SOIS REIS

ALÉM MAR

SOIS REI? D. AFONSO HENRIQUES

ALÉM MAR

TEMPO

Ainda mais relativo, visto que a distância entre um lado ao outro são grandes

CASAMENTO

A noção romântica como conhecemos hoje é fruto de uma modernidade, rara de se encontrar naqueles dias.

Contrato

TERRITÓRIO

Terra de ninguém. Os territórios eram ocupados e dominados sucessivamente

CONFLITOS CONSTANTES PELO DOMÍNIO TERRITORIAL

A Idade Média é marcada por constantes conflitos em prol de um poderio territorial

PODER

RELIGIÃO Clero Romanos

TERRA Nobreza Visigodos

01

Eis aqui, quase cume da cabeça

Eis aqui, quase cume da cabeça De Europa toda, o Reino Lusitano, Onde a terra se acaba e o mar começa E onde Febo repousa no Oceano.

Este quis o Céu justo que floresça Nas armas contra o torpe Mauritano, Deitando-o de si fora; e lá na ardente África estar quieto não o consente.

Esta é a ditosa pátria minha amada, À qual se o Céu me dá que eu sem perigo Torne com esta empresa já acabada, Acabe-se esta luz aqui comigo.

Esta foi Lusitânia, derivada De Luso ou Lisa, que de Baco antigo Filhos foram, parece, ou companheiros, e nela então os íncolas primeiros.

Luis de Camões (1524 – 10 de junho 1580)

02

PRÉ-HISTÓRIA (500.000 anos) IDADE DA PEDRA Paleolítico > pedra lascada Mesolítico Neolítico > pedra polida – 10.000 a.C. A passagem da caça para agricultura, pastoril...

As características do tempo e natureza passam a ter mais importância, novos cultos (mãe-natureza). A sociedade neolítica assentava nas práticas religiosas que asseguravam a eficácia dos trabalhos e o bem-estar a sua população. Os agricultores tinham uma concepção do mundo diferente da dos caçadores: os fenômenos meteorológicos, a fecundidade da Terra, dos humanos e dos animais, a morte e a vida aconteciam sob o signo da magia, com ritos orientados em santuários públicos IDADE DOS METAIS Idade do Cobre Idade do Bronze Idade do Ferro

03

O território português tem se revelado rico em provas arqueológicas

Douro, Minho e Galiza Estremadura e Bacia do Tejo GRUTA DO ESCOURAL (c 25.000 a c 13.000 aC) Paleolítico - Montemor-o-Novo

04

GRUTA DO ESCOURAL (c 25.000 a c 13.000 aC) Local mais ocidental da Europa onde são conhecidos vestígios da Arte Paleolítica

05

A partir da Idade do Bronze

IBEROS

Populações indo-européias se localizavam no topo das montanhas sociedade tribal e agrária peças de joalheria, decoração cerâmica influência fenícias (Ossónoba) e gregas (Monumentos Megalíticos de Alcalar)

CELTAS

Povo guerreiro aristocracia militar se colocava acima dos homens livres metalurgia, agricultura, pastoreiro e criação de gado início da Citânias (Castro organizados) - Cultura Castreja

LUSITANOS Antes da chegada dos Celtas

Região Central e Ocidental da Península Influência Celta Permanência da Cultura Castreja VIRIATO

06

ROMANOS Finais do Século III a.C. (146 aC – 409 dC).

Permanência de quase 600 anos Guerras Púnicas (Cartago) Herança romana: língua (língua compósita do latim e dialetos locais), direito (excelentes juristas e administradores), construção civil (rede de estradas) e monumentalidade (templos, teatros, aquedutos, pontes, arcos...)

Pax Julia (Beja), Scallabis (Santarém), Bracara Augusta (Braga), Conimbrigad (arredores de Coimbra) e Aquae Flaviae (Chaves)

INVASÃO BÁRBARA

A partir do século III d.C tem-se o início do declínio Império Romano Cristianismo (amor ao próximo e fraternidade) Fronteiras ameaçadas pelos Bárbaros Idade Média (século V até o XV) não tinham uma civilização organizada a ponto de substituir a existente

SUEVOS

Assimilação cultural Braga capital política e religiosa Foz do Douro: núcleo urbano piscatório e mercantil, Portucale

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VISIGODOS Nobres agrários, homens livres, servos e escravos

nobreza clero (assimilação da cultura anterior) agora com poder político

INVASÃO ÁRABE

Século VII Conflito sucessório. Cavaleiro Rodrigo (sucessor do Rei Vitiza) General Tarik Ibn Zyad - Estreito de Gilbratar Batalha de Guadalete e vencem a resistência Visigótica Os Visigóticos se refugiam nas Astúrias (norte da Península,que depois passou a se chamar Leão), e de lá começa a RECONQUISTA CRISTÃ (SEC VIII- XV) REINOS DE LEÃO E CASTELA Herança Árabe:conhecimento na poesia, agricultura, medicina, astronomia e matemática.

Estrutura da sociedade medieval vai se completar: povo.

Agricultura (novas plantas e novas técnicas de irrigação). Com isso uma pequena área de terra pode dar sustento a uma família. E o produto de sua colheita pode ser vendido. O hortelão (horta( passa ser um homem livre.

Surgem as feiras.

08

ASTÚRIAS

MONARQUIA UNIDA No Século XI, nos reinos cristãos da Península Ibérica, existia um mito de uma monarquia hispânica unida, herdeira dos soberanos visigóticos, a liderá-la estava um imperador, Afonso VI que tentou impor a sua autoridade a todos os reinos cristãos, mas também aos reinos muçulmanos, a quem cobrava impostos sempre que podia.

Mais que uma questão de fé, a reconquista cristã foi uma reafirmação dos antigos visigóticos.

Imperador Afonso VI Rei de Leão e Castela

09

D. AFONVO VI

Inês da Aquitânia

Constança de Borgonha Urraca I de Leão e Castela

Sancha de Leão

tiveram 6 filhos, apenas dois D Raimundo de Borgaonha sobreviveram Neta do Rei da França (Roberto I). Casamento importante, pois fez fortes laços com a Europa Setentrional por intermédio da família BORGONHA Berta

Isabel (Zaida de Sevilha?)

Imperador Afonso VI

Sancho Alfónsez

Rei de Leão e Castela

Beatriz

Elvira de Leão,

Sancha Alfónsez

Com a queda de Sevilha, Zaida fugiu para a proteção de Afonso VI de Castela, convertendo-se ao catolicismo romano, tornando-se sua amante e talvez tomando o nome de batismo Isabel. Zaida foi certamente mãe do único filho de Afonso VI, Sancho Alfónsez, que, ainda que ilegítimo, foi nomeado herdeiro de seu pai, mas morto na Batalha de Uclés contra os almorávidas enquanto Afonso ainda era vivo.

Ximena Muniz Elvira Afonso Raimundo de Saint-Gilles

Teresa de Leão Henrique de Borgonha

Relacionamento extraconjugal. Henrique casando-se com Teresa teria como sogra a sua Tia Constança

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GALIZA

GALIZA - CONDADO PORTUCALENSE Braga Portucale (Porto) Urraca I de Leão e Castela

Guimarães

D Raimundo de Borgonha

GALIZA

PORTUCALENSE

Coimbra

1093

Imperador Afonso VI Rei de Leão e Castela

Teresa de Leão

Henrique de Borgonha

PORTUCALENSE 1096

D Henrique de Borgonha ajudou D Afonso VI de Leão a conquistar o Reino da Galiza (1072), recebendo como recompensa pelos seus serviços casamento com sua filha ilegítima, Teresa de Leão. Alguns anos mais tarde, em 1096, D. Henrique recebeu de Afonso VI o Condado Portucalense (Portucale e Coimbra), que passava prestar-lhe vassalagem direta. O rei de Leão pretenderia assim limitar o poder do conde Raimundo de Borgonha, casado com Urraca de Leão.

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BORGONHA BORGONHA: da região nasceu uma elite importante de um movimento espiritual, cultural, filosófico, teosófico que marcou a Europa Medieval do século XII, com nomes como São Hugo da ordem de Cluny * e tio de D Henrique, São Bernardo de Claraval o Doutor da Igreja mais influente do século XVII e Hugo de Payen**.

A fundação de Portugal está intimamente ligada a esta região, por conta da formação pessoal político filosófica de D Afonso Henriques *Ele construiu a terceira igreja da abadia em Cluny, a maior estrutura da Europa por muitos anos, com recursos doados por Fernando I. Foi um dos mais importantes e poderosos homens do final do século XI. Nada se sabe da data de abertura do primeiro mosteiro em Portugal. A sua primeira influência aparece no século XI, no mosteiro da Pendorada, e eram apoiados pelo conde D. Henrique, sobrinho de S. Hugo, abade de Cluny. **Fidalgo francês da região de Champanhe, foi o primeiro mestre e fundador da Ordem dos Templários. .

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RAIMUNDO E HENRIQUE DE BORGONHA Henrique veio buscar fortuna e ajudar D Afonso na companhia de seu primo Raimundo de Borgonha, filho do conde Guilherme de Borgonha, irmão de sua mãe.

Em 1093, com ajuda dos primos, D.Afonso atravessou o rio Mondego, tomou Santarém e Lisboa, dilatando assim o domínio cristão até ao rio Tejo.

Em 1094, é incorporado a Galiza os condados de Portucale e Coimbra.

Por ser uma região extensa, e temendo um poderio maior de D. Raimundo, D Afonso entrega, 1096, a D. Henrique os condados de Portucale e Coimbra, sob a designação Condado Portucalense.

Henrique de Borgonha

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CONDADO PORTUCALENSE O Condado de Portucale possuía 4 cidades: Braga a maior cidade com 14 hectares e 5mil habitantes; Coimbra, a segunda maior com 12 hectares, mas provavelmente com um número maior de habitantes do que Braga, conhecida como a capital do Sul; Portucale e Guimarães, a capital.

Coimbra tornou-se a capital, em 1129, já com Afonso Henriques. A substituição da capital de Guimarães para Coimbra, mais ao sul, foi estratégico por dois motivos: - mais próximo dos territórios ao sul a serem conquistados (mulçumanos) - e por Coimbra ter um importante pólo de transações econômicas entre cristãos e mulçumanos

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AFONSO HENRIQUES

Henrique de Borgonha

Teresa de Leรฃo

Urraca Henriques, Sancha (Senhora de Braganรงa), Teresa Henriques, Henrique

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EGAS MONIZ

D Afonso Henriques nasceu com má formação nas pernas. Seu aio, Egas Moniz, o educou desde o seu nascimento e passados 5 anos aparece uma criança saudável. Três hipóteses: - curou-se por si mesmo - milagre de Nossa Senhora de Cárquare. Teria sido um sonho de Egas Moniz onde a Nossa Senhora lhe aparecerá e lhe pedia que encontrasse uma igreja inacabada e colocasse no trono o príncipe herdeiro.

- morreu e foi substituído por um dos filhos do aio, Egas Moniz

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Mosteiro de Santa Maria de Cรกrquere

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Mosteiro de Santa Maria de Cรกrquere

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Mosteiro de Santa Maria de Cรกrquere

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CONFLITO SUCESSÓRIO PACTO Sucessão do trono de D Afonso VI : no final da vida D Afonso VI tentou transmitir a coroa a seu filho D. Sancho, único filho varão.

1105 Imediatamente, D. Raimundo casado com D. Urraca (filha de D Afonso VI) mobilizou-se para conseguir o maior número de apoios para garantir os seus direitos e fez aliança com D. Henrique em troca de terras (Galiza ou Toledo)

1107

D. Raimundo morre

1108

D Sancho morre em combate

1109

D Afonso VI morre. D. Urraca herda a coroa mas não o título imperial, uma vez que era mulher (e seu filho ainda tinha 3 anos). Entretando, casa-se, a contragosto, com D Afonso I de Aragão, o que vai abrir um estado de guerra civil quase que permanente. Afonso VII, filho de Urraca, herda o reino com a morte da mãe em 1126

1112

D. Henrique morre .Cinco anos mais tarde D. Teresa se proclama RAINHA, sem poder ser. E Sua meia-irmã, Urraca, reclama os seus deveres de vassalagem

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MORTE DE D HENRIQUE Com a morte de D. Afonso VI quebra-se os fortes laços de vassalagem que uniam Portucale ao Imperador, o que daria início a independência de Portugal. Três anos depois D. Henrique morre e D Teresa passa a governar o Condado.

D. Henrique teria dito ao seu filho com 3 anos de idade:

“Filho, tomas esforço do meu coração, toda a terra que eu deixo, que é de Astorga até Leão e até Coimbra, não perca dela coisa nenhuma, pois eu a tomei com muito trabalho.

Filho, tomas esforço do meu coração, e sê semelhante a mim, e sê companheiros dos fidalgos e dai-lhes todos os direitos.

Filho, tomas esforço do meu coração...”

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CONDE FERNÃO PERES DE TRAVA

Para unir forças e não se submeter a vassalagem de seu sobrinho (agora renovando as intenções de Imperador de seu avô), D. Teresa uni-se ao Conde de Trava.

Com esta aliança, Egas Moniz perde sua força e Conde de Trava assume os condados de Portucale e Coimbra.

Porém, a sua relação com o Conde provoca um grande escândalo entre a nobreza e o clero. A exemplo disso, a grande reprimenda que teria sofrido em Viseu, pelo Bispo de Viseu em plena missa: “ (...) ou se casa ou abandona o seu

amante. É um escândalo a vossa união. Uma ergonha para com Deus e para com o povo que o governa.”

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antecedentes à BATALHA DE SÃO MAMEDE Em 1111, Afonso (filho de Urraca com Raimundo) foi coroado rei da Galiza pelo bispo Diego Gelmírez e pelo conde de Trava, Pedro Froilaz de Trava (pai de Fernão Peres de Trava), na catedral de Santiago de Compostela. Apesar de ser uma criança na altura, esta terá sido a forma de D. Urraca, então num casamento conflituoso com Afonso I de Aragão, tentar assegurar que o seu filho lhe sucederia.

D Afonso VII impôs-se a sua Tia D Teresa o território da Galiza. Portugal (Condado Portucalense) então voltou ao seu território original, do Minho até o Mondego. D Teresa via-se sujeita as intenções de seu sobrinho, aclamado Imperador. O que aumentou ainda mais a oposição da nobreza e clero português, com D Afonso Henriques assumindo claramente o pendão da revolta.

Relação entre D. Teresa e Conde Fernão de Trava era mal vista pelo clero e nobres portugueses.

Em 1122, sob a orientação de Paio Mendes arcebispo de Braga, Afonso pretendeu assegurar o seu domínio no condado e armou-se cavaleiro em Zamora.

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BATALHA DE SÃO MAMEDE - 24 de junho de 1128 Os barões Portucalenses venceram os barões da nobreza galega, comandados pelo Conde Fernão Peres de Trava, recusando-se aceitar a política da alta nobreza galega e do arcebispo de Compostela. Inviabilizaram, assim, um reino que englobasse Portugal e a Galiza, e elevaram a Afonso Henriques ao seu líder.

Significou a divisão da Galiza em duas partes e a vitória da parte portuguesa sobre a parte leonesa.

D. Afonso VII ficou relativamente satisfeito com a vitória de seu primo, pois assim, as forças de seu império estavam divididas. Menos forças concentradas menor ameaça sobre si. E ainda teve o compromisso de Egas Moniz que Portugal não invadiria as suas terras. Promessa que não foi cumprida pelo seu primo.

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EGAS MONIZ - ESTAÇÃO DE COMBOIO DE SÃO BENTO

Uma das cenas retratadas na Estação de São Bento é a desculpa que Egas Moniz faz a D. Afonso VII, oferecendo-lhe a vida e de sua famíla por D Afonso Henriques não ter cumprido o trato de o respeitar

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SOIS REI? No império de Afonso VII de Galiza, Leão e Castela , existiam dois reis (Aragão e Navarra).

Afonso Henriques tinha um estado maior que os dois, podia aspirar o mesmo título, contudo pela lei feudal, Afonso Henriques não podia ser rei, nem sequer podia ser conde porque se revoltara contra mãe sem licença do imperador.

Para ser Rei, Afonso Henriques não poderia ser vassalo de Afonso VII. E por isso que não comparece a cerimônia que consagra o seu primo Imperador.

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TORNEIO DE ARCOS DE VALDEVEZ - ESTAÇÃO DE COMBOIO DE SÃO BENTO TRATADO DE TUI Em 1137, os primos estabelecem um tratado de PAZ. Afonso Henriques teria prometido fidelidade, auxílio militar e concelho.

Mas na realidade foi um pacto de não-agressão.

Os conflitos entre "Portugal" e Castela permaneciam, agora inclusive em Torneios. Em 1140, no Vale do Vez, em Arcos de Valdevez, quando D. Afonso Henriques, após a vitória na batalha de Ourique (1139), rompeu a paz de Tui e invade a Galiza, conquistando alguns castelos sob protetorado do monarca leonês. Em resposta, as forças imperiais, em muito maior número, entraram em terras portucalenses arrasando os castelos à sua passagem, descendo as montanhas em direção a Valdevez

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BATALHA DE OURIQUE - 25 de julho de 1139

As tropas de Afonso Henriques alcançaram uma grande vitória sobre as forças muçulmanas e o que viria a ter conseqüências profundas na emancipação de Portugal > não se sabe o local correto, não se sabe o número de forças envolvidas ou das próprias circunstâncias da Batalha. > as fontes históricas que mencionam a Batalha são muito lacônicas e tardias. Os registros mais próximos do evento, apenas referem uma vitória sobre o inimigo, e as crônicas castelhanas e árabes são omissas. > o que se conhece da Batalha são um conjunto de crônicas dos séculos XV e XVI que glorificam a ação de Afonso Henriques e descrevem a intervenção divina a favor de suas arma

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BATALHA DE OURIQUE - 25 de julho de 1139

> Esta imagem serviu de instrumento da propaganda política da monarquia portuguesa. É, aliás, a origem dos escudetes dispostos em cruz que estão no brasão de armas da bandeira portuguesa. (cada quina com as 5 chagas de Cristo) De fato, após a Batalha, o então infante, passa a dominar-se REI pela primeira vez. Algo que é dedicado a sua vitória na Batalha. E após 4 anos, o Rei de Leão aceita o título de Rei de Portugal, pelo tratado de Zamora.

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AFONSO HENRIQUES E A PROXIMIDADE COM DEUS

Gera-se a idéia de Afonso Henriques fora eleito por Deus para comandar e governar o país. Isso não era apenas para “encantar” o povo.

Afonso Henriques acreditava nisso: sua proximidade com Deus. Isso tem muito da maneira muito particular que vive a sua fé e sua aproximação com os templários, que deu origem a Ordem de Cristo cujo símbolo acompanhou todos os descobrimentos.

Convento de Cristo, em Tomar, foi fundado por eles e sua sede. Foram responsáveis na conquista e na manutenção do território de Portugal, e influenciaram no nascimento do país em termos militares, mas não só. Eles transmitiram aquela vivência mística da religião, ultrapassando em muito os cultos tradicionais. Mistérios que eles mantiveram com sua relação com D Afonso Henriques.

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AFONSO HENRIQUES E A PROXIMIDADE COM DEUS

O primeiro selo real de Afonso Henriques parece ocultar uma mensagem aos cavaleiros templários.

Neles podemos ler em cruz: Por- tu eu (ou teu) – gral. Ou seja pelo seu Gral. Uma referência codificada ao Santo Graal, tão ao gosto dos templários.

Já o segundo selo contem a cruz dos templários, curiosamente este símbolo foi adotado para as moedas de 1, 2 e 5 cêntimos.

D Afonso VII não gosta nada desta atitude e vontade do primo em ser Rei, e gera-se novo conflito. Entra em cena o Tratado de Zamora que iria dar início a independência de Portugal.

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TRATADO DE ZAMORA - 4 e 5 de outubro de 1143

Nos dias 4 e 5 de outubro de 1143, na cidade de Zamora, um encontro entre Afonso VII, rei da Galiza, Castela e Leão, e o seu primo Afonso Henriques, Conde de Portucale, intermediada pelo cardeal Guido de Vico, em representação do papa, destinou-se a resolver o conflito entre os dois primos. > para a Igreja era importante que os dois se mantivessem em PAZ e lutassem para reconquista da Península >D. Afonso Henriques se intitulava “rei” e aproveitava a instabilidade política para alargar os seus territórios, fazendo inclusivamente incursões militares na Galiza. > Afonso VII reconheceu a D. Afonso Henriques o título de rei

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TRATADO DE ZAMORA - 4 e 5 de outubro de 1143

Como conseguiu D. Afonso Henriques alcançar este estatuto? > D. Afonso Henriques possuía duas qualidades fundamentais para atingir o sucesso político no contexto da época: era um excelente líder militar e possuía grande habilidade diplomática. > D. Afonso Henriques e os seus conselheiros souberam aproveitar as condições (instabilidades políticas) com máximo proveito. > o sucesso da guerra contra os muçulmanos era essencial; foi por isso que a batalha de Ourique, ocorrida alguns anos antes, foi um marco decisivo. > Afonso VII podia ser imperador, mas D. Afonso Henriques era a vanguarda da guerra contra o islão, o que lhe concedia sucesso e prestígio.

Afonso VII percebeu que era conveniente ceder e resolver o conflito de imediato, pensando talvez que mais tarde a situação pudesse ser revertida a seu favor.

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Pode-se dizer que Portugal é independente desde então?

O tratado assinala um momento decisivo da sua emancipação de Castela e da sua formação como país independente. É muito comum ser assinalado como a data do nascimento de Portugal. Há, no entanto, que enquadrá-la no contexto da época.

O reconhecimento do título de “rei” a D. Afonso Henriques não significava exatamente “independência”, porque esse reconhecimento podia ser revertido e anulado, caso fosse oportuno.

D. Afonso Henriques sabia que este primeiro passo era frágil e que a sua consolidação passava pelo reconhecimento das instâncias internacionais daquela época, ou seja, da Santa Sé.

Foi por isso que se declarou imediatamente vassalo do papa.

O reconhecimento demorou várias décadas e só deu frutos em 1179, com a emissão da bula Manifestis Probatum.

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JÁ QUE AGORA FALEI DE CASAMENTO - 1145 D. Afonso Henriques reforçou sua relação com Borgonha cansando-se com Dona Mafalda, sobrinha de D. Raimundo. Uma forma de “saltar” a Espanha (há relatos que o Rei não poderia casar-se com nenhuma infanta dos reinos de Leão e Castela por laços familiares).

Henrique, herdeiro de Portugal Urraca, Rainha de Leão Teresa, Condessa da Flandres Mafalda de Portugal Sancho I de Portugal João de Portugal Sancha de Portugal

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MORTE DE D. AFONSO VII

Com a morte de Afonso VII, 1157, os filhos dividiram o reino. > Fernando II ficou com Leão e Galiza > Sancho III com Castela.

O título de imperador foi abandonado. E D Afonso Henriques casa uma de suas filhas, D Urraca, com D Fernando II.

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CONQUISTA DE LISBOA - 1147

Lisboa (Al Usbuna) era a cidade mais importante do lado muçulmano, ocidente andaluz, e uma das mais importantes do lado ocidental da Península. Um pouco maior do que as cidades cristãs Braga e Coimbra.

Além dela ainda tinham: Santarém (Santarin) Alcácer (Al Qasr) Silves (Silb) Évora (Yabura) Mértola (Martula) Beja (Baja) Foi fundamental o apoio dos CRUZADOS que estavam indo em direção à Palestina em sua segunda campanha. Parte deles (200 barcos) com soldados normandos, ingleses entre outros, parou em Lisboa e juntou-se as forças portuguesas.

Apesar de todo o poderio, só em 20 de outubro, os muçulmanos se renderam cansados pela fome e pela doença.

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CONQUISTA DE LISBOA - 1147

Mas a invasão de Lisboa foi muito cruel.

Devastaram, roubaram e mataram até alguns cristãos como eles. Isto não estava previsto e causou surpresa até mesmo a outros CRUZADOS. Até a RECONQUISTA acabar, os CRUZADOS apoiaram os portugueses mais 5 vezes, por último foi para conquistar Alcácer do Sal (1217).

Em Portugal, a reconquista terminou antes, com a conquista definitiva da cidade de Faro pelas forças de D. Afonso III (bisneto de Afonso Henriques), em 1249.

O extremo sul do país estava completamente despovoado, a população encontravase no centro-norte até ao sul de Évora e Santiago do Cacém. O Algarve foi repovoado na segunda metade do século XIII. A RECONQUISTA DA PENÍNSULA IBÉRICA findaria com a conquista de Granada pelos Reis Católicos, Rainha Dona Isabel de Castela e o Rei Dom Fernando II de Aragão, em 1492.

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IBN QASI E O MOVIMENTO MURIDINO ANTECEDENTES Ocupação árabe no sul da Península Império do ALMORÁVIDA : foram originariamente uns monges-soldados saídos de grupos nómadas provenientes do Saara.

TAIFAS: no contexto da história ibérica, refere-se a um principado muçulmano independente, um emirato ou pequeno reino existente na Península Ibérica (o Alandalus) ALMOADA - Califado Almóada, foi uma potência religiosa berbere governada pela quinta dinastia moura, tendo se destacado do século XII até meados do século XIII.

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IBN QASI E O MOVIMENTO MURIDINO Natural de Silves, Ibn Qasi era provavelmente um muladi, ou descendente de cristãos convertidos, de origem romana, dado que se pensa que o seu nome de família viria do romano Cassius.

Funcionário da alfândega de Silves opta por uma vida de meditação e recolhimento, entregando metade dos os seus bens aos pobres e refugiando-se numa Zauia ou Azóia onde inicia um caminho na busca de Deus, fundando uma confraria designada por Movimento Muridíno.

Essa Zauia daria origem ao famoso Ribat da Arrifana, em Aljezur, que constrói com a restante metade dos seus bens, e que se torna sede da sua Cavalaria Espiritual, e incluía uma mesquita, celas para os seus discípulos e cavalariças.

Os Muridínos tornam-se na força dominante da região, e acabam por conquistar o governo da taifa de Silves, de todo o Algarve e baixo Alentejo, por volta do ano 1144, combatendo para isso a família dos Banu Al-Mallah e os Almorávidas.

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SUFISMO Ibn Qasi, grande impulsionador do Sufismo no Andalus.

O Sufismo é a via espiritual e mística do Islão, também chamada de Islão do coração ou Islão do amor, dado que os Sufis não se regem pela sua mente, mas pelos seus sentimentos. É Islão da inteligência, da tolerância e da busca do conhecimento.

Para os Sufis toda a realidade comporta um aspecto exterior aparente e um aspecto interior escondido, ou seja gnóstico ou esotérico.

As origens do Sufismo remontam ao tempo do próprio profeta Muhammad (rassul Allah sallallâhu alayhi wa sallam), podendo advir dessa altura a própria designação Sufi do Árabe Ahl as-Suffa ou a gente do sofá, dado que os seguidores do Profeta se sentavam com ele num sofá na sua casa em Medina.

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SUFISMO Cabe aqui uma referência à importância das mulheres no misticismo Sufi, que por via do islão ganharam um estatuto igual ao dos homens, sendo-lhes reconhecido o direito à herança e ao divórcio, coisa que na Europa ainda tardaria uns séculos.

Sobre isto disse o Profeta aos homens: “Tendes direitos sobre as vossas mulheres e as vossas mulheres têm direitos sobre vós”.

“Quando tu te conheces, o teu ego ilusório desaparece e tu não és outro senão Deus”…

Os Sufis buscam incessantemente o conhecimento e a sabedoria através da meditação, de práticas iniciáticas e da transmissão do conhecimento no seio de confrarias .

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SUFISMO Essas práticas assentam não só no isolamento e solidão, como no êxtase e embriaguez da alma, como é exemplo a conhecida dança dos Derviches, confraria fundada por Mevlana Jala ad-Din Rumi no século XIII na Pérsia (em Persa Derviche significa mendigo, termo que faz referência ao despojar das riquezas que os Sufis preconizam).

Os sufis relacionam-se com Deus de forma directa e procuram o conhecimento no seu amor divino. Deus vive dentro de si.

“Perguntei _ Deus quem és tu? Respondeu-me _ Tu” Acreditam que para isso o indivíduo deve despojar-se de todos os bens, mais do que de bens materiais, de ideias pré-concebidas, para poder viver em humildade.

A doutrina Sufi assenta no princípio de que existe uma verdade escondida e inatingível, ou seja, que a busca pelo conhecimento e perfeição é realizada com a noção de que o conhecimento e perfeição nunca serão atingidos.

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SUFISMO O isolamento e refúgio das confrarias realiza-se em dois tipos de edifícios, dos quais em Portugal subsistem topónimos que os permitem localizar_ as Zauias ou Azoias, geralmente construções destinadas à meditação e transmissão do conhecimento, e os Ribat ou Arrábidas, que aliam a essa utilização o carácter de sede de ordem militar, no sentido de sede de confraria de Cavalaria Espiritual.

A Cavalaria Espiritual terá uma importância marcante na fundação de Portugal, já que veio a demonstrar, através da aliança realizada entre os Sufis de Silves e os Templários de Afonso Henriques, que os gnósticos Muçulmanos e Cristãos profetizavam de ideais e princípios muito semelhantes, como a justiça, tolerância e defesa dos fracos, e tão diferentes das correntes radicais da época (sejam o fanatismo Almóada ou o dos Cruzados).

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DECLÍNIO DE AFONSO HENRIQUES > derrota de Badajoz 1169.

Contudo, segundo o tratado de Zamora, este território deveria ser conquistado por Leão, e Fernando II de Leão correu a defender o que era seu.

Afonso Henriques acuado por dois inimigos (sarracenos e as tropas de Leão) fugiu e feriu uma das pernas e feito prisioneiro. Foi obrigado a devolver terras da Galiza e Andaluzia. Ainda assim, foi tratado com a maior dignidade pelo genro. > as conquistas continuam com as campanhas chefiadas por seu filho Sancho e Teresa de Portugal, sua filha na parte administrativa. Ambos exercendo a tarefa de regência. Também surge com bastante frequência na documentação desta altura, com eles, um bastardo, que adquiria aqui um estatuto equivalente ao de infante legítimo: Fernando Afonso. > morre em 6 de dezembro de 1185.

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D. AFONSO HENRIQUES ou AFONSO I de PORTUGAL

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BIBLIOGRAFIA

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PEQUENA CRONOLOGIA

1072 - Reconquista da Galiza 1093 - D. Raimundo recebe a Galiza 1094 - Galiza e Condado de Portucale se unem 1096 - D. Henrique recebe o condado de Portucale e de Coimbra, formando o Condado PORTUCALENSE 1105 - Pacto entre os primos Raimundo e Henrique 1107 - Morre Raimundo 1108 - Morre Sancho 1109 - Morre Afonso VI 1109 ou 1111 - Nasce Afonso Henriques 1111- Afonso, filho de Urraca e futuro Afonso VII é coroado Rei da Galiza 1112 - Morre D. Henrique 1117 - D. Teresa se declara RAINHA do Condado Portucalense 1122 - Afonso Henriques se declara CAVALEIRO 1126 - D. Afonso VII Rei de Leão e Castela (1127)

ALÉM MAR 1128 - BATALHA DE SÃO MAMEDE 1137 - Tratado de TUI 1139 - BATALHA DE OURIQUE - Reino de Portugal 1140 - Torneio do Arco de Valdevez 1143 - Tratado de ZAMORA 1145 - Casamento de D. Afonso Henriques e D. Mafalda 1147 - Cerco de LISBOA 1157 - Morre D. Afonso VII 1169 - derrota de BADAJOZ - declínio de D. Afonso Henriques 1179 - Reconhecimento definitivo, pela Igreja de ser REI 1188 - 6 de dezembro, morre D. AFONSO HENRIQUES, Primeiro REI DE PORTUGAL 1249 -Conquista de FARO 1492 - Conquista de Granada pelos Reis Católicos. FIM DA RECONQUISTA CRISTÃ

ALÉM MAR

OBRIGADO ATÉ SEMANA QUE VEM - 20 DE JULHO