foto: Flávia rocha | 360
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Paola ensina e fazer um patê da hora sem risco de fogão em meninada
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Mestre Cuca
nº
61 ANO VI
março|2011
Acompanhe o 360 na internet: www.caderno360.com.br
ourinhos ensina a
CIrCulaçãO mensal em 25 municípios: avaré • Sta. Cruz do rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Óleo • Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira César • Águas de Sta. Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo • Espírito Sto. do Turvo • Ipaussu • Chavantes • Botucatu • São Manuel • areiópolis • Ibirarema • Palmital • Cândido Mota • assis • Tatuí • agudos • Canitar
foto: Flavia rocha | 360
Nesta edição:
agronegócio_ as novidades do setor agro. Confira!
fazer boa reciclagem
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exclusivo_
arte: Franco Catalano Nardo | 360
O casamento precoce sob a ótica do jornalista Ivan Martins, editor executivo da revista Época
A Cooperativa Recicla Ourinhos já faz 40% da coleta da cidade e atende a grupos de catadores da região e do Brasil que querem se organizar de modo a conquistar o respeito, a adesão e o apoio dos poderes público e privado
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gastronomia_Pasta improvisada, leve e fácil de
na quaresma, mas os eventos culturais estão em alta e são grátis! aproveite!
fazer. Para dar sabor a dias de pouco entusiasmo culinário
foto:divulgação
Cena de “O Espetáculo do Monumento”, peça que virá a Sta. Cruz
foto: Flávia rocha | 360
agenda_ Bailes e festas diminuem
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Índice 2_ editorial _oração 3_ agronegócio 4_ meio ambiente 6_ gente 8_ gastronomia 9_ comportamento 10_ cidadania 12_ meninada 14_ ponto de vista 16_cultura _agenda 17_ papo cabeça 19_ bem viver
mansidão.
Ser manso é ser sábio.
Outro dia um amigo escreveu num site de relacionamento que queria uma vida mansa. A princípio parecia estar defendendo a preguiça, o ócio ou a vagabundagem. Mas interpretei de outra forma. A vida pode sim ser mansa se lidarmos com situações de maneira mais branda, sem conformismos, mas aceitando as dificuldades de maneira gentil e carinhosa. Confesso que esse é um grande desafio para mim, uma jornalista estressada de temperamento italiano “no úrtimo”, como dizem por aqui. Mas estou fascinada com essa ideia.
foto: Flavia rocha | 360
Exemplos não me faltam. A começar por dois ótimos chefes que tive na vida, dois empreendedores e homens de muito sucesso, que na época ocupavam a presidência das empresas para as quais eu trabalhava, no caso a Natura e o Banco BCN. Nunca os vi exaltados, mesmo diante de grandes dilemas, imprevistos ou reportagens maldosas que a imprensa marrom sempre acaba inventando (delas ninguém escapa). Eu sempre admirei a capacidade daqueles líderes em manter não apenas a calma, mas em lidar com situações estressantes sem cair no ridículo de quem não aguenta e explode. Em casa e na família também percebo grandes exemplos. Um deles, um primo que ocupa hoje um papel importante como empresário, pai de família e cidadão responsável. Cotidianamente ele dá aulas de como lidar com situações, expande seu bom humor por onde passa e sem que isso signifique perder o rumo da história que traça, muito pelo contrário. Sua família é exemplar, suas ações voluntárias também e sua empresa não apenas cresce como tornou-se o emprego dos sonhos da maioria dos santa-cruzenses. Muito próxima de mim, pois me hospeda há cinco anos, desde que aqui aportei para produzir o 360, minha mãe é mestra, doutora, PHD em mansidão. Com seu jeito meigo, toca a casa, é amiga das
Ora, ação!
filhas, vive um casamento de 56 anos e tem uma agenda cheia, onde convive com muitos e agrada a todos. Com tantos modelos, meu desejo hoje é “enfiar a viola do destempero no saco”, aprendendo não a ser acomodada,omissa ou alienada, mas mansa para lidar com as agruras da vida.
Para conseguir chegar lá, estou saindo em busca de resolver os problemas crônicos, ou aprender a lidar com eles de maneira diferente. Uma das soluções já apareceu e resume-se a dizer algumas palavras cada vez que me sinto ansiosa, irritada, brava ou por demais intensa: “Eu sinto muito. Eu me perdoo. Eu me amo. Obrigada.” Quem me ensinou foi um fisioterapeuta que está me Estradas rurais são minhas ajudando a livrar de um dos preferidas para encontrar a meus gatilhos de fúria e de paz e a essência da mansidão. irritação – a dor física. No caso das palavras “mágicas”, trata-se de um processo de cura havaiano que se chama Ho’ponopono, cujo significado é “amar a si mesmo”.
Salmos 30 vs: 4 e 5
“Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.”
Em meio a esse novo projeto de vida, trago uma edição que consegue circular antes do Carnaval sem que o mundo desabe sobre minha cabeça, com artigos incríveis e que valem ser lidos na íntegra, desenhos de gente alto astral e uma matéria que tem tudo a ver com o 360: um ótimo exemplo de cidadania, formação de equipe e conquista de resultados chamado Recicla Ourinhos. Com toda a calma que consigo ter agora, em pleno fechamento de jornal, desejo a todos uma boa leitura! Flávia Manfrin editora 360 | 360@caderno360.com.br
foto: Flavia rocha | 360
2 | editorial
A pequena Clara BaSSETO mostra uma de suas artes, criadas para ilustrar os textos da astróloga Adriana Righetti! Confira em BEM vIvEr
f otolegenda
e xpediente 360 é publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 12 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • agudos • areiópolis • assis • avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do rio Pardo • Tatuí • Timburi e postos das rodovias Castello Branco, raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette rocha Manfrin ‹separação, receitas›, Paola Pegorer Manfrim ‹repórter especial›, andré andrade Santos ‹correspondente SP›, Dimitri Manfrin ‹designer de publicidade›, Bruno Henrique ‹assistente de produção› eComunicação ‹realização›. Colunistas: Guca Domenico, José Mario rocha de andrade, Fernanda lira, andré rubio, Tiago Cachoni, adriana righetti e Fabio Feldmann Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Nina Graça, Clara Basseto e Wellington Ciardulo Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. •Endereço: Praça Deputado leônidas Camarinha, 54 - CEP 18900-000 – Santa Cruz do rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _ 14 9653.6463 • Redação e Cartas: 360@caderno360.com.br • Publicidade e Assinaturas: comercial@caderno360.com.br . • 360 on Line: www.caderno360.com.br | março_2011
3 | agronegócio
apoio à agropecuária e a segurança alimentar *João Guilherme Sabino Ometto*
Um bom exemplo é a carne bovina. A oscilação de seus preços decorreu de duas causas: a redução da quantidade disponível para consumo nos principais produtores, como Argentina, Estados Unidos e Austrália, em função do maior abate de matrizes, iniciado em 2006; e o crescimento da massa salarial do brasileiro, de 34% nos últimos cinco anos, que pressionou a oferta já combalida. Como resultado, o preço testou vários patamares ao longo ano, chegando a um aumento acumulado de quase 30%, surpreendendo a muitos. Outros itens, como o leite e o feijão, encontram nas intempéries, como as secas prolongadas ou as chuvas em excesso, grande parte das explicações pela elevação dos preços. Embora se possa prever com relativa confiabilidade a ocorrência desses fenômenos, dificilmente acerta-se na sua intensidade. No caso do açúcar, a Índia continua sendo o grande fator de desequilíbrio de um mercado internacional demandante.
© Clearwater70 | Dreamstime.com
O ano de 2011 inicia-se com uma pergunta chave, que dominará os debates sobre a política macroeconômica ao longo dos próximos meses: como se comportarão os preços dos produtos alimentícios, após terem contribuído com 39% do IPCA, medido pelo IBGE, em 2010? A questão, alinhada ao tema mundial da segurança alimentar, certamente não encontrará unanimidade entre os experientes analistas do mercado agropecuário, pois o ano passado foi prodigioso no sentido de "furar" as mais embasadas previsões.
É muito provável que, para alguns segmentos do agronegócio, as majorações gerem estímulos ao incremento da produção, com impactos positivos nos vários produtos que compõem a cesta "alimentos e bebidas", monitorada pelo IBGE, como o feijão e o leite. Entretanto, as intempéries, os desajustes da produção mundial e o aquecimento econômico dos países em desenvolvimento, com destaque para o Brasil, podem contrariar essa lógica.
agenda aGrO Ó l E O _ Curso de Manejo de Cria e recria de Gado leiteiro_ 14 a 17/3 _ 8h-17h. Inscrições: Casa da Agricultura de Óleo. Info_ 14 3357.1162 Fa rT u r a _ 24ª Expofar_ Exposição agropecuária e Festa do Peão de Fartura 6 a 10/4. Baile da rainha Expofar_02/4. com Banda Silverado (Barretos). Cavalgada _10/4_ 9h00. Saída do recinto Expofar. Info_ 14 3382-1163
É justamente nesse cenário de pressão de preços de alimentos, resultante da demanda esticada e da oferta curta, que é enfático o papel do Brasil como um dos mais importantes supridores. Temos respondido com eficácia ao incremento de oferta, com ganhos sucessivos de produtividade, como no emblemático caso dos grãos: desde 1990, esses foram cerca de três vezes superiores à média internacional, o que contri-buiu para que o mundo acumulasse um tênue, mas importante superávit nesse grupo de produtos. O exemplo estendese, como é sabido, a vários outros setores. Dado o papel de protagonismo do País nesse sensível equilíbrio em termos de abastecimento mundial, fica o alerta de que necessitamos dar seguimento aos ganhos massivos de produtividade. É por essa razão que parece mais lógico o Governo Federal olhar para o produtor brasileiro antes das safras, para entender a sua realidade e atender às suas legítimas necessidades, como um seguro agrícola eficiente e acessível e um forte incremento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Tal atitude seria muito melhor do que constatar, nos futuros índices de preços de alimentos, que poderia ter feito algo a mais pelo setor, pelos brasileiros e pelo mundo, pois nosso país é o que tem as melhores respostas para a prioritária questão da segurança alimentar. *vice-presidente do Grupo São Martinho, vice-presidente e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da FIESP
4 | meio ambiente
Rio+20: rumo à economia verde *Fabio Feldmann O ano de 2012 será muito importante para o Brasil. O país sediará uma das mais importantes conferências da Organização das Nações Unidas (ONU), a chamada “Rio + 20”. Esse encontro, que reunirá líderes mundiais, dentre eles chefes de Estado, ministros do meio ambiente e representantes da sociedade civil, terá como tema central a “economia verde” e discutirá políticas e ações de transição para essa nova economia, além de avaliar as lacunas e progressos para o cumprimento dos acordos internacionais das Nações Unidas desde a Rio-92. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), economia verde é “aquela que resulta na melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e as carências ecológicas”. Pavan Sukhdev, Diretor da Iniciativa Economia Verde do PNUMA vai além. Para ele, “uma economia verde não visa a sufocar o crescimento e a prosperidade, mas sim a restabelecer a ligação com a verdadeira riqueza, reinvestir ao invés de simplesmente explorar o capital natural e beneficiar muitos em lugar de poucos. Visa também a uma economia global que reconheça a responsabilidade intergeracional das nações para deixar um planeta saudável, funcional e produtivo aos jovens de hoje e aos que estão para nascer”.
Dessa maneira, para que possamos caminhar rumo a essa transição necessária, serão necessárias políticas públicas inovadoras e criativas, que, por sua vez, gerarão condições facilitadoras que podem desbloquear os mercados e guiar os investimentos do setor privado no sentido da economia verde. Tal conclusão faz parte de um relatório recém divulgado pelo PNUMA, intitulado “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”. O estudo afirma também que o investimento de apenas 2% do PIB global por ano, o que equivale à US$ 1.3 trilhão, em dez setoreschave, tais como agricultura, edificações, energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transporte, água e gestão de resíduos, pode dar início à transição rumo à uma economia de baixo carbono e eficiência de recursos. Segundo este estudo, em relação às atividades agrícolas, uma “economia verde” poderia investir entre 100 e 300 bilhões de dólares por ano, até 2050, na agricultura, a fim de alimentar nove bilhões de pessoas e, ao mesmo tempo, promover uma melhor gestão da fertilidade dos solos e uma utilização sustentável da água para o aperfeiçoamento da gestão biológica de plantas.
Esse novo modelo econômico evitaria riscos, choques, escassez e crises cada vez mais inerentes na atual economia de alta emissão de carbono, o que é relevante tanto para as economias mais desenvolvidas quanto para as economias em desenvolvimento. Para essas, a economia verde ainda funcionaria como um catalisador para o crescimento e erradicação da pobreza. As bases para uma nova economia verde já estão sendo lançadas. Esperamos que a Rio + 20 consolide esse novo paradigma, colocando nossa sociedade definitivamente rumo ao desenvolvimento sustentável. *Ambientalista, criador e participante de várias organizações não governamentais, como a Fundação SOS Mata Atlântica. Foi deputado federal (1986-98), Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (1992-95), criador do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (2000) e do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade (2005). Atualmente, dirige um escritório de consultoria ambiental, que busca promover os princípios do desenvolvimento sustentável nos diversos setores da economia. • f f c o n s u l t o r e s . c o m . b r
6 |gente
Sta. Cruz ĂŠ mĂşsica: Lado Black ensaia no Barrica [acima] e Mafagafos inaugura a nova PontoCom@Moda e arrasa no Barrica [abaixo].
Fotos: Flavia Rocha | 360
8 | gastronomia
pasta de
improviso barato Flávia Manfrin_ editora 360
do caderno de Flávia rocha Manfrin Ingredientes: 1 pacote de pasta tipo penne ou farfale de boa procedência 4 tomates cortados em pedaços 1 ebola média picadinha 4 dentes de alho picadinhos polvilhados de sal azeite extra virgem molho de pimenta vermelha sal a gosto 100g de azeitonas pretas bem carnudas descascadas em tiras folhas de manjericão fresco
Preparo: Ferva água numa panela com um pouco de sal grosso para cozinhar a pasta (não precisa colocar óleo). Retire quando estiver “al dente”, ou seja cozida, mas não mole. Reserve. Na mesma panela, adicione azeite em quantidade para fritar os ingredientes. Deixe aquecer bem e adicione o alho picadinho misturado com um pouco de sal, algumas folhas do manjericão e um pouco da azeitona para dar mais sabor ao azeite. Antes que o alho fique muito dourado, adicione metade da cebola e vá fritando. Conforme a água da cebola secar, acrescente o restante para manter o alho dourado, sem enrijecer. Acrescente o restante das azeitonas e deixe dourar tudo. Acrescente o tomate e vá mexendo, adicionando a pimenta e um pouco mais de azeite. O tomate não deve ficar derretido, mas em pedaços. Acrescente a pasta, desligue o fogo e adicione o manjericão. Sirva acompanhado de parmesão ralado.
pasta de improviso
Pão da HoRa
a guloseima indicada para o lanche e o café da manhã! Prove!
PãO CaPuCCINO_ Bonito de olhar e delicioso de comer, o Pão Capuccino do Supermercado São Sebastião é macio, levemente adocicado e dura longos dias sem ressecar. Isso se não for devorado antes, no lanchinho da tarde, no café da manhã. A criação é da própria panificadora do supermercado, que também produz outros gostosos pães, entre italianos e franceses que aparecem na foto. Vale ligar e encomendar o produto que, além de tudo, ainda faz bonito, repare o belo formato e cor diferenciada.
fotos: Flávia rocha | 360
receitas
fotos: Flavia rocha | 360
A dica desta edição é uma receita simples, fácil de fazer, muito leve e barata. Bom para preparar naqueles dias pós algum abuso ou com toda a preguiça a que temos direito de vez em quando. Vai bem acompanhada de carnes, especialmente um bom franguinho “MTV”, ou, como muitos dizem, feitos em “televisão de cachorro”. A dica é manter o preparo sempre em fogo alto para que os ingredientes fiquem levemente tostados e o tomate não desmanche na forma de molho. Pode ser feita com qualquer tipo de macarrão
Helena exibe a cesta de pães fresquinhos e crocantes da padaria do Supermercado São Sebastião. (F:14 3332.5055)
9 | comportamento
aquele casamento *Ivan Martins
ruim
Casar cedo pode ser um atalho para a decepção simplesmente oca e egoísta.
Um dos meus escritores favoritos, o americano Philip Roth, escreveu uma frase que me persegue desde que a li. Nela, o personagem de um de seus romances constata que fez “aquele casamento ruim que muita gente faz aos 20 anos” – com graves consequências para o resto da sua vida. Antecipo que esta é uma daquelas ocasiões em que muitas leitoras e leitores irão reclamar das minhas generalizações e alegar, com alguma razão, que seu próprio exemplo sugere o contrário. Ainda assim, tenho de dizer que concordo inteiramente com o teor pessimista do comentário de Roth e, mais do que isso, tendo a me identificar com ele. Casamentos precoces são a última e devastadora doença da infância O sujeito passou incólume pela catapora e pela caxumba, está deixando para trás as dores de adolescência, mas então resolve, sem qualquer fundamento, que já é homem – ou mulher o bastante – para começar uma nova família, e mergulha de cabeça no desconhecido, acompanhado de um estranho ou de uma estranha. O que uma pessoa sabe sobre si mesmo antes dos 24 ou 25 anos? Pouco. Ao redor dos 20, cada um de nós ainda caminha no vale das sombras da infância, assustado e esperançoso com o que vem pela frente. É um momento difícil para escolher parceiros de longo prazo porque nós mesmos estamos em mudança e ebulição. Corpo e mente pedem experimentação, não repouso. O casamento nessa idade
pode ser uma fuga de algo que nem sabemos o que é. Por razões que não vem ao caso discutir, eu periodicamente sou forçado a pensar na qualidade das escolhas que alguém pode fazer aos 20, 21, 22 anos de idade. Nesse momento sabemos quase nada sobre
a pessoa com quem decidimos viver “o resto da vida”. Elegemos parceiros ou parceiras como base em vivências pífias. Essa inexperiência, somada às inseguranças juvenis, faz com que nos liguemos a qualquer tipo de pessoa. Pode ser alguém b o m ou especial. Mas pode, do arte: Franco Catalano Nardo | 360 mesmo jeito, ser gente de má índole, ruim. Ou
Quem viveu tão pouco ainda não consegue distinguir comportamentos que, mais tarde, irão saltar aos olhos como fúteis, abjetos ou patológicos. É por isso que as relações nesse período deveriam ser transitórias. A gente vive, erra, aprende e avança. Mas o casamento precoce interrompe esse processo — e pode nos deixar estacionados por vários anos, em péssima companhia. E a única certeza sobre a aparência e o caráter das pessoas é que nenhum deles melhora com o tempo. Estou soando lúgubre? Desculpem. Também eu conheço dezenas de casamentos bonitos que começaram aos 20. Alguns deles, na verdade, iniciaram no colégio e continuam até hoje. Produziram filhos, patrimônio e lealdades profundas. São rela-
ções bem-sucedidas, ainda que tenham deixado de ser intensas na acepção romântica e erótica da palavra. Quando você casa aos 20 pode ter uma relação como essa aí de cima. Ou pode ter a da vizinha com cara de adolescente que insulta o marido aos berros e é tratada por ele com a mesma candura. Ao som dos gritos do bebê. Vocês já notaram que não há casamento desfuncional sem uma criança? Às vezes eu tenho a impressão que a pressa em fazer filhos é diretamente proporcional ao fracasso que vem pela frente. Claro, não há garantia de que ao adiar o casamento você vá evitar desastres, mas as chances de que eles ocorram são menores. Os casamentos depois dos 30 às vezes são efêmeros, mas raramente são trágicos. As pessoas se conhecem melhor e conhecem melhor os outros. Isso ajuda a selecionar com mais acerto. Naturalmente, eu falo de uma perspectiva masculina. Embaixo
do meu umbigo não há um relógio biológico fazendo tic-tac. O urologista nunca me disse que a melhor idade para ser pai é entre os 16 e os 21 anos, como os ginecologistas dizem para as mulheres. Sei que há na vida feminina uma urgência que a masculina não tem, mas isso tem de ser relativizado pelo bem das próprias mulheres. Gente louca para casar e ter filhos se junta a qualquer babaca. Com péssimas consequências. Se ainda não ficou claro a importância de escolher sem pressa, vai um último argumento: você não quer chegar aos 30, aos 40 ou aos 50 ligado pela existência dos filhos a uma pessoa a quem despreza. Esse é o tipo de sentimento que suja e entristece a existência. Pelo menos é o que dizem os romancistas.
*Editor executivo da revista Época, assina coluna no site da revista às 4ªs-feiras. leia em: www.revistaepoca.globo.com
10 | cidadania
A ação de uma pessoa movida pela perseverança é mesmo capaz de mudar o mundo, pelo menos o de muita gente. A história de organização dos catadores de lixo reciclável de Ourinhos, cidade na casa dos 110 mil habitantes, nasceu assim, da insistência de uma estagiária em Assistência Social. É o que conta a grande articuladora da Cooperativa Recicla Ourinhos, Matilde Ramos da Silva, que preside a organização criada oficialmente em 2003, após um ano de trabalho persistente de conscientização promovido por uma estagiária da prefeitura. “A gente não queria nem ouvir o que ela tinha a dizer. Muitas vezes a prefeitura tinha tentado mudar a situação sem sucesso. Mas ela foi se aproximando e depois de três meses conseguiu realmente se aproximar do grupo. A Juliana nos trouxe um exemplo concreto de organização, da cidade de Assis, que veio nos mostrar como agiam e nos falaram de um movimento nacional de catadores de lixo. Então começamos a perceber que pessoas que viviam a mesma realidade da gente estavam nos mostrando que era possível uma nova realidade de vida. Então começamos a acreditar. Nessa época cerca de 100 pessoas
foto: Flavia rocha | 360
Cooperativa de catadores de lixo reciclável de Ourinhos alcança notoriedade nacional e dissemina conhecimento pela região
fotos: acervo ONG rio Pardo vivo fotos: Flavia rocha | 360
reCiClageM é exemplar em ourinhos
atuava no lixão, incluindo crianças e adolescentes. Com o nascimento da Recicla Ourinhos, apenas os adultos foram associados, num total de 60 pessoas. O desenvolvimento do grupo não aconteceu sem dificuldades, muito pelo contrário. Em 2004 foi feita a campanha da coleta seletiva e o grupo passou a aprender como tocar a associação de forma organizada. Segundo Matilde, 2005 foi um ano difícil. Um dos pontos que ela destaca foi a tentativa do poder público de profissionalizar o grupo em outras atividades. “Ofereceram cursos profissionalizantes. Eles não entendiam que éramos catadores e isso não iria mudar”, afirma Matilde, que destaca o orgulho do grupo pela atividade que realizam abertura de portas – O tempo passou e de 2005, um ano difícil para o grupo da Recicla Ourinhos, para os dias atuais muita coisa mudou. E isso se deve à sinergia do grupo, à liderança de Matilde e ao apoio da sociedade civil, no caso voluntários da Caritas, movimento de inclusão da igreja católica, que
a recicla Ourinhos recolhe 40% do lixo reciclável do município e processa mais de 100 toneladas de lixo por mês. O material é vendido para diversas empresas
conseguiu abrir portas para que o grupo pudesse apresentar suas questões e tivesse apoio público e privado. Hoje a cooperativa é responsável pela coleta seletiva de 40% do município, trazendo uma nova realidade para os moradores de Ourinhos. “A dona de casa entendeu o nosso trabalho e nos apoia”, conta Matilde. inclusão social – Além de contribuir fortemente para que a cidade tenha coleta seletiva organizada e eficaz, em franco processo de expansão, o trabalho que aliou o poder público, empresas, cidadãos e o grupo de catadores garantiu a inclusão desses profissionais, que são remunerados, têm recolhimento de INSS, entre outros direitos do trabalhador. A fonte de remuneração se dá de duas fontes: do pagamento que a SAE (empresa de Água e Esgoto que atende a cidade) faz pelos serviços de coleta prestados à prefeitura, que contribui com caminhão e motorista, e da venda do material recolhido para empresas que trabalham com reaproveitamento de plástico, papel, alumínio e vidro. Reconhecimento público – O trabalho do grupo
fotos: Flavia rocha | 360
priMeiros passos por Matilde ramos da Sllva
Cooperados da recicla Ourinhos trabalham com base na união e no esforço diário para aprender a lidar com todas as questões da cooperativa.
liderado por Matilde, totalmente estruturado, tem rendido ganhos à imagem da cidade junto a outras esferas. Em 2010, o prefeito da cidade recebeu o título de Prefeito Amigo do Catador das mãos do então presidente Lula. Matilde acredita que somente naquele evento tanto o prefeito como o representante da SAE entenderam o tamanho do trabalho de catadores no país. Ela destaca que além de caminhar com as tendências de sustentabilidade, a opção pelo trabalho de uma cooperativa de catadores é mais vantajosa para as prefeituras, pois fica mais barato do que contratar empresas terceirizadas para a coleta “A prefeitura gasta muito menos e para nós vale a pena”, avalia a presidente da Recicla Ourinhos. Participação e referência – Sobre os bons resultados da cooperativa, que tornou-se referência nacional e tem prestado apoio a outros grupos de catadores que tentam se organizar, Matilde ensina que é importante que os catadores participem do desenvolvimento dos projetos, para que haja eficiência. No caso de Ourinhos, além da prefeitura e da SAE, houve apoio da Unesp e de empresários para desenvolver o projeto junto com os catadores. A adesão da iniciativa privada é tão clara que foi numa empresa, a Ouricar, que conhecemos algumas catadoras da Recicla Ourinhos. Elas estavam em conversa com José Cantarello, proprietário da rede de concessionárias Chevrolet de Ourinhos e Santa Cruz, entre outras cidades da região. “O Cantarello tem nos ajudado muito a abrir portas. Ele chega em locais onde não conseguimos ser recebidos e consegue resolver sobre a coleta na hora”, afirma Matilde. “A Recicla Ou-
O empresário José Cantarelo, da Ouricar, que faz coleta seletiva em sua rede de concessionárias e também ajuda os catadores de Ourinhos a conquistarem seu espaço, com respeito e crescimento profissional
rinhos entrou na minha vida pela Caritas, que se dedica a grupos excluídos, marginalizados. Começamos com um trabalho de sopão e acabou com esse envolvimento todo, porque a gente não consegue não se apaixonar por pessoas tão humildes e batalhadoras. A reciclagem é um caminho sem volta e nossa tarefa é realmente abrir portas para que a sociedade entenda a importância de uma nova atitude em relação ao lixo. Ainda há muito a conquistar, mas estamos prosseguindo”, afirma Cantarello.
1: amar a profissão. “E a comunidade precisa respeitar também. Não é vergonha ser catador. É uma profissão como outra qualquer.” 2: Ter união no grupo. “Pode ter presidente, mas sem a união do grupo não adianta.” 3: Querer aprender. “Temos que nos capacitar para poder tocar a cooperativa.”
Matilde: líder nata que dá valor ao trabalho em equipe e busca aprender sempre
4: Boa vontade para ajudar os outros. “Quando trouxemos 500 catadores da região a prefeitura entendeu o movimento.”
12 I meninada
Paola, a Mestre Cuca
Pingo perdeu o apetite arte: Wellington Ciardulo | 360
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Paola é uma menina muito sabida que adora novidades e aprender. Por isso, não foi nada complicado para ela fazer esse delicioso patê de atum, que não vai ao fogo e não precisa de uso de faca também. Ou seja, toda criança pode fazer. Aprenda com ela a fazer esse recheio para o lanche que é saboroso e muito nutritivo! 1) Compre uma lata de atum “light”, que vem em água, de preferência em pedaços. 2) Abra a latinha, escorra a água e coloque o atum num potinho. Solte as fibras do atum com a a juda de um garfo. 3) Pegue um tubo de mostarda e esprema uma colher de sopa bem cheia sobre o atum. Misture. 4) Pegue um pote pequeno de maionese “light”, que tem menos gordura, e vá adicionando e mexendo cerca de 6 colheres de sopa, conforme você preferir. 5) Acrescente salsinha desidratada e mexa bem. Vai bem no pão de forma, em torradas e também no pão francês. E fica ainda mais gostoso em pãezinhos levemente adocicados, como a Bisnaguinha Seven Boys ou o pão Capuccino, do Supermercado São Sebastião, de Santa Cruz, que aparece na seção gastRonomia desta edição (pág. 8).
adivinha…
… Que mesmo sendo seu é mais usado pelos outros
?
… Quando dizemos o seu nome, ele deixa de existir
?
Respostas_Respostas: Erros_1-Ramo da moita da frente. 2Nuvem. 3-Moita atrás do Alvinho. 4-Olho do Pingo. 5-Folha da planta à esquerda. 6- Folhagem da árvore à esquerda do Alvinho. 7-Linha do tronco da árvore à direita do Pingo. O que é: 1) o seu nome. 2) o silêncio.0
Pingo refugou! Cadê aquela ração bonita e gostosa que estava aqui? Latiu Pingo faminto e furioso. Alvinho a tudo entendeu. Tinha horror quando a mãe o obrigava a comer jiló e quiabo. Compreensivo afagou Pingo: “você é um cachorro especial, merece comida especial. Vou buscar ração de um grande chefe da culinária canina pra você”.Pingo levantou as orelhas sem entender mas percebeu que o olhar do Alvinho era bom e latiu tão alto que até as orelhas do Alvinho se levantaram.
alvinho decidiu explorar a natureza. E levou o Pingo com ele. a diversão ficou por conta de olhar as diferenças entre folhas, árvores e outras plantas. aproveite a paisagem e encontre as 7 diferenças entre as duas cenas.
14 | ponto de vista
AMOr paixão e desejo *Guca Domenico
Eu te amo. Quantas vezes você ouviu ou disse essa frase? Muitas – espero! Existem pessoas que, desafortunadamente, passarão pela vida sem experimentar o mais nobre sentimento humano. Amar é doar-se, você sabe que quem dá, recebe. Minha fortuna é a grande capacidade de amar. Eu me amo (este é o melhor começo) e reconheço o divino em tudo e em todos: no céu, no rio, no mar, na brisa, na flor, na mulher amada, no amigo e naquele que me odeia. O amor que sinto é uma vibração espiritual, não depende de reconhecimento, sintonia, nada. É escolha.
Eu te desejo. Querer pegar, abraçar, beijar, transar, é válido. Corpos são templos do espírito, devem ser cuidados com zelo. Relaxar é pecado. O cuidado com o corpo (quando não é excessiva vaidade) revela, em primeiro lugar, respeito a si mesmo. Eu me amo: eu me cuido. Simples assim. Também o desejo em excesso não é bom. Resistir às tentações, às vezes é necessário. Transar por transar, que coisa de ogro! Tem situações que não levam a nada. É um jato do momento e fim. Instintos animais sob controle geram energia quando retidos. Sexo é divino, não confunda liberdade com promiscuidade.
Eu estou apaixonado. Também é minha esperança que você cultive a paixão como um tempero em sua nobre vida. Talvez você esteja apaixonado(a) por uma pessoa que lhe encanta. Quiçá a paixão seja pelo trabalho que está desenvol© Sergey Chern ov vendo. Tomara que seja por |D rea um propósito superior. A paixão pela tormstim e.c om peza existe e fatalmente é maléfica. Minha paixão é a Música. Pouca gente é capaz de entender este sentimento, só quem é do ramo, amador ou profissional. Namoro a Música, todo dia mando flores, escrevo bilhetes jurando paixão eterna. Sou grato. É uma profissão maravilhosa, o trabalho é alegrar a vida e o aplauso sempre nos acolhe.
Os maiores amantes não fazem da cama uma pista olímpica em busca de recordes sexuais, nem os que fazem muito – e sim os que fazem mais: mais intensos, mais inteiros, mais tranqüilos, mais parceiros.
INSeNSAtAS mulheres
*Fernanda Lira
A nova novela global, que tem a assinatura consagrada de Gilberto Braga, está conseguindo manter a emissora dentro dos piores padrões de qualidade. De que valem bons diretores, cenários e atores para mostrar tudo aquilo que não se quer? O pior da trama coube às mulheres, que, de maneira ou outra, são de uma vulgaridade sem precedentes. E não vamos cair no clichê de falar da personagem de Débora Secco, que é o óbvio ululante, mas cá entre nós, vai se dar bem, é só aguardar. A personagem de Ana Maria Gueiros, a Bibi, é a execração da alma feminina. Mulher rica, inteligente, espirituosa que se dedica a comprar machos de corpinho malhado e saciar-se com sexo mero, qualquer nota. O tipo de pessoa que nem mereceria ter nascido. Mas vive botando banca com anuência e muitos sorrisos da avó milhardaria, da prima mocinha da novela, do pai... bom, esse é malandro de carteirinha, até faz sentido. Bibi trafega com total aprovação do universo onde vive ou onde supõe viver, porque de fato ela é nada. Apenas uma fonte de sobrevida para malandros gostosões interessados no “dolce far niente” com dinheiro alheio. A vulgaridade da novela segue em ritmo alucinante, com suburbanos “traçando” o que há pela frente, gostosonas doidas pra transar e velhos endinheirados cercados de todo tipo de mulher vulgar, das cinquentonas às adolescentes. Sexo é interessante e pode sim ser exibido no horário nobre. Mas com razão de ser. Essa vulgaridade apenas contribui para que o universo feminino seja denegrido de admiração, respeito e elegância. Para completar o quadro desprezível de mulheres, há as casadas que, ou se sujeitam a qualquer humilhação e parecem moscas desorientadas girando em torno do mel, o macho rico que lhes sustentam, ou são daquelas caem na cama de qualquer um ao menor sinal de desamor do marido, mesmo que seja na do cunhado canalha, ou são desocupadas histéricas que parecem gralhas sem sexo, sem vergonha, sem educação e, mais ainda, sem ter o que fazer além de armar pra cima de quem pode lhes conferir alguma vantagem financeira ou social. Em meio a isso tudo, a executiva magrinha e charmosa aparece querendo conquistar, com truques pra lá de juvenis, o garanhão do elenco. Um cara que não esconde o desprezo pela atitude das fêmeas disponíveis que encontra pela frente, que usa camisinha sempre, mas que acaba enredado pela trama da mocinha inteligente, que não demora a ficar grávida dele. Talvez seja uma teimosia de autores querendo avacalhar com o mundo das mulheres, talvez sejam patrocinadores desorientados em busca de ser mais atrativos que a própria programação. O fato é que para se homenagear as mulheres no dia 8 de Março, algo que também me parece uma futilidade, proponho desligar a TV ou mudar de canal para garantir Ibope Zero para a TV Globo em seu horário nobre.
Um mais um é mais que dois.
*Músico e escritor santa-cruzense que vive em São Paulo | guca@caderno360.com.br | www.gucadomenico.com.br
*Jornalista de São Paulo que adora o interior| felira@caderno360.com.br
EMPrEGOS
16 |cultura _ agenda
CirCuito cultural traz ótima programação grátis Confira programação de Março e abril nas cidades da região 360 A G U D O S _ 19/03_20h_(teatro)_Rancor - Farsa Intelectual. A redação de um jornal é o cenário para a trama que mostra conflitos decorrentes da luta de egos. 85 min. | 14 anos 16/04_20h_(dança)_ Pra Todo Mundo Dançar. Espetáculo desfila pelo universo das manifestações populares do Brasil e convida o público a tomar parte da brincadeira interagindo com o elenco. 50 min. | Livre. OnDe: Seminário Seráfico Santo Antonio (Acesso Frei Gregório Jonscher , s/nº - Zona Rural)
foto: Flávia rocha | 360
A S S I S _ 26/03_ 20h30_ (teatro)_ Confissões das Mulheres de 30. Comédia sobre a rotina feminina nesta etapa da vida. Com Wanessa Morgado, Camila Raffanti e Domingas Person. Dramaturgia de Domingos de Oliveira. 90 min.| 14 anos 08/04_ 20h30_ (música)_ Versão Brasileira - a Música erudita com Sabor Brasileiro. Criado pelo cantor e pianista Cláudio Goldman para o Festival de Campos do Jordão, propõe diálogo entre a música erudita e a música popular. 75 min. | Livre. OnDe: Teatro Municipal Padre Enzo Ticinell AVA R É_ 25/03_ 20h26/03 – 20h30 (teatro)_ O Terceiro Sinal. Obra de Otavio Frias Filho relata sua investigação participativa no espetáculo teatral Boca de Ouro, dirigido por Zé Celso Martinez Correa. Com a atriz Bete Coelho. 60 min. | 14 anos 15/04_ 20h_ (dança)_ Urbanóides 2.0 - Cia Discípulos do Ritmo. O espetáculo parte de um rap que leva o mesmo título, escrito por Frank Ejara e a banda Operação Diamante. 54 min. | Livre. OnDe: Teatro Municipal Dr. Octávio Moralles Moreno B O T U C AT U _ 27/03_ 20h30_ (teatro)_ O Terceiro Sinal. Obra de Otavio Frias Filho relata sua investigação participativa no espetáculo teatral Boca de Ouro, dirigido por Zé Celso Martinez Correa. Com a atriz Bete Coelho. 60 min. | 14 anos 03/04_ 20h30_ (música)_ Versão Brasileira - a Música erudita com Sabor Brasileiro. Criado pelo cantor e pianista Cláudio Goldman para o Festival de Campos do Jordão, propõe diálogo entre a música erudita e a música popular. 75 min. | Livre. OnDe: Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci L e n Ç Ó I S PA U L I S TA _ 26/03_20h (teatro)_ Análise Comportamental e Crítica da Música eduardo e Mônica. O espetáculo leva o espectador a uma reflexão quase surreal, cômica, mas muito pertinente sobre esses tempos de obrigação com o politicamente correto. 40 min. | 12 anos 07/04_20h (circo)_ Pelo Cano. Com duas palhaças, aborda temas das vicissitudes da amizade, inaptidão com o dinheiro, trapalhadas da inveja e eternos sonhos de amor. 50 min. | Livre OnDe: Casa de Cultura Profª Maria Bove Coneglian P i r a j u _ 26/03 – 20h30 (teatro)_ O Terceiro Sinal. Obra de
TECNOlOGIa •
Otavio Frias Filho relata sua investigação participativa no espetáculo teatral Boca de Ouro, dirigido por Zé Celso Martinez Correa. Com a atriz Bete Coelho. 60 min. | 14 anos 02/04_20h30_ (dança)_ Urbanóides 2.0 - Cia Discípulos do Ritmo. O espetáculo parte de um rap que leva o mesmo título, escrito por Frank Ejara e a banda Operação Diamante. 54 min. | Livre. OnDe: Cinemax Piraju O U R I n H O S _ 20/03_ 20h30_ (teatro)_Rancor - Farsa Intelectual. A redação de um jornal é o cenário para a trama que mostra conflitos decorrentes da luta de egos. 85 min. | 14 anos 09/04_20h30_ (música)_ Fazendo e tocando viola – Luciano Queiroz (Assis). Espetáculo de viola instrumental com ritmos como o cururu, pagode caipira, rasqueado e chamamé, entre outros. 60 min.| Livre. OnDe: Teatro Municipal Miguel Cury S C R U Z R I O PA R D O _ 20/03_20h_(teatro)_ Os Penetras. Comédia de surpresas e enfrentamentos, de diálogos triviais e geniais e de personagens contemporâneos. 90 min.| 16 anos 09/04_ 20h30_ (teatro)_A Farsa do monumento. Inspirado em episódio verídico, procura recriar o fato histórico a partir de um registro cômico, levando o episódio para qualquer lugar e para qualquer época. 60 min. | Livre. OnDe: Palácio da Cultura Umberto Magnani Neto S Ã O M A n U eL _ 13/03_ 19h_ (teatro)_ As Pagus. Fragmentos de textos de Patricia Galvão. Várias vidas, várias obras, múltiplas mulheres em uma só alma. 50 min. | 12 anos 03/04 – 19h_ (circo)_ Pelo Cano. Com duas palhaças, aborda temas das vicissitudes da amizade, inaptidão com o dinheiro, trapalhadas da inveja e eternos sonhos de amor. 50 min. | Livre OnDe: Cine Teatro Municipal Dr. Alberto Pampado
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17 | papo cabeça
* André rubio
MúSIcA de brinquedo
Ano passado, 18° de carreira, os mineiros do Pato Fu lançaram seu 10° disco, “Música de Brinquedo”. Tratando-se de uma banda veterana, relativamente afastada da mídia nos últimos anos, a notícia de um álbum somente com versões de clássicos da música pop soaria, num primeiro momento, como produto caça-níqueis. Basta, porém, uma única audição do disco para afastar essa ideia completamente equivocada. Ainda está para nascer um álbum do Pato Fu que não seja de bom para cima. A criatividade deles parece não ter fim. “Música de Brinquedo” contém clássicos do quilate de “Primavera”, “Sonífera Ilha”, “My Girl”, “Live and Let Die” e “Todos Estão Surdos” tocados integralmente com instrumentos de brinquedo ou em miniaturas, além de outros ligados à musicalização infantil, como flauta, kalimba, xilofone e escaleta. Há ainda crianças cantando em todas as músicas. Mais fascinante que o disco, contudo, foi o show que tive oportunidade de ver no último dia 27, no Sesc Bauru. É impressionante a quantidade de
* tiago cachoni
quinquilharias usadas pela banda ao vivo, em especial John Ulhôa, guitarrista e gênio por trás das composições do Pato Fu. Fernanda Takai, como sempre, cativa com sua voz doce e delicada, além da extrema simpatia. Ao vivo, as crianças do disco são substituídas por dois monstrinhos, Ziglo e Groco, comandados pelo grupo de teatro de bonecos Giramundo, de Belo Horizonte. Trata-se de um show à parte, engraçadíssimo. Foi curioso ver o ginásio do Sesc, com lotação esgotada, tomado por crianças sentadas na frente do palco. Nós adultos tivemos que ficar lá atrás. Um show família, num domingo à tarde, com “Música de Brinquedo” na íntegra, além de clássicos do Pato Fu e encerramento com “Bohemian Rhapsody”, do Queen (a melhor música de todos os tempos): comecei a semana com um sorriso de orelha a orelha. *músico fascinado pelo Pato Fu desde os 16 aninhos, quando viu os mineiros em Ourinhos, no finado Havana Club
SOu ronaldo
Falar de Ronaldo é fácil pra mim. Comecei a gostar de Futebol exatamente quando o menino vindo de Bento Ribeiro desembarcava em Belo Horizonte. De lá pra cá foram sete clubes, do início promissor no Cruzeiro até seus últimos passos no Corinthians. O difícil pra mim é cravar que ele decidiu abandonar a carreira na hora certa. Por pior que fosse o seu estado físico, ver Ronaldo em campo é um privilégio. Dizer que ele não tinha mais condições de jogar e que fez a coisa certa parando, por mais evidente que isso estivesse, é um sacrilégio. É como uma criança que houve a mãe dizendo: “Filho é hora de parar de brincar você já não tem idade.” Como assim?? Brincar é tudo que uma criança mais quer na vida, como alguém pode saber qual é a hora certa dessa brincadeira acabar ?? Ronaldo resolveu parar. Entre os maiores de todos os tempos nenhum jogador enfrentou e venceu mais problemas físicos na carreira que ele. Ronaldo esteve presente na Copa do Tetra em 94, quando foi campeão do mundo sem entrar em campo ainda com 17 anos. Em 98, já chamado de Fenômeno, era a gran-de esperança do time de Zagallo, só que uma misteriosa convulsão na véspera da final e a derrota para a França de Zidane, começaram a por em cheque a sua capacidade. Mas muito pior do que as críticas que sofria, foram as suas lesões. Seus joelhos foram se tornando seus maiores inimigos. Por diversas vezes eles tentaram o fazer parar de jogar. Mas Ronaldo persistiu. Impossível não se emocionar com sua história. Na Copa de 2002 Felipão quase que sozinho, apostou, e o convocou para o Mundial. Ronaldo estava sem jogar a muito tempo, se recuperando de mais uma cirurgia, e todos se perguntavam se valeria a pena a aposta feita nele. Resultado: Brasil Penta Campeão e Ronaldo artilheiro da Copa do Japão e da Coréia. O fenômeno mostrava ao mundo do que era capaz.
Na Alemanha em 2006 lá estava ele de novo. Chamado por Parreira, mesmo já acima de seu peso, foi um dos melhores do time que mais uma vez sucumbiu frente à França. Foi lá na Alemanha que marcou seus últimos gols pela Seleção. Ronaldo já não era o mesmo jogador. Estava mais lento, pesado. Mas seu talento acima do normal ainda faziam diferença. Seus três gols nessa copa o colocaram como o maior goleador de mundiais de todos os tempos, com 15 gols marcados. Em 2009 após outras várias lesões veio a bomba: Ronaldo voltaria a jogar no Brasil, seu destino? O Corinthians. Como corintiano que sou, confesso que demorou a cair minha ficha. O Fenômeno no Timão ?? Não é possível... Mas lá estava ele... Gordo, desajeitado, cabeludo.... Mas ainda era Ronaldo. O que fez com os zagueiros de Palmeiras, São Paulo, Atlético Paranaense, Internacional, Fluminense, Santos. Foi algo de espantar. Mesmo jogando muito acima de seu peso. E com a pressão de uma carreira fantástica nas costas... Ronaldo foi Ronaldo. Simplesmente fenomenal. Cansou de ser aplaudido pelos torcedores e jogadores adversários após seus jogos. É claro que Ronaldo também teve seus erros. Ainda bem, pois só o vendo errar temos a certeza de que ele também é um ser humano como todos nós. O Fenômeno sai de campo para se tornar um mito, uma lenda. E a ele tanto eu como todos nós que amamos o futebol só podemos agradecer. Por tudo que conquistou em sua vida já há um bom tempo Ronaldo não precisa do futebol. Mas o futebol eternamente continuará precisando e se lembrando dele. Obrigado Fenômeno. SOU RONALDO!!
* músico apaixonado por esporte | www.andrerubio.com.br
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19 | bem viver
Cartão vermelho *José Mário rocha de Andrade
Há uma sabedoria contagiante no cartão vermelho do tio Chico. Na roda rolam estórias engraçadas, mentiras contadas como verdades juradas, de rir falta o ar, a outra estória é ainda melhor, não há perdão, muito menos humilhação, hierarquia, são todos reis, o riso é o soberano que iguala a todos. Tio Chico é precavido. No bolso há um cartão vermelho de sentinela. O antídoto, o guardião, assunto sério aqui não entra. Leva cartão vermelho na entrada. Rua. Expul-
são sumária. Isso é engraçado. Botar o chato pra correr. Conta outra e na roda rolam estórias pra rir e se divertir. Há 3 meses um ramo da minha coronária estava por um fio para fechar e entupir. Um tal de stent foi ali colocado, o lúmen se refez, o fio voltou a ser rio, o coração inundado sorriu. Mas ficou exigente. Num sonho me intimou e ameaçou na linguagem criptografada dos sonhos. Nada entendi até que vi a ponta de um cartão vermelho ameaçando sair.
os astros em Março
Março começa com Sol, Mercúrio e Marte em Peixes, o que traz uma tonalidade mais suave ao cotidiano, ativando a necessidade de paz, moderação e to*Adriana righetti lerância. Os diálogos serão favorecidos, já que o signo de arte: Clara Basseto | 360 Peixes desperta o Como Mercúrio lado idealista das também estará em pessoas, o desejo Áries a partir do de promover endia 10, nossas tendimentos e rementes ficarão solver as diferenmais ativadas, faciças de forma mais litando a absorção amorosa e come a adaptação de preensiva. Com Vêum novo estilo de nus em Aquário, o vida. Além disso, momento é ideal temos a presença para dar novos de Júpiter também ares às relações, nes-se signo, ajuexperimentar novidando a enxergar dades e cultivar alternativas e posamizades. sibilidades, aumenFará também, com tando nosso que aos poucos, encontremos alternativas espírito empreendedor e competitivo e facriativas para ganharmos mais dinheiro e fa- v o r e zermos bons investimentos. cendo também as ações pioneiras. Como estaremos mais alegres, leves e sociáveis, atividades comerciais e tudo que dependa da interação entre as pessoas estará favorecido, o que ajudará também a incrementar mais a economia do país. É bom momento para investir em viagens, aprofundar-se nos estudos e buscar novos acordos e contratos de negócios. A primeira quinzena sugere que se resolvam pendências, para que estejamos preparados para a chegada de Urano no signo de Áries, no dia 13. Será importante investir nisso, pois trará uma aceleração radical nos processos existenciais, indicando o início de um novo ciclo, para todos.
Entretanto, como Áries é um signo acelerado, a tendência é que passemos a agir de forma mais agressiva, afobada e ansiosa. Por isso, Saturno em Libra continua exigindo de todos nós a atenção em relação ao outro. Devemos ver se estamos sendo responsáveis, cuidadosos e justos nos relacionamentos, principalmente em casamentos e parcerias. Saturno também é o senhor do tempo e nos ensina a respeitar o tempo de cada coisa e de cada pessoa. Temos que aprender que tudo chega na hora certa, na hora em que estivermos preparados.
Será necessário que não desperdicemos nossas energias com conflitos, mágoas e coisas *astróloga paulistana que vive em São Tomé das letras | adrianarighetti@hotmail.com passadas. O momento é de renovação, para que
*médico santa-cruzense que vive em Campinas | zemario@cadenro360.com.br