Grátis! pegue & leve
n º. 8 4
Exclusivo_ Neusa Fleury, especialista em gestão cultural, em entrevista exclusiva ao 360, fala sobre o trabalho de desenvolvimento de cultura nas pequenas cidades do interior •p.12
ANO VIII
janeiro 2013
VERãO em água doce é repleto de atrações
Circulação Mensal. 12 mil exemplares Distribuição em 25 municípios _Águas de Santa Bárbara • Assis • Agudos • Areiópolis Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Chavantes • Cerqueira César • Espírito Santo do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos Palmital • Piraju • Santo Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo • Tatuí • Timburi Pontos Rodoviários_ Cia. da Fazenda • Graal Estação Kafé • Orquidário Restaurante Café • Rodoserv • RodoStar • Varanda do Suco
Um banho no rio, na cachoeira, um mergulho na represa… Descer o rio numa boia, num cacaiaque. Rodopiar as águas calmas das represas num jet ski, numa lancha… O interior é um convite ao lazer e ao frescor da água doce, ainda pouco aproveitada pelos turistas! Na foto, o artista plástico Acácio Pereira curte férias em dias de sol e águas do rio Pardo.
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arte: Sabato Visconti | 360
2013 Confira o que os astros prometem para ser ótimo o ano que acaba de começar!
foto: Shai Oliva | acervo pessoal Acácio Pereira
www.caderno360.com.br
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índice
gastronomia_ Pasta deliciosa feita com a mistura criativa de ingredientes
foto: Flavia Rocha | 360
foto: Flavia Rocha | 360
agronegócio Pimenta entre as mais ardidas entra na dieta do brasileiro
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2_ editorial _ oração 4_ gastronomia 5_ onde ir 6_gente 6_ 7_ ponto de vista 8_ agronegócio 10_ meio ambiente 12_cultura 12_ 14_ bem viver 16_ papo-cabeça 17_meninada 17_
Prazer. Eu sinto imenso prazer no que faço. E entendo o quanto isso me ajuda a não desistir, a perseverar e a enfrentar as dificuldades que todo trabalho apresenta. Sei que muita gente não gosta do que faz, do trabalho que lhe dá o pão nosso de cada dia, ou até alguns montes de dinheiro. E imagino o quanto penam por isso. O fato é que acredito, por experiência própria, que é possível encontrar prazer em todo trabalho, inclusive naquele que de cara nos desagrada. E, o que me alegra: sei que não sou a única a sentir isso. À minha volta, vejo pessoas que vibram com pequenas conqusitas de uma maneira deliciosa. E concluo que mais importante que o dinheiro que esses fatos lhes rendem é a riqueza de sentir prazer em fazer.
O prazer pode estar em tudo. No lazer e no trabalho.
O prazer está em voga nesta edição de janeiro, a primeira do ano 13, um número que já suscita o meu ânimo e me faz esperar por coisas boas. É o que dizem as previsões da astrologia que aparece em BEM VIVER, com mais uma participação da amiga e astróloga Adriana Righetti. Righetti Nossos colunistas, aliás, são provas vivas de gente que sabe se entregar ao prazer. O prazer da vida e de contemplá-la, que aparecem em visões antagonicas do ponto de vista da experência, como é o caso de Zé Mário e Paola, Paola que nos
O prazer é uma sensação que todos buscamos, o tempo todo. Quando dormimos, comemos, bebemos, namoramos, passeamos… e trabalha-mos, por que não? Criar um Prainha de Cerqueira César. Areia fina, água calma e doce para dar aquele mergulho e literalmente lavar o corpo e a alma com prazer limite que impeça uma relação entre prazer e trabalho me parece a maior boba-gem que o ser humano pode fazer. Afinal, até mesmo os afortunados com her- brindam com seus textos impagáveis. O prazer da música e anças que podem durar gerações são impelidos a trabalhar na do esporte também são latentes nos jovens colaboradores vida. Ou ficam à margem da sociedade. Por que então, tirar da Tiago Cachoni e Priscila Manfrim, Manfrim que não se furtam do rotina do trabalho o bel prazer? Claro que há os famosos prazer de escrever o que pensam sobre seus assuntos fa“ossos do ofício”, que são atividades do nosso trabalho que voritos. E é, certamente com prazer, que Fernanda Lira nos nos aborrecem, mas até nelas podemos, se quisermos, en- convida a repensar o consumismo. Ser, segundo ela, é uma contrar algum prazer. E cada um que ache o seu: roer mais boa ideia para o ano 13! rápido, roer sem pressa, roer correndo, roer antes do previsto e assim por diante. E o que é o ser senão aquele que aproveita o que de melhor a vida concede? É o que vemos na entrevista exclusiva com Por conta da vida com prazer, há tempos aprendi a rir dos Neusa Fleury, Fleury alguém que desde a infância desfruta do meus infortúnios. Se dou um tropeção, cometo um erro, perco prazer de viver com arte, de absorver arte, de todo tipo e esa viagem ou fico presa no trânsito… gosto muito rir. Rir de pécie. E nos concede aqui uma entrevista exclusiva sobre algo mim, é bom dizer. Da minha momentânea estupidez. Até dos que ela entende muito bem: cultura. momentos de cólera, vale a pena rir. O riso e o prazer são bem próximos e alegram a nossa alma, a nossa vida. Prazeres mais ou menos abstratos, como os gerados pela arte, ou bastante claros, como os causados pelos banhos de água
Ora, Ação! salmo 143 Vs: 8 “Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma.”
foto: Tiago Cachoni | acervo pessoal
2 • editorial
doce que podemos tomar, das mais diversas formas, nas águas dos rios da região, como vemos em MEIO AMBIENTE e TURISMO, o do paladar, um dos instintos que mais nos levam à sensação de gosto do prazer. E o que não falta é sabor na receita de pasta que aparece em GASTRONOMIA. Sabor, aliás, que pode ser marcante, como é o caso dos molhos de pimentas, alguns de deixar gente soltando fogo pelas ventas, que aparecem na seção AGRONEGÓCIO. É com imenso prazer, ainda que desejo a todos um incrível Ano Novo e que termino esta edição prestes não apenas a dormir algumas horas extras para recompor o prazer de dormir, mas, ainda de iniciar uma nova jornada de trabalho. Com todo o prazer que se pode imaginar. Boa leitura! Flávia Rocha Manfrin diretora-editora 360 | 360@caderno360.com.br
ERRAm s
: ed . 8 2_ de z /20 12 _p á g. 8: A receita de manjar leva 6 COPOS de leite e não colheres como aparece na edição impressa!
: ed . E x t r a / 83 _d ez / 2 01 2_ p á g. 10:
A receita de peixe na folha de bananeira é na verdade de Leo Spigariol.
c artas Flávia, Todo mês recebo o exemplar do 36, e cada vez que leio tenho vontade de fugir de São Paulo, e voltar para esse interiorzão. Obrigado por me proporcionar esse prazer todos os meses! Luis Clauset/ São Paulo
e xpediente
360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 12 mil exemplares Circulação:• Sta. Cruz do Rio Pardo + 24 municípios e 7 pontos rodoviários ‹vide capa›. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹receitas›, Elaine Regina de Moraes ‹assistente de produção - separação›, Paola Pegorer Manfrim ‹repórter especial› e Anelise Juliane ‹editora de Agenda›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade, Tom Coelho, Fernanda Lira, Tiago Cachoni e Tom Coelho. Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Clara Basseto, Jaqueline Araujo e Sabato Visconti. Representante comercial: Marco Antonio de Almeida Mello (marcao.vendas@caderno360.com.br). Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação.
• Endereço: Praça Dep. Leônidas Camarinha, 54 - CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548_14 9653.6463 • Redação/Cartas: 360@caderno360.com.br • Assinaturas: comercial@caderno360.com.br • 360 digital: www.caderno360.com.br • janeiro_2013
4 • gastronomia
MASSA italiana por um gourmet oriental por Flávia manfrin
foto: Flavia Rocha | 360
Na verdade o título é um mero trocadilho para dar alguma noção da bagagem culinária do jovem Luiz Henrique Suzuki, o Ique, ou Gud, como o amigo preferir. Buona gente ao extremo, o descendente da tradicional família japonesa de Sta. Cruz do Rio Pardo “esmirilha” na cozinha. Suas investidas na casa dos pais, onde mora, às segundas-feiras, tradicionalmente postadas no Facebook, deixam os amigos, entre os quais me incluo, com água na boca. As fotos não mentem. Ele é mesmo o cara! Podem acreditar!
Linguine ao molho de gemas e raspas de limão receita de Luiz Henrique suzuki (Ique) Ingredientes do manjar: • 1 pacote de 500 gramas de linguine ou outra massa mais grossa, para incorporar melhor o molho • 4 gemas (se tiver, use de ovos caipira) • 1 caixinha de creme de leite • 1 limão siciliano grande (pode ser galego) • 300 gramas de parmesão ralado • 1 abobrinha • 1/2 pimentão amarelo • 1 cebola média • manjericão fresco a gosto • sal e pimenta do reino a gosto • opcional: calabreza fatiada em meia lua e bacon picadinho previamente frito, bem sequinhos (nós não usamos) Preparo: Pique a abobrinha e o pimentão ao meio e fatie em tiras razoavel-
mente finas. Descasque a cebola e corte em pétalas (corte ao meio, repetindo o processo com as metades duas vezes, a fim de ter 8 pedaços, depois separe as camadas com as mãos). Coloque um fio de azeite em uma panela e salteie os vegetais em fogo médio por 5 minutos, o importante é só amolecê-los um pouco, mas sem deixar perder a crocância. Reserve para esfriar. Coloque o macarrão para cozinhar na água quente com sal grosso. Enquanto isso, separe uma tigela funda onde irá colocar o macarrão, os vegetais e o molho. Fatie o manjericão em tiras bem finas. Nessa tigela, raspe a casca do limão e guarde o que sobrou. Acrescente as gemas, o creme de leite e o parmesão e,
por último, o suco do limão e o manjericão. Misture tudo. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto. Acrescente os vegetais e misture novamente. Se quiser incluir o bacon e a calabreza, misture também na tigela depois de fritar bem. Quando o macarrão estiver pronto (recomendo que seja "al dente") escorra a água em uma tigela e, com ele ainda quente, incorpore ao molho e misture rapidamente. Nesse processo o molho vai aderir no macarrão quente. Se preferir o molho um pouco mais ralo e caldoso, adicione um pouco da àgua do cozimento, mas não exagere. Salpique o que sobrou do manjericão e sirva imediatamente, acompanhado de queijo ralado. A receita serve de 4 a 6 pessoas.
Massa
•:360 indica
Reggiano para pasteis
Os pasteis nunca mais foram os mesmos depois que fabricantes conseguiram produzir massas com muita gordura a ponto de estarem sempre crocantes. O fato é que o preço da “crocância” é alto, pois o quitute resulta pesado e com calorias nas alturas.
Uma boa pedida é a massa Reggiano, fabricada em Santa Cruz do Rio Pardo. Pardo Eu a descobri na gôndola do Supermercado S. Sebastião e a escolha aconteceu quando vi na embalagem: “sem conservantes". A melhor surpresa ficou por conta da leveza da massa, igual a da vovó, feita em casa. Os pasteis ficaram crocantes, macios e leves, como merecem ser! Liguei na empresa e soube que eles também fazem pasteis para evento e para festas. Imperdível!
Info: 14 3372.5127 e 14 9656.7809
Onde IR! cinemas avaré: 14 3732.5058 Piraju: Piraju: 14 3351.1555 Ourinhos: 3325.1266 s.cruz: 14 3373.2910 cafeterias AvAré estação café_Salgados, doces, sucos e cafés. 2ª a sáb.: após 10h, dom. após 19h | F: 14 3731.2828 OurinhOS estação Baguete_ Salgados, sucos e cafés. Todo dia 6h30_22h | F: 3325.4124 Dona ica café_ Cafés, doces e salgados. Todo dia 8h-19h. | F: 14 3326.3498 STA. Cruz sabor da fazenda_ Bom cardápio e ambiente gostoso. 2ª a 6ª : 8h_18h e sáb: 9h_15h | F:14 3372.3871 restaurantes BernArdinO Donana_Peixes, risotos, massas. 3ª/sab: 18h_ 22h dom: 12h_15h | F: 14 3346.1888 OurinhOS al faiat_Cozinha diferenciada. Boa carta de vinhos F: 14 3326-9700 Hikariya_ Comida japo-nesa no jantar e almoço variado. 2ªsab. 19h_0h| F.: 14 3322.7553 La Parrilla_ Comida
argentina. 3ª/sab: 11h_ 16h |19h dom: 11h _16h | F.: 14 3324.9075 Le Lui_Ambiente e cardápio sofisticados | 3ª- sab: 11h30 e 18h30 | dom. 11h30. | F.: 14 3326.3762 PirAju Pirabar_ Almoço e casa noturna à beira do Paranapanema. 3ª a dom. |F: 14 3351.4387 taças e cachaças_ Cachaças, petiscos, pratos. Atendimento nota 10! 2ª_6ª: 18h | sab/dom: 10h | F: 14 3351.0811 torre de Pisa_ Pizzaria com forno a lenha. Chopp e porções. 3ª a dom. _19h | F: 14 3351.2684 STA. BárBArA nossa chácara_Buffet de prratos quentes e saladas . Ligue antes de ir. Local bucólico dentro da cidade. 5ª a dom. | F: 14 3765.1545 STA. Cruz Pizzaria alcatéia_Pizzas crocantes, massas e carnes à beira da piscina. 3ª-dom. 19h _23h. F: 14 3372.2731 torre de Pisa_ Pizzas, chopp e porções diversas. | F: 14 3372.8860 rancho do Peixe_ Cozinha caseira caprichada. 2ª/dom. 8h30_14h30_ 2ª/sab. 17h30_ 0h. |
dicas que valem a pena na região360 F: 14 3372.4828 S. PedrO dO TurvO restaurante rosinha _ deliciosa comida caseira. 2ª a sáb: 11h30 às 15h | F: 14 3377.141 Bares PirAju adrenalina’s_ Tilápia no alho deliciosa. 2ª a sab. após 17h |F: 14 3351.3370 BernArdinO Quintal do romão_Bar com som ao vivo, vale visitar.. 6a.s e sab. 23h_4h F.: 14 91328035 STA. Cruz Bar da neusa (Bairro de sodrélia)_ Todo dia 8h_ 20h ou até o último cliente. Sinuca e salgados. Bar do celsão (Bairro dos andrades)_ drinks, assados, porções. Almoço aos dom. (a confirmar), 2º sáb. mês festa de rock. 22h às 4h | F: 14 9697.2224 casa da esfiha_Mais de 70 opções entre esfihas salgadas e doces. Fogazzas. | F: 14 3372.2915 nina Lanches_ Tradição em lanches. Todo dia 18h_0h | F: 14 3372.6555 rancho do espetinho Pilão e cocho_espetinhos, porções e acompanhamentos para uma
moda_saúde_beleza
refeição completa. 2ª a 6ª: 17h à 1h, sáb.: 11h à 1h e dom.: 16h à 1h | F: 14 3373.1041 sasel Haus_Programação diversificada de 3ª a dom. Lanches, porções pratos e um bar bastante variado. em alguns sábados tem feijoada na hora do almoço. 3ª a sáb.: 18h às 2h e dom.:16h à 0h | F: 14 9814.8456 treiler dos amigos_Lanches e porções famosas do jardim Planalto. Fecha às 3ªsfeiras. 18h30 à 0h30 | F: 14 3372.9297 OutrOs frutaria do Baiano_ Frutas selecionadas. r. Mal. Bittencourt c/ r. Benjamin Constant 8h_ 23h. sorveteria união_ Sorvete artesanal e com ingredientes naturais. Todo dia 9h_23h
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g e n t e
§ fotos: FLÁVIA ROCHA| 360 -
R ock P ro fi fis s si on a l! N o F a t e / 19 an o s
( B a r d o C e rs ã o ) e
Trio Cal ibrados ( B a u r u f a z en d o u m m e g a so m n o B a r ri ca ) _ St a. Cr uz
CURTA NO:
7 • ponto
de vista
no Nar do |
360
O Japão que Gaijin viu
O Japão é silencioso. Não se fala nos elevadores, não se usa celular no metrô, ônibus, ou trem, o japonês conversa baixo, nas ruas, bares, restaurantes, shoppings, o Japão é um silêncio estranho e gostoso. Há filas enormes nas ruas para jogar na loteria e as casas de pachinko, um tipo de fliperama, ficam lotadas após o trabalho e o barulho ali é infernal. Um paradoxo explicado assim por eles: “Há sempre alguém lendo, pensando, e é preciso fazer silêncio em respeito, mas nas casas de
pachinko estão todos jogando”. Tóquio brilha. Dos inúmeros prédios envidraçados às ruas, calçadas, banheiros públicos, Tóquio brilha na limpeza, na organização, na feitura com arte e cuidado, nos detalhes, para todo lado que olhamos. Há ali um sentimento de orgulho e honra pelo país, pela cidade e por tudo o que cada um contribui e conquista. Havia lido que quando somos apresentados a um japonês ele entrega seu cartão pessoal com seu cargo e uma conquista. Dr. Negishi me esperava para mostrar o Serviço de Estrabismo da Universidade Juntendo em Tóquio e, assim que me desejou boas vindas, estendeu seu cartão orgulhoso. Aos 34 anos é professor na Universidade, PhD com trabalhos publicados em revistas japonesas e numa revista americana. Em Tóquio não há lixeiras nas ruas, nos parques. Há fumantes, mas não há sujeira, bituca de cigarro no chão, tamanha limpeza chega a parecer engraçada... Como é possível?. Estava do lado de fora do Toyota Stadium onde o Corinthians iria jogar com o Al Ahli do Egito. Havia música, barracas vendendo lembran-
o
Gaijin é o não japonês. “Gai”, de fora, “jin”, pessoa. Sou eu em uma terra em que só se vê japonês, quer dizer, não se vê turista, gente do ocidente, e é uma raridade encontrar alguém que fale inglês, francês, ou espanhol. Na escala em Dubai, a aeromoça no avião avisava: “nossa tripulação está preparada para falar: maori, nepalês, esloveno, urdu, usbeque, árabe, mandarim, japonês e inglês”. Uma viagem insólita anunciada, a começar pela duração: 36 horas. Vinte e cinco de vôo e onze a soma dos tempos de chegada ao aeroporto, check in, troca de avião, alfândega e chegada ao hotel. Com doze horas à frente no fuso horário o relógio chegou mostrando a hora local.
Ca tal a
José mário Rocha de Andrade*
c an : Fr arte
ças, comidas e bebidas, mas... cadê as lixeiras para jogar as latas vazias, os copos descartáveis vazios de cerveja tomada? Pouco a pouco o chão foi recebendo esses descartáveis e, de repente, catadores de lixo surgiram. Acabou o jogo, a nação corinthiana festejava a vitória, os termômetros marcavam -1°C e o chão brilhava, limpo como dantes. Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao Japão no século XVI, depois vieram os espanhóis, os holandeses e, por último, os ingleses, senhores do maior império de todos os tempos, o império britânico. Um a um foram expulsos pelos japoneses. O Japão é dos
japoneses e tem uma história milenar. O Brasil é dos brasileiros, mas... Quem somos nós? Somos todos eles. Somos portugueses, espanhóis, holandeses, ingleses, italianos, índios, africanos, japoneses, somos gente do mundo todo que aqui chegou, misturou, abrasileirou e tornou-se o que somos: brasileiros. Somos uma nação jovem com tudo de bom e ruim que isso significa. O gaijin, que com o rico e milenar Japão se encantou, retorna à nossa jovem terra brasilis, uma joia rara e belíssima que pouco a pouco é lapidada por seus artesãos, nós, os brasileiros. *médico santa-cruzense que vive em Campinas | zemario@caderno360.com.br
8 • agronegócio por Flávia Manfrin | editora 360
PRODUçãO de pimentas se firma e expande na região
Isso tudo ocorre graças ao consumo, que vem aumentando no país, seguindo uma tendência já bastante avançada no resto do mundo. Inclusive a culinária do momento, segundo Marcelo Prado, que comanda a área de desenvolvimento de produtos na Oeste Co., se mostra mais adepta às varie-dades da especiaria que é natural das Américas e, além de dar sabor e conservar alimentos, faz muito bem à saúde, segundo especialistas.
Em Santa Cruz, onde a West Co. está ancorada, já são produzidas três toneladas por mês das espécies Jalapenho e Habanero, originárias do México e com um índice de picância mais elevado que as tradicionais brasileiras Dedo de Moça e Malagueta (veja a tabela os índices de cada uma delas). Com a produção, a empresa distribui hoje cerca de 30 mil unidades de molhos por mês, com um mix composto por 5 tipos de produtos, entre chipotle (mistura de pimenta triturada com outros ingredientes), temperos gourmet (traz a especiaria conservada em vinagre junto frutas ou outras especiarias,
foto: Flávia Rocha | 360
O mercado de pimentas nacional está em franco crescimento e já encontrou seu lugar ao sol na região. Em pouco mais de um ano (noticiamos o tema na edição 69 - nov/11 do Caderno 360) ao menos quatro produtores rurais de Sta. Cruz do Rio Pardo já incluíram espécies exóticas em seu mix de produção para atender à demanda da Oeste Co., empresa que desde fevereiro de 2012 fabrica molhos picantes sob a marca De Cabrón, já distribui para São Paulo (interior e capital) e prepara-se para ingressar nos mercados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
marcos Zanette e sua plantação de bhut jolokia, a espécie indiada que figurou por cinco anos no Guiness Book como a mais ardida do mundo
como a mostarda, por exemplo) e marinada barbecure, o típico molho de churrasco do este Americano.
Boa receptividade e inovação – Com um índice de crescimento na casa dos 30% ao mês e 210 pontos de vendas cativos que abrangem desde a região de Santa Cruz – onde a empresa apura níveis de consumo surpreendentes, segundo o diretor de marketing e novos negócios Leo Spigariol – até a capital, onde a marca aparece em pontos de venda sofisticados, como o Empório Santa Luzia, supermercado onde se encontra produtos da mais elevada categoria, a Oeste e Co. tratou de criar indicadores de picância para familiarizar os usuários com sua linha de produtos e estimular o consumo, que ainda é muito menor no Brasil do que em outros gran-des centros do planeta.
Nas versões Mirim, Humana e Profissa os molhos encontraram adeptos de todos os tipos, inclusive restaurantes, que passaram a oferecer a linha De Cabrón como opção aos clientes. Alguns deles contam com produtos exclusivos, como o sofisticado SAL Gastronomia, do chef Henrique Fogaça, em São Paulo. Para ele, foi criado um molho com Jalapenho misturado a A primeira colheita de bhut jolokia é pesada, mas a venda deve ser feita por caixa ou unidade, pois elas perdem peso conforme se desidratam
maracujá, incorporado ao cardápio do restaurante.
Insana e frutas – Além de novas experiências de mistura de frutas às espécies Jalapenho e Habanero, a West Co. se
prepara para mais um lançamento, já aguardado pelos aficionados por pimenta. Trata-se da versão Insana da escola De Cabrón, que promete uma picância para “além dos profissionais”. À frente do desenvolvimento do produto, Marcelo Prado estabeleceu uma nova parceria com um produtor rural que enstusiasmou-se em produzir uma das mais picantes pimentas do mundo, a bhut jolokia, quando ganhou de um amigo sementes deessa espécie que por cerca de 5 anos figurou como o mais picante no Guiness Book (o livro dos recordes) e é considerada a mais saborosa por especialistas.
Bastante exótica, a “bhut”, como é chamada pelos “jolokianos” (pessoas aficionadas por essa variedade) está sendo produzida há cerca de um ano. Além das sementes oferecidas pelo amigo, o produtor Marcos Roberto Zanette transformou em mudas as sementes de outros seis frutos, comprados no Mercadão de São Paulo, onde cada unidade é vendida entre R$ 10,00 a R$ 15,00, a depender do tamanho. Com um investimento que incluiu irrigação especial, plantação em vasos e uma estufa própria para a primeira fase de testes, o Zanette, vem dosando a aduba-
ção e lidando com o controle de pragas enquanto apura uma pequena produção, já comprometida com a West Co. “Ainda estou em fase de experiência, mas é um setor muito interessante, que requer muito cuidado na manipulação dos frutos, que são altamente picantes, mas podem se tornar uma nova frente de produção do sítio”, diz Zanette.
Perspectivas de expansão – Assim como a West Co. almeja diversificar sua linha de produtos com o lançamento de molhos diferenciados e combinações inéditas para a mesa do brasileiro, ampliando sua rede de distribuição e seus investimentos, que foram da ordem de R$ 8000 mil do planejamento à implantação da empresa, Zanette também visa atender ao mercado direto com a venda de mudas e sementes de bhut jolokia pela internet, como ocorre no Mercado Livre. “É um novo segmento e requer tempo para se estabelecer com critério e controle de qualidade, mas estou entusiasmado, tanto que passei a incluir os molhos de pimenta em meu cardápio diário, coisa que não fazia”, revela o produtor.
Fotos: Flávia Rocha | 360
marcelo Prado já esteve no méxico para pesquisar chillis e agora trata da criação de molhos com a bhut jolokia. Abaixo, os produtos da Oeste Co., alguns em fase de teste
A vida com picâncias – A familiaridade e alto consumo de pimentas em países como México, Estados Unidos, Peru e Chile, não está chegando apenas ao Brasil. Consumidores do mundo todo se rendem cada vez mais à especiaria descoberta nas Américas pelas expedições espanholas e portuguesas no século 16. No México, onde são consumidas por gente de todas as idades, inclusive crianças, variedades
de pimentas são apresentadas de todas as formas, inclusive como temperos em pó para cobrir frutas vendidas nas ruas.
Também a busca pela maior picância ganhou proporções mundiais. A origem americana da pimenta não impediu, por exemplo, que a Índia fosse o país a desenvolver a bhut jolokia, que figura hoje entre as cinco mais picantes do mundo.
Variedades populares no mundo todo e níveis de picância A escala Scoville indica em SHU quantas vezes um extrato da pimenta precisa ser diluído para ser neutralizado. SHU 1,46 milhão
ESPÉCIE Trinidad Scorpion Butch T
P AÍS Austrália
1,40 milhão
Trinidad Moruga Scorpion
Trinidad e Tobago
1,30 milhão
Naga Jolokia
Índia
1,10 milhão
Bhut Jolokia
Índia
987 mil
7 Pot Barrackpore
Caribe
981 mil
Moruga Laranja
Trinidad e Tobago
877 mil
Tezpur
Índia
577 mil
Habanero Red Savina
México
300 mil
Habanero
México
60 a 100 mil
Malagueta
Brasil
30 a 50 mil
Tabasco
México
5 a 15 mil
Dedo de Moça
Brasil
2,5 a 8 mil
Japapeño
México
1 mil
Biquinho
Brasil
Versatilidade em benefícios – Além do prazer gustativo, a pimenta, que na maioria dos países recebe outros nomes, como chilli, no México, ají no Peru e spicy nos países de língua inglesa, traz muitos efeitos positivos para a saúde, segundo estudos. Os mais conhecidos são sua capacidade de afastar o mal estar, espantar a tristeza e elevar o astral. A capsaicina, princípio ativo que é o responsável pela picância da pimenta, além de efeitos sobre o humor, garante ainda saciedade, contribuindo para o bom funcionamento do aparelho digestivo, sendo indicada para evitar dor de cabeça, má digestão e controle do peso.
Presente na placenta (nervuras) onde
ficam as sementes, a capsaicina também funciona como agente contra doenças como artrite e reumatismo, sendo encontrada em produtos de uso tópico, como emplástos e unguentos, por sua capacidade de criar endorfina em ambiente externo do corpo. Isso não significa que se possa passar pimenta sobre a pele, ao contrário, neste caso ela pode render a mesma sensação de forte queimadura.
Um dado interessante é que o ardor causado pela capsaicina se dispersa com água. Por isso, caso experimente uma pimenta muito forte, difícil de suportar, evite tomar água. Substitua por azeite, requeijão ou mesmo leite, que são indicados para reduzir a sensação de ardor.
10 • meio
ambiente _• turismo
ÁGUA doce faz verão ser mais gostoso Outro dia vi na TV um comercial de protetor solar que podia ser usado com o diretamente no corpo molhado. Depois do banho de mar, da ducha na praia, da piscina e até do banho de mangueira, ele funcionaria na pele, segundo a propaganda. Essa historinha me fez pensar no quanto a água dos rios é esquecida, para não dizer, menosprezada, pelos publicitários e empresários quando a ideia é mostrar cenas de lazer e muita diversão. Não os culpo, mas talvez aos órgãos de turismo das esferas federal, estadual e municipal. Parece que pouco fazem para promover um dos mais versáteis recursos naturais quando a questão é diversão.
Avaré, Fartura, Timburi, Santa Cruz do Rio Pardo, Águas de Santa Bárbara, Piraju, Ipaussu, Chavantes e Cerqueira César são algumas das cidades da região 360 onde o cidadão local ou turistas podem desfrutar de grandes imersões em água doce. Seja corredeira, represada ou cachoeira.
foto: Flavia Rocha | 360
Sejam em áreas represadas ou corredeiras mais ou menos intensas, os rios oferecem uma gama infinita de atividades que podem ser praticadas com segurança se tomadas as medidas corretas. A primeira é saber nadar. O que impede muitos acidentes. Outra é o uso de equipamentos náuticos de segurança, como os coletes, por exemplo. Pesca subaquática, mergulho, esquiaquático, canoagem, remo ou a simples refrescância acomodado numa câmera de ar são algumas das atividades que se pode praticar na água doce. Uma água que além de tudo, é li-teralmente um banho de frescor da natureza. A t r a d i c i o n a l d e s c i d a d e b o i a é u m p a s s e i o i n u s i t a d o , s i m p l e s , q u e d u r a m u i t a s h o ra s ( d e p e n d e d o t r ec h o d o r i o a s e r p er c o r r i d o ) e n ã o o f e r e c e p er i go no c a s o d o r i o P a r d o . P o r s e gu r a n ç a , p o d e- s e a m a r r a r a s b o i a s c o m c o r d a s , d a nd o f o l g a e nt r e c a d a um a e i n c u i nd o u m a p a r a a b r i g a m um i s o p o r r e p l e t o d e “ g e l a d a s ” p a r a a um e n t a r a g r a ç a d o p a s s e i o . O b a c a n a é a i m e r s ã o n a n a t u r e z a , e a c h e g a d a e m p l e n o c e n t r o d a c i d a d e , o n d e s e c o s t u m a e n c e r r a r o p r o g ra m a c o m u m b o m c h u r r a s c o
foto: acervo Rio Pardo Vivo
fotos: André Cachoni | acervo pessoal
foto: acervo pessoal Marcelo Yoneda
Esquiaquático, banho de cachoeira, mirantes, prainhas, e outras avenuras aguardam os turistas que se ligam nas águas correntes ou represadas da região 360
10 • meio
ambiente _• turismo
A arte de fazer cultura no interior
Desenvolver e fomentar a cultura no interior não é tarefa fácil. Com a multiplicação das mídias pautadas na cultura de massa (aquela que é fácil de assimiliar, causando empatia, apesar de sua rara qualidade) e a valorização de maus hábitos do universo caipira, como falar errado, exaltar posturas machistas e preconceituosas sob o argumento de que gente “bacana” gosta, aprova e vive isso, tornou-se um grande desafio promover nos pequenos centros o convívio com a arte que nos torna mais cultos e, portanto, mais capazes e seguros de nossas opiniões e escolhas. Pintura, escultura, gravura e todas as vertentes das artes visuais. Música, dança, teatro, poesia, lituratura. Quanto desse infinito universo do mundo cultural faz parte do nosso dia a dia? Nos grande centros, especialmente nas metrópolis, o um evento cultural ganha grandes proporções e costuma ser disputado, especialmente em estreias. Já no interior… é comum acontecer de não haver público suficiente para justificar todo o esforço de se colocar em cena uma peça teatral, por exemplo. Essa tarefa desafiante e imprescindível
360: O seu envolvimento com a formação cultural de cidades, surgiu dando aulas de música? Neusa Fleury: Acho que sim. da música e também de ver meu pai trabalhando com teatro quando eu era criança e adolescente. e também teve muita orientação assim por parte do meu pai por literatura. 360: há quanto tempo você atua na área pública, desenvolvendo a cultura nos municípios? Neusa: já são 20 anos. Comecei em Ourinhos em 93, como secretária de cultura. de 97 a 2000 exerci essa função em Sta. Cruz e depois voltei para Ourinhos. 360:: você tem grande bagagem nesse campo. Como se desenvolve a ação cultural numa pequena cidade. Neusa: Primeiro é importante saber que não é fácil. é uma consciência que precisa ser cobrada das pessoas,
de ser praticada, afinal não há maior atraso num povo do que seu baixo nível cultural – e isso reflete em todos os setores de uma sociedade, inclusive nos negócios – tem sido praticada com maestria numa cidade de pouco mais de 100 mil habitantes. Município originalmente formado por migrantes, por conta de seu entroncamento ferroviário, hoje fortemente rodoviário, Ourinhos dá um show no que tange à sua programação cultural, seja pela diversidade, seja pela qualidade, e, consequentemente, pelo público, que sempre lota todos os eventos culturais, sejam eles pagos – geralmente de valores baixos, graças aos subsídios da administração municipal – ou gratuitos, neste caso, em boa parte em virtude de programas do governo do Estado e leis de incentivo, como a Rouanet. À frente dessa ação por mais de uma década, Neusa Fleury, professora de música que especializou-se em gestão pública de cultura, tendo, ainda, boa experiência como agente de desevolvimento de projetos culturais amparados em leis de incentivo, nos concedeu uma entrevista exclusiva onde ensina como desenvolver cultura no interior. Confira!
pois dinheiro de imposto precisa virar ação cultural. da mesma forma que tem que construir posto de saúde, tem que construir teatro. São necessidades humanas. uma não é maior que a outra. e isso é uma coisa difícil de acontecer, porque geralmente são as coisas mais visíveis que as administrações querem apoiar. Querem fazer prédio, ponte, hospital… e os projetos culturais, que são mais abstratos, acabam sendo mais difícil de se entender, inclusive a necessidade deles, porque mexe com o desenvolvimento da sensibilidade. São coisas que nem sempre as pessoas entendem e não é fácil de entender. então o primeiro desafio é esse. e acho isso bastante motivador. Fico muito feliz quando o dinheiro de imposto é aplicado em cultura. 360: Como se busca esse dinheiro de imposto? Neusa: em Ourinhos é feito com recurso próprio. A
fotos: Flavia Rocha | 360
por Flävia manfrin | editora 360
Neusa Fleury na secretaria de Cultura de Ourinhos, à frente de cartuns, resultado de um projeto de fomento da cidade. Disposta a “dar um tempo" da funcão de secretária (sabe-se que ela recusou convite para o cargo em sta. Cruz, sua terra natal), ela assumiu a direção da Biblioteca municipal de Ourinhos. “Quero me concentrar em projetos literários", revela.
prefeitura inclui no orçamento. e isso será obrigatório em todo lugar, pois já foi aprovado o Plano nacional da Cultura, que prevê que todos os estados e municípios destinem no mínimo 1% do seu orçamento para as ações da cultura. 360: 1% do orçamento total é bem pouco, não? Neusa: é uma verba que não vai fazer falta para a prefeitura e faz muita diferença para a cultura. em Ourinhos, trabalhamos com 1,7% do orçamento e são muitas atividades durante o ano. imagine se fosse 2%! 360: Como mesmo sem haver lei, a prefeitura decidiu destinar 1,7% do orçamento para a área de cultura? Neusa: O secretário de cultura não pode se achar menor ou menos importante que o secretário de saúde, do que o secretário de educação, que secretário nenhum. ele tem que se impor, tem que falar não e batalhar muito. Por isso conseguimos esse patamar bem acima do que o governo federal vai exigir. Além disso, os administradores vão percebendo que é bom investir, que a cidade aprova, que isso vai revelando a cidade. um trabalho bem feito acaba dando retorno, porque o próprio político percebe que uma ação cultural tem dividendos políticos pra ele. 360: Como se define uma programação cultural com a verba do município ou de impostos? Neusa: Acho que passa primeiro pela escolha do profissional a ser secretário. Tem que ser alguém que conheça a área, que goste de música, teatro, dança, artes plásticas etc., que tenha uma boa cultura geral e alguma noção de administração pública. Sempre foi comun dar o cargo para quem gosta de organizar eventos e não é por aí. Mas isso está mudando. Aos poucos está surgindo uma necessidade do profissional que trabalhe com a cultura. 360: já há cursos para formar profissionais? Neusa: existem cursos de gestão cultural em algumas universidades federais. Acho que isso vai ser uma
tendência. daqui a 10 anos vamos ter muito mais. é uma área que está crescendo, que aquece a economia, que dá retorno, inclusive político. (obs.: Neusa vai ministrar oficina sobre gestão cultural em Marília – no sdia 27/2 das 9h30 às 13h30. Inscrições daté 25/2: Info: 14 3453-5660 / 3433-2743 | tarsiladoamaral@oficinasculturais.org.br)
360: O governo do estado tem programas culturais para as cidades do interior. Como ter acesso a eles? Neusa: Os programas são importantes, temos sorte de poder contar com o apoio estadual, mas o secretário não pode pensar só nisso. Primeiro que você tem que estar muito atualizado com o que está acontecendo nas outras cidades e também tem que ter um público formado na cidade. não adianta ter um profissional com capacidade num lugar onde as pessoas não estejam querendo aquilo, porque vai ser um desperdício. Aqui em Ourinhos, como há muitos anos tem atividades de formação (escola de música, escola de bailado, oficina de teatro, oficina o tempo todo), fomos formando pessoas nessas linguagens da arte. 360: Se é preciso formação, as cidades devem criar escolas, como Ourinhos tem as de música e de dança? Neusa: não precisa ter escolas, mas oficinas livres que possam ter continuidade. Porque não dá pra ter em um ano e não ter no outro, tem que ter sempre, igual aula de matemática, que tem desde que você entra no primeiro ano até o terceiro colegial. é preciso dar espaço para pessoas que querem desenvolver seus próprios projetos. A prefeitura financia e eles que vão fazer a cultura da cidade. 360: A exemplo da unidade de fomento estadual, Ourinhos lançou um edital para inscrição de projetos a serem beneficiados por verbas do município, inclusive oferecendo orientação aos artistas de como criar e montar os projetos. Como vocês conseguiram chegar a esse nível de organização e fomento da cultura? Neusa: O primeiro ano foi sofrível. Para conseguir 10 projetos bons foi difícil porque as pessoas ainda não
“A cidade que investir em cultura vai gastar menos com saúde, vai gastar menos com limpeza de lixo, vai gastar menos com muitas outras coisas, porque a cultura muda o comportamento humano para melhor.”
sabiam escrevê-los. então tratamos de ensinar o pessoal a fazer, fizemos cursos, marcamos horário para orientá-los. As pessoas vinham com um rascunho do projeto e recebiam sugestões, dicas, para melhorá-lo. Aí elas mandavam uma versão final. e deu resultado. em 2012 foi difícil escolher entre tantos projetos bons. 360: esse caminho traz público também? Neusa: Sim, eles vão trazer o público. isso acontece, por exemplo, em Londrina. A prefeitura não faz festival. Aqui fazemos cinco, mas a tendência é ir diminuindo e deixar que produtores culturais habilitados produzam isso na cidade com apoio da prefeitura. O governo financia e eles vão fazer. Com isso você cria um mercado de trabalho, você profissionaliza o artista, dá condição de trabalho, dignidade pra esse pessoal. Acho que daqui a um tempo vai ser assim. e vai ser muito bom. Porque não necessariamente você tem uma equipe. Ourinhos tem porque a Secretaria de Cultura já funciona há muitos anos. Tem cargos de carreira dentro da cultura, mas não é todo lugar que tem. Acho que esse caminho do edital de fomento é democrático. você dá condição para que qualquer pessoa que tenha uma boa ideia consiga se organizar e desenvolvêla. Tivemos projetos muito legais assim. 360: dá para aplicar o modelo de Ourinhos numa cidade menor? Neusa: Sim, mas para isso é preciso haver atividade de formação. Fazer um curso de literatura numa cidade de analfabetos não vai adiantar. As pessoas têm que saber ler, têm que entender aquilo. então para ter uma programação cultural de qualidade e com público, tem que ter atividade de formação, como um Projeto Guri, por exemplo. Alguém vai sair dali com mais noção. e também a secretaria de educação deve abranger isso, deve ensinar para que haja pessoas com domínio dessas linguagens. em Ourinhos, a prefeitura financiou a publicação de livros de vários autores. eles
não precisaram ficar atrás da prefeitura, de vereadores, pedindo pelo amor de deus para conseguirem publicar sua obra. eles puderam escrever seus projetos, conseguiram que fossem selecionados e publicaram os livros. é uma forma de fazer com dignidade. A pessoa pode fazer isso sem precisar se valer de compadrio político. 360: Quando você olha ao seu redor, como é que você avalia a cultura no interior, tirando Ourinhos, que vai bem nesse caminho? Neusa: Acho que falta muito para o interior. e olha que a gente tem no estado de São Paulo uma Secretaria operante, que vai até os municípios. O que eu percebo é que na maior parte dos municípios a direção da Secretaria de Cultura ainda não está nas mãos de pessoas que são da área e isso é ruim. 360: Com a mudança de governos, de partidos, muitas vezes o trabalho da área de cultura é interrompido, as equipes são trocadas. Como um secretário pode trabalhar prevendo que de repente ele só vai ficar quatro anos desenvolvendo a cultura? Neusa: Acho que você tem que deixar políticas que possam continuar. eu tive a sorte de ser eu mesma a dar continuidade, mas nunca penso em apenas quatro anos. Tanto na educação, quanto na cultura, são políticas de continuidade, não dá pra resolver em quatro nem em oito anos. 360: Quais as regras básicas a seguir e as armadilhas que o secretário de cultura deve evitar? Neusa:não sei se é politicamente correto o que eu vou falar, mas acho que todo secretário de cultura teria a obrigação de cuidar para que toda ingerência política não atrapalhasse a ação cultural que está desenvolvendo. Porque a arte é, por excelência, a liberdade. Se você tem todo o seu trabalho cerceado, dirigido, não vai dar certo. é lógico que você está dentro de uma administração pública, tem regras políticas a seguir, mas você tem que colocar limites, tem que se impor. Senão, as ingerências políticas ,e inclusive de religiosos, são muito grandes. é preciso impor respeito sem temer perder o cargo e isso acaba trazendo bons resultados.
14 • bem
viver
2013: tempo do fazer Adriana Righetti* | especial para o Caderno 360 2013 será regido por Saturno, o que trará a chance de concretizarmos e realizarmos diversos objetivos no campo pessoal, material e profissional. Saturno oferece mais maturidade e persistência, tornando nossos desejos mais constantes e sólidos, e traz ainda mais consciência de nossas limitações. Na mitologia grega, ele é o deus Cronos, o Senhor do Tempo, onde, em seu longo e paciente reinado, a obra da criação se completou. Esse período ficou conhecido como a “Era de Ouro”, devido à abundância e à fartura que esse deus presidia. Com essa influência, poderemos enfim aprender a esperar, compreendendo que tudo tem seu tempo: de começar, terminar e se transformar. É momento de nos mantermos atentos aos ciclos da vida e aprender muito com eles.
artes: Sabato Visconti | 360
Saturno nos traz muito aprendizado e crescimento para este novo ano que chega com um ar de renovação, já que é possível que muitos de nós tenhamos tomado conhecimento das ameaças que pairam sobre o planeta. É momento de cuidarmos e zelarmos mais pela natureza, prezarmos mais os bons costumes e mantermos algumas tradições. Estamos saindo do universo da sensibilidade para ingres-
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O ano da serpente
Considerada um símbolo de boa sorte na China, ano regido pelo signo da Serpente trará amor e sabedoria, mas pede calma, reflexão e planejamento.
Tradicionalmente, os anos regidos por esse animal – que se repete a cada 12 anos – costumam ser um tanto imprevistos coletivos.
Para a Astrologia Chinesa, pautada em 12 animais que se alternam a cada ano lunar (com início em fevereiro), 2013 será o Ano da Serpente. Segundo estudiosos será um ano de amor e sabedoria, mas também um chamado para a calma, a reflexão e o planejamento, assim como o que está sendo anunciada pelos astrólogos para o ano de regido por Saturno.
No campo individual, os solteiros podem esperar por romance e cortejo. Já quem está comprometido, pode se preparar para brigas, é bom prestar atenção para evitar barracos!
Essa questão de ponderação não significa, no entanto que será tempo de dificuldade. Ao contrario. A serpente é um símbolo de boa sorte para os chineses, que a consideram um animal sagrado.
Já as pessoas regidas por esse signo chinês (quem completa este ano idade múltipla de 12: 12 anos, 24, 36, 48…) são dotadas de nobreza em razão de sua sabedoria e habilidade de de compreensão. São ainda pessoas sensuais, supersticiosas, orgulhosas e vaidosas, além de serem muito refinadas. fonte:WWW.zastros.com.br
sarmos no da realidade prática, já que estamos vindo de um ano regido pela Lua, onde a nutrição, os cuidados, o feminino e os sentimentos eram o senhores da vez. Por isso, este ano requer maior adaptação de nossa parte. O importante é sabermos que a colheita é certa, e ela ocorrerá na medida dos esforços do nosso plantio. Saturno eliminará todos os excessos de nossa vida e tudo aquilo que impede nosso desenvolvimento, já que ele não deseja nada que não seja estritamente necessário. Com isso, é possível vivenciarmos algumas perdas necessárias, porém, se cumprirmos com a missão que nos é dada agora, no final desse ciclo estaremos mais leves, realizados e bem-sucedidos. *astróloga paulistana radicada em são Tomé das Letras
2 0 1 3: que tal S ER alguém? Ninguém mais quer saber de trabalhar. Seja por necessidade ou por satisfação, as pessoas parecem que decidiram mesmo abandonar o trabalho. Encontro uma explicação simplória para isso: primeiro os valores do mundo atual. Efetivamente TER tornou-se, para a maioria, a razão de sua existência. Ninguém mais quer SER algo (médico, engenheiro, professor, empresário, adovogado, jornalista…). As pessoas querem TER (fama, poder, coisas e dinheiro, quanto mais melhor). Essa mudança de busca da humanidade, ironicamente, a empobrece. Você pode ter uma montanha de dinheiro. Pode ter tudo que sempre quis, o melhor carro, as melhores roupas e aparelhos eletroeletrônicos… isso não o torna uma pessoa rica. A riqueza está além do imediatismo do consumo e da conta bancária do indivíduo. Ela está na maneira como ele se mostra capaz de absorver e devolver ao mundo o que ele tem de melhor.
arte: jaqueline Araujo | 360
* Fernanda Lira
aderindo a uma moda ruim criada para quem tem a pretensão de ser o maioral.
Uma homem rico que não tem cultura passa vergonha diante de quem, por mais pobre seja em termos econômicos, tenha estudado, vivenciado e valorizado a incrível riqueza cultural que o mundo nos apresenta. O mesmo se aplica à sabedoria, à experiência que só o trabalho nos concede. Ninguém é um grande advogado, publicitário ou empresário porque pode ter um belo escritório e fazer o cartão de visistas com o papel mais chic e os elementos mais caros da gráfica. É preciso saber fazer as coisas . E muito bem feitas para que se possa ter orgulho de si mesmo.
Outro dia ouvi uma boa explicação para a falta de mão-de-obra, em todos os setores da economia – sim não vivemos uma situação de desemprego, mas de desempregados por convicção. “Culpa das Casas Bahia”, declarou uma amiga jornalista citando esse tipo de loja que vive da inocência dos desfavorecidos, que se endividam até o topo acreditando que comprar uma TV que mal cabe no cubículo onde vivem são a grande sacada da vida.
Só que o fazer bem feito, definitivamente parece ter saído do horizonte das pessoas. Afinal, elas querem mais é ter tempo livre para ir atrás daquilo que acreditam pode lhes dar satisfação: ter alguma coisa. Ocorre que ser apenas rico torna o cidadão um ser quase ridículo, pois sua ignorância generalizada lhe tira a capacidade de avaliar as coisas, ou não veríamos tanta gente mal vestida, especialmente os homens com suas pólos cheias de recortes e grandes borbados,
Quando é fácil dividir em 20, 30 parcelas um bem de consumo, como ocorre nos grandes magazines, fica fácil TER tudo. Vai-se pagando os carnês com a ajuda da família que se amontoa nas casas, valendo-se muitas vezes da aposentadoria da vovozinha, do bolsa família e, claro, do seguro desemprego. Vive-se a ilusão de estar pau a pau com os ricaços. afinal, a TV tem o mesmo tamanho. O fato é que, tirando o automóvel e a casa própria, que são bens que têm valo-
res que justificam um parcelamento tão longo (no caso dos carros por conta do governos, afinal, eles custam no mínimo o dobro no Brasil quando comparamos com outros mercados) quem precisa de mais de três meses para comprar um item de consumo definitivamente não tem condições reais de tê-lo. Vive a ilusão do crédito (seja da Casas Bahia ou da Mastercad). E quem tem crédito, pode até conseguir dinheiro alheio, mas não tem dinheiro nenhum. Bom era quando as pessoas trabalhavam, juntavam o dinheiro necessário para comprar o que desejavam (fosse algo útil ou fútil) e seguiam a vida com o fruto de seu trabalho. Hoje elas, como disse, não precisam trabalhar pra ter algo. E no fundo não têm coisa nenhuma. Apenas uma grande ilusão. Uma pena é que essas pessoas que estão aí, perdidas atrás de TER mais e mais, não vão ler esse meu ponto de vista. Afinal, o 360 é gratis! Ah, então não lhes interessa! * jornalista paulistana que adora o interior | felira@caderno360.com.br
Turmas para a UATI
Estamos formando um grupo em Sta. Cruz para cursar a Faculdade da 3º Idade da FIO. Toda 3ª e 5ª à tarde. Interessados ligar p/ 14 9653.6463.
16 • papo-cabeça
• Esportes
• Música
*Tiago Cachoni
Num ano em que Céu, BNegão e Otto lançaram discos novos, o resultado só poderia ser um: empate. Com os respectivos “Caravana Sereia Bloom”, “Sintoniza Lá” e “The Moon 1111”, o trio encabeça a minha listinha dos melhores nacionais de 2012, seguidos de perto por “Tudo Tanto”, segundo álbum de Tulipa Ruiz. E o rock nacional continua em profunda agonia, apesar dos bons “A Mágica Deriva dos Elefantes”, da carioca Supercordas, e “This Is Rolê”, do Macaco Bong, discos totalmente à margem da mídia. Menção honrosa para as turnês de reunião dos míticos Planet Hemp e Barão Vermelho, e desonrosa para o álbum desnecessário de músicas requentadas do Ultraje a Rigor com o Raimundos (sinal claro da dita agonia). No cenário do rock interna-
cional, os anos 90 voltaram com tudo, com lançamentos de Green Day (3 discos simultâneos!), Dinosaur Jr. (“I Bet on Sky”), Smashing Pumpkins (“Oceania”), Garbage (“Not Your Kind of People”), No Doubt (“Push and Shove”), Cranberries (“Roses”), e Soundgarden (“King Animal”). Os moderninhos curtiram o som de Gotye (“Making Mirrors”) e Tame Impala (“Lonerism”). Nada demais, apesar do alarde. Bonito mesmo fizeram o Muse, com o grandioso “The 2nd Law”; o bardo Leonard Cohen, com o classudo “Old Ideas”; Brendan Benson e seu pop perfeito em “What Kind of World” (cuja “Bad For Me” é seguramente a mais linda canção de 2012); a barulheira melódica do já citado Dinosaur Jr.; e o
Band of Horses, com o belíssimo “Mirage Rock”. E se no quesito festivais o ano foi um tanto mais fraco que os anteriores (muito por conta da não realização do SWU), ao menos tivemos a primeira edição brasileira do Lollapalooza, um dos mais famosos do mundo, que já de cara trouxe o gigante Foo Fighters para seu primeiro show em solo paulistano. Por fim, cabe destacar a força que o Racionais MC’s ainda possui, mesmo sem lançar um disco há mais de uma década. Com dois shows impressionantes (os encerramentos do Lollapalooza e do VMB), e duas músicas geniais (“Marighella” e “That’s My Way” – esta, na verdade, de Edi Rock, um dos quatro Racionais), eles dominaram o cenário nacional nesse 2012.
*Músico que aguarda pelo que já se anuncia o melhor disco de 2013, o novo do Queensof The Stone Age.
*Priscila manfrim
Pra esta 1ª edição de 2013 do Caderno 360, achei interessante indicar quais, ao meu ver, foram os destaques (positivos ou não) do esporte brasileiro em 2012.
☺ DEU CERTO - Seleção Feminina de Vôlei: Depois de um início desastroso nos Jogos Olímpicos , a equipe do técnico José Roberto Guimarães ressurgiu de forma brilhante na fase de quartas-de-final em um jogo inesquecível contra a Rússia, quando venceu a partida no tie-break após ter salvo nada mais nada menos do que 6 match-points. Com essa vitória, as meninas da seleção ganharam muita moral e, depois de vencerem mais duas partidas alcançaram o bicampeonato inédito. NÃO DEU CERTO - Diego Hypolito (Ginástica Olímpica): Pela 2ª vez consecutiva em Olímpiadas, o atleta decepcionou. Chegou como favorito e caiu, literalmente. Com a queda nas classificatórias do solo (sua melhor prova) não conseguiu vaga para a final, frustrando mais uma vez com as expectativas que eram depositadas nele. Após o fracasso, o atleta, chorando, deu uma declaração assumindo que “amarelou”. ☺ DEU CERTO - Arthur Zanetti (Ginástica Olímpica): O ginasta chegou em Londres longe dos holofotes da mídia e voltou ao Brasil em situação totalmente oposta. Isso porque conquistou o ouro na prova argolas com uma apresentação praticamente impecável. Vale lembrar que o Brasil nunca havia conquistado uma medalha Olímpica na ginástica e que em dezembro, Arthur foi eleito o melhor atleta do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
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RETROspectiva mELHOREs 2012 e piores do ano
NÃO DEU CERTO - Palmeiras: Mesmo tendo conquistado a Copa do Brasil no 1º semestre e, consequentemente uma vaga pra Libertadores 2013, tenho certeza que meus amigos palmeirenses querem esquecer o final de 2012. Com um desempenho desastroso no Campeonato Brasileiro, a equipe alviverde foi rebaixada para Série B pela 2ª vez em 10 anos. ☺ DEU CERTO - Corinthians: Em um 2012 espetacular, o Corinthians coroou um trabalho muito bem feito que já vinha sendo realizado há alguns anos. Com a conquista inédita da Libertadores em julho e com a vitória no Mundial de Clubes em dezembro, 2012 foi, sem sombra de dúvidas (algum corintiano me corrija caso esteja errada), o melhor ano da história centenária do clube.
*Assistiu sozinha ao Brasil x Rússia já citado acima e descobriu que se não teve um infarto naquela ocasião, não terá nunca mais.
F: (14) 9612.1967 • 8189.9660 • 9745.4495 • 8125.7249
18 • meninada
arte: Sabato Visconti | 360
P I N G O
ru im. ch oro bo o r m! c ho
Aconteceu algum tempo atrás: Alvinho saiu de férias e Pingo foi para o canil. Alvinho adorou, Pingo chorou. O canil era pequeno, fechado e triste. Alvinho percebeu e dessa vez Pingo foi a outro lugar, um paraíso para cachorros.
Piscina para nadar, gramado para correr, cachorros para brincar, cheirar, lamber e fazer amizade. Quantas vezes Pingo abanou o rabo, levantou as orelhas e latiu feliz? Perdeu a conta. Mas férias um dia acabam e Pingo irá, outra vez, chorar. Choro de saudades bom, muito bom. Au Au!
2013
Vamos contar?
=
recomeço
Quantos chapéus e bonés? Quantas pás e ancinhos? Quantos pássaros? Quantas conchas? Quantas boias? Quantos baldes? Quantas bolas? Quantos barcos?
Re d a çã o : P a o l a P e g or er M a n f r i m A r t e : C l ar a E l i z a Ba s s e to
Mas isso é um bom sinal, sinal que o ano rendeu!!! 2012 foi muito bom para mim e para outras pessoas também, bem… mas se não foi também, como eu disse no título, 2013 é igual a um recomeço, uma página em branco. Ou seja, que saibamos transformar os erros de 2012 nos acertos de 2013!!!
Um ótimo ano a todos, ótimas férias para os estudantes e “vamo que vamo” que o ano esta só começando!!!!!!! Beijos.
Paola e Clara
PS: com um textinho para animar o período pós festas!!!!!
Respostas: 9 pássaros; 5 conchas; 2 boias; 2 baldes; 1 bola; 2 pás e ancinhos; 2 chapéus e bonés; 1 barco.
Genteeeeee,como 2012 passou rápido! Como me disseram “eu pisquei e 365 dias se passaram!”, e realmente passou muuitooo rápido!
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