CENTRO CERVEJEIRO l Thiago Ribeiro Gomes l UniEVANGÉLICA

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Cultural Centro Cervejeiro


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Cadernos de TC 2018-1 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq.. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Manoel Balbino Carvalho Neto, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Detalhamento de Maquete Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e Crítica Maíra Teixeira Pereira, Dr. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq Rodrigo Santana Alves, M. arq. Expressão Gráca Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754


Apresentação Este volume faz parte da quinta coleção da revista Cadernos de TC. Uma experiência recente que traz, neste semestre 2018/1, uma versão mais amadurecida dos experimentos nos Ateliês de Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (I, II e III) e demais disciplinas, que acontecem nos últimos três semestres do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA). Neste volume, como uma síntese que é, encontram-se experiências pedagógicas que ocorrem, no mínimo, em duas instâncias, sendo a primeira, aquela que faz parte da própria estrutura dos Ateliês, objetivando estabelecer uma metodologia clara de projetação, tanto nas mais variadas escalas do urbano, quanto do edifício; e a segunda, que visa estabelecer uma interdisciplinaridade clara com disciplinas que ocorrem ao longo dos três semestres. Os procedimentos metodológicos procuraram evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão do ato de projetar. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo,

quanto ao produto nal. A preocupação com a cidade ou rede de cidades, em primeiro plano, reorientou as estratégias projetuais. Tal postura parte de uma compreensão de que a apreensão das escalas e sua problematização constante estabelece o projeto de arquitetura e urbanismo como uma manifestação concreta da crítica às realidades encontradas. Já a segunda instância, diz respeito à interdisciplinaridade do Ateliê Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo com as disciplinas que contribuíram para que estes resultados fossem alcançados. Como este Ateliê faz parte do tronco estruturante do curso de projeto, a equipe do Ateliê orientou toda a articulação e relações com outras quatro disciplinas que deram suporte às discussões: Seminários de Teoria e Crítica, Seminários de Tecnologia, Expressão Gráca e Detalhamento de Maquete. Por m e além do mais, como síntese, este volume representa um trabalho conjunto de todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, que contribuíram ao longo da formação destes alunos, aqui apresentados em seus projetos de TC. Esta revista, que também é uma maneira de representação e apresentação contemporânea de projetos, intitulada Cadernos de TC, visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto e dos alunos que serão por vocês avaliados. Ana Amélia de Paula Moura Daniel da Silva Andrade Manoel Balbino Carvalho Neto Rodrigo Santana Alves



Centro Cervejeiro O objetivo desse trabalho é desenvolver um projeto de arquitetura, um espaço multi funcional, que atenda a todas as necessidades dos amantes da cultura cervejeira, sendo assim um centro de ensino, pesquisa, produção e consumo de cerveja artesanal na cidade de Anápolis, Goiás. O segmento das Cervejas Artesanais ou o chamado ‘‘Renascimento Cervejeiro’’ encontra-se em expansão no Brasil, tanto produtores como também consumidores e outras pessoas ligadas às cervejas artesanais estão promovendo um movimento em prol da disseminação da cultura cervejeira, cujo objetivo maior é ressignicar a bebida no Brasil, valorizandoa e celebrando-a em seus múltiplos aspectos (histórico, cultural, nutritivo, entre outros).

Thiago Ribeiro Gomes Orientador: Daniel da Silva Andrade email: thiagorgomes032@gmail.com 05


[f.1] Estilos de cerveja. fonte: google.

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‘‘Beerevangelismo é um termo bastante usado para descrever a ação de abrir as portas da percepção de alguém que ainda não descobriu o vasto mundo das boas cervejas. Algo como apresentar a ‘‘pílula vermelha’’ aos incautos que ainda estão inseridos na Matrix cervejeira das loiras estupidamente geladas sem gosto e sem aroma. [...] D e v i d a m e n t e ‘‘beerevangelizados’’, é difícil voltar ao mundo de fantasia onde as ‘‘boas’’ e ‘‘números um’’ são sinônimos de cerveja. O principal é não insistir. Nem todos irão querer seguir o caminho. Seja paciente, tolerante e, principalmente, humilde. Beerevangelizar é mostrar o caminho da boa cerveja, não importa seu gosto pessoal’’ (PONZI, 2013).

Beerevangelismo Centro Cervejeiro

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[f.2] IndĂ­genas produzindo cauim. fonte: google. [f.3] Cervejeiros do Sul do paĂ­s (Porto Alegre). fonte: google. [f.4] Barris de cerveja Brahma. fonte: google.

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cerveja brasilis Pode-se afirmar que a primeira bebida fermentada a partir de um cereal que foi produzida no território brasileiro foi o cauim. Este era feito (e permanece sendo elaborado em algumas reservas da América do Sul) pelos indígenas através da fermentação da mandioca ou do milho, os quais eram mastigados pelas mulheres e depois cuspido. No entanto, a cerveja propriamente dita foi trazida ao Brasil pioneiramente pelos holandeses, durante o período da ocupação de Pernambuco (1634-1654). Segundo Beltramelli (2012), Maurício de Nassau teria vindo ao Brasil com um cervejeiro de nome Dirck Dicx, bem como uma planta de uma cervejaria, que chegou a ser consolidada em 1640 numa residência em Recife. Quando os holandeses foram expulsos (ou se retiraram), a produção cervejeira caiu no esquecimento, em parte pela cultura vinícola portuguesa, mas também pelo consumo consolidado de cachaça por parte dos habitantes da colônia. Dessa forma, a cerveja praticamente desapareceu do território por mais de um século e meio. Apesar da existência do pacto colonial, que proibia a chegada de naus estrangeiras aos portos brasileiros, a pouca cerveja que chegava ao Brasil vinha ilegalmente, até a chegada da família real portuguesa, em 1808 (Santos, 2004). Segundo Ronaldo Morado (2009), após a chegada da Corte ao Brasil e da consequente abertura dos portos às nações amigas, a Inglaterra, país que exercia uma forte influência sobre

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Portugal e beneficiária de acordos econômicos com o mesmo, iria exportar diversos produtos para o Brasil, inclusive a cerveja, dominando consequentemente o mercado brasileiro até os anos 1870. Ademais, também podemos mapear o surgimento de outras pequenas cervejarias no país entre os anos 1830 e 1850. Tais cervejarias comprovam a existência de uma produção paralela à inglesa no território Sudeste e no Sul do país, realizada por imigrantes que utilizavam tanto a mão de obra livre assalariada como a escrava, e destinada aos comércios locais. Segundo Santos (2004), entre os anos de 1885 e 1889, o valor da cerveja inglesa enviada ao Brasil caiu para 90 libras em decorrência da cerveja já produzida aqui, que embora fosse de pior qualidade, passou a ser preferida por ser oferecida em um preço mais módico. O cenário cervejeiro brasileiro começou a mudar a partir do ano de 1888, quando surgiu a Companhia Antarctica Paulista e a Manufactura de Cerveja Brahma Villiger e Companhia, as duas principais indústrias do país. Em 1999, ocorre a fusão entre as colossais Brahma e Antarctica, formando a AmBev. Não obstante, novos acordos internacionais aconteceram envolvendo a empresa acima citada, o que acaba por torná-la parte do maior conglomerado cervejeiro do mundo na atualidade, a Anheuser-Busch Inbev.

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cultura cervejeira A partir da década de 1990, mas principalmente após a virada do século, ocorreu um fenômeno no Brasil intimamente ligado a um “renascimento cervejeiro” observado nos Estados Unidos e em partes da Europa e que vem alterando o mercado da cerveja nacional, e, juntamente, a própria percepção que as pessoas têm sobre a bebida: o surgimento e rápido crescimento da produção e do consumo de cervejas artesanais. Tanto produtores como também consumidores e outras pessoas ligadas às cervejas artesanais estão promovendo um movimento em prol da disseminação da chamada “cultura cervejeira”, cujo objetivo maior é ressignificar a bebida no Brasil, valorizando-a e celebrando-a em seus múltiplos aspectos (histórico, cultural, nutritivo, entre outros), e estabelecendo uma diferenciação entre o produto artesanal e o produto industrializado massificado. Trata-se de um novo consumidor, mais minucioso, crítico e interessado em processos de fabricação; que mergulha a fundo no universo das cervejas como pesquisador de sabores e sensações. Diversos cervejeiros artesãos dedicamse a criar novos sabores e aromas para a bebida com o intuito tanto de ocupar um nicho esquecido pelas grandes indústrias, quanto de estimular uma reflexão sobre hábitos de consumo que valorizem menos a quantidade e mais a qualidade, valorizando a sensorialidade e a busca pelo prazer da degustação e da harmonização com a

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gastronomia. A gastronomia tem papel importante no consumo de cerveja artesanal, pois ela geralmente acompanha as degustações harmonizando pratos e de fato, proporcionando ao consumidor uma verdadeira experiência gastronômica, assim como o vinho. Conforme o site Cervejas do Mundo, ‘‘[...] tal como o vinho, a cerveja proporciona uma excelente combinação com certos ingredientes e receitas culinárias. Aliás, pode-se mesmo acrescentar que oferece determinadas características que não estão presentes na maior parte dos vinhos, como sejam a carbonatação ou a existência de sabores e aromas torrados e caramelizados, elementos que acompanham com perfeição certos pratos.’’ De acordo com Ferreira (2010), Matos (2011) e Ramos (2011) o segmento das cervejarias artesanais encontra-se em expansão no Brasil, sobretudo no ramo da economia familiar, ou seja, no ramo das pequenas atividades econômicas. De modo geral, as microcervejarias tendem a atender uma determinada região e a empregar familiares na produção.

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[f.5][f.6][f.7] Estilos de cerveja. fonte: google. [f.6]

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beba menos, beba melhor Um aspecto fundamental do discurso ligado à disseminação da “cultura cervejeira” é a tentativa de transformar uma bebida percebida no Brasil geralmente como um mero inebriante e “lubrificante social” massificado em um alimento complexo e completo em termos nutritivos. Garrett Oliver (2013), mestre cervejeiro da estadunidense Brooklyn Brewery e uma grande referência para os brasileiros “cultos em cerveja”, nos dá a entender aspectos fundamentais do “espírito” que anima os sujeitos ligados ao movimento em questão: ‘‘O que estamos fazendo é levar a cerveja de volta à condição de alimento, para que as pessoas parem de beber em quantidade. Quem bebe cerveja de qualidade passa a beber menos, porque está bebendo melhor. O mesmo acontece com a comida. Quem se alimenta de fast food ou junk food precisa comer bastante para conseguir algum prazer, porque o sabor em si não satisfaz. Você não pega um bom vinho e sai bebendo direto. Primeiro você movimenta o copo em círculos, depois cheira. Você quer desfrutá-lo por algum tempo. São cervejas assim que queremos fazer, cervejas que as pessoas apreciem com calma. Cerveja é alimento. O nosso pão está virando esponja, nosso queijo parece plástico e nossa cerveja

está virando água, uma água amarela com gás e álcool (...). Mas isso não é o que estamos fazendo. Nós estamos cozinhando. Nós temos sabores em mente e queremos colocá-los na cerveja. Essa é uma coisa importantíssima, levar novamente a cerveja à condição de alimento. É isso que realmente significa cerveja artesanal.’’ (OLIVER, 2013, p.23). Tal apelo ao hábito saudável está evidentemente relacionado ao movimento Slow Beer, cujo lema é “beba menos, beba melhor”. Em consonância com as ideias de Oliver, Diego Baptista (2013), cervejeiro da microcervejaria ribeirão pretana Colorado, uma das pioneiras no Brasil, também nos dá mostras de como a produção artesanal é percebida pelos sujeitos inseridos no movimento: ‘‘Como uma luz no fim do túnel, a salvadora da pátria, a única que vale a pena, que resgata as tradições cervejeiras mais antigas sem perder a chance de inovar e modernizar de maneira construtiva (experimentando com variedades de malte, lúpulo e com ingredientes exóticos de origem animal e vegetal), e que mantém acesa a chama da bebida. Se dependêssemos apenas das gigantes indústrias cervejeiras multinacionais estaríamos hoje bebendo suco alcoólico e

[f.8] Estilos de cerveja. fonte: google.

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gaseificado de milho e arroz (e sabe-se lá o quê mais entulham na nossa bebida) e chamando de cerveja.’’ (BAPTISTA, 2013). Além de demonstrar um grande apreço à história da bebida, Baptista ressalta a criatividade dos atuais cervejeiros caseiros, que fazem com que a bebida sofra contínuas transformações e inovações positivas, e também lança um ataque às grandes empresas do setor. A cerveja artesanal é aqui vista como o produto do resgate de práticas e representações (como receitas, contos e tradições) que de certa forma foram interrompidas quando a cerveja tornou-se massificada e o seu sabor colocado em segundo plano. Com isso, a produção artesanal de cerveja é encarada pelo cervejeiro como um ato político de resistência a um estado geral de coisas. A cerveja industrial é a cerveja que costumamos ver nos supermecados e distribuidoras em maior quantidade. Os insumos utilizados em suas produções levam arroz e milho, além de aditivos químicos como conservantes, corantes e estabilizantes, ela é feita com o intuito de atingir a maior quantia possível de consumidores por um preço mais atrativo. Já as cervejas artesanais possuem uma produção independente, onde

pouquíssimas estão ligadas a um membro da indústria de bebidas, sendo geralmente produzidas literalmente a mão. O teor alcoólico destas cervejas são totalmente ou possuem boa parte derivada de sua fermentação de ingredientes tradicionais, como a cevada, o centeio, o trigo ou aveia, podendo também vir de ingredientes especiais como frutas, ervas e especiarias. As cervejas artesanais são diferenciadas não só no processo de produção, até mesmo a garrafa, o rótulo, são detalhes importantes que trazem a personalidade, a essência que cada cervejaria traz consigo.

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situação do mercado no brasil A alemã Bath-Hass Group, empresa de produtos e serviços relacionados ao lúpulo (um dos principais ingredientes da cerveja), realizou uma pesquisa onde aponta quais são os maiores produtores de cerveja do mundo. Segundo essa pesquisa o Brasil ocupa a terceira posição, estando atrás apenas da China e do Estados Unidos, respectivamente. Apesar da queda do consumo de cerveja no Brasil nos últimos 3 anos, o número de fabricantes, marcas e rótulos de cervejas artesanais se multiplicou. Segundo dados da Euromonitor e da Nielsen, empresas que monitoram o mercado de bebidas, as vendas totais de cerveja caíram 1,7% em 2017, enquanto o faturamento cresceu 1,6%, impulsionado pelo crescimento de 13% das vendas de cervejas artesanais. Estima-se que atualmente a produção artesanal responda por 1% do volume total e por cerca de 2,5% da receita de vendas no país. Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apontam um crescimento de 91% no número de cervejarias registradas no Brasil nos últimos 3 anos, saltando de 356 em 2014 para 679 cervejarias em 2017. Já o número de cervejas registradas chegou a 8.903 em 2017, oque corresponde a uma média de 13 rótulos para cada marca. Mais de 80% das cervejarias estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, mas já há estabelecimentos espalhados em todos os estados do país, com exceção do Acre e Amazonas.

80% nas regiões Sul e Sudeste

150 140 130 [f.9]

120 110 100 90 80 70 60 50 40 30

[f.9] Mapa do Brasil com estados com maior numero de cervejarias em destaque. fonte: Instituto da Cerveja. [t.1] Tabela com a quantidade de cervejarias em cada estado. fonte: Instituto da Cerveja.

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situação do mercado em goiás A primeira cerveja artesanal de produção goiana foi lançada em fevereiro de 2014, a Colombina da Cervejaria Goyaz, localizada em Goiânia. A marca estreou com três rótulos, sendo que um deles em apenas um mês de mercado ganhou bronze no Festival Brasileiro de Cervejas, em Blumenau, considerado o terceiro maior do mundo, hoje já são 15 rótulos lançados. Segundo a diretora geral da Cervejaria Goyaz, Patrícia Mercês, a empresa que atua principalmente em Goiás e Brasília e que recentemente, alcançou o Triângulo Mineiro, pretende chegar aos mercados de São Paulo e do Rio de Janeiro até o fim de 2018. Para isso, a fábrica programa expandir a produção em 35% chegando a 54 mil litros por mês. Em 2013 foi criada a Acerva Goiana, Associação dos Cervejeiros Artesanais de Goiás, é uma entidade criada com o intuito de fomentar o desenvolvimento da cultura cervejeira, sobretudo da cerveja caseira. A Acerva atualmente conta com um total de 80 sócios inscritos, cervejeiros caseiros que podem realizar cursos básicos, intermediários e avançados sobre cerveja, podendo também participar de brassagens (fabricação de cerveja) coletivas e de eventos nacionais onde só podem ir associados de Acervas. Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) registram um crescimento de incríveis 2.000% no número de cervejarias registradas em Goiás nos últimos 3 anos, de 1 cervejaria em 2014 para 21 cervejarias em 2017. Neste período outras empresas e eventos contribuíram para a propagação da cultura cervejeira no estado, como a Brauhaus, primeira escola de cerveja do centro-oeste, localizada em Goiânia, que foi inaugurada no ano de 2016 e o maior festival de cerveja artesanal do centro-oeste, o Piribier, realizado em Pirenópolis e em Goiânia.

Goiás é o 7º maior produtor de cerveja do país

150 140 130 [f.10]

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[f.10] Mapa do Brasil com o estado de Goiás em destaque. fonte: Instituto da Cerveja.

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[t.2] Tabela com a quantidade de cervejarias em Goiás. fonte: Instituto da Cerveja.

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Afinal, oque é um centro cervejeiro ?

[f.11] We Brew Shop, Loja de insumos em Porto Alegre - RS. fonte: google. [f.12] Brauhaus - Escola da Cerveja em Goiânia GO. fonte: google. [f.13] Escola Superior de Cerveja e Malte em Blumenau - SC. fonte: google. [f.14] Centro Cervejeiro em Belo Horizonte - MG. fonte: google. [f.15] Brauhaus - Escola da Cerveja em Goiânia GO. fonte: google.

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No dia 7 de dezembro de 2016 em Belo Horizonte, Minas Gerais, os empreendimentos: Lamas Brew Shop (que já contava com uma pequena loja para cervejeiros caseiros) e a Confraria do Malte (empório de cervejas artesanais) uniram-se criando o Centro Cervejeiro. A proposta é ter um espaço multi funcional que atenda a todas as necessidades dos amantes da cultura cervejeira. Contendo assim: Uma Loja de Insumos onde os cervejeiros caseiros tem a oportunidade de comprar as matérias-primas e os equipamentos necessários para a produção de cerveja; sala de Produção, com todos os equipamentos comuns utilizados na produção caseira, ambiente específico para os cervejeiros caseiros, disponível para atender aqueles que não tem os equipamentos ou o espaço necessário para a produção em casa;

cursos básicos, intermediários e avançados, voltados á capacitação do profissional e dos amantes das cervejas, preparados para produzir ensino e pesquisa de qualidade. A receita para isso passa pela estrutura física, cujos ingredientes são salas de aula e laboratórios equipados com tecnologias próprias para o ensino cervejeiro; laboratório de Cerveja para uma variedade e qualidade das cervejas produzidas no local, servindo também como laboratório de pesquisa para que a cerveja artesanal não perca uma de suas mais importantes características, a inovação; lazer, que segundo Dumazedier (2004) é um conjunto de ocupações ás quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

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cultura cervejeira anapolina Anápolis, terceiro maior município em população do estado de Goiás, segundo maior em arrecadação de impostos e a segunda maior cidade do estado encontrase em constante crescimento no cenário cervejeiro goiano. O segmento cervejeiro ganhou notoriedade através dos inúmeros bares e restaurantes que começaram a oferecer cervejas artesanais em seu cardápio sob a influência de eventos que propagam a cultura, como o ‘‘Piribier’’, maior festival de cervejas artesanais do Centro-Oeste que é realizado em Pirenópolis, município que faz divisa com Anápolis, mais precisamente a 63 quilômetros de distância. Em 2016 foi lançada a primeira cervejaria genuinamente anapolina, a ‘‘MJ - Cerveja Artesanal’’, no início, com apenas um rótulo, hoje, após dois anos, a cervejaria é encontrada em quatro rótulos de diferentes estilos de cerveja e no início de 2018 foi lançada a Segunda, a ‘‘Brauerhof Cervejaria Artesanal’’. Um diferencial do público cervejeiro anapolino é o localismo. Os habitantes se identificam de certa forma a sentir paixão e orgulho de ter cervejas

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feitas em sua cidade, que consequentemente levam a uma maior comercialização dos rótulos. Marcus Júnior, mestre cervejeiro e idealizador da ‘‘MJ - Cerveja Artesanal’’percorreu um caminho natural para a criação da cervejaria. O agora empresário e mestre cervejeiro estava no ramo da advocacia quando começou a produzir cerveja em casa, logo a cerveja caiu no gosto de seus amigos com uma aceitação tão boa que foi perceptível o potencial comercial que esta possuía. Marcus é integrante do ‘‘ANABEER’’, associação dos cervejeiros artesanais de Anápolis, que foi criada no ano de 2016 e tem como finalidades difundir e aprimorar o estudo das particularidades da cultura e sua produção artesanal; facilitar a aquisição de insumos nacionais ou importados, equipamentos relacionados à produção artesanal de cerveja, bem como literatura nacional ou estrangeira de suporte ou aprofundamento, para os seus associados. Promovendo encontros, palestras, cursos, concursos, degustações e harmonizações orientadas de diversos estilos e tipos de cervejas, inclusive as produzidas pelos membros da associação. O ANABEER conta hoje com um número de 33 associados, todos produtores de cerveja.

[f.16] Vikings Brew Pub Cervejas Artesanais em Anápolis - GO fonte: google. [f.17] Marcus Júnior, mestre cervejeiro da ‘‘MJ - Cerveja Artesanal’’ ministrando palestra. fonte: google. [f.18] Lançamento da ‘‘Brauerhof - Cervejaria Artesanal’’ no bar ‘‘Trivela - Beer and Burger’’ em Anápolis GO. fonte: google. [f.19] Hopsland Micropub em Anápolis GO. fonte: google. [f.20] Integrantes da associação ‘‘ANABEER’’ no festival ‘‘Piribier’’ em Pirenópolis - GO. fonte: google.

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Lugar Cidade Anápolis é um município brasileiro do estado de Goiás. Tem, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, 334.613 habitantes, sendo o terceiro maior em população do estado. Fica a 48 km de Goiânia e 139 km de Brasília. Junto com essas cidades, faz do eixo Goiânia - Anápolis Brasília, a região mais desenvolvida do Centro-Oeste. É uma cidade caracterizada como município industrial, pois além das 657 industrias pela cidade, ela também abriga o maior polo industrial do estado de Goiás (o distrito agroindustrial de Anápolis - D.A.I.A).

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100km 50

Anápolis Distrito Federal Goiânia Pirenópolis [f.21] Estado de Goiás com a localização do município de Anápolis, Pirenópolis, da capital Goiânia e do Distrito Federal. fonte: autoria própria

Bairro O terreno escolhido para a implantação do Centro Cervejeiro localiza-se na região sul do município de Anápolis, no bairo Setor Sul Jamil Miguel. É um bairro com o uso fortemente comercial, assim como os bairros vizinhos que são delimitados pela Avenida Brasil, principal via, que corta todo o município. Por ser delimitado pela Avenida Brasil, o bairro é de fácil acesso, tanto para os habitantes de Anápolis, quanto para os habitantes das cidades vizinhas. Localizado próximo ao D.A.IA, essa é uma região com grande numero de hotéis, devido ao fluxo de visitantes que o D.A.I.A oferece.

[f.22] Município de Anapólis. Relação entre o Setor Jamil Miguel com o Setor Central e o D.A.I.A. fonte: autoria própria

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St. Sul Jamil Miguel St. Central D.A.I.A Rodovia Federal Sist. Viário Básico

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1.500m

500 1.000

St. Sul Jamil Miguel Avenida Brasil Nossa Sra. D’Abadia 1. Parque das Primaveras 2. Res. Itatiaia 3. João Luiz de Oliveira 4. Conj. Raul Balduino 5.

[f.23] Relação do Bairro Setor Sul Jamil Miguel com os bairros do seu entorno. fonte: autoria própria.

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apresentação do terreno O Centro Cervejeiro será implantado em uma área de crescimento do bairro Setor Sul Jamil Miguel. É um terreno de esquina, oferecendo acesso através de três vias, mais especificamente a Avenida Brasil, Avenida Adibe Miguel e a Rua Jamil Miguel 11. O lote escolhido possui uma área de 2.321,26 m², um terreno particular que será comprado, pois atende as necessidades para a implantação do projeto. Grande parte do seu entorno encontra-se sem uso, onde se encontra os loteamentos, criando um contraste na paisagem de cheios e vazios (loteamento x edifício).

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[f.25]

Ocupação do Solo Em relação ao uso do solo da região, observa-se a predominância do uso comercial no entorno mais próximo do terreno escolhido. Essa predominância é ocasionada pela Avenida Brasil, pelo fato desta cortar todo o município, os edifícios que tem a Avenida Brasil como uma das formas de acesso acabam por ter um forte potencial para o comércio. O gabarito das edificações do entorno é predominante de dois pavimentos. Em relação a tipologia arquitetônica encontramos galpões comerciais que instigam a visão do usuário através dos materiais utilizados, vidro e estrutura metálica, além de residências com uma arquitetura espontânea, que é aquela descompromissada com estilos ou técnicas, vai se fazendo de acordo com oque vem na cabeça do construtor, que nunca trabalhou com construção ou decoração. Mobilidade e Ambiente natural A Avenida Brasil facilita a locomoção por todo o município, tornando a Área escolhida uma área de fácil acesso, um dos pontos mais positivos do terreno. É recomendável que edifícios comerciais e educativos localizem-se em áreas com o uso misto e de fácil acesso tanto por transporte coletivo, quanto por transporte individual. Dessa forma, o terreno indicado possui todos os fatores supracitados como parâmetros ideais. A região analisada possui pouca vegetação. Algumas árvores são encontradas, na Avenida Brasil e nas áreas dos loteamentos.

[f.24] Foto do terreno escolhido. foto: Thiago Gomes. [f.25] Foto do terreno escolhido. foto: Thiago Gomes.

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el 11 Migu Jamil ida A

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[f.26] Área escolhida Comercial Residencial Misto Arborização

[f.26] Mapa com o uso do solo e da vegetação existente. ilustração: autoria própria.

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topografia, insolação e ventos dominantes [f.27]

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Topografia A área escolhida tem um desnível de quatro metros; o nível mais alto que dá acesso ao terreno se encontra na divisa com a Avenida Brasil, sendo assim a avenida de melhor e mais fácil acesso. Insolação e Ventos Dominantes A fachada norte é a fachada que mais recebe insolação, tanto no Solstício de Verão quanto no Solstício de Inverno. No Solstício de Verão o sol nasce trinta minutos mais cedo do que no Solstício de Inverno e se põe também com trinta minutos de diferença. Para ser mais exato a incidência solar na fachada norte no Solstício de Inverno, segundo a Carta Solar de Anápolis, é das 6:30 da manhã as 17:30 da Tarde. Os ventos dominantes na cidade de Anápolis, são os Ventos Secos do Verão, com sentido Leste-Oeste.

[f.27] Foto da Avenida Brasil. foto: Thiago Gomes. [f.28] Foto da Avenida Adibe Miguel. foto: Thiago Gomes.

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60m

[f.29] Mapa com a topografia, insolação e ventos dominantes. ilustração: autoria própria.

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[f.30] Maquete fĂ­sica. Foto: Thiago Gomes.

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Programa O programa dividi-se em quatro usos, buscando abranger toda a cultura cervejeira. Devido a multifuncionalidade que o programa oferece o edifício contém três pavimentos, pensados para que o usuário tenha a melhor experiência em cada uso.

Lazer O lazer encontra-se no Pavimento Térreo, é a primeira forma de acesso ao edifício e só através dele é possível o acesso ao restante do programa. A circulação funciona em rede, conectando todos os ambientes de forma continua, buscando dar ao indivíduo o poder de entregar-se de livre vontade, para divertir-se, recrear-se ou entreter-se. Os ambientes estão divididos da seguinte maneira: Recepção - 189,92 m² Biergarten - 332,98 m² Exposição História da Cerveja - 196,79 m² Área de Convivência Brewpub - 274,00 m² Palco - 34,38 m²

[f.31] Copo específico para o consumo de cerveja do estilo Weissbier. ilustração: autoria própria.

Educacional O uso educacional encontra-se no Primeiro Pavimento com o objetivo de não sofrer impacto sonoro do Pavimento Térreo, preservando a busca pela excelência do ensino. O uso contribui para a formação de nano e microcervejeiros, com aulas teóricas e práticas de produção cervejeira, harmonização, palestras e eventos. Esperase que o aluno possa buscar uma fonte de renda com os cursos oferecidos, podendo entrar no mercado de trabalho com produtos artesanais e de qualidade, competindo com as grandes marcas e expondo o diferencial do sabor artesanal. Os ambientes estão divididos da seguinte maneira: Recepção - 30,98 m² Administração - 17,44 m² Sala Aula Teórica 01 - 43,50 m² Sala Aula Teórica 02 - 43,50 m² Sala Aula Pratica - 75,31 m² Apoios: Antecâmara - 3,00 m² Câmara Fria - 5,60 m² Deposito e Moagem - 8,84 m²

beer

[f.31]

[f.32]

[f.32] Galão utilizado pelos cervejeiros caseiros como fermentador de cerveja. ilustração: autoria própria.

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Comercial O uso comercial encontra-se no Pavimento Térreo, pelo entorno dos ambientes de Lazer. Busca-se atender tanto aos consumidores de cerveja artesanal com a venda no Brewpub (bar que produz sua própria cerveja) quanto aos cervejeiros caseiros com a venda de equipamentos e insumos necessários para produção. Uma das características da cerveja artesanal, assim como o vinho, é a harmonização, combinação da cerveja com pratos, que será feita no Gastropub, ambiente onde também se encontra a padaria, que tem o objetivo de utilizar os sólidos que restam na produção da cerveja para a produção de pães e outras possíveis receitas. Os ambientes estão divididos da seguinte maneira: Gastropub e Padaria - 59,86 m² Loja de Insumos - 27,00 m² Brewpub - 40,95 m² Apoios: Cozinha - 36,80 m² Depositos - 23,91 m² Deposito de Lixo - 13,30 m² Antecâmaras - 11,31 m² Câmaras Fria - 41,57 m² Vestiários - 30,55 m² Lavagem Utensílios - 17,95 m²

[f.33]

Apoio O estacionamento (1.208,12 m²) encontra-se no Subsolo com acesso exclusivo. Os banheiros (85,34 m²) encontram-se no Pavimento Térreo e no Primeiro Pavimento com acesso através de todos os ambientes. Industrial O uso industrial encontra-se em um bloco de dois pavimentos, separado do restante do programa para que não cause certo desconforto sonoro. A Micro Cervejaria terá sua produção voltada apenas para o consumo do Brewpub. Para uma variedade e qualidade das cervejas produzidas no local, haverá um Centro de Pesquisa Cervejeiro, como deve haver em toda fábrica de cerveja para garantir a qualidade do produto e sua constante inovação. Os ambientes estão divididos da seguinte maneira: Micro Cervejaria - 70,12 m² Centro de Pesquisa Cervejeiro - 57,27 m² Apoios: Moagem - 7,98 m² Deposito - 7,98 m² Vestiários - 11,40 m² Antecâmara - 3,65 m² Câmara Fria - 16,56 m²

[f.34]

[f.33] Barril de Chopp. ilustração: autoria própria. [f.34] Equipamentos industriais para a produção de cerveja. ilustração: autoria própria.

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o edifício cervejeiro

A primeira iniciativa projetual foi a alteração da topograa, para que o estacionamento funcionasse em um nível diferente do restante do programa do edifício.

Apenas uma área de convivência; Rasgo na fachada como forma de acesso.

A primeira proposta era composta por uma área de convivência no térreo, com o restante do programa funcionando no seu entorno. Como o edifício é de uso fortemente comercial, optou-se por projetar um volume que chamasse a atenção, para que a arquitetura sirva, de uma certa forma, como um convite para os indivíduos que não conhecem o programa do edifício, buscando assim mais informações, levando a um futuro acesso.

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Uma das características da cerveja artesanal é a harmonização, cada estilo de cerveja harmoniza bem com determinado tipo de comida. A partir disso optou-se por ter duas áreas de convivência, uma mais voltada para a parte gastronômica e a outra exclusivamente para a cerveja.

A área de convivência destinada exclusivamente para a cerveja necessitava estar preparada para receber shows e atividades do tipo. Uma cobertura foi projetada seguindo a idéia de todo o volume.

A inclinação usada nos rasgos feitos na fachada para servir de acesso e circulação de uma área de convivência para outra, foi usada nas platibandas, inclinando também as paredes até chegar em um volume consideravelmente agradável.

Centro Cervejeiro

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circulação

A circulação vertical é feita através de escadas e de um elevador que liga o Subsolo, onde se encontra o estacionamento, ao Primeiro Pavimento.

Escadas Elevador

Passarelas fazem a ligação entre os blocos no Primeiro Pavimento, buscando dar ao usuário o melhor ponto de vista possível do que esta acontecendo nas áreas de convivência.

A circulação no Pavimento Térreo tem como intenção estimular o usuário a descobrir e percorrer os espaços do edifício, tendo como forma de transição de um espaço de convivência para o outro a Exposição História da Cerveja.

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estrutura

A estrutura é composta por Lajes nervuradas e pilares de concreto com vãos entre seis e oito metros.

Por não haver abertura em algumas paredes do edifício, foi possível que estas sejam paredes estruturais, aumentando assim a dimensão dos vãos entre os pilares.

A estrutura é composta então por: Lajes nervuradas, pilares de concreto e paredes de concreto armado.

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[f.35][f.36] Maquete fĂ­sica. Foto: Thiago Gomes.

[f.35]

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[f.36]

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[f.37]

[f.37] Área de Convivência Brewpub; Maquete Eletrônica. Imagem: Thiago Gomes. [f.38] Gastropub e Padaria; Maquete Eletrônica. Imagem: Thiago Gomes.

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[f.38]

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planta de implantação

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Ave

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1. Recepção - 189,92 m² 2. Biergarten - 332,98 m² 3. Exposição História da Cerveja - 196,79 m² 4. Área de Convivência Brewpub - 274,00 m² 5. Palco - 34,38 m² 6. Gastropub e Padaria - 59,86 m² 7. Loja de Insumos - 27,00 m² 8. Brewpub - 40,95 m² 9. Deposito - 10,00 m² 10. BH Funcionários 01 - 3,00 m² 11. BH Funcionários 02 - 2,77 m² 12. Câmara Fria 01 - 5,60 m² 13. Micro Cervejaria - 70,12 m² 14. Moagem - 7,98 m² 15. Deposito - 7,98 m² 16. BH Masculino 01 - 3,00 m² 17. BH Feminino 01 - 4,50 m² 18. BH Feminino 02 - 15,68 m² 19. PNE 01 - 3,00 m² 20. BH Masculino 02 - 15,81 m² 21. Elevador - 3,43 m²

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planta Primeiro Pavimento

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1. Recepção - 30,98 m² 2. Administração - 17,44 m² 3. Sala Aula Teórica 01 - 43,50 m² 4. Sala Aula Teórica 02 - 43,50 m² 5. Sala Aula Pratica - 75,31 m² 6. Centro de Pesquisa Cervejeiro - 57,27 m² 7. Câmara Fria 02 - 5,60 m² 8. Antecâmara 01 - 3,00 m² 9. Deposito e Moagem - 8,84 m² 10. BH Funcionários 03 - 3,00 m² 11. BH Feminino 03 - 15,68 m² 12. BH Masculino 03 - 15,81 m² 13. PNE 02 - 3,09 m² 14. Elevador - 3,43 m² 1,87

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[f.39]

[f.39] Recepção; Maquete Eletrônica. Imagem: Thiago Gomes. [f.40] Passarela Primeiro Pavimento; Maquete Eletrônica. Imagem: Thiago Gomes

[f.40]

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planta Subsolo 17 18 19 21

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1. Cozinha - 36,80 m². 2. Deposito de Lixo - 13,30 m² 3. Lavagem Utensílios - 7,01 m² 4. Deposito - 8,23 m² 5. Vestiário Masculino 01 - 7,48 m² 6. Vestiário Feminino 01 - 7,48 m² 7. Antecâmara 02 - 1,51 m² 8. Câmara Fria 03 - 3,86 m² 9. Câmara Fria 04 - 5,66 m² 10. Caçamba de Lixo - 11,75 m² 11. Vestiário Feminino 02 - 5,70 m² 12. Vestiário Masculino 02 - 5,70 m² 13. Antecâmara 03 - 3,65 m² 14. Câmara Fria 05 - 5,10 m² 15. Câmara Fria 06 - 4,89 m² 16. Câmara Fria 07 - 6,57 m² 17. Antecâmara 04 - 9,60 m² 18. Câmara Fria 08 - 5,27 m² 19. Câmara Fria 09 - 5,12 m² 20. Câmara Fria 10 - 5,12 m² 21. Câmara Fria 11 - 10,94 m² 22. Vestiário Feminino 03 - 7,91 m² 23. Vestiário Masculino 03 - 7,68 m² 24. Deposito - 7,68 m² 25. Lavagem Utensílios - 10,94 m² 26. Elevador - 3,43 m² 27. Estacionamento - 1.208,12 m²

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planta de cobertura

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A opção de criar um corredor no Primeiro Pavimento onde seu percurso possibilite a visão de tudo oque está acontecendo nas áreas de convivência fez com que alguns ambientes cassem sem a iluminação e ventilação natural, necessitando assim de iluminação zenital (lanternins). Com a área existente na cobertura, optou-se pela instalação de Painéis Fotovoltaicos do tipo Policristalino, visando uma eciência energética sustentável. O Reservatório de Água, com trinta mil litros de capacidade, foi posicionado em um local onde não é possível que este seja visto pelos usuários do edifício, mantendo o bom posicionamento em relação aos ambientes que necessitam fazer o uso da água. 1. Lanternim 2. Painel Fotovoltaico Policristalino 3. Reservatório de Água

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[f.41]

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[f.42]

[f.43]

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[f.41][f.42][f.43] Maquete fĂ­sica. Foto: Thiago Gomes.

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1

2

3

[f.44]

Paisagismo O paisagismo foi projetado de acordo com o edifício, buscando a maior integração com a forma do seu volume, através de linhas inclinadas, com níveis de patamares diferentes, utilizando-se de materiais rústicos que remetem ao tema proposto.

4

5 6

7 8 [f.44] [f.45] Maquete física. Foto: Thiago Gomes.

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[f.45]

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[f.46]

[f.47]

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[f.49]

1 - resedá

2 - Jatobá

3 - Jardim Vertical

4 - Magnólia

Nome Cientíco: Lagerstroemia indica Altura: 3.6 a 4.7 metros, 4.7 a 6.0 metros Perfeita para as calçadas, o Resedá é uma árvore ornamental que não possui raízes agressivas, além de ter um belo orescimento. Suas folhas são elípticas, com bordas onduladas.

Nome Cientíco: Hymenaea spp. Características sensoriais: cerne e alburno distintos pela cor, cerne variando do castanho-amarelado ao castanhoavermelhado, alburno branco-amarelado; dura ao corte; grã regular a irregular; textura média; superfície pouco lustrosa.

Também conhecido como parede verde, o jardim vertical é uma intervenção paisagística em paredes externas ou internas dos edifícios, gera benefícios ao local amenizando a radiação solar, graças ao sombreamento de galhos e folhas, através da fotossíntese elas ajudam a ltrar o ar.

Nome Cientíco: Magnólia spp Altura: 5.0 a 10.0 metros Arbusto ou arvoreta de efeito espetacular, a magnólia é conhecida por emitir ores muito grandes, na maioria das vezes quando a planta já não apresenta mais folhas, em pleno inverno.

[f.46] Resedá. fonte: Google. [f.47] Madeira Jatobá. fonte: Google. [f.48] Jardim Vertical. fonte: Google. [f.50]

[f.51]

[f.52]

[f.53]

[f.49] Magnólia. fonte: Google.

5 - Noivinha

6 - Liríope

Nome Cientíco: Euphorbia leucocephala Altura: 2.0 a 3.0 metros Suas folhas são elípticas, verdes e decíduas. Elas são constituídas por pequenas ores brancas em forma de estrela circundadas por brácteas vistosas, de coloração brancocreme.

Nome Cientíco: Liriope spicata Altura: 0.1 a 0.3 metros A Liríope é uma planta herbácea com aspecto de grama e popularmente utilizada como forração. Sua folhagem surge em tufos compostos por folhas estreitas, arqueadas, brilhantes e de cor verde escura.

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[f.50] Noivinha. fonte: Google. [f.51] Liríope. fonte: Google. [f.52] Capim do Texas. fonte: Google. [f.53] Pedrisco Palha Médio. fonte: Google.

7 - Capim do Texas

8 - Pedrisco palha médio

Nome Cientíco: Pennisetum setaceum Altura: 0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros O capim-do-texas é uma gramínea de folhagem densa e inorescências muito ornamentais. As folhas são aladas e longas, podendo ser verdes, avermelhadas ou roxas de acordo com a cultivar.

Material: Calcário Dimensões: Irregular O Pedrisco é ideal para criar caminhos, delimitar ambientes, decorar vasos de ores entre outras opções.

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[f.54]

[f.55]

[f.56]

iluminação zenital Iluminação Zenital são aberturas localizadas na cobertura da edicação. Dentre varias tipologias de iluminação zenital a escolhida foi o Lanternim, que caracteriza-se por duas faces opostas e iluminantes, a melhor orientação para as áreas iluminantes no caso do Brasil é Norte-Sul.

Ambientes sem iluminação e ventilação natural: Salas de Aula Teórica; Administração; Banheiro Funcionários. Parede usada como fonte de reexão.

[f.57]

brises

Vidro seletivo Eco lite skn

Chegando ao volume nal, julgou-se que não seria interessante ter janelas na fachada do edifício, optando assim por ter vidro do piso ao teto. Houve a necessidade do uso de Brises para o melhor desempenho térmico do edifício. Os Brises foram calculados devido a necessidade de cada fachada.

Característica: Vidro de controle solar de alto desempenho. É um vidro de controle solar seletivo e temperável, produzido pela deposição de uma camada de óxidos metálicos por meio de pulverização a vácuo realizada sobre o vidro transparente ou colorido.

[f.54] [f.55] Diagramas Iluminação Zenital. Imagem: Thiago Gomes.

Corte longitudinal e transversal

[f.56] [f.57] Fotos Maquete Física. foto: Thiago Gomes. [f.58] [f.59] Cortes. Imagem: Thiago Gomes.

[f.58]

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[f.59]

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Conforto TĂŠrmico Centro Cervejeiro

[f.60] [f.60] Maquete fĂ­sica. Foto: Thiago Gomes.

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Pingadeira

Lanternim Telha Galvanizada Termoacústica Ripa Caibro Terça

Sistema Unitizado de Fachadas Modulares

Vidro Temperado 10mm, Incolor

Vidro Temperado 10mm, Incolor

[f.61] [f.61] Biergarten, Maquete Eletrônica. Foto: Thiago Gomes.

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detalhamento Thiago Gomes


Viga Invertida

Cabo de Aรงo Porta, Vidro Temperado 10 mm, Incolor Guarda Corpo, Aรงo Galvanizado Peitoril, Vidro Temperado 10mm, Incolor

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4m

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Referências: Associação Brasileira de Cerveja Artesanal. Disponível em: <www.abracerva.com.br>. Acesso em 2017. BELTRAMELLI, Maurício. Cervejas, brejas e birras: um guia completo para desmistificar a bebida mais popular do mundo, São Paulo: Leya, 2012. Escola Superior de Cerveja e Malte. Disponível em: <www.cervejaemalte.com.br>. Acesso em 2017. Instituto da Cerveja Brasil. Disponível em: <www.institutodacerveja.com.br>. Acesso em 2017. Revista da Cerveja. Disponível em: <www.revistadacerveja.com.br>. Acesso em 2017.

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