360 ed146 mar18

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nº 146

EXCLUSIVO_Entrevista com  Alex Atala,  chef  consagrado mundialmente, criador do Instituto Atá e do movimento FRU.TO •p8

cidadania_

Conheça  o engenherio que quis viver à beira da represa que ajudou a construir na década de 70 para plantar árvores. •p10

Circulação Mensal: 6 mil exemplares

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! s i t á r G

São as águas de março, fechando o verão é promessa de vida no meu coração.

Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis  •  Assis  • Avaré • Bernardino de Campos  • Botucatu • Cândido Mota  • Canitar  • Cerqueira César • Chavantes  • Espírito Santo do turvo  • Fartura • Ibirarema  • Ipaussu • Manduri  • Óleo  • Ourinhos •  Palmital   •  Piraju  • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel   • São Pedro do turvo   •Timburi

Tom Jobim, nosso grande maestro e compositor, intuiu a importância de pararmos para pensar na preservação das águas. Neste 22 de março, mais uma vez, celebramos o Dia Mundial da Água na expectativa de que autoridades competentes do judiciário, do legislativo e do executivo parem de protelar e tratem de salvar as águas do rio Pardo e do rio Parnapanema.

foto: oNG RIo PARDo VIVo

Versão On line:

março/2018

As águas de março celebram o Dia Mundial dessa riqueza

Caderno 360 Gostoso de ler .

Pontos Rodoviários: • Cia da fazenda  • Graal Estação Kafé  • orquidário Cyber Café • RodoServ  • RodoStar  • Varanda do Suco

ANO 13 foto: Ricardo Dangelo | fRu.to

culinária_ Delícias fáceis de  fazer  que  aprendemos com  as  irmãs  Geralda  e Maria Almeida, que ivem no paraíso de Areia Baixa •p6

i R ia l c pe s E

do r a P o


2 • editorial

Cidadania foto:flávia rocha  | 360

Não é por outra razão, senão a consciência cidadã, que este periódico e esta editora se dedicam tanto à questão dos rios sob ameaça em nossa região. É um problema sério, é urgente e, uma vez não resolvido, será irreversível. As mudanças ambientais serão sérias e quem vai pagar essa conta são os moradores da região. A começar pelos produtores rurais, mas em um nível que vai atingir em cheio a todo mundo. Esse assunto insistentemente abordado em nossas páginas ganha nesta edição um suplemento independente. Com direito a capa, miolo e um apanhado geral do caso que já se estende há mais de cinco anos.

É sem dúvida, esse mesmo compromisso com a própria essência no mundo, especialmente naquele do qual se servem, que os personagens que ganham esta edição conduzem suas vidas. A começar pelo nosso entrevistado, Alex Atala, o famoso chef de cozinha que não se conteve em desfrutar os louros do reconhecimento mundial sobre seu trabalho à frente dos mais badalados restaurantes do país. E está somando ações de cidadania a cada dia, com direito a um instituto que leva seu nome – o ATÁ –, que já tem 5 anos de atividades, e, mais recentemente, o movimento fru.To, lançado este ano, ambos voltados para a questão da produção de alimentos mais saudáveis e produzidos com o justo respeito ao meio ambiente e aos produtores rurais – e que vai aparecer sempre em nossas edições. Essa mesma conduta de bom cidadão é, sem sombra de dúvida e assumidamente, o maior compromisso da família Pegorer, uma das mais tradicionais de Santa Cruz do rio Pardo, que conduz a São João Alimentos, um dos mais importantes players do mercado de grãos do país, destaque de ACoNTECE. Assim como é por ser um cidadão consciente e capaz de dar o devido valor à natureza que o engenheiro Coligni Domingues resolveu fincar raízes num dos lugares mais lindos da região, como vemos em giro. Num mês que encerra o período reflexivo proposto pela

A partir da esquerda, Irineu, Adalberto e Marcos *Pegorer, diretores da São João Alimentos. Homenagem ao patriarca, João, na marca e na conduta da empresa

*

quaresma no calendário cristão, quando comemoramos o Dia Mundial da Água sedentos de uma solução definitiva para preservar nossas águas, que continuam à mercê do descaso e da burocreacia dos poderes públicos de âmbito estadual, e, ainda, quando nosso país ganha mundo com notícias de tempos sombrios para a democracia duramente reconquistada há poucas décadas, é preciso clamar por cidadania. A sua, a nossa, a de cada um. Nesta edição repleta de boas práticas cidadãs, aproveite também as receitas do mês, cedidas pelas irmãs e amigas Maria e geralda, de Areia Baixa, em gASTroNoMiA; mais uma aventura do Pingo ilustrada por nosso artista Sábato Visconti, em MENiNADA, dicas de cultura, esportes e do mundo agro, em AgENDA, e as colunas imperdíveis de nossos colunistas, em PoNTo DE ViSTA. Boa leitura! flávia rocha Manfrin editora 360 | 360@caderno360.com.br

e xpediente O Caderno 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem: 6 mil exemplares. Distribuição gratuita. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›,Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, André Andrade Santos ‹correspondente SP›, Paola Pegorer ‹repórter especial›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Adi Leite. Ilustrador: Sabato Visconti. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço: R. Conselheiro Antonio Prado, 169 — 18900-000 — Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.2534_14 99653.6463. Cartas/publicidade:360@caderno360.com.br 360_nº146_março 2018

ora ação! 1João 5 Vs 14

“E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”



de vista

Médico recém-formado, assistia eu a uma aula em um Congresso de Oftalmologia que versava sobre os cuidados da visão na infância, o desenvolvimento normal da visão do bebê, prevenção da ambliopia, o tal “olho preguiçoso”. Aconteceu ali meu segundo nascimento, um acordar para essa paixão que ainda hoje dá rumos à minha vida. Décadas depois tomei consciência de que foi ali, ainda sem eu saber, onde meu ser se descobriu de Esquerda. Nunca tive esse desejo visceral de ganhar dinheiro, acumular fortuna, nunca trabalhei em Serviço Público, nunca para o Governo e hoje, 42 anos praticando Oftalmopediatria, toda terça-feira deixo meu ganha-pão, que é meu consultório em Campinas, pego ônibus, metrô e viajo a São Paulo para participar das atividades do Instituto Strabos, instituição sem fins lucrativos, com alguns braços: um social, fazemos mutirões para operar estrabismo de pessoas carentes, outro de ensino na formação de especialistas em estrabismo e outro de pesquisas nas áreas do desenvolvimento visual. O que eu ganho com isso? No filme “A Cruzada”, dirigido por Ridley Scott, Jerusalém é sitiada pelo exército de Saladino, que vence a batalha. No momento em que Balian entrega a rendição, pergunta: “O que vale Jerusalém?”.

*José Mário Rocha de Andrade

INtolerância ZERO escancaradas à corrupção, sempre à vista. O governo é o problema, é a sangria, seja de Direita, seja de Esquerda. Precisa de rédea curta.

“Nada”, responde Saladino. Vira as costas, dá mais alguns passos, volta-se para Balian, para Jerusalém, e define: “Tudo”. Está nas entranhas, no âmago do ser, no coração, aquele que é fiel. A alegria estampada em mim a caminho para São Paulo gera sentimentos de suspeita e ciúmes na esposa. Tenho vários amigos que são capitalistas natos. São movidos pelo brilho do ouro e do lucro. O que eu acho deles? São pessoas essenciais. Não há nenhum mal em ganhar muito dinheiro. Na verdade, essa fantástica fonte de energia, essa gana de construir, crescer, esse desejo visceral de empreender são maravilhas que alicerçam e impulsionam o crescimento de uma sociedade, um país, um mundo melhor. O clero e a nobreza sentavam-se à direita do Rei, não geravam riqueza e não pagavam impostos, eram conservadores e não queriam mudanças. À esquerda, sentavam-se os empresários, artesãos, a burguesia que gerava a riqueza e pagava impostos. E havia o povo. Direita e Esquerda hoje têm outros sentidos. A Direita não quer governo, a Esquerda quer um governo forte.

Que Direita e Esquerda andem de mãos dadas é pedir muito, mas que caminhem na mesma direção, mesmo que a uma distância segura, é fundamental.

m com imagens Pix aba arte: montage y

4 • ponto

Na verdade, não é bem assim. Todos querem mamar nas tetas do governo, aquele que não gera riqueza, cobra caro, cobra além e, como tem muito dinheiro, esse dinheiro que vem em sua totalidade do povo trabalhador e dos empresários, nas mãos do governo tem as portas

Uma não é boa sem a outra, fato que a intolerância ofusca. Enquanto houver intolerância, não haverá um bom caminho. Tolerância zero vale para crimes hediondos, mas em qualquer outro sentido, tolerância zero é uma bobagem monumental. Intolerância zero sim, um objetivo distante e fundamental, por isso, como castigo aos intolerantes, a professora determinou: Escrevam mil vezes aí no seu caderno, no computador, no celular, no coração, enviem à Nuvem: Intolerância Zero, Intolerância Zero, Intolerância Zero, Intolerância Zero, Intolerância Zero...

*médico santa-cruzense radicado em Campinas

Perdoar é para os fortes Você quer ser uma pessoa bacana, bonita na foto, admirada, que sirva de modelo, que deixa um legado, que seja referência de pessoa acima da média em termos de ser bom, generoso, espiritualmente elevado, intelectualmente também. Se você almeja se destacar pelo seu bom caráter, pela sua boa conduta, pela sua cidadania, perdoe. Perdoe. Perdoe. Perdoe. Perdoe todos. Perdoe o amigo te ferrou com um empréstimo que não pagou, e que lhe fez falta. Perdoe o filho que foi ingrato com você, que te humilhou, que não fez por merecer todo o seu esforço em educá-lo. Perdoe a mãe que te fez passar vergonha ou te abandonou, que relegou você a terceiro plano. Perdoe o pai que te deixou desprovido de uma boa educação, que maltratou sua mãe. Perdoe. Perdoe a pessoa que mais mal te fez. Quanto pior o que ela tiver feito para você, maior será a sua bondade quando você realmente perdoá-la. Muitas vezes, perdoar exige muito mais do que

imagem: Pixabay

*Fernanda Lira

um bom coração. Exige uma decisão. Racional, inclusive. Uma decisão de ir contra todas as justificativas para nunca mais querer ver aquela pessoa pela frente. Exige a decisão consciente de ir contra o seu coração, que está mais tranquilo se mantendo distante daquela pessoa. É essa decisão é que faz que você migrar de uma situação de mágoa, de rancor, de desprezo, para uma situação de perdão. Não espere os eu coração despertar para o perdão. Não espere até que seja fácil, que você tenha esquecido. Decida perdoar.

Perdoe agora, perdoe enquanto ainda é difícil, perdoe passando por cima dos seus sentimentos, de tudo aquilo que tanto te fere. Perdoe apesar de todas as razões emocionais e racionais que lhe façam desejar o contrário. Humilhe-se perdoando, se preciso for. Talvez num primeiro momento, esse perdão seja muito superficial, nem muito sincero. Não importa. Perdoe. Porque quanto mais difícil for para você perdoar uma pessoa, quanto mais

motivos você tiver para não fazer isso, maior a sua grandeza de alma, de espírito, de caráter. Melhor ser humano você será e mais capaz de arregimentar seguidores você será. Então, se você quer ser o maioral, o “rei da cocada”, perdoe. E ninguém vai lhe tirar esse título, essa posição. Porque errar é humano. E perdoar é mesmo, divino.

*jornalsita paulistana que adora o interior


5 • agendas

CULTURA AVARÉ ´fotografia: Exposição “Mulheres de Avaré”. Coletânea do Concurso Fotográfico de Avaré (Confota). Até 31/03_8h às 17h (2ª a 6ª-f). Biblioteca Municipal Professor Francisco Rodrigues dos Santos. GRÁTIS! Info: 14 3732.5057. ´oficina: Braile _ leitura e escrita. Indicada para deficientes visuais. Aulas a professora Eliene das Graças, pedagoga com especialização em Educação Especial. 5ªsfeira_das 9h às 11h e das 14h às 16h. GRÁTIS!

Manduri

Mais Sementes

Após um processo de revitalização estimado em R$ 3 milhões, a Fazenda Ataliba Leonel, pertencente ao governo do Estado de São Paulo e situada em Manduri, quadruplicou a produção de sementes de qualidade oferecidas ao produtor rural. O volume de produção de sementes das principais culturas agrícolas saltou de 1.700/ano toneladas para 7.779 em 2016 e 2017. Segundo a secretaria estadual de Agricultura, a Fazenda Ataliba Leonel também está apta a produzir sementes orgânicasem uma área de 20 hectares, certificada com o selo IBD Orgânico. Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

originalidade e essência dos participantes. Treinamento com leitura com jornais, livros, palavras cruzadas, dicionários etc. Às 3ªs-feiras _19h. Biblioteca Municipal. *Até o final de maio. Inscrições/Info:14 3372-9200 c/ Adriana. GRÁTIS!

BOTUCATU ´humor: Rafael Cortez – O problema não é você, sou eu. O espetáculo aborda temas diversos com os quais o público se identifique, em um solo que mistura stand-up, interação com a plateia, improviso e muita música. O foco do novo show é relacionamento (namoro, casamento, traição, sexo, virgindade, tipos de casais e relações, amor-livre, solteirice, separação …) 16 anos. 28/3_20h30: Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci. Info: 14 3882-9004 IBIRAREMA ´teatro: Breaking de Repente. Espetáculo aborda gestos e familiaridades do cotidiano nos grandes centros urbanos, através das danças urbanas, popping e locking. Transitando entre ações rotineiras, como caminhar, observar o tempo, prcurar objetos e pegar transporte público, se propõe a quebrar a rotina da cidade, ampliando a percepção do público para as relações do dia a dia e para o cenário urbano. 05/4_ 20h: Câmara Municipal. GRÁTIS! SANTA CRUZ ´oficina: Escrita Criativa. Com a escritora Nath Camilo. O objetivo é estimular o resgate da própria

ESPORTES AVARÉ Slackline: Promovida pela secretaria de Cultura, se propõe a envolver arte, esporte e lazer no aprendizado dessa atividade corporal realizada em uma fita estreita e flexível, suspensa por dois pontos fixos, onde são realizados movimentos estáticos e dinâmicos. Centro Avareense de Integração Cultural (CAIC). Info: BOTUCATU Corrida: Botucatu 163 Anos Luz. Já estão abertas as inscriçõespara a corrida noturna que acontece em 21/04_19h30, dando início ao Circuito Cuesta de Corridas de Rua da Cidade. Os participantes poderão optar pelo circuito de 5,5km de corrida e 3km de caminhada. Info: www.corridadaluz.com.br

AGRO BOTUCATU !simpósio: 1º Simpósio de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia.Realização da Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Unesp Botucatu. Programação diversificada para alunos

de graduação, pesquisadores e profissionais que atuam com bioprocessos, biotecnologia e áreas afins. Serão três dias de minicursos e palestras com professores e profissionais vinculados a empresas e instituições como: Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (USP); Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox); Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, câmpus de Araraquara; Infors Latam Ltda e Natura Cosméticos S/A, Departamento de Patologia e Microbiologia do Centro Médico da Universidade de Nebraska/USA, entre outros. 16 a 18/04 no Parque Tecnológico de Botucatu. Info e inscrições: simebb.com.br SANTA CRUZ !curso: 1º Encontro Técnico de Agricultura Sustentável da Media Sorocabana. Palestras:“Como tudo começou para revolucionar o manejo da cultura de grãos” (Rogério Vian); “Construindo solo agrícola com agro minerais regionais (Eder Martins); “Resultados da adubação com pó de rocha”, (Bernardo Knap); “Incremento de produtividade com uso de pó de rocha”, (Marcos Baldone);“Insumos de alta performance tecnológicos aplicáveis na agricultura sustentável”(Hydroplan);“Diferença entre alta produtividade e produzir com lucro”, (Ricardo Frateschi); “Fortalecimento da cadeia rural”(Gustavo Chavaglia); “Vantagens da transformação da agricultura convencional em orgânica” (Instituto Brasileiro de Biodinâmica); “Produção

orgânica em alta escala para o mercado externo”(Luís Fernando Noves e Robisson Quirino); “Importância da CATI para os produtores rurais do Estado de São Paulo” (Sérgio Villas Boas Tambara); Contribuição dos nutritérgicos, probióticos e elicitores da Aloe Vera para produtores

brasileiros e as comprovações internacionais” (Magno Alves); visita técnica à Fazenda Cocaes e encerramento na Fazenda Santo Antônio. 14/04_8h às 18h. Câmara

Municipal. Inscrições até 06/4. Valor: 5kg de alimentos não perecíveis. Info: 3372.5454 e 3372.1444 .

Divulgue GRÁTIS. Aqui! Envie dados completos p/: agenda@caderno360.com.br


• gastronomia

foto: flavia Rocha | 360

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Coxinha sem Empanar

Bolinha de Queijo

receita de Geralda Almeida

receita de Geralda Almeida baixo e aos poucos vá adicionando a farinha de trigo, até virar uma massa que vai descolar do fundo da panela. A massa estará no ponto se quando você encostar a mão ela não colar na pele. Como fazer as bolinhas: Pegue uma colher de chá  e coloque o conteúdo de massa na sua mão. Abra e coloque um pedaço do queijo em cubos. feche.  Enrole e passe no ovo batido e depois na farinha de rosca. frite em óleo  previamenta aquecido.  Dica: Pode também congelar e fritar congelada.

imagnes: Google

_Ingredientes: • 1/2 cebola batida • 3 colheres margarina • 1 litro de leite •  1  lata  de  milho  verde  ou milho de 4 espigas • caldo de galinha em tablete ou reduzido • 500g de farinha • 1 pitada de sal • 300g mussarela cortada em cubos p/ rechear Preparo da massa: Refogue a cebola na manteiga, acrescente o caldo frango e depois o leite com o milho previamente batido e coado. Aqueça até ferver bem. Mantenha em fogo

geralda é uma das minhas amigas mais queridas e que mais me mostram o quanto isso é recíproco. Visitá-la no paraíso de Areia Baixa, onde ela vive e onde a conheci há uns 10 anos pelo menos, é estar diante de duas incríveis belezas: da natureza incrivelmente desenhada daquele lugar e da amizade pura, sincera, eterna. É de lá, dos corações que me enchem de emoção, como os da família que chamo de minha, que trago as receitas desta edição. São quitutes conhecidos, porém com algumas novidades que fazem muita diferença. Além das deliciosas bolinhas de queijo da geralda, temos a inesquecível coxinha de sua irmã, Maria, amiga tão querida que diz que quando apareço por lá é feriado. Aproveite as receitas das filhas da Dona Pascoalina para reunir os amigos e celebrar a melhor coisa da vida: o amor ao próximo.

_Ingredientes para a massa: • 1 copo americano de óleo • 3 copos de leite • 1 copo de água • sal • saldinha e cebolinha a gosto • 3 tabletes de caldo de galinha ou o caldo  caseiro reduzido • 1 kg de farinha de  trigo • 1 peito de frango

Preparo do recheio: use a salsinha, a cebolinha e o caldo de frango para refogar o peito de frango. Deixe esfriar e desfie com a ajuda de uma batedeira.  Preparo da massa: use uma  panela média e grossa. Coloque o óleo, a cebolinha, a salsinha e refogue. Adicione o leite, a água, o sal e os tabletes de caldo de galinha. Deixe ferver bastante. Então vá adicionando a farinha de trigo mexendo com vigor, para não empelotar a massa. Estará pornta quando desgrudar do fundo e não colar na mão. Deixe esfriar, abra numa espessura média e recheia com o frango. Passe no leite (e se quiser na farinha de rosca) e frite em óleo quente.

Quitutes entre Amigas Flávia Manfrin

Queijo Fresco receita de Maria Almeida _Ingredientes:: • 4 litros de leite integral • 1 tampinha de coagulante para queijos (foto) • 2 colheres de sal Preparo: Aqueça um pouco o leite até ficar apenas morno. Desligue  o fogo. Deixe coalhar por 2 horas. Depois adicione o sal. Deixe coalhar por mais 1 hora.  Aqueça de novo só até ficar morno. Escorra com peneira e coloque

numa forma de fundo  removível. Leve à geladeira  dentro de  um recipiente, porque o soro vai escorrer.


7 • meninada Pingo ficou de queixo caído, isto é, se tivesse queixo. Foi ao ficaria P médico veterinário tomar vacina e i lá, dois desses cachorrinhos muito n pequenininhos latiam, latiam sem g parar em direção ao Pingo que, o nem ligou, mas... Os latidos não paravam e continuavam e, nos ouvidos do Pingo pareciam aumentar de volume e aumentar e, de repente eram tão altos, estridentes, horríveis... Se Pingo pudesse falar, Alvinho não teve dúvidas, diria que não eram cachorros, eram patos latindo com latidos esganiçados!!! Calma, Pingo! Patos não latem... Pingo já não ouvia mais nada. E começou a latir como um cachorro deve latir! Au! Au! Au!

Você sabia?

Latido de Pato

arte: Sabato Visconti | 360

Fonte: Árvores Ser Tecnológico Há grande diferença de biodiversidade de aves em Florestas Secundárias e Florestas Nativas Virgens, ou Primárias, que são fontes de biodiverisdade e refúgio para espécies que possam colonizar novas florestas restauradas. Nas matas secundárias, acontece o fenômeno da homogeneização biótica das aves, por isso nelas encontramos sempre espécies de pássaros mais comuns.

Encontre as palavras em vermelho no diagrama: R A Z

I

N o L o C A B u M J

S E C u N D A R I A S o

N D S f G N A V o N E o

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A u o V S E I C E P S E S

G Q M L o Ã Ç u G E L t A

A u S D I f E R E N Ç A L


8 • cidadania_exclusivo

360: O que o levou a criar o Fruto? Alex Atala: fiz  50  anos  e  pensei.  Vou parar? Será que é isso? Não, não quero nem  pensar  em  parar  de  trabalhar, mas talvez eu não tenha mais 50 anos ativos pela frente. Nesses 30 anos de profissão e 18 anos de Dom Restaurante, em algum momento, para continuar  tendo  prazer  e  felicidade  e continuar fazendo o Dom ficar cada dia melhor, eu montei o Atá (Instituto Atá), pra trabalhar junto com o meu fornecedor e dar suporte a ele, para que o meu restaurante ficasse ainda melhor, com a consciência de que estivesse fazendo melhor para quem me fornecia  do  que    pra  mim  mesmo. Esses dois caminhos, de um lado ficar mais  velho,  chegar  aos  50  anos  e querer fazer outras coisas, e a maturidade  dos  restaurantes,  hoje  super bem estabelecidos, abriu uma porta para  iniciarmos  mais  um  caminho, mais uma página de trabalho. 360: Nesses dois dias do Seminário Fruto você olocou em cena um universo de linhas de pensamento. Você está provocando uma avalanche em torno do assunto. Qual seu objetivo?

Alex Atala: Na verdade eu acho que dei muita sorte. Primeiro por ser um lugar pequeno,  para  apenas  300  pessoas, com um live streaming (transmissão ao vivo). Acho que se fossem mil pessoas não teríamos conseguido reunir tantos pensamentos, talvez eles se dispersassem. Acho que tem o momento, também. Acho que todos nós tínhamos um pouco disso na cabeça e não estivesse claro. E o evento conseguiu cristalizar isso, até para mim. Eu não premeditei tudo isso. Ao contrário. Eu não tinha dinheiro, então só podia fazer ali. Chamei pessoas que em algum momento da vida esbarrei com elas e fiquei admirando muito. A Rose, por exemplo, é da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). fui fazer uma reunião com ela cheio de preconceito. E assim que ela começou a falar, pensei “meu  Deus  do  céu,  de  onde saiu essa mulher, essa força?”. o Rodrigo, da fio Cruz, eu conheci num péssimo momento da minha vida, de várias maneiras, quando tentei fazer alguma coisa em Inhotim. foi um trauma que quase me levou à falência. Mas ali encontrei  um  cientista,  falando  de  alimento de uma forma que eu não nunca tinha imaginado na vida. Então falei: “esse cara temos que trazer.”  360: Você é muito rodado. Quantos anos nesse caminho da defesa ambiental contemplando as pessoas que estão produzindo alimento? Alex Atala: Espontaneamente, há mais ou menos 15 anos. Eu fui buscando ingredientes,  tomando  tapas  na  cara, isso foi entrando na minha vida e eu fui  abrindo  espaço.  E  por  opção  há cinco  anos,  quando  criei  o  Atá.  Eu sempre brinco e falo que tenho dois chapéus, um de mercenário, dono de restaurante, e um de missionário, que é o de fundador do Atá. 360: Era o que eu ia perguntar: você percebe que é um missionário, que você tem uma luz que aglutina?

foto: Leandro Martins | fRuto

Nesta edição,  trazemos com exclusividade uma entrevista com esse paulistano típico,  antenado e extremamente  capaz de  fazer acontecer:

*por Flávia Manfrin

em dois momentos: sendo aplaudido, ao lado do parceiro na liderança do Movimento Fru.to, * Alex Atala Felipe Ribenboim (acima), e na plateia, ouvindo e aplaudindo seus convidados * foto: Leandro Martins | fRuto

Como foi noticiado em nossa última edição, em final de janeiro o 360 fez a cobertura das ideias, práticas e visões  expostas no Seminário Fruto _ Diálogos do Alimento,  promovido por Alex Atala,  o mais respeitado e  reconhecido chef brasileiro  e fundador do Instituto ATÁ, focado na relação do homem com o alimento.

Alex Atala nos fala sobre o seminário fruto


foto: Leandro Martins | fRuto

*

Alex Atala deiza sua mensagem no painel coletivo que ficou exposto durante os dois dias do Fru.to. À esquerda, Atala (terceiro, à partir da esquerda, na terceira linha de pessoas, de cima para baixo) entre parte dos palestrantes, organizadores e jornalistas em visita à na foto na Fazenda da Toca,do empresário João Paulo Dinis, que ofereceu almoço 100% orgânico ao grupo que pode conhecer de perto a horta criada com base na agricultura sintrópica e a escola inserida em ambiente de boas práticas ambientais

*

Alex Atala: Eu acho que tenho uma voz muito forte  dentro  e  fora  do  Brasil.  Nunca  na minha vida pensei que seria um chef que estaria entre os melhores do mundo, que os  melhores  chefs  do  mundo  ficassem loucos com o que eu faço, me perguntando como encontro e preparo os ingredientes. Nunca achei que meu trabalho chegasse a ser transformador desse jeito. Isso me deu uma visibilidade fora do Brasil e uma força dentro do Brasil que eu podia guardar para mim, falar “olha como eu sou legal”. Mas eu quis trilhar esse outro caminho.

360: O que você espera das pessoas que participaram do Fruto? Quem são elas? Alex Atala: Eu chamei a imprensa e pessoas que de alguma maneira têm interesse no assunto. o maior elo entre a natureza e a cultura é o alimento. Então pessoas ligadas ao meio ambiente e à natureza e pessoas ligadas à cultura e que em algum momento da minha vida demonstraram interesse ou me contaram alguma coisa são as pessoas que chamei para falar e para assistir. 360: Qual vai ser a colheita desse evento?

360: E também aumentar a sua montanha de poder, material.

Alex Atala: o que eu quero muito é que o fru.to não seja um evento, mas um moviAlex Atala: É, mas ambiciono tão pouco isso.   mento. Acho que na mesma semana, no ano que vem, eu já comecei a falar com 360: Fale um pouco dessa sua ambição. amigos para fazer eventos ligados. Acho que a questão da educação alimentar funAlex Atala: Não quero fazer apologia ou ficar damental. Já falei com a Bela (Gil) e vou falar contando história triste, mas sou de uma com outras pessoas para que exista ou dois família simples daqui de São Paulo. Eu acho dias  de  fru.to  ou  um  evento  paralelo  só que fiquei rico no dia que tirei da minha para falar dessa questão. Estamos em São vida o tormento de pagar aluguel e manter Paulo, uma cidade muito urbano, bem desmeus filhos. o dia que venci esse patamar conexa  do  Brasil.  Isso  traz  características da sobrevivência, quando pensei que no positivas  e  negativas,  lógico,  então  acho ano  seguinte  essas  questões  estavam que pode ter um fru.to urbano, ligado à garantidas, eu já estava rico, já tinha o que música, às artes plásticas, às hortas comuniprecisava. Eu já tive mais dinheiro do que tárias. Há 10 dias eu coloquei um post de tenho hoje e não fui mais feliz. E já fui bem um amigo no Instagram que dizia que planmais pobre e fui muito feliz. Então este valor tar sua própria comida é como imprimir seu do dinheiro nem entra na minha conta. Não próprio dinheiro. os comentários foram abpreciso mais do que tenho hoje. surdos, inclusive porque estava na forma de

uma poesia, numa pixação. As pessoas disseram que era ilegal imprimir o próprio dinheiro, teve gente falando que era fácil falar, que eu nunca tinha morado num apartamento  (como  se  eu  tivesse  nascido  em berço esplêndido)… e depois você encontra um cara como o Ron finley (norte-americano que ganhou notoriedade mundial plantando alimentos em áreas abandonadas de Los Angeles (Califórnia/EuA). Então tem espaço para um evento fruto voltado para promover uma reconexão do homem urbano com o alimento e re-significar o que é sustentabilidade.  Porque quando se fala em sustentabilidade, para a grande maioria, soa chato. Soa sem prazer, soa culpa. As pessoas vão fazer coisas sustentáveis  como  obrigação, como ir ao dentista. E o que é comida, o que são as artes? É prazer. A gente pode trazer a  nova  geração  para  esse discurso. Porque será incrível se daqui a 10, 15 anos, tivermos uma geração que nem precisa  pensar  em  sustentabilidade. Que isso já seja uma questão resolvida.  360: Você está falando da expansão do Fruto na metrópole. Você imagina expandir esse movimento também no interior, onde o setor produtivo é importante

e abragente, compreendendo desde pequenos produtores rurais a grandes produtores e indústrias? Alex Atala: Acho que temos que agir também no interior. fazer um pequeno fruto voltado para o agronegócio. temos um ótimo exemplo que é a fazenda da toca, do Pedro Paulo Dinisz . Podemos despertar a consciência juntando quem está produzindo no campo e na indústria.  Info: ATÁ_ www.institutoata.org.br Fru.to_ https://fru.to  __todas as palestras em vídeo. Assista!


10 • giro

360_personagem

o engenheiro que  virou ribeirinho Quando nascemos e crescemos numa pequena cidade do interior, sabe-se lá por que, somos ensinados que ganhar mundo, fama e fortuna é sinônimo da mais plena realização. isso pode fazer sentido para a grande maioria ou por um período da vida. Mas o tempo pode provar que há controvérsias. É o que ilustra a história do engenheiro civil Coligni Domingues. filho do professor Ernesto Domingues, educador de Piraju, cidade onde nasceu e viveu até à adolescência, ele tinha apenas 14 anos quando seguiu para Piracicaba para estudar silvicultura. um ano depois, desistiu da empreitada e mudou-se para a capital paulista, onde terminou o científico (ensino médio) e ingressou numa das mais renomadas faculdade de engenharia da época, o Mackenzie, na década de 60.

obra, ele não acredita, por exemplo, que projetos de hidrelétricas que gerem pouca energia, como os propostos para o rio Pardo e para o Paranapanema, devam ser levados adiante. “Talvez compense para quem faz a barragem, porque pelo estrago, não compensa”, diz o engenheiro.

Diplomado deu início a uma trajetória de sucesso no campo da engenharia sem se dar conta de que estava alimentando um vínculo com suas raízes que no futuro o levaria a optar por uma vida distante dos grandes centros e das grandes obras, à beira das águas do rio itararé, na represa de Chavantes. ingressou na uSELPA (usinas Elétricas do Paranapanema), empresa estatal dedicada à soluções energéticas que depois se transformaria em CESP (Centrais Elétricas de São Paulo) e depois de atuar numa obra de usina térmica em flórida Paulista, numa função que o mantinha na capital, conseguiu transferir-se para Chavantes como engenheiro da obra que resultaria na reperesa que formou um dos mais belos cenários da região, cercado por cidades paulistas (fartura, Tinburi, ipaussu e Chavantes) e paranaenses (Carlópolis e ribeirão Claro). “Eu queria muito trabalhar na construção de uma usina hidrelétrica. Quando cheguei em Chavantes, estavam sendo feitos os túneis para desviar águas que depois seriam usados para levar água às turbinas”, relembra.

Em um cenário 100% bucólico, ele tem que viajar cerca de 15km para chegar a fartura ou outros 40km para ir até Piraju a fim de fazer supermercado, famácia e ir ao banco, por exemplo. E se declara feliz e realizado por viver assim, já há mais de 23 anos, ao lado da companheira isabel, com quem foi criado na mocidade, com quem dividiu a missão de cuidar do professor Ernesto em seus últimos anos de vida, e com quem descobriu o amor verdadeiro, amigo, companheiro e eterno.

Ele conta que na época não se falava em energia limpa, como passaram a ser chamadas as hidrelétricas. “isso surgiu depois dos acidentes com usinas atômicas”, diz, referindo-se aos acidentes que ocorreram na década de 80. Apesar de ter orgulho de ter feito parte da equipe que construiu a

Após mais de seis anos dedicados à represa de Chavantes, ele voltou a São Paulo, desligou-se da CESP e ingressou na Sabesp. Seu coração, porém, ficou ligado à obra que ajudou a construir. Tanto que depois de aposentar-se escolheu viver em Areia Baixa, um bairro rural paradisíaco que liga fartura a Timburi. Ali, apesar de não depender da pesca, vive ao estilo ribeirinho – à beira d'água doce e distante dos confortos da cidade.

o prazer de sua rotina não é difícil de adivinhar depois de conhecer sua bela casa, uma obra inteligente com vista para a represa, assinada pelo arquiteto Paulo do Val, de Piraju. repleta de plantas minuciosamente cuidadas pela esposa, ali encontramos elementos modernos, como aquecimento solar, convivendo com uma infinidade de discos, livros e documentos que promovem uma divertida conexão entre passado e presente. Pelo astral do casal, que vive respirando a a sabedoria colhida na vida, nos livros e natureza, também é visível o acerto de sua opção em abrir mão da vida agitada e repleta de novidades e confortos da cidade grande para viver como ribeirinho. uma que prova de que muitas vezes a melhor recompensa para uma vida de estudos e trabalho, reside na origem de nossa existência. Pode levar tempo para descobrirmos isso, mas faz muito sentido. “Nunca pensei em voltar a Piraju”, admite o engenheiro que vive cer-

Caderno das mudas de *árvores, boas histórias para partilhar. E a casinha de pássaros do jardim

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Coligni e Isabel, o casal *que troucou a cidade grande pela natureza * cado por montanhas e águas claras. Quando me aposentei, quis desfurtar da obra que ajudei a criar e plantar árvores”, conta sobre a decisão pouco comum que tomou. foi o que fez no terreno que comprou à beira da represa. “A melhor terra de fartura foi submersa”, afirma Coligni. A maioria das 400 mudas de árvores que plantou em seu terreno, hoje de um morador local, não vingou como imaginava. Todas elas estão catalogadas num pequeno caderno, para deleite de quem gosta de uma leitura leve e impregnada da delicadeza com que tratou cada uma das mudas plantadas. isso não o fez desistir de enfeitar sua casa de árvores e das mais belas flores, que encantam seus hóspedes e amigos, assim como os animais silvestres que ali vivem livremente, especialmente pássados, ali-

mentados carinhosamente por isabel, que os chama pelo nome ou por apelido. Depois de duas visitas repletas boa conversa e Memória: projeto da curiosidades do represa de Chavantes acervo cultural e natural do engenheiro que completa 87 anos neste dia 31 de março, encerro com a pergunta: o que mais toca seu coração neste lugar? “A beleza disso e o sossego que tenho aqui”, responde sem titubear, provando ser dono de um elevado nível de riqueza, o da capacidade de encontrar na natureza mais simples, a maior recompensa.

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11 • acontece

uma história de sucesso pautada na boa conduta

foto: flavia Rocha | 360

A São João Alimentos comemora 50 anos com a solidez de quem investe em qualificação e qualidade e se orienta pela honestidade e senso comunitário

* Com muito amor ao trabalho e respeito humano, a equipe da São João Alimentos festeja 50 anos da empresa que tornou-se sinônimo da mais alta Sediada em Santa Cruz do rio Pardo, principal centro comercial de arroz do Estado de São Paulo, a São João Alimentos, dona das marcas Pateko e Empório São João, tem muito a comemorar ao completar cinco décadas de atividades. Com duas unidades produtivas, a segunda, em uruguaiana/ rS, também importante pólo de comercialização do ingrediente mais comum na mesa do brasileiro, o arroz, e um centro de distribuição próximo à capital, a empresa cresce de maneira segura e pragmática, conseguindo expandir suas atividades, tanto geograficamente, quanto na variedade de produtos ofertados ao mercado. Atualmente, são muitas variedades de grãos, entre várias categorias de arroz e de feijão, além de pipoca, lentilha,entre outros. Ao bem estruturado aparato produtivo e capacidade de expansão e diversificação, soma-se a essa história de sucesso um importante diferencial de mercado: o caráter da empresa. É com base numa conduta pessoal e coletiva muito evidente em termos de comprometimento com princípios básicos de cidadania, como honestidade,

respeito e solidariedade, que a família do fundador da empresa, João Pegorer, patriarca que empresta seu nome ao empreendimento, conduz o dia-a-dia de um time de mais de 300 profissionais, todos certamente cientes de fazerem parte de uma das melhores empregadoras de toda a região, que investe sistematicamente em qualidade, modernização e capacitação profissional. Com a típica simplicidade que os tornam cidadão admiráveis, os diretores Marcos, filho de Laurindo, que edificou a empresa junto com Adalberto e irineu, nos contam como avalia esse momento: 360: Marcos, você herdou isso muito jovem. Como é comemorar os 50 anos da empresa que seu pai ajudou a criar antes de você nascer? Marcos Pegorer: É muito gostoso. A gente faz isso com muito prazer, foi herdado do meu pai e com muito carinho toco isso desde novo, entrei na empresa com 15 anos e passados 30 anos continuo com a mesma alegria, com o mesmo amor e a mesma

dedicação de sempre. E com certeza vamos continuar assim. 360: irineu, depois de 50 anos, o que você espera para a empresa? irineu Pegorer: A bem da verdade eu espero que ela tenha um crescimento físico, mas que ela nunca desvie dos princípios em que ela vem sendo trilhada. Que ela nunca desvie da humildade, da verdade, da retidão, principalmente da oração, porque nós colocamos Deus sempre protegendo essa empresa. E que ela cresça realmente, porque ela tem uma missão. Essa missão está dentro do nosso coração, que é o entusiasmo de levar um bom produto para a mesa das pessoas de todo o Estado de São Paulo, do Brasil. E que os nossos sucessores tenham isso em mente, tenham esse compromisso e entusiasmo de não desviar dos princípios traçados. 360: Adalberto, como você avalia os 50 anos da São João Alimentos?

qualidade

*

Adalberto Pegorer: Cinquenta anos para nós é uma sobrevivência. Porque nesse período muitos colegas, muitos concorrentes da nossa época acabaram parando, tiveram dificuldades. Nós nos consideramos vencedores, porque sobreviver a tantos momentos políticos diversos, a tantas situações econômicas que o país viveu, é ser um sobrevivente. As coisas aconteceram porque sempre procuramos fazer o melhor, sempre procuramos nos reciclar, promover a formação das pessoas, investir em equipamentos. Sempre enxergamos o mercado de forma perene, para a gente construir ao longo dos anos. Não com uma finalidade temporária, de investir 10 anos. Acho que uma empresa tem que pensar em permanecer, não no sentido da vaidade, mas no sentido de construir algo para a comunidade deixando um legado para a sua vida.



60 mil pessoas querem o Rio Pardo livre de barragens

São 60 mil pessoas que assumiram documento assumindo que querem o rio Pardo livre de barragens.

Apesar da maciça e consistente busca pela preservação do rio Pardo iniciada em 2010.

São dois Projetos de Lei [PL 180/14 e PL 198/2017] propostos por deputados estaduais [Carlos Giannazi e Ricardo Madalena, respectivamente] que visam a proteger o rio Pardo da ação degradante da construção de usinas hidrelétricas.

Apesar de estarmos era da sustentabilidade, onde já se sabe que é imprescindível tratarmos toda a água limpa e despoluída livre de interferências que possam comprometer seu estado natural.

São inúmeras palestras com base científica proferidas em órgãos reguladores, escolas, Câmaras de Vereadores, eventos empresariais, feiras agropecuárias onde todos compreenderam a insensatez desses projetos.

Apesar da disponibilidade de diversas fontes sustentáveis de energia disponíveis e capazes de superar o volume proposto pelas barragens gigantes que tem construir no rio Pardo. Apesar da crise hídrica dos anos recentes no Estado de São Paulo e do programa de nascentes e projetos hídricos criados pelo governo estadual.

São centenas de páginas de um processo movido pelo Ministério Público através do GAEMA, solicitando um Estudo de Impacto Integrado dos cinco projetos propostos para o rio Pardo antes de qualquer obra, exigência que deveria ter constado da lista dos órgãos que avaliaram os projetos quanto à sua viabilidade social, econômica e ambiental.

Apesar das moções de apoio à preservação do rio Pardo assinadas por vereadores de 20 municípios.

São dezenas de capas e reportagens de jornais, rádios e TV mostrando a fragilidade de um rio despoluído que supre as necessidades urbanas e rurais de 15 municípios.

Apesar das diversas irregularidades encontradas pela CETESB nas obras que prosseguem em Águas de Santa Bárbara, inclusive contrariando determinações de embargo do órgão fiscalizador.

Apesar da aprovação unânime dos PLs 180/14 e 198/17 pelas comissões cabíveis na ALESP.

Os PLs encontram-se parados na mesa da presidência da ALESP. O processo movido pelo GAEMA corre a passos lentos, atropelado por uma série de ações burocráticas. A Cetesb fiscaliza, avalia e pune as infrações nas obras da PCH Ponte Branca com meses de intervalo.

Por que a justiça, o legislativo e o executivo estadual protelam esse caso? Especial Rio Pardo Vivo - encarte da edição 146 do Caderno 360 [março/2018]

foto: acervo Caderno 360

Obras que não vão gerar um volume significativo de energia. Desmatamento de matas natiivas impossíveis de serem repostas. Dispersão de animais silvestres. Comprometimento do abastecimento de água de 15 municípios Comprometimento da produção agrícola de 15 municípios. A quem, afinal, interessa a construção de barragens no Rio Pardo?





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