Caderno 360 _ ed 154 _ nov18

nº 154

bem viver _ escolas para

foto: Flavia Manfrin | 360

terceira idade provam que é saudável e gostoso buscar um novo aprendizado •p7

agro _ o sucesso do 1º Encontro de Horticultura Sustentável de Sta Cruz prova que a agroecolgia é mais do que uma tendência •p5

cidadania_o coletivo Fala Vila Divineia realiza mais um evento de inclusão social em que a arte produzida pelos moradores revela talentos e mostra sua eficiência •p6

Caderno 360 Gostoso de ler .

Circulação Mensal: 6 mil exemplares Distribuição: • Águas de Santa Bárbara • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • Santa Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo •Timburi

G

! s i t rá ANO 13

novembRo 2018

Praias de água doce valorizam entorno do rio Paranapanema Um rio corrente é um rio acessível a todos. Um rio corrente é um rio de praias limpas e sedutoras, que atraem turistas de qualquer parte

do mundo. Essa riqueza ainda resiste no rio Paranapanema, em pontos onde seu represamento ainda não afetou sua natureza

clara e suas matas. A preservação dessas águas correntes é um dos maiores desafios da região e precisa de apoio estadual e federal.

Pontos Rodoviários: • Cia da Fazenda • Graal Estação Kafé • Orquidário Cyber Café • RodoServ • RodoStar • Varanda do Suco Versão On line: issuu.com/caderno360 facebook/caderno360

foto

autor: José Donato Suzuki • 7/10 Rio Paranapanema - Piraju/ SP

concurso

Sua foto na capa do 360

2 • editorial

Do Latim Conscientia, de Consciens ‘estar ciente, percebendo’. Vêm da expressão Cum se scire actione, ‘quando se sabe a ação’, no sentido da percepção do que está acontecendo. Conscius (que sabe bem o que deve fazer) e sciens(conhecimento que se obtém através de leituras; de estudos; instrução e erudição Há completos 13 anos decidi abandonar minha trajetória profissional no campo da comunicação corporativa, que me rendia excelentes ganhos e prestígio no mercado, para promover a consciência coletiva em cidades pequenas do interior, próximas onde nasci e cresci. Foi por amor. Amor ao trabalho, pois era a minha maior fonte de felicidade (hoje são meus cães) e amor à minha terra, à minha gente.

Uma terra que produz o que se planta, onde há rios limpos a nos permitirem fartura nas colheitas, clima temperado, água nas torneiras e muitas atividades de lazer acessíveis a todos, sem exceção, sem precisar de uma lancha cara, de um jet ski.

Uma terra de gente simples e boa. Disposta muito mais a fazer do que a ler.

Porém, é lendo – esse hábito é essencial, além de bons ouvidos –, que conseguimos desenvolver a nossa própria consciência. É esta a razão de ser desse projeto que atraves-sa sua segunda década: formar consciência.

Co n s ci ên cia A biodiversidade oferece para os ecossistemas de produção (agroecossistemas) funções críticas que não podem ser substituídas indefinidamente por pesticidas e herbicidas sem causar danos ao meio ambiente e consequentemente à saúde financeira da propriedade. _Jonathan Lundgren Dr. Jonathan Lundgren é um agroecologista, entomologista, agricultor e apicultor. Ele começou sua carreira como cientista premiado trabalhando para o Serviço de Pesquisa Agrícola do USDA na avaliação de risco de pesticidas e no desenvolvimento de soluções de gerenciamento de pragas ecologicamente intensivas para os agricultores. Juntamente com sua família e equipe de laboratório, o Dr. Lundgren iniciou a Ecdysis Foundation e a iniciativa Blue Dasher Farm em 2016.O objetivo desta iniciativa é reinventar nosso sistema de produção de alimentos ao longo de princípios regenerativos. Ao conservar o solo e promover a biodiversidade nas fazendas, podemos produzir alimentos nutritivos de forma lucrativa. Tudo isso enquanto reduz muitos dos impactos negativos que a agricultura tem em nosso planeta.

Só poderemos abrir mão de um Dia da Consciência Negra quando o racismo tiver sido banido das nossas práticas diárias do presente, garantindo que seja um comportamento extinto no futuro e uma ferida curada do nosso passado. _ Fernanda Lira Fernanda Lira é jornalista paulistana que dedica-se a observar e reportar o comportamento humano. É colunista do Caderno 360.

São 154 edições dedicadas a escrever textos curtos, diversos em assuntos e autores, num formato de jornal menor, para que possa caber em qualquer bolsa, ou bolso, em qualquer mesa ou estante. E de graça, para que todos possam tê-lo em mãos. Treze anos ininterruptos de trabalho e muita emoção, não apenas a das coberturas de eventos como o Fala Vila Divineia, as celebrações da UATI/UNIFIO, do

Centro Cultural Special Dog, do NEAAvaré, do Encontro de Horticultura Sustentável Santa Cruz, todos presentes nesta edição que conclui este 13º ano de circulação, mas a do dia a dia de um céu azul a me guiar.

Em meio a tudo isso, muitas lutas, como a da preservação dos nossos rios Pardo e Paranapanema, muito aprendizado, dos mais complexos, aos mais

e xpediente O Caderno 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados.

Tiragem: 6 mil exemplares.

Distribuição gratuita. Redação-Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›,Odette Rocha Manfrin ‹receitas e separação›, André Andrade Santos ‹corres-pondente SP›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade, Benedito Neto e Fernanda Lira. Ilustrador: Sabato Visconti. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados são de respon-sabilidade de seus autores.

• Endereço: R. Cel. Julio Marcondes Salgado, 147 — centro — 18900-000 — Santa Cruz do Rio PaRDO/SP • F/WHATS: 14 99653.6463.

C a r t a s / p u b l i c i d a d e :

360@caderno360.com.br

CADERNO360_nº154_NOVEMBRO 2018

simples, inclusive no campo culinário, nas preparações de receitas junto com minha mãe, e muitas histórias.

Porém, por mais que tudo isso seja de grande relevância pessoal e também para a história do Caderno 360, nada supera a satisfação de disseminar consciência que somente um jornal ético, comprometido com a verdade e desprendido de vínculos comerciais ou políticos, representa. É com esse gosto de papel cumprido e a determinação de seguir em frente que apresentamos esta última edição do Ano 13. E partimos pra novas pautas, a partir do próximo mês,o do nosso 14º aniversário. Boa leitura!

Flávia Manfrin editora 360 360@caderno360.com.br

*José Mário Rocha de Andrade

Fake news Mentir é uma arte! Que o digam os mentirosos de classe. Oscar Wilde escreveu que "a finalidade do mentiroso é simplesmente fascinar, deliciar, proporcionar regozijo. Ele é o fundamento da sociedade civilizada". Um dos livros do Asterix e Obelix chama-se "A Cizânia". Um viajante trapaceiro, mentiroso chega à vila onde moram e causa a cizânia, a discórdia entre os moradores. Da chegada humilde, às conversas, passou a dar consultas falando às pessoas que o procuravam, fazendo previsões, dizendo somente o que essas pessoas sonhavam e gostariam de ouvir, sem compromisso nenhum com a verdade. Fake News dos dias de hoje. Às duras penas foi expulso pelos nossos heróis, sob o protesto de muitos fascinados e crentes em suas mentiras.

O preconceito é parente das Fake News, é uma conclusão sem premissas. Nasce da ignorância e da imaginação que cria uma explicação para algo que não sabemos explicar. A superstição vai um pouco além, para ser criada, precisa estar vinculada ao medo e à transcendência. Nasce do medo e gera medo.

A internet tornou-se um prato cheio para os trapaceiros amantes das mentiras, seu parque de diversões e, como na vila de Asterix e Obelix, sempre haverá uma multidão a adorar mentiras gostosas de ouvir e acreditar até quem sabe, apareça um dia um Asterix do século XXI para expulsá-los, obviamente para o desgosto dos fãs. *médico santa-cruzense radicado em Campinas

Aprender pra que? *Fernanda Lira Hoje em dia, mais do que nunca, todo mundo tem acesso ao ensino, à qualificação, à profissionalização, algo que você consegue através do ensino técnico, do ensino superior. O fomento ao aprendizado acadêmico é sistêmico, havendo cotas para pessoas em situação desfavorável, aprendizado à distância e uma grande quantidade de escolas de ensino técnico e superior aumentou muito, além da diversidade de cursos oferecidos.

Por que, então, as pessoas sabem cada vez menos? Essa é a questão.

Porque na mesma proporção que aumentam as facilidades e acesso ao estudo, aumenta a deficiência das pessoas a entender o que está escrito. Mais interessadas em lucrar do que em formar bons profissionais, as escolas fazem vista grossa, algo que acontece desde a infância, quando tornou-se praticamente impossível para um professor reter um aluno para repetir a mesma série.

Essa mágica de tapar o sol com a peneira e formar milhares de pessoas que não economizam nas roupas, becas e festas de formatura se desfaz na hora de atuar, de entrar em campo. É daí que surgem pessoas frustradas ou arrogantes, que acreditam estarem preparadas para o mercado de trabalho, mas não estão.

Não adianta ter um diploma se você não souber ler e escrever direito. Se você não souber interpretar corretamente o que está escrito nos livros, sejam eles impressos ou virtuais. A capacidade de entendimento é fundamental para que você possa realmente se qualificar e abraçar uma profissão.

Se isso lhe causa preguiça, saiba que aprender é algo que sempre estará diante de nós. Mesmo os que tiveram a sorte de ter realmente uma boa e eficaz formação acadêmica, que entendem tudo o que lhes chega aos olhos para ler, o aprendizado precisa ser constante.

imagens Pixabay

de vista

imagens Pixabay

3 • ponto

primeiro porque a rotina prática de um profissional traz inúmeras questões que não são vistas em salas de aula. E encarar tais desafios sem saber o básico, é ainda mais difícil.

Então, em vez de tornar a sua vida mais complicada e os seus objetivos mais distantes de serem alcançados, assim como aumentar o risco de perder o seu emprego ou a promoção dos seus sonhos para um colega mais qualificado, procure ler.

Leia todo dia. Leia sempre. Leia primeiro os títulos. Depois leia os títulos e o primeiro parágrafo. E depois leia o texto todo. Leia esse jornal inteiro. Você tem um mês até sair uma nova edição (às vezes uns dias a mais, outras, dias a menos). Leia também um livro. Meia página por dia. E vá aumentando progressivamente.

Você pode ter certeza que sua vida vai mudar.

Porque sua mente vai tornar-se mais capaz de algo essencial para você vencer na vida, mesmo que você já tenha tudo garantido por conta das conquistas da sua famíla, de seu pai, por exemplo. Vencer não é apenas ter um carro novo, a casa mais bonita e um alto valor na sua conta do banco. Vender inclui saber. E saber todo mundo pode, basta ler. Simples assim. Pode acreditar. *jornalista paulistana que adora o interior

Ora ação João 62 VS 10

“Não confieis na opressão, nem vos ensoberbeçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração.”

agronegócio_ meio ambiente

Um sucesso de público e de conteúdo. É o que se pode dizer do 1º Encontro de Horticultura Sustentável de Santa Cruz do Rio Pardo. Realizado nas dependências bucólicas da Hidroceres, empresa produtora e revendedora de mudas e sementes, o evento foi promovido pela Secretaria de Agricultura de Santa Cruz em parceria com o Sindicato Rural da cidade – que contou com o apoio de produção do Senar (braço rural do sistema Sesi) – e contou também com a contribuição deste periódico. Com um conteúdo diferenciado, a programação durou toda a tarde do dia 30 de outubro, quando especialistas do NEA Avaré (Núcleo de Estudos de Agroeocologia daquela cidade) apresentaram um documentário mostrando os resultados positivos e perenes dos últimos cinco anos de fomento de produção orgânica em Avaré, abrindo o evento que seguiu com um longo bate-papo entre os cerca de 50 participantes e o engenheiro agrônomo Sérgio Pimenta, profissional com larga experiência em práticas sustentáveis e sistemas de migração para produção orgânica.

Entre os participantes, estiveram presente produtores rurais do município e pessoas interessadas em iniciar produções sem uso de agrotóxicos, muitos deles professores aposentados, profissionais liberais e comerciantes. O grupo também inclui engenheiros agrônomos, biólogos e especialistas em pesquisa ambiental, incluindo profissionais da Unesp de Ourinhos.

Merenda orgânica – Previsto para durar toda a tarde, os participantes também puderam conhecer o trabalho de Maria Izabel Alvez, proprietária rural de Avaré que depois de implantar a produção orgânica em seu sítio, inaugurou uma panificação orgânica, onde bolos, pães e tortas são preparados com produtos 100% livres de agrotóxicos, sempre acompanhados de patês feitos a partir de produtos frescos da roça, incluindo os PANCs (produtos alimentícios não convencionais). Expostos numa farta mesa, os quitutes deixaram os participantes ainda mais entusiasmados com a perspectiva de migrar para uma produção sustentável, onde o uso de produtos químicos é substituído por controles naturais, como sistemas de muda alta, uso de palha, manejo de pragas e uso de biodefensivos, entre outros.

Horticultura Sustentável ta ganha espaço em S Cruz fotos: Flavia Rocha | 360

5 •

público diversificado lotou o salão da Hidroceres *emUmbusca de conhecimento a respeito de práticas sustentáveis de produção agrícola * para aproveitar as dicas no dia a dia porque a gente mexe com bastante coisa na chácara.

Fátima Botelho Carrero, professora aposentada, proprietária rural e comerciante de cosméticos e produtos orgânicos: Eu e meu marido estamos cuidando do sítio e buscando informações e aprendizado para produzir orgânicos. O encontro foi muito útil, gostamos muito.

Público aprovou – Segundo o Sindicato Rural, a avaliação dos particpantes, que responderam a um questionário no final do encontro, foi bastante positiva. A seguir, alguns depoimentos que colhemos no encerramento: Jackson José Ferreira, pesquisador da UNESP/Ourinhos: Esse evento veio a calhar, pois queremos criar um centro de referência em agroecologia na Unesp. Tanto alunos quanto funcionários, temos frequentado cursos para obter novas técnicas e conhecimento. O curso de hoje foi muito interessante, eu adorei.

Sidney Covolan, produtor de hortifrutis: Gostei muito do encontro e de saber que estou no caminho certo. Tenho plantado com um índice quase zero de uso de defensivos químicos, o que está me trazendo um resultado financeiro muito melhor, pois eliminei os custos dos agrotóxicos.

Estou colhendo produtos com valor agregado, por um preço baixo. O controle que faço é por manejo e uso de inimigos naturais para combater pragas. As pessoas que compram percebem o sabor diferente e valorizam o produto. Mercadinho do Nei: 14 996914710

Maria Cristina Perusi, professora da Unesp/Ourinhos: Achei o curso maravilhoso, fiquei com o gostinho de “quero mais”. Será muito bacana se houver novos encontros com práticas de campo. Queremos participar e levar isso para o Campus da Unesp/Ourinhos.

Desdobramentos– Além da satisfação dos participantes, a avaliação dos organizadores foi bastante positiva e deverá render novas iniciativas na cidades para que o tema seja recorrente, incluindo aulas práticas em propriedades dos participantes. Interessados em integrar o grupo que está sendo formado na cidade devem procurar o grupo de organizadores para que sejam informados de novos encontros.

Aldivino Alves Mira Sobrinho, produtor rural: Achei ótimo. Dá

Contatos: 14 3332.1100 (Hidroceres), 14 3373-2223 (Sec. Mun. de Agricultura) e 14 3373-5454 (Sindicato Rural).

6 •

cidadania_cultura

O importante papel transformador da arte Moda, dança, música, teatro, poesia, pintura, cinema,literatura. E muita festa, muita celebração envolvendo famílias inteiras, toda a vizinhança. É assim, com um forte espírito de integração e solidariedade que um dos bairros mais conhecidos – e mal falados – de Santa Cruz do Rio Pardo está se transformando num reduto de desenvolvimento coletivo com uma capacidade de produção sistêmica e de alta qualidade. Quem assistiu aos espetáculos e documentários apresentados pelo projeto Fala Vila, que lotou o teatro municipal da cidade em seu evento anual, pode entender o quanto é real e emocionante a mudança que está acontecendo na Vila Divineia, o bairro carente mais famoso da cidade por causa de suas necessidades e também da criminalidade que ali se instalou, a exemplo do que ocorre nas comunidades mais carentes de todas as cidades brasileiras.

Assim como a capoeira, a música, tem *ampliado os horizontes de crianças e jovens residente da Vila Divineia. Além da Orquestra de Câmara, que funciona no CRAS Betihna, há grupo de percussão e a bateria de carnaval

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fotos: Flavia Rocha | 360

mente pela comunidade, pelos próprios moradores, adolescentes, crianças, adultos, mães, o pessoal da associação de moradores e a equipe do CRAS.

A arte exaltando talentos – Os resultados que aparecem através do Fala Vila somam tantos nomes, tantas histórias diferentes, tantas idades, formação e crenças que impressiona ver como eles conseguem distribuir as tarefas e somar tantas boas realizações. Não há um ou outro nome expoente. São muitos a fazer as coisas acontecerem. Naturalmente, há líderes que coordenam as atividades, muitos deles funcionários do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Betinha, uma unidade que chama a atenção na cidade pelo volume de atividades e resultados surpreendentes.

Há, ainda, líderes da própria comunidade, que puxam o cordão criativo para promover essa mudança que está tirando dos mais jovens a perspectiva do crime como solução, abrindo seus horizontes para as inúmeras atividades profissionais relacionadas à produção artística e de eventos.

exposição “Salgadinhas”, homenagem *ao Afamoso fotógrafo Sebastião Salgado, já percorreru vários locais e eventos da cidade levando o olhar de crianças da Divineia sobre o lugar onde vivem. Abaixo, moradoras de todas as gerações celebrando o Dia da Consciência Negra

*

Fala Vila Divineia 2018 lotou o teatro *deOSanta Cruz com uma programação envolvendo poesia, teatro, cinema e, como não poderia falta, música

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360: O que é o Fala Vila ?

Antiella: O Fala Vila é um projeto de parceria entre o CRAS Betinha, morado-

Em 2017, fizemos o Fala Vila Empodera, que refletiu sobre as questões da violência cotidiana contra a mulher, a violência que todas nós sofremos.

Agora em 2018 fizemos uma oficina de vídeo no CRAS com os adolescentes, que resultaram em documentários, e a partir daí daí surgiu a ideia de contar a história da vila com o teatro.

360: Ainda há mais por vir?

Antiella: Vamos concluir 2018 com esse evento de documentários, poesia e teatro e ainda haverá uma oficina de grafite lá na vila, nós vamos grafitar. E tamb;em vamos começar a trabalhar o projeto de carnaval, tem o ateliê de costura e o CRAS é apoio da Escola de Samba para poder sair na Avenida.

Inclusão através da arte – A qualidade do que se produz na Vila Divineia tem tirado do gueto pessoas trabalhadoras e dispostas a ter uma vida digna, independentemente dos recursos que tenha disponíveis. É a prova concreta do quando a arte integra, do quanto a arte inclui, do quando a arte é capaz de transformar não apenas o sonho e o que se almeja, mas o presente, o dia a dia a realidade.

Papo reto – A convite do 360, a educadora Marci Brondi assistiu ao fala Vila 2018 e depois fez uma rápida entrevista com Antiella Carrijo Ramos, psicóloga que junto com outras profissionais, atua no CRAS Betinha, na Vila Divineia:

360: Quanto tempo acontece e como está desenvolvendo?

Antiella: Ele acontece desde 2016, com um primeiro projeto que foi um desfile de moda. Também foi produzido um documentário e a exposição fotográfica Os Salgadinhos, que está sendo montada também este ano e participou de muitos eventos da cidade.

res da Vila Divineia e Secretaria de Cultura de Santa Cruz do Rio Pardo, que como objetivo resgatar o protagonismo da comunidade através da arte, da cultura e da educação com foco na história da vila, para quebrar o preconceito que ainda existe na cidade em relação à Divineia.

360: Quem faz o Fala Vila?

Antiella: A equipe é composta principal-

360:: Quais as metas do Fala Vila?

Antiella: É quebrar essa barreira que existe entre a Vila Divineia e a cidade, acabar com a ideia que de lá não há nada de bom. Lá tem muita gente boa e os vínculos entre eles é uma forma de resistirem a todos os tipos de adversidade, de dificuldade. Então nossa meta é trazer esse protagonismo para a Divineia.

360: Falta ajuda?

Antiella: Falta. Tem a nossa equipe do CRAS, que desenvolve uma parceria bem bacana, mas eles precisam de ajuda, de doações de alimentos para as iniciativas de café da manhã, para as festas comunitárias. A prefeitura não tem como arcar com tudo, então fazemos campanhas.

7 •

bem viver

UATI/UNIFIO, de Ourinhos, e Centro Cultura Special Dog promovem integração de alunos da “melhor idade” e provam que juntos podemos ir sempre mais longe e da melhor forma fotos: Flavia Rocha | 360

Minha mãe tem 87 anos. Faltam apenas três para chegar aos 90. E minha mãe, acredite, é uma mocinha. Ela tem uma agenda de adolescente. Repleta de encontros com amigos, com a família, e de aulas.

Sim, minha mãe tem aulas, lições de casa, colegas de classe e até mesmo uma van escolar.O mais interessante disso tudo é como ela encara suas atividades escolares.Com disciplica, assiduidade e um interesse fora do comum em aprender. Ou seja, tudo que nossos pais e mestres desejam quando somos crianças e jovens.

De onde vem – Tudo começou na UATI – Univeridade Aberta da Terceira Idade – criada pela UNIFIO há mais de uma década, em Ourinhos. Com uma grade curricular diferenciada, que inclui aulas de memória, música, teatro, tai chi chuan, idiomas e informática, entre outras. Na coordenação, uma senhora, a dona Gerda, que além de lecionar memória, dirige o curso com maestria e um vigor invejável.

Foi através dela, incluisive, que outra coordenadora de aprendizado, no caso através da arte, Juliana Cravol Manfrim, desenhou a Vivência para a Terceira Idade do Centro Cultural Special Dog, onde as aulas, além

Nós é que decidimos até quando podemos aprender

de tudo são gratuitas. Aliadas na tarega, as duas iniciaram primeiro uma prática com a própria dona Gerda, que comparece às novas atividades e eventos do grupo de Santa Cruz, repleto de suas alunas. E chega acompanhada das alunas de Ourinhos, sempre dispostas a novas confraternizar.

de música reúne alunas da UATI (Ourinhos e Santa Cruz) com o grupo *deApresentação Vivência do do Centro Cultural Special Dog, onde as alunas também aprenderam artes e dança (acima). Familiares, incluindo muitos jovens, assistem às apresentaçõe de canto e poesia no auditório da UNIFIO, em Ourinhos (abaixo)

*

do que a idade que temos é a nossa disposição em encarar o novo. Minha mãe nunca imaginou-se no teatro, representando, como aconteceu na Vivência do CCSD e está prestes a acontecer de novo no dia 29 de novembro, quando a UATI realizará seu tradicional evento de encerramento anual, com apresentações artísticas, que incluem o espetáculo teatral “Paraíso das Ninfas”.

Como acontece – A rotina dessa turma que todas as terças toma o que chamo de “a van do milênio", em referêcnia à soma das idades das alunas, inclui todas as tarefas de um jovem estudante: trabalhos para fazer, materiais para levar, desafios a superar.

Neste contexo, minha mãe, que nunca foi muito ligada às artes, volta para casa sempre com novidades. Já fez o retrato de uma colega com colagem, criou objetos de decoração, desenhou, dançou,representou, cantou e, o mais surpreendente, junto com as colegas, já publicou dois livros.

Para onde vai – O mais incrível disso tudo, é que constatar que cientificamente, os novos aprendizados são essenciais para a preservação da nossa sanidade mental.

Ou seja, não apenas exercitar o cérebro, mas colocá-lo diante do novo, do desconhecido, de modo a aprender para poder

obter resultados, é considerada uma das melhores e mais eficazes prevencções para manter a mente saudável.

Lição de vida – Além da saúde mental, da convivência social e da minimização das limitações físicas, naturais quando a idade avança, essas aulas da UATI e do CCSD permite constatarmos que mais importante

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Talvez somente o tempo, esse precioso senhor que coman-da tudo e todos, tenha sido capaz de tirar dela qualquer limitação, como a timidez, outros compromissos, outras prioridades. Ou seja, a idade nos traz a liberdade de fazer o que quisermos. E para quem quer aprender, não sobra tempo para lamentos e doenças.

A vida torna-se agitada, repleta de alegrias e muitos aplausos.

8 • gastronomia

A doce vida em 4 versões Flávia Manfrin

receitas: Ivana Teodoro de Araujo

fotos: Flávia Rocha | 360

Cocada Queimada e Pé de Moça

Um docinho depois do almoço, no meio da tarde, depois do jantar. Como resistir? O que não faltam são receitas mirabolantes para nos seduzir com sabores, texturas e aromas inusitados e misturados. Porém, nesta edição a ideia é ser básico. E rápido. Por isso, trouxemos quatro receitas, duas delas bem doces – e deliciosas – e as outras mais leves da intensidade do açúcar, mas igualmente gostosas.

foto: google

Aproveite para testar, afinal, as férias e as festas vêm aí. E não pode faltar um docinho para acompanhar cafés, licores e vinhos.

_Ingredientes • 1 coco ralado grosso • 2 xícaras de açúcar • 1 lata de leite condensado • 1 colher de margarina Preparo: Coloque os ingedientes em uma panela e leve ao fogo, mexa até dar o ponto. Tire do fogo e adicione a margarina. Bata bem e então uma uma colher para separar as pequenas porções numa forma untada com margarina.

_Ingredientes • 1 prato de açúcar • 1 prato de amendoim cru • 1 lata de leite condensado Preparo: Coloque o amendoim e o açúcar na panela e leve ao fogo até o açúcar chegar ao ponto de caramelo.

Acrescente então o leite condensado bata tudo muito bem. Use uma colher para colocar as porções numa forma untada com margarina.

Espere esfriar e sirva,

Bolo leve de Ricota

Bolo de Iogurte

receita: Odette Rocha Manfrin

receita: Jane Manfrin Pegorer

_Ingredientes Massa • 400 a 500g de ricota amassada • 1 lata de leite condensado • 2 latas de leite integral • 4 ovos • 3 colheres de sopa de açúcar • 3 colheres de sopa de maizena • 3 colheres de sopa de margarina ou manteiga Preparo: Separe as claras dos ovos e junte as gemas e todos os outros ingredientes no liquidificador. Separadamente, bata as claras em neve. Misture tudo com cuidado e leve para assar em forno pré aquecido a 170º em forma untada com manteiga.

Acompanhamento: Faça uma calda de frutas cítricas para acompanhar. Morangos, amoras, jabuticabas, franboesas… ficam muito bem para dar um toque mais intenso ao delicado sabor da torta.

_Ingredientes Massa • 4 ovos • 1 copo cheio de iogurte natural, sem açúcar • 1 copo de óleo faltando 1 dedo para encher • 2 xícaras de farinha de trigo • 2 xícaras de açúcar • 1 colher de sopa de fermento em pó Preparo: Num liquidificador, bata os ovos, o iogurte e o óleo muito bem. Enquanto isso, peneire o açúcar e a farinha. Acrescente à mistura e bata novamente, muito bem. O segredo está em bater bem o bolo no liquidificador. Por último acrescente o fermento bata mais um pouquinho e pronto.

Asse em forma untada com manteiga e salpicada de açúcar e canela em forno a 170º.

9 • meninada

Pingo baba na moça de terno

P i n g o

Marque as 12 diferenças do desenho e os 12 erros do texto

Pingo está soando muito por cauza do calor deste país.

O Brasil é tão quente que pareçe que agente vai derreter. Ele está assim a duas horas e a sua convidada está cem entender nada. Eles conbinaram de sair para tomar um sorvete, mais ele não quer sair da frente do ventilador de geito nenhum. Ela está ali pensando que ceria melhor ter ficado na sua cazinha do que ficar pagando o mico de esperar esse preguissoso se refrescar em cima de uma pedra de jelo gigante

respostas_ Texto: suando - causa - parece - há (duas horas) - sem - combinaram - mas (sem o “ï”) - jeito - seria - casinha - preguiçoso - gelo.

Desenho: 1- Olhos do Pingo. 2- Patinha do Pingo 3- Gota de suor. 4- Rabo do Pingo. 5Bandeira amarela. 6- Base do Ventilador da esquerda. 7- Botão do ventilador da direita.

8- Aro do ventilador da direita. 9- Braço do Pingo. 10- Gota do gelo. 11- Focinho da cachorrinha. 12- Língua da cachorrinha.

O que Pingo mais gosta de fazer na vida é passear. E a hora era agora. Lá saem os dois, Alvinho e Pingo que olha tudo abanando o rabo e levantando as orelhas, corre para pegar a bolinha lançada por Alvinho, rola na grama, brinca com todas as pessoas que passam ao seu lado, para preocupação de Alvinho. Estavam na porta do Shopping e havia uma moça ali trabalhando. Vestia um terno preto, muito séria, mas Pingo não se intimidou. Correu até ela e pulou para brincar. Nessa brincadeira ela gritou. "Ele manchou minha roupa de baba!". Pingo já estava longe brincando com outra coisa e sobrou para Alvinho dar atenção à moça que ficou muito, muito brava. Pingo sempre é assim, o que vale é brincar e, se sujar, não faz mal nenhum, faz parte da brincadeira porque brincar é preciso, o resto não é! E tenho dito!

10 • acontece

Escorpiões pedem cuidados especiais Ciente dos alarmentes índices de acidentes com animais peçonhentos em todo o Estado de São Paulo, a prefeitura de Botucatu divulgou dicas para evitar a proliferação desses animais, especialmente os escorpiões, que respondem por 66% dos 33 mil casos, dos quais 28 fatais, somentes em 2018.

Segundo a Vigilância Ambiental em Saúde de Botucatu, bastam cuidados básicos para prevenir acidentes, como manter os ambientes limpos, já que escorpiões se alimentam de baratas e outros insetos comuns em locais abandonados, como quintais e terrenos baldios.

Veja as dicas:

imagem: Pixabay.com

Com 76 acidentes com esse pequeno animal, cuja picada pode levar a óbito, o município destaca que ações do homem na natureza, como o desmatamento, é a princi-pal causa da migração de escorpiões para ambientes urbanos.

Ambientes externos:

Ambientes internos:

1_ Manter quintais e jardins limpos, não acumular folhas secas, nem lixo.

12_ Rebocar paredes para evitar frestas.

2_ Não jogar lixo em terrenos baldios.

Por o lixo em sacos plásticos ou recipientes apropriados e fechados para serem levados pelo serviço de coleta.

3_ Limpar terrenos baldios próximos às residências.

4_ Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados.

5_ Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como materiais de construção civil e terraplenagens, entulho, superfícies sem revestimento, umidade, entre outros.

6_ Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados.

7_ Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos.

8_ Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões.

9_ Remover folhagens, arbustos e trepadeiras em paredes externas e muros.

10_ Manter fossas sépticas bem vedadas.

11_ Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas. _fonte: Vigilância Ambiental em Saúde de Botucatu

13_ Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha.

14_ Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas.

15_ Telar ralos de chão, pias e tanques.

16_ Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados.

17_ Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.

18_ Examinar calçados, roupas de vestir, cama e banho, panos de chão e tapetes antes de usar.

19_ Manter berços e camas afastados pelo menos 10 cm das paredes.

20_ Evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão.

Em caso de acidentes, deve-se lavar o local com água e sabão, procurar orientação médica imediata.

Não é indicado amarrar ou fazer torniquete, não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local ou fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções. Também não é orientado cortar, perfurar ou queimar o local do ferimento.

A identificação do tipo de escorpião pode ajudar a tratar com mais segurança.

Botucatu é premiada por controle da AIDS

Exemplar no controle de doenças sexualmente transmissíveis, Botucatu foi premiada por seu trabalho no combate e controle da AIDS. Concedido a cidades com mais de 100 mil habitantes que apresentem indicativos favoráveis sobre a eliminação da transmissão do vírus HIV, principalmente de mãe para filho, o “Prêmio Luiza Matilda” é concedido pelo Programa Estadual DST/Aids-SP, da Secretaria Estadual de Saúde. Disposta a obter a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV, Botucatu promove até 01/12 a campanha Fique Sabendo, para testes rápidos de HIV e de Sífilis que permanecem disponíveis gratuitamente nas 20 unidades de saúde no município. Info: 14 3811-1125

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