ESPAÇO DE CULTURA E LAZER | Eduarda Pereira Passinato | UniEVANGÉLICA

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TC de Arquitetura e Urbanismo ° UniEVANGÉLICA

Cadernos

Estudante:

Eduarda Pereira Passinato

Orientador:

Ana Amélia de Paula Moura Ribeiro

2016/2 Espaço de Cultura e Lazer

Biblioteca Pública Municipal


Cadernos de TC 2016-2 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Inez Rodrigues Rosa, M. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Patrick d’Almeida Vieia Zechim , M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Maquete Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e História Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754

UniEVANGÉLICA CENTRO UNIVERSITÁRIO


Apresentação Este volume é uma síntese. Nele condensa-se os esforços e trabalhos de professores e alunos do curso Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA), inicialmente desenvolvido ao longo dos cinco anos de duração do mesmo, mas intensicado nos últimos três semestres. Esta síntese, com título Cadernos de TC, revela duas experiências intensas. A primeira traduz uma proposta de interdisciplinaridade, a qual visa uma integração entre quatro disciplinas; e a outra se encontra diretamente na proposição de uma metodologia de projeto, que julgamos estar em consonância com as questões que envolvem a arquitetura e o urbanismo produzidos hoje A disciplina Trabalho de Conclusão, conduzida pelos professores Esp. Gilson Carlos David e Me. Rodrigo Santana Alves, como disciplina-tronco, orientou todo o processo de projeto e articulou três disciplinas das áreas que deram suporte às discussões de teorias, tecnologia e representação. Seminários de História, Teoria e Crítica, ministrada pelos professores Ma. Ana Amélia de Paula Moura e Me. Pedro Henrique Máximo Pereira, supriu as demandas de teoria e metodologia cientíca; Seminários de Tecnologia, ministrada pelo professor Jorge Villavisencio Ordóñez e Rodrigo Santana Alves, discutiu questões relativas às dimensões técnicas e tecnológicas dos projetos desenvolvidos; a representação e expressão gráca foi desenvolvida na disciplina de Expressão gráca com o apoio dos professores Esp. Madalena Bezerra de Soiza e Me. Rodrigo Santana Alves e por m, Maquete, conduzida pelo professor Volney Rogerio de Lima, colaborou no aprimoramento da metodologia de projeto, cuja ênfase é no trabalho com maquetes. A segunda experiência, muito anada com as posturas contemporâneas dos projetos de arquitetura e urbanismo, buscou evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão que normalmente não é alcançado. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo, quanto ao produto nal. Por m, como síntese, apresentamos os trabalhos a partir de uma proposta gráca desenvolvida para os Cadernos de TC. Trata-se de uma espécie de revista que visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto. Prof. Dr. Alexandre Ribeiro Prof. Me. Pedro Henrique Máximo Prof. Me. Rodrigo Santana



espaço de cultura e lazer |biblioteca pública municipal

A dependência das pequenas cidades em relação às cidades maiores é um fato que se repete em vários lugares; a cidade de implantação do projeto, São Francisco de Goiás é uma cidade pequena com cerca de 7 mil habitantes, que quando precisam de atendimento médico especializado ou cursos superiores sempre buscam esses serviços em cidades como Anápolis ou Goiânia. Nota-se que além da falta desses serviços a cidade também carece de equipamentos culturais e de lazer para a população. O projeto visa ser um equipamento que ofereça essas duas ações a população; buscando conseguir isso através da implantação da Biblioteca Pública Municipal, trabalhando os novos usos que hoje a biblioteca tem; sendo não somente um local de guarda e empréstimos de livros, mas um local convidativo a população, e que ofereça amplas possibilidades de acesso a informação e aprendizagem; para o lazer o projeto trabalha a praça, um local de convivência e integração. Autora: Eduarda Pereira Passinato

Palavras-chave: Cultura, novos usos, biblioteca, lazer.

Orientadora: Ana Amélia de Paula Moura



Contexto| a cidade a biblioteca programas multiuso Espaรงo de Cultura e Lazer


Contexto| Quem vive em cidades pequenas, sabe a realidade de muitas delas, no que diz respeito ao acesso a cultura, lazer, a espaços de recreação e outros serviços. Normalmente nessas cidades se tem um ginásio de esportes, algum campo de futebol ou alguma praça com brinquedos precários; percebe-se que a cidade está em movimento durante os cinco dias úteis da semana e que no nal de semana ela praticamente para, tudo fecha e não se tem um local que sirva de ponto de encontro e lazer para a população, que já não tem acesso a cinemas, clubes, ou outras formas de divertimento, devido ao porte pequeno da cidade para abrigar tais equipamentos. Sem falar da falta de espaços dedicados à cultura e ao desenvolvimento da mesma; normalmente se tem as pequenas bibliotecas escolares, que apenas cumprem o papel da antiga biblioteca, de armazenar e emprestar livros; em alguns casos se tem a banda de música da cidade, que também não possui um local adequado para seus ensaios e apresentações; assim a maior parte das pequenas cidades não oferecem serviços mínimos a sua população, nem espaços urbanos de qualidade. Segundo Moreira (2014), ‘Em geral as pequenas cidades se caracterizam por apresentar papéis urbanos pouco expressivos, com ausência de infraestrutura e serviços que proporcionem aos habitantes uma mínima condição de vida. São cidades que apresentaram intenso grau de dependência em relação a outras cidades no que tange aos serviços especializados de saúde, administração, entre outros .”

Os Programas Multiuso Nos últimos anos nota-se o crescimento dos programas de múltiplos usos, que veem com o intuito de abrigar vários usos em um mesmo espaço. Conforme arma Borges ( 2007)“Os espaços dedicados à promoção de ações culturais e à preservação e divulgação das manifestações culturais têm ganhado espaço a olhos vistos, em todo o território nacional, bem como no exterior”. Esses programas se encaixam muito bem na questão das cidades pequenas, nas quais se tem a falta de vários serviços; um exemplo de tais programas são os

chamados Centros Culturais, que abrigam diferentes atividades de cultura e até lazer em um mesmo edifício.

A cidade de São Francisco de Goiás A cidade que abrigará o projeto é a cidade de São Francisco de Goiás, que se localiza a cerca de 70 Km de Anápolis. O projeto é destinado para essa cidade, devido a falta de Equipamentos Culturais e de lazer no local. A cidade é pequena com aproximadamente 6.328 habitantes, possui equipamentos educacionais e de saúde, porém nota-se a falta do equipamento cultural; diante dessa necessidade, o projeto se volta para a implantação do :

O projeto engloba a implantação da Biblioteca Pública Municipal, juntamente com outros serviços culturais e equipamentos de lazer. Segundo Milanesi (1997), a biblioteca “ é o único lugar de cultura na maioria dos municípios brasileiros”. O cenário Cultural da cidade é representado atualmente pelo Ginásio de Esportes e pelas bibliotecas escolares, que possuem em seus acervos obras de literatura básica, livros de conteúdos educacionais, e alguns outros livros de histórias e contos. Como característica das cidades do interior, que normalmente não possuem atrativos culturais e locais de lazer, São Francisco não é diferente, as praças são locais apenas arborizados, que muitas vezes nem recebem a manutenção necessária, na cidade apenas uma das praças da cidade conta com um “playground” que está bem deteriorado; a Biblioteca Pública, hoje está anexada a uma biblioteca escolar, e nota-se que esses espaços são tratados como simples local de guarda e empréstimos de livros; além de se ter um décit quanto a qualidade dos serviços oferecidos. Eduarda Pereira Passinato


São Francisco de Goiás

Anápolis

Goiânia

[f.1]

[f.2] LEGENDAS: [f.1] Inserção regional da cidade Fonte: www.googlemaps.com [f.2] Biblioteca escolar do Colégio Estadual Antônio Ferreira Rios Fonte: Do autor [f.3]

[f.3]Ginásio de esportes da cidade. Fonte: Do autor [f.4]Situação da Praça do Cruzeiro, na cidade de São Francisco. Fonte: Do autor

[f.4]


Os novos usos| A Biblioteca

O Centro Cultural

As bibliotecas vêm se recongurando em um movimento no qual deixam de ser lugares exclusivamente dedicados aos livros, e passam a ser locais de diversas manifestações de informações; se tornam também espaços culturais e de convivência que devem oferecer à população ampla acessibilidade à informação, com qualidade de serviços. Hoje a questão das bibliotecas gera grandes dilemas; onde se tem uma realidade em que estes locais estão em mal estado de conservação, com acervos desatualizados, espaços inadequados, sem uso e sem atrativos. Uma grande questão é de como fazer a biblioteca tradicional se tornar um local que ofereça novas atividades, um local que não seja apenas para armazenar livros que quase nunca são usados. A biblioteca de hoje deve ser dinâmica e oferecer outras formas de informação, interação, comunicação e convivência.

Os Centros Culturais são locais que abrigam inúmeras atividades, como bibliotecas, laboratórios, salas de arte, sala de exposições, auditório, sala de musica; ou seja é um espaço de múltiplas atividades. Para Milanesi (1997),

A Praça A praça que hoje além de ser um local arborizado, também oferece equipamentos recreativos e contemplativos como playgrounds, áreas de descanso, equipamentos para ginástica e cooper, representando um local de lazer; já foi vista como um local de cultura. A ágora grega era o local na qual a esfera pública urbana acontecia: ali se praticava a democracia direta, sendo o lugar, por excelência, da discussão e do debate de ideias entre os cidadãos. Conforme arma Oliveira (2010), “Não se tem com exatidão uma denição única de praça, vários autores divergem sobre o assunto, entretanto é incontestável caracterizála como um espaço público e urbano, local de celebração da convivência e do lazer dos habitantes urbanos, e por excelência um lugar de ricas trocas culturais”

‘’ Embora não haja um modelo denido de centro cultural, algumas características básicas possibilitam uma denição, o que caracteriza um centro de cultura é “a reunião de produtos culturais, a possibilidade de discuti-los e a prática de criar novos produtos.”

Referencial Teórico Segundo o livro A Casa da Invenção( Milanesi,1997), as novidades tecnológicas que surgiram no m do século XX trouxeram novos desaos para a gestão da informação. Os acervos físicos perdem sua tradicional importância, uma vez que a internet facilita o acesso à produção simbólica. Então, o que o futuro reserva para o armazenamento de livros, a preservação de documentos e a difusão das ideias? Para o autor, há uma resposta: mais do que guardar e emprestar livros, as bibliotecas devem se tornar espaços para discutir e criar. A cidade de implantação do projeto, São Francisco de Goiás como foi dito, é pequena a biblioteca municipal que antes ocupava um espaço separado, hoje está anexada a Escola Municipal da cidade. Nos países mais desenvolvidos, as bibliotecas evoluíram em paralelo ao desenvolvimento da sociedade como um todo. No Brasil, as bibliotecas públicas estancaram em sua denição ao pé da letra: um acervo literário. Com as novas tecnologias dos últimos anos, o vídeo as microformas, as redes internacionais, muda-se a conguração da biblioteca. Ao mesmo tempo, cria-se a


possibilidade de organizar redes nos sistemas de bibliotecas, integrando-as numa ampla base de informação. Um fato que colaborou para a paralisia das bibliotecas públicas foi a formação dos bibliotecários , que era centrada em técnicas de organização de acervos, esses prossionais se tivessem uma formação mais adequada, poderiam, na prática, ultrapassar as deciências do meio. Na cidade de São Francisco, por exemplo, o espaço que a biblioteca ocupava era relativamente pequeno e a pessoa responsável por ela era uma professora. As bibliotecas existem, são milhares, mas como elas funcionam pouco se discute, tanto nas áreas da educação como nos campos da cultura. Há mais bibliotecas do que teatros, galerias, museus, mas seu papel e desempenho pouco importam é como se elas tivessem de existir, cumprindo uma função que parece ter perdido o seu sentido prático, com exceção do atendimento rotineiro e formal aos escolares. Fora disso, sofre de congelamento a partir de um modelo quinhentista de livros nas estantes, de algumas mesas para leitura, e do silêncio.

Entretanto é a praça como lazer, que será abordada no projeto, segundo o mesmo autor, “É na categoria do lazer que se insere as praças modernas. A praça moderna inclui em seu programa espaços mais dedicados ao lazer e ao divertimento, para isso são inseridos quadras poliesportivas, playgrounds, pistas de caminhada, espaços para o lazer cultural. Além disso, surge nesse período também, a “praça vinculada ao edifício. Com a verticalização dos edifícios e a desocupação do solo através dos pilotis modernistas , tal espaço ganha um tratamento paisagístico e é usado como o espaço do encontro dos usuários do edifício, ou das pessoas que por ele passam, é ali naquele espaço sombreado, que as pessoas param, conversam, descansam de uma longa caminhada, denominando-se um espaço mesmo que subjetivo propiciador de relações culturais.”

A Praça como forma de lazer A função da praça sofreu modicações com o passar dos anos; segundo Oliveira (2010), “Na Grécia a cidade era dividida em duas partes, a acrópole, lugar dos templos dos deuses, e a «astu», lugar onde se desenvolvem os comércios e as relações civis, e onde está localizada a praça. Nesse período a praça contempla duas funções básicas, a primeira a de comércio e mercado, e a segunda como um local de reunião, para se discutir sobre política, e para assembléia publicas”.

[f.5] LEGENDAS: [f.5] Exemplo de Praça moderna. Fonte:www.googleim agens.com

[f.6]

[f.6] Exemplo de organização da biblioteca moderna. F o n t e : www.brs.com.br


Biblioteca Pública Municipal|

LEGENDAS: [f.7] Local onde era a Biblioteca Pública Municipal da cidade. Fonte: www.googlemaps.com [f.8] Situação atual do local, convertido em casa lotérica. Fonte: Do autor

A cidade possuía um espaço destinado a Biblioteca Pública, porém há acerca de dois anos esse espaço foi fechado, e a biblioteca, foi anexada à Escola Municipal da cidade. Nota-se que as bibliotecas escolares, mesmo que sejam abertas ao público, não são frequentadas por outros usuários senão os alunos. Ao se anexar a Biblioteca Pública, à Biblioteca Escolar, acaba isolando seu funcionamento e restringindo seus usuários. Assim o projeto visa criar um local que ofereça informação, cultura e espaços de lazer; por meio da implantação da Biblioteca Pública Municipal, com adequação de seu acervo, e disponibilização de outras formas de informação, como o laboratório de informática; tudo aberto à população, garantindo que seja um local informativo e convidativo; além de oferecer espaços para ocinas, lazer e outras atividades. Frente ao conceito de biblioteca pública enunciado no Manifesto da UNESCO, torna-se evidente o papel da biblioteca pública no Brasil de hoje – como a mais democrática instituição de caráter cultural e educacional a qual, sem dúvida alguma, tem a vocação nata para exercer um papel social de grande relevância: inserção da sociedade brasileira na sociedade da informação. De acordo com Milanesi, “Por menor que seja a cidade, o espaço deve permitir a concretização das ações básicas: Informar, Discutir e Criar. Como base nessas ações básicas, notase a importância de um local que ofereça meios necessários para desenvolvê-las; um local que seja convidativo à população, que seja aberto, para que seus usuários sintam que possam entrar. O projeto é uma mescla da Biblioteca ( com suas novas congurações), o Centro Cultural, por abrigar varias atividades, e a

Praça que representa o lazer para o local, gerando o Espaço de Cultura e Lazer da Cidade.

[f.7]

[f.8]

Diretrizes De acordo com o Manifesto da UNESCO, as missões-chave da biblioteca pública relacionadas com a informação, a alfabetização, a educação e a cultura são : Criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças desde a mais tenra idade; Apoiar tanto a educação individual e autodidata como a educação formal em todos os níveis; Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento criativo pessoal; Estimular a imaginação e criatividade ; Promover o conhecimento da herança cultural; Propiciar acesso às expressões culturais das artes em geral; Fomentar o diálogo intercultural e favorecer a diversidade cultural; Apoiar a tradição oral; Garantir acesso aos cidadãos a todo tipo de informação comunitária; Proporcionar serviços de informação; Facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade no uso do computador;

Eduarda Pereira Passinato


“A biblioteca pública é o centro local de informação, disponibilizando prontamente para os usuários todo tipo de conhecimento. Os serviços fornecidos pela biblioteca pública baseiam-se na igualdade de acesso para todos, independentemente de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua, status social.” Manifesto da UNESCO, 1994.

mar

Infor mar

Dis

Remete à informação-atividade tradicionalmente atribuída às bibliotecas

tir cutir

criar

ar

Necessidade; quando surge ideias contrarias e conitos, gerando a busca de novas informações.

Dá sentido às outras duas ações na medida em que provoca a produção de novas propostas, projetos e perspectivas de pensamento.


Panorama Histórico| Sec. III A.C - A Biblioteca Real de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas do mundo antigo. existiu até a Idade Média, quando supostamente foi totalmente destruída por um incêndio. Sec. V A.C- A Ágora era o nome que se dava às praças públicas na Grécia Antiga. Nestas praças ocorriam reuniões onde os gregos,discutiam assuntos ligados à vida da cidade. Sec. V D.C – Bibliotecas dos mosteiros medievais. 1581-A Biblioteca do Mosteiro de São Bento, em Salvador, Bahia, é a biblioteca mais antiga do Brasil. 1808-A Biblioteca Nacional, é a primeira ocial e pública. Foi trazida de Lisboa para o Brasil pela Corte portuguesa. 1925-A Biblioteca Mário de Andrade é a principal biblioteca pública da cidade de São Paulo, consolidou-se ao longo de sua história como uma das mais importantes instituições culturais brasileiras. Seu edifíciosede, localiza-se no centro histórico da capital paulista. 1960- Projeto da Biblioteca Nacional de Brasília. 1975- Construção do Centre National d’Art et Culture Georges Pompidou, inaugurado em 1975 na França. Década de 80- Os primeiros centros de cultura brasileiros surgiram na década de 80, na cidade de São Paulo. 2002-Construção da Biblioteca Nacional de Brasília. 2006- Inauguração do Centro Cultural Oscar Niemeyer em Goiânia, um complexo de espaços culturais . Últimos anos- Praças que oferecem várias opções de lazer, como equipamentos de ginásticas, playgrounds, pista de cooper, quiosques; além de uma arborização que presa o sombreamento e qualidade do local. Eduarda Pereira Passinato





Breve Histórico| Os garimpeiros que exploravam o lençol aurífero da Serra de Jaraguá, encontraram nas terras férteis ao Sul do garimpo, a fonte para seus suprimentos, com o decorrer do tempo, foram se formando diversas fazendas; por volta de 1740 numa dessas fazendas às margens do Córrego da Raposa, pertencente a Francisco de Chagas de Assis foi por ele construído uma capela de palha em louvor a São Francisco de Assis, onde periodicamente rezava- se o terço em companhia dos lavradores vizinhos, dando origem ao povoamento, cuja economia se rmava na agricultura. O povoado de São Francisco das Chagas surge às margens do córrego Raposa, pouco depois da fundação de Jaraguá. Sabe-se que o primeiro nome dado à São Francisco, foi Arraial das Chagas. 1886- Distrito criado com a denominação de São Francisco das Chagas expovoado, pela lei provincial nº 781, de 1811-1886, no município de Jaraguá. 1911- Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de São Francisco das Chagas integra o município de Jaraguá. 1943- Pelo decreto-lei estadual nº 8305, de 31-12-1943, o distrito de São Francisco das Chagas passou a denominar-se Chagas. 1950- Em divisão territorial datada de 0107-1950, o distrito de Chagas ainda permanece no município de Jaraguá. 1953- É elevado à categoria de município com a denominação de São Francisco de Goiás, pela lei estadual nº 768, de 08-091953, desmembrado de Jaraguá. “ Diz a lenda : Que no início da fundação de São Francisco de Goiás, encontraram nas margens do Córrego da Raposa uma imagem pequena do santo padroeiro ( São Francisco de Assis) quando o povo cou sabendo chamaram o padre e em procissão levaram a imagem para a Igreja; no dia seguinte a imagem do santo desapareceu, foram ver lá estava ele na beira do córrego e o levaram de volta para a Igreja e ele de novo fugiu, e assim aconteceu muitas vezes até que um dia ele não foi mais encontrado nem na Igreja, nem no córrego”. 85

1954- É Instalado ocialmente o município de São Francisco de Goiás em 01-01-1954




Mapeamento dos equipamentos públicos|

1 Campo de futebol

3 2

4 5

6 7

1

Posto de distribuição de remédios

8 9 10 12 11

13

Campo de futebol

14

[f.26]



A cidade de São Francisco de Goiás se localiza a cerca de 70 Km de Anápolis ,83 Km de Goiânia e 143 Km de Brasília. São Francisco pertence a Mesorregião do Centro Oeste Goiano e a Microrregião de Anápolis. A cidade tem como fonte de renda a agricultura e confecções. Nos últimos anos vem se desenvolvendo novos loteamentos, principalmente no sentido sul da cidade. Um condomínio fechado está em processo de construção, além de um hotel. Há cerca de 1 de ano chegou na cidade uma lial da São Salvador Alimentos, que hoje é local de trabalho para muitos moradores da cidade. Quanto à infraestrutura da cidade como um todo, nota-se a falta de manutenção com a iluminação, as praças, e até das escolas; algumas ruas estão sem pavimentação e cheias de buracos, além de se ter algumas obras de interesse público inacabadas, como a canalização de Córrego da Raposa, que corta a cidade e a reforma de algumas praças.

LEGENDAS: [f.26]Mapa da Cidade de São Francisco de Goiás Fonte: www.googlemaps.com.br [f.27] Câmara Municipal Fonte: Do autor [f.28] Delegacia da cidade Fonte: Do autor [f.29] Igreja Matriz Fonte: Do autor [f.30] Saneago Fonte: Do autor [f.31] Hospital Municipal Fonte: Do autor [f.32]Escola Estadual São Francisco Fonte: Do autor [f.33] Colégio Estadual AntOnio Ferreira Rios Fonte: Do autor

São Francisco de Goiás

[f.34] CRAS Fonte: Do autor Anápolis

[f.35] Ginásio de Esportes Fonte: Do autor BR 153 GO 080 GO 529

[f.36] CEMEI Fonte: Do autor

Rodovias de acesso: GO 080 e GO 529

[f.37] Entrada da cidade no sentido norte Fonte: Do autor Clima: Tropical, com estação seca

Rede elétrica: 99,72% da população

Distribuição de água: 98,66% da população

Renda per capita: R$ 479,13

Goiânia

Área: 415,70m²

População: 6.328 h

Censo 2010

[f.38] Posto de saúde Fonte: Do autor [f.39]Escola Municipal Padre Humberto Dunkel Fonte: Do autor [f.40] Creche Municipal Fonte: Do autor [f.41]Prefeitura Fonte: Do autor


Cultura|

[f.43] Representação do presépio Fonte: www.googleimaens.com.br [f.44] Mastros erguidos durante a festa em louvor ai Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Rosário Fonte:www.museuda scavalhadas.com [f.45]Museu das Cavalhas Fonte: Do autor [f.46]Pintura representando a Folia de Reis, com o grupo de pessoas, músicos e o arco, que é colocado logo na entrada F o n t e : w w w . j o rnalggn.com.br

ção

LEGENDAS: [f.42] Cavalhadas de São Francisco de Goiás Fonte:www.museuda scavalhadas.com

A principal representação cultural da cidade é a festa em louvor ao Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Rosário, que acontece todo ano no mês de Junho. A festa gera grande movimento na cidade, e trás com ela vários comerciantes e brinquedos infantis; além da tradicional Cavalhada. As cavalhadas são realizadas desde 1850 e representam a luta entre Mouros e Cristãos, nesse período de festa se tem a chamada Alvorada, que consiste em um passeio noturno ao som a Banda de Música. Normalmente as festas que acontecem são em comemoração a algum santo e são promovidas pela Igreja Matriz da Cidade. Na cidade raramente acontece outros eventos desse tipo ou de maior proporção, é tradição também a realização da Quadrilha, nas escolas no mês de Junho e alguns campeonatos de futebol que acontecem no campo ou no ginásio da cidade. Outra tradição é a Folia de Reis, que representa segundo a Igreja Católica a trajetória dos 3 Reis Magos, até Jesus na manjedoura; durante a festa é realizada a visitação nas casas onde se tem o Presépio, a visita é feita por um grupo de pessoas que representam os 3 Reis que vão ao encontro do menino Jesus, no Presépio).A festa dura do nal de dezembro até o Dia de Reis ( 05 de janeiro). O grupo da Folia é composto por músicos,que tocam músicas religiosas com instrumentos. Todos se organizam sob a liderança do mestre da folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.

[f.42]

[f.43]

[f.44]

[f.45]

[f.46]


O Terreno| O terreno de implantação do projeto está localizado no Centro da cidade; e conta com uma área de 7.807m².É um local que hoje abriga um Clube desativado e uma velha quadra de esportes, que devido a situação de ambos, nenhum é utilizado. O clube foi fechado por estar em mal estado de conservação; a quadra como não recebeu manutenção, também está bem deteriorada. Para utilização do local será necessária a demolição do clube( que não causará nenhum impacto para o uso da população, visto que este está desativado ). Além da retirada do que ainda resta da quadra velha. O terreno foi escolhido devido sua localização no centro da cidade, e por estar em uma quadra que já abriga vários equipamentos públicos. Além disso o terreno é de fácil acesso e visualização; está nas proximidades da BR 153, o que faz com seja visível também por quem passa por ela. A área conta com iluminação e ruas em bom estado de conservação; o terreno está próximo ao CRAS, a duas escolas e ao ginásio de esportes da cidades, fazendo com que o projeto atenda bem a estes usuários.

Relação cidade| bairro centro e vias de acesso.

Relação bairro centro e bairros vizinhos.

Relação bairro centro| quadra de inserção do terreno e vias limite.

Inserção Urbano -regional

GO 080 GO 529 Bairro Centro Córrego da Raposa Bairro Vila Souzania Bairro Santa Terezinha Bairro Japão R.Diógenes de C. Ribeiro R.Dois R. Lizandro Gome de Souza R. Feliciano Leite Borges

Os Acessos à cidade acontecem por duas vias a GO 080, que passa pela cidade no sentido norte-sul; e a GO 529 que cruza a cidade no sentido leste-oeste. O Bairro Centro está localizado mais à leste da cidade, tendo seu limite na GO 080; à norte o bairro se limita, com o Bairro Vila Souzânia; à sul com o Bairro Santa Teresinha e à oeste com o Bairro Japão. A quadra onde se localiza o terreno é limitada por quadro vias: Rua Feliciano Leite Borges; Rua Generak Diógenes de Castro Ribeiro; Rua Dois e Rua Lizandro Gomes de Souza.

GO 080 Terreno CRAS Colégio Estadual Antônio Ferreira Rios Escola Estadual São Francisco Hospital Municipal Saneago Ginásio de Esportes

[f.47]

LEGENDAS: [f.47] Mapa dos equipamentos da área Fonte: www.googlem a p s . c o m . b r Modicado pelo autor


A Pré-existência| No terreno se tem a presença de um Clube e uma quadra, não se tem registros do ano em que o Clube e a quadra foram construídos; segundo moradores foi por volta dos anos de 1983 a 1985. Na época a quadra (única na cidade), recebia campeonatos de futebol, era usada por várias crianças, e nela se realizava as aulas de Educação Física do Colégio. O Clube recebe o nome de Teia de Aranha devido ao seu formato circular com telhado cônico; o Clube também era o único do tipo na cidade, e recebia várias festas e os chamados Matines que ocorriam durante a tarde. Por volta do ano de 1998 foi construído um Salão de Festas, bem maior que o Clube; com isso as festas passaram a acontecer nesse novo salão e o Clube foi sendo deixado; com a falta de uso veio também a falta de manutenção, fazendo com que hoje o Clube esteja bem deteriorado. Com a Quadra Velha não foi diferente, por volta do ano 2000 foi construído o Ginásio de Esportes da Cidade; a quadra foi deixada e o terreno também; hoje não é possível mais usá-la, o terreno e coberto por mato e as vezes serve de depósito de material de construção.

Análise Histórica LEGENDAS: [f.48]O Clube desativado Fonte: Do autor ]f.49] A quadra velha Fonte: Do autor

Não se tem registros da evolução histórica do terreno; segundo moradores era um terreno baldio; o local começou a melhorar, quando em 1981 foi construído o Colégio Estadual Antônio Ferreira Rios, que está na mesma quadra do terreno. A mudança mais relevante que houve na área, foi a implantação da Rua Diógenes de Castro Ribeiro, que ocorreu no ano de 2011 . Antes disso o terreno se limitava direto com a GO 080.

[f.48]

[f.49]

Sistema Viário Por se tratar de uma cidade pequena, não se tem um hierarquia viária denida; tem -se a Go 080 que passa pela cidade e comporta com tráfego intenso de veículos; as ruas principais são mais largas, nelas se tem um grande número de comércios e serviços; além de serem ruas que cruzam todas a cidade; as demais ruas são vias locais; tanto as vias principais como as locais, comportam o tráfego apenas local, são vias de mão dupla; assim a mobilidade não é afetada devido ao porte da cidade; que em apenas em épocas de festa , recebem um tráfego maior. 38.7

A Forma do Terreno

3

82

77.

7

.6

18

32

.3

7

48.86

0 .0

57

O terreno conta um uma forma irregular, que inuenciará na forma nal do projeto, bem como na forma de ocupação de todo terreno. É uma área aberta e se localiza em uma esquina possibilitando o acesso por dois lados. Quanto à sua área e dimensão, atenderá bem ao volume do projeto.

7

8.6

10

Eduarda Pereira Passinato


Infra-estrutura e mobiliário A área de levantamento conta com iluminação pública; não se tem rede de esgoto sanitário da cidade, os poucos bueiros que existem estão destruídos ou entupidos, normalmente as lixeiras estão presentes nas calçadas das residências.

Topograa e insolação Nota-se que a topograa na área de levantamento é acentuada. Considerando a topograa original o terreno cai 7 metros; entretanto o local já sofreu modicação, nos locais onde se encontra o Clube e a Quadra. Por se tratar de uma área aberta e não conter edicações que projetam sombreamento o terreno recebe diretamente os ventos vindos do leste e noroeste, bem como o sol da manhã.

Topograa Original

Topograa atual já modicada

Vegetação e hidrograa Na área de estudo nota-se que a arborização presente está localizada no fundo dos terrenos particulares e públicos, bem como em algumas calçadas e praças. Uma árvore que muito se encontra na área é a Sibipiruna, árvore de grande porte, que oferece muita sombra. No terreno de implantação do projeto também se tem uma árvore dessa espécie. O único curso de água que passa pela cidade é o Córrego da Raposa, que corta e tem sua nascente na cidade; porém passa longe da área do projeto. O Córrego foi importante para o surgimento da cidade, devido a garimpeiros que vieram atrás de ouro e se estalaram em suas margens.

Topograa modicada para o projeto












Proposta formal| O lugar é fator essencial para a implantação do projeto; o terreno se localiza próximo a GO 080 que corta toda cidade de São Francisco, sendo assim um local visível e de fácil acesso.

[f.57]

Condicionantes A principal condicionante para implantação da forma é a própria localização do terreno, que se encontra próximo a GO 080; onde se explora a possibilidade de conexão visual entre quem passa pela rodovia e o edifício, fazendo com que este se torne um referencial. O uso do edifício em lâmina se justica pela sensação de continuidade e direcionamento que a forma proporciona, que busca valorizar a percepção visual do lugar e do edifício, assim este se direciona para a GO com o intuito de chamar a atenção de quem passa por ela. O auditório se volta para o fundo do terreno, de modo que o palco se abra tanto para dentro como para fora do edifício; assim garante-se um uso melhor do que seria parte de trás do terreno.

[f.58]

LEGENDAS: [f.57] Vias de limite com o terreno Fonte: Do autor

1. Visibilidade da GO para o edifício. 2.Aproveitar da melhor forma todo o terreno [f.59]

Auditório Arena

[f.58]Vista do terreno para a GO 080 Fonte: Do autor [f.59]Vista da R. General Diógenes de Castro Ribeiro Fonte: Do autor [f.60] Vista da R. Feliciano Leite Borges para a GO 080 Fonte: Do autor

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[f.61] Vista da R. Feliciano Leite Borges Fonte: Do autor [f.62] Maquete do edifício ( auditório) Fonte: Do autor

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11. Convivência 12. Sanitários Fem. e Mas. 13. DML 14. Central de ar condicionado 15. Exposição permanente| hall de entrada 16. Foyer 17. Hall de entrada 18. Controle 19. Cabine

LNT

0

7

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5

1. Sala de Informática 2. Sala Multiuso 3. Sala de reunião 4. Sala de sergurança 5. Copa 6. Recepção 7. Sala individual 8. Almoxarifado 9. Administração 10. Café

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Rua Diógenes de Castro Ribeiro

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20. Platéia 21. Camarim 22. Depósito 23. Palco 24. Arena

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