MIS | Ricardo L. Alves Lagares | UniEVANGÉLICA

Page 1

TC de Arquitetura e Urbanismo ° UniEVANGÉLICA

Cadernos

Estudante:

Ricardo L. Alves Lagares Orientador:

Ana Amélia de Paula Moura

2016/2

MIS entre imagens Um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Cadernos de TC 2016-2 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Inez Rodrigues Rosa, M. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Patrick d’Almeida Vieia Zechim , M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Maquete Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e História Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754

UniEVANGÉLICA CENTRO UNIVERSITÁRIO


Apresentação Este volume é uma síntese. Nele condensa-se os esforços e trabalhos de professores e alunos do curso Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA), inicialmente desenvolvido ao longo dos cinco anos de duração do mesmo, mas intensicado nos últimos três semestres. Esta síntese, com título Cadernos de TC, revela duas experiências intensas. A primeira traduz uma proposta de interdisciplinaridade, a qual visa uma integração entre quatro disciplinas; e a outra se encontra diretamente na proposição de uma metodologia de projeto, que julgamos estar em consonância com as questões que envolvem a arquitetura e o urbanismo produzidos hoje A disciplina Trabalho de Conclusão, conduzida pelos professores Esp. Gilson Carlos David e Me. Rodrigo Santana Alves, como disciplina-tronco, orientou todo o processo de projeto e articulou três disciplinas das áreas que deram suporte às discussões de teorias, tecnologia e representação. Seminários de História, Teoria e Crítica, ministrada pelos professores Ma. Ana Amélia de Paula Moura e Me. Pedro Henrique Máximo Pereira, supriu as demandas de teoria e metodologia cientíca; Seminários de Tecnologia, ministrada pelo professor Jorge Villavisencio Ordóñez e Rodrigo Santana Alves, discutiu questões relativas às dimensões técnicas e tecnológicas dos projetos desenvolvidos; a representação e expressão gráca foi desenvolvida na disciplina de Expressão gráca com o apoio dos professores Esp. Madalena Bezerra de Soiza e Me. Rodrigo Santana Alves e por m, Maquete, conduzida pelo professor Volney Rogerio de Lima, colaborou no aprimoramento da metodologia de projeto, cuja ênfase é no trabalho com maquetes. A segunda experiência, muito anada com as posturas contemporâneas dos projetos de arquitetura e urbanismo, buscou evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão que normalmente não é alcançado. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo, quanto ao produto nal. Por m, como síntese, apresentamos os trabalhos a partir de uma proposta gráca desenvolvida para os Cadernos de TC. Trata-se de uma espécie de revista que visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto. Prof. Dr. Alexandre Ribeiro Prof. Me. Pedro Henrique Máximo Prof. Me. Rodrigo Santana



MIS ENTRE IMAGENS: Um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual A preservação de documentos audiovisuais é recente dentro do contexto envolvendo esse tipo de atividade. É principalmente com o avanço da tecnologia e com o surgimento de novas mídias como a fotograa e o cinema que esses documentos passam a ter importância, podendo retratar momentos históricos de um lugar. Levando em consideração essa mudança na forma como a preservação museológica passou a ser vista e também os aspectos físicos e culturais do centro de Goiânia, que surge a proposta para a Nova sede do Museu da imagem e som de Goiás. A preservação de documentos de audiovisual na cidade de Goiânia passou por momentos especícos como a mudança de sede e por muito tempo a ausência de um lugar para a salvaguarda desses arquivos, que eram em sua maioria parte da coleção dos próprios moradores da cidade. A presença forte (embora já tenha sido mais intensa com a presença de diversos cinemas hoje fechados) foi decisiva também para a elaboração do programa que envolve a presença de salas de cinema. Assim, temos a presença de edifícios culturais importantes em um local histórico da cidade que sofre com os mesmos problemas da maioria dos centros urbanos das cidades brasileiras.

O trabalho a princípio leva então em consideração os aspectos envolvendo a historicidade do tema, entendendo como edifícios que tem a característica de preservar o acervo audiovisual não somente os chamados museu da imagem e som, mas também as cinematecas, lmotecas e como esse tipo de arquitetura se transformou em espaços híbridos que inuenciam e geram discussões sobre o assunto, festivais de cinema, fotograa, etc. Posteriormente é feita uma leitura do aspecto físico do território urbano, objetivando a partir dessa, na criação de espaços públicos que melhorem o aspecto da paisagem urbana e uma arquitetura que vá

A u t o r : Ri c a r d o L a g a r e s

além da preservação, sendo também um espaço para realização de atividades culturais relacionadas com o tema.

Or i e n t a d o r a : A n a A m é l i a d e Pa u l a M o u r a


Uma nova ideia de patrimônio Museu como espaço Híbrido

LEGENDAS: [f.1] Museu do Louvre Paris França Disponível em:http://archinect.com/n ews/tag/219796/louvre-lens

[f.2] Museu do FutebolRio de Janeiro Disponível em: http://www.topodomundo.com .br/wpcotent/uploads/2013/11/ museu_do_futebol_caiopimenta-1.jpg

O objeto estudado (Museu da imagem e som) se encaixa na categoria de um edifício cultural, portanto é necessário para a formulação da proposta, compreender o processo histórico desse tipo de arquitetura e suas formas diferentes de denições e conceitos, traçando um perl do seu surgimento até os dias de hoje. Assim, de acordo com Junior e Chagas (Apud MENDONÇA, 2012, pag.43) conceito de Museu compreende um conjunto de práticas e processos socioculturais colocados a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, politicamente comprometidos com a gestão democrática e participativa e museologicamente voltados para as ações de investigação e interpretação, registro e preservação cultural, comunicação e exposição dos testemunhos do homem e da natureza, com o objetivo de ampliar o campo das possibilidades de construção indentária e a percepção crítica acerca da realidade cultural. O conceito de patrimônio cultural, assim como a forma que este é entendido pelas instituições de preservação foi modicado durante o século XX. Anteriormente o patrimônio a ser preservado era entendido apenas como algo físico e palpável.

A mudança na forma de compreender o patrimônio acontece através de estudos teóricos acerca do que é ou não patrimônio, do que deve ou não ser preservado. Assim, uma série de valores como os costu mes de um povo ou as memorias registradas em meios audiovisuais passam a ser consideradas parte do patrimônio imaterial a ser preservado.Para Mendonça (2012), conceito de patrimônio sofreu profundas transformações a partir dos anos 1960, marcados por movimentos sociais e políticos revolucionários, com a participação direta da juventude, a luta pela liberdade e contra o conformismo. As instituições sociais foram questionadas, e conceitos até então aceitos e cristalizados, foram revistos e contestados. Assim, as transformações ocorridas nessas décadas dão origem ao conceito contemporâneo de patrimônio que evidencia a importância da utilização da memória coletiva. Maurice Halbwachs (1990, apud MENDONÇA, p.72) classica duas maneiras de organização das lembranças. De um lado, temos a memória individual, interior ou interna, restrita à vida pessoal e a personali dade do indivíduo. Do outro lado, temos a memória coletiva ou memória social relativa à lembrança do indivíduo como membro de um grupo. Dessa forma, a preservação do audiovisual, apesar de possuir natureza física através de seus acervos fonográcos, fotográcos, etc, se encaixa dentro desse conceito, já que o que é preservado são as memórias ali contidas, ou seja, o conteúdo de seu interior. Nesse contexto de transformações sociais que marcaram a década de 1960, os museus e instituições de preservação reformulam suas políticas sociais com o intuito de manter um relacionamento mais próximo com a sociedad e . A década de 1970 também foi marcada por essas transformações.

[f.1]

[f.2]

Ricardo Lagares


[f.3]

LEGENDAS: [F.3 ] Exposição- Museu da Imagem e som de São Paulo. Disponível em:http: p e n e l o p e b o r i e r o .tumblr.com

[F.4] Exposição- Museu da Imagem e som de São Paulo.

[f.4]

Como visto anteriormente, até a década de 1960, havia uma limitação conceitual em relação ao que era considerado patrimônio, dessa forma, o material audiovisual não estava enquadrado dentro da perspectiva clássica da monumentalidade. Registros audiovisuais como fotograas, lmes, discos, tas magnéticas, integravam apenas os arquivos administrativos como documentação suplementar dos museus brasileiros. Posteriormente, com a formação de uma nova mentalidade acerca do tema, surgem os primeiros Museus da imagem e do som, edifícios institucionais com a nalidade de salvaguardar os acervos audiovisuais. Os MISes são museus sob diversos aspectos: primeiro porque “os museus são conceitos e práticas em metamorfose. Assim, como os Museus da Imagem e do Som musicalizam acervos do patrimônio imaterial, manifestações do homem e da natureza em constante mudança, eles são museus por excelência. Os MISes também são museus porque são instituições que se enquadram na denição de museu adotada pelo IBRAM, conforme descrita a seguir:

“O trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; II – a presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar a ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; III – a utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social; IV – a vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações; V – a democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana; VI – a constituição de espaços democráticos e diversicados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais. Sendo assim, são considerados museus, independentemente de sua denominação, as instituições ou processos museológicos que apresentem as características acima indicadas e cumpram as funções museológicas.” (IBRAM, 2012, apud MENDONÇA, 2012)

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audio visual

Disponível em:http: p e n e l o p e b o r i e r o .tumblr.com


Considerando as denições sobre o que é acervo museológico de acordo com os conceitos de patrimônio material ou imaterial, móvel ou imóvel, que compõem os campos de interesse de um museu em relação a preservação, comunicação e pesquisa; é considerado acervo audiovisual aqueles que possuem as seguintes características: a) acervo sonoro, acervo de áudio e/ou acervo fonográco – conjuntos de sons/áudios representativos do patrimônio material e imaterial gravados em suportes e formatos diversos, tais como, tas magnéticas analógicas em formato cassete/tas de rolo; discos de goma laca de 78 rotações; discos de vinil – LP, EP, Compacto e Maxi -; sons/áudios gravados em formatos digitais, como CDs, DVDS, MP3, dentre outros; b) acervo videográco – conjuntos de sons e imagens representativos do patrimônio material e imaterial gravados em suportes e formatos que abrangem as tas magnéticas analógicas em forma to q ua drup l ex e ta s ma gnéti ca s analógicas em formato cassetes como as tas Umatic, VHS, Betacam, S-VHS, SVHS-C, Vídeo 8, Hi8; e os formatos digitais, como Dvcam, Mini DV, DVD, dentre outros; c) acervo cinematográco – conjunto de sons e imagens representativos do patrimônio material e imaterial gravados em lme cinematográco ou película cinematográca preto e branco e em cores. d) acervo fotográco – em lme fotográco ou película fotográca, em placas de vidro, em negativos, diapositivos/'slides' ou em processos e arquivos digitais, dentre outros. 1

Os MISes são também espaços que passaram por modicações em seu conceito desde seu surgimento até os dias de hoje. Dessa forma, atualmente esses museus vão além do caráter preservacionista que sua nomenclatura sugere, incorporando um programa mais abrangente que possui caracte rísticas de um centro cultural, já que reúnem espaços de multidisciplinaridade de linguagens artísticas num mesmo espaço. Para Mendonça (2012, p.149) MISes são [ou foram e desejam voltar a ser] um espaço de cinema, teatro, rádio, televisão, galeria de artes, biblioteca, dentre outros. Exemplos expressivos são o Museu da imagem e do som de São Paulo e o novo MISes do Rio de Janeiro, este primeiro reinaugurado em 2008 com uma proposta contemporânea onde é concebido como centro cultural, com progra mações abrangendo diversas áreas artísticas, como curadorias próprias ou de convidados, além de espaços para a realização de eventos de cinema, vídeo e música. Outro aspecto a ser levado em consideração são os aspectos programáticos que formam um museu contemporâneo, ou seja, um espaço que abarca várias funções culturais, os MISes funcionam dentro do conceito de hibridismo, ao mesmo tempo que exige das instituições mais abrangência e eciência das ações museológi cas. Apesar dos conceitos de museu hibrido, a grande maioria desses espaços se voltam apenas para a preservação e pesquisa dos acervos, deixando de lado seu papel social. O resultado disso é um museu sem equilíbrio entre sua função social, através da apresentação de exposições e outras manifestações culturais da comunidade e as atividades envolvendo pesquisa, e conservação. 2

3

LEGENDAS: [f.5] Proposta para o novo museu da imagem e som do Rio de janeiro [f.6] Exposição no Museu da imagem e som de São Paulo. Disponível: http://radio.beachpark.co m.br/tag/museu-daimagem-e-do-som/

[f.7] Exposição no Museu da imagem e som de São Paulo. Disponível em:

[f.5]

http://radio.beachpark.co m.br/tag/museu-daimagem-e-do-som/4 Figura 6

[f.6]

[f.7] 4

Ricardo Lagares


[f.8]

É importante pensar nessa cronologia e no exemplo pioneiro do Brasil com a lmoteca do museu nacional idealizada em 1910, que apesar de não realizar ações de conservação, constituiu-se de um importante espaço para a guarda de lmes, registrando as culturas indígenas e a evolução dos costumes urbanos brasileiro(MENDONÇA, 2012). No decorrer dos anos de 1930, há o surgimento de outras instituições de guarda do patrimônio cinematográco com a pioneira Svenska Filmsamfundets Arkiv, em 1933, seguidos pelos alemães, em 1934 com a Cinemateca [BundesArchiv] e por último da cinemateca nacional francesa criada por críticos do cinema franceses e consolidada em 1936. Paralelamente ao cenário europeu, no mesmo período foram criados o British lm institute e o arquivo de lmes do Museum of Modern Arte of New York (MoMa). Em 1938, ocorre a formação da federação internacional de arquivos e lmes (FIAF), instituição muito importante e decisiva na formação da mentalidade preservacionista. De acordo com Heffner (2008, apud MENDONÇA, 2012, p.186) a FIAF foi responsável pela inclusão nas coleções de roteiros, boletins de continuidade e de marcação de luz, cartazes, fotos, documentos de produção, revistas de cinema e todos os demais elementos que compõem a obra cinematográca. Posteriormente com a Segunda guerra mundial temos a destruição do patrimônio cultural, nesse período, as instituições de preservação passam do domínio privado para o estado em países como Argentina, Portugal, Cuba e México. A preservação do acervo audiovisual através de instituições de salvaguarda como museus, cinematecas ou lmotecas, MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual

LEGENDAS:

[f.9]

[f.8] Fachada da Cinemateca Brasileira. Disponível em: htpp//3.bp.blogspot.co m [f.9] MoMa Nova Iorque. Disponível em: http://d1smv7h0armdzg .cloudfront.net/wpontent/uploads/2012/02 /MOMAyard.jpg

[f.10]

[f.10] Fachada da cinemateca Francesa. Disponível em: http://br.france.fr/ptbr/a-descobrir/na-


[f.11]

[f.12] LEGENDAS: [F.11] Fachada do antigo Museu da imagem e som do Rio de Janeiro [F.12] Fachada do Museu da imagem e som de São Paulo . Disponível em: htpp://www.missp.org.br

é algo relativamente recente. É comsurgimen to de novas tecnologias, que mudanças ocorrem e os materiais, fonográcos, videográf icos e fotográcos, passam a ser protegidos nessas instituições. No Brasil esse processo de formação e concretização dessas instituições foi mais demorado que em outras localidades do mundo, primeiramente porque, apesar de existir produção audiovisual durante o início do século XX, é somente com o surgimento do Museu de imagem e som do Rio de Janeiro e com a formação dos clubes de cinema na década de 60 responsáveis pelo aparecimento de instituições como a cinemateca em São Paulo, que a atividade é efetivamente concretizada. Há entretanto, na formação dessas instituições, 5 uma variação na terminologia dos nomes e funções que esses desempenham, mas o Gustavo José Campos conteúdo de preservação, embora mais limitante em alguns casos e mais abrangentes em outros, é sempre o mesmo: os acervos audiovisuais. Dessa forma paralelamente à cultura do cinema, há também a preocupação por parte do governo de algumas cidades, na criação de instituições com a denominação Museu de Imagem e Som, com o objetivo de se preservar a história da cidade através de fotograas, lmes e arquivos de áudio. Para se entender melhor como houve o estabe lecimen- to dessas instituições como conhece mos hoje, é preciso entender suas origens

e ramicações, ou seja, toda a cultura de preservação do audiovisual. Desde 1899, em países como a Áustria, a guarda de documentos sonoros e audiovisua is existe e é regulamentada, através da Phonogrammarchiv (o mais antigo arquivo sonoro do mundo), que serviu posteriormentecomo referencial teórico na pesquisa para a formação da cinemateca Brasileira na cidade de São Paulo.O primeiro autor que escreveu sobre o tema foi o cinegrasta polonês Boleslav Matuszewki, que sugeria a criação de espaços que denominou como deposito de cinematograa histórica, destinados a guarda de lmes que não fossem de cção, mas somente de caráter documental (MENDONÇA, 2012,p.185). Segundo Heffner (2008, apud MENDONÇA, 2012) a criação desses depósitos deram origens as primeiras coleções com o intuito de regularizar as questões de patentes de obras cinematográcas, fazendo com que a história do cinema norte americano se mantivesse ativa, sendo a partir desses lmes que se iniciou as primeiras experiências de restauração nessa área. No Brasil, a preservação desse tipo de patrimô nio ca dentro do âmbito privado com o surgimento dos cineclubes particulares. As primeiras práticas de realmente preservar o conteúdo cinematográco brasileiro tem início em 1949, em São Paulo, com a Cinemateca Brasileira e, no Rio de Janeiro, em 1955, com a cinemateca do Museu de Arte Moderna. Apesar do surgimento dessas instituições, a atividade preservacionista no Brasil nos primeiros anos teve carência de mão de obra especializada e condições precárias de espaço, que não estavam preparados para receber esse tipo de material em condições climáticas como a brasileira (oscilações de temperatura e umidade), sendo responsáveis pelo desapare cimento de grande parte da lmograa brasileira daquele período. Nos anos de 1960, com o surgimento de movimentos como o cinema novo, as cinema tecas se tornaram importantes espaços culturais de discussão artística. Apesar disso, as más condições de preservação continuaram. Os anos de 1960, as cinematecas tornaram-se importantes centros de cultura e de discussão artística do movimento do Cinema Novo, mas as condições de conservação não avança ram. Já o surgimento de instituições com a denomina ção Museu de imagem e som acontecem na década de 1960/1970 com duas instituições no Rio de Janeiro: Museu da imagem e do som do Rio de Janeiro, e, em 1975, a fundação Getúlio Vargas, através do seu centro de pesquisa e documentação de história contemporânea do Brasil. Também na década de 1970, são criados em São Paulo e Pernambuco, os Museus de Imagem e Som nas suas capitais.

Ricardo Lagares


A cidade e o centro A área de projeto escolhida para a nova sede do Museu da Imagem e Som de Goiás, está localizada numa quadra ocupada principalmente pelo comércio porte entre as avenidas Tocantins, Anhanguera, Ruas 3 e 9, no Centro da cidade de Goiânia. Antes de adentrar no projeto em si, é preciso entender o contexto histórico do lugar, assim como suas características físicas, sociais e culturais. Goiânia, capital do estado de Goiás está localizada na mesorregião do Centro Goiano. A cidade é fruto de políticas nacionalistas da revolução de 1930 e do Estado Novo. As teorias urbanísticas e arquitetônicas presentes no nal do século XIX e início do século XX, sob inuência das escolas francesas e inglesas ditaram os conceitos sobre urbanismo utilizados no desenho da nova capital do estado. Os projetistas responsáveis pelo a concepção do traçado que acontecera no início dos anos 1930, foram o arquiteto e urbanista e Attílio Corrêa Lima com inuências da escola francesa e o engenheiro Armando Augusto de Godoy, inuenciado pela escola inglesa. Dr.Pedro Ludovico Teixeira representante legal do governo de Getúlio, interventor federal no estado foi seu idealizador. As obras de implantação da cidade de Goiânia tiveram início em 1933, e é interessante perceber que a história do Setor Central e a história da cidade se confundem, já que essa, foi a primeira região habitada. Posteriormente nos de 1960, com a construção e inauguração de Brasília, o crescimento da cidade é impulsionado, com a população chegando a 150,000 habitantes. Nessa época há também o desenvolvimento do centro da cidade que passa a ser o principal polo de comércio, serviços e cultura. Nas décadas de 1970 e 1980 a cidade continuava a crescer e o centro juntamente com o Setor Oeste, passa por uma verticalização (SILVA, 2006, p.66). Além da construção de Brasília na década de 1960, outros fatores como a chegada da ferrovia em Goiânia em 1951, a política desenvolvimentista do governo de Pedro Ludovico de 1951 e a inauguração da Represa de Rochedo em 1955 que fornecia energia elétrica para Goiânia em 1959 contribuíram para o crescimento urbano. Esses fatores colaboraram para que a população passe de 18,889 habitantes em 1940 para 133,462 habitantes em 1960 (IBGE16 – Censo Demográco de 1940 a 2000). Silva (2006) descreve Goiânia nessa época como uma cidade de fronteira, que recebia pessoas de todas as partes do país, principalmente da região Norte e Nordeste, mas também do sudeste, principalmente de Minas Gerais. O desenho urbano original de Goiânia, tinha o objetivo de se alcançar os efeitos de grande perspectiva, da nobreza e monumentalidade, que acontecem através da convergência de três grandes avenidas para um

[f.13] N

M i c r o r e g i ã o DF Mic roregião de Anápolis M i c r o r e g i ã o Go i â n i a

N

[f.14]

Qu a d r a d o Pr o j e t o

[f.15] Se t o r c e n t r a l Qu a d r a d o Pr o j e t o

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual

N

LEGENDAS: [f.13] Mapa das microregiões do estado de Goiás [f.14] Mapa de Goiânia com a localização do setor central. Fonte: Ricardo Lagares [f.15] Mapa da inserção da área em relação ao centro e os setores de divisa. Fonte: Ricardo Lagares


[f.16]

[f.17]

[f.18]

ponto de culminância, no caso o centro administrativo da cidade. O resultado desse desenho urbano elaborado por Attílio Corrêa Lima, foi uma cidade agradável, bucólica, que i nicialmente possuía um ritmo provinciano, até explodir num crescimento frenético, de maneira desordenada que nada tem a ver com o seu plano original. Apesar do traçado do centro permanecer intacto, a conguração do que é construído foi bastante modicada. Outro aspecto importante, é que havia inicialmente uma relação de compatibilidade entre o que era arquitetura e o que era espaços urbanos, com o passar do tempo com o desaparecimento da arquitetura inicial da cidade e com o surgimento de novas construções, muito do conjunto entre arquitetura e espaço urbano foi perdido (SILVA, 2006). Em relação ao setor cultural, Goiânia apresentou desde seu início edifícios para esse m. Usado inicialmente, no dia 5 de julho para o batismo cultural de Goiânia e inaugurado no dia 14 de julho de 1942 com as apresentações da companhia de teatro Eva Tudor, e também do lme Divino Tormento, o Teatro Goiânia é considerado o melhor espaço destinado a cultura naquela época. É perceptível no período em que a cidade começa a se desenvolver, a existência ali de espaços voltados para o lazer e entretenimento. A diversidade de usos, garantiam movimento e vitalidade ao bairro. De acordo com Silva (2006, p.142), já haviam no centro naquela época, áreas de entretenimento como bares, lanchonetes. Outro local de efervescência cultural era a rua 20, no centro, uma das primeiras a serem habitadas. Além de residirem ali políticos e intelectuais como Pedro Ludovico, foi ali que funcionou o primeiro conservatório de música e jardim de infância da cidade.

LEGENDAS: [f.16] Foto aérea do centro de Goiânia da década de 1950. [f.17] Vista da praça cívica e do palácio das esmeraldas na década de 1940. Fonte: Projeto Goiânia 2006. [f.18] Rua 20 no centro no inicio da década de 1940.Fonte: MIS (Museu da imagem e do som). [f.19] Teatro Goiânia na década de 1940. Fonte: João Emilio Gerodeti. [f.19]

Ricardo Lagares


Com o passar do tempo, os cinemas também começaram a surgir no centro da cidade como os cines ouro, Frida, Capri e astor, é interessante notar, que a maioria desses cinemas fecharam nos dias de hoje, com seus espaços recebendo novos usos. As sessões destes, movimentavam o centro da cidade, principalmente aos ns de semana, onde muitos saiam das sessões e geralmente frequentavam outros lugares como a lanchonete Fonte do Paladar, na avenida anhanguera, ou podiam jantar no restaurante “Zé Latinhas” na Rua 8 e Churrascaria Vera Cruz, na avenida Araguaia, próximo da Rua 3. Nos anos de 1980, instalam-se outros pontos culturais importantes na cidade como o centro Cultural Martin Cererê localizado nas antigas “Caixas D'água” do setor sul, e o Centro Cultural Marieta Telles, instalado no antigo prédio da Secretária-geral, na Praça Cívica, ao lado do Palácio das Esmeraldas, contendo o Mis-GO, Biblioteca, e o Cine Cultura (SILVA,2006,p.152). Aos poucos, principalmente com o surgimento dos shoppings na década de 1980 criando novas opções de lazer, inicia-se no centro da cidade um processo de degradação e marginalização. O surgimento de novas centralidade também colaboraram para a formação do atual cenário do Setor Central. para Silva (2006, p. 147) muitos comerciantes se mudaram para outros bairros que ofereciam melhores e mais modernas condições de conforto urbano e também para os shoppings, que passaram a ser uma boa opção para os consumidores da classe mais abastada da população. Os prossionais liberais seguiram também esse mesmo caminho, contribuindo para o enfraquecimento do centro como polo gerador comercial e de prestação de serviços da cidade.Nos anos de 1990, o cenário de mudança que vinha ocorrendo no centro se amplica com o setores de lazer e entretenimento se mudando do centro. Como dito anteriormente, a maioria dos cinemas são fechados ou se transformam em templos religiosos ou pontos de comércio, enquanto os bares e restaurantes quase todos se transferiram para setores como o Bueno, Marista e Oeste.

[f.20]

[f.21]

[f.22]

Atualmente os poucos cinemas que continuam no setor são o cine cultura no centro cultural Marieta Telles, Cine Ritz, Cine Astor, e Cine ouro do Centro Municipal de Goiânia ouro . Dos bares e restaurantes ainda continuam o Café Central, as Pizzarias Scarolla e Cento e Dez, Churrascaria Los Pampas, além de alguns outros estabeleci mentos do gênero. LEGENDAS: [f.20] Casas na Rua 15 centro na década de 1940.Fonte: MIS (Museu da imagem e som de Goiás) [f.21] Foto aérea do centro de Goiânia na década de 1960. Fonte: João Emílio Gerodeti [f.22] Foto aérea do centro de Goiânia na década de 1980. Fonte: Projeto Goiânia (2006). [f.23] Foto do centro de Goiânia na década de 1990. Fonte: Ciro Augusto de Oliveira e Silva [ [f.23]

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Contexto Cultural Apesar do predomínio dos setores comerciais e serviços, o centro de Goiânia possui uma série de edifícios e locais públicos tombados como patrimonio histórico. A maioria desses edifícios e locais são destinados ou ao setores culturais (Vila cultural Cora Coralina, Centro Cultural Marieta Telles) ou ao lazer, prestação de serviços e comercio. A proximade desses equipamentos culturais, como pode ser visto no mapa ao lado, constituiu um importante fator na escolha da área para a realização do projeto. Dessa forma a estruturação urbana característica da área é um aspecto que se justica sobre o ponto de vista da demanda, da revitalização e da necessidade de um espaço que atenda de forma satisfatória as necessidades atuais dos usuários do museu e intensique o acesso da comunidade a esse tipo de espaço.

6

4 2

5 3 1

[f.24]

LEGENDAS: [f.18] Localização de pontos importantes no entorno. Fonte: Foto de satélite alterada pelo autor. 1.Centro cultural Marieta Telles. Fonte: Ricardo Lagares 2. Vila cultural Cora Coralina 3.Museu Zoroastro Artiaga. Disponível em: www.moreira.com.br 4. Teatro Goiânia Fonte: Ricardo Lagares 5. Parque dos Buritis 6.Centro de Convenções

[1]

[f.27] [4]

[3]

[f.28] [2]

[5]

[f.29] [6]

Ricardo Lagares


LEGENDAS: [F.25] Praça cívica. Fonte: Ricardo Lagares

[f.25]

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Ricardo Lagares


Atualmente cerca de apenas 10% dos Museus de imagem e som pelo Brasil tem sede própria. De acordo com pesquisa feita por Mendonça (2012), a maioria dos MISes, tem seu espaço dividido com outro tipo de instituição públicas. Esses espaços, como no caso do Museu da imagem e som de Goiás, são pequenas e inadequadas salas, onde as condições improvisadas de guarda e de exposição acarretam perdas irreparáveis dos acervos, devido aos equívocos no manuseio, nas embalagens e no transporte a que são submetidos a cada transferência de sede. A maioria dos MISes, passam por desativações, ameaças de fechamento e sucessivas mudanças de sede. “O espaço físico é, portanto, uma questão desaadora. Há MISes que perambularam por diversos edifícios, em diferentes regiões da cidade até se instalarem em sedes denitivas. É o caso do MIS São Paulo que começou a funcionar em 1970, em duas salas no prédio do Conselho Estadual de Cultura e teve que ser transferido para mais de cinco endereços no decorrer de sua trajetória.” (MENDONÇA, 2012) O museu da imagem e do som de Goiás foi criado em 3 de outubro de 1988, por meio do decreto 3.055, como unidade vinculada à secretaria do estado de Goiás. Embora no decorrer dos seus 26 anos de existência, a estrutura do órgão gestor da cultura no Estado tenha sido alterada [de Secretaria de Estado da Cultura para Fundação Cultural Pedro Ludovico Teixeira [FUNPEL] em 1992, posteriormente, para Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira [AGEPEL] em 1999, e retornando nalmente para Secretaria de Estado da Cultura [SECULT/GO] em dezembro de 2011]. A estrutura jurídica do museu não foi modicada, mantendo-se o vínculo primeiramente com a diretoria de patrimônio histórico e artístico que posteriormente é denominada superintendência de patrimônio histórico e artístico. (MENDONÇA, 2012, p.306). Grande parte dos museus de imagem e som já possuem um acervo quando são criados, o que não aconteceu com MIS de Goiás que antes de ser criado não possuía acervo. Santana (2012, apud MENDONÇA, 2012) conta que logo que o museu foi criado, foram encaminhadas cartas para diversas instituições de Goiás e do Brasil, para que fossem feitas doações de foto-

[f.26]

[f.27]

LEGENDAS: [f.26] Sala de pesquisa Museu da Imagem e som de Goiás. Fonte: Ricardo Lagares [f.27]Corredor no setor administrativo do Museu da imagem e som de Goiás. Fonte: Ricardo Lagares [f.28] Sala de exposição do Museu da imagem e som de Goiás. Fonte: [f.28] Ricardo Lagares

graas, discos, tas de áudio e de vídeo, lmes e livros para constituição dos acervos. Em sua trajetória o MIS Goiás passou por espaços provisórios. O primeiro lugar em que o museu passou a funcionar foi no centro cultural Gustav Ritter em 1988, no edifício da antiga sede do seminário redentorista, no bairro de campinas. No ano de 1994, o museu é desativado e seu acervo transferido para uma sala no Museu Zoroastro Artiaga, onde permaneceu até 1997. Em 1999, foi transferido para duas salas no prédio do centro cultural Marieta Teles Machado, onde está instalado atualmente. Através de projetos patrocinados pela Petrobras, BNDES e IBRAM em 2008, o MIS passou por um processo de crescimento com reforma, ampliação e adaptação de espaços para abrigar equipamentos, mobiliários e instrumentos. Essa reforma trouxe para o MIS salas para laboratório, reservas técnicas, sala multimeios, sala de exposições, salas para documentação e diretoria, ocupando dois andares do centro cultural. (MENDONÇA,2012,p. 247).

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


[f.29]

[f.31]

[f.30]

1 2 0 ,0 0 0V o l u m e s

4 0 ,0 0 0V o l u m e s LEGENDAS: [ f . 2 9 ] a c e r v o Videográco do Museu da Imagem e som de Goiás [f.30] Acervo fonográco do MIS-GO. Fonte: Ricardo Lagares [f.31] Acervo fonográco do MIS-GO. Fonte: Ricardo Lagares [f.32] Gráco do acervo do atual Mis-Go

1 5 ,0 0 0V o l u m e s [f.32]

Acervo fotográco Acervo fonográco Acervo videográco Acervo cinematográco

3 0 0V o l u m e s

Os acervos são constituídos de coleções de discos, tas magnéticas em diferentes formatos, fotograas e películas, totalizando aproximadamente 180 mil documentos fotográcos, sonoros, videográco e cinematográco. O Acervo Fotográco é o que contém o maior volume de documentos, cerca de 120 mil, dentre fotograas, slides e negativos. São imagens que documentam: o processo histórico, social e urbanístico do desenvolvimento de Goiânia, no período de 1930 a 1950; o surgimento e o desenvolvimento dos municípios goianos, compreendendo aspectos físicos, sociais e urbanos, abrangendo as décadas de 1930 a 1990; aspectos das manifestações populares no Estado nas décadas de 1970 e 1980; a trajetória política dos ex-governadores no período de 1960 a 1990; as realizações e eventos culturais promovidos pela Agepel; a estética do movimento fotoclubista em nível nacional, fotograas como arte, em imagens dos anos 70 e 80; cidades de outros estados brasileiros e de outros países registradas por Alois Feichtenberger, fotógrafo pioneiro, abrangendo as décadas de 193a 1950. O Acervo Fonográco é composto de cerca de 40 mil discos entre 78 rotações, compactos e 'long-plays' doados pela emissora pública do governo, a Rádio Brasil Central e por colecionadores. É um dos únicos locais de guarda de depoimentos sonoros e de títulos musicais do Estado de Goiás, começou a ser constituído em 1988, através da doação de discos e de tas cassete com gravações de depoimentos históricos de pioneiros, de artistas, escritores, além de personalidades da história política de Goiás.O Acervo Videográco é composto de cerca de 15 mil tas magnéticas de vídeo, dentre as de formato U-Matic, doadas pela TV Brasil Central emissora de televisão integrante do sistema de comunicação do governo de Goiás, e as de outros formatos, como digital, Betacam e VHS, procedentes de doações de particulares e, da coleção Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental [FICA], cujos lmes inscritos em cada edição são encaminhados anualmente para a guarda do MIS. O Acervo Cinematográco é constituído por aproximadamente 300 películas doadas por colecionadores e/ou procedentes de outras instituições públicas do Estado. Ricardo Lagares


Lugar: A Quadra e seu entorno Essa região do centro da cidade, possui alto índice de ocupação, os miolos de quadra compõem a maior parte do espaço não construído. Esses espaços característicos do desenho urbano dessa área são utilizados em sua grande maioria como estacionamentos. Levando em consideração a presença desses elementos de quadra e a relação do espaço publico com usuário, principalmente no período em que as atividades dos setores cessam, foi escolhida uma área próxima a outros edifícios culturais como a vila cultural cora Coralina, a atual sede do MIS e o centro cultural Goiânia Ouro.

[f.33]

[f.34]

[f.32]

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual

[f.35]

LEGENDAS: [f.32] Fotograa da maquete física do lugar. Fonte: Ricardo Lagares [f.33] Mapa fundo gura mostrando o entorno construído da área de projeto. Fonte: Ricardo Lagares [f.34] Fotograa de um estacionamento localizado na área não construída da quadra de estudo. Fonte: Ricardo Lagares. [f.35] Edifício Galeria Ouro. Fonte: Ricardo Lagares


[f.36]

N

Pr i n c i p a i s a c e s s o s Ërea projet o

Os principais acessos à área do projeto acontecem através da Avenida Tocantins, Rua 3, 9 e Avenida Anhanguera. Em relação a hierarquia viária, a Avenida Tocantins é um dos principais logradouros da cidade de Goiânia, sendo uma das três principais vias radiais do plano de Atílio. A Avenida Anhanguera é uma arterial de primeira categoria, possuindo o eixo leste-oeste de transporte que corta a cidade nesse sentido, sendo importante também pela intensa atividade comercial. Por último temos as vias locais: rua 9, 3 (vias de mão única) e a avenida Goiás que parte da praça cívica. Está última possui uma caixa de aproximadamente cinquenta metros. Ao contrário das Avenidas Tocantins, Araguaia e as ruas 9,3, a avenida Goiás possui mão dupla. As linhas de transporte coletivo acontecem principalmente através pelas vias arteriais já mencionadas.

[f.37]

N LEGENDAS: [f.36]Mapa principais acessos [f.37] Mapa de transporte público [f.38] Mapa Hierarquia das vias [f.39] Mapa sentido do fluxo de automóveis

Linha t ransport e c olet ivo Po n t o s d e ô n i b u s

[f.38]

N

N Art erial de 2° c at egoria a v .Go i á s ) Art erial de 1° c at egoria (a v .A n h a n g u e r a ) A r t e r i a l d e 1 ° c a t e g o r i a a v .T o c a n t i n s

[f.39]

L o c a l (Ru a 3 , 9 )

Ricardo Lagares


1 pavim ent o 2 pavim ent os 3 pavim ent os

[f.40] N

4 pavim ent os Mais de 5 pavim ent os

LEGENDAS: [f.40] Mapa Gabarito das edicações. Ricardo Lagares [f.41] Edifício na avenida Tocantins-centro. Ricardo Lagares [f.42] Vista urbana do centro. Fonte: Ricardo Lagares

07

[f.42]

[f.41]

O processo de verticalização de Goiânia se inicia em 1950 e se intensica nas décadas seguintes: de 1960 a 1980.Essa transformação da paisagem construída no centro da cidade começa a perder força no nal dos anos de 1980 e inicio dos anos de 1990. Fato explicado pelo surgimento de outras centralidades e consequentemente o esvaziamento do centro. Apesar disso, ainda hoje é possível perceber o contraste entre a arquitetura que teve inicio na fundação de Goiânia e aquela que veio com o desenvolvimento da cidade nas décadas seguintes.

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Co m é r c i o Mist o Habit ac ional Inst it uc ional Su b u t i l i za d o Cu l t u r a l

N

[f.43]

LEGENDAS: [f.43] Mapa uso do solo. Fonte: Ricardo Lagares [f.44] Fotograa do cruzamento da Avenida Tocantins com a Anhanguera [f.45] Edifício moderno Santander na rua 9 próximo a área de projeto.

[f.44]

[f.45]

O centro de Goiânia tem seu auge (momento em que todos os setores e investimentos estão concentrados nessa região) nas suas primeiras décadas. O processo de deterioração tem início com a expansão da cidade e com o surgimento de novas áreas que passam a atrair esses setores, antes predominantes no setor central. Atualmente, apesar da intensicação desse problema, o centro se mantem vivo principalmente pela presença do comércio e de setores de serviço, que em sua grande maioria exercem suas atividades durante o período diurno. O problema gerado por essa falta de variedade e de não acompanhar as dinamicas de desenvolvimento urbano são áreas pouco ecientes e utilizadas. A presença do setor cultural ainda é marcante, mas com as novas formas de se consumir impulsionadas principalmente pelos shoppings centers, esses espaços são pouco visitados. Outros motivos para esses espaços serem pouco frequentados é o esvaziamento populacional, a qualidade arquitetônica dos espaços e as políticas de incentivo ao desenvolvimento da cultura por parte do governo. Quando o assunto é cultura, nota-se uma defasagem muito grande em relação a estratégias que impulsionem o setor, o resultado é uma população que passa a consumir o que é mais rápido e digerível, ou seja, os produtos oferecidos pelos atuais meios de comunicação de massa. Ricardo Lagares


[f.46] N

LEGENDAS: [f.46] mapa topográco [f.32] Corte esquemático da área do projeto

[f.47]

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Programa e área de projeto

A: 894 m²

[f.24] [f.48] [f.24]

LEGENDAS: [f.48] Foto da maquete mostrando a quadra do projeto. Fonte: Ricardo Lagares [f.49] Foto da maquete mostrando a quadra com a área utilizada no projeto.

A: 950 m² A: 894 m²

A: 2553 m²

[f.49] [f.24]

Área desapropriada Miolo de quadra Área desapropriada (implantação do edifício)

A intervenção é pensada como um conjunto que vai além da presença edicante da arquitetura, relacionando esta com o todo pré existente. A ideia de que a cidade é um laboratório de transformações, um organismo vivo que se altera com o passar todo tempo pode ser também comparada ao signicado de Palimpsesto: um papiro que é sempre reescrito através de camadas sobre camadas. Dessa forma a desapropriação se justica já que não é gratuita.

Ricardo Lagares


Programa e a área de projeto

Estacionamento

Pocket Park

Praça miolo de quadra

Praça Museu Térreo Acesso privado Cozinha Bar Recepção Público

Administração

Foyer entrada

Foyer entrada Acesso semipublico

Ocinas

Laboratório

Auditório

Acervo

Loja

Restaurante Serviço

Exposição E x p Temporária osição

Sanitários

S.1 Recepção

Ci n e m a s

Exposição.

Cinemas

Exposição Permanente

Exposição Permanente

Estar

Area externa conv. Sa n i t á r i o s

Passeio Público

Comércio

Oficinas

S.1/2 Estacionamento

Laje técnica

Exposição.

S.2 Sanitários

Exposição. Acervo. catalogação Acervo. Acervo. Labora.

S.3 administração A.funcionários Midiateca e pesquisa Sanitários

Área total do edifício: 3115 m² Área total do estacionamento subsolo: 2648 m² Área Pública total: 3,200 m²

O programa foi dividido por dois volumes independentes e paralelos situados no térreo. A disposição do edifício dessa forma permitiu que a exposição acontecesse de forma independente do setor administrativos e dos espaços voltados para a pesquisa e guarda do acervo. Apesar da separação o edifício se comunica em pontos distintos nos pavimentos superiores, tendo como principal elemento de interligação as rampas externas que levam de um espaço de exposição a outro. No térreo foram colocados os ambientes voltados para a realização de ocinas e a parte comercial do museu (restaurante e uma loja). Esses ambientes no térreo se abrem para os espaços públicos que foram pensados de forma a conectar dois pontos distintos da cidade ( avenida Anhanguera com a rua 03) com o espaço central já existente.

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Proposta para a nova sede do MIS

LEGENDAS: [f.50] Perspectiva eletrônica da fachada norte

A ideia de criação de nova sede para o MIS GO, parte de uma necessidade existente de um espaço adequado para atividades que envolvem a conservação de materiais audiovisuais e ao mesmo tempo desempenhe a função social de requalicar através de espaços solidários e não segregados, uma área urbana subutilizada. Portanto, o projeto para nova sede do Museu da Imagem e do Som de Goiás tem como maior pretensão não só a guarda do importante acervo que mantem viva a memória da cidade, mas também um espaço de disseminação de cultura. O ponto chave do projeto é que ao mesmo tempo que aparenta ser uma massa pesada e fechada de concreto, é também contraditório, porque estabelece uma relação direta com espaço externo. Essa mescla entre espaços distintos acontecem através da rampa, ou das lajes livres, possibilitada através de planos inclinados no volume ou através da laje entre os dois blocos no térreo que funciona como um espaço de contemplação e atividades culturais.

[f.50] Ricardo Lagares


[f.51]

Miolo de quadra

[f.56]

Miolo de quadra

[f.52]

Ga l e r i a s c o m e r c i a i s

Miolo de quadra

[f.57]

Ga l e r i a s c o m e r c i a i s

[f.53]

áreas desapropriada Volum e prim ário da im plant aç ão do t érreo

Di s p o s i ç ã o fl n a l d o e d i f íc i o p a r t i n d o de um a ideia de int egraç ão

Miolo de quadra

[f.54]

Ga l e r i a s c o m e r c i a i s área desapropriada Volum e prim ário da im plant aç ão do t érreo

[f.55]

[f.58]

Foi um ponto de partida a presença da galeria ouro. Dessa forma a implantação do edifício acontece de tal forma que não se fechasse para a galeria, a interrupção do volume, que se abre num espaço integrado paralelo ao edifício da galeria pode ser percebido no desenho. Também foi considerado o espaço da vila cultural cora coralina. Isso pode ser percebido na angulação dos planos voltados para a quadra vizinha onde esse edifício está localizado. Com esse desenho, há intenção portanto de ser o máximo possível convidativo

5 MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Proposta para a nova sede do MIS Processo

[f.59]

[f.60]

[f.63]

[f.64]

[f.65]

[f.61] LEGENDAS: [f.59] Foto processo com maquete- primeira forma [f.60] Foto do processo com maquete- primeira forma [f.61] Foto do processo com maquete- primeira forma [f.62]Foto do processo Segunda forma [f.63] Foto da maquete com a forma nal [f.64] Foto da maquete com a forma nal [f.65] Foto da maquete com a forma nal

Esse espaço de transição é uma extensão da calçada, o volume foi implantado de forma que todas as linhas convergissem para um ponto central, onde acontece o Pocket Park.

[f.62]

Outra característica do entorno considerada e que foi decisiva para a composição formal foram as características do ambiente construído do lugar. A criação de blocos formais e simétricos se assemelharia muito a característica da arquitetura Arte Déco característica dessa parte da cidade, de forma que o novo edifício não aparentaria ser realmente novo, mas parte daquilo já estabelecido. Então a forma irregular é também uma elemento da composição do edifício que levou em consideração paisagem circundante. Ricardo Lagares


Proposta para a nova sede do MIS Processo

[f.66]

[f.67]

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Diagramas Forma e função

[f.68]

As linhas em ângulos diferent es t iveram diferent es fl nalidades, a prim ordial foi a de c riar no t érreo, um espaç o int erno que est á de c ert a forma integrado com o espaço públic o. Assim , todas as linhas c onvergiram para um pont o c ent ral, onde ac ont ec e o am bient e do parque. De s s a f o r m a a s d e s a p r o p r i a ç õ e s func ionaram bem c om o propósit o de um am bient e urbano int erligado. A Segunda int enç ão dos planos inc linados foi de quebrar a unidade volum ét ric a de um a c oisa só. O pé direit o duplo do prim eiro pavim ent o perm it iu a c riaç ão de um a laje livre de uso públic o, ou seja, um a ex t ensão do espaç o do t érreo.

[f.69]

[f.70]

Os pavim ent os de ex posiç ão func ionam at ravés de um perc urso ligado por ram pas

[f.71]

Os p l a n o s i n c l i n a d o s q u e s e diferenc iam dos volum es inferiores de form a espelhada, c riam ent ão, espaç o ex t ernos para am bient es m a i s p r i v a d o s . Os p a v i m e n t o s d a adm inist raç ão e Ac ervo, são um ex em plo disso. [f.72] Ricardo Lagares


Diagramas Forma e função

[f.73]

[f.74]

[f.75]

[f.76] 32 MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual

[f.77]


01 3

Planta subsolo Nível: -3,46

8

01

3

8

1. Estacionamento: 2994 m² 2. Acesso- entrada de veículos 3. Acesso- saída de veículos

2 1

Co r t e B B 1 . Es t a c i o n a m e n t o 2 . Po c k e t Pa r k

Ricardo Lagares


A

B

C

3

Nome do estudante

Título do trabalho

Planta implantação Térreo I Nível: 1,33

2

8

E

1. Foyer entrada: 149 m² 2. Recepção: 25 m² 3. Deposito: 6 m² 4. Loja: 30 m² 5. Sanitários: 20 m² 6. Restaurante 95m² 7. Bar: 16 m² 8. Cozinha: 40 m²

7

5

4

6

6

3

5 2

1

D

1

Térreo II Nível: 1,33 D

E

3

1. Auditório: 111m² 2. Recepção: 20 m² 3. Foyer entrada: 111 m² 4. Sanitários: 20 m² 5. Sala ocina: 33 m² 6. Sala ocina: 25 m²

4 2 1

5

4

A

C

1. nível: 1,33 A: 1263m² 2. nível: 1,15 A: 898 m² 3. nível 1,15-0,0 A: 1046 m²

B

Área externa 0

2

6

13

5

3

9

2

6

7

8

1

Corte CC 1. Estacionamento A: 2994 m² Nível: -3,46 2. Praça A: 1263 m² Nível: 1,30 3. Espaço de convivência A: 353 m² Nível: 6,74 4. Exposição: 229 m² nível: 10,46 5. Rampas 6. Pocket park A:1046 m² Nível: 1,15 7. Rua 03 Nível: 1,33 m 8. Av. Anhanguera Nível: 0,0

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


A C

E

5

8

6 D

D

7

C

Planta primeiro pavimento Nivel: 6,74

E

4

1. Cinema: 110 m² 2. Sanitários: 20 m² 3. Bilheteria: 8,30 m² 4. Foyer: 191 m² 5. Cinema: 100 m² 6. Espaço de estar externo: 353 m² 7. Exposição: 235 m² 8. Rampa

3

2

1

2

6

13

A

0

12

9

7

3

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

11

11

18,28

14,22

10

8

6,74

1,33

5

6 11

00,0

1 2

Corte AA 0

2

6

13

1. Estacionamento Nível: -3,46 2. Reservatório inferior 3. Auditório 4. Sanitários 5. Sala de ocina 6. Praça 1,15 7. Cinema 8. Cinema 9. Acervo 10. Laboratório 11. Midiateca e pesquisa

Ricardo Lagares


Reservatório 16 m³

Pingadeira de zinco Barrilete Proteção mecânica Isolamento térmico poliuretano Manta de impermeabilização Regularização Forro de gesso acartonado Pele de vidro Laminado Azulejo branco 15x15 Shaft Divisoria de Granito

Guarda corpo de inox Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro Laje nervurada

Piso cerâmico

Gesso acartonado

Detalhe 1

Forro de gesso acartonado Azulejo branco 15x15 Shaft

Detalhe 2 Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro Laje nervurada

Divisoria de Granito Piso cerâmico

Azulejo branco 15x15

Divisoria de Granito Shaft Piso cerâmico Forro de gesso acartonado Shaft

Parede de concreto armado aparente

Azulejo branco 15x15

Revestimento espuma acustica Piso acarpetado Laje nervurada Gesso acartonado

Piso cerâmico

Forro de gesso acartonado Azulejo branco 15x15

Pele de vidro Shaft

Divisoria de Granito

Piso cerâmico Laje nervurada

Manta drenante Piso de concreto Polido Reservatório inferior: 12 m²

Duto de drenagem

Corte de pele Ricardo Lagares


Pingadeira de zinco

Proteção mecânica Isolamento térmico poliuretano Manta de impermeabilização Regularização

Pele de vidro Laminado

Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro Laje nervurada

Detalhe 1

Guarda corpo de inox

Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro Laje nervurada

Gesso acartonado

Detalhe 2

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


A

3

C

E

D

D

1

2

3

4

E

C 0

18,28

2

6

13

A

1. Exposição 295 m² Nível: 12,19 2. Exposição 229 m² 3. Rampas 4. Laje técnica: 178 m² Nível: 10,46

15

14,22

13 12,19

14

8 10,46

11

10

12 6,74

1,30

7

6

9

5

4

3

1

2

1. Estacionamento 2. Rampa de saída 3. ´Praça 4. Restaurante 5. Sanitários 6 Loja 7. exposição 8 Exposição 9. espaço de convivência 10. Exposição 11. Laje técnica 12. Cinema 13. Acervo 14.Laboratório 15. Midiateca

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Pingadeira de zinco Proteção mecânica isolamento termico de poliuretano Manta de impermeab. Regularização Parede de concreto aparente

Guarda corpo Inox

Rampa

Detalhe 3

Guarda corpo Inox

Laje Nervurada

Laje Nervurada

Piso concreto polido

0 0,25 0,85

2,85

Ricardo Lagares


Pingadeira de zinco Proteção mecânica isolamento termico de poliuretano Manta de impermeab. Regularização Parede de concreto aparente

Guarda corpo Inox

Rampa

Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro Laje nervurada

Detalhe 3 0 0,25 0,85

2,85

Laje de concreto Nervura

Detalhe da Laje

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Pingadeira de zinco Proteção Mecânica Isolamento térmico de poliuretano Manta de impermeabilização Regularização Gesso acartonado

Detalhe 4

Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro

Gesso acartonado

Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro

Gesso acartonado

Rampa concreto

Piso de madeira 28 mm

Gesso acartonado

Piso de madeira 28 mm Isolamento lã de vidro

Gesso acartonado

Laje nervurada

Piso concreto polido


Pingadeira de zinco

Proteção Mecânica Isolamento térmico de poliuretano Tubo água pluvial Manta de impermeabilização

Regularização Gesso acartonado

Detalhe 4

10 9

1

8

5

6

7

2

3

4

1 Corte EE 1. Estacionamento- Nível: 3,46 2. Foyer- Nível: 1,33 3. Praça- Nível: 1,30 4. Foyer II- Nível: 1,33 5. Exposição- Nível: 6,74 6. Espaço de convivência externo: Nível: 6,74 7.Foyer - Nível: 6,74 8. Laje técnica: 10,46 9. Acervo: 14,22 10. Sala de funcionários: 18,28


A C

E

6

7

D

D 5 5

4

E

3

C

3

0

2

6

11

A

2

1

Segundo pavimento nível: 14,22 m² 1. Catalogação: 81 m² 2. Acervo Fonográco: 56 m² 3. Sanitários: 18,70 m² 4.Acervo videográco: 81 m² 5.Elevadores 6. Acervo Fotográco: 69 m² 7. Laboratório: 78 m²

Fi g u r a Fa c h a d a Su l

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


A

C

E 7

7 6

D

D 5 5

4 3

C

3

Planta terceiro pavimento Nível: 14,22

1 0

2

6

11

A

1. Espaço convivência: 43 m² 2. Administração: 102 m² 3. Sanitários: 18,70 m² 4. Funcionários: 74 m² 5. Elevadores 6. Espaço convivência: 49 m² 7. midiateca e pesquisa: 92 m²

2

Ricardo Lagares

E


1

1 120

1

2

2 1

0

3

7

Pl a n t a d e c obert ura 1. Laje impermeabilizada 2. ReservatĂłrio superior: 16mÂł

Figura: Fachada Leste

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Legendas: Figura: perspectiva do edifĂ­cio Figura: Fachada Norte

Ricardo Lagares


perspectiva mostrando a circulação vertical e os espaços de convivência, tanto público (térreo) como semi publico no pavimento superior

Circulação vertical controlada

Circulação entre pavimentos através de rampas

[f.73] Circulação vertical controlada

A estrutura é mista com paredes estruturais de concreto armado nas laterais e pilares centrais. Para vencer grandes vãos foi utilizada laje nervurada.

Perspectiva mostrando os principais elementos da estrutura

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Ricardo Lagares


Referencias MENDONÇA, Tania Mara Aguiar de. Museus da Imagem e som: o desao do processo de musealização dos acervos audiovisuais. Universidade lusófona de humanidade e tecnologias- Departamento de museologia. Lisboa, 2012. SILVA, Ciro Augusto de Oliveira. Revitalização e preservação do Patrimônio arquitetônico e urbanístico do centro de Goiânia. Goiânia, dezembro de 2006 https://misgoias.wordpress.com/ http://www.secult.go.gov.br/post/ver/139327/museu-da-imagem-e-do-som-de-goias https://cineculturagoias.wordpress.com/parceiros/

MIS ENTRE IMAGENS: um olhar sobre a cidade e a cultura do audiovisual


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.