O Futuro do Budo é já! Há uns anos tivemos o gosto de apresentar em nossas páginas o Yoseikan Budo como o Budo do ano 2000, e o 2001 já cá está! Para muitas pessoas as coisas são o que são e pronto!… o que está feito deve permanecer e a tradição é esse conjunto acabado e encerrado que é preciso repetir. Para Hiroo Mochizuki não. Para ele a vida é um processo de preciosa evolução, e o Budo sua maneira de caminhar por essa senda. Por isso dedicou suas energias ao desenvolvimento das Artes disciplinárias, aproximando-se a elas não como quem estuda estilos separados, mas sim como estudando um todo que pode e deve ser reorganizado e interpretado de novo. É um “rebelde com causa” e esta, amigos, esta é uma boa causa! Sem dúvida, suas conclusões se aposentam sobre uma trajectória pessoal rica e ampla: Judô, Kendo, Karaté, Aikidô e um longuíssimo etcétera. “Senti” que este homem é um Mestre com letras grandes, um homem limpo, sincero e honesto que extende uma experiência contrastada e acima de tudo vivida. Não! este japonês-francês (ou francês-japonês!) não é um charlatão com pretensões intelectuais, nem um revisionista da tradição, nem um traidor (tal como alguns o quiseram tratar); estamos, amigos leitores, muito pelo contrário, perante um visionário, um homem com projecção e sensibilidade, uma pessoa comprometida com o presente e o futuro das Artes de combate e é para mim um autêntico prazer e uma honra tê-lo conhecido e escutado. Sensei Mochizuki encarna em si próprio a perfeita conexão entre a tradição e a modernidade. De família guerreira e herdeiro de uma linhagem de profunda tradição marcial, teve a valentia e a honradez de ir mais além da repetição do conhecido e de enfrentar sua actualização aos nossos dias, tal e como antes o fizeram Kano, Funakoshi ou o própio Ueshiba. Se alguém quizer acusá-lo disso, que o faça! Ele, simplesmente, na sua honestidade, não compreende aqueles que questionam sua trajectória querendo ser mas papistas que o papa. E é que este homem inteligente e perceptivo aprofundou nas essências das Artes guerreiras para recriálas de um modo coerente e divertido. Sim, diver tido! O Yoseikan é um estilo tão variado, tão rico em matizes e formas que não se abor r ece nem o mais i n s í p i d o . Saudável, pois o Mestre corregiu os mais perigosos vícios de outr os estilos, que frequentemente conduzem a lesões, fruto de posturas inecessariamente tensas ou forçadamente repetidas; em resumo, um estilo integrador, pois permite que os estudantes possam aprofundar em um trabalho tão completo como versátil. É um gosto conhecer gente assim e poder ser, para todos vós, como uma correia de transmissão da sua autenticidade! Por isso, quero apresentarvos o vídeo que com ele gravamos em nossos estúdios sobre a sua Arte, o Yoseikan Budo, ajudado de seus alunos e em especial por seu filho, um jovem bem preparado, agudo e capaz, com um grande futuro pela frente. Através desta entrevista poderão conhecer mais de perto o homem, a Arte e o Mestre, com letra grande, por que ele o é, Hiroo Mochizuki. Não deixem de entrar no seu trabalho! Ver -se-ão gratamente surprendidos e sem dúvida abrirá portas ao entendimento do que foi e do que será o Budo do futuro. Judokas, Karatekas, Kendokas, Aikidokas, ou simplesmente pessoas interessadas no próprio facto do combate, todos encontrarão inspiração em suas contribuições e na sua criatividade. Um vídeo que é todo um legado, magnificamente situado no ponto de encontro perfeitamente equidistante entre o passado e o futuro do Budo: o Yoseikan Budo de Mochizuki. O futuro do Budo é já! Alfredo Tucci
Yoseikan Entrevista com Mochizuki C.N.: Quando nasces-te e com que idade começas-te as Artes Marciais? Mochizuki: Nasci em 1936, no dia 21 mes de março e comecei nas Artes Marciais com 7 anos. C.N.: Podes falar-nos da tua família? Mochizuki: Sim. Meu pai é um Mestre de Artes Marciais muito importante no Japão, é 10ºdan de Aikidô. Praticou também o Judô com o Mestre Kano. Em Aikidô, foi até o assistente directo do Mestre Fundador, Ueshiba. C.N.: Com que Artes Marciais e esportes de combate começas-te e que Artes Marciais e esportes de combate tens praticado e com quem? Mochizuki: Comecei primeiro com o Kendo, quando tinha 7 anos. Depois, com 13 anos comecei o Aikidô e o Judô. Tudo isto eu aprendia com meu pai. Depois, a partir dos 18 anos, aprendi Karaté com o Mestre Mijirala, um aluno do Mestre Otsuka, fundador do Wado-Ryu. Também com meu pai aprendi o Iai. Portanto, aprendi com meu pai o Judô, o Aïkidô e as armas tradicionais do Japão: Iai, Bo e Jo. C.N.: Quais os graus que actualmente tens nestes diferentes estilos? Mochizuki: Sou 3ºdan de Judô desde faz muito tempo, há já quase quarenta anos que sou 3ºdan (rie), depois, em Karaté sou 7ºdan e em Iaido, Ju-Jutsu e Aikidô, sou 8ºdan. C.N.: Tens praticado outras Artes Marciais ou esportes de combate? Mochizuki: Sim, aprendi um pouco de Boxe inglês e de Boxe francês, esse tipo de coisas, mas por meu prazer. C.N.: E todas as técnicas com armas que existem no Yoseikan-Budo: os Tonfas, os Sai… de onde vêm? Mochizuki: O Sai e o resto, comecei a estudá-los com o Mestre Koizumi, depois desenvolvi por mim mesmo o Tonfa, o Sai, e acima de tudo, graças ao Ken-Jutsu, encontrei um sistema de Kumi-dachi, quer dizer, de Sai contra sabre, Tonfa contra sabre, Jo contra Bo, isto é, ao contrário. C.N.: Como crias-te o Yoseikan-Budo? Mochizuki: Criei o Yoseikan-Budo, quer dizer, a organização foi criada em 1975, mas comecei seu estudo em 1974 e surgiu mais ou menos como um estilo em 1970. C.N.: Por que crias-te o Yoseikan-Budo? Mochizuki: Primeiro, gostava do Judô, gostava do Karaté, gostava do Aikidô, gostava do Kendo e pensei por que não fazê-los todos juntos? Porquê agora é muito difícil praticar todas estas Artes Marciais por causa dos horários, posto que temos de fazer Karaté a tal hora, Aikidô a tal hora, Judô a tal outra… Era preciso fazer tudo por separado. Não tinha tempo suficiente, de maneira que tentei globalizar esse tempo mínimo. C.N.: O Yoseikan é um pouco como uma mistura de diferentes Artes Marciais ou é… ? Mochizuki: Não, é uma síntese. Primeiro comecei por uma síntese. Isto
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vem de meu pai, já que meu pai fez estudos de sínteses. Por exemplo, tentou reunir o Aikidô e o Ken-Jutsu. Inclusivamente tentou pôr no Aíkidô, por exemplo, técnicas de Ju-Jitsu, muitas técnicas de Judô, etc. E isto é um pouco a ideia de base. Portanto, tentei também fazer uma síntese. Mas infelizmente, uma síntese é muito, muito difícil. Se consideramos isto como uma árvore, é muito difícil fazer uma árvore com várias ramos que apanhemos; colam muito mal. Então, um dia, encontrei o tronco da árvore, um só tronco de onde vêm agarrarse os ramos. E a partir daí, consegui colar todas as Artes Marciais. C.N.: E esse tronco o que é? Mochizuki: Esse tronco é muito, muito simples. Toda a energia, o calor, o som, etc., transmitem-se através de ondas. Uma onda de choque é, por exemplo, um golpe seco, um pouco como um acidente de carro. Quando fazemos grandes movimentos obtemos grandes ondas, como no movimento das ondas do mar. Se esta longitude de onda é bem utilizada, mudamos de cor, isto é, mudamos de
método. Assim, por exemplo, temos grandes movimentos em Judô, pequenos movimentos em Karaté —é a vibração—, em Kendo temos também movimentos bastante grandes, assim como em Judô. À vista parecem ser métodos diferentes mas essencialmente é o mesmo princípio. E finalmente, uma coisa é o mesmo que todas as coisas. É isto o que encontrei. C.N.: Mas a onda, especificamente o que é? É algo que está só na cabeça ou é um movimento, é…? Mochizuki: É o movimento. Por exemplo, um movimento potente a nível das cadeiras para os braços ou ao invês, a nível do peito mandado para a perna, ou também apenas um movimento das cadeiras mandado para a ponta dos pés, ou um movimento das cadeiras mandado para a mão ou para as armas. Tudo isto são deslocamentos da onda, é muito difícil de explicar, mas é como a imagem das ondas e do mar. Um golpe combina estas duas coisas. Por exemplo, quando mandamos um soco, a onda vem das pernas, cadeiras, peito, ombro, cotovelo, braço… O movimento está feito a partir
do ombro e até o ombro, é o movimento da onda como a onda do mar. Em Karaté, esta vibração, a onda, é muito a p e r t a d a, quas e não se vê. Pelo contrário, numa técnica de cadeiras, como uma projecção com o ombro, etc., vemos muito mais facilmente a onda que sai das pernas, cadeiras e ombros. Outro exemplo, numa técnica de varrimento, a onda vem ao contrário, de cima para baixo, primeiro a nível dos ombros, depois costas, cadeiras e pernas e aqui o golpe está feito a partir das cadeiras para os pés. C.N.: Estamos preparando um programa televisivo sobre Bruce Lee e perguntamos a alguns Mestres sua
opinião sobre Bruce Lee e seu papel na história das Artes Marciais modernas. Tens alguma coisa a dizer sobre Bruce Lee, no que diz respeito às Artes Marciais? Mochizuki: Acredito que Bruce Lee ajudou muito ao desenvolvimento das Artes Marciais graças ao cinema. Fez muitas coisas boas, também tecnicamente era muito bom. Penso que tem umas boas vibrações, concentração, força que vem do interior. Era muito boa pessoa. Só, é uma pena esta violência inecessária no cinema e o uso das Artes Marciais no sentido da violência. Isto é uma pena. Mas penso ser uma coisa inevitável na vida do espectáculo.
C.N.: Já que dizes que as estão mostrando de forma violenta, em que sentido pensas tu que devemos considerar as Artes Marciais nos dias de hoje, -quer dizer, agora, não na época em que as Artes Marciais estavam ao serviço da guerra? O que podem proporcionar-nos? Mochizuki: As Artes Marciais hoje devem mudar completamente. Por que há nas Artes Marciais uma parte muito interessante que é a Via, isto é, a filosofia que existe nas Artes Marciais. É uma parte muito interessante para o futuro por que em primeiro lugar respeita-se toda a gente. O respeito mútuo é um elemento de base das Artes Marciais. Desenvolver este aspecto é importante para o futuro, por que se trata de fazer a paz no mundo. Depois, propõem também toda uma série de gestos de respeito que necessitamos: cumprimentar, dar a mão, olhar… Tudo isto é muito importante. Penso que é aí onde se encontram as possibilidades de pesquiça nas Artes Marciais, não nas que buscam como ganhar o combate, esmagar o adversário, etc. etc. Não é aí para onde temos de olhar. C.N.: A propósito do Yoseikan-Budo, o que p r o p o r c i o n a mentalmente o Yoseikan-Budo a um praticante? Mochizuki: Antes de mais, para criar o Yoseikan-Budo comecei pela síntese e depois, finalmente, encontrei uma base e posteriormente compreendi que esta base podia servir para desenvolver muitas coisas, para ampliar nossa visão das coisas, pensar e intercambiar. Quando observamos um estilo em especial, uma especialização, -por exemplo o Judô ou o Karaté são especializações, o Aikidô também é uma especialização-…, os praticantes de Aikidô que observam Aikidô estão interessado pelo Aikidô, mas um karateka que observe Aikidô não percebe o que acontece, o que é, se fazem uma dança… Há uma parte muito interessante para o estudo das chaves mas não a conseguem perceber. E para um karateka é difícil de perceber um judoka que faz muito boas técnicas, por que tudo isto contem tanta subtileza que não percebe. O Karaté também contem muitas subtilezas, mas para o judoka é difícil de perceber ou também para o aikidoka. Assim, um método não percebe os outros. Isto é um grande defeito das Artes Marciais actuais. Desde que comecei o Yoseikan, o sistema
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Yoseikan completo e que o desenvolvi, vejo que os alunos estão interessados por tudo. Vêem Judô estão contentes, vêem Karaté, vêem Boxe, vêem Kendo estão felizes… Quando vêem o Aikidô, percebem muito, muito bem os movimentos, com toda a sua subtileza. A partir daí, forçosamente um respeito vai nascer. Por que? Por que podem dizer uns aos outros: "Ah, fazem umas coisas muito bem feitas!", "Ah, é fantástico!, "Ah, isto é bom para estudar!" E quando alguém pensa com este espírito, começa a progredir abrindo-se mentalmente. Se este abrir-se mentalmente não existe, penso ser impossível entender-se entre si, portanto não se pode conseguir a paz. Com o Yoseikan-Budo, cheguei, sem o saber, a um bom resultado para o futuro das Artes Marciais. C.N.: Quais são as qualidades físicas que proporciona o Yoseikan-Budo? Mochizuki: Naturalmente, no Yoseikan-Budo, temos de fazer de tudo. Há uma parte de técnicas com armas, como no antigo método: Iai, Aikaï-jutsu, pau, Bo, Tonfa, Nunchaku, Sai, mas ao mesmo tempo está o treino das projecções, a musculação, os deslocamentos como em Aikidô, a flexibilidade e depois a força e a velocidade como em Karaté ou como no Boxe. Isto proporciona uma formação completa do corpo e permite ter ao mesmo tempo potência e flexibilidade. Portanto, fisicamente é um método muito bom, parece-me a mim. C.N.: O que pensas da evolução das Artes Marciais? Mochizuki: Penso que aos poucos, a especialização começa a quebrar-se. Há muitos métodos propondo estudos de sínteses. É uma boa orientação, por que quando se faz uma síntese, devemos obrigatoriamente estudar várias Artes Marciais. Portanto, a visão será ampliada e cada método dar-se-á melhor com os outros. Acredito que as Artes Marciais estão avançando numa boa direcção. Geralmente declaram trabalhar no sentido da defesa pessoal, mas se dessem mais um passo seria realmente bom. B.I. Por que moder nizas-te as "tradições" -entre aspas- japonesas? Mochizuki: A história é mutante. Todas as coisas que se momificaram pertencem ao passado. A momificação é um bloqueio do corpo, já não há espírito. Mas estamos vivos e enquanto vivemos temos de progredir, ir mais além. Hoje, já não serve para nada querer fazer a guerra ou cortar um adversário com um sabre. Então, as Artes Marciais devem mudar, devem de modernizar-se e ir mais na direcção da paz, mais para o esporte, mas sem perder o essencial do espírito de base que é o espírito de ajuda mútua, de respeito mútuo, progressão mútua através da ajuda mútua. Penso que isto corresponde-se muito bem com o futuro do ser humano. C.N.: Na tua opinião, o que pensariam os Mestres, os Grandes Mestres de Artes Marciais que criaram estes estilos, como os Mestres Ueshiba, Kano, Funakoshi, o que pensariam da
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evolução que tives-te, do trabalho que fazes nas Artes Marciais em geral? Mochizuki: Infelizmente, já cá não estão (ri), temos então que imaginar, mas respeito a todos os Grandes Mestres. Vemos que, por exemplo, o Mestre Ueshiba teve uma época de Ju-Jitsu muito perigoso e com muita frequência muitos praticantes feridos, mas para evitar que os alunos se ferissem, ele encontrou uma solução magnífica, que permite aprender também eficazmente todas as técnicas, mas sem ferir o adversário. Este espírito de progresso vai, portanto, sempre no sentido da paz. O Mestre Funakoshi do Karaté disse: "Em Karaté, não há antes, começamos sempre com a defesa", dito de outra maneira: "Tentem ser o máximo na defesa, para não ferir o adversário". Para fazer isto é preciso ser muito mais forte, mil vezes mais forte que o adversário, por que de outro modo seria impossível não o ferir. Com o Grande Mestre Kano acontece o mesmo, o JuJistu era muito duro e ele transformou-o incorporando a flexibilidade, enquanto à progressão técnica, para não correr excessivos riscos. Todos os Mestres sempre perseguiram o futuro do ser humano, isto é, a paz. É por isto que eles fizeram aquilo tudo e eu também. Eu vou atrás deles e tentei fazer como eles, um sistema talvez um pouco diferente -este sistema é a minha maneira, mas o estudo será o mesmo que o dos Mestres. C.N.: Não pensas que praticar muitas técnicas diferentes, técnicas de chaves, de torsão, socos, pontapés, projecções…, implica o risco de generar uns praticantes menos fortes que os que praticam apenas uma só técnica? Mochizuki: Penso que ser mais ou menos forte não é muito importante. Quando fazemos muitas repetições, quando começamos a amar o que fazemos, forçosamente repetimos mais, e quanto mais se repete, mais eficaz se torna. Mas a maioria das pessoas que pensam na eficácia referem-se à eficácia no combate, no combate exterior. Penso agora que não é por isto que temos de praticar as Artes Marciais mas antes sim por prazer e ao mesmo tempo para aprender. Aprender muitas coisas é interessante por que proporciona um espírito aberto que vai modificar e ampliar nossa visão. Isto é muito importante, mais importante que a eficácia na rua. C.N.: Depois de quanto tempo alguém pode ser cinturão negro do Yoseikan-Budo? Mochizuki: Isto é muito difícil de dizer por que, na realidade, depende. Há uns que chegam muito rapidamente, em dois anos e meio, outros em três anos e há ainda outros que demoram seis ou sete anos. E muito variável. Mas aquele que consegue chegar muito rapidamente, quero dizer, chegar ao 1ºdan em talvez dois anos como média, forçosamente não é quem vai mais longe. Frequentemente é ao contrário (ri), aquele que percebeu muito mal é quem afinal chega a um nível
muito alto. Portanto, não é possível contemplar o facto de que a pessoa esteja dotada ou não dotada, antes sim temos de considerar que tenha mais paciência, que se mostre mais interessada, que ame mais o que faz. Penso que isto é mais importante que o tempo. C.N.: O Yoseikan é um estilo muito completo. O que vais apresentar no vídeo? Mochizuki: Neste vídeo eu quis apresentar a parte desportiva do Yoseikan. Por que motivo o Desporto? A base vem certamente, da Arte Marcial, mas é possível desenvolver um sistema de desporto como nós fazemos. Assim, por exemplo, na utilização das distâncias através da utilização de armas diferentes. Quando alguém utiliza diferentes armas, as tácticas devem obrigatoriamente mudar. Isto ajuda a desenvolver a capacidade de adaptação. Depois, em cada caso, é preciso encontrar uma maneira de ganhar. Portanto, cada um terá de pensar, encontrar sua especialidade. A criatividade nascerá então. E favorecer esta criatividade ajudará na evolução da personalidade. O futuro do mundo depende de que cada pessoa sinta que cada lugar é importante. Ninguém veio ao mundo para nada. Todos vieram para fazer alguma coisa e cada um tem um trabalho a fazer. É muito importante conseguir trazer à superfície a personalidade de cada um. C.N.: Última pergunta. Frequentemente diz-se que a competição de Yoseikan-Budo é como o triatlón das Artes Marciais, já que há três "capítulos". Podes explicar-nos como decorre uma competição de Yoseikan? Mochizuki: O sistema de competição actual talvez vai evoluir ainda de outro modo, mas actualmente, para os combates utilizam-se as armas, dois paus curtos, mais ou menos do tamanho de uma bengala, contra um Ken; quer dizer, um metro setenta e cinco de un Ken contra dois paus. Claro está que assim é possível fazer proj ecções. Pode mos in c lu siva me n te ut i l i zar os atemis. O combate dura um minuto e depois há mudança e dura outro minuto. Depois, o segundo combate utiliza as luvas e um máximo de proteções para o c orpo; prote ge r o c orpo é m ui t o importante. Aquí utilizam-se punhos, pés, projecções, imobilizações, sem pode r fa ze rr c h a v es nem estrangulamentos. Como é lógico, todas as técnicas perigosas estão proibidas. Em caso de empate, haverá um terceiro combate, um pouco como um terceiro "round", que dura um minuto. Há um atacante com um pau de 35 cm, é o c omprime n to de u ma re vi st a bem enrolada, e é uma prática muito interedsante para utilizar em defesa pessoal, etc. Ao mesmo tempo é um trabalho muito interessante também para as crianças. Mas trabalhamos com as mãos nuas contra este pau e isto dura um minuto para cada um. Depois há uma mudança, e é aí onde se decide quem venceu.
“A história é mutante. Todas as coisas que se momificaram pertencem ao passado. A momificação é um bloqueio do corpo, já não há espírito. Mas estamos vivos e enquanto vivemos temos de progredir, ir mais além. “
1.- Os contendentes encontram-se frente a frente. 2.- O agressor ataca o mestre com um soco circular. 3.- O mestre esquiva o golpe e entra por baixo do adversário, controlando o braço atacante com ambas mãos. 4.- Abaixando-se para obrigar o rival a descer o braço... 5.- gira sobre si mesmo... 6.- e derruba o agressor com uma projecção de ombro.
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Nesta sequência, vemos como o Mestre detem com sua arma o ataque do agressor, para continuar com um contra-ataque à garganta, seguido de um pontapé frontal ao baixo ventre. Imediatamente, entra no terreno do adversário controlando-o pela lapela com seus braços e em volta do pescoço e girando sobre si mesmo, projecta-o ao solo, deixando-o fora de combate.
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As Artes Marciais sempre estiveram ligadas à manutenção e recuperação da saúde. Como meio ou como fim, a saúde é indispensável para o desenvolvimento das nossas potencialidades individuais e, consequentemente, do nosso desenvolvimento como artistas marciais. Assim como no Ocidente a Alquimia, os Mestres Orientais entenderam que a vida era muito curta para desenvolver ao completo as potencialidades da nossa consciência. Por outro lado, a consciência, análoga à luz, requere de ingentes quantias de energía para ser espécífica em um indivíduo. Acumular esta energia em nossos corpos é um passo indispensável para poder acender a luz interior. A tradição Chinesa elaborou inúmeros sistemas para enfrentar este ponto em especial, muitos deles ainda desconhecidos no Ocidente. O Tao Yin é a compilação destas artes “inter nas” e mais uma vez é o Mestr e Cangelosi quem se atreve a entrar a fundo em um assunto em que a maioria prefere parecer mais importante “pelo que não ensina” que por aquilo que “verdadeiramente saberia ensinar”. Bem por Paolo! que mais uma vez salta por cima de barreiras que para outros parecem grandes. E é que saber e ensinar é o cúmulo do prazer! Sifu Cangelosi gravou um vídeo onde ensina o Ta o Y i n e t r a z - n o s u m a r t i g o o n d e desmiuza todo o assunto, como sempre ele faz, em detalhe e de modo absolutamente pedagógico. Esta for mulação das Ar tes inter nas merece todo o reconhecimento e a atenção dos artistas marciais, seja qual for o estilo que praticarem. Seu treinamento sempre apoiará a vossa própria via, adicionando consciência aos vossos movimentos e energia e flexibilidade às vossas técnicas. Assim sendo, não deixem de gozar, dando-vos a ocasião de aprender estas Artes com a pessoa mais adequada para isso, um Mestre sem fronteiras, Paolo Cangelosi.
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termo Tao Yin significa Caminho Interior ou Caminho da Saúde e é uma antiga forma de ginástica interior, cujas origens se perdem no tempo. Já na legendária dinastia Hsia, (Era em que Huang Ti, o Imperador Amarelo, punha as bases por o desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa) diz-se que existiam práticas que apontavam a conservar a saúde, tanto de carácter preventivo como terapéutico. As origens do Tao Yin e da Medicina Tradicional Chinesa podem considerar-se suas contemporâneas. É sabido que Huang Ti em seus tratados de medicina (compilados no antigo texto Nei Ching Su Wen) já explica técnicas físicas baseadas em movimentos e ciclos respiratórios úteis para manter a saúde. O Tao Yin está constituido por um conjunto de exercícios físicos médico-preventivos, perfeitamente coerentes com os ensinamentos filosóficos taoístas, que visam a prática regular e diária, com o objetivo de manter o corpo em boa saúde. Além disso, a benéfica acção dos exercícios do Tao Yin pode proporcionar melhoras determinantes também após o aparecimento de muitas patologias. Este tipo de disciplinas existem em muitas zonas do Oriente, mas desenvolveram-se de forma diferente nas várias culturas orientais: na China o Tao Yin, na India o Yoga, no Japão os Eki Nikio, provenientes directamente dos Ching Ching chineses, e também na Coreia e no Vietnam há práticas parecidas que têm o mesmo objetivo. A importância que o povo oriental atribui a estas práticas é enorme: manter o corpo em perfeita saúde prevenindo as doenças antes de as curar, sempre tem sido uma característica da visão olística oriental. A execução destes exercícios, sem esforço físico, é acessível a qualquer idade, sem esquecer que acompanha o praticante em seu caminho de evolução espiritual. O campo de aplicação do Tao Yin com o tempo extendeu-se cada vez mais, chegando a compreender novas experiências terapéuticas, como no caso da “pressão digital” e da “auto-massagem” incluidas mais tarde no Tao Yin. Depois de Huang Ti, também o médico Chi Po, promotor da prática do Tao Yin, continuou a obra de ampliação deste articulado sector. Houve um momento importante desta obra na dinastia Han, com o destacado médico Hua To e o Mestre Yun Chun. Como aconteceu na Arte Marcial Chinesa, também o Tao Yin se tem desenvolvido e diferenciado em várias zonas do amplo território chinês, como vários têm sido os matizes que caracterizam as numerosas práticas do Tao Yin. No Norte há técnicas que contemplam movimentos dinámicos, enquanto que no Sul há técnicas que requerem posições mais estáticas. Nos começos, os vários exercícios do Tao Yin foram desenvolvidos dentro das escolas, tendo tido posterior difusão a nível popular e nos nossos dias basta ir aos parques para ver pessoas de todas as idades, absortas em suas praticas. Na sua evolução o Tao Yin sofreu a influência das três mais importantes correntes filosóficas chinesas: Budismo, Taoismo e, em menor grau, Confucianismo. Cada uma destas correntes deu-lhe sua contribuição. Em particular modo, o Taoismo destaca especiamente a relação do homem com a natureza; pelo contrário, o Budismo privilegia o aspecto interior e espiritual, enquanto que o Confucianismo compara o homem com o “Estado”, com suas leis e ordem, privilegiando o aspecto social destas práticas. No Tao Yin não se pode seguir uma única linha de desenvolvimento que seja coerente com uma única cronologia familiar, por que não existem ensinamentos ministrados por um único mestre, mas apesar disto podemos individulizar alguns importantes personagens que caracterizaram sua evolução. Ta Mo, (Bodhidharma) patriarca do Budismo Chan, introduziu na China uma série de técnicas corporais, com o objetivo de manter o corpo em perfeita saúde, e sua contribuição foi também fundamental no ensino de “princípios” sobre a Arte do Combate. Seus ensinamentos que dizem respeito à ginástica interior foram chamados Ching Ching. Diz-se que no início, estes exercícios eram 18, sendo depois ampliados a 24, por seus discípulos. Também para Confucio, assim como para Ta Mo e Lao Tze, era de fundamental importância a união do corpo e do espírito e que o facto de viver em equilíbrio com a lei da energia proporcionava vigor físico e uma
boa saúde. Também encontramos no Confucionismo uma série de práticas chamadas Soi Quien: literalmente, “O despertar da energia”. Entretanto, a corrente filosófica que mais tem influenciado o Tao Yin é, por certo, o Taoismo. Os Taoistas, agudos observadores da natureza e de suas leis, foram mestres nesta arte. De modo especial, eles sempre procuraram através de suas pesquiças, a longevidade e a imortalidade, conceitos importantíssimos na doutrina taoista. Histórias e lendas falam de mestres taoistas que viveram 200 ou 300 anos, e de alguns famosos personagens que chegaram a ser imortais. Documentos históricos testemunham que na dinastia Han a idade de alguns homens foi de 140 e 160 anos. Vejamos agora os vários sectores do antigo Tao Yin: LIAN YIXUE : é o termo com que, em geral, se identificam uma série de exercícios de ginástica médica. CHING CHING : São exercícios budistas, 18 ou 24, criados por Ta Mo. SOI CHI : traduzido “O despertar da energia”, são exercícios de matriz confucionista. CHI KUNG : é um sector muito amplo e é considerado também como uma específica disciplina. Tem muitos pontos de contacto, tanto com o Tao Yin como com a Arte Marcial em geral. YIJINJANG : Também estes são métodos de ginástica médica: foram criados por os campesinos e mais tarde desenvolvidos para suportar o duro trabalho do campo: na época era importante ter um corpo saudável e forte para trabalhar a terra e ser capaz de defender-se das correrias dos bandidos. PA TUAN CHIN: Série de grupos de oito exercícios de ginástica interior, de tradição Taoista. NGA MO TOEI NA: Este sector também pode ser estudado fora do contexto do Tao Yin. Trata especialmente das técnicas de massagem, auto-massagem e digitopressão. Podemos concluir dizendo que através do Tao Yin podemos trabalhar o nosso corpo em todas as formas, dependendo dos nossos ritmos e necessidades. Mas não devemos esquecer que o conjunto destas práticas e metodologias não é simplesmente um instrumento de trabalho físico e energético, como representam também um “Caminho” de enriquecimento pessoal, com melhora da sensibilidade, maior abertura mental e busca espiritual; permitindo assim uma vida de relação com os seres humanos e com a natureza, mais serena, consciente e natural.
PA TUAN CHIN Já da tradução do nome se intui a preciosidade desta série de antigos
exercícios de matriz taoísta: “Os Oito Fragmentos de Jarra” ou “Os oito Pedaços do Tesoiro”. Tradicionalmente estão divididos em grupos de oito. Como já vimos, os Pa Tuan Chin representam um sector do Tao Yin; pois também nestes exercícios o movimento terá de ser suave e relaxado; o ritmo de cada um dos exercícios estará em relação com sequências respiratórias determinadas e a coordenação do movimento do corpo e a relaxação da mente serão fundamentais para uma correcta prática. A respiração, ponto em foco de cada prática interior, tem que fazer-se subtil e contínua, como um fio de seda que se doba lentamente: só desta maneira teremos a capacidade de contactar a nossa energia e trocá-la conscientemente com a do Universo. Esta primeira série de oito exercícios está constituido por flexões e distensões que produzem benefício a nível muscular e circulatório. Utilizam-se as articulações e toda a estrutura esquelética, até chegar a estimular os orgãos interiores, do coração aos rins até o agregado cerebral. O correcto movimento e a adequada respiração estimulam simetricamente a energia dos meridianos. Agora começará a abrir-se o sistema dos canais energéticos subtis, normalmente bloqueado no homem comum. Esta tomada de conciência do nosso corpo energético acompanhar-nos-á também no nosso caminho na busca da fonte da vida e do conhecimento, com uma conciência nova, desconhecida pela ciência ocidental e por seus meios de pesquiça excessivamente grosseiros. Os momentos preferíveis para a prática são de manhã com as primeiras luzes e ao pôr de Sol: momentos importantes no ciclo da Natureza em que o Yin se transforma em Yang e viceversa. De manhã (logo ao acordar, sem tocar nem alimento nem água e vestido adequadamente para que não ter nem frio nem calor) estes exercícios ajudam-nos a enfrentar o dia na melhor das maneiras. Como tempo de prática podemos começar por 15 ou 20 minutos, que irão aumentando gradualmente, pouco a pouco, até que a nossa respiração seja cada vez mais profunda e relaxada. Durante a prática pode ser útil visualizar o significado do nome do exercício. Aqui está a série dos oito primeiros: 1) Empurrar o céu 2) Dividir as montanhas 3) Fazer uma meia lua com o corpo 4) Empurrar a terra 5) Fazer a corcunda 6) Soltar o corpo 7) Olhar a núvem que passa 8) Extender o Arco A execução dos Pa Tuan Chin em sequência, é uma prática clássica, mas é possível escolher alguns e trabalhá-los com
parceiro, repetindo-os mais vezes; neste caso denominam-se Yan Ti Kam. Em especial temos: "Empurrar o céu" repetido 4 vezes com parceiro, com "Empurrar a terra" repetido 4 vezes; e ainda com parceiro: "Empurrar a terra" (4 vezes) e "Olhar a nuvem que passa" (3 vezes). A união destes exercícios tem como base uma lei de equilíbrio-desequilíbrio energético. (Pode dizer-se que se provoca voluntária e momentaneamente um desequilíbrio, para depois equilibrar de maneira mais correcta). Os Yan Ti Kam são frequentamente utilizados terapeuticamente e também preventivamente.
YUN CHUN São uma série de doze antigos exercícios provenientes da dinastia Han, codificados por o Mestre Yun Chun. Inspirados principalmente nos animais e nos elementos da natureza, encontramos frequentemente as características do “voo dos pássaros” e do “estiramento do urso”. Destes 12 exercícios, 7 são básicos, enquanto o resto são de nível superior e pouco conhecidos. Os primeiros 5 são praticados no solo, alternativamente com a posição de pernas cruzadas e a posição de sentados sobre os calcanhares. As regras fundamentais, para praticar este sector, são iguais para todos os exercícios "interiores" em geral, de tal maneira que a relaxação e a correcta respiração serão os requerimentos mais importantes para uma prática correcta. Se o trabalho sobre o ciclo energético de re-equilíbrio e tonificação da energia vital representa o aspecto mais importante, estes exercícios também podem ser boas técnicas para cuidar e manter o aparelho esquelético: em especial para a coluna vertebral, por meio da execução de movimentos de distensão e alinhamento. Os primeiros 5 são: 1) A Abertura das asas da Grande Águia 2) O monge de Jade olha para a esquerda e para a direita 3) O estiramento do urso 4) O estiramento do gato 5) Cruzar os dedos Como já dissemos, a sequência dos primeiros cinco é efectuada no chão. Isso, além de eliminar eventuais problemas de equilíbrio (questão a não desdenhar no caso de eventuais patologias), proporciona gradualmente e em forma harmoniosa o contacto com a Terra: sensações que perdemos com o tempo, mas que eram fundamentais nos nossos primeiros anos de vida. De facto, a Terra tem uma função fundamental, mas que não conseguimos compreender se apenas lhe atribuimos uma “corporeidade morta”; se não a reconhecemos como “corpo vivo”, com uma particular “energia formativa”, activa
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numa superior ordem da realidade; essa força que encontramos organizada em sua expressão material física e química e que oferece forma dinámica e ritmo a todos os procedimentos vitais.
CHI KUNG O Chi Kung é um dos métodos principais para o desenvolvimento e domínio da energia vital (CHI). Antes de aproximar-nos deste vasto sector, é preciso explicar melhor o conceito de "energia". Conforme a visão oriental do mundo, a energia manifesta-se no dinamismo cósmico, que é o resultado do “nascer”, do “crescer” e do “descrecer” contínuo, de duas essencias energéticas opostas e complementárias: Yin e Yang. Em geral, quem pratica disciplinas orientais já está em contacto com esta essência da realidade, que faz nascer e evoluir todo o universo. Para as filosofias orientais, a energia é um fluxo vital que flui em cada ser, vivo ou inanimado: toda a realidade se conduz por um princípio de unidade que ata o pequeno ao maior, o indivíduo ao universo. Mas no conceito budista, como no Taoista e Hinduista, a energia não pode ser conhecida a nível racional, isto é, através de um procedimento lógico da mente, mas só "sentida" intuitivamente. Então, como pode o homem ocidental, ligado a uma cultura que privilegia o método experimental e analítico, aproximarse desta visão do mundo? É possível traduzir de alguma maneira este conceito, baseando-se nos actuais conhecimentos científicos? A partir de Einstein, as teorias relativistas e quânticas, e especialmente as recentes descobertas no sector da física quântica, têm mostrado que toda a matéria é Energia. Por outras palavras, a realidade que nos circunda, cada ser vivo, cada objeto e o próprio homem, são diferentes níveis de complexidade da energia: uma única essência que se manifesta em infinitas vibrações. Cada partícula é na realidade uma onda, quer dizer que cada forma da realidade vibra com uma própria frequência. A vida evolui através de contínuas mudanças energéticas. Cada indivíduo tem um próprio campo electromagnético que o caracteriza e através deste realiza uma contínua ósmose com a energia que o circunda. Entretanto, é muito importante o equilíbrio energético que cada um de nós tem consigo mesmo e com o ambiente. A interdependência entre o homem e o universo é uma das numerosas intuições da antiga Medicina Chinesa, a qual, partindo da observação e da intuição, conseguiu criar um conjunto teórico e prático de metodologias para o trabalho energético. Estas são as bases dos pilares da Acupuntura e do Chi Kung . O homem está cruzado por uma complexa rede de canais energéticos que se chamam "meridianos", através dos quais a energia pode fluir. Estes
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canais possuem uns especiais receptores chamados "pontos" (Husue), verdadeiros poços energéticos quando estimulados, apresentam diferentes actividade, também a nível fisiológico. Do ponto de vista energético, os pontos agem como válvulas capazes de modular o fluxo energético, tonificando ou dispersando a energia do mesmo ponto. O caminho do bem-estar psicofísico é visto como o desenvolvimento e domínio do potencial energético do individuo. O Chi Kung, literalmente "Trabalhar a energia", é o trabalho interior do sopro vital e também é tradição taoista de antigas práticas chinesas de harmonização do corpo, da respiração e da mente, e método para fortalecer, potenciar e controlar a energia do individuo. O Chi Kung nasceu de experiências várias, tanto de práticas internas como de Kung Fu tradicional: de facto, diferentes sectores contribuiram para o seu desenvolvimento. Em geral, podemos dividir o Chi Kung em: Médico e Marcial. Na China há numerosos centros médicos que trabalham com este primeiro método, e também no que diz respeito ao Chi Kung Marcial há muitos exercícios que podem resolver diferentes tipos de patologias. Basicamente, podemos distinguir três sistemas de Chi Kung: 1) Chi Kung Wu Wei É uma forma de Chi Kung estático, onde adequadas posições podem facilitar o fluxo energético e tonificá-lo. 2) Nei Tan Chi Kung Executa-se por meio de movimentos lentos e suaves, acompanhados de uma especial respiração. 3) Wai Chi Kung (Chi Kung externo) É um sistema que faz fluir e canaliza a energia por meio de movimentos executados com tensão muscular. É o método de trabalho da energia cujas raizes mais profundas estão mais perto da mais pura Arte Marcial Chinesa Tradicional, através dos varios estilos de Kung Fu. Há muitos estilos de Kung Fu que dentro de suas formas contêm movimentos de Wai Chi Kung: de modo especial: o estilo Hung Gar; o Tai Chi Chuan estilo "Chen"; o Pa Kua, e muitos outros estilos. Na prática do Chi Kung é muito importante a respiração. O rítmico levantar e descer do diafragma, por a acção da musculatura do plexo solar e os músculos perineais, determina uma auto-massagem dos orgãos interiores e favorece o livre fluir da energia. Sua prática não só se aconselha para reforçar a reconstituição dos doentes durante a convalescença, como também para desenvolver um físico saudável e forte. Como já dissemos, a respiração é fundamental e conjuntamente com uma relaxação total do corpo e da mente, levanos a uma condição mental de quietude e de “concentração relaxada” denominada Rujing.
Nesta particular condição, a energia começa a fluir; as funções orgânicas moderam-se, a energia bio-eléctrica que normalmente se emprega na actividade cerebral, distribui-se em todo o corpo. Conjuntamente com este procedimento começa uma vaso-dilatação com a consequente melhora da circulação sanguínea a nível cortical. Depois começam uma série de transformações: a nível muscular, dos tecidos e esquelético. Também o simples Wu Wei Chi Kung, quando praticado com regularidade, pode conseguir grandes resultados. As técnicas de Wu Wei Chi Kung estimulam as funções vitais e fortalecem a energia, mas também podem ser utilizadas como preparação para o Wai Chi Kung. Vale a pena falar do conceito de "pressão de energia" como parámetro que caracteriza o bom estado de saúde da pessoa. Através do exame dos pulsos estabelece-se a intensidade e a frequência: indicação fundamental de circulação de energia nos meridianos. No Wai Chi Kung a "pressão de energia" realiza uma função fundamental: é preciso aumentar a pressão para depois fazê-la "estalar" e finalmente "agir" em algumas zonas do corpo. Deste modo poderemos falar de: domínio e canalização da energia. Pelo contrário, nos outros tipos de Chi Kung a energia flui em todo o corpo, sem concentrar-se em algum ponto especial. Através das técnicas de Wai Chi Kung fortalece-se a energia LI WEI (um tipo de energia que envolve todo o corpo e o protege) e equilibra-se a energia Yin e Yang. Os mestres de Wai Chi Kung utilizam a energia Li Wei canalizando-a em algumas zonas, graças a técnicas de compressão. Na Arte Marcial há muitos mestres que se exibem em provas de força e resistência, por meio do domínio e da canalização da energia. O famoso mestre WANG SHU CHIN era capaz de padecer técnicas duríssimas, sem acusar o mais mínimo mal. Agora vejamos o sector do Nei Tan Chi Kung. O movimento dinámico, mas sempre executado com lentidão e com adequada relaxação, favorece o fluir da energia nos meridianos. O objetivo não é apenas mobilizar músculos e articulações, como também aprender a dirigir o CHI, utilizando a mente como principal artífice do movimento energético, tentando ir cada vez mais a uma harmonia de corpo e mente que vibram em sintonia. A impressão será a de mover-se como em um fluido denso que nos envolve, estabelecendo um contacto com a energia que nos circunda. Há muitas posições e técnicas utilizadas no Nei Tan Chi Kung, extraidas especialmente dos estilos inter nos de Kung Fu, como o Tai Chi Chuan, o Pa Kua e o Hisin-I. São trabalhadas particulares técnicas ou sequências, visando especialmente tonificar o fluxo energético; em especial no Tai Chi Chuan, utilizam-se alguns movimentos característicos da forma e realizam-se singularmente.
Tradição Chinesa Através da prática regular, depois de uma mudança física virá uma mudança energética: a energia, em seu fluir de s b l o qu e i a eventuais e s t a n c a m e nt o s, restabelecendo os normais fluxos energéticos, levandonos a um estado de bem-estar psicofísico, importante na diária vida caótica. Vimos que também as simples posições do Wu Wei Chi Kung podem proporcionar vários benefícios ao nosso corpo e agora vemos mais em detalhe como se pratica e quais são os pontos em que temos de insistir. O Chi Kung Wu Wei desenvolve-se através de uma série de 24 posições: algumas delas são fundamentais, outras são específicas para alguns objetivos. Agora analizaremos as 5 posições que consideramos fundamentais: estas estimulam o fluxo de energia em todos os meridianos, equilibrando todo o ciclo energético. Para obter o máximo benefício, vemos algumas regras para uma prática correcta, regras úteis nos 5 exercícios que descreveremos: - Posição de pé, com uma largura mais ou menos igual à das nossas ancas. - Peso centrado - Pernas relaxadas e joelhos um pouco flexionados. - Correcta posição do osso ilion, de modo a extender as vértebras lumbares e alinhamento de toda a coluna vertebral, para que o raquis assuma suas curvaturas naturais. - Costas relaxadas - Respiração abdominal relaxada, em harmonia com o movimento do diafragma - Posição da língua apenas por baixo da arcada superior dos dentes. (A nível de circulação energética servirá como "interruptor" do "Pequeno Circuito Celeste", feito do Meridiano Governador e do Meridiano Conceição) - Cara relaxada e lábios que sorriem (especialmente para não descuidar a atitude mental) Primeira posição YU BEI SHI Chi Kung: É a primera posição natural; pés paralelos à largura das nossas costas; braços relaxados. Segunda posição TI BAU SHI Chi Kung: Abraçar a árvore ou Segurar a lua. À diferença da primeira posição, os braços estão à altura da cintura e formam um círculo; as mãos relaxadas e a ponta dos dedos alinhados. É preciso insistir em que os antebraços e as costas estejam relaxados, por que facilmente terão tendência à contração. Terceira posição TI BAU YE SHI (Cheng Bau Shi): Muda a altura dos braços, que sempre têm de formar um círculo, mas desta vez à altura do peito. Quarta posição: TUI TIEN SHI (Empurrar o Céu com as mãos): desta vez levantam-se os braços e as palmas das mãos para o Céu. Esta posição pode absorver a energia Yang do céu. Quinta posição TUI TU SHI (Empurrar a Terra com as mãos): Agora os braços movem-se para baixo e as mãos para o chão, a Terra. Assim podemos absorver a energia Yin da Terra. Pelo que diz respeito aos tempos de prática, cada um dos exercícios pode ser executado de um mínimo de 5 minutos até chegar aos 30 minutos. É possível executar os 5 exercícios na sequência mostrada ou praticá-los separadamente, um por um. Durante a prática podemos sentir específicas sensações: entre as mais comuns há o calor, o formigueiro, a inchação e a frequentemente, a percepção de fluido entre as mãos. Estas podem ser indicações de uma boa saída energética, enquanto que se aconselha parar os exercícios em caso de enjoar ou sentir vertigem. No final da prática será bom voltar a efectuar o movimento dinámico e nossas actividades diárias de modo gradual e harmonioso, para não dispersar o estado de bem-estar, ganho durante a nossa prática.
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O Tao Yin é a compilação destas artes “internas” e mais uma vez é o Mestre Cangelosi quem se atreve a entrar a fundo em um assunto em que a maioria prefere parecer mais importante “pelo que não ensina” que por aquilo que “verdadeiramente saberia ensinar”. Bem por Paolo! que mais uma vez salta por cima de barreiras que para outros parecem grandes. E é que saber e ensinar é o cúmulo do prazer! Sifu Cangelosi gravou um vídeo onde ensina o Tao Yin e traz-nos um artigo onde desmiuza todo o assunto, como sempre ele faz, em detalhe e de modo absolutamente pedagógico. Esta formulação das Artes internas merece todo o reconhecimento e a atenção dos artistas marciais, seja qual for o estilo que praticarem. Seu treinamento sempre apoiará a vossa própria via, adicionando consciência aos vossos movimentos e energia e flexibilidade às vossas técnicas. Assim sendo, não deixem de gozar, dando-vos a ocasião de aprender estas Artes com a pessoa mais adequada para isso, um Mestre sem fronteiras, Paolo Cangelosi.
REF.: CNV/YIN
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voltam os guerreiros das sombras! Muitos anos de um “exílio”, por que não dizê-lo, mais que justificado, devido principalmente ao mal uso do outorgamento de graus, venda de prebendas, etc… mantiveram em “stand by” a um dos estilos de combate que gozou de maior popularidade no mundo das Artes Marciais: O Ninjutsu. No entanto, esta situação não restou nem um ápice às suas muitíssimas qualidades para formar lutadores de primeira linha. Bem é verdade que pagaram justos por pecadores, mas não é menos certo que os tempos de dificuldades são a melhor cura para afinar espíritos diletantes, para provar adesões, para polir defeitos. Assim, os guerreiros das sombras parece que querem voltar à cena, mas desta vez com maior esmero. Dois Ryu tradicionalmente enfrentadas, IGA e KOGA reuniram seus mais destacados representantes, para dar forma a um acordo de normalização do Ninjutsu, que evite antigos erros. Disso fala-nos Juan Hombre neste artigo onde apresenta seus últimos trabalhos em vídeo, os primeiros onde se ensinam sistematicamente as Artes de combate da escola de Koga, sendo ele, como é hoje, a única pessoa autorizada na Europa, para representar esta linha de Ninjutsu tradicional. Parte da gravação foi realizada no próprio quartel general de Koga, dentro da casa Ninja ou em seus jardins, pragados de armadilhas secretas, onde treinam os estudantes avançados de este estilo. Nestes dois trabalhos aprendereis as Artes de mãos nuas e o uso das principais armas da tradição do Ninjutsu, ninjatos, shaken, shuriken, etc… Juan Hombre, este artista marcial modelo de esforço pessoal, que tem sabido enfrentar-se às limitações derivadas de um acidente que o deixou imobilizado e que rompendo todo prognóstico soube ir superando pouco a pouco, sendo hoje, como sabem os nossos leitores por seu anterior vídeo, treinador das brigadas de pára-quedistas das forças armadas espanholas. Neste ar tigo apr ender eis também algumas curiosidades sobre o significado de Koga Ryu e sobre o espírito que deve adornar os praticantes de tão nobre Arte. Não deixem de ler!
Testo: J. Hombre Foto: © Budo International Publ. Co.
Ninjutsu
O
KOGA RYU NINJUTSU se desenvolve durante a época feudal japonesa como uma das organizações mais poderosas e com mais efectivos entre os diferentes Clãs Ninja que viviam no Japão medieval. Como conta o Mestre YUNOKI, o Shogún Oda Nobunaga contava com uns 40 Ninjas encarregados da sua segurança pessoal. De este grupo, 20 eram de Iga e os outros 20 eram de Koga. Alternativamente, uns e outros eram encarregados desta resposabilidade nos escondites das montanhas. Também se concentravam no castelo de HAKUHO, construido por ordem de TAKEDA TORA. Os arquitectos utilizaram conhecimentos ninja para sua construção, pelo que o castelo de HAKUHO contava com inúmeros de subterrâneos e saídas ocultas. Estimam-se em 4.000 os NINJA que alí se reuniram e que inclusivamente lutaram como tropas profissionais, com armaduras e cotas de malha (HYOGO GUSARI). Esta resistência apenas durou uma semana. Mais de 2.000 NINJA foram mortos com as armas na mão, e centenas deles torturados; mas um considerável número pôde escapar através dos passadiços secretos do castelo, distribuindo-se mais tarde por todo o Japão. Na década compreendida entre os anos 1984-1994, a arte do Ninjutsu alcança uma das cotas de popularidade mais surprendentes dentro das Artes Marciais, conseguindo reunir a milhares de praticantes ocidentais, dos quais muitos viajavam ao Japão para instruir-se nesta disciplina guerreira. Aproveitando este “filão”, os “ávidos” de Dans (por não dizer abutres), querendo ser nominados dentro de um alto standing no BUDO, chegavam ao Japão para conseguir, numa viagem simplesmente turística, uma graduação que eram incapazes de conseguir nas outras Artes Budo onde se tinham iniciado e que lhes exigiam esforço. O que aconteceu então? Pois muito simples: estes “ávidos” de Dans aproveitaram o errado conceito dos Mestres que com carinho entregavam tantas honrarias e em poucos anos, no mundo inteiro houve uma praga de “Mestres”, conseguindo desta maneira uma imagem totalmente errónea e errada do verdadeiro significado de “NIN”, que não é outro que o de SHINOBI e que representa a Perseverança e o Espírito de sacrifício que manterá nosso coração sempre afinado e preparado. Este erro de diplomar um excessivo número de 10º Dans (e até alguns 11º!) em apenas dez anos, marginou desta arte as pessoas sérias das artes marciais que, com razão, viram este despropósito como uma falta de respeito, já que se nos Budos conhecidos, um 10º Dan precisa de mais de 50 anos de treinamento para alcançar esta Mestria, um do Ninjutsu conseguia isto em apenas 9 ou 10 anos…, alguma coisa não funcionava adequadamente! O facto é que estas graduações foram analizadas como pouco convencionais e
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na maioria das vezes, a pouca qualidade dos “novos grandes mestres” generou uma natural decepção a respeito desta Arte milenária. Estas circunstâncias, aos poucos foram levando o nome do Ninjutsu a um rechaço geral e até ao seu total descrédito. As famílias de Iga e de Koga, informadas 1 por os Mestres contemporâneos do BUDO japonês, decidiram intervir, vendo como a essência da sua imagem, tanto tempo a salvo, agora estava desprestigiada. Reuniramse então ambas familias, IGA e KOGA, e numa Assambleia extraordinária concordaram nos seguintes 4 pontos: 1) Proibir terminantemente o uso do termo Ninjutsu a alguém que não praticasse a verdadeira arte. 2) Ninguém que não pertencesse em linha directa ou fosse des2 cendente e herdeiro, poderia dar aulas de Ninjutsu. 3) Qualquer organização não autorizada deveria mudar o nome de Ninjutsu por outro que simbolizasse melhor seu ensino. 4) Uma vez assinado este acordo, as famílias de IGA e de KOGA voltariam a reunir-se no ano 2000, para determinar a data do MATSURI (Festival) Internacional a realizar no ano 2001, ao qual estou convidado para assistir e participar com meus alunos e que a 3 revista CinturÑao Negro vai tentar gravar com suas câmaras, para que este acontecimento tenha a devida relevância e seja conhecido em todo o mundo. Após esta reunião, a arte conhecida em Ocidente como Ninjutsu teve de mudar seu nome para Taijutsu ou Jujutsu, até que pouco a pouco foi rompendo-se esse laço com o Guerreiro das Sombras e assim, milhares de praticantes uniformados com fatos Ninja, encontram-se praticando uma Arte Marcial de Paz, denominada Taijutsu, Jujutsu ou Aikijutsu, as quais sem dúvida são tecnicamente excelentes, mas que não têm nada a ver com a Arte de Guerra
conhecida como Ninjutsu. Aviso para os ansiosos de Dans: eu estarei como mediador ao lado de meu Mestre YUNOKI, para que não voltem a suceder acontecimentos tão lamentáveis. Se decidem abrir seus Dojos ao Ocidente, será para gente honorável que venha com intenção de aprender e treinar, e NÃO de titulações. Prometo que o treinamento será duro, não muitos passarão as provas de admissão, mas com Esperança e Fé tudo se pode conseguir; saibam que se vierem com a mão no coração, serão bem recebidos.
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Koga Ryu Vídeos Nestes Vídeos que Cinturão Negro põe agora à venda, podem observar as técnicas básicas exigidas nos graus inferiores conhecidos como GESHIN (Espírito Principiante), CHUSHIN (Espírito Intermédio) e JOSHIN (Espírito Elevado). O primeiro vídeo está dedicado ao treino das técnicas desarmadas e nele podem ver-se os movimentos básicos, tais como rodamentos, quedas, etc., seguidos das técnicas conhecidas como KOGA TAIKEN KAMAE NO JUTSU “Técnicas desarmadas usando os Kamae”. Explica como o uso dos KAMAE utilizados por o guerreiro Ninja era o de criar armadilhas para os olhos de seus adversários e uma vez que o inimigo caisse nesta armadilha, vencêlo. Se reparam com atenção, o Ninja, uma vez adoptado o KAMAE escolhido, intercepta e observa até encontrar o erro de seu adversário e é aí onde decide realizar sua entrada e derrotá-lo. O aprendizado deste ensino está destinado a desenvolver os movimentos naturais do
corpo, para o prepar para as técnicas de acção. Este primeiro vídeo termina com as técnicas conhecidas como KOGA TAIKEN INTONJUTSU “Técnicas desarmadas de infiltração e escape”; aqui poderão constatar como o Ninja se mantem numa distância de corrida, como se realmente fosse correndo para realizar sua missão e em seu caminho encontrasse um oponente, que armado o desafia. O Ninja de KOGA em vez de parar, continua sua corrida e mediante o uso de um amago, finta e esquiva, consegue evitar e eliminar seu adversário e continuar correndo em sua missão. Estas técnicas desarmadas de INTONJUTSU podem ser definidas como técnicas de acção. Como poderão observar, estas técnicas realizam-se contra um adversário armado com uma espada; aqui eu pediria que utilizarassem um Bokken de madeira, para evitar acidentes, ainda que também devo avisar de que no Japão se faz com espadas que cortam, para que a precaução esteja presente em todo o desenvolvimento da técnica e com a ideia de que o corpo se situe nas suas linhas de ataque, numa posição determinada, para aproveitar da melhor maneira suas alavancas naturais. No segundo vídeo poderão ver o desenvolvimento básico das armas mais comuns entre as quais se encontra o NINJATO, os SHURIKEN, o HANBO e o HIKEN ou faca invertida. Com todo este material terão em seu poder um programa amplo, o qual, juntando-lhe as técnicas avançadas, permitirá ter acesso ao grau de YAIBASHIN (Espírito Afinado) e ao título de Cinturão Negro (Ocidental).
O significado da palavra KOGA Para um melhor entendimento do Ninjutsu, gostaria analizar para vosoutros o significado oculto da palavra K-O-G-A, sem dúvida o lugar onde os antigos guardaram seus segredos, tanto espirituais como tácticos e estratégicos: O “K” é a primeira letra de KOGA e corresponde à palavra KENSATSU, esta significa a “INSPECÇÃO”, mas não só do elemento físico ou de acções externas, entendidas como observação do terreno, situação em que te encontras, número de adversários aos
que te enfrentas, etc..., mas também em um sentido de “INSPECÇÃO” como olhar para o interior, para ti próprio e a motivação do teu treino. Ler com atenção: KENSATSU: Exame. Quando o perigo ameaçar a um NINJA e este seja já iminente, o Ninja deve examinar a situação e ver onde se encontra e o motivo de estar aqui. Esta reflexão levará sua mente a uma melhor compreensão das causas que motivaram esta situação. Em supervivência, um NINJA deve examinar e inspeccionar o terreno. Observar com cuidado as redondezas, os acidentes geográficos, e ter uma imagem mental do lugar, com isto ganhará segurança. Um NINJA não pode estar deambulando sem rumo nem orientação, ele deve sempre recurrer ao SEU INSTINTO. O “O” é a segunda letra e representa a palavra ONOZUKARA, que significa a Espontaneidade, mas destacando que esta Espontaneidade, além de representar o uso de meios exter nos, tais como objetos ou acidentes do terreno onde se encontrar, também abre a capacidade de reflexos e de resposta, quer dizer, a própria e única improvisação que nos fará únicos e donos de nossas próprias decisões. Ler com atenção: ONOZUKARA: Espontaneidade. Seja qual for o lugar ou o problema com que se enfrentar um NINJA, sempre haverá e existirá alguma coisa com que possa contar e que possa usar visando sua própria supervivência. Para alcançar seus propósitos existem muitos caminhos. A inventiva e a criatividade pessoal podem modificar sempre as circunstâncias. A falta de um meio, não significa para o NINJA
A REGIÃO DE KOGA “O CENTRO DO FURACÃO” Sem dúvida alguma, a região de KOGA foi o lugar onde mais profundamente se arraigou a arte Ninja da Espionagem e a Invisibilidade. Era tal a necessidade de poder sobreviver que nesta área chegaram a organizar-se 53 famílias Ninja, das 73 existentes em todo o Japão, chegando a formar um grupo homogéneo de mais de 2.500 guerreiros capazes de entregar sua vida para defender suas terras e suas famílias contra o abuso do poder estabelecido, devido a que os senhores feudais escolhiam justamente este lugar para suas disputas guerreiras nesta região, posto que sua situação geográfica equidistava das três grandes capitais: Osaka, Kyoto e Nagoya e também por que nessa área era onde todos os emigrantes chegados da China e da Coreia tinham seu principal núcleo de trabalho e actividades. Esta circunstância motivou nos japoneses um maior desapego por estas terras e os residentes nelas tiveram de espavitar para poder sobreviver. Quando este abuso acabou, as famílias Ninja já não foram necessárias e aos poucos foram perdendo relevância.
Ninjutsu possibilidades de PERIGO e observa todos os recursos possíveis. Um NINJA conhece que poucas coisas se fazem bem quando feitas com presas e à ligeira. Quando se decide por um caminho e uma solução, um NINJA põe toda a sua força de vontade para o conseguir, mas sempre agindo organizadamente, distribuindo missões e objetivos, e mantendo sempre a unidade. Como poderão constatar, o estudante Ninja da KOGA RYU vai atravessando os diferentes níveis da sua formação como guerreiro Ninja, primeiro começa a Observar-se, GESHIN; posteriormente a Desenvolver-se, CHUSHIN; depois chega à Valentia, JOSHIN e, por último, consegue a Precaução necessária, YAIBASHIN. Meditem bem nesta progressão.
A “Lei” Ninja que já não possa realizar uma acção. Ele escruta em sua volta e observa, sem se esquecer, isso sim, do seu interior, nem do seu INSTINTO; este encontrará a solução. O “G” é a terceira letra e representa a palavra GENKI, que significa Vigor, não só pela valentia e a acção potente e fisicamente poderosa do nosso corpo, como também por o poder do nosso “raciocínio”; poder que nos fará seguir e continuar apesar de todas as dificuldades e sacrifícios que tenhamos de enfrentar, e isto digo-o refirindo-me não só ao número de inimigos e combates, como também ao número de conflictos aos quais tenhamos que enfrentarnos na nossa vida diária. Ler com atenção: GENKI: Vigor: Um NINJA deve superar sempre o pânico e o medo através da preparação e estudos adequados. Estes preparam-no para enfrentar-se as dificuldades que possa encontrar em seu caminho. Um NINJA nunca deve ficar nervoso, ter presa, nem precipitar-se. Não deve gastar escessiva energia e ser sempre consciente da sua situação e das suas circunstâncias. Sem VIGOR nem VALENTIA, um NINJA chega ao pânico e perante o desejo de sobreviver, esse pânico torna-lo-á egoista e insolidário. Só com uma adequada preparação psicológica e uma grande decisão por vencer os obstáculos; sem dúvida alguma, um NINJA poderá ter opção às situações mais vantajosas. O “A” representa à quarta palavra que é ABUNAI, que significa Perigo, e este perigo indica-nos a precaução no final de cada acção; é o estado de alerta “ZANSHIN”, ao que todo guerreiro deve chegar, já que a acção da vida não acaba com um êxito ou um fracasso, pois um Guerreiro sabe e compreende que o último passo de uma acção não é mais que o primeiro da seguinte, e assim até o infinito, no círculo infindável do movimento pela própria vida, que deu ímpeto ao nosso tipo de comportamento. Ler com atenção: ABUNAI, Perigo: Um NINJA em perigo, primeiro avalia a situação e antes de tomar uma decisão, estuda todas e cada uma das
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transmissão do poder que conseguimos com nosso treinamento: “KU, KYOJITSU TENKAN HO” Por último Ku, o Elemento do Vazio representa a vacuidade de nossos propósitos, quer dizer “o sem propósito”, e esta vacuidade surge do poder do nosso instinto e este poder permitir-nos-á sobreviver sempre e prevalecer sobre tudo aquilo que desejar fazer-nos mal: Antes de despedir-me gostaria de pedirvos, por favor, que avaliem a arte Ninja em sua mais pura essência. Para aqueles que a decepção tenha deixado paralizados por a má imagem transmitida, digo que lhes ofereço toda a minha ajuda para voltar a despertar essa chama que um dia os levou à aventura de descobrir o emocionante mundo do Guerreiro das Sombras. Tenho a certeza de que não os decepcionarei. Vosso, pelo verdadeiro Ninjutsu,
Decido terminar este comentário sobre Juan Hombre a arte da KOGA RYU NINJUTSU, Embaixador e Delegado para o analizando sua máxima “NINPO IKKAN”, Ocidente da KOGA RYU NINJUTSU. como significado de Lei ou Poder do Ninja: NINJA SEISHIN NINPO IKKAN GOGYO SETSU “O poder do Ninja que surge com o uso dos cinco elementos: “CHI, MOKUTEKI GENKI NAO KEIKO” Chi, o Elemento Terra representa à firmeza de carácter que se adquire com a intenção, concentração e propósito que o Ninja ponha em seu treinamento: “SUI, SHINOBI JIHI NAO KOKORO” Sui, o Elemento Água representa a adaptabilidade a todas e cada uma das dificuldades e necessidades que surjam na nossa vida. Esta adaptabilidade vem dada por a benevolência do nosso coração: “KA, OSHI SHINOBI NAO SEISHIN” Ka, o Elemento Fogo representa a valentia e esta surge por a motivação, a intenção e a capacidade de sacrifício que O Mestre Suihichiro Yunoki (Embaixador entreguemos: Cultural entre a China e o Japão, junto com “FU, NINTAI I SHIN o Mestre Juan Hombre; O Mestre Suihichiro, DEN SHIN” –historiador de grande nome, do Ninjutsu é autor Fu, o Elemento Vento de uma dúzia de livros, entre os quais destaca representa a Fluidez em a famosa enciclopédia BANSENSHUKAI, nossas decisões, esta compilada e retraduzida por ele ao idioma fluidez vem dada por o japonês actual, já que a enciclopédia foi escrita uso da paciência e o em um idioma antiquíssimo–, tenta com a ajuda do Grande Mestre Yumio Nawa, unificar os oferecimento ao nosso ensinamentos Ninjas de Iga e de Koga próximo, como uma (Principais famílias Ninja e talvez as mais famosas de todo o Japão), para com isso acabar com o “mal Ninja” que desde faz alguns anos distorsiona a arte e a figura do Guerreiro das Sombras...
IGA RYU E KOGA RYU UNEM-SE?
“Um Ninja deve superar sempre o pânico e o medo através da preparação e dos estudos adequados. Estes preparam-no para enfrentar as dificuldades que possa encontrar em seu caminho”.
Os guerreiros das sombras parece que querem voltar à cena, mas desta vez com maior esmero. Dois Ryu tradicionalmente enfrentadas, IGA e KOGA reuniram seus mais destacados representantes, para dar forma a um acordo de normalização do Ninjutsu, que evite antigos erros. Disso fala-nos Juan Hombre neste artigo onde apresenta seus últimos trabalhos em vídeo, os primeiros onde se ensinam sistematicamente as Artes de combate da escola de Koga, sendo ele, como é hoje, a única pessoa autorizada na Europa, para representar esta linha de Ninjutsu tradicional. Parte da gravação foi realizada no próprio quartel general de Koga, dentro da casa Ninja ou em seus jardins, pragados de armadilhas secretas, onde treinam os estudantes avançados de este estilo. Nestes dois trabalhos aprendereis as Artes de mãos nuas e o uso das principais armas da tradição do Ninjutsu, ninjatos, shaken, shuriken, etc…
REF.: CNV/JH2
Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.
PEDIDOS: CINTURON NEGRO Andrés Mellado, 42 28015 - Madrid Tel.: (0034) 91 549 98 37 Fax: (0034) 91 544 63 24 E-mail: budoshop@budointernational.com
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Daniel Rego traz-nos mais uma vez sua sapiência de Jiu Jitsu em outro vídeo magnífico, desta vez dedicado às finalizações, quer dizer, às técnicas concluentes em um combate, aquelas que decidem quem vence e quem é derrotado. As finalizações são as técnicas que deram fama ao Jiu Jitsu e que permitem a um homem tecnicamente evoluido conseguir vencer, apesar das diferenças de peso ou força. Seja estrangulando, seja luxando, o atleta do Jiu Jitsu pratica um sistema de altíssima eficácia no combate e na defesa pessoal, precisamente por essa capacidade de neutralizar completamente o contrário, de “o pôr para dormir” em segundos e de forma controlada, ou de obrigá-lo a jurar ter sido ele quem “robou a galinha”… Rego abre-nos um universo de possibilidades, onde o conhecimento técnico, a táctica e contratactica, a defesa atacante ou o ataque defensivo, se fazem um todo que é pura mestria do corpo a corpo. Esperamos que mais uma vez gozem com este poço de conhecimentos que nos chega, como sempre, de São Paulo, Brasil, para todos vós.
REF.: CNV/REGO5
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Seminario de SHIHAN Y.YAMADA, 8º DAN AIKIKAI, em sua qualidade de Asessor Técnico da FUNDAÇÃO AIKIDÔ ARGENTINA, em BUENOS AIRES, de 7 a 9 de julho de 2000. Este vídeo para além da sua qualidade, é um material imprescindível para todos os adeptos às Artes Marciais e fundamemtal para os praticantes de Aikidô. Foi um dos mais ricos e didácticos seminários captados pelas câmaras de vídeo, sendo possível estudar nele uma grande variedade de técnicas e insistindo profundamente nos conceitos do Aikidô e do Budo em geral. Mostram-se os conselhos técnicos à câmara lenta, o que permite apreciar claramemte a intenção explicativa do Mestre. É um vídeo altamemte profissional.
REF.: CNV/YAMA3
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