“Podemos estar a favor da globalização e em contra de seu rumo actual, como também se pode estar a favor da electricidade e contra da cadeira eléctrica” Fernando Savater
O
que podemos oferecer ao leitor Chinês com esta revista? Uma cultura Marcial tão rica como a China, cheia de estilos, tradições, formosas diversificações e recriações de múltiplas fórmulas de combate, que tem impregnado o mundo com suas peculiaridades, suas maneiras e formas, o que podem encontrar de bom, diferente e positivo na nossa revista? Todos sabemos quanto da tradição Marcial Chinesa se tem perdido nas voltas da história antiga e recente. A China tem sido tradicionalmente um país de emigrantes e eles, em muitos casos, conservaram muitas das maravilhas marciais, dos tesoiros que agora finalmente, com uma China mais aberta, podem voltar para casa. Mas não só isso vão encontrar nestas páginas as Artes provenientes de um país tão rico em tradições marciais quanto a China. O mundo inteiro tem vivido um processo de globalização, de mestiçagem, uma actualização do tradicional, enfrentado à modernidade. Outras tradições maravilhosas e muitas delas ocultas, saíram à luz, numa época onde os segredos existem mais nos conteúdos que nas formas. Milhares de belas tradições marciais têm ressurgido e passaram pelas nossas páginas nestes últimos 28 anos de existência da Revista em seis idiomas, sete agora, com a edição em Chinês. Temos resgatado estilos esquecidos da Europa medieval, da esgrima antiga, de povos e culturas do Japão, Coreia, Vietname, de todo o Sudeste Asiático; dos Gaúchos Argentinos, dos Índios americanos. Estilos com raízes étnicas, como o “Jogo do pau” - jogo do pau português, o “Pau Canário”, o tiro com arco a cavalo dos mongóis, etc. etc.… Temos vivido em primeira linha a especialização dos versados em Segurança Privada, militar ou policial, em tempos complicados, onde militar e polícia chegaram a ser confundidos em trabalhos de intermediação internacional sob as ordens dos organismos internacionais OSCE, ONU, etc. Temos tratado dos segredos da segurança nos aviões após a data de 11 de Setembro, temos publicado os melhores e maiores especialistas do sector e continuamos a faze-lo, porque este ramo das Artes Marciais, é sem dúvida um ponto muito importante na nossa era. Certamente temos assistido à configuração das Artes Marciais como desportos, até mesmo olímpicos, a chegada do espectáculo ao nosso mundo, com a representação do mais vistoso da marcialidade em termos estéticos, e logicamente temos informado da recriação desse novo
“Globalização não é o mesmo que Universalização. De facto, muitas vezes produz o efeito contrário, porque a reacção à mistura e ao tumulto, são a descriminação, o racismo e o minifúndio, como um balão que se incha e cresce, pressiona cada vez mais o interior”. Huang Ta Chung
“circo romano” dos combates sem regras, sem dúvida o maior negócio dos meios de comunicação do nosso tempo, que quase devorou ao próprio Boxe, claro que estou referindo-me a os UFC, Pride, etc.… A cada mês trazemos a estas páginas o melhor desse mundo Marcial em todas as suas variantes, com os melhores Mestres, não importa se vivem na Austrália, na América, Europa, China ou Rússia… Mas não paramos aí; numa época audiovisual, criamos o maior catálogo de vídeos instrutivos nunca antes realizado, com mas 600 títulos traduzidos a vários idiomas. Grandes Mestres, campeões, instrutores, oficiais de diversos países, ensinam a través destes vídeos, coisas que levariam anos em aprender viajando pelo mundo. Também, usando esta grande ferramenta que é Internet, agora é possível descarregar imediatamente e sem esperas, todos esses vídeos, a um preço muito acessível. Tudo isso com uma qualidade e profissionalidade nunca vista no nosso sector. Com a edição a cada 15 dias da Revista “on line”, demos o último grande passo neste processo de modernização no nosso sector. O trabalho é árduo pois supõe que a cada 3 dias, todos os meses, estamos subindo à rede pelo menos uma revista em um idioma (excepto a edição em Chinês que ainda por agora, é de uma só revista por mês). Ontem, as leituras das revistas superavam os 285.000 leitores… Não há país no planeta onde nos não leiam (excepção feita do Turkmenistan, mas desconhecemos a causa!). A cada mês, grandes figuras do nosso Universo Marcial colaboram nas nossas páginas e tudo isso está proporcionando uma ocasião única, um espaço de encontro virtual e multicultural, onde todo estudante pode enriquecerse, e onde todo Mestre pode chegar a dar a conhecer o seu sistema e conhecimentos. Se a isto juntarmos a gratuidade do nosso meio, é fácil compreender que estes resultados são só o começo de algo muito maior e mais grande. Para formar parte disso e para estar comunicados com cada novidade, inscrevam-se gratuitamente na nossa web site www.budointernational.com e a nossa equipa avisará de cada aparição da revista, de cada novidade. Estejam atentos! Porque muitas coisas interessantes estão acontecendo lá fora! O mundo é muito grande, mas com esta revista, nos o trazemos ao ecrã do vosso computador, ao portátil, ou ao telemóvel a cada mês. Esse é o nosso compromisso, essa a nossa oferta. Registem-se e formem parte disto! Obrigado pelo seguimento, sem os leitores, este projecto não seria possível.
Alfredo Tucci ĂŠ Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
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Iaido
Artes Tradicionais
A via do sabre não é um caminho para qualquer um, embora qualquer pessoa possa empreender a sua aprendizagem. O sabre japonês é o resumo, princípio e fim de todas as tradições marciais japonesas. Transportar um sabre, manejá-lo, dominá-lo, fazer-se um com ele, é uma prática à qual o lado espiritual não é alheio. O espírito, entendido como o spiritus - o alento essencial", o "sopro" da alma, contra parte da matéria -, encontra a sua maior realização justamente através do mais denso, sólido e específico, o metal. Curiosamente, o "metal" na tradição da cosmogonia Oriental (Go Kyo), é o elemento que engloba os pulmões como ór gãos, e a sua função, a respiração. O Iaido, "a Arte de puxar pelo sabre cortando", esteve dominado por dois tipos de escolas opostas e complementares. Uma centrada em fórmulas mais rígidas e ritualistas; a outra, visando o domínio da mais nobre das armas, através da fluidez. Sem dúvida, o Mestre Akeshi pertence a este segundo género, como tem demonstrado repetidas vezes nos seus trabalhos em vídeo. Para esta
linha, o essencial não está tanto no gesto, ou na forma, mas na sensibilização e no domínio. Só então, o praticante será capaz de se abrir ao acto mágico da execução impecável e económica, à mestria que, afinal, é o que todas as escolas marciais perseguem no seu máximo nível. Para isso, o mestre Sueyoshi propõe uma metodologia de treino onde o estudante se deve familiarizar com a sua arma até esta se tornar uma extensão das suas mãos primeiro, do seu corpo depois, e finalmente, da sua respiração.
ara conseguir tal objectivo, Akeshi propõe exercícios que têm vindo a ser realizados durante séculos, mas não deixa de lhes adicionar aqueles que tanto ele como o seu Mestre elaboraram através da sua própria experiência. Estes incluem estiramentos, que são fruto do exagero dos movimentos com Katana, utilizando para isso um Jo, e uma grande e habilidosa variedade de acções previamente estabelecidas, que conferem ao estudante um paulatino domínio do seu corpo e da sua arma.
P
Dada a escassez no Ocidente de autênticos Mestres desta Arte Marcial, o estudo através de vídeos ou DVDs, é uma das poucas alternativas que o neófito tem para aprender esta Arte. É verdade que, no caso de não se ter praticado outra Arte Marcial com anterioridade, aprender por própria conta é uma tarefa quase impossível. Os ritmos, compromisso e seriedade que requerem as ditas práticas, não se podem aprender sem a colaboração d e u m b o m M e s t re , s e m a e x p e r i ê n c i a d e u m a aprendizagem.
Artes Tradicionais "Antigamente, dizia-se que a katana não devia ser embainhada sem que o seu fio se molhasse com sangue. Caso não se vertesse nela sangue alheio, frequentemente o espadachim se cortava ligeiramente a si mesmo no dedo, para cumprir com o rito. Hoje em dia, só nos cortamos no dedo quando erramos…"
Artes Tradicionais
Iaido No entanto, por exemplo, um Karateka, ou um Aikidoka, bem formado na sua Arte, pode utilizar a sua experiência anterior, para na sua casa praticar por sua conta, a partir do que Sueyoshi Akeshi nos explica nos seus vídeos de instrução. O essencial, para além da técnica, está já presente no estudante e só precisa de dar oportunidade ao seu corpo de o desenvolver. Exercitar-se uma ou duas vezes por semana, faz maravilhas em quem é capaz de manter com seriedade este ritmo de treino sem deixar o seu estilo habitual. De facto, depressa descobrirá o estudante como a sua própria prática ou treinos quotidianos no seu estilo encontram um novo enfoque, uma renovada força e evolução. Tal consequência deriva da natureza do treino do Iaido, que reduz ao elementar a própria essência do combate e, ao fazê-lo, nos proporciona uma nova ocasião de viver os seus fundamentos rompendo as rotinas. "Estudantes de Aikido, de Karaté e inclusivamente de Judo, têm alcançado um novo domínio das suas Artes através da prática em paralelo do Iaido" – diz-nos Akeshi – "No Japão é bem sabida a existência desta sinergia, por isso os maiores lutadores sempre reverenciaram o Iaido". - "Os meus estudantes na Europa vêm de muitos estilos diferentes, mas, para todos, a Katana é algo mais que uma arma, que uma ferramenta". -
E é que a katana japonesa possui essa conjunção única de força e flexibilidade que lhe confere uma especial nobreza. O sua forja era um acto sagrado que requeria a purificação do mestre forjador e ainda hoje em dia os ritos permanecem em escolas que são consideradas tesouros vivos do Japão. A chave técnica da sua elaboração, oculta durante gerações, era a sábia combinação de dois tipos de aço. Estes eram capazes de unir flexibilidade e firmeza no seu centro com a dureza e o gume da sua periferia. As katanas j a p o n e s a s
surpreenderam no Ocidente pelo facto de possuírem ligeireza e, simultaneamente, uma fortaleza pasmosa. O tempero das folhas era redobrado repetidas vezes, sob o certeiro ritmo do batimento dos martelos, aquecendo e esfriando as lâminas nos limites da sua capacidade, mas sem os transgredir. A forja destas armas era uma Arte que requeria a busca do momento adequado para a sua tarefa. As energias do céu e da terra deviam ser propícias, mas acima de tudo, o estado anímico do forjador devia ser impecável. As espadas eram depois submetidas às mais duras provas e só aquelas que satisfaziam plenamente os seus fabricantes, eram expedidas a uma selecta clientela que já então pagava autênticas fortunas por elas. Um bom sabre no Japão é considerado uma obra de Arte e reverenciado como tal. De facto, num país tão pouco dado à individuação, surpreende saber que alguns mestres já assinavam as suas obras no Século XV. Toda esta riqueza, este conjunto de vontades em volta de uma simples ferramenta, seria impossível e insensata. No entanto, a melhor das armas, uma vez encontrando-se em mão incauta ou neófita, não revelará a alma oculta que encerra no seu interior; por isso não era infrequente que o Mestre f o r j a d o r
"Os meus estudantes na Europa vêm de muitos estilos diferentes, mas, para todos, a Katana é algo mais que uma arma, que uma ferramenta"
Artes Tradicionais tivesse presentes os desejos e a natureza do espadachim, acentuando na sua obra as virtudes que caracterizavam o estilo ou a natureza de quem a ia transportar. Já no primeiro degrau da aprendizagem do domínio da espada, qualquer uma serve. - "Ao princípio, um Bokken, ou um Jo são companheiros suficientes para o estudante" – afirma o Mestre Akeshi – "As katanas cortam de verdade! É preciso ser muito precavido no treino". Surpreende especialmente o leigo na matéria o habitual gesto dos Iaidokas de "sacudir o sangue" da espada antes de a voltar a embainhar. - "Em Iaido a ideia de um corte, uma vida, é um facto respeitado inclusivamente como rito" – Comenta-nos o Mestre. "Antigamente, dizia-se que a katana não devia ser embainhada sem que o seu fio se molhasse com sangue. Caso não se vertesse nela sangue alheio, frequentemente o espadachim se cortava ligeiramente a si mesmo no dedo, para cumprir com o rito. Hoje em dia, só nos cortamos no dedo quando erramos…" – confessa, rindo, Sueyoshi. Os requerimentos para o começo do treino com sabre são, pois, muito simples e modestos, e o espaço requerido é pequeno. - "Hoje em dia, muitos artistas marciais desejariam aprender o
Iaido, mas custa-lhes dar o primeiro passo" – "Quando percebi este desejo e compreendi que para que a Arte continuasse a ser praticada, devia entrar no Ocidente, comecei os meus esforços para elaborar um método que abrisse as portas àqueles que desejassem praticar, ainda sem ter um Mestre perto. Sempre podem depois aos meus assistir seminários; pelo menos uma vez por ano viajo à Europa para ensinar em vários países, e posso examinar o trabalho de cada um. Durante os anos que vivi longe do Japão, eu mesmo segui esta pauta com o meu Mestre." Como em tantas outras Artes, no Iaido, uma vez assumidos os fundamentos, as correcções tornamse exercícios de uma concreção técnica inaudita, para acabar por se tornar uma disciplina mais espiritual que física. Do "Vigia a inclinação do teu cotovelo", acaba-se por se passar ao "O teu golpe deve atravessar até o infinito, deves sentilo chegar assim, volver sobre as tuas costas". Ou do "Relaxa os teus ombros, bate com o teu tandem!" ao "Não penses em puxar pela espada, encontra-a já fora!" No mais alto caminho, todas as Artes se encontram na simplicidade magnífica da Mestria. Mas, sem dúvida, em algumas, como no Iaido, precisamente por estarem tão nuas de tecnicismo, tal aproximação acompanha de forma mais palpável a evolução do estudante. Também no
Kyudo isto é certo, até o ponto de que só a postura ao esticar o arco era suficiente para que o Mestre Awa soubesse através dessa imagem, o ponto evolutivo do seu aluno alemão, Herriguel, a milhares de quilómetros de distância. O Iaido é também uma fórmula na qual se destaca a "Arte sem artifício", por isso, a força e a intensidade do olhar do concentradas executante, são suficientes para conhecer o seu nível. - "Os meus alunos dizem que faço cara de Yakuza mau" comenta entre risos – "Eu não sou consciente disso. Devemos treinar seriamente, caso contrário, o Iaido não serve para nada. Já ninguém anda na rua com uma katana! Esses tempos já passaram" O valor das Artes tradicionais está paradoxalmente assente nesta útil inutilidade. É um exercício de puro Zen e é precisamente isso que nos leva a penetrar no seu sentido profundo; o mesmo que nos faz saber que é o "vazio" da c h á v e n a q u e l h e c o n f e re a s u a utilidade. Para além do Universo estético que rodeia o Iaido, ainda restam Mestres e alunos interessados nessa outra coisa tão inacessível, efémera e inexplicável que destilam estas práticas. Um caminho de encontro com o âmago da via do guerreiro, da vida e da morte. Um caminho onde a essência do que é marcial se manifesta com a elegância e a força de outros tempos.
"O teu golpe deve atravessar atÊ o infinito, deves senti-lo chegar assim�
"Hoje em dia, muitos artistas marciais desejariam aprender o Iaido, mas custa-lhes dar o primeiro passo"
Pensar é Bom…. O intitulado da coluna deste mês, a muitos poderá parecer uma afirmação óbvia, mas servirá àqueles praticantes que levam a sério a arte que estudam e a essas pessoas para as quais as Artes Marciais formam parte da sua vida ou têm uma importância que vai além do normal. De certeza que vai fazer pensar. Sou um praticante nada amigo de dar conselhos. Parece-me a mim que aconselhar a outros o que devem de fazer em qualquer âmbito, é coisa pouco produtiva, porque geralmente, fazemo-lo desde um ponto de vista completamente subjectiva, sem conhecermos todas as arestas e a posição do outro. Assim sendo, quando faço afirmações deste género, não quero aventurar-me a dizer a alguém se tem de pensar ou não aquilo que faz e muito menos ainda, emitir um juízo de opinião que possa parecer ofensivo ou incomodar alguém. Não obstante, gostaria sim, poder pensar em voz alta, acerca de alguns aspectos que considero fundamentais. Em muitas ocasiões, estas reflexões têm servido a muitos para se encontrarem a si mesmos e isso me enche de alegria e me incentiva a continuar fazendo este trabalho, que nem sempre é fácil.
“Com frequência me tenho referido ao método clássico do ensino e à necessidade de adaptá-lo às mudanças que nos últimos anos, a prática e o estudo das Artes Marciais tem padecido em todo o mundo. Teremos de reconhecer que nos últimos 15 anos, tudo quanto tem a ver com as Artes de Combate, tem padecido uma profunda mudança em todos os aspectos”
Frequentemente me tenho referido ao método clássico de ensino e à necessidade de adaptá-lo às mudanças que nos últimos anos a prática e o estudo das Artes Marciais têm padecido em todo o mundo. Temos de reconhecer que nos últimos 15 anos, tudo quanto tem a ver com as Artes de Combate tem passado por uma profunda mudança, em todos os aspectos. Lembro-me bem de que faz mais de 25 anos, um praticante começava a estudar numa escola e ficava muitos anos no seu grupo de treino, mostrando uma inquebrantável fidelidade à sua escola e mestre. Em momento algum pensava em ir muito além do treino da seguinte sessão. Havia muito pouco material visual (vídeos) de Artes Marciais nem muitos textos para conhecer outras opções. Acredito que estarão de acordo comigo, aqueles já contam alguns anos, que era muito complicado ver, conhecer, analisar, comparar, etc.…, por uma questão muito simples: a pertença a esse grupo em que se treinava, era coisa inquestionável. Se a isso somarmos a ausência de outros referentes com os quais poder comparar o que fazíamos e que o nosso mestre era para nós pouco menos que um HERÓI, talvez possamos compreender as circunstâncias daquela época. O que quero dizer é que um aluno jamais contemplava dúvida alguma: um professor indicava, o estudante fazia. Às reflexões pessoais ou lógicas dúvidas acerca da prática, o professor respondia com um lacónico: “Não perguntes…, faz!…” Estou absolutamente seguro que os praticantes mais veteranos que já têm uma certa experiência na prática, se hão-de lembrar perfeitamente de alguma ocasião em que o seu mestre lhes tenha dito esta famosa frase, à qual me remeto. Para abordar isto, é preciso compreender que os sistemas tradicionais de Artes Marciais têm ido herdando o sistema de ensino e a prática de seus próprios mestres e repetindo-se na geração seguinte. Quer dizer, fazemos o que o mestre ensinou, porque “supomos” que é BOM. Quero dizer: Quem havia de pôr em tela de juízo a capacidade de quem nos ensinou? Como duvidarmos da bondade daquilo que o nosso pai nos disse? Se o nosso pai nos ensinou assim, é bom e portanto, não se tem de modificar nada! Este raciocínio poderá parecer absolutamente lógico, mas na minha opinião, é um dos grandes responsáveis de alguns problemas que as Artes Marciais arrastam nos últimos anos. Muitas pessoas, com a intenção de honrar seus mestres, tentam repetir o sistema de ensino, seus métodos, seus exercícios, etc.…, sem introduzir nem a mais mínima das mudanças no sistema, por um mal compreendido conceito do RESPEITO aos idosos. Quando no início da coluna deste mês, afirmo que PENSAR É BOM, quero lançar este pensamento e a maneira de ver a prática.
Pessoalmente, não considero uma falta de respeito aos meus mestres nem à tradição, modificar o método de formação. Tudo pelo contrário, considero que não existe uma maior demonstração de respeito à minha arte e aos meus mestres que tentar melhorar o sistema, com humildade e trabalho árduo. Afortunadamente, muitos destes elementos têm ido mudando nos últimos anos, quando o mundo das telecomunicações democratizou o acesso ao mundo da informação. Com um “clicar”, podemos ver nos famosos distribuidores de vídeo gratuito “on line”, praticantes de quase todos os sistemas existentes, em qualquer parte do mundo. Temos a possibilidade de vermos e termos acesso a imagens que faz alguns anos não só não estavam disponíveis aos praticantes, como simplesmente não existiam, porque ninguém gravava um clipe para mostrar aos outros a Arte que praticava. Apesar de muito provavelmente há muitos praticantes que falam das maldades e perversões do mundo digital, pessoalmente acredito que a influência, em geral, deste grande volume de informação a nível global, é extremamente positiva para os seguidores do WingTsun e as Artes Marciais em geral. Infelizmente é bastante comum que alguns professores insistam com seus alunos, na necessidade de NÃO VEREM o que fazem em outras escolas, limitando inclusivamente a sua capacidade de praticarem outros sistemas ou assistirem a seminários de outros mestres, com disciplinas que antes parecem uma tentativa de que o praticante NÃO PENSE e continue a fazer como lhe mandam fazer. Alguns praticantes entendem que fazer tudo ponto por ponto, como o seu mestre ensinou, é o melhor sinal de respeito que podem dar a seus antepassados. Mas talvez com este acesso ao mundo da informação, chegamos ao ponto em que o conveniente seria pensar: Por que motivo o meu mestre o fazia assim? Teve outra opção ou também copiou o método do seu mestre, sem perguntar por mais nada além de reproduzir literalmente o transmitido por seu mestre? Pessoalmente, acredito que a melhor opção é PENSAR! Pensar, analisar e avaliar é a minha proposta desde que fundei a TAOWS Academy, faz agora um pouco mais de três anos e eu gostaria que seguisse sendo a nossa bandeira.
Tive a imensa sorte de ter um mestre capaz de analisar e fazer evoluir um estilo em base ao seu conceito do combate. Estou certo das bondades daquilo que me ensinou, por ter vivido em primeira pessoa a sua capacidade para fazer funcional aquilo que aparentemente o não era. Quando resolvi ser independente da estrutura associativa à que pertenci durante 17 anos e que era fundamental recuperar a ligação com o passado, com a origem clássica do sistema Wing Chun Kuen. A minha intuição me dizia que no que era VELLO estavam algumas das chaves que talvez os promotores de toda revolução no sistema estavam procurando. Cheguei à conclusão que era o momento de rever em profundidade as bases, técnicas e tácticas do sistema, desde a sua origem. O curioso do assunto (já tenho falado deste aspecto em vários artigos) é que a imensa maioria das pessoas procuram fora do estilo alguma coisa que de certeza estava dentro do mesmo. Agora tenho a certeza! Os estilos de combate NUNCA passam de moda. NUNCA ficam obsoletos! Simplesmente, os sistemas de treino empregados necessitam de uma adaptação ou revisão dos mesmos. Isto poderá trazer de volta a tão desejada EFICÁCIA que todos os estilos procuram.
“Os estilos de combate NUNCA passam de moda. NUNCA ficam obsoletos! Simplesmente. os sistemas de treino empregados necessitam uma adaptação ou revisão dos mesmos”
Wing Tsun O título da coluna deste mes é “PENSAR é BOM!” Na maioria dos casos, as escolas ou os ramais se concentram demasiadamente em seus próprios exercícios, drills ou secções de trabalho, tentando defender suas bondades, sem fazer um exercício de reflexão Qualquer drill pode ser bom ou mau. O que definirá a sua bondade ou não, será se serve para dotar o praticante das habilidades com as que foi desenvolvido. Neste ponto é muito importante que os professores expliquemos aos estudantes todas e cada uma das coisas que fazemos e comecemos a tratar os praticantes como inteligentes. Mostraremos cada detalhe e lhes apresentaremos constantemente DÚVIDAS e REFLEXÕES para a correcta compreensão do drill e dos objectivos. Conseguir praticantes reflexivos! A reflexão é a chave de toda evolução. Na minha opinião, todo crescimento e evolução técnica no sistema, está directamente vinculado à evolução da escola como grupo. Em ocasiões, utilizo uma frase que o meu mestre sempre me dizia: “Serás tão bom como o melhor dos teus alunos…” Este é um ponto absolutamente fundamental e que sempre me preocupou especialmente. Dotar os alunos da capacidade de ver, comparar, analisar, estudar e saber escolher entre o correcto e o incorrecto. Compreender os porquê de cada elemento. Onde poder utilizá-los. Reconhecer erros e aprender com eles. Resumindo, fazer de uma actividade em aparência de rotina, em tudo ao contrário: uma actividade intelectual onde o pensamento e análise constantes, formem parte do próprio ADN da prática. Estou bem certo da bondade desta maneira de treinar, em oposição ao velho sistema de “cala e faz…”. Se somos capazes de dotarmos os praticantes das nossas escolas com esta filosofia, o nível geral aumentará de maneira exponencial: a mais treino, melhores resultados! Inexoravelmente conseguiremos chegar a uma dinâmica que fará a nossa arte não só uma boa ferramenta da defensa pessoal ou da saúde, como também pela prática de uma ARTE APAIXONANTE Definitivamente…, pensar é bom… Sifu Salvador Sánchez TAOWS Academy
“Em mi opinião, todo crescimento e desenvolvimento técnico no sistema, está directamente vinculado à evolução da escola como grupo. Em ocasiões utilizo uma frase que o meu Mestre sempre me dizia: “Serás tão bom como o melhor dos teus alunos…”
Hwa Rang Do® Jok Sool (Técnicas de pernas) (MISSÃO: DECLARAÇÃO DA MISSÃO DA ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DO HWA RANG DO HWA RANG DO®: Um legado de Lealdade, de Procura incansável da Verdade, de Fortalecimento de vidas, de Serviço à Humanidade. O Hwa Rang Do® arte marcial, é famoso devido às inúmeras técnicas de pontapés incluídas na sua base de estudos. Se estudam 300 tipos diferentes de pontapés, das aplicações básicas de Tae Soo Do® (frontais básicas, laterais e em rotação), até as avançadas do Hwa Rang Do®: pontapés em salto e com rotação, e as muito avançadas: os pontapés acrobáticos e os múltiplos (contra mais de um oponente). As sequências de fotos mostram algumas aplicações práticas. Acerca do Autor: Instrutor Chefe do Hwa Rang Do®, o Tenente Coronel da Polícia Militar Italiana (Carabinieri) e Engenheiro Marco Mattiucci é o chefe do ramal italiano da Associação Mundial de Hwa Rang Do® e im dos principais discípulos do Grão Mestre Taejoon Lee.
Keysi
Keysi e os desportos de competição O método “Keysi by Justo Diéguez” é um projecto único e novo, porque suas raízes são provenientes de um mundo que está afastado da moderna luta desportiva. Temos de duvidar do que pensamos ser correcto, com o fim de compreendermos a rua e o desporto de contacto. Necessitamos compreender muitas coisas relativas à rua, além de que desportivamente conhecemos o oponente e sabemos com o que iremos nos enfrentar. A rua não nos proporciona essa opção, necessitamos desenvolver uma atitude capaz de reagir Instintivamente. Aqui é onde começa e se desenvolve o método Keysi. A finalidade deste método é provocar, procurar desafios e questionar tudo quanto pensamos, o que acreditamos já sabermos. Fazendo isto, vamos na direcção de um mundo que existe para além dos limites de uma “mentalidade condicionada”. Este é um lugar onde com paixão e trabalhando, descobriremos o nosso máximo potencial.
Então há um condicionamento mental! Conhecer o facto de que a maioria de nós temos uma mente condicionada, é um grande passo em frente no processo da aprendizagem. O facto de que muitas vezes pensamos fazermos o melhor, o que melhor conhecemos, nos impõe um limite e alimenta o nosso ego. Ter ego não é mau, é mau destacá-lo na direcção errada. Ter a habilidade de escutar, observar, questionar com uma mente genuinamente livre e aberta, é coisa que não muita gente é capaz de fazer. Já libertados da garras deste condicionamento passado, estaremos em disposição de ver, perceber, digerir e absorver de uma maneira criativa e funcional... Ver o inapreciável, que sempre aí tem estado para ser visto, é o propósito que estamos procurando!
Keysi
Tem de se libertar o pensamento As novas descobertas só são possíveis quando a mente se tiver liberado das garras do condicionamento passado. Esta liberação traz consigo um novo campo de visão, uma visão panorâmica e apaixonante, que expõe a mente a um universo de pensamentos criativos, provocando todos os raciocínios que há por detrás do motivo de fazermos o que fazemos. Assim sendo, este é o nosso desafio; a liberação do processo do pensamento previamente estabelecido, se somos capazes de absorver esta nova informação e por conseguinte, expressá-la e transmiti-la correctamente. Então seremos capazes de abrir novos e inacreditáveis caminhos de desenvolvimento, neste vasto mapa que é o nosso eu, para nós mesmos e para os outros.
Keysi Uma mente livre supõe disposição para aprender? O Principio de Keysi é estar constantemente activo dentro da área da aprendizagem. Este é um lugar sem limites, um lugar onde podemos unir a criatividade mental com o corpo. Aprender é incrível, mas para isso devemos de estar predispostos. O conhecimento é consequência da aprendizagem, mas uma vez que aprendemos alguma coisa, precisamos ser cuidadosos para não cairmos nos clássicos tecnicismos que nos impõe a nossa mente. Faz parte da nossa condição humana, pensar que sempre sabemos o que é melhor e que sempre temos a resposta para tudo, e não é assim! Nunca devemos julgar alguma coisa que não vimos anteriormente nem dela temos um conhecimento pleno. Logo que a nossa mente diz… “Isso já eu sei…”, o processo de aprendizagem se detém. O facto da aprendizagem se deter é claramente prejudicial para o nosso crescimento pessoal e a evolução como seres humanos. Uma mente condicionada, quer dizer, uma mente que está influenciada fortemente pelo seu passado, perde a sua habilidade de pensar livremente. Este processo chamado condicionamento prévio, nos afasta de evoluir na nossa aprendizagem; o que conseguimos é criar uma falsa ilusão de auto-engano, ver o que queremos ver e escutar o que queremos escutar… Viver no engano não é um bom lugar para deitar raízes e nos afasta do objectivo que procuramos desde o princípio da nossa existência, aprender e evoluir. Quando estamos neste estado não funcional de engano, caminhamos cegos e viajamos na direcção oposta ao objectivo ao qual aspiramos. Este processo de condicionamento é a nossa maior barreira no nosso esforço por chegar mais além. Por tanto, aprender não é acumulativo, não podemos armazenar a aprendizagem diariamente, tal como nos chega. Só podemos absorve-la si pararmos, olharmos e escutarmos. “É fácil de dizer, mas muito difícil de realizar”.
Keysi Libertar a mente Desporto - Rua Desafortunadamente, no mundo real, se alguém tem a intenção de nos atacar na rua o em um clube, fá-lo-á e tão rápido como seja possível, o que quer dizer que não teremos praticamente nenhuma possibilidade, especialmente se o atacante não vier de cara. No entanto, na competição temos tudo estruturado, temos tempo de estudar o nosso oponente, na rua não sabemos quem pode ser o nosso atacante e pode ser um ou podem ser vários. Disto, não resta dúvida! Necessitamos ter a mente aberta e disposta a trabalhar arduamente e investigarmos todas as possibilidades subjacentes no vasto labirinto da mente humana.
Sente-se um pioneiro? Os pioneiros são muitas vezes vistos como gente estranha, loucos e mesmo dementes, mas sem este tipo de pessoas, o mundo deixaria de evoluir. De maneira que começaremos por nos questionarmos a nós mesmos. Só assim melhoraremos e no que à luta diz respeito, devemos questionar constantemente tudo quanto fazemos e temos de começar com um pensamento e uma maneira de entender a realidade da rua, onde o assaltante, o Predador, se torna o Preso e a vítima, o Preso, se torna Predador.
BENGALA DE DEFESA JACQUES LEVINET A última inovação do Mestre Jacques Levinet A BENGALA DE DEFESA CDJL Já não é necessário apresentar o Grão Mestre francês Jacques Levinet, que ensina em todo o mundo seus diversos métodos de Self Pro Krav (para os civis) e de Real Operational System (para a polícia). A habilidade demonstrada por este especialista internacional, permitiu desenvolver a metodologia e o material de bengala de defesa CDJL que agora serão registados e certificados. À vez lúdico e adaptado à defesa contra uma agressão na rua, a bengala de defesa é acessível a todo o público, desportista ou não, independentemente da idade e condição física. A simples bengala de passeio se transforma assim em CDJL, um meio imponente para defender -se contra qualquer tipo de agressão física, graças a uma configuração e uma metodologia particular, proveniente das técnicas do tonfa operacional, desenvolvido pelo Capitão com estrito respeito da lei. Cinturão Negro: Quais são as origens do método da bengala de defesa CDJL? Mestre Jacques Levinet: Aprender a defender-se constitui nos nossos dias, uma das principais preocupações de muitos cidadãos de todo o mundo. Numa tentativa disto conseguir, os especialistas em defesa pessoal têm desenvolvido, com diversos graus de êxito, uma grande quantidade de métodos, frequentemente similares, e os especialistas em artes marciais propõem, com mais ou menos realismo, os jutsu derivados das suas respectivas práticas. Sem entrar em pormenores, devemos admitir que os dois pilares do conhecimento e a transmissão da defesa pessoal, não são precisamente a característica de alguns, mas tem de haver para todos os gostos. Podemos assim fazernos uma ideia realista do que nos convém. A conciliação e o diálogo têm seus limites em algumas agressões que lamentavelmente afectam hoje a toda a povoação, jovens e velhos, mulheres e crianças, desportistas ou não, independentemente do tamanho da vítima e dos agressores. Assim nasceu uma necessidade vital para o homem do Século XXI, a de se defender. A partir destes elementos de reflexão e como resultado da minha tripla experiência e do meu passado como capitão da Policia, versado em artes marciais e treinador da Polícia, me surgiu a ideia de desenvolver
Self-dĂŠfense
um método imponente de defesa pessoal para todos, a bengala de defesa, respeitando as nossas leis democratas. Esta disciplina surgiu com êxito desde o princípio. Para identificar este método, a marca CDJL (Bengala de Defesa Jacques Levinet) foi registada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, com o fim de proteger tanto a metodologia como os materiais de treino. Resolvi utilizar a abreviatura CDJL para as minha criações, menos por pretensão que como uma maneira de me defender dos “imitadores” que utilizam e abusam em vez de se inspirar. O especialista saberá assim distinguir a cópia do original. Tanto seja no modo de emprego, o propósito das técnicas ou a configuração do material de treino, este método não tem nada a ver com os métodos dos desportos de combate (por exemplo, a bengala de combate no Boxe francês) ou com os das artes marciais (Hapkido, Kali, etc.). B.I.: Qual é a originalidade da bengala de defesa CDJL? J.L.: Consiste principalmente na configuração dos materiais e seu uso com um método de defesa pessoal realista. O CDJL é provado na prática e tem em consideração a realidade dos ataques onde o supérfluo sempre se abandona a favor do essencial, sem adornos de nenhum género. O CDJL é acessível a toda a gente, independentemente da idade e condição física, como se requer nas artes marciais ou nos desportos de combate. Para a prática do CDJL, tive que pensar na adaptação da bengala de andar comum, em especial devido à sua fragilidade e configuração. Assim, a bengala clássica se transformou numa bengala CDJL, sem chegar a ser uma arma, com uma empunhadura mais larga para os agarres dos membros, um bico afiado no final da empunhadura para os pontos de pressão “Kyushu”, uma longitude facilitando tanto o caminhar como a defesa, um corpo resistente para absorver qualquer ataque com armas pesadas (como um bate) e suficientemente flexível para multiplicar a força da resposta. Por último, um tampão de borracha na ponta, para assegurar respostas e evitar escorregar na rua. A configuração propriamente dita não é suficiente para transformar o CDJL em um meio de defesa imponente. Era necessário encontrar um método prático, simples e efectivo.
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B.I.: Em que consiste o método da bengala de defesa CDJL? J.L.: Ele está articulado a partir de um programa específico, em 5 pontos chave, que são: o instinto de sobrevivência, o reflexo condicionado, a técnica operacional, a defesa pessoal e o questionamento. A segurança foi privilegiada com umas protecções adaptadas, escudos móveis, luvas americanas especialmente desenhadas para evitar um excessivo aquecimento das mãos durante as manipulações. Se estudaram umas guardas e uns equipamentos para proporcionar a máxima protecção nas defesas, multiplicando ao mesmo tempo a potência das respostas. Se criaram uns fatos de treino CDJL com logótipo, garantindo assim a coesão do grupo.
Se estabeleceram uns exames de grau e de ensino com a obtenção do cinto preto e dos graus superiores ou Dan CDJL, assim como o título de instrutor, instrutor chefe e especialista, na Academia Jacques Levinet. Se acabou de aperfeiçoar com uma pedagogia adaptada e um código de deontologia preciso, para fazer do CDJL um revolucionário método anti-agressão do século XXI. B.I. : O Mestre também desenvolveu a bengala de defesa com fins terapêuticos? J.L.: Sendo acessível a grande parte do público, independentemente da idade, estado físico ou sexo, o CDJL terapêutico é um método de grande interesse, tanto para as pessoas de mais idade como para os doentes. Além da sua eficácia contra a agressão, age positivamente nos seguintes oito pontos: Trabalho do equilíbrio, Luta contra o
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endurecimento articular, Luta contra os tremores, Luta contra o envelhecimento do cérebro, Melhora da memória, Melhora da socialização, Desporto para todos, Motivação e diversão. Um programa de formação de animador da bengala de defesa e terapêutica, vem sendo desenvolvido para responder às necessidades das pessoas idosas e pessoas doentes. B.I.: Qual é o futuro da bengala de defesa CDJL? J.L.: Tenho ensinado em muitos clubes na França e em muitos outros países. Os praticantes vão progredindo por graus (até cinturão negro e superior) e por diploma de ensino a través do número de registo da Academia Jacques Levinet como organização da formação profissional no Ministério do Trabalho da França. No que diz respeito à bengala de defesa terapêutica. eu estou a ensinar agora na França, numa clínica piloto no tratamento da doença de Alzheimer. Foi isto uma primícia bem recebida pelo Ministério da Saúde. Viajo a muitos lugares da França e do estrangeiro para realizar seminários de bengala de defesa e formar instrutores para a qualificação profissional reconhecida pela nossa federação AJL. Concluindo. O método da bengala de defesa (CDJL) fará as delícias de qualquer pessoa que desejar defender-se com eficácia, sem sofrer o contacto do agressor. Uma nova defesa pessoal na rua, sem necessidade de prévio desenvolvimento físico, nem prévio conhecimento de combates ou artes marciais. Tudo isso sob a autoridade de um versado líder no mundo da defesa pessoal. FEDERAÇÃO DE BENGALA DE DEFESA (AJL) tel.: +33 (0) 467 075 044 e-mail: contact@academielevinet.com Sitio Web: www.cannedefense.com
Latosa Escrima é um sistema baseado no conceito. No Latosa Escrima, na realidade fazemos treinos cruzados com todas as armas e incluímos as mãos nuas. Os conceitos fundamentais consistem em demonstrar o método de pensamento e a estratégia. Os movimentos têm de ser similares e transitórios e não se executarem em função do tipo de arma utilizada. Este é o método Filipino, não há regras ou não há barreiras que limitem os praticantes. Tudo pode suceder quando se está numa situação que é crítica y perigosa para a vida.
Karate Evidentemente, são muitos os importantíssimos mestres de Karate que habitam no Japão, em suas diferentes organizações, estilos, etc… Hoje, o nosso colaborador Salvador Herraiz nos fala do quem actualmente, podemos considerar o principal mestre no seio da Federação Japonesa. Importantes lugares federativos têm ido ficando para trás e o ele nos deixa se distingue pela mestria.
TORU ARAKAWA TOP MASTER SA FEDERAÇÃO JAPONESA DE KARATE Texto e fotos: Salvador Herraiz, 7º Dan
S
em dúvida, Toru Arakawa é o mais grande mestre actual, não só do Wado Kai como do Karate federativo japonês. Bem certo é que a maior parte do Karate no país da sua criação, funciona à margem da Federação Japonesa, a qual visa os aspectos desportivo e competitivo do Karate, como membro da Federação Mundial. Em qualquer caso, merece a pena conhecermos a este máximo expoente do Karate! Mas… antes, façamos um pouco de história, para compreendermos melhor a sua posição na JKF. Pouco depois da criação da Federação Japonesa de Karate, em 1964, seus graus mais altos eram os seguintes: Ryoichi Sasakawa, que contava então com 69 anos de idade e era 10º Dan Honorífico de Karate. Hironori Ohtsuka, fundador do estilo Wado, na época com 70 anos de idade, era Membro do Comité Técnico de Graus da Federação. Com iguais lugares no dito Comité Federativo, estavam também Gogen Yamaguchi, do estilo Goju, então com 59 anos de idade, e Manzo Iwata, do Shito, com uma idade de 45 anos. Completavam a elite de maiores graus federativos, Masatoshi Nakayama, do Shotokan, que contava então 52 anos de idade, e o 8ºDan e General das Forças de Auto-defesa do Japão, o Mestre Eichi Eriguchi, de 53 anos
Por cima, o Mestre Toru Arakawa em 1952 e Ă direita, um ano antes. Em baixo, grupo de importantes karatekas em 1953.
Ă€ direita, Arakawa Sensei em 1948. Em baixo, tradicional festejo em grupo, em 1959.
Karate de idade e Presidente da Wado Kai. Nesse momento, só uma pessoa tinha o grau de 9ºDan da Federação Japonesa de Karate: Fusajiro Takagi, aluno de Gichin Fumakoshi e que chegou a ser o Director Executivo da Federação, além de Secretário Geral da original WUKO. Tratei Fusajiro Takagi relativamente bastante durante algum tempo e com ele estive em Tóquio, umas duas décadas atrás. Também Takagi colaborou comigo em vários aspectos da informação que acerca da história da WUKO realizai em 1991, para o Órgão oficial da Federação Espanhola de Karate e com motivo do Campeonato Mundial, a ser realizado em Granada um ano depois. Kamikaze durante a II Guerra Mundial, Fusajiro Takagi protagonizou depois um escândalo económico no seio da organização mundial, que o levou fora do cenário da cúpula do Karate, vindo a falecer a meados da década de 90. Por detrás dele, em 1988, os graus mais altos, 8ºDan JKF, formavam um pequeno grupo que incluía Seijiro Sakihama do Goju Kai, Toshio Watanabe do Shotokan, Kenei Mabuni, Sadachika Tsujikawa, Kenzo Mabuni e Kazuo Kokukun do Shito Kai, e Daichiro Aizawa do Wado. Actualmente é lógico que muitos outros tenham altos graus na FJK, ainda que os 9ºDan não passam de ser a penas um pequeno grupo em volta de doze, incluindo os vivos e os falecidos. Esse grupo dos mais veteranos inclui, por parte da Shotokan, o dito Fusajiro Takagi, Isao Fukui e Keiichi Hasumí, que em seu momento foi o Director Executivo da Federação. Do Shito Kai temos de fazer menção de três altos encargos, especialmente o conhecidíssimo Teruo Hayashi, Tóquio Hisatomi, durante anos Presidente da Shito Kai e o Presidente Emérito desta, Ken Sakio. Na Goju Kai, o mestre Kenzo Uchiage tem gozado da máxima categoria federativa. No que ao estilo Wado Ryu diz respeito, temos de dizer que tem sido sempre muito importante na FJK, desde a criação desta e continua a ser na actualidade. Já Hironori Ohtsuka, seu criador, e a sua mão direita, Eiichi Eriguchi, foram peças determinantes na Federação, como vimos anteriormente. Depois foram sucedidos pelos mestres Hajimu Takashima e o nosso protagonista de hoje, Toru Arakawa, ambos 9ºDan JKF. As primeiras intenções do jovem Toru eram dedicar-se ao alpinismo, razão pela qual, chegado o momento se inclinou por estudar na Universidade do Japão (Nihon University), conhecida como Nichi Dai, e especificamente no campus de Mishima, situado a uns 150km ao Sudeste de Tóquio. O lugar gozava de boa fama e principalmente de organizar excursões que pareciam ser atraentes para Arakawa, algumas muito atractivas, como ao Pólo, etc.… Mas ali, Arakawa foi entregando-se ao atraente Karate, em um clube universitário relativamente jovem, pois fora criado em 1946, e a sua equipa estava capitaneada pelo veterano Ohta, um estudante de 4º grau, que posteriormente seria um monge de alto Por cima, à direita, Arakawa arbitrando durante o Campeonato do Mundo em Long Beach, em 1975, e junto a Fusajiro Takagi, máximo respons{avel da Japan Karate Federation, nos últimos anos da década dos 80. À direita: Grupo de karatekas Wado Ryu, entre os quais se encontram na primeira fila, importantes nomes como Hakoishi, Aiko Baba (mulher de Jiro Ohtsuka), Nichihara, Suzuki, Aizawa, o próprio Arakawa ou Kouma Suzuki. Em baixo: Os Mestres T. Suzuki, T. Arakawa e H. Takashima, durante uma demonstração em Londres, em 1964.
Grandes Mestres
Karate grau. Aluno também do mesmo lugar era quem posteriormente seria um muito prestigioso mestre e estudioso do Karate, Hiroshi Kinjo. Mesmo não sendo o mais veterano karateka, o registo de Nichi Dai o controlava o depois também afamado mestre Wakabayashi. O nível daquelas aulas de Karate não era muito alto, como reconhece o mestre Arakawa, pelo que as aulas se limitavam praticamente à técnica básica (kihon) e ao combate, posto que tradicionalmente os clubes
universitários do Japão dedicavam muito esforço à competição entre eles. Claro está que o kata também formava parte da aprendizagem, ainda que não fosse a sua prioridade. O fundador do estilo, Hironori Ohtsuka, visitava periodicamente o clube, como acostumava a fazer com as outras universidades. Arakawa Toru, como membro do clube de Nichi Dai, participou em duas ocasiões nos Kokan Geiko, que o seu clube organizava junto com outras duas universidades da zona de
Shizuoka (a conhecida simplesmente como Shizouka e a Tokai, na cidade de Shimizu). A sua aprendizagem também o leva ao Kokan Geiko, da conhecida Universidade de Takushoku, em Tóquio, onde seu potente grupo de Shotokan compartilhava treino com o clube Wado, da Universidad de Meiji. Conhecidos mestres como Tsutomu Oshima, que depois se instalaria em Los Angeles (USA) para desenvolver o estilo de Gichin Fumakoshi, se encontravam no curso. De facto, se conta o facto de que Arakawa, então
Acima, o Fundador do Wado Ryu, Hironori Ohtsuka, rodeado nos últimos anos da décata dos anos 70, por responsáveis como Tatsuo Suzuki, Eiichi Eriguchi ou o propio Arakawa. Na esquerda, Arakawa sensei, como uke de Suzuki sensei.
Grandes Mestres 1ºDan, durante um combate bateu em Oshima com um grande sokuto geri, pontapé lateral com o canto, perante o qual, o karateka Wado esperava um forte ataque de resposta, evitado finalmente pela yame do mestre Masatoshi Nakayama, responsável máximo do Karate em Takushoku. Outros mestres de Shotokan, como Hidetaka Nishiyama ou Taiji Kase, por
falar nos mais veteranos e conhecidos, assistiam também aos cursos, ainda que sendo de mais idade que Arakawa, não se enfrentaram directamente no tatame. Com quem se enfrentou foi com outro que depois seria Grande Mestre, Teruyuki Okazaki. Após viver o ambiente do Karate universitário, tão potente no país japonês, Toru Arakawa entra no Hombu
Dojo de Wado Ryu, onde o treino era mais suave, posto não deixar de ser um dojo comercial (no onde se pagava uma quota para assistir) e portanto, no qual tecnicamente se progredia mais. Versados como Kimura ou Horiguchi, formavam parte das aulas. Apesar das diferenças com o ambiente karateka universitário, as diferenças de nível entre os alunos fazia com que grupos
À direita, o mestre Arakawa, Presidente da Japan Karate Federation, em 2008, junto de seu Vice-Presidente Eichi Hasumi.
Karate técnicos importantes, como I Dori, Tanto Dori, etc…, não se praticassem em excesso. Eram tempos em que Ohtsuka, apesar de ter estruturado o seu Wado Ryu, modificava as suas técnicas e os seus grupos. Ainda que seus kata se limitavam aos 5 Pinnan, Kushanku, Naifhanchi, Seishan e Chinto, como principais, e somando Bassai, Jihon, Wanshu, Rohai, Jitte e Niiseishi ao todo, o certo é que as influências que tivera do mestre Kenwa Mabuni (fundador do Shito Ryu) faziam com que, por exemplo, em algum gashoku em Nichi Dai, Ohtsuka mostrasse o kata Suparinpei, que nunca pertenceu realmente ao currículo do Wado Ryu. Coisa similar sucederia também com o kata Unsu. Só alguns grupos muito específicos do Wado, cotinuam incluindo a prática destes kata. No caso de Suparinpei, o mestre Ajari, nos Estados Unidos, e no caso de Unsu, o grupo do mestre Ashihara em principio, e depois, o do mestre Sakata, na Alemanha, o têm praticado. A partir de 1956, Toru Arakawa ensina Karate em seu próprio dojo, com os alvores de um regulamento de competição, que se inicia em clubes, como o da Universidade de Meiji e outros, os quais, depois Nakayama Masatoshi iria pôr em ordem e papel. A meados dessa década dos 50, Hironori Ohtsuka necessita um lugar para estabelecer o seu Hombu Dojo e a
oportunidade surge pela mão de Seigen Tanaka, um curioso personagem. Tanaka tinha sido um comunista muito activo uns vinte anos antes. As suas actividades tinham levado a que até a sua conservadora mãe se suicidasse com seppuku, no final da II Guerra Mundial. Acabada a mesma e com tão trágico acontecimento familiar, Seigen Tanaka se põe sob a tutela de Genpo Yamamoto, conhecido monge Zen no templo Ryutaku-ji, a quem conhecera durante umas conferências que o mestre Zen dera na prisão, onde devido às suas actividades, Tanaka esteve durante dez anos. Yamamoto entrega uma quantia de dinheiro importante a Tanaka, para ele se encarregar de ajudar pessoas através da empresa Sanko Kensetsu, que Tanaka dirige. Em um lugar das suas instalações, no bairro de Tsukiji, Ohtsuka estabelece o seu Hombu Dojo de Wado Ryu, que por isso se conhece como Sanko Dojo. Ainda assim não se pode considerar Tanaka como aluno de Ohtsuka, mas simplesmente como um conhecido e organizador de demonstrações do mestre fundador, a meados dessa década. A realidade é que Toru Arakawa entra em relação com Seigen Tanaka. Realmente, quem tinha muito relacionamento com Tanaka era Tatsuo Suzuki, quem por certo chegaria a ser um grande praticante de Zen, devido à
introdução que Tanaka dele fez no ambiente de Gempo Yamamoto. Tatsuo Suzuki acostumava ser o acompanhante de segurança do arriscado personagem. Um dia em que Suzuki tinha outros afazeres importantes em Hamamatsu, seria Toru Arakawa quem fizesse de “escolta” de Tanaka, o que posteriormente o levará a viver um episódio altamente perigoso e estranho. Sucedeu em 1963, quando Arakawa assiste junto com Tanaka e outro amigo, a uma reunião em Tóquio e um indivíduo, presumivelmente membro da Yakuza, atenta contra Tanaka, disparando-lhe repetidamente e ferindo-o em várias partes do corpo. Seguidamente, o assaltante tenta disparar também contra Arakawa,
Na esquerda, Toru Arakawa no Nippon Budokan de T처quio em 2008, junto de Masafumi Shiomitsu e o autor, Salvador Herraiz. Por cima, Arakawa sensei distinguido no Jap찾o como Gr찾o Mestre do Budo.
Karate possivelmente e conforme indica o mestre de Karate, confundindo-o com um mafioso. A arma falha e isso salva Arakawa, que segura como pode o malfeitor com a ajuda de um polícia, por certo judoka, que chega ao lugar rapidamente, posto que a zona estava muito vigiada por ser muito perto do Teatro Imperial, onde o Imperador assistia a um evento. Por certo, a primeira pessoa a quem Toru Arakawa telefona, após o sucedido é Masafumi Shiomitsu, também importante karateka do Wado Ryu. Parece ser que uma campanha anti-droga organizada por Tanaka e apoiada por líderes sindicais como Taoka, etc…, tinha enfurecido a certos mafiosos de Osaka, que deram a ordem de tão drástica acção. Conforme conta Suzuki, a operação cirúrgica a Tanaka após os disparos, se realiza sem toda a necessária anestesia. Com a falta de efeito da mesma, o próprio operado observa num espelho do tecto. como é assistido. Seigen Tanaka seria uma peça importante no Karate de Tatsuo Suzuki, ajudando-o grandemente, tanto no Japão como depois no estrangeiro. Pouco depois de tão desagradável
acontecimento, Toru Arakawa é chamado para participar, junto de Tatsuo Suzuki, numa viagem pensada por Hajimu Takashima e que levará os karatekas do Wado Ryu até a Dinamarca e daí a vários lugares da Europa e da América do Norte. Trata-se de um projecto muito caro, que se leva a efeito desde Março de 1964. Em Roma acontece um curioso facto protagonizado pelos mestres de Karate. Um dia, saem do seu hotel os três mestres, Takashima, Arakawa e Suzuki, para fazer exercício correndo. Fazem-no sem repararem muito, ou mesmo nada, na direcção que tomam e finalmente, Tatsuo Suzuki, que parece que corria na frente, se adianta tanto aos seus companheiros que depois não sabe como voltar para o hotel. Após muitas peripécias para voltar, que o levam inclusivamente a pedir ajuda no Consulado do Japão, Suzuki consegue finalmente voltar para o seu hotel, várias horas depois do previsto. Ai, descobre estupefacto, que os seus colegas já foram embora com o resto do grupo de japoneses que constituíam a expedição. Quando finalmente consegue juntar-se a eles, a sua zanga é patente, tanto que no seu
seguinte destino, Milão, Suzuki resolve durante a demonstração de Karate, fazer combate com Arakawa, um combate que acaba por ser… mais forte do que era devido, tentando com isso desafogar a sua ira contra ele, por terem-no deixado para trás. Depois das cidades italianas a viagem continua em Copenhague, atravessando o recentemente túnel aberto nos Alpes suíços e descendo depois até a Espanha, país que mesmo não estando previsto, eles resolveram visitar. Depois, a sua rota leva-os até Londres e Glasgow, antes de atravessarem para o outro lado do Atlântico e chegar a Nova York, de onde iniciam uma viagem norteamericana. Um ano antes, durante o Campeonato do Mundo de Luta, realizado em Yokohama, tinham conhecido o coach da equipa USA, com quem contactam agora durante a viagem. o que lhes facilita, em parte, a sua estadia nos Estados Unidos. Durante a viagem americana dos japoneses do Wado Ryu, a equipa realiza umas 50 de demonstrações de Karate. Numa delas, precisamente em “Manhatan”, Tatsuo Suzuki se lesiona fazendo um pontapé duplo que ele diz
Grandes Mestres ter falhado primeiro Toru Arakawa e que ele tenta, por respeito aos numerosos espectadores. Devido à lesão, que deixa Suzuki durante três dias incapacitado de se mover, com a anca muito dorida, são Arakawa e Takashima os encarregados de finalizar as demonstrações na zona. A capital federal, Washington, seria o seguinte destino e ali os karatekas contariam com a ajuda e a hospitalidade do mestre Jhon Rhee, considerado o “pai do Taekwondo nos Estados Unidos”. Florida seria o último objectivo da costa este, antes de saltarem para a ensolarada Califórnia. Em Los Angeles, do outro lado do país, os karatekas de Wado Ryu são “rescatados” perante a sua falta de dinheiro, pelo mestre Tsutomu Oshima. Faz alguns anos, durante uma visita ao mestre Oshima em Los Ángeles, recordávamos tudo isto e… também aquela reunião de faz já alguns anos. Lembro-me ter sido no antigo dojo que Oshima teve no centro de Los Angeles, antes de se instalar no precioso lugar que depois construíram nas colinas de Santa Bárbara. Tatsuo Suzuki dizia que lhe tinham oferecido ficar em Los Angeles para ensinar Karate, mas a competência que surgira entre ele e Oshima, levaram-no a não contemplar essa possibilidade. Em Los Ángeles mora e trabalha um irmão de um colega do Wado Ryu do Japão (o veterano Niwa, do clube da Universidade Meiji). Ele também lhes dá o seu apoio. São Francisco, onde já estava Yoshiaki Ajari (da Universidade de Meiji) e as Ilhas Hawaii, onde vivia o karateka Hirano, seriam também destinos desta viagem de Arakawa e seus colegas da Wado Ryu, uma viagem importante e inesquecível, que finaliza em seu lugar de origem: o Japão. Os anos seguintes passam e Toru Arakawa se vai tor nando peça fundamental do Wado Ryu no Japão, simpatizando claramente com faceta desportiva e competitiva do Karate e chegando a ser muito valorado e também respeitado pelos mestres e karatekas de outros estilos de Karate, em geral.
Em 1970 o Campeonato do Mundo de Karate se realiza em Tóquio e Arakawa já goza de um grande prestígio e um nome muito reconhecido. Em 1977, Tóquio repete capitalidade nos Campeonatos Mundiais, que se realizam em Dezembro, com a participação de 47 países. No congresso prévio, Sasakawa preside a WUKO, o francês Jacques Delcourt a dirige, e Eichi Eriguchi é o Secretário Geral. Mestres como Masayuki Hisataka (anos mais tarde líder de outra organização importante do Karate) e Saadaki Sakagami (filho do criador de Itosu Kai) são, junto com outros os membros, os mais destacados. A arbitragem é muito polémica. O estado-unidense Jerry Thomson se torna peça fundamental da arbitragem mundial e o Comité de Árbitros está formado por ele, por Eichi Wakabayashi, Frank Nowak, o Presidente do Comité Teruo Hayashi, o seu assistente Max L. Vichet (também de Wado Ryu) e o nosso protagonista, Toru Arakawa, que vai subindo lugares na organização mundial. Pouco antes do início dos anos 80, a direcção do Wado Kai quer afastar o mestre fundador para um lugar simplesmente honorífico, sem real poder de decisão. Isso incomoda os seus seguidores mais fiéis, encabeçados pelos mestres Hitoshi Yamashita, Fumihiro Tanabe, Kenichi Horiguchi, Daichiro Aizawa e Jiro, o filho de Ohtsuka. Por parte da Wado Kai, Toru Arakawa forma parte desse grupo mais prático, junto de Katsumi Hakoishi, Takaichi Mano e Kengo Sugiura principalmente, e apoiados por outros como Shunshuke Yanagida, Mizuho Ashihara,... O assunto chega até os tribunais por falta de acordo e, devido a lentidão destes, a família Ohtsuka resolve criar uma nova organização. Assim, o Wado japonês se divide em dois grandes grupos e nasce o Wado Ryu Karatedo Renmei. Quando a meados da década dos 80, a Federação Japonesa, junto com a Mundial, então denominada WUKO (World Union of Karatedo Federation) resolve escolher só unss poucas de kata de apenas as principais escolas
de Karate, para ser utilizados nos torneios, Arakawa passa a ter um papel determinante. A Wado é certamente, uma das quatro escolas principais, junto com a Shotokan, Shito e Goju, e os kata escolhidos por parte do estilo fundado por Ohtsuka são: Seishan e Chinto. Toru Arakawa, além de dar cursos para diferentes mestres, acerca destes kata, chega a protagonizar o livro e o vídeo que a Federação Japonesa realiza como guia desta unificação. Entre os pupilos de Arakawa sensei se contam personalidades tão conhecidas do Karate no Japão como os campeões dos anos 80 Hisao Murase, Toshiaki Maeda e Seiji Nishimura e posteriormente E. Suzuki e K. Hayashi. Com a entrada do novo século XXI, o mestre deixa determinados lugares de relevância que tem ocupado nos últimos anos. Mudam os máximos responsáveis técnicos da Federação Mundial de Karate e da AUKO (a sua organização continental asiática). O Mestre Tsuyama se encarrega da presidência do Comité Técnico Mundial, enquanto que Pesik se faz com o Comité Continental Asiático, substituindo o Mestre Arakawa. No que respeita à Wado Kai (no seio federativo japonês) após ter Eriguchi na direcção, outros têm desempenhado a Presidência, entre eles Hideo Boh, ex Ministro das Finanças do Japão, que o fez até seu falecimento, a 8 de Agosto de 1990. Depois dele é Ryutaro Hashimoto que desempenha o lugar, até que a 14 de Abril de 1996 apresenta a sua demissão, momento em que Eiichi Eriguchi volta a pegar nas rédeas da organização até a sua morte, em 2003. Mais recentemente, Kengo Sugiura, Yoghito Kondo e Motoi Ogura desempenharam o encargo de Presidente. Toru Arakawa, o nosso protagonista hoje, tem trabalhado muito e bem como Conselheiro Técnico na Wado Kai (organização que conta com aproximadamente 850.000 membros, dos quais mais de 190.000 são cintos pretos), e permanece como “Chairman” do Comité Técnico.
JET LI, A FORÇA DA DETERMINAÇÃO Muitos anos após protagonizar o seu primeiro filme de Artes Marciais, Jet Li foi reconhecido mundialmente como uma das principais figuras do género “Cinema de Acção”, sendo um dos poucos actores que triunfa tanto no Oriente como em Ocidente. Mas o caminho ao êxito não tem sido rápido, nem fácil, é o fruto de muitos anos de sacrifício e duros treinos. Só quando se conhece a sua historia, se compreendem os motivos dele ter o lugar que tem na cinematografia mundial. Texto e Fotos: Pedro Conde
Biografia
J
et Li nasceu a 26 de Abril de 1963, em Beijing (Pequim), sendo o seu verdadeiro nome Li Lianjie, em Mandarim e Lei Lin-Git em Cantonês (Lee Lin-Kit). Com dois anos de idade perdia seu pai e ainda que na sua infância nada o fazia pressagiar, para alguns, ele é um dos casos mais extraordinários de menino prodígio das artes marciais, que chegaria a ser um grande campeão de Wushu: “Um grande número de pessoas me perguntam se me mandaram praticar WuShu por ser uma criança traquina e indisciplinada. Nada disso! Eu era tudo o contrário. De facto, era um modelo de obediência. A rebelião se manifestou mais tarde... Sim, eu era realmente um bom garoto! A minha mãe, as minhas duas irmãs e meus dois irmãos mais velhos, eram a minha família. Eu era o mais pequeno. O meu pai faleceu quando eu contava dois anos de idade, pelo que nunca tenho sido capaz de recordar a sua imagem no meu pensamento. Como eu era
o mais pequeno, a minha mãe nunca me deixou ir nadar ou andar de bicicleta. Qualquer actividade de risco, qualquer tipo de exercício que fosse minimamente perigoso, estava proibido. Assim, enquanto os meninos da minha idade brincavam na rua, eu brincava em casa”. A morte de seu pai fez com que sua mãe o protegesse muito. Com 8 anos começou a praticar WuShu por um puro acaso, em um curso de Verão da escola: por um capricho do destino, conheceu esta arte marcial que iria mudar a sua vida. “Comecei o meu treino de Wushu durante o Verão de 1971. A escola nos tinha dado um mês de férias escolares e as autoridades não queriam meninos sem nada a fazer, nas ruas. Naquela época, os políticos tinham começado a introduzir o que actualmente se denomina “Beijing Desportos e Escola Exercício (o que vem a ser, “Na escola o desporto e a aplicação de Beijing. Se formaram vários grupos de maneira arbitrária: para a aula 1, grupo 1, fariam ginástica; para a aula 1, grupo 2,
Cinema Marcial
natação; para a aula 1, grupo 3, futebol; para a aula 1 grupo 4, à qual eu pertencia, o WuShu. Nem eu nem meus colegas, tínhamos a mais mínima ideia do que era, mas o professor nos disse que tínhamos de praticar esta actividade e fomos obrigados a isso”… Neste curso de Verão, ele se destacou por seu talento para esta arte, sendo seleccionado como mais um membro da Equipo de Wushu de Beijing, para participar
“Comecei o meu treino de Wushu durante o Verão de 1971”
no evento desportivo “Todos os jogos da China”. “Eu contava nove anos quando comecei a preparar-me para participar no meu primeiro torneio. De facto, era a primeira competição de Wushu a nível nacional que se realizava na China depois da Revolução Cultural. Tecnicamente, não existia nenhuma graduação ou nível. Aquilo não era a típica competição clássica, realmente era uma grande demonstração ou exibição, no entanto, se dava um prémio à melhor técnica ou execução da forma, por isso se apresentavam muitos dos grandes atletas da China, vindos de todas as regiões do país. O campeonato se realizou em Jinan, capital da província de Shandong. Era a primeira vez que eu me ausentava da minha casa, a primeira vez na minha vida que saía dos muros de Beijing. Lembro-me bem de estar muito emocionado por andar de comboio… A minha mãe estava muito
preocupada porque o seu “bebé” iria viajar tão longe de casa… Na manhã da minha partida, começou a chorar e me pediu para eu não ir. Isto me deixou aterrado. Mas não era possível, eu não me podia se ausentar sem uma causa justificada, de maneira que fui a Jinan e finalmente, ganhei o “campeonato". De volta em Beijing, fui oficialmente avisado de que a partir desse momento, eu dedicaria mais tempo ao treino de WuShu. Só assistiria à escola da parte da manhã. Para mim, isso era perfeito! Qual a criança
que não gostaria de ver o número de suas aulas reduzido à metade?” “Em 1974, passei a formar parte da equipa profissional de Wushu de Beijing e devido a isso, já não teria de assistir à escola. Morava no Instituto de Educação Física e só ia para casa nos fins de semana. Quando todos descansavam, eu saía para o pátio e praticava até a meia-noite”. Todo aquele esforço teve a sua recompensa, nesse mesmo ano, participaria no Campeonato Nacional de
Wushu, ganhando o título de campeão absoluto da China, na categoria juvenil. A equipa profissional de Wushu de Beijing tinha um treino espartano. Todos os dias, às 6:00h da manhã eram levantados e em menos de três minutos tinham de estar em formação no campo central. Após uma hora e meia de prática, se asseavam e faziam um ligeiro pequeno-almoço. Às 8:30 voltavam à prática até o meio-dia, aproximadamente. Depois do almoço podiam descansar até depois do jantar, mas às 19:30 começava outra sessão de
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três horas de treino. Treinavam umas oito horas por dia e por vezes, o seu descanso era interrompido, porque tinham de realizar alguma exibição para um grupo de turistas. Uma etapa cheia de êxitos, mas também muito dura, como lembra Li: "Tinha que treinar até 10 horas por dia, com exercícios para adquirir uma boa qualidade muscular, força, flexibilidade, agilidade e reflexos precisos e rápidos (...) Uma pessoa com ambição de se tor nar um desportista profissional, deve começar o treino intensivo antes dos 13 anos. A partir dos 15, não é impossível alcançar o pódio, mas já é muito mais difícil". Tanto esforço teve a sua recompensa; os seguintes anos venceria em todas as competições em que participava, tornando-se uma das lendas do WuShu na China. Em 1979, Li obteve um prémio especial de Honra ao Mérito de primeiro grau, da cidade de Beijing. Em 1983, foi
galardoado com uma medalha de âmbito nacional, ao Mérito Desportivo. Apesar de tantos triunfos e louros, o êxito não lhe subiu à cabeça, e como é habitual, por detrás de cada campeão há um grande mestre. No caso de Jet Li, era o Si-Fu Wu Bin, membro da Sociedade Chinesa de WuShu, vice-presidente da Associação de WuShu em Pequim e director do Treino Técnico e da Secção de Investigação do Instituto Chinês de Wushu. Depois da sua graduação no Instituto de Educação Física de Pequim, em 1963, Wu Bin obteve o lugar de treinador do grupo de WuShu de Pequim. Durante a sua carreira vai somando uma longa série de campeonatos nacionais, onde foi premiado em numerosas ocasiões, como reconhecimento ao seu excelente trabalho. Conta com grande número de campeões e alunos célebres, como é o caso da estrela cinematográfica Donnie Yen e Jet Li, que apesar de tantos triunfos e louros, nunca esqueceu o mestre que o conduziu ao êxito…
Cinema Marcial “Sou reconhecido como um campeão de WuShu na China e no Ocidente, mas quando deito a vista atrás, sinto que devo tudo aos meus instrutores, em especial ao meu mestre Wu Bin, que me ensinou WuShu desde que eu tinha oito anos e me guiou todo o caminho ao êxito. “Nunca deixes nada a meias” “Eu não sou um prodígio, como se disse em alguns jornais e revistas, e isso me incomodava muito. Como todos, tenho tido muitos problemas durante os treinos e em algumas ocasiões pensei até em abandonar tudo. Foi o meu treinador Wu Bin, quem me ajudou a não abandonar e ajudou a não me render. Wu Bin para sempre permanecerá no meu coração pela sua paciência em me orientar ao longo de todo este caminho. Lembro-me de que em 1972, tive uma lesão grave na minha rótula e tive de estar de cama e em repouso. Com lágrimas nos olhos, a minha mãe me convenceu para deixar de treinar. A minha mãe me disse: Olha, pequeno Jie, para praticar WuShu precisas um extra de nutrição. Simplesmente, nós não podemos enfrentar essas despesas e o teu treinador lhe custa muito mandar-te regularmente comida, de maneira que
eu penso que o melhor é deixares de treinar”. Fiquei muito triste, mas não queria fazer infeliz a minha mãe, pelo que aceitei. Quando o meu treinador me veio ver, me enchi de valentia e disse a ele: “Tens sido muito generoso comigo e eu nunca vou esquecer. Mas não quero voltar a praticar Wushu”. Não tive resposta. Evidentemente, as minhas palavras o deixaram paralisado. A sua cara transmitia decepção e palidez: “Sei que és um jovem ambicioso, mas se tu não queres continuar treinando, respeito a tua decisão, espero que naquilo que fizeres no futuro, sejas valente e não um covarde”. Após trocar umas palavras com a minha mãe, foi embora sem olhar para mim. Suas palavras me constrangeram e chegaram ao coração, me senti terrivelmente arrependido pelo que dissera. Quando me recuperei, fui até o ginásio. O meu instrutor, sem dúvida se sentia feliz por me ver de volta, mas a sua cara não delatava os seus verdadeiros sentimentos. Com um “Estás bem?”, me mandou com os meus colegas de equipa, que me fizeram um grande recebimento. Depois deste incidente, cheguei a perceber que nunca se devem de deixar as coisas a meio…
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A partir de então, pratiquei muito arduamente. O que os meus colegas habitualmente faziam uma vez nas sessões de treinos, eu fazia duas vezes. Para aproveitar ao máximo o meu tempo, treinava até nos domingos, quando os outros descansavam. O meu treinador parecia não apreciar os meus esforços. Sempre foi generoso e paciente quando explicava o essencial dos movimentos aos meus colegas e os corrigia quando faziam mal alguma coisa. Quando os via estarem muito cansados, mandava-os descansar. No entanto, parecia ser outra pessoa quando se dirigia a mim. Frequentemente me dizia: “Achas que é o movimento correcto?”, ”Como é que por treinares muito mais, fazer as coisas pior?”. Na verdade, eu não gostava da maneira que me tratava, mas agora eu sei que ele tudo fazia por meu bem. Ele me aplicou um método de treino rigoroso, denominado: “Para bater num tambor grande, é preciso um martelo pesado”…. O Si-Fu Wu Bin não só lhe ensinou WuShu, também lhe deu muitas lições de vida. Existem acerca deste assunto, muitas histórias, mas nós destacamos a seguinte… “Uma vez, quando ainda era criança, a minha mãe me deu cinco Yuan, antes de partir para o torneio nacional de WuShu. Nunca tivera tanto dinheiro. “Agora já não preciso de suplicar aos meus colegas para que me comprarem um gelado” - dizia para mim mesmo, feliz da vida. Pouco tempo antes de chegarmos a destino, o meu dinheiro tinha desaparecido, a competição começou e não tive tempo a procurá-lo. No torneio pontuei nas duas categorias opcionais e uma obrigatória. Sem nenhuma palavra de parabéns, Wu Bin me levou de lado e me meteu na mão os cinco Yuan, dizendo: “Aqui está o teu dinheiro. Sei bem que a tua família não tem posses, de maneira que eu guardei o dinheiro para ti. Agora que ganhas-te três medalhas, não te emociones e gastes mal teu dinheiro”. Aquelas palavras me fizeram pensar e só gastei 49 fen, comprando uns lápis com o emblema do torneio. Quando cheguei em casa, dei o resto do dinheiro à minha mãe e contei a ela a história. Ela me disse: “Com um mestre tão sensato, não preciso ficar preocupada quando fores com ele”. Com 17 anos, tinha ganho quinze medalhas de oiro e uma medalha de prata no Campeonato de Wushu da China, onde, a pesar de seus pouco anos, competiu contra adultos. Em 1974, com 11 anos, se tornou em lenda vencendo no título de Campeão Nacional de Wu Shu. Nos cinco anos seguintes, conseguiu mais quatro vezes o título nacional. Em 1979, com 17 anos, se retirava invicto da competição, onde já tudo conseguira. A pesar disso, alguma coisa faltava para chegar à categoria de Mestre…. "Com 16 anos, comecei a interessar-me pela filosofia. Não sei exactamente o motivo, mas com aquelas medalhas todas que tinha ganho em vários campeonatos de WuShu, me consideravam “o campeão de todas as categorias de WuShu". Quando falavam em mim, os meus compatriotas diziam: "É o que ele merece".
Então me assaltou o pensamento de que eu tinha de que honrar o meu título. Se realmente eu tinha a intenção de ser muito merecedor de tais medalhas, tinha de saber tudo e para conseguir saber tudo, tinha de preencher os meus “vazios”. Logo que comecei a minha pesquisa, percebi que eu não sabia nada de nada. Ignorava muitas cosas, ignorava quase tudo! Então disse a mim mesmo: "Não sou digno de ocupar o lugar que ocupo”. Era consciente que havia algo de muito mais importante que ainda não dominava. Em vez de simplesmente continuar praticando, pensei: Como posso alcançar o pleno conhecimento do WuShu...? Realmente, só há dois ramais principais: as escolas externas e internas. Logo que se começa a entrar em profundidade em detalhes, observamos que cada estilo tem a sua própria teoria e estudando obstinadamente a teoria de cada estilo desde as suas origens, compreendemos que se começa por treinar o corpo e com conforme vai passando o tempo, descobrimos que também se faz com o pensamento. É importante perceber como ambos coexistem na mesma arte. As flores mais bonitas podem abrir deliciosamente em pouco tempo, mas em poucos dias murcham e morrem. Nada é perfeito ou eterno. Isto é próprio da cultura chinesa: se a perfeição fosse deste mundo, o Taiji não existiria. Para cada aspecto positivo, há um negativo e ao contrário. Isto é o equilíbrio”…. Quando se encontrava metido nestas investigações, foi escolhido por Zhang Xinyan de “Great Wall Film Studio Company Limited”, para protagonizar uma fita, que seria feita no mesmíssimo templo de Shaolin. Nessa fita participaram grande número de mestres e versados especialistas em artes marciais. O filme se intitulava “Os lutadores de Shaolin” (82) e foi um grande sucesso de bilheteira, primeiro na China e depois em todo o Sudeste Asiático, incluindo o difícil mercado de Hong Kong. O campeão se tornara uma estrela cinematográfica, quando Wu Bin de novo lhe daria uma grande lição… “Quando a fita ‘Shaolin Temple’ triunfou, algumas pessoas diziam: “Agora que Li Lianjie é uma estrela, o seu instrutor Wu Bin também será célebre. Com o êxito da fita, numerosas pessoas vieram até a minha casa para me darem os parabéns. Mas Wu Bin, que acostumava a vir muito frequentemente, trazendo comida que comprava especialmente para mim, não aparecia. O meu avô e a minha mãe estranhavam ele não vir. Um belo dia, de repente apareceu: “A tua família está em melhores circunstâncias económicas, já não me tenho de preocupar por ti. Além
disso tens muitas visitas e não quero incomodar, mas se houver alguma coisa que eu possa fazer por ti, simplesmente diz-me”. Me deu um aperto de mãos e foi embora. Fiquei na porta sem poder pronunciar nem uma palavra. Sabia que ele estava feliz pelo meu êxito e como o meu instrutor, também obtivera a sua fama e lhe ofereciam algumas coisas, que ele todas rejeitava. Desta maneira ele me deu outra lição, me ensinou a considerar qual deve ser a nossa a atitude frente à fama?” Dado o êxito comercial de “Shaolin Temple”, fizeram duas sequelas, também protagonizadas por ele: “Kid From Shaolin” (em 84) e “Martial arts of Shaolin” (em 86). Em 1987, Li casou com "Huang Qiuyan", colega da equipa de Wushu de Beijing e co-estrela em “Kids from Shaolin”, que vinha de uma família acomodada. Aquilo foi um casamento de conveniência e com ele, a sua família nunca mais teria problemas económicos. Fruto daquele casamento nasceram duas filhas, Si e Taimi. Em 1988 participou em dois documentais biográficos: “Dragons of the orient” e “Abot hai teng of Shaolin”. Também se implicou em um projecto muito pessoal realizando “Bor n to defence”, o qual protagonizou e acabou em um autêntico fiasco. Jet li nunca mais voltaria a desempenhar as funções de realizador... Em 1989 filmaria “Dragon fight”, a sua primeira produção de Hong Kong e na qual conheceu a actriz taiwanesa Nina Li Chi, Miss Ásia Pacífico. Durante as rodagens surgiu a chama do amor… A fita não teve o sucesso esperado. Todos estavam de acordo em que Jet Li tinha um grande potencial, só lhe faltava a fita que mostrasse o seu talento.
Cinema Marcial Em 1990 se divorcia de "Huang Qiuyan" e pede a Nina Li Chi para esperar 10 anos para casarem. No ano seguinte surgia a sua grande oportunidade, Li reaparece junto de dois dos profissionais da acção marcial mais excepcionais: o realizador Tsui Hark , o “Rei Midas” do cinema de Hong Kong, e o coreógrafo Yuen Woo Ping, que lançou à fama a Jackie Chan, com “A serpente à sombra da águia” e ”O macaco bêbado no olho do tigre”. Juntos filmaram o que hoje já é um clássico: "Era uma vez na China". O êxito foi enorme, reanimando no Oriente o género do Kung fu clássico. Assim, durante os anos seguintes se sucederam muitíssimas fitas, entre as quais se destacaram as cinco sequelas de "Era uma vez na China", "Jet li é o melhor lutador", "Dr. Wai" ou "Black Mask", até completar mais de uns vinte títulos. Nos finais dos 90, Jet Li já se consagrara como o actor marcial mais apreciado no Oriente, depois de Jackie Chan. Mas o mercado cinematográfico norte-americano e por extensão o mundial, ainda se resistiam. A oportunidade chega quando surge em Hollywood um repentino interesse pelo cinema de acção de Hong Kong e a produtora Columbia lhe propõe a participação
em 5 filmes norte-americanos de alto orçamento, mas sempre e quando a sua primeira participação fosse como vilão, no filme "Arma Letal 4" (98). Esta oportunidade era muito arriscada para Jet Li, de facto, antes que a ele, tinham proposto mesmo a Jackie Chan, que não aceitou o projecto porque não queria modificar o seu registo de herói. Este caso se dava também com Jet Li, que desde seus começos sempre representara os papeis ao herói protagonista, y fazer de vilão secundário, era uma autêntica cura de humildade, por um lado e uma prova de fogo, por outro, pois para começar com bom pé não podia conformar-se com ser um malvado aceitável, tinha de ser um malvado destacado, e mais estando rodeado de actores da categoria de Mel Gibson, Joe Pesci ou Danny Glover. Aceitou o desafio e representou o seu papel de tal maneira bem, que a crítica ocidental foi unânime em destacar a carismática actuação "do vilão oriental" da fita. A sua interpretação foi tão convincente que logo choveram ofertas para papeis de “mau”, mas Li, com grande inteligência, rejeitou todas: "Poderia fazer o mau e mudar a minha imagem de herói positivo e bom, muitas pessoas me
Cinema Marcial aconselham nesse sentido e seria um desafio que me parece interessante. Mas isso não seria do agrado do meu público na Ásia, que está habituado a ver-me sempre no papel do herói e poderia decepcioná-lo". Em 1999 casa com Nina Li Chi e no ano seguinte nasce a sua filha Jane. O seu seguinte papel numa produção de Hollywood foi de super-herói em "Romeu deve morrer" (2000), uma fita que obteve um grande êxito de bilheteira, devido em grande parte à sua sábia mistura do estilo oriental (combates fantasiosos com cabos, tipo "Matrix") e ocidental (ao ritmo do melhor Hip-Hop). De entre os que nunca viram a luz, destaca o de co-protagonista de um “remake” em formato de fita, da popular série televisiva "The Green
Hornet", onde teria interpretado Kato, o papel interpretado por Bruce Lee nos anos 60. Também rejeitou o de protagonista da oscarizada "Tigre e Dragão" (que finalmente interpretou Chow Yun Fat) porque acabara de nascer uma filha, motivo pelo qual esteve quase um ano afastado da cinematografia. Também não aceitou participar em "Matrix 2", pois os produtores não quiseram pagar os 14 milhões de dólares que pedira Li. A "Romeu deve morrer" seguiu-se "O beijo do dragão", com uma actriz como Bridget Fonda, um director como o francês Luc Bésson e uma história mais sólida do que é hábito no género. Nesta fita, filmada em Paris, substituiu os voos com cabo pela acção marcial realista. Seguiu-se "O único", um filme de ciência ficção marcial, em que Li enfrenta o seu inimigo mais difícil: ele mesmo, ou uma réplica quase que exacta, proveniente de um universo paralelo. Fita com certo gosto a Matrix. Em 2002 regressa a Ásia para filmar "Herói", um drama dirigido pelo reconhecido realizador chinês Zhang Yi Mou ("A lanterna vermelha", "Sorgo vermelho"). Nessa ano nascia Jada, a segunda filha do casal. Em 2003 filma "Nascer para morrer", co-protagonizada com o popular músico de rap DMX e com a presença de outro "menino prodígio" dos pés e punhos, Marc Dacascos. Um thriller de acção com ares terroristas. Jet Li foi uma dos tantas milhares de pessoas afectadas pelo tsunami do oceano Índico, que ocorreu a 26 de Dezembro do 2004. Foi surpreendido pela onda quando se encontrava numa praia das Ilhas Maldivas; só teve tempo de agarrar a sua filha de 4 anos Jane e a “nurse” que tinha ao colo a sua filha pequena Jada, de 2 anos de idade. No meio do desastre, um móvel levado pelo água o feria na perna. Durante um certo tempo esteve nas listas de desaparecidos e numerosos meios de comunicação chegaram a informar que morrera no desastre. Aquilo o
marcou enormemente, todos os superviventes se tinham ajudado, sem importar a sua categoria social, só havia pessoas que ajudavam pessoas... O facto de se salvar levou-o a questionar muitas coisas: Se salvara a vida, era devido a alguma causa? Isso o aproximou ainda mais da sua Religião Budista. Pensou em deixar a sua carreira para se dedicar única e exclusivamente a ajudar os outros. Se o não fez, foi porque seu guia, o mestre L.H.O., da linhagem Drikung Kagyu da escola Kagyu, o convenceu de que poderia fazer ambas coisas. Jet Li resolveu fazer um ano sabático. Em 2005 foi a estreia de “Danny the dog”, onde, além de lutar, insistiu também em interpretar e não era fácil, porque trabalhava com Morgan Freeman e Bob Hoskins. Em 2006 filmava “Fearless”, (Sem medo). O filme arrecadou na bilheteira uns 500.000 yuan (62.500 U$S), os quais ele entregou a um projecto que promove a saúde mental, por isso foi-lhe concedida a distinção de "Embaixador filantrópico" da Cruz Vermelha da China. Em 2007 de novo trabalhou com Jason Statham e foi notícia por ser o actor chinês melhor pago da história do cinema; recebeu 100 milhões de yenes (mais de 9 milhões de euros) pelo seu trabalho na superprodução épica “The Warlords”, “Os senhores da guerra”. Aquilo serviu-lhe para revalidar o título que já tinha pela sua interpretação em “Hero”, de Zhang Yimou, que foi nominada ao Oscar à melhor fita estrangeira e pela que recebeu 70 milhões de yenes. Em 2008, o público em geral e os seguidores das artes marciais em especial, finalmente puderam ver juntas nos ecrãs, as duas grandes super-estrelas do Sudeste Asiático, Jackie Chan e Jet Li, numa produção de Hollywood, em que se “se enfrentavam” em um combate épico no filme “O reino proibido”. O filme, inicialmente defraudou muito, mas com o tempo tem ido ganhando espaço… Esse ano, Jet Li participou em outra super-produção de Hollywood; por segunda vez na
sua carreira representaria o papel de vilão em “A múmia III, o túmulo do Imperador Dragão”, onde contracenava com Michelle Yeoh, a rainha do cinema de acção do Sudeste Asiático. No dia 16 de Junho de 2009, se nacionalizou singapurense. Quase um mês depois, a 28 de Julho, inaugurava a fundação de caridade Jet Li e a ela entrega grandes quantias de dinheiro e organiza eventos para angariar mais, para assim ajudar os mais necessitados. Após o sucesso do tsunami, Jet Li não deixa de pensar em o que fazer para ajudar as pessoas necessitadas, por isso lançou o seu próprio programa de exercícios de ginástica, que chamou "Wuji", o qual é um compêndio de Artes Marciais, Yoga e Pilates. Nestes últimos anos interveio em diferentes produções asiáticas e no Ocidente tivemos ocasião de o ver com todos os “duros” de Hollywood, na saga de “Os mercenários”. Se lá aparece um oriental de 1'68m, por alguma coisa deve de ser… Talvez porque todos reconhecem que a pesar da sua altura e envergadura, é um super-herói marcial, mesmo que ele não se considere assim, conforme diz em suas declarações: "Uma arma destrói anos de formação em artes marciais numa fracção de segundo. Como tenho dito muitas vezes, é importante distinguir entre cinema e realidade. O herói de fitas pode ser capaz de tirar a pistola do oponente e salvar a vida, mas na realidade, provavelmente o não possa fazer”. Em estas declarações também disse: “Nunca tive que utilizar as artes marciais na vida real. Devemos pensar as coisas de maneira pacífica e se é necessário, chamar a Polícia mas nunca usar a violência”. Jet li é uma pessoa de uma grande simplicidade e humildade, que não nada tem a ver com alguns dos seus colegas de Hollywood: "Se eu estou onde estou é porque tenho tido sorte e não por ser um génio. Sou uma pessoa normal. Que ninguém me confunda com os heróis das minha fitas". Curiosas declarações de uma super estrela do cinema de artes marciais, um autêntico campeão de WuShu. É óbvio que leva anos no caminho do conhecimento e do Budismo… Enquanto alcança a perfeição, esperemos poder continuar gozando de suas habilidades marciais nos ecrãs.
"Se eu estou onde estou é porque tenho tido sorte e não por ser um génio. Sou uma pessoa normal. Que ninguém me confunda com os heróis das minha fitas"
Cinema Marcial
O termo "Defesa Pessoal" comporta um aspecto negativo. que desde o princípio pode implicar fracasso para o indivíduo. O problema é que este rótulo já reflecte mentalmente que a pessoa é vítima de um acto violento ou agressão e que o praticante deve realizar uma acção defensiva. Esta premissa de agir após os factos, é a razão pela qual a maioria das pessoas sucumbem às acções do agressor e nunca se recuperam totalmente do ataque inicial ou do medo que provoca a situação. A mulher não deve situar-se à defensiva; deve ser consciente da sua situação e não desestimar ou ignorar possíveis ameaças. Ela deve ser pro-activa e ter a iniciativa e o ímpeto, forçando a confusão na mentalidade do atacante, para ter uma possibilidade de vantagem. “Autoprotecção Kyusho” é um processo de treino vital que trata das realidades de um ataque. É um simples mas poderoso processo de treino, que oferece aos indivíduos mais débeis, mais lentos, com mais idade ou menos agressivos, uma oportunidade contra o de maior tamanho, mais forte ou mais agressivo atacante. Mediante o uso dos objectivos anatómicos mais débeis do corpo, conjuntamente com as próprias acções e tendências naturais do corpo, se pode proteger facilmente a si mesma ou a outros, inclusivamente sob as limitações de estresse e físicas, quando a sua adrenalina aumenta. Mediante um trabalho progressivo com as suas próprias habilidades motoras grossas (em vez das técnicas de outros), as suas possibilidades de vitória são eminentes.
REF.: • KYUSHO-21
Kung Fu
Precisamente os mestres e grandes mestres do mundo das artes marciais tradicionais, estariam de acordo comigo quando digo que o que é realmente bom, necessita sempre de um tempo. Talento ou requisitos pessoais, podem influir na trajectória de um aluno, mas nunca se podes nascer mestre ou encurtar o caminho para o ser. Isto é válido não só para os alunos, como também para muitas outras coisas. Isto corrobora a história da minha própria escola. Desde faz mais de 20 anos, a KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER persegue a meta do meu Mestre Chiu Chi Ling, que com a minha escolha como seu sucessor, também fez minha a sua meta: “fazer possível que o Hung Gar Kung Fu original seja acessível a quanta mais gente melhor e manter o nível de qualidade e persistência do estilo”. Se iniciou como única escola e hoje é a maior escola de Kung Fu puramente tradicional de Suíça. Mas como já dissemos, demorou 20 anos. Naturalmente, assim foi também com todos os meus projectos, aos quais fui dando seguimento com os meus instrutores.
U
m dos projectos que merece ser mencionado especialmente, entre outros muitos, é, por exemplo o Shaolin Master Turnier. Especialmente digno de menção não só por sua génese como também pelo projecto propriamente dito. Como sabemos, foi sempre muito importante nas artes marciais, organizar torneios onde poder intercambiar opiniões, experiências, informação de novidades e naturalmente, medir-se uns com outros, nas diferentes disciplinas das artes marciais. Este foi também o pensamento fundamental do “Shaolin Master Tur nier”. Conhecido é que a semente é mais pequena que a árvore, e assim começou o evento como pequeno torneio infantil. As crianças, muito nervosas, davam o melhor do que tinham aprendido nas aulas e mostravam suas formas aos árbitros recentemente formados. O evento valeu a pena, os recentemente estreados árbitros, acumularam experiência e foi possível adicionar uma nova categoria: a de “Kids Push Hands”. A nova categoria permitiu aos jovens alunos medir-se corporalmente e simplificar técnicas do Hung Gar, para aplicá-las na prática. Se poderia dizer, uma categoria de combate para crianças. Também aqui cumpriu seu papel rapidamente e se integrou numa das chamadas formas. Assim se evitou que alguém, por exemplo, só se apresentasse para a categoria de combate. Por que motivo? Na KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER, tem sempre prioridade o bom carácter, exercitar o aprendido e as capacidades de cada um, antes do que o combate de "homem contra homem". O torneio se desenvolveu mais e mais, e teve lugar por 14ª e 15ª vez, crescendo cada vez mais. Chegou ao ponto em que com os meus instrutores, resolvemos abrir o torneio para alunos adultos. Primeiro com alunos de até 18 anos e
depois, quase seguidamente, sem limite de idade. A resposta dos alunos, dos participantes e do público, foi muito positiva e o novo caminho do “Shaolin Masters Turnier” estava assegurado. Nova é nos últimos dois anos principalmente, a categoria de combate para os adultos ou como dizemos entre nós, a categoria "Lei Tai". Lei Tai quer dizer "cenário alto". Se denomina assim o cenário onde se realiza o combate. No nosso caso, um combate de contacto pleno. Antigamente, o cenário estava pensado assim, para que o público o visse melhor, mas também para que o perdedor, ou seja o combatente que caía do cenário, realmente morresse devido à queda desde aquela altura ou pelas armas e bicos intencionalmente situados em volta do cenário. Hoje, empregamos para "Lei Tai" um cenário de até 1m de altura sobre o qual, por sorte, não tem de morrer ninguém. Naturalmente, hoje também existem regras claras, mas os combatentes põem sempre tudo pela sua parte. O mais bonito é quando os combatentes adultos Lei Tai, no Shaolin Masters, depois de um duro assalto no "Ringue" se abraçam e se dão os parabéns pelo bom combate, seja quem for que tiver vencido; um momento que a mim, como mestre destes alunos, sempre me faz sentir orgulho. O leitor detalhista, percebe que Shaolin Masters é uma história de êxitos e ainda não chegou ao final. Este ano tem lugar a 19ª edição do torneio e planejamos muitas mais. A propósito de planeamentos: O meu Sifu (Mestre) lenda do Kung Fu, o Dr. Chiu Chi Ling, me inspirou para integrar uma nova categoria. Uma categoria que possibilite aos alunos fazer uso das capacidades do puro Hung Gar. As primeiras demonstrações estão reservadas aos meus alunos. Posso dizer que se vislumbra tão sensacional como Lei Tai. Ah, sim, e sem equipamento protector!
O KRAV MAGA R.E.D, UMA DISCIPLINA MODERNA EM PLENA EVOLUÇÃO O conceito de Krav Maga Recherche Évolution et Développement (Investigação Evolução e Desenvolvimento) começou a ser codificado por seus fundadores desde o ano 2003 até 2005, para finalmente, após numerosas provas, ser oficialmente reconhecido em 2013, na sua forma actual.
Um conceito de “própria defesa” para civis e “Pro” para os ofícios da segurança, baseado principalmente nas últimas evoluções do Krav Maga e dos desportos de combate, e se apoia também nas últimas experiências dos profissionais da intervenção e daqueles que a sua actividade se encontra no sector da segurança. Assim sendo é natural que diferentes tipos de públicos se têm interessado por este método moderno, que faz da sua procura “do melhor” o seu objectivo principal.
“Durante los últimos 2 años, Christian Wilmouth, miembro fundador del Krav Maga R.E.D, ha multiplicado las intervenciones, formaciones y demostraciones para compartir esta visión de la defensa personal característica del grupo KMRED”
D
urante os últimos 2 anos, Christian Wilmouth, membro fundador do Krav Maga R.E.D., tem multiplicado suas intervenções, formações e demonstrações para compartilhar esta visão da defesa pessoal característica do grupo KMRED. Entidades como os clubes de Krav Maga, clubes de defesa pessoal, membros de empresas de segurança privada, polícias municipais, membros das forças de segurança, membros dos exércitos regulares, grupos de intervenção, etc., contactaram com o grupo KMRED para ampliar o campo de suas competências. O primeiro semestre de 2015 resultou um período particularmente interessante para o grupo, que tiveram ocasião, através de várias práticas e intervenções com os diferentes sectores do meio profissional, de demonstrar os benefícios de suas últimas pesquisas. De 18 a 19 de Abril se realizou em Cannes, um curso intensivo KMRED, de dois dias, limitado a uns vinte participantes, seleccionados pelo organizador do evento. O curso foi organizado por Rudy Dhamelincourt, experiente profissional no sector da segurança, praticante versado em desportos de combate e treinador e uno dos principais responsáveis
da formação dos operadores em escoltas na França e no estrangeiro, a Empresa EUROPE SECURITÉ FORMATION (ESF) dirigida por C. Guillaumin e B. Demoule. Este último, a fim de organizar o melhor possível este evento, procurou e obteve também a colaboração de empresas como: CFI-GRUP (centro de formação em segurança e protecção na França e no estrangeiro) e EPS (Exécutives Protections Services) do Sr. G. Roussel, com as quais colabora o ano inteiro. Também se associou com a estrutura que recebe os aprendizes, com Oliver Dormi, o “chefe” de “DOJO 06”, onde se dão os cursos de Boxe inglês, Muay Thai e Ju Jitsu brasileiro durante todo o ano e que conta com vários campeões de categoria mundial nas disciplinas antes ditas.
O conteúdo do curso deu um lugar importante ao trabalho em diversos cenários com, “protecções integrais”. O programa oferecia: defesas frente a agressão com mãos nuas, de tipo “pés – punhos”, defesas frente a agarres e estrangulamento, compreensão da visão global de defesas frente a ataques com arma branca, própria do grupo KMRED, encenação de situações stressantes e de combate frente a vários atacantes. Finalizados os 2 dias intensivos, um diploma de prática foi entregue aos participantes e se estabeleceram contactos com alguns deles, visando projectos futuros, Também e acima de tudo, Christian Wilmouth designou oficialmente o Sr. R. Dhamelincourt como representante oficial do grupo KMRED para a região “PACA” Provença Alpes Costa Azul.
Últimas noticias: Nos próximos meses, o “Krav Maga, Recherche Évolution et Développement” muito provavelmente contará com um centro de treino nacional, situada no Sudoeste da França, que será o ponto de partida para muitos projectos a nível nacional e internacional, que, esperamos, irá permitir a muitas pessoas, seguirem uma formação na vanguarda da evolução, em termos de “conceito” da defesa pessoal.
Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.
REF.: • IAIDO7
Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.
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O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhado para controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal, médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Este programa está especialmente destinado, ainda que não exclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança, Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal. Este módulo básico se constitui de um conjunto de 12 objectivos principais integrados en 4 módulos de controlo da escalada de força. Há numerosas estruturas débeis no corpo humano que podem ser utilizadas por um Agente para simplesmente obter o controlo de um indivíduo, mais eficientes que o uso convencional da força como nos indica o protocolo. Mais alem da etapa de ordem verbal, numa situação de escalada do conflito, são estes pontos (Vitais) do Kyusho onde o agente pode fazer uso dos sistemas internos de controlo físico, como os nervos, a estrutura dos tendões e os reflexos nervosos naturais do corpo. No requer de grande força ou de um complexo controlo da motricidade ou da vista ... tudo isso sujeito ao fracasso em estados de elevada adrenalina. Esta informação está dedicada aos valentes e resistentes membros das Agências de todo o mundo ... Obrigado pelo que fazeis!
REF.: • KYUSHO 22
Todos os DVD's produzidos porBudoInternational são realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares) e aimpressão das capas segueas maisrestritas exigências de qualidade(tipo depapel e impressão). Também,nenhum dosnossos produtos écomercializado atravésde webs de leilõesonline. Se este DVD não cumpre estasexigências e/o a capa ea serigrafia nãocoincidem com a que aquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.
Cinema e Artes Marciais O que é primeiro numa fita de acção de Hollywood, o Realizador ou o Artista Marcial? Texto: Don Warrener Fotos: Don Warrener & Black Belt magazine
Isaac Florentine é um dos mais célebres realizadores de Hollywood no género Acção. A sua série de filmes “Undisputed” (Invicto) protagonizada pelo novo herói de acção Scott Adkins, produziu ganhos de milhões de dólares. Scott se tornou uma sensação nova e a maioria dos que conhecem o seu trabalho pensam que vai ser ele quem vai segurar nas rédeas do género, quando JCVD deixar de fazer filmes de acção.
“Após 18 longas metragens e 125 Episódios de “Power Rangers” sente estar pronto para fazer o grande filme de baixo orçamento que o seu grupo de admiradores está pedindo”
lorentine tem sido um estudante de Shito Ryu Karate com o mestre Tamas Weber, por cerca de 45 anos e continua treinando em um programa semanal de seminários didácticos, que se realizam em Stuart, Florida e por todo o mundo. Quando está na Florida, aproveita para treinar Muay Thai, posto que tem de viajar continuadamente da Florida para Hollywood, para fazer seus filmes. As suas fitas incluem todas as técnicas de Artes Marciais e ele, como um realizador apaixonado, insiste em trabalhar na qualidade da acção que realmente ocorre numa situação de luta na rua e tentar combinar a dita acção com as acrobacias de Hollywood. Em alguns de seus filmes anteriormente realizados, fez uso dos cabos, mas nas seus últimos cinco ou mais filmes não se utilizaram em absoluto. O seu amor pela história das Artes Marciais faz ficar maluco p seu produtor Boas Davidson, porque ele insiste em que os seus filmes sejam historicamente correctos. Como exemplo, os seus dois filmes de ninjas mostram Seiko Fujita, que era um
F
autêntico ninja e chefe da escola de espionagem Nakano, durante a segunda guerra mundial, a quem pesquisou sem descanso, porque Florentine insistiu em que a sua história fosse fiável ao 100% no filme. Também insiste em trabalhar com Artistas Marciais de alto nível, sempre que seja possível. Fúmio Demura foi um artista destacado do primeiro filme Ninja e os seus melhores
Cinema e Artes Marciais
“As suas fitas incluem todas as técnicas de Artes Marciais e ele, como um realizador apaixonado, insiste em trabalhar na qualidade da acção que realmente se dá em uma situação de luta na rua e tentar combinar a dita acção com as acrobacias de Hollywood”
estudantes participaram como figurantes, junto com a estrela da WKF, Elisa Au Fonseca. Perguntamos a ele porque trabalhou com Artistas Marciais quando podia usar duplos de risco e poucos reparariam na diferença, Isaac disse que "não se podem substituir ou duplicar as Artes marciais de qualidade, por exemplo: Como se pode substituir Fumio Demura? É IMPOSSÍVEL!" Florentine tem trabalhado com muitos dos nomes mais importantes nas fitas de acção de Artes Marciais, como David Carradine, JCVD, e Scott Adkins, a quem pessoalmente, ele o situa na categoria de estrela de acção que agora goza.
Cinema e Artes Marciais
“O cinema é um trabalho de equipa, enquanto que nas Artes Marciais o desafio é a superação pessoal”
Cinema e Artes Marciais Após 18 longas metragens e 125 Episódios de Power Rangers na televisão, sente estar pronto para fazer o grande filme de baixo orçamento, que seu grupo de admiradores está pedindo. Perguntamos a Isaac do que precisa para fazer esta grande fita de baixo orçamento? e ele respondeu: "Preciso de uma grande história, um bom livro, este é o factor mais importante na criação de um filme intemporal, como Operação Dragão, Contacto Sangrento ou Karate Kid. Depois, claro está, necessito uma estrela como um Bruce Lee, Scott Adkins ou Keanu Reeves, para fazer um filme resistente à prova do tempo, como estas três fitas que acabei de dizer. Estas fitas eram obras mestras em seu tempo e portanto, ainda estão em boca de tantos que estavam entusiasmados com elas, eu incluído". "Lembro-me que passeava na rua depois de ver Operação Dragão e me sentia como se estivesse voando. O mesmo me aconteceu quando vi os “espagueti westerns” dos anos 1970. Estas fitas mudaram a minha vida e me serviram
como padrão para fazer os meus filmes”. Graduado na Escola de Cinema da Universidade de Tela Avive, conseguiu com a sua primeira curta-metragem “Farewell Terminator”, que Israel fosse candidato nos Prémios da Academia, em 1987. Apesar de que não venceu, deixou a sua marca, e Isaac estava destinado a ser um realizador de cinema de acção de Hollywood. Quando por primeira vez chegou a Hollywood, obteve o seu primeiro telefonema com a chamada da legendária Menachon Golán, da Canon Films, que criou todas as fitas de artes marciais da década de 1980, incluindo as de Ninja e títulos como “Desaparecido em Combate”, com Chuck Norris e “Contacto Sangrento”, com JCVD. Agora, após 27 filmes nos Estados Unidos, ele forjou suas habilidades de criação cinematográfica, como “A espada do Samurai” de alta qualidade e está pronto para fazer seu próximo filme, que fará que os cinemas de Artes Marciais e os dojos se encham e recuperem o prestígio que merecem.
Só precisa de uma história que seja totalmente única, esteja magistralmente escrita e seja historicamente correcta, uma que seja original e não cliché, como muitas são. Com um realizador como Isaac, que é um apaixonado da realização de filmes e também das Artes Marciais, eu tinha de perguntar: "O que é mais importante para ti, fazer cinema ou praticar Artes Marciais?" O cinema é um trabalho de equipa, enquanto que nas Artes Marciais o desafio é a superação pessoal constante. Como disse Funakoshi: "O objectivo do Karate não reside na vitória ou derrota, mas na perfeição do carácter de seus participantes". Assim sendo, poderia responder à tua pergunta com outra pergunta: Qual a mão te queres cortar? Vais dizer: nenhuma, preciso das duas. Sou muito afortunado por ter começado a treinar em pequeno, o que me tem ajudado a forjar um modo de vida, tanto para a minha família como para mim. Todos os meus filhos têm treinado Artes Marciais, tanto Karate como Muay Thai e isto me faz ser um pai cheio de orgulho.
Autodefesa
Os segredos das “facas étnicas”
Os ataques com faca em todo o mundo Jim Wagner é já um velho conhecido dos nossos leitores; o seu livro sobre defesa pessoal e os seus numerosos vídeos instrutivos abriram uma porta importante a um espaço definitivamente incompleto, que unia as Artes Marciais Tradicionais com o treino de elite da polícia militares. Hoje, apresenta-nos o seu último DVD sobre ataques de todo o mundo com arma branca. Não percam!!!
Reality Based
Autodefesa
N
em todos os ataques com faca são iguais. Infelizmente, nunca chegaríamos a esta conclusão observando a forma como a maioria dos instrutores de Artes Marciais ensina aos seus alunos a defesa com faca. Na maioria dos sistemas, o método mais utilizado para vencer num ataque com faca é que um parceiro cooperante deixe o braço estendido durante um tempo ridiculamente longo, enquanto a pessoa que se defende realiza uma série de habilidades motoras e técnicas para desviar o braço ou desarmá-lo. Este treino é tudo menos realista. Para ajudar os praticantes de defesa pessoal a afastarem-se dos ataques com faca genéricos comuns a quase todos os sistemas, a Budo International e eu produzimos um novo DVD intitulado “Ataques de Todo o Mundo com Faca”, baseado no sistema de defesa pessoal Reality-Based. Como instrutor da polícia e de tácticas defensivas militares que têm vindo a s er prat icadas po r unidades de elit e de to do o mundo , literalmente desde as selvas da Argentina às dunas do Oriente Médio, tive ocasião de aprender acerca dos ataques com faca nas diferentes
culturas: métodos militares, métodos policiais e métodos criminosos e terroristas. Compilei anos de experiências pessoais e sessões de treino globais para partilhar estes diferentes ataques com faca, não para ensinar como magoar outros, mas para abrir os olhos às pessoas, sobre o que se pode esperar quando nos encontramos num destes ataques realistas, fazendo com que estejam mais bem preparadas para se defenderem. Neste artigo, descrevo alguns destes ataques com a palavra escrita, mas mal substitui o facto de serem vistos em tempo real.
Apunhalamento prisional A maioria dos instrutores de Artes Marciais nunca teve que lutar contra autênticos criminosos, de maneira que não conhecem o tipo de ataques com faca que estes lançam, especialmente aqueles que saem livres do sistema prisional. O meu passado é uma vantagem, porque trabalhei dois anos numa prisão e ensinei em várias prisões de diferentes governos. Um ataque com faca tipicamente prisional é qualquer coisa parecida com isto. O prisioneiro A aproxima-se do prisioneiro B e bate-lhe na cara com o punho fechado. Quando o prisioneiro B tenta proteger-se ou quando o golpe brutal o apanha desprevenido, o prisioneiro A saca de uma faca (fabricada com materiais comuns, tais como plástico, madeira ou um pedaço de metal afiado) e espeta-a no prisioneiro B no abdómen, três ou quatro vezes, justamente acima da altura do cinto, com tanta força quanto lhe é possível. Quando o prisioneiro B tenta proteger a sua parte média do corpo, o ataque é dirigido agora para a zona do pescoço. Numa questão de segundos, o prisioneiro B está estendido num charco de sangue. Se querem saber como sobreviver a um ataque assim, adquiram o DVD.
Autodefesa
Autodefesa
“Muitos países têm a sua própria versão de "cortar" e se não estivermos preparados para este género de ataques, estaremos em desvantagem. Conhecer as técnicas das zonas de ameaça da defesa pessoal baseada na realidade, para começar, pode evitar que alguém se aproxime tanto”
Passagem e Apunhalamento no Oriente Médio Os apunhalamentos são frequentes no Oriente Médio, porque as culturas árabes são culturas de faca. Muitas são as ocasiões em que os ocidentais se tornam um alvo dos extremistas islamistas, simplesmente pelo facto de serem "infiéis". O Alcorão permite aos seus crentes dominar o infiel ou matá-lo caso este não se converta. Ambas as coisas são perfeitamente aceitáveis aos olhos de Alá. Passeando nas ruas do bairro árabe de Jerusalém ou nas ruas de Hébron, na Cisjordânia, onde a tensão se sente no ar, ou tentando passar sem ser notado nas estreitas e poeirentas ruas da Jordânia, tenho tido que cobrir minhas as costas muitas vezes. Um dos ataques com faca que encontrareis nesta zona é a Passagem
Autodefesa
“A maioria dos instrutores de Artes Marciais nunca teve que lutar contra autênticos criminosos, de maneira que não conhecem o tipo de ataques com faca que estes lançam, especialmente aqueles que saem livres do sistema prisional”
Autodefesa e Apunhalamento. Trata-se de um ataque brutal por surpresa. Imagine que caminha por uma concorrida rua medieval onde os bazares de alimentos, têxteis e lembranças canalizam os passeantes por um estreito corredor. Dois árabes que ainda não fizeram os trinta anos, vão conversando enquanto se aproximam de si e não parecem ser uma ameaça. Então, quando os dois homens se encontram em paralelo consigo, o agressor mais próximo empurra-lhe o braço contra o corpo com uma mão e de repente, sente uma dor aguda na zona dos rins. O agressor esmagou-lhe o braço contra o corpo para que não pudesse reagir e depois espetou a faca nos rins, enquanto dava um passo para o deixar para trás. Pensa ter recebido uma forte pancada nas costas, passa a sua mão na zona e constata que a mão está cheia de sangue e que os dois agressores fugiram sem que ninguém se apercebesse disso, por uma pequena e serpenteante ruela próxima. Sendo um ataque inesperado resulta impossível identificar os seus rostos. No DVD aprenderão a estar prontos para este género de circunstâncias.
"Cortar" em Nova Iorque Imaginem por um segundo que são um polícia de trânsito e
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obrigaram um motorista a parar por uma infracção menor. Enquanto levanta a perna sobre a moto para se pôr em pé, requerem que vos mostre a documentação. Ele pega na carta de condução para a entregar, mas em vez de a entregar na mão, arranha-vos na testa com o canto da carta com um só golpe e o sangue começa a correr abundantemente para a cara e para os olhos. O canto da carta de condutor estava tão afiado como uma faca, ou então tinha sido dentado anteriormente, ou tinha sido colocada uma lâmina de barbear em um dos lados, deixando exposta só uma parte do fio cortante. Existem muitas técnicas diferentes para "cortar", que não só se empregam contra os agentes da polícia. Muitos países têm a sua própria versão de "cortar" e se não estivermos preparados para este género de ataques, estaremos em desvantagem. Conhecer as técnicas das zonas de ameaça da defesa pessoal baseada na realidade, para começar, pode evitar que alguém se aproxime tanto. Neste artigo apenas expliquei três ataques de três culturas diferentes, porque não dispomos de espaço para mais. Não posso exceder as 800 palavras. Entretanto, no meu DVD sobre “Ataques de Todo o Mundo com Faca”, aparecem dezenas de tipos de ataques diferentes: eliminação da sentinela militar, a rabanada colombiana, o apunhalamento de aviso cigano, o passeio do braço dado do Kali filipino, assassinato sentado e muitos mais. Depois de verem o meu DVD, posso garantir que vão compreender de maneira mais realista como se produzem os ataques com faca, o que fará com que o vosso treino defensivo contra este género de ataques seja mais baseado na realidade. Sejam um alvo difícil!
“No meu DVD sobre “Ataques de Todo o Mundo com Faca”, aparecem dezenas de tipos de ataques diferentes: eliminação da sentinela militar, a rabanada colombiana, o apunhalamento de aviso cigano, o passeio do braço dado do Kali filipino, assassinato sentado e muitos mais”
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REF.: • LEVI LEVI8
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National Technical Director BELGIUM Black belt 5th Dan Aikijutsu Mail - galway-8@hotmail.com Tel. - +32.494.773.812
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Regional Technical Director ADRAR ALGERIE Assistant Self Pro Krav Mail reflexologue.bien.etre@gmail.com Tel. +213 7 81 31 15 95
Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.
O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiais do exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik, realizaram um novo DVD básico que trata sobre as armas de fogo, a segurança e as técnicas de treino derivadas do Disparo Instintivo em Combate, o IPSC. O Disparo Instintivo em Combate - IPSC (Instinctive Point Shooting Combat) é um método de disparo baseado nas reacções instintivas e cinemáticas para disparar em distâncias curtas, em situações rápidas e dinâmicas. Uma disciplina de defesa pessoal para sobreviver numa situação de ameaça para a vida, onde fazem-se necessárias grande rapidez e precisão. Tem de se empunhar a pistola e disparar numa distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o manejo da arma (revólver e semiautomática); prática de tiro em seco e a segurança; o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e em movimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse e múltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador, com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro com pistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 e inclusivamente lança-granadas M-16.
REF.: • KAPAP7
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A Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR) o organismo que pretende manter viva esta tradição e as formas originais, mediante um sistema que integra corpo, mente e espírito de uma maneira realista e eficaz. Este DVD foi criado pela insistência de praticantes da Filial espanhola da Zen Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmei (ZNTIR - Spain Branch), para dar a conhecer a todos os interessados um estilo de combate com una espada real, criado no passado Século XX, mas com raízes nas antigas técnicas guerreiras do Japão feudal. Nele encontrarão a estrutura básica da metodologia que se aplica no estilo, desde os exercícios codificados de aquecimento e preparação, passando pelos exercícios de corte, as guardas, os kata da escola, o trabalho com parceiro e a iniciação, até a pedra angular em que se baseia o Toyama-Ryu, o Tameshigiri ou exercícios de corte sobre um alvo realista. Esperamos que o conhecimento da existência de um estilo como é o Toyama-Ryu Batto-Jutsu, seja um incentivo para conhecer uma forma tradicional, que por sua vez é muito diferente das actuais disciplinas de combate, o que poderá ser atraente para aqueles que desejam ir más longe nas suas práticas marciais. Para os interessados na espada japonesa e os iniciados, este DVD será de utilidade como apoio para na sua aprendizagem e como consulta.
REF.: • TOYAMA1
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