TC de Arquitetura e Urbanismo ° UniEVANGÉLICA
Cadernos
Estudante:
Thaynara Maria Bento de Castro
Orientador:
Rodrigo Santana
2016/2
Entre Níveis - Centro Educacional Integral Ensino Fundamental I e II
Cadernos de TC 2016-2 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Inez Rodrigues Rosa, M. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Patrick d’Almeida Vieia Zechim , M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Maquete Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e História Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754
UniEVANGÉLICA CENTRO UNIVERSITÁRIO
Apresentação Este volume é uma síntese. Nele condensa-se os esforços e trabalhos de professores e alunos do curso Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA), inicialmente desenvolvido ao longo dos cinco anos de duração do mesmo, mas intensicado nos últimos três semestres. Esta síntese, com título Cadernos de TC, revela duas experiências intensas. A primeira traduz uma proposta de interdisciplinaridade, a qual visa uma integração entre quatro disciplinas; e a outra se encontra diretamente na proposição de uma metodologia de projeto, que julgamos estar em consonância com as questões que envolvem a arquitetura e o urbanismo produzidos hoje A disciplina Trabalho de Conclusão, conduzida pelos professores Esp. Gilson Carlos David e Me. Rodrigo Santana Alves, como disciplina-tronco, orientou todo o processo de projeto e articulou três disciplinas das áreas que deram suporte às discussões de teorias, tecnologia e representação. Seminários de História, Teoria e Crítica, ministrada pelos professores Ma. Ana Amélia de Paula Moura e Me. Pedro Henrique Máximo Pereira, supriu as demandas de teoria e metodologia cientíca; Seminários de Tecnologia, ministrada pelo professor Jorge Villavisencio Ordóñez e Rodrigo Santana Alves, discutiu questões relativas às dimensões técnicas e tecnológicas dos projetos desenvolvidos; a representação e expressão gráca foi desenvolvida na disciplina de Expressão gráca com o apoio dos professores Esp. Madalena Bezerra de Soiza e Me. Rodrigo Santana Alves e por m, Maquete, conduzida pelo professor Volney Rogerio de Lima, colaborou no aprimoramento da metodologia de projeto, cuja ênfase é no trabalho com maquetes. A segunda experiência, muito anada com as posturas contemporâneas dos projetos de arquitetura e urbanismo, buscou evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão que normalmente não é alcançado. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo, quanto ao produto nal. Por m, como síntese, apresentamos os trabalhos a partir de uma proposta gráca desenvolvida para os Cadernos de TC. Trata-se de uma espécie de revista que visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto. Prof. Dr. Alexandre Ribeiro Prof. Me. Pedro Henrique Máximo Prof. Me. Rodrigo Santana
ENTRE NÍVEIS - CENTRO EDUCACIONAL INTEGRAL Ensino Fundamental I e II Palavras Chave: Escola de tempo integral, espaços físicos inadequados, demanda escolar, educação pública, reestruturação da educação, formação de cidadãos. O cenário da educação atual no Brasil, corresponde a um sistema obsoleto que não contempla as necessidades básicas e de direito das crianças e dos jovens. O lapso compreende tanto a metodologia de ensino como os espaços físicos constantemente inadequados e igualmente deteriorados. Essa desagradável realidade está cada vez mais perceptível e não se difere na cidade de Anápolis, lugar escolhido para análise, diagnóstico e proposta a ser apresentada nesta revista. A cidade em constante crescimento dispõe de uma demanda escolar que não está sendo corretamente efetivada ao se tratar da educação pública. As crianças com menor poder aquisitivo ou que buscam essas escolas sofrem com a ausência de condições adequadas para desenvolverem as atividades escolares necessárias, fato este evidenciado nos
espaços públicos existentes em Anápolis. O projeto do Centro Educacional Integral tenciona o afastamento da arquitetura comum das escolas atuais, concebendo um projeto que amplie a zona de abrangência populacional, destinado as crianças de ensino fundamental ciclo I e ciclo II e a comunidade também como usuário dessa escola. O caráter integral confere uma praticidade para os responsáveis pelas crianças que necessitem trabalhar o dia todo, como também atua na redução de índices de violência, trabalho infantil e ampliação de conhecimentos. Essa reestruturação da educação em forma de projeto, inicia-se com a construção de novos espaços que promovam uma educação de qualidade para as crianças carentes, auxiliando no Thaynara M. B. de Castro desao da formação de cidadãos. Orientador: Rodrigo Santana
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Thaynara Maria Bento de Castro
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Do conceito ao histórico do tema Constitui-se educação integral, toda ação estratégica que objetiva garantir atenção e desenvolvimento integral às crianças, que vivem marcadas pelo crescente acesso ao conhecimento. A concepção de tempo integral está vinculada ao espaço físico adequado e que promovam oportunidades educativas, a ampliação de tempos e a melhoria no aprendizado dos alunos. A educação contribui para o desenvolvimento humano mediante o pressuposto de que todas as pessoas deverão usufruir de uma sociedade educativa. No Brasil, os avanços rmados beneciaram a educação desde o compromisso assumido na Carta Constitucional de 1988, na Conferência de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia em 1990 e na aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN/1996, a Educação Integral é o aumento progressivo da jornada escolar na direção do regime de tempo integral, valorizando as iniciativas educacionais extraescolares e a vinculação entre o trabalho escolar e a vida em sociedade. No Brasil, a educação integral surgiu em meados do ano de 1950 por Anísio Teixeira, reconhecido pela experiência com uma escola funcionando em regime semi-internato denominada Escola Parque. Inspirado na teoria sobre reconstrução da experiência e no conceito de educação de John Dewey, que armava a necessidade de se criar oportunidades para crianças e adolescentes vivenciar o modo de vida democrático, procurando assegurar a idealização de uma “pequena universidade infantil”. Para Anísio Teixeira, a escola deveria suprir as deciências das demais instituições “todas elas em estado de defensiva e incapazes de atender, com segurança e ecácia, seus objetivos” (EBOLI, 1971, p.14). A escola parque [f. 1] e [f.2] apresenta três ideias míticas como a proposta de uma educação completa, princípios modernos de arquitetura e a escola como ponto de convívio da comunidade que são conceitos recorrentes quando o tema é projeto de escola pública integral [f.3]. "Todos nós que sonhamos com um estado de entusiasmo para a grande aventura de construir nacionalidade temos nesse movimento da arquitetura brasileira uma pequena amostra do que poderíamos ser se um estado de esclarecimento e de fé se criasse, como se criou entre esses engenheiros, em nossa agricultura, nossa indústria, nosso comércio, nossa educação e nossos serviços públicos e sociais em geral" (Anísio Teixeira em Um presságio de Entre Níveis - Centro Educacional Integral
progresso, Habitat nº 4, 1951) [1]. O modelo da escola-parque em Salvador [f.4] foi implantado em outras regiões, como em São Paulo, com a construção de edifícios escolares para todos os níveis, assim como a criação de um organismo especíco para cumprir o Convênio, a Comissão Executiva do Convênio Escolar, com o arquiteto Hélio Duarte na direção técnica do plano de construções. Nos anos do Convênio Escolar [f.5] a [f.10] foram construídas dezenas de escolas, muitas delas com programas bastante amplos e que arquitetonicamente se alinhavam com a Escola Carioca [f.11] e [f.12]. Na década de 80, o programa da escola-parque de Anísio Teixeira foi retomado por Darcy Ribeiro no Estado do Rio de Janeiro, na gura dos Centros Integrados de Educação Pública. Os CIEPs tornaram-se a política pública mais marcante do governo Leonel Brizola (19831987), e tinham a pretensão de garantir nas áreas mais carentes do Rio de Janeiro as condições mínimas necessárias ao aprendizado, assumindo alguns cuidados que, em condições mais favoráveis, deveriam caber à família. A escola – parque também serviu como modelo para a elaboração de Centros de Educação Unicada (CEU) em São Paulo, ocupando áreas nos rincões mais carentes do município e oferecendo um programa educacional amplo [f.13 a f.16]. No âmbito regional, o cenário de educação integral foi introduzido em Anápolis através do Programa Mais Educação, utilizado pelas únicas duas escolas de tempo integral, e criado pelo Plano de Desenvolvimento da Educação em 2007 estabelecendo condições para uma educação ampliada: “A identidade do Programa Mais Educação é a sua preocupação em ampliar a jornada escolar modicando a rotina da escola [...]. Esse aspecto refere-se ao esforço para contribuir no redimensionamento da organização seriada e rígida dos tempos na vida da escola, contribuição esta reconhecida nos conceitos de ciclos de formação que redimensionam os tempos de aprendizagem e de cidade educadora, território educativo, comunidade de aprendizagem que pautam novas articulações entre os saberes escolares, seus agentes (professores e estudantes) e suas possíveis fontes. Esses últimos articulam as relações entre cidade, comunidade, escola e os diferentes agentes educativos, de modo que a própria cidade se constituía como espaço de formação humana” (Moll, 2012, p. 133).
NOTAS: [1] BASTOS, Maria Alice Junqueira. A escola - parque: o sonho de uma educação completa em edifícios modernos. Edição 178, janeiro/2009.
LEGENDAS: [f.1] e [f.2] Escola Parque ou Centro Educacional Carneiro Ribeiro na década de 1947 em Salvador. Projeto piloto de ensino integral. FONTE: RevistaAu artigo122877-1. [f.3] e [f.4] Escola Parque ou Centro Educacional Carneiro Ribeiro na década de 1956 em Salvador. Projeto piloto de ensino integral. FONTE: RevistaAu artigo122877-1. [f.5] e [f.6] Escola Classe Hélio Duarte na década de 1948. FONTE: RevistaAu artigo122877-1. [[f.7] e [f.8] Grupo Escolar Almirante Barros na década de 1 9 4 9 . F O N T E : R e v i s t a A u a r t igo122877-1. [f.9] e [f.10] Grupo E s c o l a r V i l a Leopoldina na década de 1949. FONTE: RevistaAu artigo122877-1. [f.11] Ginásio Estadual da Penha n década de 1953. FONTE: R e v i s t a A u a r t igo122877-1. [f.12] Conjunto Educacional em São Miguel Paulista na década de 1956. FONTE: Revista Au artigo122877-1. [f.13 a f. 16] CEU Vila do Sol em 2008 no Jardim Ângela em São Paulo. FONTE: R e v i s t a A u a r t igo122877-1. 61
INTRODUÇÃO
]
Escola de Tempo Integral:
JUSTIFICATIVA
NOTAS: [2] Série Mais E d u c a ç ã o Educação integral. Disponível em: www.mec.gov.br. A c e s s o e m : 14/09/2015. [3] ROMÃO, José E u s t á q u i o . Pedagogias de Paulo Freire. Revista Múltiplas Leituras, v.1, n. 2, p. 8-22, jul. / dez. 2008. [4] CASTRO, Adriana de; LOPES, Roseli Esquerdo. A escola de tempo integral: desaos e possibilidades. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 19, n. 71, p. 259-282, abr./jun. 2011.
1932 Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles e outros 23 intelectuais brasileiros.
1950 Anísio Teixeira Centro Educacional Carneiro Ribeiro
1960 Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro Escolas Classe e Escolas Parque
1980 Darcy Ribeiro Centros Integrados de Educação Pública CIEPs
1990 Associação Internacional das cidades Educadoras - AICE Cidades Educadoras
1993 Universidade Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Centro de Atenção Integral à criança e ao adolescente - CAIC de Seropédia
2000 Governo Marta Suplicy Centros de Educação Unicados CEUs
2002 LEGENDAS: [f.17] Linha cronológica da evolução da educação integral. Fonte dos dados: C e n t r o d e Referência em educação integral. Disponível em: http://educacaoint e g r a l . org.br/historico/. Gracação autoral. [f.17] 62
Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa NIASE Comunidades de Aprendizagem
2006 Secretaria Municipal de Educação de Nova Iguaçu Bairro - Escola Nova Iguaçu
2007 Plano de Desenvolvimento em Educação Programa Mais Educação
Na perspectiva da educação, o conceito de tempo integral suscita várias discussões, pois algumas correntes de movimentos sociais armam que somente com a ampliação da jornada escolar não é possível adquirir o ambicionado resultado no aprendizado dos estudantes. A função da escola de tempo integral é abranger todas as necessidades dos usuários, abordando um programa que se adapte ao sítio (local) e direcionado para a metodologia que deverá ser trabalhada.
“A
Educação Integral
exige mais do que compromissos: impõe também e principalmente o projeto
pedagógico,
formação de seus agentes, infraestrutura e meios para sua implantação”. (MEC, 2009, p.5) [2] Thaynara Maria Bento de Castro
A escola integral e sua fundamentação Aumentar os níveis de escolaridade das pessoas que não possuem condições de ter um ensino de qualidade a nível particular, reduzir índices de criminalidade e de trabalho infantil entre as crianças, incentivar através da educação a formação de futuros jovens e cidadãos, são as bases primordiais na concepção de uma nova proposta para espaços físicos que ofereçam a educação integral. A elaboração dessa tipologia escolar se justica através do contraste entre uma forte demanda por ensino de caráter público, e a realidade local de espaços físicos inadequados para o uso destinado. (...) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou sua construção. (Paulo Freire, 1996, p.22) [3]
A ampliação da jornada escolar surge como uma necessidade quer seja pela ambição de desenvolver uma educação que contemple vários objetivos, ou que constatem a desigualdade nos tratamentos diferenciados para alunos de menor poder aquisitivo. O principal foco está na implementação de uma escola pública de tempo integral de qualidade e replicável em larga escala em outras regiões da cidade de Anápolis, destinando aos estudantes mais do que a matriz curricular, mas espaços que proporcionariam o planejamento e execução de seu projeto de vida. A ampliação do tempo, espaço e oportunidades melhoram a qualidade do processo educativo e o aprendizado dos alunos. A necessidade de se promover uma educação de qualidade em bairros carentes e decientes de equipamentos educacionais se torna além de uma responsabilidade dos órgãos públicos como dos envolvidos na elaboração do processo projetual, cujo objetivo é promover uma arquitetura que preencha as lacunas existentes e seja efetivamente funcional e contemporânea. É direito de todos possuírem educação de qualidade independente da classe social e raça pertencentes. O projeto da Escola de Tempo Integral vem ao encontro da perspectiva atual de educação para todos e busca contribuir um espaço em que a formação da cidadania e a valorização da diversidade estejam sempre presentes. O mundo está em constante desenvolvimento e requer das escolas um foco de atuação político educacional. De acordo com Silva (2009), nos últimos anos o Brasil despertou para a necessidade urgente de promover uma revolução educacional, não somente em relação à questão de acesso da totalidade dos estudantes a escola, mas no que se refere à mudança em relação ao tempo e permanência na escola. Essas alterações exigem mudanças nas ações pedagógicas, para que se torne um ambiente privilegiado da ampliação de oportunidades e aprendizagens. (...) a ênfase estaria no fortalecimento da unidade escolar, com mudanças em seu interior pela atribuição de novas tarefas, mais equipamentos e prossionais com formação diversicada, pretendendo proporcionar aos alunos e professores uma vivência institucional de outra ordem. (CAVALIERE, 2009, p. 53). [4]
Entre Níveis - Centro Educacional Integral
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JUSTIFICATIVA
ESCOLA
DE TEMPO
INTEGRAL “O que dizer de uma escola que atua separada da vida cotidiana na qual está inserida?”
[f.18]
NOTAS: [5] Os dados obtidos são referentes ao ano de 2014, e foram compilados conforme o levantamento de dados cadastrais de Escolas Municipais.
LEGENDAS: [f.18] Foto do entorno d a á r e a n o R e s i d e n c i a l Summerville Anápolis. FONTE: Thaynara, 2016. [f.19] Mapa com locais das escolas municipais e seus respectivos raios de abrangência. FONTE D O S D A D O S : Secretaria Municipal de Educação; gracação Thaynara, 2016. [f.20] Esquema de distribuição das escolas municipais pelos bairros e décits de cada setor. FONTE D O S D A D O S : Secretaria Municipal de Educação; g r a c a ç ã o Thaynara,2016. 64
O projeto da Escola de Tempo Integral tem como desao promover o diálogo entre escolas e comunidades e o objetivo de qualicar a educação pública brasileira. O Programa Mais Educação propõe a metodologia de mesclar esses dois aspectos como forma de composição de diversos modelos originados da riqueza de saberes obtido pela troca mútua entre unidade escolar e as pessoas da comunidade que compõem a educação intercultural. A concepção de escola integral tem abrangência que vai além do aumento da jornada escolar e dos espaços físicos, mas parte da ideia de que os estudantes são portadores de uma complexa experiência social em processos igualmente diferenciados. Reconhecer as diferenças, corrigir as desigualdades e promover os ambientes de troca são questões que precisam ser avaliadas no âmbito educativo nacional. O cenário de escola de tempo integral esperado vai além da ampliação da prática escolar vinculados a uma estratégia pedagógica, e sim por meio de espaços que vão em direção à comunidade. De acordo com a Secretaria da Educação do Município de Anápolis, existem áreas que estão desprovidas de atendimento escolar principalmente as que correspondem à periferia da cidade. Subdividida em setores, Anápolis possui atendimento escolar em quase toda a região, porém não são sucientes para corresponder à demanda de crianças dos bairros conforme os seguintes dados: os setores que apresentam o maior número de décit de atendimento são o Jardim América (setor 19), Bairro Recanto do Sol (setor 1) e Setor Sul (setor 21), em contraste com os setores que não possuem escola como o Residencial Summerville (setor 4), Residencial Morumbi (setor 25), Setor Nossa Senhora da
Abadia (setor 29) e Igrejinha (setor 23) e setores com implementação do Programa Minha Casa Minha Vida que geram uma grande demanda escolar crescente como é o caso do Conjunto Habitacional Filostro Machado , Residencial Summerville, Residencial Copacabana, Munir Calixto e Jardim Alvorada [f.20]. Os dados obtidos foram baseados nas estatísticas do Censo do IBGE /2010 e sobrepostos aos dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação [5]. Possuem uma pequena defasagem devido às diferenças de coletagem do IBGE e da Secretaria de Educação. Desta forma optou-se por utilizar o Censo de 2010 para dados gerais e os setores redenidos para os dados setoriais. Foram computados apenas dados da área urbana com raio de abrangência de 800 metros para escolas municipais [f.19]. Conforme as situações municipais expostas, a escolha do local para trabalhar a temática da Escola de Tempo Integral direcionada para o ensino fundamental ciclo I, interpretou diversos fatores. Inicialmente o perl da população a ser trabalhada é de baixa renda que estejam inseridas em áreas carentes e com baixos índices ou ausência de equipamentos escolares, além de estarem parcialmente inseridas em conjuntos habitacionais de interesse social e com décit de atendimento escolar no setor. Após as análises de todas as áreas do município, a que foi escolhida é uma área pública pertencente a Prefeitura Municipal de Anápolis localizada no bairro Residencial Summerville, que apresenta as características pertinentes anteriormente descritas, para a implantação do projeto nesse local além de ser o único setor da cidade que possui o Programa Minha Casa Minha Vida com Ausência de escola.
Thaynara Maria Bento de Castro
OS SETORES E SEUS DÉFICITS
BR 414
34
01
Base Aérea de Anápolis
Qnt. de escola por setor
NBR 153
5
-1578
7
19 8
1
-1432 6 9
10
11
21
-1391
12 1 32 GO
29
13 14
-1217 15
2
3 33 0
05
16 31
60
29
25
4
19
2
-1098
0 BR
17
30
28 18
3
-1019
20 GO
1
23
222
3
-965 27
26 25
21
5
03
22
3
-872
24
24
-716 04
DAIA
23 53
BR 1
-687 33
33 0
1000
2000
4000 [f.19]
GO 330
-139 [f.20]
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Escolha e Histórico do terreno
O LUGAR
LEGENDAS: [f.21] Mapas das relações regionais e inter regionais com a área escolhida. FONTE: Thaynara, 2016. [f.22] Linha cronológica da evolução urbana do Residen-cial Summerville. FONTE: Thaynara, 2016.
O Bairro Summerville da cidade de Anápolis-GO escolhido para implantação do projeto escolar situa-se em uma região periférica e nas proximidades da BR – 060, uma das principais rodovias e que junto com a BR – 153, faz parte do principal eixo que liga as regiões Goiânia – Anápolis – Brasília, estando a 60 km da capital Estadual e 152 km da capital Federal [f.21]. Sua localização é relevante na esfera municipal devido à importância de ser um bairro acessível tanto para as pessoas que são de Anápolis como para as que são provenientes de outras regiões. A articulação com outros bairros próximos é signicativo para atrair uma demanda crescente de pessoas de baixa renda, que buscam incessantemente locais periféricos para residirem, já que as
outras áreas da cidade se encontram completamente consolidadas. Isso se torna um fator marcante e ao mesmo tempo uma problemática a ser sanada em relação ao bairro, que não oferece equipamentos públicos educacionais e comunitários que vão garantir a qualidade de vida dessas pessoas. O objetivo é fortalecer a escola em tempo integral descentralizando-a e fazer com que a educação possa chegar a outras áreas carentes.
“Ocupar bairros vai além do ato de conviver dentro de um sítio urbano; inclui o compromisso de projetar espaços que educam.” Thaynara, 2016.
N BRASÍLIA
Jardim Ibirapuera
ANÁPOLIS
merv il
le
m Residencia l Su
GOIÂNIA
Jardim Ibirapuera
ANÁPOLIS
[f.21]
Residencial Flor de Liz 66
0
BR
06
O histórico do Residencial Summerville é recente em relação à história da cidade de Anápolis. Projetado para ser um residencial que pudesse abrigar moradias de interesse social, o bairro teve eu processo projetual durante o decorrer do ano de 2004 para 2005 quando já havia consolidado os bairros limitantes: Residencial Flor de Liz, Jardim Ibirapuera, Bairro de Lourdes, Vila Sul e Residencial Flamboyant. A partir de então, de 2006 a 2010 o bairro foi implantado com uma nova morfologia urbana e um traçado que se adaptava ao sítio anteriormente sem uso e vazio. De acordo com o projeto original elaborado e aprovado pela Prefeitura Municipal, o bairro se dividiria em duas etapas: a primeira concluída em 2010 e a segunda destinada à implantação de moradias de interesse social tendo início no ano de 2010 e concluída em 2011 juntamente com a entrega de 256 residências somente do Programa Minha Casa Minha Vida [f.22]. Devido à especicidade de ser um bairro “novo”, algumas exigências foram cumpridas em relação ao parcelamento urbano da gleba de terra que mais tarde viria se tornar o Summerville. Foram destinadas áreas para
instalação de equipamentos públicos, comunitários, saúde e até mesmo um parque esportivo, requeridas pela Prefeitura Municipal como principal exigência para a instalação de um novo loteamento urbano. Apenas uma dessas áreas públicas foi ocupada com a implantação de um centro de educação infantil – CMEI Idelfonso Limírio Gonçalves em 24 de Julho de 2013 beneciando 167 crianças de zero a seis anos. A diculdade de locomoção dos moradores para acessar outras regiões que obrigam às vezes percorrer uma distância de 10 km até ingressarem ao Bairro de Lourdes, impôs as autoridades tomar uma decisão para resolver o problema e melhorar a comunicação entre os bairros de forma rápida e fácil. Em 2013, a prefeitura concluiu e inaugurou a via de passagem entre os dois bairros, beneciando os moradores com esse progresso local. Atualmente, o bairro possui diversas carências conforme as informações fornecidas pela população local, abrangendo a inexistência de escolas e equipamentos que atendam a área de saúde. Resta nos apenas a seguinte pergunta: o que esse bairro precisa?
2010 Ainda em 2010 iniciou-se as obras da 2ª etapa e do conjunto habitacional de interesse social.
2005
Em 2005 os bairros Residencial Flamboyant, Flor de Liz e Ibirapuera já se encontravam consolidados.
2011
2010
Em 2011 foram entregues 256 residências de habitação de interesse social pela Prefeitura de Anápolis.
2006 a 2010 - inicio e conclusão das obras da 1ª etapa.
2013 Julho de 2013 inauguração do CMEI Idelfonso Limírio Gonçalves.
2013 Dezembro de 2013 - a Prefeitura
2015 Entre Níveis - Centro Educacional Integral
de Anápolis entregou a via de integração entre o Summerville e o Bairro de Lourdes.
[f.22] 67
O LUGAR
Acessos e Mobilidade Urbana LEGENDAS: [f.23] Vista da BR060. FONTE: Pedro Henrique Santos.
[f.23]
[f.24]
[f.24] Polícia Rodoviária Federal F O N T E : T h a y n ara,2016
[f.25] Via de integração entre o Bairro de Lourdes e Residencial Summerville. FONTE: Thaynara, 2016.
A BR 060 é a principal rodovia de ligação às vias de acesso a área, possibilitando o fácil ingresso de outras regiões distantes e a recepção dos alunos de diversas localidades. Através dela, é possível acessar o local pela principal Avenida Summerville que está ligada diretamente com a BR-060 [f.23]. Pela grande proximidade com o posto da Polícia Rodoviária Federal [f.24], o acesso se torna ainda mais facilitado, abrangente e seguro, já que essa rodovia é a principal ligação entre as três cidades: Goiânia, Anápolis e Brasília. Próximo de uma via de passagem [f.26] que promove a ligação entre os bairros [f.27] do outro lado da margem do Córrego São Silvestre com o Residencial Summerville, facilitando para os estudantes, a comunicação de outras áreas com a futura escola de tempo integral. A obra dessa via teve parceria com o Ministério das Cidades e foi inaugurada em 2013 pela Prefeitura Municipal de Anápolis. No projeto original do residencial, existe a aprovação de uma via que também integraria o bairro ao Residencial Flamboyant com o prolongamento da Avenida Hélio Ferreira da Cunha [f.28]. Essa infraestrutura urbana nunca foi implantada no local e atualmente encontra-se obstruída o que leva a conclusão de áreas que vão sendo invadidas provocadas pelo crescimento desordenado. A via seria outro acesso principal para o local através da Avenida Independência e que será retomada como uma diretriz urbana de inuência direta no projeto. A mobilidade em relação ao transporte coletivo funciona parcialmente bem, já que há poucos horários que o ônibus circula nessa região e acaba se tornando uma queixa da população local. BAIRRO DE LOURDES
[f.25] [f.26] Foto da área escolhida para implantação do projeto educacion a l . F O N T E : Thaynara,2016
FLOR DE LIZ
RESIDENCIAL SUMMERVILLE
[f.27] Relação dos setores. FONTE: Thaynara,2016. JARDIM IBIRAPUERA
[f.28] Mapa de acesso a área. FONTE : Thaynara 68
RESIDENCIAL FLAMBOYANT
[f.26]
[f.27]
VILA SUL
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
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O LUGAR
Estrutura Urbana e Hierarquia Viária
[f.29]
[f.30]
LEGENDAS: [f.29] Residências no loteamento Chácaras Americanas. FONTE: Thaynara, 2016. [f.30] CEL da OAB. FONTE: Thaynara, 2016. [f.31] Vista para a Rua Itapetininga. FONTE: Thaynara, 2016. [f.32] Rua Delta. FONTE: Thaynara, 2016.
[f.31]
[f.33] Mapa de estruturação urbana do entorno. FONTE: Thaynara, 2016. [f.34] Mapa de hierarquia viária e sentido de uxos das vias. FONTE: Thaynara, 2016. 13 70
[f.32]
Thaynara Maria Bento de Castro
A área denida está estruturada em um contexto urbano de carência de equipamentos públicos que atuem no atendimento da comunidade, e pertence ao Município com destinação para equipamentos comunitários, função social que desde a instalação do bairro não é desempenhada. Procurando retomar essa condição social e visando atender a população local que é carente, o futuro projeto tem a intenção de atrair maior crescimento para a região, já que possuem áreas passíveis desse tipo de processo. Se torna uma área bastante privilegiada em relação a situação fundiária próxima de área destinada a equipamentos de saúde, parque esportivo e creche municipal [f.34].
De acordo com o plano diretor de Anápolis, as vias que limitam a área em estudo são caracterizadas como vias locais, com trânsito baixo e velocidade reduzida, e coletora que conduz um trânsito mais intenso e de alta velocidade. As vias lindeiras ao terreno são: Rua Itapetininga [f.31], Rua Apiaí [f.33] e Rua Delta [f.32] conformando uma área pública própria para a implantação de equipamentos públicos. O tráfego das vias que limitam favorece os posteriores estudos de acessos independentes para o projeto. A via arterial de grande relevância para o entorno imediato é a Avenida Summerville, principal via de acesso ao bairro e conjunto habitacional existente.
Entre Níveis - Centro Educacional Integral
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Insolação, Ventos Uso e Ocupação
O LUGAR
A insolação no terreno [f.39] pode ser analisada conforme os horários de maior incidência solar nas fachadas que deverão possuir cuidado especíco, podendo ser adotadas como medidas a setorização funcional e elementos de composição e proteção, porém, possui um aspecto peculiar por ser um terreno irregular, orientando o edifício em diversos ângulos o que auxilia bastante e reduz a incidência contínua do sol diretamente em uma fachada. A predominância dos ventos são dois e diferem-se conforme a época do ano: de outubro a fevereiro (norte) e março a setembro (leste) [f.38].
[f.35]
N
[f.36] LEGENDAS: [f.35] Residências na Rua Apiaí. FONTE: Thaynara,2016. [f.36] Creche Idelfonso Limírio. FONTE: Thaynara,2016. [f.37] Mapa de direção dos ventos e orientação dos diagramas de insolação. FONTE: Thaynara,2016. [f.38] Estudo de insolação do terreno. FONTE: Thaynara,2016.
[f.38]
Ventos do Norte 0
100
200
Ventos do Leste
[f.37]
[f.39] Altura predominante das edicações do entorno da área. FONTE: Thaynara,2016. [f.40] Mapa de altura das edicações. FONTE: Thaynara,2016. [f.41] Mapa de uso do s o l o . F O N T E : Thaynara,2016. 72
[f.39] Thaynara Maria Bento de Castro
N
O uso do solo [f.40] é caracterizado por grande parte residencial, apenas um local de prestação de serviços próximo à área em estudo e terrenos com residências e comércios de pequeno porte, concluindo que o bairro é preferencialmente voltado para atividades de moradia com pequeno comércio que atenda a região [f.35]. O equipamento institucional próximo da área escolhida refere-se a uma creche (Centro de Educação Infantil Idelfonso Limírio Gonçalves) [f.36] inaugurada em 2013, e é um elemento de extrema importância e relevância, pois as crianças que irão deixar a creche assim que atingirem o nível máximo oferecido por ela, poderão ser transferidas para a escola a ser proposta, a 300 metros aproximadamente da região, atendendo com efetividade as necessidades educacionais, evitando deslocamento para outras regiões distantes em busca de escolas. A implantação de um projeto escolar consequentemente irá valorizar a região e poderá até mudar os usos que estão estabelecidos até o momento podendo evoluir para mais áreas comerciais, de uso misto e equipamentos públicos para os moradores locais, como já foi previsto outras áreas para praças, etc.
Misto Vazio Serviço Institucional
0
100
200
400
Residencial
[f.40]
N
A predominância das edicações no entorno é de um pavimento [f.41] em contraste com raras edicações de até dois pavimentos, que geralmente seriam uso misto, porém no caso especíco são de caráter residencial [f.37]. A legislação do Município também condiciona esse gabarito, pois pertencente à zona de adensamento básico, permitindo construir uma vez a área do terreno. As construções são caracterizadas na maior parte por residências simples devido ao aspecto sócio econômico da população residente, ou seja, é um bairro carente, mas que possui algumas residências na primeira etapa diferenciadas do contexto social.
Vazio 1 pavimento 2 pavimentos
0
Entre Níveis - Centro Educacional Integral
100
200
400
[f.41] 73
O LUGAR
Topograa, Vegetação Hidrograa LEGENDAS: [f.42] Pré - existência no terreno para implantação da escola de tempo integral. FONTE: Thaynara, 2016. [f.43] Mapa de topograa, vegetação e hidrograa. FONTE: Thaynara, 2016. [f.44] Corte do terreno e do entorno. FONTE: Thaynara, 2016. [f.45] Vegetação das áreas de proteção ecológica. FONTE: Thaynara, 2016. [f.46] Foto do terreno. FONTE: Thaynara, 2016. [f.47] Vista para as áreas de preservação permanente. F O N T E : Thaynara,2016. [f.42]
Área da Escola de Tempo Integral [f.44] 74
[f.44] Thaynara Maria Bento de Castro
Em relação à topograa, a área possui uma declividade acentuada com nove metros de declínio, compondo uma proximidade com o fundo de vale [f.43]. Um dos aspectos positivos notados durante o diagnóstico é o escoamento de água facilitado para as áreas mais baixas e o córrego São Silvestre sendo de pequeno porte, não provoca inundações sérias e que comprometam a região. É uma área rica em recursos ambientais no seu entorno, devido ser limítrofe [f.45]
com áreas de preservação permanente e proteção ecológica, apresentando uma vegetação bastante densa e típica de oresta com árvores de grande e médio porte [f.45]. Devido a grande extensão da área com 15.341,24 m² [f.46] e [f.47], a topograa distribui-se gradativamente o que torna a região levemente suavizada, sem abandonar a declividade e com algumas complexidades a serem resolvidas e inseridas no ato projetual. [f.46]
[f.47]
Entre Níveis - Centro Educacional Integral
75
Espaços construídos e livres
O LUGAR
[f.49]
[f.48]
LEGENDAS: [f.47] Planta Cadastral FONTE: Thaynara,2016 [f.48] Residências do r e s i d e n c i a l Summerville. FONTE: Thaynara,2016. [f.49] Quadra esportiva no terreno escolhid o . F O N T E : Thaynara,2016. [f.50] Sede do CRAS desativada. FONTE: Thaynara,2016. [f.51] Residência de 2 pavimentos. FONTE: Thaynara,2016. [f.52] Antiga sede do CRAS - Centro de R e f e r ê n c i a e Assistência Social. FONTE: Thaynara,2016
[f.50]
[f.53] Residência do bairro Summerville. FONTE: Thaynara,2016 [f.54] Residência do bairro Summerville. FONTE: Thaynara,2016 [f.55] Mapa de infraestrutura e mobiliário urbano. FONTE: Thaynara,2016 [f.56] Mapa de calçamento. FONTE: Thaynara,2016.
[f.52] [f.54]
[f.51] [f.53]
[f.57] Mapa de síntese do diagnóstico. FONTE: Thaynara,2016 76
Thaynara Maria Bento de Castro
N
Espaços: Construídos Livres privados Livres públicos
0
100
200
400
[f.48]
O objetivo da implantação de um projeto escolar é além de atender a população, inclui também atrair maior quantidade de pessoas para ocuparem as áreas vazias e desenvolver um projeto com caráter comunitário. Conforme a análise do entorno imediato [f.48], nota-se que a região possui dois tipos de ocupação: do lado Oeste da Avenida Summerville a ocupação dos terrenos é completa, já que se trata de um conjunto de moradia popular, e do lado Leste possui ocupação com alguns terrenos vazios. Os terrenos que são preenchidos seguem a legislação da cidade em relação aos usos e Entre Níveis - Centro Educacional Integral
gabarito, porém, a forma que ocupam o terreno conforme a silhueta das edicações é discrepante, pois muitas residências do conjunto habitacional se estenderam além do que foi projetado. A edicação que está inserida na área [f.50] funcionava como sede do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social que oferecia serviços de proteção e atendimento integral às famílias, e atualmente se encontra desativada e bastante depredada. Essa sede foi transferida para o bairro Tesouro conforme informações fornecidas pela própria população local. 77
Infraestrutura, Mobiliário e Síntese
O LUGAR
N
100
0
200
[f.55]
N
0
78
100
De acordo com o mapa [f.55] a área denida possui postes de iluminação pública que auxiliam na redução da violência, já que por ser uma área extensa e próxima de residências, a ausência desse tipo de infraestrutura é prejudicial para os moradores. No entorno imediato nota-se também a grande preocupação em relação a iluminação pública que garantem uma segurança parcial. Um aspecto muito importante de se ressaltar é a existência de redes de esgoto e suas respectivas galerias distribuídas principalmente na parte sudoeste do residencial, que facilita a implantação de equipamentos, abordagem que o Município não aprofundou até o momento. O ponto de ônibus mais próximo da área ca a 250 metros de distância que não inviabiliza a ausência de tráfego de ônibus diretamente nas vias que delimitam o local denido. Devido a condição ambiental de fundo de vale, os bueiros locados no entorno não são sucientes para facilitar o Bueiro Ponto de ônibus escoamento da água pluvial mas funciona bem por conter muitas áreas que não Telefone público foram ocupadas, porém, a situação cará Galeria de esgoto complexa assim que o crescimento e a Poste de iluminação impermeabilização do solo passarem a congurar o cenário urbano dessa região. Conforme os dados levantados no entorno imediato [f.56] nota-se que a ausência de passeios públicos é predominante na região do residencial Summerville, sendo mais evidenciado nas quadras que ocupam-se as habitações de interesse social. Nas demais áreas as calçadas em melhor estado são as de residências particulares e construídas recentemente levando a conlusão que a construção desses passeios públicos está diretamente ligada a condição nanceira dos moradores locais. A cobertura asfáltica, elemento que junto com o calçamento compõe a via pública, se encontra parcialmente degradada em muitas áreas porém, não há existência de vias que não sejam asfaltadas. Em relação a acessibilidade, nenhuma das calçadas existentes são acessíveis a pessoas com deciência, já que devido a topograa há desníveis entre elas Estado bom prejudicando até mesmo indíviduos com Estado regular ausência de deciências físicas, obriganEstado ruim do-os por vezes locomoverem nas ruas Sem calçamento colocando em risco sua segurança.
200
[f.56]
Thaynara Maria Bento de Castro
Integração com outros bairros ampliando o atendimento
FRAGILIDADES
l ta en m a r; nd to fu o se o sin a d en nd ças 0 e 6 a s d m an R-0 la de cri B u o s a d a c r a es em as, ssa la re da e l r e d p co v sco ça m ia s ra n nc o cu e e a at a e ura de ê d o s m s g ã u a nt do e e a r A e n sc s e d ta e la qu bu riga en s d cam icu e u t Em o ob req dic tron sar o, n sã ra f s ín en de rba o é pa do a. O ias o u atra . h zin anç as v en ue ade s i q cr um de ós bilid g n al m o do mo co ran m a ge lha pa
POTENCIALIDADES
Grande relevância social intensicada pelo local carente
O acesso para a área é bem denido e facilitado principalmentepor estar próxima da BR-060 que liga as regiões de Goiânia-Anápolis-Brasília e por uma via de ligação entre o Bairro de Lourdes que também apresenta décit educacional intensicando a abrangência do atendimento da escola. Próxima de um conjunto habitacional de interesse social que exigem uma alta demanda devido a quantidade de lhos por residências. As áreas vazias demandam um crescimento futuro da região que intensica a necessidade da existência de um projeto desse porte principalmente novos loteamentos das chácaras existentes no entorno.
{
Urbanas: propor novas ligações para as vias que geram entroncamentos complexos e que não auxiliam na melhoria da mobilidade dos usuários.
DIRETRIZES
Urbanas: retomar e reformular a via que está aprovada no projeto original nos órgãos municipais promovendo ligação com mais bairros.
Arquitetônicas: propor um edifício que corresponda as expectativas do usuário em relação a funcionalidade e resolva corretamente as condicionantes ambientais de insolação e topograa aliados a uma volumetria contemporânea.
[f.57] Entre Níveis - Centro Educacional Integral
79
O PROJETO A arquitetura escolar deve ser pensada como um todo desde a sua concepção de atender aos pré requisitos até a sua função estética. Adotando como instrumento de projeto a concepção e a reformulação dos atuais espaços escolares, o objetivo a ser alcançado é um edifício que atenda as necessidades do local onde será inserido e um espaço lúdico tanto em seu interior como instrumento de composição estética. ‘Nessa escolha pesam fatores de ordem prática, como a distância, a amplitude e as condições do espaço físico, a segurança oferecida, pois o aluno deve dispor de conforto para que nada interra na sua disposição de aprender. Além disso, espera-se que o ambiente seja estimulante, pois ele é um dos muitos meios que a escola deve recorrer para promover o desenvolvimento da atenção e explorar a curiosidade.’ (ARENA, 2003:10).
80
Thaynara Maria Bento de Castro
Pré-existência
Área Denida
CRAS PROJETO EDUCACIONAL
Bairros vizinhos
Comunicação
Vias Questão urbana
Topograa
Comunidade
Habitação Social
Questão ambiental
PROJETO EDUCACIONAL
Entre Níveis - Centro Educacional Integral
81
O PROGRAMA
O desenvolvimento do programa tem como pretensão o atendimento de um perl de usuário congurado por crianças provenientes de famílias carentes, com idade entre 6 a 14 anos e que estejam ou que irão cursar ensino fundamental de 1 Vestiário Masc. primeira e segunda fase [f.58]. 1 Vestiário Fem. A escolha por trabalhar essa fase escolar 1 Pátio Coberto originou-se a partir da política educacional 1 Quadra coberta 1 Sala de dança adotada em Anápolis nas únicas duas 1 Auditório escolas de tempo integral, justicada pela Anteatro descoberto questão da idade dos alunos que são Playground descoberto considerados jovens demais para carem Pedagógico sozinhos em casa e mais vulneráveis a violência. Na maioria das famílias os pais trabalham fora e não possuem quem possa cuidar de seus lhos principalmente nas fases iniciais, aumentando gradativamente a procura por escolas que trabalhem com a 1 Sala de A.E. [4] educação integral. 2 Banheiros Mas/Fem 1 Salas de vídeo A partir das informações adquiridas e o 2 Salas de Múltiplo uso contato diretamente com as pessoas que 1 Laboratório de ciências residem onde será inserido o projeto, formu1 Laboratório de Inform. lou-se um programa que atenderá em 5 Salas de aula Ciclo I 9 Salas de aula Ciclo II média 700 crianças e a comunidade em 1 Biblioteca escala menor. Os espaços mais esperados Serviços por ela são a biblioteca, a quadra poliesportiva, o playground, auditório e laboratório de informática. Partindo do princípio de necessidade, o embasamento dos ambientes que irão compor a escola passa a ter um caráter de 3 DML abrigar e acolher pessoas independentes da 1 Depósito de material raça, cor, etnia ou classe social. O programa esportivo 2 WC funcionários se divide em quatro setores, administração, 1 Depósito serviço, pedagógico, cultural e lazer (convi1 Despensa vência) com especicidades diferentes e 1 Cozinha Industrial que se complementam entre si [f.59]. 1 Refeitório 1 Arquivo De acordo com essa formulação os Camarins ambientes foram distribuídos conforme a 1 Depósito cênico temática do projeto. As dezesseis salas de 1 Sala de controle 1 Sala de som e vídeo aula foram pré-dimensionadas para ocupa3 Áreas técnicas ção máxima de 40 alunos cada uma e com 1 Arquivo área de 1,5 m² por pessoa. Administração A biblioteca possui um caráter especíco, com a separação de acervo para adultos e crianças, com espaços em comum entre si, salas de leitura, banheiro, guarda volumes, recepção e uma pequena parte administrativa que controla o seu funcionamento. 1 Diretoria As dimensões do auditório foram estabe2 Banheiros Masc./Fem. 1 Almoxarifado lecidas com a metragem quadrada de 1,2 1 Coordenação m por ocupante tendo capacidade máxiPedagógica ma de 420 pessoas, incluindo no subprogra1 Sala dos professores ma os camarins masculino e feminino, 1 Secretaria 1 Hall de Acesso banheiros coletivos, depósito cênico, palco 1 Recepção e sala de controle, som e vídeo. Lazer e cultural
1 Ambulatório
82
1.890 m²
1.520 m²
780 m²
580 m²
[f.58] Thaynara Maria Bento de Castro
Vestiário Masc. 30m²
Sala de AE 8m²
DML 8m²
Diretoria 8m²
Sanitário Masc. 30m²
Camarim 10m²
Ambulatório 8m²
Sanitário Masc. 30m²
Sala de controle/ som e vídeo 10m²
Almoxarifado 9m²
WC Func. 15m²
Coord. Pedag. 10m²
Vestiário Fem. 30m²
Sala de dança 35m²
Sanitário Fem. 30m² Sanitário Fem. 30m²
WC Func. 15m² Sala de vídeo 35m²
Sanitário Masc. 12m² Sanitário Masc. 12m²
Depósito 15m² Auditório 350m²
Sanitário Fem. 12m²
Lab. de ciências 35m² Despensa 15m²
Sanitário Fem. 12m² Lab. de informática 45m²
Arquivo 15m² Sala dos Prof. 15m² Dep. cênico 20m²
Sala Múltiplo uso 60m² Pátio Coberto 370m²
Recepção 20m² DML 25m²
Sala Múltiplo uso 60m²
DML 25m²
Dep. material Ed. Física 25m²
Biblioteca 310m²
Hall de Acesso / Exposição de trabalhos 300m²
Cozinha 45m²
Área técnica 60m²
Quadra coberta 1.000 m² Refeitório 300m² 14 salas de aula 60m²
LEGENDAS: [f.58] Diagrama de área geral dos setores. [f.59] Diagrama do programa em ta. [f.59] Entre Níveis - Centro Educacional Integral
83
O PROGRAMA
Pedagógico
40%
Cultural + lazer
Lazer/ cultural
Administração
Serviço
35%
20% Serviço
LEGENDAS: [f.60] Diagrama de permanência por setor. FONTE: pesquisa de campo.
[f.62] Diagrama distribuição do programa no volume. [f.63] Maquete física 84
Serviço
[f.61]
Pedagógico
[f.61] Fisiouxograma dos setores.
Administração
5% Administração
[f.60]
A permanência dos usuários em cada setor é diferente do que se possui na escola tradicional [f.60]. As áreas de maior permanência no caso de uma escola de tempo integral são os locais de recreação, prática de atividades complementares que promovem a interação entre os alunos e reduz aquela carga pesada de se ter aulas somente em salas. O tempo integral nas escolas exige automaticamente que os espaços sejam articulados evitando que o ensino e a duração que as crianças passam na escola se torne algo metódico, sem estimulo. O principal objetivo é delimitar o programa e representar como isso se articula [f.61] com o terreno em alta declividade além de manter essas relações que possuem a necessidade ainda mais evidente de estarem articuladas. Conforme as informações de funcionamento de uma escola de tempo integral, foi fundamental a representação através dos diagramas a permanência de cada setor e quais as relações diretas que eles estabelecem com a forma. Outro fator importante a se destacar na elaboração do programa é como esses setores se articulam entre si que delimitam na volumetria o que deverá estar conectado diretamente e o que necessita agir de forma ‘isolada’. O programa adapta-se a volumetria [f.62] assim como ela se adapta ao sítio inserido, caracterizando espaços que se dialogam com pátios criados pelo próprio volume do edifício. Thaynara Maria Bento de Castro
Circulação vertical Lazer/ Cultural Pedagógico Serviço
[f.63] Entre Níveis - Centro Educacional Integral
[f.62]
Administração
85
en
ida
un
F. C
élio
[f.65] Diagrama de resolução da fragilidade identicada. [f.66] Zoneamento e proposta nal para as vias urbanas de ligação entre os bairros e residenciais. f.67] Diagrama de estudo de propostas arquitetônicas comum e especíco.
2
[f.68] Topograa. [f.69] Diagrama de estudo de solução arquitetônica.
[f.70] Diagrama de estudo com blocos. [f.71] Diagrama de desenvolvimento da volumetria. Grácos autorais. [f.72] Articulação das circulações com os blocos denidos. [f.73] Maquete de estudo [f.74] Maquete de estudo [f.75] Maquete de estudo volume nal Ampliação da Zona de Proteção Ecológica Faixa Não Edicante APM - Parque Esportivo Área destinada a equipamentos comunitários Área destinada a escola de tempo integral
86
1. DIAGNÓSTICO DE ENTRONCAMENTOS VIÁRIOS Ind A partir das análises do entorno, nota-se uma ep en dê discrepância em relação ao encontro das vias nc ia que foram realizadas após a implantação do residencial Summerville com as vias que foram projetadas para abrigar esse parcelamento do solo. Essa diferença aliada com a falta de investimento do poder público impede que os bairros possam ser interligados por outras vias de ligação Entroncamento de via que auxiliariam a locomoção e a interação entre Nó viário Via de ligação os bairros e os equipamentos que cada um pode interrompida oferecer. Partindo desse pressuposto, foram pontuados dois locais que apresentam essas condições consideradas fundamentais para uma abordagem de solução urbana. O principal ponto é a Avenida Hélio Ferreira da Cunha, cuja ligação [f.64] com o Residencial Summerville já foi aprovada e nunca executada. 2. DIRETRIZ PARA NOVA ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA Av en Denido os encontros de inuência direta e as ida Ind áreas que explicitam a necessidade de possuir ep en uma ligação entre bairros, adota-se como dê nc medida o aproveitamento da ponte da via de ia ligação já existente e a proposta de redirecionar parte dessa estrutura viária para um ponto de Residencial encontro comum, demarcado por uma rotatória Flamboyant que liga a uma nova via que segregará a área da escola e dos equipamentos comunitários. O aspecto positivo que justica a implantação dessa rotatória é a redução da velocidade do tráfego de veículos nesse local, que devido o porte da via e a característica de circundar todo o Rua Delta residencial, se torna uma rua de uxo rápido, prejudicando a tipologia de projeto a ser desenvolvido na área limítrofe da via. Residencial A proposta ainda inclui retomar a ligação Summerville aprovada entre o Residencial Flamboyant e o [f.65] Residencial Summerville alterando a forma de encontro entre a Avenida Hélio F. Cunha com a Rua Delta, evitando conceber entroncamentos. 3. REORDENAÇÃO DO ZONEAMENTO Com a nova estruturação viária e a necessidaAv en ida de de segregar a área da escola de tempo Ind integral e a antiga sede do CRAS - Centro de ep en dê Referência e Assistência Social, propôs a construnc ia ção de uma via possibilitada pela articulação com a rotatória, surgindo novas áreas e destinações, entre elas o remodelamento da área do parque esportivo, a ampliação da Zona de Proteção ecológica, e a nova área destinada a equipamentos comunitários que articulam módulos e atendem a forte demanda regional. Av
ha
1
Av en ida H
Conceito Urbano e Arquitetônico
DIAGRAMAS
LEGENDAS: [f.64] Mapa de identicação das fragilidades do entorno.
3
“(...) há uma nova valoração. Novas e velhas formas convivem com novos e velhos usos, mas num certo descompasso entre a rigidez das formas e o uso cambiante, os uxos são cada vez mais dinâmicos e dinamizadores, e, às vezes, há o contrário, ou seja, uma [f.66] ausência de uxos”. (WHITACKER, 2003, p.139) Thaynara Maria Bento de Castro
7
4
O ESPECÍFICO
O COMUM [f.67] Constantemente, no cenário arquitetônico de grande parte das cidades brasileiras, encontra-se escolas ‘projetadas’ ou que são feitas sem qualquer formação apenas para suprir a demanda crescente dos bairros. A arquitetura desses espaços não correspondem a expectativa de conceber locais que sejam realmente funcionais. Partindo desse princípio de conceber ambientes funcionais que expressem na arquitetura uma linguagem contemporânea , o princípio da volumetria se expressa na desarticulação do que é o comum (blocos enleirados e conectados por uma circulação central ou lateral).
[f.70] A partir da concepção dos eixos, quatro blocos foram dispostos no sentido pré estabelecido e em níveis diferentes adequando os volumes ao sítio inserido. Essa primeira situação gera uma contradição, visto que as escolas comuns utilizam os blocos como metodologia. A nalidade dessa concepção é demonstrar o rompimento com a questão das las, incorporando uma nova maneira de disposição dos blocos que conformam o terreno.
8
5
[f.68]
[f.71]
A declividade do terreno de 9 metros impõe limites e gera uma incerteza do que e como se projetar de maneira a aproveitar as condições naturais oferecidas pelo lugar.
6
A mudança de composição formal foi delineada pela altura diferente que cada bloco possuirá denida pela quantidade de pavimentos e pelos usos. Visando adequar a topograa, o primeiro bloco foi implantado no nível do subsolo em relação aos outros blocos, se tornando terraço no nível da praça demarcando o acesso principal da escola.
9
[f.69] Adotando a idéia de recriar o comum e cumprir o desao de vencer o desnível do terreno, foram estabelecidos eixos em zigue zaque que acompanham o terreno em um movimento de subir rompendo com as formulações estéticas do comum e ao mesmo tempo criando espaços de convívio.
Pátio
Circulação vertical
Área destinada a equipamentos comunitários
[f.73]
[f.72] A conexão entre os blocos que permitem a circulação de pessoas entre eles é articulada através de elementos que comportam as baterias de circulação vertical. A partir delas é possível acessar as áreas externas com maior facilidade, tornando o elemento externo importante para atividades diárias de período prolongado. Esses elementos favorecem a volumetria descartando os blocos isolados e incorporando um volume único a partir da releitura do comum. Pátio
Nova via urbana proposta
[f.74] Blocos especícos Praça
Entre Níveis - Centro Educacional Integral
Pátio
[f.75] Blocos especícos
Praça
Blocos especícos Praça
87
O PROCESSO
P
[f.76]
[f.77]
[f.81] [f.82]
[f.86]
88
Pátio recreação
Pátio descanso
[f.79][f.80]
[f.84][f.85]
[f.89]
89
Circulação horizontal e vertical
ACESSOS
LEGENDAS: [f.90] Diagrama de circulação em corte. [f.91] Diagramas de circulação em corte. [f.92] Diagramas de circulação em corte. [f.93] Fotograa da maquete física.
A escolha dos acessos ao edifício foi determinada pelas tipologias diferentes necessitando acontecer de forma segregada. O acesso principal é delimitado pela via de menor importância e uxo direcionado para as áreas residenciais e do conjunto habitacional que são prioridade na concepção do projeto, com objetivo de incentivar o tráfego de pedestres. O setor de serviço carece de maior facilidade para acesso, tanto para descarga de materiais como para os funcionários da limpeza e cozinha sendo que a proposta está voltada para a Rua Apiaí justicada pela disposição do programa próximo das áreas de lazer promovendo uma restrição em relação aos outros ambientes escolares. Conforme o objetivo de se projetar uma escola que atenda a comunidade, uma outra tipologia de acesso foi criada pois o acesso acontecendo em apenas em locais diferentes facilitam o controle da movimentação dos usuários, não interferindo diretamente no processo pedagógico escolar. A circulação é um elemento importante no âmbito conceitual pois interpreta a conexão entre os blocos que
serão implantados em níveis diferentes. Partindo da situação volumétrica proposta e do estudo da topograa do local, adotou-se como estratégia a implementação de duas baterias de circulação que conecta os volumes, além de dar acesso aos pavimentos superiores reduzindo parcialmente a circulação linear. A tipologia educacional do edifício permite um estudo dos tipos de circulação que poderá ser empregada, já que o principal usuário são crianças e possui a necessidade do edifício ter acessibilidade. Inicialmente, a proposta conta com circulação não mecânica composta por uma rampa externa e escadas que atendam efetivamente a legislação em relação ao corpo de bombeiros e a acessibilidade dos decientes físicos. O acesso ao bloco que será implantado no subsolo e que abrigará o programa da biblioteca, acontece por uma pequena rampa no interior do edifício facilitando o controle de acesso da comunidade, que também são usuários que frequentarão esse espaço, sem descartar a concentração de equipamentos comunitários próximos do acesso da escola.
Acesso principal
90
Acesso serviço
Thaynara Maria Bento de Castro
o
[f.90] Circulações verticais
Circulações Horizontais
Circulações verticais
Circulações Horizontais
Circulações verticais
Circulações Horizontais
[f.91]
[f.92]
Acesso comunidade
[f.93] Entre Níveis - Centro Educacional Integral
91
IMPLANTAÇÃO
O estudo da implantação do edifício ocorre de forma bem evidente e conforme as condições naturais que o local expõe. Com topograa acentuada e a restrição do projeto de caráter peculiar pois os usuário são crianças de primeira e segunda fase do ensino fundamental, os blocos foram implantados em três níveis com diferenças entre eles de 3 metros. Partindo do desao de se propor maiores espaços de convívio com nalidade de educação integral, essa diferença de nível foi amenizada com a concepção de espaços amplos e que viriam abrigar o anteatro e o playground conformando a topograa e vencendo os desníveis. O acesso principal ocorre por um terraço, criado pelo
92
redirecionamento do primeiro bloco para o subsolo e que abrigará a biblioteca, evidenciando a integração entre praça e acesso do edifício intensicando o caráter contemplativo. O Hall de acesso se torna um elemento principal para que aconteça o funcionamento para a comunidade sem atrapalhar o setor pedagógico. O estacionamento foi locado na parte superior do terreno e próximo ao acesso da comunidade intensicando o uso nos nais de semana. O objetivo principal é criar fachadas em diferentes posições em relação ao sol, possibilitando trabalhar na volumetria elementos que promovam a proteção solar e ao mesmo tempo permitam ao observador e usuário um jogo de percepção de cores.
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
93
PLANTAS 94
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
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PLANTAS 96
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
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98
CORTES
99
CORTE CORTES DE PELE 100
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
101
ESTRUTURA CORTES 102
[f.94]
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
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PAISAGISMO CORTES 104
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
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DETALHES CORTES CONSTRUTIVOS 106
Thaynara Maria Bento de Castro
Entre NĂveis - Centro Educacional Integral
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Thaynara Maria Bento de Castro
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