KAIKAN
Centro Cultural Nipo-Brasileiro de Anรกpolis
issuu.com/cadernostc
Cadernos de TC 2018-1 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq.. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Manoel Balbino Carvalho Neto, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Detalhamento de Maquete Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e Crítica Maíra Teixeira Pereira, Dr. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq Rodrigo Santana Alves, M. arq. Expressão Gráca Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754
Apresentação Este volume faz parte da quinta coleção da revista Cadernos de TC. Uma experiência recente que traz, neste semestre 2018/1, uma versão mais amadurecida dos experimentos nos Ateliês de Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (I, II e III) e demais disciplinas, que acontecem nos últimos três semestres do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA). Neste volume, como uma síntese que é, encontram-se experiências pedagógicas que ocorrem, no mínimo, em duas instâncias, sendo a primeira, aquela que faz parte da própria estrutura dos Ateliês, objetivando estabelecer uma metodologia clara de projetação, tanto nas mais variadas escalas do urbano, quanto do edifício; e a segunda, que visa estabelecer uma interdisciplinaridade clara com disciplinas que ocorrem ao longo dos três semestres. Os procedimentos metodológicos procuraram evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão do ato de projetar. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo,
quanto ao produto nal. A preocupação com a cidade ou rede de cidades, em primeiro plano, reorientou as estratégias projetuais. Tal postura parte de uma compreensão de que a apreensão das escalas e sua problematização constante estabelece o projeto de arquitetura e urbanismo como uma manifestação concreta da crítica às realidades encontradas. Já a segunda instância, diz respeito à interdisciplinaridade do Ateliê Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo com as disciplinas que contribuíram para que estes resultados fossem alcançados. Como este Ateliê faz parte do tronco estruturante do curso de projeto, a equipe do Ateliê orientou toda a articulação e relações com outras quatro disciplinas que deram suporte às discussões: Seminários de Teoria e Crítica, Seminários de Tecnologia, Expressão Gráca e Detalhamento de Maquete. Por m e além do mais, como síntese, este volume representa um trabalho conjunto de todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, que contribuíram ao longo da formação destes alunos, aqui apresentados em seus projetos de TC. Esta revista, que também é uma maneira de representação e apresentação contemporânea de projetos, intitulada Cadernos de TC, visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto e dos alunos que serão por vocês avaliados. Ana Amélia de Paula Moura Daniel da Silva Andrade Manoel Balbino Carvalho Neto Rodrigo Santana Alves
Kaikan Centro Cultural NipoBrasileiro de Ánapolis No município de Anápolis, a colônia japonesa local tinha uma presença intensa em suas festividades. A então criada Associação Cultural Nipo-Brasileira de Anápolis, percebeu a necessidade de ter um espaço adequado apenas para a realização de atividades vinculadas á cultura japonesa, e dessa forma, nasceu o Kaikan. Lugar onde abriga a Associação Cultural NipoBrasileira e demais eventos sociais relacionados á integração da colônia. Ao longo dos anos, o Kaikan e a associação de Anápolis deixou de ter o mesmo efeito na comunidade. Muitos jovens associados não participam de suas atividades, alegando desinteresse. Isso vêm acarretando o esquecimento desta cultura e o abandono do espaço do Kaikan de Anápolis. O presente projeto de reestruturação do Kaikan, visa trazer de volta os valores pregados pelos fundadores da associação, estabelecer uma posição quanto a integração cultural na cidade e restaurar a imagem da colônia dentro do cenário anapolino.
Letícia Emy Matunaga
Orientador: Daniel da Silva Andrade emymatsunaga@gmail.com
LetĂcia Emy Matunaga
Envelheceram os imigrantes que ainda cantam a terra natal. - Kobayashi Yoshiko
Kaikan
MEMÓRIA
N
a década de 1920, estimulados pela possibilidade de uma vida melhor, muitos imigrantes japoneses decidiram migrar para Goiás, um estado que tinha muito a crescer e desenvolver. Acreditavam que o Centro-Oeste pudesse gerar oportunidades para quem tivesse determinação para trabalhar. Ainda com o espirito de agrupamento os acompanhando desde que desembarcaram dos navios, muitas famílias buscaram apoio dentro da própria comunidade de imigrantes. Isso resultou, inicialmente, em um relacionamento mais estreito entre as colônias, e em reuniões sociais como festas de começo de ano (oshôgatsu), e comemoração do aniversário do Imperador (tenkiosetsu), mais tarde gincanas esportivas(undôkai), também foram inseridas dentro da programação. É muito claro, a tentativa de preservar a cultura do país natal pelos imigrantes. Em Anápolis, essas reuniões informais tomaram uma posição mais séria, e a criação da Associação Nipo-Brasileira de Goiás - ANBG em Julho de 1956 em Goiânia, serviu como um estimulo para a própria criação da associação em Anápolis, em 1957 por Hisao Moribaiyashi. A nova associação, logo percebeu a necessidade de ter um espaço adequado. Com essa nalidade, o espaço do Kaikan de Anápolis foi enm construído no ano de 1960.
Letícia Emy Matunaga
A
o chegar em Goiás, os imigrantes adquiriram terra para cultivar café, mas com o passar do tempo, a maioria acabou mudando para outras culturas ou foram buscar atividades mais produtivas. Após a Guerra, encerrada em 1945, e ao longo da década de 50, muitos sentiram a necessidade de dar condições de estudo aos seus filhos e buscarem horizontes mais promissores do que atividades no campo. Na época muitos trocaram as lavouras pelo comércio, por acreditarem ter mais estabilidade no cenário urbano. Dessa forma, uma grande leva veio para os centros urbanos, como Goiânia, Anápolis e Inhumas. Essa foi a principal razão da criação de associações nesses municípios. Como já dito o espirito de agrupamento em comunidade esteve presente durante todo o processo fazendo com que estas famílias se reunissem em festividades tradicionais. Essas reuniões ocorriam nas chácaras das famílias, mas com o aumento do contingente de imigrantes no cenário urbano, a comunidade foi obrigada a buscar um lugar adequado ao número.
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[f.3] LEGENDAS: [f.1];[f.2];[f.3]Descendent es e imigrantes japoneses - Década de 40-50.
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LEGENDAS: [f.4] FamĂlia de imigrantes Fonte: Acervo do Kaikan.
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NOTAS: [1] Escrever o conteúdo aqui
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PRESENTE
A
LEGENDAS: [f.5] Baile Dançante no Kaikan, ano de 1981. [f.6] Globo espelhado do Kaikan. Fonte: Acervo pessoal.
o todo a associação conta com mais de vinte núcleos familiares de descendência japonesa, incluídas em uma média de 200 associados. No entanto mesmo contando um número expressivo de membros, a participação ativa é de apenas 10%. Isso se deve ao fato de que no nal da década de 1990, o Kaikan perdeu uma comissão, o Seinenkai, que até então era responsável pelos eventos para o público jovem da associação. Dentre os eventos organizados pelo Seinenkai, bailes dançantes, karaokê, e atividades esportivas como o futebol e o pingue pongue eram bastante populares. Sendo assim pode-se dizer que o Kaikan era um espaço bastante utilizado pelos membros mais jovens. Hoje, o Kaikan possui uma diretoria que juntamente com a tesouraria é responsável por todos os atributos da entidade. Esta diretoria limita o Kaikan apenas ás poucas atividades que são oferecidas atualmente (Gateball e festividades anuais). Apesar de comparecerem em eventos familiares e festividades anuais como o Bonenkai e o Undokai, as atividades extras não instigam o interesse dos membros mais jovens. O que resulta no desapego dos associados em relação ao Kaikan. Fora este fator, há a política fechada da associação que preza apenas a participação das famílias descendentes no circulo.
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O
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kaikan de Goiânia por outro lado possui uma ampla variedade de atividades contando com a participação de todos os associados indiferente da idade, pois fora a diretoria, e a tesouraria que ca responsável pela entidade, há o Seinenkai representado pelos associados jovens. No Kaikan de Goiânia, o Seinenkai é responsável por certas atividades extras dentro da associação como o auxilio durante eventos e festividades, apresentações de dança de taikô, entre outros. O Kaikan de Goiânia diferente do Kaikan de Anapolis é bastante integrado ao cenário do município, pois convida pessoas fora do circulo da associação para participar de suas festividades como o Bon Odori, um festival que ocorre anualmente durante o verão entre Julho e Agosto, além de Jantares típicos, e eventos relacionados a cultura pop japonesa. Todos esses eventos são populares mostrando o interesse dos não associados, uma demanda pela cultura. Todos esses eventos também auxiliam arrecadar fundos para o Kaikan.
[f.9] Legenda: [f.7];[f.8];[f.9]Apresentaç ão de Taikô no evento de Bon Odori, no Kaikan de Goiânia. Fonte: Acervo pessoal.
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LEGENDAS: [f.10] Jantar típico no Kaikan de Goiânia. Fonte: Acervo do Kaikan.
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MOTIVO
O
s jovens associados não compreendem a saudosidade e afeição dos mais velhos em relação ao Kaikan, e os mais velhos não vêem necessidade de uma política mais exivel dentro da associação. Esse fenômeno vêm acarretando a deterioração de certas tradições e a perda cultural de valores estabelecidos pelos fundadores. A integração de pessoas fora do circulo da associação, possibilitaria o ressurgimento de sua imagem, uma vez que resultará maior procura por atividades culturais. Além de estimular a participação dos associados desinteressados. Ao compartilhar seus valores culturais, a associação não estará somente beneciando a si mesma, mas enriquecendo seu entorno. O Kaikan possui um terreno próprio no qual está instalado uma edicação de um pavimento, duas quadras de Gateball e um campo de futebol. Apesar do terreno ser grande, e a Associação não oferecer muitas atividades e eventos, as instalações ainda não conseguem suprir a demanda atual destas atividades e dos eventos prestados pelo Kaikan. Um exemplo, é o caso do Undokai, para esse evento a associação precisa relocar os associados e as pessoas que participariam para o Estádio Zeca Puglise, pois o Kaikan não tem espaço suciente para as atividades da gincana.
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理 由
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[f.9] [f.14] Legenda: [f.11];[f.12];[f.13];[f.14] Fotos atuais do Kaikan de Ánapolis. Fonte: Acervo pessoal.
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UNDOKAI No Undokai, as famílias dos associados e os convidados do Kaikan se reúnem para disputar gincanas esportivas. O principal objetivo é se divertir. As provas são para toda família e incluem corrida, cabo de guerra e até revezamento de 200 metros. Todas as provas são separadas de acordo com a idade e o sexo do participante. A palavra Undokai vem da junção de outras duas palavras: ‘undo’, que signica atividade física e ‘kai’, festa. As provas envolvem desde os recém-nascidos até quem tem 90 anos. Uma das provas de tradição japonesa para idosos é um jogo com hashi (talher japonês) e feijões. Na competição, os participantes têm que correr cerca 50 metros, pegar 10 feijões com o hashi e voltar com o feijão no prato. Maria Horita, uma das associadas diz participar do Undokai desde criança. “Tem muita coisa que vem de lá do Japão e outras que são inventadas aqui. Mas desde a minha infância as provas são as mesmas.”. O Undokai realizado pela Associação Nipo Brasileira de Anápolis acontece anualmente no estádio Zeca Puglise em Anápolis desde 2001.
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Legenda: [f.15];[f.16];[f.17]. Undokai de Ánapolis no estádio Zeca Puglise. Fonte: Acervo pessoal.
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FESTIVAL O Festival do Japão tem a função de divulgar a cultura japonesa e iniciar as comemorações pelo aniversário da imigração japonesa no Brasil. É com esta proposta que o primeiro festival aconteceu durante três dias - 15, 16 e 17 de setembro. O Festival é uma realização conjunta da Prefeitura, Associação Cultural NipoBrasileira de Anápolis e Embaixada do Japão, com apoio da UniEVANGÉLICA. A culinária é um dos principais atrativos do festival apresentando pratos tradicionais, como tempurá , yakissoba e sushi e o guioza. O festival também ofereceria ocinas de ikebana (arranjo de ores), origami (dobradura de papel) e shodu (escrita japonesa). Além de apresentações artísticas como o taiko (tambores) e música, exibições de artes marciais – judô, karatê e aizu – e também de dança. O Primeiro Festival do Japão em Anapolis foi realizado na Praça Dom Emanuel.
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[f.19] Legenda: [f.11];[f.12]. 1° Festival do Japão em Ánapolis na Praça Dom Emanuel. Fonte: Acervo do Kaikan.
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GATEBALL São necessários quatro equipamentos para prática deste esporte. Stick (Taco), gate (arco), goal pole (pino central) e bola. As bolas são divididas em cores branca e vermelha. Sendo as vermelhas com números ímpares, 1-3-5-7-9 e as brancas os números pares: 2-4-6-8-10. As quais correspondem ao número de ordem de tacada. A quadra pode ser feita em qualquer superfície plana de terra, grama natural ou sintética. O Kaikan atual de Anápolis possui duas quadras de Gateball. Mas apenas uma é coberta e em condições de uso. O time de Anápolis compete frequentemente em torneios, e é o terceiro colocado regional de Goiás, cando atrás de Goiânia, e Caldas Novas.
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[f.21] Legenda: [f.20]; Torneio de Gateball realizado em Caldas. Time de Goiânia x Time de Ánapolis [f.21]. Tacos de Gateball Fonte: Acervo do Kaikan.
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BONENKAI U m b ō n e n k a i é u m a confraternização japonesa que ocorre no nal do ano e é comemorado geralmente entre grupos de colegas de trabalho ou de amigos. A nalidade da confraternização, como seu nome implica, é esquecer as consternações e os problemas do ano passado, geralmente pelo consumo de grandes quantidades de álcool. Um bōnenkai não ocorre em nenhum dia especíco, mas são realizados geralmente em dezembro. A palavra Bonenkai é denida em Bonen - Despedida do Ano Velho e Kai Reunião, Festa. As entidades, as empresas, os amigos costumam se reunir para comemorarem a despedida do Ano que está terminando, para se encontrarem pela última vez do ano, trocar cumprimentos, avaliar o ano e num ambiente de festa bebendo e comendo muito. Alguns começam a realizar o Bonenkai, já no m do mes de novembro, pois em dezembro é comum encavalar muitas festas, que podem ser simples "kais" que são reuniões ou "enkais" que são banquetes. No Kaikan de Anápolis, os membros associados se reúnem junto com suas famílias para comemorarem o nal do ano juntos.
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[f.23] Legenda: [f.22]; Festa de Bonenkai realizado na sede do Kaikan em Ánapolis [f.23]. Pilão de madeira para fazer mochi. Bolinho de arroz que traz sorte no m de ano. Fonte: Acervo do Kaikan.
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LEGENDAS: [f.24] Undokai Fonte: Acervo do Kaikan.
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ANÁPOLIS - GO
Letícia Emy Matunaga
LOCALIZAÇÃO
A
sede do Kaikan no município de Anápolis, está localizada na Cidade Universitária, próximo ao Jardim das Américas, a UniEvangélica e vizinha ao AACC - Associação de combate ao Cancêr de Goiás. É também próximo á rodovia 153 Belém-Brasília, um dos principais acessos ao município de Anápolis. Sua principal e única via de acesso é pela Av. Brasil Norte com sentido ao Jardim das Américas. O Kaikan de Anápolis, é por sua vez uma entidade que não possui muito destaque dentro do cenário socio-cultural em Anápolis, mesmo que esteja localizado em um terreno consideravelmente bem localizado, muitas pessoas não tem contato com o Kaikan. Ao fazer a pesquisa de campo, percebeu-se que, até mesmo as pessoas que vivem próximas ao local, ou passam diariamente pelo edifício, não conhecem, ou realmente não sabem do que se trata o Kaikan.
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Legenda AV.BRASIL NORTE:
RD.BELÉM- BRASÍLIA:
ÁREA DO PROJETO:
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[f.27]
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ESPAÇO
D
e modo geral, pode-se observar que é um local interessante, para um reduto cultural, uma vez que está situado entre dois pontos norteadores da região: O AACC, e o Centro universitário UniEvangélica. Além da grande quantidade de massa residencial próxima com demanda de espaços públicos. Apesar disso, poucos compreendem sua existência. E ainda menos pessoas sabem o que de fato é a associação por conta do seu perfil fechado.O terreno do projeto, consiste em uma área de 4.920 m² com 290 m de perímetro. Sendo que a área total construida é de 820 m² contando com a quadra de gateball. Hoje em dia, a associação planeja a expansão da área esportiva com o intuito de organizar gincanas (Undokai) e outras festividades dentro do próprio terreno, ao invés de alugar o estádio Zeca Puglise como costuma fazer anualmente.
Legenda: [f.24],[f.25],[f.26], f.27], f.28], f.29] Fotos atualizadas do Kaikan de Anápolis - Áreas externas da edicação. Fonte: Acervo pessoal. [f.30],[f.31] Localização da área do projeto Fonte: Google Maps
[f.30]
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LEGENDAS: [f.32] Kaikan de Ă napolis Fonte: Acervo do Kaikan.
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ESTUDO DO LUGAR
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50 25
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100
100
Cheios e Vazios
Vias de Acesso
Ao analisar o mapa de cheios e vazios, observa-se que há uma grande predominância de lotes subtilizados. Apesar da grande demanda de residenciais na área por conta das faculdades próximas, o entorno do terreno pode ser considerado vago.
As principais vias de acesso ao terreno do projeto se dá pela Av. Brasil Norte, uma via arterial, e pela Ruas Santos Dumont e Rua Osvaldo Cruz ambas vias coletoras.
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50 50 25
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Topografia
Insolação
A topografia do terreno possui um declive de cinco metros.
Quanto a insolação os horarios que mais recebem insolação vai de 06:14 da manhã até 15h da tarde, sendo as fachadas que recebem maior concentralçao de calor, as fachadas Nortre e Oeste, por maior parte do dia.
Vegetação Há uma concentração intensa de vegetação próxima a área, que por sua vez auxilia o conforto térmico na região. A maior parte da vegetação é definida como de médio e grande porte, percorrendo a área com maior declino topografico.
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PROJETO
O
projeto tem como objetivo principal otimizar as atividades ativas dentro do Kaikan, preservar a cultura deixada pelos imigrantes, e reestabelecer sua imagem por meio de maior integração. O conceito da nova sede do Kaikan de Anápolis surgiu a partir da idéia de integração cultural. Sendo que este conceito é manifestado por uma linha estética orgânica. A relação com uma nova geração é o que está sendo representado pelas curvas que o edifício adquire em sua cobertura. Uma nova geração surge a partir de uma antiga. Inicialmente foi escolhido esta linha orgânica pelo fato de que a sinuosidade das curvas tem uma presença muito forte na cultura japonesa. Essas mesmas linhas também estão presentes em alguns memoriais da imigração japonesa que serviram como referência para o projeto.
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[f.34]
Legenda: [f.33] Croqui do projeto. Fonte: Acervo pessoal. [f.34]Referência Memorial 80 anos da Imigração Japonesa [f.35]Referência Memorial Minas Japão. Fonte: Archdaily
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PARTIDO
o
conceito da nova sede do Kaikan de Ánapolis surgiu a partir da ideia de uma linha estética orgânica. Uma vez realizados estudos de caso sobre imigração japonesa, percebeu-se a predominância de curvas e de linhas arredondadas em tributos aos imigrantes (memoriais da imigração japonesa) e na própria cultura japonesa. Ao encontrar este ponto deu-se inicio o processo. Este processo aconteceu em quatro fases, sendo que a ideia central era utilizar uma cobertura que servisse tanto para as quadras esportivas como também para a edificação.
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PROGRAMA
A
o analisar as atividades executadas dentro do programa pré-existente do Kaikan, foi desenvolvido os núcleos em três tipos de programas de necessidades. Dentro do primeiro programa desenvolvido para a área 01, estariam estabelecidos a área administrativa, recepção e cultural. Ainda na Área 01, estaria disposto um programa voltado ao esporte, contando com duas quadras de Gateball. Essas quadras foram desenhadas com a intenção de se tornarem flexiveis, nesse caso podendo atender outros tipos de esporte. Já no terceiro e ultimo programa, foi desenvolvido um setor educadional, onde o Kaikan atenderia aulas e atividades voltadas á cultura japonesa como aulas de lingua japonesa, aulas de Ikebana (arranjo florais), e demais oficinas que possam atender a demanda. Este setor tem capacidade de atender cerca de mais de 100 alunos por dia.
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Sala de aula 01:64,20 m² Sala de aula 02: 64,20m² Sala de aula 03: 64,20m² Sala de aula 04: 64,20m²
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Mídiateca: 234m² Espaço de proj.: 96,56m²
Salão cultural: 531,27m² Salão de Festas: 392,41m²
Diretoria: 23,33m² Secretária: 23,33m² Administrativo: 23,33m² Recepção: 120m² Sala de reunião: 31,24m²
Quadra 01: 400m² Quadra 02: 400m²
DML: 31,24M² Copa/cozinha: 101,84m² Almoxarifado: 20m² Depósito: 20m²
B
A 9
7
5
3
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A
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B
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[f.37]
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1;2. Quadra de Gateball 3;4;20;21. Sanitário 5. Secretária 6.Tesouraria 7. Sala de reuniões 8. Diretoria 9. Recepção 10. Salão Cultural 11.Depósito 12.Copa 13.DML 14.Almoxarifado 15. Salão de Festas 16. Mídiateca 17. Sala de Projeção 18;19;22;23. Sala de aula 24. Estacionamento 25. Bicicletário Legenda:
O paisagismo busca referências dos jardins japoneses tradicionais utilizando de ora e elementos como jardins de pedras e lagos com koi. Fora isso é utilizando o Ipê Amarelo como semelhante ás arvores de cerejeira, por possuírem porte semelhante.
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[f.35]Jardim Japonês [f.36]Akamatsu e Buxinho [f.37] Lago Koi [f.38]Bambu Hatiku [f.39] Ipê amarelo Fonte: Google Imagens
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fachada sul
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fachada oeste
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fachada leste
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T E C N O L O G I A CAIXA D´ÁGUA Consumo Diário: 50 per capita Usuários: 2000m2 /20m2 ( por pessoa) = 100 usuários Consumo Diário Total: 50 L (CD) x 100 (número de pessoas) = 3000 L Reserva Técnica de Incêndio: 20% de 3000 L (CD) = 600 L Volume Total: 3000 L (CD) + 600 L (RTI) = 3600 L Senso Comum: Consumo Diário Total + 2,5 dias de abastecimento: 3000 L x 2,5 = 7500 L Senso Comum + Reserva Técnica: 7500 L + 600 L = 8.100 L Reservatório: nesse projeto foram adotadas duas caixas d’água de 5000 L.
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Caixa d’água - 5000L
Reservatório Inferior - 600 L
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T E C N O L O G I A ESTRUTURA
A
estrutura do projeto é identificada com pilares estruturais de aço que se localizam ao longo de toda a edificação, sua cobertura é formada por laje de concreto armado e é caracterizada como um sistema estrutural de Cascas de translação: a superfície foi obtida pela translação de uma curva K1 (chamada geratriz) ao longo de outra curva plana K2 (chamada diretriz), como é visto no exemplo seguinte.
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Legenda: [f.40]Exemplo de Casca de Translação. Fonte: Archdaily
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T E C N O L O G I A CORTE DE PELE
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LetĂcia Emy Matunaga
Bibliograa ANDO, Zempati e WAKISAKA, Katsunori. Sinopse Histórica da Imigração Japonesa no Brasil. Centro de estudos Nipo-Brasileiros, São Paulo, 1971. BARROS, Benedito Ferri. Japão, a harmonia dos contrários, São Paulo: T.A. Queroz Editor, 1988. BORGES, Humberto Crispim. História de Anápolis. Goiânia: Gráca do CERNE, 1975. BROWN, Nathan A. Geometric and Structural Feasibility Study of Hypar Shells. 2012.Bachelor of Science in Engineering, Department of Civil and Environmental Engineering, Architecture and Engineering Program, Princeton University, 2012 BURGER, N; BILLINGTON, D.P. Felix Candela, Elegance and Endurance: An Examination of the Xochimilco Shell. In: Journal of the International Association for Shell and Spatial Structures (J. IASS). Vol 47. N. 152. New York: IASS, 2006. Disponível em <www.iassstructures.org/index.cfm/journal.article?aID> Acesso em 01/06/17. COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: Lúcio Costa, Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. 608p.il. GERBASE, Fabíola. O urbanismo social do arquiteto Alejandro Echeverri(Entrevista). Disponível em: < http://isebvmf.com.br/index.php?r=noticias/view&id=271110 > Acesso em: 11/03/2016 MAEYAMA, Takashi. Assimilação e Integração dos japoneses no Brasil. Petrópolis: Editoa Vozes; São Paul, EDUSP, 1973. MEDRANO, R. H.; MEIRELLES, C. R. M. Estruturas Espaciais em Cascas: Estudo de Casos Latino-Americano. In: XXI Conferencia Latinoamericana de Escuelas y Facultades de Arquitectura - CLEFA XXI, 2005. SAITO, Hirosh. (org). A presença japonesa no Brasil. São Paulo: T.A. Queroz Editora, EDUSP, 1980. VASCONCELOS, A. C.; CARRIERI JUNIOR, R. A escola Brasileira do Concreto Armado. São Paulo, AXIS MVNDI, 2005.
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