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Cemitério Dualidade
Gênese e Cinzas
issuu.com/cadernostc
Cadernos de TC 2019-1 Expediente
Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, M. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Maíra Teixeira Pereira, Dr. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiate Brandão, M. arq. Detalhamento de Maquete Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e Crítica Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Maíra Teixeira Pereira, Dr. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Expressão Gráfica Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Anderson Ferreira de Sousa M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754
Apresentação Este volume faz parte da quinta coleção da revista Cadernos de TC. Uma experiência recente que traz, neste semestre 2018/2, uma versão mais amadurecida dos experimentos nos Ateliês de Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (I, II e III) e demais disciplinas, que acontecem nos últimos três semestres do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA). Neste volume, como uma síntese que é, encontram-se experiências pedagógicas que ocorrem, no mínimo, em duas instâncias, sendo a primeira, aquela que faz parte da própria estrutura dos Ateliês, objetivando estabelecer uma metodologia clara de projetação, tanto nas mais variadas escalas do urbano, quanto do edifício; e a segunda, que visa estabelecer uma interdisciplinaridade clara com disciplinas que ocorrem ao longo dos três semestres. Os procedimentos metodológicos procuraram evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão do ato de projetar. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráfico como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a fim de atribuir sentido, tanto ao processo, quanto ao produto final.
A preocupação com a cidade ou rede de cidades, em primeiro plano, reorientou as estratégias projetuais. Tal postura parte de uma compreensão de que a apreensão das escalas e sua problematização constante estabelece o projeto de arquitetura e urbanismo como uma manifestação concreta da crítica às realidades encontradas. Já a segunda instância, diz respeito à interdisciplinaridade do Ateliê Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo com as disciplinas que contribuíram para que estes resultados fossem alcançados. Como este Ateliê faz parte do tronco estruturante do curso de projeto, a equipe do Ateliê orientou toda a articulação e relações com outras quatro disciplinas que deram suporte às discussões: Seminários de Teoria e Crítica, Seminários de Tecnologia, Expressão Gráfica e Detalhamento de Maquete. Por fim e além do mais, como síntese, este volume representa um trabalho conjunto de todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, que contribuíram ao longo da formação destes alunos, aqui apresentados em seus projetos de TC. Esta revista, que também é uma maneira de representação e apresentação contemporânea de projetos, intitulada Cadernos de TC, visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto e dos alunos que serão por vocês avaliados.
Maíra Teixeira Pereira, Dr. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiate Brandão, M. arq.
DUALIDADE Gênese e Cinzas O Projeto DUALIDADE: Gênese e Cinzas, busca um novo conceito em sepultamento. Uma forma mais limpa e natural. O objetivo é uma nova caracterização da cidade de Águas Lindas de Goiás, cidade que mais cresce no entorno do Distrito Federal. O cemitério conecta cinco bairros por um canteiro que está subutilizado e degradado, garantindo um espaço bem arborizado, que trará trabalho, lazer e conforto para as pessoas que moram próximas ao terreno, para a cidade e para caracterizar a mesma entre as cidades por seu novo uso.
Jhon Frank Araújo de Souza Orientadora: Maíra Teixeira Pereira jhhonfrank@gmail.com
A JORNADA
A Jornada
Sumário Explicativo
O Partir
I
Partida
O Partir
III
Conceito
Ao buscar palavras que pudessem caracterizar a cidade, moradores e o terreno.
Transmutação e a Fé. Transmutação e a Ciência. Transmutação e a História Transmutação e as Cidades
Partido
Implantação geral do cemitério.
Compreensão
Ao longo da história cada civilização pôde representar sua maneira de lidar com seus mortos e um modo de conservar suas memórias.
Camadas
Dúvidas
O projeto busca assim como no projeto urbano três camadas, como o céu, as árvores e a terra. Imagens das plantas dos edifícios e imagens da maquete eletrônica.
A escolha da cidade de Águas Lindas de Goiás para o projeto, baseia-se na distâncias dos serviços de sepultamento no Distrito Federal e Entorno.
Proposições
O novo cemitério de Águas Lindas vem da necessidade de se ter um local com melhor infraestrutura, com fácil acesso e que fosse usável pelos moradores da região, visto que também é um parque urbano.
O Ficar
II
A cidade: Águas Lindas de Goiás foi fundada em 12 de Outubro de 1995, anteriormente era área de fazendas, o local era chamado de Parque da Barragem.
Diagramas que mostram a concepção projetual.
Projeto
Movimentos
Espaços de convivio no parque, como praças, jardins e os moiliários.
Vida
Cátalogo das localizações.
e
suas
Inércia
Descrição de materiais, detalhes, particularidades e técnicas construtivas.
Espacialidade
Sustentabilidade: ambiental.
Evoluções: Trata do processo de evolução da cidade ao longo de três décadas.
Aplicações
O Lugar: Estudo da evolução da cidade.
O Adeus
O Terreno: Estudos do terreno e entorno.
Direções Referências.
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
vegetações
Social,
Métodos construtivos aplicadas ao projeto.
econômica
e
e
técnologias
IV
9
O PARTIR
O PARTIR Partida
GÊNESE E CINZAS, um projeto de cemitério, parque urbano e crematório destinado para a cidade de Águas Lindas de Goiás, cidade que mais cresce no Entorno do Distrito Federal. Para iniciarmos esta jornada é preciso levantarmos algumas questões que nos auxiliarão a compreender o projeto. O que é morrer? Como as religiões, a ciência, a história, a população e as cidades contemporâneas lidam com a morte? Como esses aspectos alteraram e alteram constantemente as formas atuais de sepultamentos? Respondendo essas questões, podemos iniciar a compreensão deste projeto para Águas Lindas de Goiás, as decisões sobre as modalidades de sepultamento, os estudos socioculturais, geográficos e como essas análises serão traduzidas para este projeto.
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
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LEGENDAS: [f.1]Cristianismo representado por Jesus Cristo. [ f . 2 ] B u d i s m o representado por Buda. [ f . 3 ] H i n d u i s m o representado pelo pantão Hindu. [f.4] Representação de religões de matriz africana. Levantamento de relação entre as religões da cidade, IBGE, 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.g ov.br/brasil/go/aguas-lin das-de-goias/pesquisa/2 3/22107>, acesso às 22:12 de 07 de Abril de 2019.
O PARTIR
Transmutação e a Fé O que é a morte e como nos relacionamos com essa transformação? O primeiro passo para pensar em entender o que seria o cemitério é entender como a fé e a ciência compreendem essa transmutação. Águas Lindas em suas crenças, possui 54,80% de católicos, 30,86 de evangélicos, 11,32% se consideram sem religião e 3,02% têm outras crenças. Com bases nestes dados do IBGE de 2010, pode-se direcionar o projeto para que atenda todas as formas das crenças em compreender a morte.
Figura 1.
Cristianismo A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares. Espiritismo Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente.
Figura 2.
Budismo O Budismo prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. Hinduísmo Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois, a toda ação corresponde uma reação: Lei do Carma. Candomblé Não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. As almas que estão na terra devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente como um ser consciente e eterno.
12
Figura 3.
Figura 4.
Jhon Frank Araújo de Souza
6
LEGENDAS: [f.5] Relação entre a morte e a ciência.
O PARTIR
[f.6] Relação entre a morte e a ciência.
Transmutação e a Ciência
[f.7] Relação entre a morte e a ciência.
Se a religião trata a morte como uma passagem, é importante também observar como a ciência compreende a morte. E como a ciência compreende o que é morrer, com base na psicóloga Maria Kovács: “Entrelaçamos vida e morte, durante todo o nosso processo de desenvolvimento vital. Engana-se quem acredita que a morte só é um problema no final da vida, e que só então deverá pensar nela”. Já para a médica e Psicanalista Rachel Aisengart, “Acho que a morte é apenas como se a gente tivesse nascido, só que é nascer de uma maneira, não com esta vida que você tem aqui, é uma passagem para outra etapa do espírito, pois isto aqui é só uma lição que a gente tem, quando a gente fica no corpo”(KOVÁCS, 1992, p.2). Para a médica e Aisengart Menezes:
Psicanalista
Figura 5.
Rachel Figura 6.
“Acho que a morte é apenas como se a gente tivesse nascido, só que é nascer de uma maneira, não com esta vida que você tem aqui, é uma passagem para outra etapa do espírito, pois isto aqui é só uma lição que a gente tem, quando a gente fica no corpo” (MENEZES,2004).
Figura 7.
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
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LEGENDAS: [f.8] Homem habita as cavernas. [f.9] Pirâmides do Egito. [f.10] Cemitério Romano. [f.11] Cemitério cristão. [f.12] Cemitério Idade Média.
da
[f.13] Cemitério francês. [f.14] Cemitério vertical.
O PARTIR
Transmutação e a História Assim como as religiões e a ciência têm seus pontos de vista sobre a morte, como ao longo da história os seres humanos a trataram? Uma breve cronologia dos principais fatos que alteraram as formas de sepultamentos e os seus lugares irão exemplificar essas mudanças ao longo dos séculos.
Figura 8.
Os primeiros locais para sepultamentos surgiram em paralelo com o ser humano se fixando em determinadas regiões. Eles enterravam os corpos próximos a esses locais. No ano de 2.325 a.C surgem as construções mais icônicas e enigmáticas feitas pelo homem, as pirâmides. Essas pirâmides serviam de local de sepultamento para os faraós e suas riquezas.
Figura 9.
Em Roma no ano de 303 d.C a lei das XII Tábuas proibia que os sepultamentos fossem feitos dentro das cidades. Então começa o distanciamento desses espaços. No ano de 101 a 200 d.C com perseguição aos cristãos, surgem primeiros cemitérios subterrâneos murados, permitindo que eles pudessem reunir e fazer suas preces em segurança.
Figura 10.
a os e se
Em 1.200 a 1.700, com a Idade Média os cemitérios passam a ser feitos ao lado das igrejas. Novamente os cemitérios voltam para os centros das cidades, neste caso servindo de área de convívio e refúgio, primeiro temporariamente e depois ficavam em definitivo, construindo suas casas e pagando impostos por morar nesses locais. Em 1.780 com cidades cada vez mais populosas, os cemitérios nos centros se tornou algo intolerável, seja pela questão espacial e a questão de salubridade. Em 1.804 na França surge o decreto que normatiza como os cemitérios devem ser planejados, normas essas utilizadas na atualidade.
Figura 11.
Figura 12.
Figura 13.
Em 2.000 a questão espacial e de preservação ambiental faz surgir os cemitérios verticais. Reduzindo o espaço e o valor dos sepultamentos. Figura 14.
14
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.15] Cemitério de águas Lindas de Goiás, fonte Google Maps.
O PARTIR
Transmutação e as Cidades Já sabemos como as religiões, a ciência, a história compreende a morte, e como os grandes centros urbanos se relacionam com esses espaços? O terreno para o projeto em Águas Lindas fica entre cinco bairros, figura 15. Um dos maiores problemas é de que esse cemitério afaste as pessoas, cause medo ou rejeição e acabe se tornando um lugar não frequentado. Os próximos exemplos são grandes cidades, que além de cemitérios são usados como praças, parques urbanos e áreas de lazer.
Cemitério Aoyama. Tóquio, Japão.
Aoyama,
[f.16] Cemitério de Aoyama, Tóquio, fonte Google Maps. [f.17] Cemitério de Bompton, Reino Unido, fonte Google Maps. [f.18] Cemitério de Passy, França, fonte Google Maps. [f.19] Cemitério Fairview, Estados Unidos, fonte Google Maps.
Figura 15.
Minato, Figura 16.
Cemitério de Brompton. Londres, Reino Unido.
Kensington,
Figura 17.
Cemitério França.
de
Passy.
Schloesing,
Paris,
Figura 18.
Cemitério Fairview. Westfield, Nova Jersey, Estados Unidos
Figura 19.
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Jhon Frank Araújo de Souza
15
LEGENDAS: [f.20 e 21] Cemitério Parque Municipal Águas Lindas de Goiás. Fotografia de Jhon Frank, 3 de Janeiro de 2018.
O PARTIR Dúvidas
Durante o período de 13 anos em que morei em Águas Lindas de Goiás, motivo que a escolhi para estudar, percebi e vivênciei a cidade em suas várias formas. Observei a falta da infraestrutura e espaços urbanos, mas também observei o carinho que os moradores têm pela cidade, mesmo com suas fragilidades. Em minha vivência dois aspectos foram questionados com muita frequência, o primeiro era a falta de infraestrutura e espaços públicos, como praças, parques. O segundo veio de um comentário que ouvi quando era criança, de que no cemitério da cidade só bandidos, pessoas de má índole e miseráveis eram enterrados lá. Estes simples questionamentos foram evoluindo, ganhando profundidade e complexidade. Para entender a relação pelo qual uma cidade com 195.810 habitantes, estima-se o dobro por ser uma cidade dormitório do Distrito Federal (IBGE, 2017), não possui uma boa infraestrutura, nem espaços públicos e de convívio, a resposta é que a cidade está às margens do Distrito Federal e longe de Goiânia, capital do estado de Goiás.
Não obtive uma resposta concreta sobre a segunda questão, somente que as pessoas não sentem que o lugar seja digno para serem enterradas, já que é um cemitério pequeno, localizado no extremo da cidade. O cemitério não possui atrativos, e sim estes atrativos, como boa infraestrutura, vegetação, espaços para que possam descansar e refletir sobre essa passagem, são muito importantes para criar um espaço confortável e decente para este momento tão delicado. Com base nestes questionamentos foram extraídos algumas bases para o projeto, como tentar solucionar e unir essas duas problemáticas, criando um espaço que pudesse ser usado tanto para passeio, lazer e convívio, como também criar um novo cemitério que trouxesse nova identidade e dignidade para os moradores da cidade. Abaixo algumas imagens do Cemitério Parque Municipal de Águas Lindas, atual cemitério da cidade.
A outra questão se baseia no motivo pelo qual as pessoas não se sentem confortáveis para enterrar seus familiares no cemitério da cidade e preferem os levar para as cidades do Distrito Federal, sendo Brazlândia a mais próxima.
Figura 20.
Figura 21.
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Jhon Frank Araújo de Souza
O PARTIR
LEGENDAS: [f.22] Cemitério Vertical
Proposições Atualmente vivemos uma crise de rejeição sobre a morte. São produtos que prometem desacelerar o envelhecimento, processos estéticos e cada vez mais falar sobre a morte se torna um tabu. Quando alguém morre nos dias atuais o comum a fazer é contratar uma funerária e ela vai tratar de tudo, sendo que antigamente o comum era que os familiares cuidassem dos preparativos dos familiares. Essa rejeição causou uma especulação na “industria da morte”, onde são oferecidos serviços cada vez mais sublimes, onde não há preocupação com uso excessivo dos formaldeídos, material que serve para a maior preservação do corpo, nem sempre é necessário seu uso, porém, as empresas de sepultamento sempre utilizam, visto que é contabilizado no valor do sepultamento e este produto é um alto contaminador para o solo. Esses processos tornaram a morte menos humana, os corpos se tornaram para essa industria apenas uma forma de lucrar, sem respeitar a pessoa que morreu. Um sepultamento convencional onde se enterra, custa no mínimo 3 mil reais, e os mais “glamorosos” podem chegar a 60 mil reais. Em Águas Lindas a média de pessoas que morrem por ano é de 167 pessoas, morbidade hospitalar (IBGE, 2014) e o salário médio da população é de R$ 1.497,00 (IBGE, 2016), com estes dados é possível chegarmos a uma conclusão, como é para essa população ter que resolver o sepultamento de familiares, como pagar por estes serviços?
Figura 22.
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Figura 23.
Os Sepultamentos Os cemitérios atuais causam grandes impactos ao solo e aos lençóis freáticos, o atual cemitério de Águas Lindas não foge a essa regra, que além destes problemas com provável contaminação é um lugar isolado no extremo da cidade. O projeto segue a resolução 335 do CONAMA de 2003, do Decreto “E” 3.707/1970 e pela Lei Municipal nº 40/1977 que dispõe sobre fornos de crematório. Serão três modalidades de sepultamento:
[f.23] Capsula Mundi. Projeto de Anna Citelli e Raoul Bretzel, disponível e m : <https://www.capsulam undi.it/en/project/>, acesso às 13:53 de 7 de Março de 2018. [f.24] Fornos Cremação.
de
. Cemitério Vertical: Solução favorável para o crescimento populacional e a demanda por espaço, além disso, quando projetado corretamente em todos seus aspectos se torna um espaço ecologicamente correto. . Burial Podes ou Vagens de Enterro: “ Com as caixas funerárias, como as criadas por Capsula Mundi, um corpo (que não foi contaminado com formaldeído ou outras toxinas) é encurralado na posição fetal e colocado dentro de uma cápsula feita de plástico de amido biológico. Uma semente de árvore é colocada na cápsula com eles, e a cápsula é então enterrada em solo fértil. Em vez de ter uma pedra gravada para visitar, os membros da família são dotados de uma bela e viva árvore que eles podem cuidar e nutrir à medida que cresce”. ( WINTER, 2015)
. Cremação: É o processo pelo qual o corpo é incinerado. O que resta desse processo são partículas inorgânicas. Foi usado na antiguidade e ainda é considerada a forma mais limpa de sepultamento.
Figura 24.
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O FICAR
LEGENDAS: [m1] Mapa com a localização de cemitérios e crematórios no Distrito Federal e Entorno.
O Ficar
A cidade
Cemitérios
Águas Lindas de Goiás foi fundada em 12 de outubro de 1995, anteriormente conhecida de Parque da Barragem por estar às margens do Lago do Descoberto. Com a construção de Brasília na década de 60, muitos trabalhadores tiveram que morar às margens da Capital, nas Cidades Satélites. Parte desses trabalhadores tiveram que morar nas Cidades do Entorno. Essas denominadas de Cidades Dormitório, têm suas funções apenas para morada e descanso, onde a população precisa se deslocar para as outras cidades em busca dos serviços necessários, como lazer, saúde e trabalho. Águas Lindas está a 52 km do centro de Brasília.
Águas Lindas se desenvolve às margens da BR-070, está no trecho Brasília/Goiânia, e é a cidade do entorno que mais cresce, com 195.810 habitantes (IBGE 2017), e previsão para até 2040 ter sua população próxima a 1 milhão de habitantes. Esses habitantes têm ascendentes nordestinos, já que os mesmos vieram para a construção de Brasília, com isso, a cidade possui características nordestinas, sejam elas na culinária, nas festividades e nas tradições familiares.
1. Cemitério Campo da Esperança, SGAS Quadra 916 Sul Área Especial Para Cemitério Asa Sul, Brasília - DF 2.Cemitério de Taguatinga, St. H Norte QNH Taguatinga, Brasília - DF 3.Cemitério de Brazlândia, St. Norte Conjunto C - Brazlândia, Brasília - DF 4 . C e m i t é r i o Organização Social dos Jardineiros de Cemitérios do DF, Quadra 102 Conjunto 16 2 - São Sebastião, Brasília - DF
No mapa abaixo é mostrado a relação entre as cidades do Distrito Federal, as Cidades do Entorno e o levantamento dos serviços de sepultamento.
5. Cemitério São Sebastião,St. Tradicional - Planaltina, Brasília - DF 6. Cemitério de Sobradinho, Sobradinho, Brasília - DF
5 6
3 7 2
1
8
4
7.Cemitério Parque Municipal de Águas Lindas de Goiás, Chácaras Quedas do Descoberto I, Águas Lindas de Goiás - GO 8. Cemitério da Cidade Eclética, Rod. p/ Cidade Eclética, 11, Santo Antônio do Descoberto GO 3. Cemitério de Santo Antonio do Descoberto, Av. Goiás, 1990-2184, Santo Antônio do Descoberto - GO
9
9. Cemitério Mestre Lazaro, Rod. p/ Cidade Eclética, 10, Santo Antônio do Descoberto GO
25 KM Mapa 1. DUALIDADE: Gênese e Cinzas
50 KM Águas Lindas de Goiás
Cidades do Entorno
Distrito Federal
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LEGENDAS: [m.2] Águas Lindas em 1988. Imagem Google Earth, intervenção pelo autor. [m.3] Águas Lindas em 1998. Imagem Google Earth, intervenção pelo autor.
O Ficar
Evoluções Águas Lindas de Goiás em 1988: Cidade era composta por fazendas e o local se chamava Parque da Barragem.
[m.4] Águas Lindas em 2018. Imagem Google Earth, intervenção pelo autor.
0
1
Mapa 2
2
2.5km
Escala Gráfica
Águas Lindas de Goiás em 1998:
N
As fazendas começam a se desfazer, criando os novos bairros.
0
1
2
2.5km
Escala Gráfica
Mapa 3
Águas Lindas de Goiás em 2018: Cidade do entorno que mais cresce em número populacional.
0
Mapa 4
20
1
2
2.5km
Escala Gráfica
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [m5] Mapa que relaciona as cidade.
O Ficar
[m.6] Relação do terreno com a cidade
O Lugar
LEGENDA: Águas Lindas de Goiás Cidades de Goiás que estão no entorno do Distrito Federal Cidades do Distrito Federal
Mapa 5
LEGENDA: Área de estudo Centro da cidade Área de intervenção para o projeto Lago do Descoberto
Mapa 6
O Mapa 5, mostra a relação da cidade Águas Lindas de Goiás com as cidades satélites do Distrito Federal e as cidades do Entorno que ficam em Goiás.
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
O Mapa 6, trata da relação entre a cidade, o centro da cidade e o terreno a ser estudado para o projeto do cemitério.
21 11
LEGENDAS: [m.2] Águas Lindas em 1988. Imagem Google Earth, intervenção pelo autor.
O Ficar
O Terreno
[m.3] Águas Lindas em 1998. Imagem Google Earth, intervenção pelo autor. [m.4] Águas Lindas em 2018. Imagem Google Earth, intervenção pelo autor.
Mapa Mapa 55 Mapa 5
Mapa 7
O terreno está localizado entre 5 bairros, serve de conexão para seis escolas, indicadas na imagem ao lado, a Igreja São Maximiliano, o shopping da cidade, uma faculdade e o corpo de bombeiros.
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O terreno é linear, com dimensões de 63x1890m, e é um espaço subutilizado, com pouca vegetação e atrativos para os moradores.
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [m7] Estudo do lugar: Levantamento uso do solo e tipologias. [m.8] Massa vegetativa da área estudada. [f.25] Igreja Maximiliano. [f.26] Águas Shopping.
f.1
Figura 25
f.2
Figura 26
São Lindas
[f.27] Escola Municipal Maristela. [f.28] Colégio Estadual Cora Coralina. [f.29] Faculdade Mauá.
f.4
f.3
Figura 27
Figura 28
[f.30] Escola Municipal Med-Guão. [f.31] Vista do terreno. [f.32] Vista do terreno. [f.33] Vista do terreno.
f.5
Figura 29
f.6
f.7
Figura 31
f.8
Figura 32
f.9
Figura 33
[f.34] Vista do terreno.
Figura 30
f.10
Figura 34
Massa Vegetativa
Mapa 6
Mapa 8 DUALIDADE, Gênese e Cinzas
23
O PARTIR
LEGENDAS: [f.35] Diagrama Palavras-Chave.
O Partir Conceito
Descanso Colinas
Usos
Lazer
Paisagem
Área Ecumênica Corredores
Vegetação Paisagem
Pessoas
Lago
Lugar
Água Árvores do Cerrado Colinas
Vida/ Morte Cemitério Parque Memórias Floresta
Câmaras Crematório
Cemitério
Transformação Sobriedade Luz e Sombra
VIDA
DUALIDADE
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Figura 35
25
LEGENDAS: [f.36] Diagrama Partido. [f.37] Diagrama Partido.
de de
O Partir Partido Partidos
Figura 36
As árvores do cerrado são um dos principais componentes da paisagem, hora mostrando a vida frondosa e hora a “morte” com sua falta de folhas e galhos retorcidos.
As colinas e a Barragem do Descoberto também são pontos essenciais para compor a paisagem da cidade. Suas formas representam a calmaria, vida e o movimento.
Figura 37
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Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.38] Diagrama Partido.
O Partir
[f.39] Diagrama Partido.
Partidos
de de
Figura 38
Assim como o projeto urbano busca três camadas, como o céu, as árvores e a terra, os edifícios seguem a mesma dinâmica, tendo suas fachadas dividas em três partes iguais.
Essas partes são rebatidas por linhas de força que irão gerar as aberturas. A materialidade segue o concreto preto com textura de madeira, vidros para refletirem o céu e cobertura metálica.
Figura 39
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
19 27
O PARTIR Camadas
O projeto tem como base duas camadas, a vermelha e a azul: A Camada Vermelha: Esta camada conecta os principais pontos entre o trecho, sejam eles escolas, igrejas, postos de saúde e outros. Essas linhas geram o traçado para o cemitério vertical, que será escavado.
ETAPA 1
A Camada Azul: Esta representa os principais acessos para o trecho, sendo assim os caminhos para os usuários do parque. A Sobreposição: Ao sobrepor as duas camadas é criada uma malha que irá definir pontos de cruzamentos.
ETAPA 2
ETAPA 3
28
ETAPA 4 Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.40] Diagrama Partido.
de
[f.41] Diagrama Partido.
de
[f.42] Diagrama Partido.
de
[f.43] Diagrama Partido.
de
1. São inseridos pontos nos principais edíficios do local. Figura 40
2. Todos os pontos são conectados e criam uma malha que definirá o cemitério vertical. Figura 41
3. É colocado pontos e conexões nos principais acessos ao terreno, geram os caminhos do parque. Figura 42
4.Sobreposição das malhas. DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Figura 43
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O PARTIR Camadas
A Malha: Após a conexão de todos os pontos, nos principais cruzamentos são inseridos pontos onde estarão as câmaras para as urnas de cremação. Vermelho e Azul: Esta etapa mostra o resultado dos caminhos, onde o vermelho, que é o cemitério vertical fica no subsolo. O azul representa os caminhos do parque.
ETAPA ETAPA 5 5
A Vegetação: Entre os espaços gerados pelos caminhos, são determinados para as praças, edifícios e para a área de PLANTIO HUMANO, representada pelos espaços em verde. Caos e Calmaria: A etapa 8 demonstra como foi determinado os usos de cada área do terreno. Para as áreas de calmaria foram colocadas para os edifícios mais sóbrios, como o espaço ecumênico e o crematório e nas áreas de caos, próximas das escolas são inseridas as praças, quiosques e o edifício administrativo.
ETAPA ETAPA 6 6
ETAPA ETAPA 7 7
ETAPA ETAPA 8 8 30
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.44] Diagrama Partido.
de
[f.45] Diagrama Partido.
de
[f.46] Diagrama Partido.
de
[f.47] Diagrama Partido.
de
5. Nos 5. Nos principais principais cruzamentos cruzamentos sãosão inseridos inseridos pontos pontos queque serão serão as câmaras as câmaras dasdas urnas urnas de cremação. de cremação.
Figura Figura 44 44
Caminhos Caminhos do Cemitério do Cemitério Vertical Vertical Caminhos Caminhos do Parque do Parque Urbano Urbano
6. Resultado 6. Resultado da sobreposição da sobreposição da malha. da malha. Figura Figura 45 45
7. Resultado 7. Resultado da área da área vegetativa vegetativa para para Plantio Plantio Humano. Humano. Figura Figura 46 46 Agitação Agitação Calmaria Calmaria
8. Os 8. usos Os usos sãosão determinados determinados de acordo de acordo comcom a intensidade a intensidade do fluxo do fluxo do entorno. do entorno. Figura Figura 47 47 DUALIDADE: Gênese e Cinzas
31
O PARTIR Camadas
As Áreas: Etapa 9 consiste no resultado desses espaços. As Praças: São 8 praças inseridas em diferentes pontos do terreno, inseridas próximas das escolas ou áreas de maior fluxo de pessoas.
ETAPA ETAPA 9 9
Os Edifícios: São 5 edifícios, com 4 usos diferentes e eles foram determinados pelas áreas de calmaria e caos. A Vegetação: A vegetação é o resultado da área do Plantio Humano, e suas posições e porte foram determinados pela insolação solar no terreno.
ETAPA ETAPA 10 10
1
1
ETAPA ETAPA 11 11
ETAPA ETAPA 12 12
32
Jhon Frank Araújo de Souza
2
LEGENDAS: [f.48] Diagrama Partido. Vegetação Vegetação PraçasPraças Edifícios Edifícios
de
[f.49] Diagrama Partido.
de
[f.50] Diagrama Partido.
de
[f.51] Diagrama Partido.
de
9. Resultado 9. Resultado das das áreas áreas parapara os usos. os usos. Figura Figura 48 48
10. Resultado 10. Resultado das das praças. praças. Figura Figura 49 49 1. Administração 1. Administração 2. Crematório 2. Crematório 3. Espaço 3. Espaço Ecumênico Ecumênico 4. Plantio 4. Plantio Humano Humano
3
3
4
4
11. Resultado 11. Resultado dos edifícios dos edifícios Figura Figura 50 50
12. Inserção 12. Inserção da vegetação, da vegetação, a definição a definição do porte do porte é definido é definido de acordo de acordo comcom a incidência a incidência solar.solar. Figura Figura 51 51
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
33
5 3
4
2
1
9
7
6
8 10
11
11
12 12
Figura 57
Planta Baixa: Administração
Imagem Eletrônica: Administração
34
Legenda: 1. Hall 2. Diretoria 3. Almoxarifado 4. Monitoramento 5. Descanso 6. Refeitório 7. Cozinha 8. Fosso de Ventilação 9. Recepção 10. Secretaria 11. Escritório 12. anheiros
Figura 58
Jhon Frank Araújo de Souza
O PRO 35
Jhon Frank AraĂşjo de Souza
A
A
O Partir O projeto
Trecho Trecho 2 2
Trecho Trecho 1 1
60m 60m
0
120m120m
A
A
0
180m180m
Escala Escala Gráfica Gráfica
Espelho d'água
Corte trecho Corte 1 trecho 1
0
5
0
10 5
10
Corte trecho 1
15m
Espelho d'água
Rampa
I:0,22%
Rampa
I:0,22%
15m
Corte trecho 1
Caixa d'água 2000l
Espelho d'água
0
Corte trecho Corte 1 trecho 1
5
0
10 5
Corte trecho 1
10
15m
Rampa
Espelho d'água
I:0,22%
Rampa
I:0,22%
15m
Espelho d'água
Rampa
Espelho d'água
I:0,22%
Rampa
Figura 53 Figura 53
I:0,22%
Corte trecho 1
Corte trecho Corte 1 trecho 1 0
Corte trecho Corte 2 trecho 2
5
0 Corte trecho 1
Caixa d'água 2000l
10 5
10
15m
0
5
0
10 5
Corte trecho 1
10
15m
15m
Corte trecho 1
15m
Corte trecho 1
15m
m
0
0
5
Corte trecho Corte 2 trecho 2
5 10
Corte trecho 1
10
15m
15m
Corte trecho 1
+1.58
0
Corte trecho 3 trecho 3 Corte
5
0
5 10
Corte trecho 1
10
15m
+0.38
+1.55
+1.55
-3
+1.58
+0.38
-0.62
-0.62
+0
-3
-3
-3
15m
Corte trecho 1
36
Jhon Frank Araújo de Souza +1.58 +1.55
+0.38
+1.55
-3
-3
+1.58
Espelho D'água
+0.38
-0.62
+1.55
0
5
0
5 10
10
15m
15m
-3
+0.38
+1.55
-3
-3
Espelho D'água
+0.60
+0
+1.58
-3
Corte trecho 3 trecho 3 Corte
+0
-0.62
-3 +0.38
+1.50 +1.50
Espelho D'água Espelho D'água
+0.60
+1.50 +1.50
Desnível Vegetação
Espelho D'água Espelho D'água
+0.50
+0.50
Desnível Vegetação
+0.50
+1.50
+1.50
+0.50
+1.58
Espelho D'água
-0.62
-0.62
+0
+0
+1.50 +1.50 Espelho D'água
+0.60
Espelho D'água Espelho D'água
+0.60
+1.50 +1.50
Espelho D'água Espelho D'água
+0.50
+0.
B
B B
B
B B
Trecho Trecho 3 3
Figura 52 Figura 52
Caixa d'água 2000l
Caixa d'água 2000l
Caixa d'água 2000l
Caixa d'água 2000l
Figura 52 Figura 52
Figura 54 Figura 54
Figura 55 Figura 55
+1.50 +1.50
Espelho D'água
Espelho D'água
+0.60
Espelho D'água Espelho D'água
+0.60
+1.50 +1.50
Desnível Vegetação
Espelho D'água Espelho D'água
+0.50
+0.50
+2.50
Desnível Vegetação
+0.50
+1.50
+2.50
+1.50
+0.50
+1.45
Rampa
+1.45
-0.82
DUALIDADE: DUALIDADE: GêneseGênese e Cinzase Cinzas +2.50
Desnível Vegetação
Rampa
+1.45
-0.82
Rampa -0.82 +2.50
Desnível Vegetação
+0.50
Figura 56 Figura 56
+2.50 +1.45
+1.50 +0.50
Rampa -0.82
+2.50
+1.50 +1.45
+1.45
Rampa -0.82
Rampa -0.82
37
JETO
Parque Urbano | Cemitério Vertical | Plantio Humano | Câmaras das Cinzas DUALIDADE: Gênese e Cinzas
38
O Partir
LEGENDAS: [f.59] Planta Baixa: Espaço Ecumênico.
Aplicações
[f.60] Eletrônica: Ecumênico.
Maquete Espaço
8 7 2
7 6 5
4
3
Planta Baixa: Espaço Ecumênico
7 1
Figura 59 Legenda: 1. Hall 2. Fosso de Ventilação 3. Recepção 4. Secretaria 5. Almoxarifado 6. Banheiros 7. Salas Ecumênicas 8. Salão Principal
Imagem Eletrônica: Espaço Ecumênico
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Figura 60
39
LEGENDAS: [f.61] Planta Crematório.
Baixa:
[f.62] Maquete Eletrônica: Crematório.
O Partir
Aplicações
2
4
3
5
1
5 6
5 7
7
8 9
6
Figura 61
Planta Baixa: Crematório
Imagem Eletrônica: Crematório
40
Legenda: 1. Hall 2. Secretaria 3. Diretoria 4. Refeitório 5. Despedida 6. Banheiros 7. Preparo cremação 8. Hall Serviços 9. Área de Funcionários 10. Almoxarifado
Figura 62
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.63] Planta Plantio Humano.
O Partir
[f.60] Eletrônica: Humano.
Aplicações
5 6
4 7
1
3
Baixa:
Maquete Plantio
3 2
2
9 8
8 10 4
5
11
Figura 63
Planta Baixa: Plantio Humano
Imagem Eletrônica: Plantio Humano
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Legenda: 1. Hall 2. Secretaria 3. Preparo dos corpos 4. Almoxarifado 5. Banheiros 6. Maquinário 7. Armazém das Cápsulas 8. Escritórios 9. Diretoria 10. Descanso 11. Cozinha
Figura 64
41
LEGENDAS: [f.65] Croqui Praça 1. [f.66] Croqui Praça 2. [f.67] Diagrama Espiral.
O Partir
Movimento
[f.68] Croqui Praças dos Seis Sentidos.
Espirais Para a concepção das praças e fontes, foi retornado a busca pela DUALIDADE da vida e da morte. Se a morte é a única certeza, isso torna o caminho linear. Já a vida é o oposto, é sinuosa, tem idas e vindas, uma espiral sem fim. Figura 65
Praça 1
Praça 2
Praça dos Seis Sentidos 42
Figura 66
As praças são espaços para os vivos, então elas seguem ESPIRAIS que conduzem a pátios, fontes e playgrounds.
Diagrama da espiral
Figura 67
Figura 68
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS:
O Partir
[f.69] Maquete Eletrônica: Praça 1.
Movimento
[f.70] Maquete Eletrônica: Praça 2. [f.71] Maquete Eletrônica: Praça 3. [f.72] Maquete Eletrônica: Praças 4 e 5. [f.73] Maquete Eletrônica: Praça 6. [f.74] Maquete Eletrônica: Praças 7 e 8.
Praça 1
Figura 69
Praça 2
Figura 70
Praça 3
Figura 71
Praças 4 e 5
Figura 72
Praça 6
Figura 73
Praças 7 e 8
Figura 74
1
Localização das praças DUALIDADE: Gênese e Cinzas
2
3
4
5
6
7
[f.75] Maquete Eletrônica: Localização das Praças.
8
Figura 75
43
LEGENDAS: [f.76] Diagrama da relação de porte da vegetação e a idade em que a pessoa morreu.
O Partir Vida
[f.77] Localização das árvores
Vida Pequeno Porte
0 a 10 anos
Médio Porte
11 a 25anos
Médio/Grande
26 a 50 anos
Grande Porte
+50 anos
A relação entre a idade e o porte das árvores é proporcional. Assim é determinado que quanto mais jovem o morto, menor será sua árvore e quanto mais velho, maior o porte da árvore. Criando identificação visual do perfil da pessoa que ali está.
Morte Figura 76
Objetivo Pequeno Porte (0 a 10 anos): Serão de maioria frutíferas, para que sempre estejam com crianças em suas sombras, brincando nas árvores e se alimentando dos frutos.
Grande Porte (26 a 50 anos): Inicia a fase da sobriedade, com flores e copas maiores, servirão como estar, onde as pessoas poderão descansar e meditar.
Médio Porte (11 a 25 anos): Frutíferas e Floríferas, mostram a fase da vida das flores, da atividade e disposição.
Grande Porte (+50 anos): Todas de troncos robustos, e com maior impacto visual, para representar a sabedoria dos mais velhos.
Localização da vegetação
44
Figura 77
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.78] Conjunto de imagens de árvores de pequeno porte.
O Partir
[f.79] Conjunto de imagens de árvores de médio porte.
Vida
Pequeno Porte
0 a 10 anos
As árvores de pequeno porte são aquelas que não ultrapassam 5 metros. Seu objetivo é que sejam colocadas nas áreas próximas de playgrounds e praças vizinhas das escolas. Essas árvores serão em sua maioria frutíferas. Figura 78
[f.80] Conjunto de imagens de árvores de médio/grande porte. [f.81] Conjunto de imagens de árvores de grande porte.
Espécies: Pitangueira, jabuticabeira, limoeiros, goiabeiras, aceroleiras, araticum, fruta da ema e algodão de brejo. Observação: O consumo das frutas é permitido, visto que as raízes das árvores filtram qualquer agente contaminador.
Médio Porte
Figura 79
11 a 25 anos
As árvores de médio porte são aquelas que podem crescer entre 5 a 10 metros. Espécies: Cajueiro, araticum, mangaba, ipê-roxo, ipê-amarelo, manacá-da-serra, bacupari e aroeirinha.
Médio/Grande Porte 26 a 50 anos As árvores de médio porte são aquelas que podem crescer entre 10 a 15 metros. Figura 80
Espécies: Ipê-roxo, ipê-branco, claraíba, timbó, chuva-de-ouro, braúna, mulungu.
Grande Porte
+50 anos
As árvores de médio porte são aquelas que podem crescer entre +15 metros.
Figura 90
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Espécies: Pindaíba-reta, carapanaúba, vassourão-branco, ipê-da-serra, canafístula, sacambu.
45
LEGENDAS: [f.91] Diagrama de proporção dos usos. [f.92] Diagramas programa.
de
O Partir
Conceito Espacialidade Área total: 108.162m² Área Edifícios: 11.610m² Áreas Contemplativas: 12.572 Área Cúpulas: 1.680m² Área Caminhos: 40.000m² Área Plantio: 42.300m²
Plantio
Cúpulas
Praças
Praças
Parque
Cemitério Vertical
Figura 91
Programa Administrativo
Hall e Circulação Serviços: Banheiros e almoxarifado Salas de atendimento Área administrativa e diretoria Cozinha e refeitório
Programa Crematório
Área de máquinas Área para despedidas Manutenção e controle Administração Cozinha e refeitório Banheiros e almoxarifado
Programa Espaço Ecumênico
Preparo dos corpos Recepção, hall e circulação Salas para despedidas Banheiros Administração Recepção, hall e circulação
Programa Estufa- Plantio Humano As árvores do cerrado são um dos principais componentes da paisagem, hora mostrando a vida frondosa e hora a “morte” com sua falta de folhas e galhos retorcidos.
Preparo dos corpos Maquinário Hall, recepção e circulação Administração Almoxarifado e banheiros
Figura 92
46
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS:
O Partir
[f.93] Corte Câmara das urnas.
Inércia
Figura 93
Corte Esquemático: Câmaras para urnas.
Figura 94
[f.94] Corte Vertical.
Cemitério
[f.95] Maquete Eletrônica: Corredor Cemitério Vertical e Câmara das Urnas. [f.96 e f.97] Inspiração Benesse Museum HouseTadao Ando.
Vista cemitério vertical.
Imagem Eletrônica: Corredor com Câmaras e Cemitério Vertical
Figura 95
Figura 96
Figura 97
Inspirações Benesse Museum House- Tadao Ando
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
47
LEGENDAS: [f.98] Maquete Eletrônica: Projeto. [f.99] Maquete Eletrônica: Praças. [f.100] Imagem de Satélite da Pedreira Águas Lindas. Fonte Google Earth.
O Partir Inércia Social
[f.101 e f.102] Corte esquemático: Cápsulas de Enterro. [f103.] Corte Esquemático: Cemitério Vertical.
Figura 98
Economia
Figura 99
Gestão de resíduos
Além de servir de parque e cemitério. Toda a geração de emprego será para os moradores dos bairros e moradores da cidade.
Figura 100 Revestimentos dos espelhos d´água das praças serão em placas de basalto, retiradas da extratora da própria cidade, localizada a 11,5km distância.
Figura 101 Figura 102
Corte esquemático
Cápsulas com manta de celulose em pó, neutralizadora do necrochorume Captção e água pluvial
escoamento
da
Exaustor de gases do cemitério vertical
Figura 103
48
Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.104] Solar.
O Partir
Relação
Carta
Inércia
[f.105] Hidrográficas.
Bácias
Direção dos Ventos
[f.106] Sistema Drenagem.
de
[f.107] Relação vegetação com insolação.
da a
[f.108] Praça no Solstício de Verão. [f.109] Praça no Solstício de Inverno.
Figura 104
Topografia 42
Corte Esquemático
32
22
12
2m
2m
12 52
22
32 Captação de água pluvial
42
52
Banheiros
Lanchonetes
Arena de Jogos
Apresentações Lanchonetes
Bacias Urbanas
Estar Banheiros
Meditação e Descanso
Diretoria Banheiros
Almoxarifado
Preparo dos Corpos
Secretaria
Salas
Escritorio
Descanso
Almoxarifado
de Ventilação
Refeitório
Fosso
Despedida
Diretoria
Hall
Hall Secretaria
Salas
Despedida
Recepção
Secretaria
Despedida
Para
Caixões Elevador
Almoxarifado
Caixões dos Área
Hall
Banheiros
de Serviços Banheiro
de Descanso Espaço
ecumenicas
Banheiro
Recepção
Lanchonete
Banheiros
Armazém das Cápsulas
ecumenicas
ecumenicas
Almoxarifado
Banheiro Funcionários
Banheiros Descanso
Meditação e Descanso
Cozinha
Escritorio
Preparo dos Corpos
Secretaria
Maquinario
Banheiros
Lanchonetes
Principal Salão
Salas
Cozinha
Restaurante Refeitório Banheiro Banheiro Escritório Monitoramento
Escritório
de Ventilação
Almoxarifado
Fosso Recepção Secretaria
Diretoria
Hall
Lanchonetes
Meditação e Descanso
Lanchonetes
Banheiros
62
Escoamento e captação de água pluvial
72
62
72
Na época das chuvas, o terreno sofre com enxurradas pelo direcionamento das acias urbanas.
Figura 105
Figura 106
Terreno em relação a Carta Solar 16º
Figura 107 Solstício de Verão
Solstício de Inverno
Figura 108
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Figura 109
49
LEGENDAS: [f.110] Estrutural
Concepção
[f.111] Pilares e Vigas.
O Partir
Aplicações
[f.112] Lajes [f.113] Vegetação [f.114] Vedações
Muro de Arrimo Pilares 15x10cm Parede de Concreto 15cm
Concepção Estrutural
Vigas 10cm
Figura 110
Fachada
50
Etapa 1: Pilares e vigas
Figura 111
Etapa 2: Lajes
Figura 112
Etapa 3: Vegetação
Figura 113
Etapa 4: Vedações
Figura 114 Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS: [f.115] Planta Quiosques.
O Partir
[f.116] Corte Quiosque.
Aplicações
Vista:
2m
Os módulos dos quiosques tiveram sua concepção igual a dos edíficios, buscando 3 sistemas de alturas para criar ritmo e dinâmica para os espaços de convívio. Para criar dinâmica ao espaço, os módulos são colocados de forma que a frente e os fundos sempre estejam invertidos um do outro, a distância entre cada módulo é de 3 metros. Figura 115
Corte
Imagem Eletrônica: Quiosques DUALIDADE: Gênese e Cinzas
e
[f.117] Imagem Eletrônica: Quiosques.
Quiosques
Planta baixa
baixa:
Fachada
Figura 116
Figura 117
51
LEGENDAS: [f.118] Planta Banheiros. [f.119] Banheiro
Baixa:
Fachada:
O Partir
Aplicações
[f.120] Corte: Banheiro. [f.118] Imagem Eletrônica: Banheiros
Banheiros Os módulos dos banheiros contam com 3 camadas, a camada de fluxo, usos e o conforto, pelas grandes aberturas e pelas vegetações do lado externo.
Planta baixa
Fachada
Imagem Eletrônica: Banheiro 52
Figura 118
Figura 119
Corte
Figura 120
Figura 121 Jhon Frank Araújo de Souza
LEGENDAS:
O Partir
[f.122] Detalhes: Postes. [f.123] Imagem Eletrônica: Postes.
Aplicações Vista Posterior
Corte
Corte Fixação
Vista Lateral
45º
Projeção
abertura de
iluminação
Materialidade: Postes em alumínio escovado 20mm Lâmpadas PAR 3B LED, 90w e 38º feixe lumínico Tinta: Juliene Epodux Primer anticorrosiva.
Travamentos em Aço Ø20mm
Concreto
Poste Alto
Materialidade: Postes em Aluminio Escovado 20mm Com lâmpadas Par 3B LED, 90w e 38º abertura Todo material foi pintado com a tinta anticorros
Esc: 1:50
Figura 122
Imagem Eletrônica: Postes
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
Figura 123
53
LEGENDAS: [f.124] Detalhes; Balanço Esfera e Gangorra. [f.125] Imagem Eletrônica: Gangorras.
O Partir
Aplicações
[f.126] Imagem Eletrônica: Balanço Esfera. Superior
Superior
Lâmpada LED
Frontal Balanço Esfera Esc: 1:25
Frontal
Lateral Gangorra Esc: 1:25
Figura 124
Imagem Eletrônica: Gangorra
Figura 125
Imagem Eletrônica: Gangorras
Imagem Eletrônica: Balanços
54
Figura 126
Jhon Frank Araújo de Souza
O Adeus Direções
BAINES, J. MALEK, J. A civilização egípcia. 1ª edição. Barcelona: Ediciones Folio, 2008. CRUZ, Nicholas Joseph Tavares. Cemitérios, crematórios e novas tecnologias fúnebres: impactos ambientais e preferências post-mortem na cidade de Maceió-AL. Maceió- AL, 2015. FARIA, Ricardo Tadeu. Paisagismo: harmonia, ciência e arte. 1ª edição. Londrina: Editora Mecenas, 2005.
O ADEUS
MENEZES, Rachel Aisengart. Em busca da boa morte: antropologia dos cuidados paliativos. 1ª reimpressão. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2004 ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. 2ª edição. São Paulo: Editora Martins Fonte, 2001. THOMPSOM, Barbara. Cemitérios verticais, espaço urbano e meio mabiente: O novo discurso científico universitário de incentivo à verticalização do cemitério e cremação, 1ª Edição, São Paulo, 2015. WATERMAN, Tim. Fundamentos de paisagismo. 1ª edição. Porto Alegre. Editora Bookman, 2010. WINTER, Catherine Herbet. Capsula Mundi Burial Pods Can Turn Cemeteries into Forests, Inhabitat - Sustainable Design Innovation, Eco Architecture, Green Building, Dísponível em: :<http://inhabitat.com/capsula-mundi-buria l-pods-canturn-cemeteries-into-forests/> Acesso em Março de 2018.
Figura 21
DUALIDADE: Gênese e Cinzas
55