçadas. Muita coisa que naquela época se podia hoje não se pode. Você tem de se adaptar as novas regras e isso me prejudicou bastante. Eu estava acos tumado a lutas de 30 minutos e de repente vinham lutas de cinco. Se pegava um cara mais pesado que bota va para o chão e não conseguia sair, acabava a luta e você perdia sem
levar um soco. Perdi umas quatro lutas assim; não saí machucado nem nada, mas foi justamente pelo tempo ter sido curto. Para o esporte hoje realmente é outra coisa, para o espectáculo hoje o esporte não é tão violenta como era antigamente. Mas se eu tivesse de escolher qual ValeTudo lutar, eu escolheria o de antes. C.N.: Você também venceu vários torneios. Eram até três lutas na mesma noite e hoje em dia é quase impossível isso acontecer. Como era aquilo? J.O.: Cheguei a fazer treze lutas em um ano. Em um torneio, dificilmente a pessoa conseguia chegar à segunda luta inteiro. Trinta minutos de luta sem nada, sem luvas e valendo tudo, você acabava todo arrebentado. Você já ia para outra fase quebrado e mastigado. Se você pegasse uma luta mais dura do que o outro oponente, ele teria muito mais chances do que você. Apesar disso, eu sempre me dei bem nesse esquema de três lutas. C.N.: Os treinos também eram diferentes? J.O.: Eram sim. Hoje mudou bastante, o treino está mais moderno. Tirando o soco na cara, valia tudo também, valia até cabeçada nos meus treinos, só não valia soco porque senão você não conseguiria lutar. O treino era tão pesado quanto o Vale-Tudo. Chegavam a ser mais pesados os treinos do que na própria hora da luta. C.N.: Outra coisa que falamos na conversa com o Pelé foi a lembrança dele dos tempos do IVC. Ele disse que era o cheiro de sangue, que ficava dias cheirando sangue e que era muito forte. E qual a sua principal lembrança destes tempos? J.O.: Isso é coisa que impressionava muito. É engraçado mas eu gostava de lutar com sangue, quanto mais sangue tivesse em meu rosto mais vontade eu tinha para continuar. Eu ia para cima e isso é um facto mesmo. O sangue me motivava a lutar mais ainda. Se eu terminasse uma luta sem sangue não tinha graça. C.N.: Como foi aquela sua famosa luta contra o Darrel Gohlar? J.O.: Foi uma luta que eu busquei fazer mais a parte em pé. Por ele ser excepcional em Wrestling, era difícil botar ele para o chão. Eu tinha mais técnica que ele na parte de chão, só que para derrubar um wrestler é muito difícil. Eu fui um dos primeiros lutadores naquela
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Entrevista época a vencer um wrestler. Até então ninguém tinha vencido. Tem sempre alguém que vai achar que a luta não foi minha, mas se todo mundo ver a luta realmente, durante os trinta minutos eu fiz muito mais coisa do que ele. Não dá para botar só dez minutos de luta porque a luta foi de trinta minutos. A única coisa que ele fez foi no final me botar para o chão e um pouquinho no começo. O resto da luta foi toda em pé. Foram vários chutes e socos na cara. Eu dominei completamente o ringue em pé. C.N.: Nessa época, a Budokan era uma das principais equipes de Vale-Tudo. Tinha você, o The Pedro, Ebenezer, o Marcelo Aguiar, entre outros. Como eram esses treinos entre tantos cascasgrossas? J.O.: Essa foi uma das melhores épocas da minha vida. Foi onde realmente tudo começou. Os treinos lá eram para cascagrossa mesmo. Tinha sábados que as pessoas iam para ver os treinos e quando começavam a subir a escada desciam na mesma hora. Ali a porrada era a sério. Tinha de ser valente, não bastava ser lutador, ali assustava. C.N.: Qual era a sua relação com a outra parte da Luta-Livre, como o Eugénio Tadeu e o Hugo Duarte? J.O.: O pessoal do Cromado, eles até iam lá para treinar connosco. Mas na época nem havia muito contacto. Hoje mudou bastante, mas antigamente era cada um no seu canto, cada um queria ter sua equipe, mas connosco não havia esse problema, nossa academia não queria briga com ninguém. Enquanto isso as outras equipes se achavam melhor e diziam coisas. Acabou que a Budokan se tornou realmente a melhor equipe de Vale-Tudo. C.N.: Na década de 80 e início dos anos 90 havia aquela rivalidade entre Jiu-Jitsu e Luta-Livre, com briga nas ruas e tudo mais. Você participou de algum episódio desses? J.O.: Não. Eu nunca misturei as coisas. Naquela época existia muita rivalidade. Nós não podíamos falar do Jiu-Jitsu, e eu não gostava do que muitos lutadores falavam sobre uma arte marcial ser melhor do que a outra. Eu acho que não existe arte marcial melhor, mas sim melhor lutador. Não existe a melhor luta, mas sim o lutador mais bem preparado. Naquela época havia muita guerra. Na época daquelas lutas todas, brigas de rua, briga entre o Eugénio e o Renzo, e onde rolava aquela porrada toda, eu não participava. Inclusive eu não fui naquele evento do Eugénio contra o Renzo. Eu sabia que ia ter porrada e sempre fiquei de fora. Você pode ver que meu nome nunca esteve ligado a isso. Você nunca leu uma matéria de que eu fui pego brigando na rua. Eu sou profissional mesmo. Luta tem de realmente ser no ringue. Lá você tem de mostrar o que você é. Na rua é fácil; você bater no cara que não sabe nada é a coisa mais fácil que tem.
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C.N.: Como foi aquele seu incidente no Pride, onde seu corpo ficou queimado? J.O.: Foi no Pride 9. Eu ia lutar com o Matt Serra, aluno do Renzo Gracie. Eu estava no tablado e o que me disseram foi que depois que eu passasse no tablado eles apertariam o botão de um desses lança-chamas. Muita gente pensa que foram fogos de artifício, mas foi mesmo fogo. Era um lança-chamas que quando eu estivesse no meio, eles apertariam o botão e o fogo todo sairia do meio do palanque. Só que eles apertaram o botão errado quando eu estava lá no palanque e eu fiquei queimado em praticamente 70% do meu corpo. A parte da frente ficou toda queimada pelo fogo. Foi uma coisa complicada e que ficou muito feio. O primeiro a me ajudar foi o Renzo Gracie, que estava lá porque eu iria lutar com o aluno dele. Ele foi o primeiro a me socorrer. O Libório também estava lá e me ajudou. Foi o pessoal do Jiu-Jitsu, para você ver. Naquele momento, vendo o cara queimado, você esquece tudo e vai ajudar o ser humano. C.N.: E como foi a assistência que o Pride te deu? Você foi indemnizado? J.O.: Fui realmente indemnizado, mas não foi aquilo que eu imaginava. Na época que isto aconteceu, eu estava deitado sem praticamente poder me mexer. Estava todo queimado. O presidente da organização veio logo em seguida com uma indemnização, mas se eu lutava, por exemplo, por mil dólares, ele veio me oferecer 100 mil dólares. Eu não consegui entender o porquê daquele dinheiro, então eu aceitei. Muita gente acha que eu ganhei 500 mil dólares ou um milhão, e eu realmente poderia ter ganho, mas não tive uma pessoa forte o meu lado que dissesse que resolveria aquilo para mim. Fui eu que tive que resolver tudo. Eu estava em uma situação em que nem podia falar e só usava códigos. Eu apenas olhava o que estava escrito e o tradutor falava comigo. Ele dizia que estavam me oferecendo tanto por eu ter me machucado e na hora eu só pensava em uma coisa. Se eu tinha ido lutar por 500 dólares e o cara estava me oferecendo 150 mil dólares, então eu tinha de aceitar. C.N.: Como foi sua recuperação? J.O.: Fiquei um ano parado sem lutar e até hoje eu tenho problemas relativos àquilo que aconteceu. Quando eu faço barba, meu rosto fica todo empolado e ainda tenho algumas cicatrizes desse acidente. Demorei muito a me recuperar. Quando ia lutar e tinha todos aqueles fogos, eu me assustava e já entrava com medo. Uma coisa que eu achei que também não foi feito direito comigo, foi o que o Pride fez na época. Assim que eu voltei, eles fizeram um contrato comigo de três lutas e disseram que seriam lutas fáceis para eu ganhar. Disseram que minha bolsa seria de 40 mil dólares e que eu ganharia no total 120 mil dólares. Eu disse na época que nunca havia escolhido adversário. Eu nunca escolhi e até hoje não
escolho. Nunca em minha vida eu falei que só lutaria se fosse com determinada pessoa. Por isso achei aquela proposta estranha. Eles me dariam três molezas para ganhar um dinheiro fácil…, mas não teve nada de moleza. A primeira luta foi com o Carlos Newton, que na época estava arrebentando todo mundo. Eu fiz um lutão com ele e considero ter sido uma das minhas melhores lutas. Perdi essa luta por pontos. Depois lutei com o Nino Schembri, já cego, já que havia feito um transplante de córnea. Lutei sem condições. Como era por contrato, eu lutava por dinheiro. Tinha de lutar, então lutei de qualquer jeito. Perdi essa luta. Na última eu lutei com o Daiju Takase, que finalizou o Anderson Silva. Eu fui melhor do que ele, mas deram a vitória a ele. Ali praticamente ficou encerrada a minha carreira lá fora. C.N.: Quando foi o acidente de carro que te deixou cego? J.O.: O acidente de carro foi em 96 ou 97. Eu tinha um caco de vidro no olho que nenhum médico conseguira tirar e nem eu sabia que tinha. Nos treinos da Budokan, um aluno treinando comigo acabou me acertando na esgrima e meteu o dedo dentro do meu olho. Quando ele fez isso, tinha um caco de vidro que apareceu não sei de onde e furou a membrana do olho e foi aí que eu perdi a visão. Foi em 98 ou 99 que eu perdi a visão. C.N.: Voltando a falar do Pelé, você tem algum tipo de contacto ou relação com ele? Vocês se falam? J.O.: Não, infelizmente eu não tenho mais contacto com o Pelé. Eu moro em um lugar afastado de tudo e é no meio do mato, mas até queria ter esse contacto. Eu acho o Pelé um excelente profissional e lutador, mas naquela época realmente tinha muita rixa. O Pelé queria me bater em qualquer canto. C.N.: Vocês tiveram um problema no aeroporto. Como foi isso? J.O.: Foi depois da minha primeira vitória, quando tinha marcado uma revanche. Eu aceitei lutar com ele novamente e quando ele me encontrou no aeroporto, ele queria brigar comigo lá mesmo. Nós quase fomos expulsos do aeroporto e o piloto não podia levantar voo. Foi uma guerra. Naquela época ele realmente me odiava, não podia nem me ver. Ele ficou realmente muito magoado e aquilo o marcou. Imagina você ver sua foto estampada no jornal e em revistas do mundo todo, com a cara toda arrebentada. Apesar disso, quando eu fiquei queimado, ele me ligou para o hospital onde eu estava e falou comigo me desejando melhoras. Eu não tenho o que falar do Pelé. Ele foi um grande adversário e valorizou minha carreira tanto quanto eu valorizei a dele. Um levantou o outro, então eu só tenho a agradecer por ter lutado com ele e ter tido essa oportunidade. Está tudo empatado, 1 a 1. Ninguém foi desleal com o outro e a luta durou uma hora. Foi 30 minutos e depois mais 30. Foi realmente uma coisa espectacular.
Grandes Lutadores C.N.: Qual foi o melhor e pior momento da sua carreira? J.O.: O meu pior momento foi quando eu sofri o acidente no Japão. Ali realmente mudou muito a minha vida. Eu fiquei no Japão muito machucado e sozinho quase dois meses. Fiquei sem amigos, sem família e sem nada. Quanto ao melhor momento, eu prefiro colocar as principais lutas que eu fiz. Foi a vitória contra o Pelé, que realmente me marcou. Ele já tinha vencido Macaco e nesse dia ele venceu Macaco novamente. Eu já era conhecido, mas o Pelé tinha ganho do Macaco. Eu sempre queria lutar com Macaco, mas nunca conseguia. Ele lutou duas vezes e ganhou ambas, então aquela luta com o Pelé foi muito marcante. C.N.: Quem você acha que é o melhor lutador do mundo actualmente? J.O.: Gosto muito de ver o Georges St Pierre lutar. Também gosto muito do BJ Penn. Dos brasileiros gosto do Anderson Silva, do Minotauro e do Shogun, ele é espectacular, a maneira dele lutar e ser agressivo são incríveis. C.N.: Na Luta-Livre actualmente, a equipe do Cromado é a que mais se destaca. Como você vê esse esporte hoje? J.O.: Melhorou bastante. Hoje o Cromado faz um excelente trabalho. A Budokan nem tanto, pois ela não cresceu tanto. Na época os melhores lutadores eram da Budokan, todos eram bons lutadores. O Marcelo era campeão do IVC, estava eu que fui campeão no Japão, o Pedro Rizzo treinava connosco e o Ruas também. Nós tínhamos a melhor equipe de Vale-Tudo da época, a nossa equipe era realmente imbatível. Muita gente foi saindo e a Budokan foi praticamente acabando, ainda tem Luta-Livre mas não tem o nome que tinha antigamente. C.N.: Como é sua rotina de treinos hoje em dia? Com quem você treina? J.O.: Agora eu treino com o Marcelo Aguiar. Não é em nenhuma academia, treino no canil. O Marcelo tem um canil que se chama Canil Aguiar e eu treino lá. Fica em Pendotiba, Niterói. Só lá está ele para me treinar e ele treina só comigo. Tem algumas pessoas que vão me ajudar nos treinos, mas não é a mesma coisa que treinar numa equipe onde há 15 pessoas para treinar com você e ajudar. Eu treino tipo homem das cavernas. Se eu tivesse um patrocínio para treinar, poderia treinar em qualquer lugar. Acho que o atleta merece uma ajuda de custo e um patrocínio para poder treinar e se dedicar somente ao esporte. Isso comigo nunca ocorreu, eu nunca tive patrocínio, sempre tive de trabalhar e misturar com o esporte. Eu acho que poderia ter ido muito mais longe. Fiquei quase três anos como número um do mundo na época, então eu já cheguei ao topo do mundo. Também sei que hoje com 40 anos poderia estar no topo, isso lutando na minha categoria, que é até 70kg. Poderia estar lutando com todo esse pessoal que tem aí na frente. Eu não fico abaixo de nenhum deles; bem treinado não sou inferior a nenhum deles. C.N.: Qual balanço que você faz de toda sua carreira? J.O.: Espero que as pessoas se lembrem de mim pelo guerreiro que fui nos ringues e pelo espírito de luta, aquilo de nunca entregar uma luta e de sempre lutar até o fim. Eu sou advogado e trabalho hoje como adestrador de cães, mas amo o Vale-Tudo. É difícil pensar que um dia vou ter de parar de lutar, mas um dia terei de parar. Estou há praticamente um ano sem lutar, mas continuo com aquela vontade de lutar… Sonho com luta, me vejo lutando e fazendo tudo o que a isso diz respeito. Ainda não consigo perceber que isto está chegando ao fim. Eu queria fazer algumas lutas antes de encerrar a carreira, queria ainda fazer umas duas lutas para o pessoal poder ver novamente o Johil lutando.
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