1 minute read
Quando Mídia Social era sentar com os amigos no boteco
Tento evitar a nostalgia. Ás vezes a gente tem saudade de um tempo que na verdade não existiu. Ou pelo menos apaga da memória a parte ruim. É fácil dizer: “Saudade do tempo que não existia celular, a gente marcava as coisas e todo mundo dava um jeito de aparecer na hora.”
No recente terremoto na Turquia, não fossem as redes formadas via mídias sociais em telefones celulares, uma parte significativa de vítimas sobreviventes não teria sido resgatada dos escombros. Se esse mesmo terremoto acontecesse nos saudosos anos pré-celular, milhares de seres humanos teriam morrido depois de intermináveis e terríveis horas de soterramento involuntário.
Advertisement
As ferramentas não são boas ou más, a maldade está no usuário. Toda tecnologia é amoral.
Veja por exemplo o caso das mídias sociais. Salvaram milhares no terremoto, mas são as grandes responsáveis pela disseminação de discursos de ódio que vêm dividindo em dois o planeta. De um lado os bons e do outro lado os maus. (O lugar onde você está depende do ponto de vista.) Essas mega corporações tecnológicas não querem saber se as pessoas vão se ma- tar, se os regimes vão implodir, se as pessoas sofrerão de ansiedade e depressão por causa da divulgação maciça de modelos de comportamento inatingíveis. Elas querem lucrar, e não interessa como. Cada segundo que você passa “gratuitamente” fisgado num discurso circular que te embala em sua confortável bolha, a empresa está monetizando em propaganda subliminar e vendas ocultas. Os consultórios psiquiátricos estão cheios de gente sofrendo de doenças velhas com roupagens novas.
Voltando à nostalgia, quem viveu no tempo quando não existia celular lembra que