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Apresentação
Ao longo da vida, todas as pessoas, pelas suas características pessoais, familiares, locais onde crescem e desenvolvem estruturas económico-sociais, contribuíram e contribuem para alicerçar a definição da História local, nacional e internacional. Dar a conhecer personagens e factos que marcaram, de uma maneira ou de outra, o rumo da nossa presença temporal na terra, ajuda a compreender mais e melhor os movimentos sociais do passado e também os do presente e aprender, de uma forma construtiva, com os erros cometidos.
Uma biografia é tanto mais rica quanto o autor conseguir familiarizar-se com o biografado, recuar à época em que viveu, percorrer e repisar os locais por onde passou e deixou a sua marca intemporal, movimentos que, como autores, tentámos realizar para, de forma objetiva e concreta, reavivarmos o passado diacrónico de Balthazar de Almeida Pimentel.
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O livro nasceu nas raízes familiares, que os autores têm em Almeida, e na vontade conjunta de dar a conhecer um almeidense, que se notabilizou pela sua carreira militar e personalidade liberal que tanto honrou a sua terra natal. A Praça de Almeida, em plena Riba Côa, desempenhou um papel importante na defesa militar da fronteira, desde os primeiros anos da consolidação de Portugal como reino independente, passando pelo Tratado de Alcañices, em 1297, rumo a 1927, ano em que o último Batalhão de Infantaria deixou a localidade.
A sua atual estrutura muralhada, de cariz abaluartada, foi palco das Guerras da Restauração, 1640-1668, das Campanhas Peninsulares, 1807-1812, e do conflito que opôs Liberais e Miguelistas, 1832-1834, sendo considerada uma das fortalezas monumentais de Portugal, classificada como Monumento Nacional e em vias de ser reconhecida como Património UNESCO integrada na rede de fortificações abaluartadas da raia luso-espanhola.
Balthazar de Almeida Pimentel nasceu, em 1786, no seio de uma família fidalga de militares que se estabeleceu em Almeida. Seu pai foi Governador da Praça de Penamacor e do Regimento de Infantaria desta Praça, seu avô paterno foi Sargento-Mor em Viana do Castelo e seu bisavô Capitão na Guerra da Restauração. Os militares da família Almeida Pimentel combateram nos diversos conflitos armados e guerras ao longo de duzentos anos, desde o primeiro quartel do século XVII a meados do século XIX. Alguns deles notabilizaram-se na arte da guerra, tendo sido agraciados com as mais altas condecorações do estado e nobilitados pelos seus atos singulares, ações castrenses e participações militares ao serviço da causa pública e família real.
A investigação desenvolveu-se nos arquivos familiares, quer documental, quer fotográfica, nos arquivos públicos, nas fontes escritas avulsas e bibliografia temática, tendo como objetivo da apresentação em continuar, com a visão integralista atual da historiografia da época, o diário que Balthazar iniciou, dando a conhecer com quem se cruzou e conviveu, enquadrando-o sempre nos principais factos temporais e, de uma forma cronológica e simples, proporcionar ao leitor uma leitura agradável enriquecida por vastas fontes gráficas.
Balthazar de Almeida Pimentel, Conde de Campanhã, viveu 90 anos. Iniciou a sua carreira militar em 1799 na Praça de Almeida e atravessou, tanto a nível militar como político, os períodos conturbados do século XIX, salientando-se de modo particular a estreita proximidade que tinha com a família real.
A obra conta com diversos apoios, quer para a impressão, quer em informações, cedência de fotografias e documentos, o que muito contribuiu para enriquecer a história do biografado e seus familiares. Uma palavra muito especial à editora By the Book, pelo seu empenho em congregar esforços para a publicação que reflete a investigação sobre o Conde de Campanhã. Muito haveria ainda por escrever e acrescentar à obra, convictos que após a publicação do livro irão surgir novos dados, complementos que ficam em arquivo para posteriores intervenções.
Em preito de homenagem, os autores dedicam a obra à Câmara Municipal do Porto e à Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, fiéis depositários da memória histórica do Cerco do Porto e da salvaguarda do Coração de D. Pedro IV.
Augusto Moutinho Borges
António
Pereira de Lacerda
entre Porto, Lisboa, Almeida e Ponte da Barca