QUE DIFERENÇA FAZ?! l Weliton Barroso Silva l UniEVANGÉLICA

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institucional Que diferença faz?! APAE - Silvânia-GO


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Cadernos de TC 2018-1 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq.. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Manoel Balbino Carvalho Neto, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Detalhamento de Maquete Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Daniel da Silva Andrade, Dr. arq. Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e Crítica Maíra Teixeira Pereira, Dr. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq Rodrigo Santana Alves, M. arq. Expressão Gráca Madalena Bezerra de Souza, E. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754


Apresentação Este volume faz parte da quinta coleção da revista Cadernos de TC. Uma experiência recente que traz, neste semestre 2018/1, uma versão mais amadurecida dos experimentos nos Ateliês de Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (I, II e III) e demais disciplinas, que acontecem nos últimos três semestres do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA). Neste volume, como uma síntese que é, encontram-se experiências pedagógicas que ocorrem, no mínimo, em duas instâncias, sendo a primeira, aquela que faz parte da própria estrutura dos Ateliês, objetivando estabelecer uma metodologia clara de projetação, tanto nas mais variadas escalas do urbano, quanto do edifício; e a segunda, que visa estabelecer uma interdisciplinaridade clara com disciplinas que ocorrem ao longo dos três semestres. Os procedimentos metodológicos procuraram evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão do ato de projetar. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo,

quanto ao produto nal. A preocupação com a cidade ou rede de cidades, em primeiro plano, reorientou as estratégias projetuais. Tal postura parte de uma compreensão de que a apreensão das escalas e sua problematização constante estabelece o projeto de arquitetura e urbanismo como uma manifestação concreta da crítica às realidades encontradas. Já a segunda instância, diz respeito à interdisciplinaridade do Ateliê Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo com as disciplinas que contribuíram para que estes resultados fossem alcançados. Como este Ateliê faz parte do tronco estruturante do curso de projeto, a equipe do Ateliê orientou toda a articulação e relações com outras quatro disciplinas que deram suporte às discussões: Seminários de Teoria e Crítica, Seminários de Tecnologia, Expressão Gráca e Detalhamento de Maquete. Por m e além do mais, como síntese, este volume representa um trabalho conjunto de todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, que contribuíram ao longo da formação destes alunos, aqui apresentados em seus projetos de TC. Esta revista, que também é uma maneira de representação e apresentação contemporânea de projetos, intitulada Cadernos de TC, visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto e dos alunos que serão por vocês avaliados. Ana Amélia de Paula Moura Daniel da Silva Andrade Manoel Balbino Carvalho Neto Rodrigo Santana Alves



QUE DIFERENÇA FAZ?! Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais Silvânia-GO A educação desenvolvida na Apae consiste na prática de atividades físicas e pedagógicas, como ação educativa, acessível a todos os alunos. Considera as necessidades individuais das pessoas com deficiência em todo o ciclo de vida, desde a infância ao envelhecimento, promovendo sua autonomia e independência. O novo projeto busca atender as necessidades dos usuários, que atualmente contam com um espaço improvisado, procurando dar condições favoráveis de aprendizagem, desenvolvimento e inclusão social, proporcionando melhor qualidade de vida.

Weliton Barroso Silva

Orientador: Daniel da Silva Andrade arquiteto.wb@hotmail.com


‘‘

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas (...), sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Assembleia Geral da ONU, art. 2[1]

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’’ Weliton Barroso Silva


[f.1]

NOTAS: [1] Assembleia Geral da ONU. (1948). "Declaração Universal dos Direitos Humanos" (217 [III] A). Paris. Retirado de <http://www.un.org/en/ universal-declarationhuman-rights/> LEGENDA: [f.1] Alunos da Apae. Fonte: Weliton, 2017.

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

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INCLUSĂƒO 160

Weliton Barroso Silva


Ultimamente tem se discutido muito sobre a palavra inclusão, que vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade. O termo contraponta a ideia de que não é somente as pessoas que devem se adequar a comunidade ou local onde estão inseridas, mas que estas estruturas devem se modicar para se aproximar das reais necessidades dos seus indivíduos. Antigamente pela falta de informação, costumes, crenças, dentre outros motivos, as pessoas com necessidades especiais eram excluídas da sociedade e em algumas culturas chegavam até a serem exterminadas. Nosso passado recente revela a exclusão dessas pessoas nas escolas, que por muitas vezes eram consideradas incapazes de acompanhar os demais alunos, mantendo a ideia da segregação. Contudo, ao longo do tempo tiveram os seus direitos reconhecidos e puderam se integrar na sociedade. Hoje a integração e inclusão das pessoas com deciência se tornam cada vez mais reais, trazendo melhoria à qualidade de vida, garantindo a conscientização da população e abrindo espaço para uma concreta mobilização em prol de criar ambientes que sirvam para todos. Segundo a Cartilha do Censo 2010, dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística – IBGE revelam que 45,6 milhões de brasileiros declararam ter algum tipo de deciência, seja ela visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. Foi possível constatar um aumento do quadro de deciência no Brasil, que saltou de 14,5% da população brasileira em 2000 para 23,9% em 2010. Outro dado importante analisado no mesmo período foi a queda da taxa de analfabetismo no grupo, que caiu de 13,6% para 9,5%. Em relação à acessibilidade o IBGE pesquisou a situação do entorno dos domicílios brasileiros, que mostrou dados preocupantes, onde apenas 5,4% dos domicílios possuíam rampas. “Um espaço construído, quando acessível a todos, é capaz de oferecer oportunidades igualitárias a todos os usuários” (BITTENCOURT et al., 2004).

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

A luta pela inclusão das pessoas com deciência surgiu da necessidade em quebrar paradigmas na busca por alternativas para que esses indivíduos alcançassem condições de serem incluídos na sociedade. Com a forte mobilização das famílias e de prossionais nas diversas áreas, como educação, saúde e assistência social surgiram espaços voltados exclusivamente para as pessoas com necessidades especiais, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a APAE. A educação especial² representa uma preocupação em garantir o acesso ao ensino à todos os alunos, independente do grau ou tipo de deciência. Porém tem se discutido muito a respeito da inclusão desses alunos no sistema geral de ensino, a chamada educação inclusiva³. Uma escola que atinja a todos os tipos de alunos, visando o desenvolvimento de respostas educacionais sem segregação. Trata-se de um tipo de discussão importante e válida, visto que, a realidade dos serviços prestados pelas escolas de ensino regular ainda carecem de locais adequados e estão aquém de oferecer uma educação inclusiva ideal. Diante de toda discussão a respeito do tema, é importante valorizar a inclusão social, dando oportunidades iguais de acesso e serviço à todos, sem deixar de priorizar as reais necessidades de desenvolvimento das pessoas com deciência. “Integração escolar é uma forma condicional de inserção em que vai depender do aluno, ou seja, do nível de sua capacidade de adaptação às opções do sistema escolar, a sua integração, seja em uma sala regular, uma classe especial, ou mesmo em instituições especializadas.” (MANTOAN, 2006)

NOTAS: [2] Segundo Mrech (1998), a educação inclusiva se compreende como o processo de inclusão das pessoas com deciência ou distúrbios de aprendizagem no sistema geral de ensino. [3] Segundo o MEC (2000), a Educação Especial é compreendida como um método educacional inserida no processo educacional, para assegurar um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais, organizados para apoiar, complementar, e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns.

161


HISTÓRICO LINHA DO TEMPO 162

Weliton Barroso Silva


MARCOS LEGAIS E CONCEPÇÕES SOBRE DEFICIÊNCIA

Criação do Artigo 824 do Decreto nº 5.884, que evidencia a preferência pela criação de escolas especializadas.

1933

Criação do Centro Nacional de Educação Especial - CENESP e apresentada a primeira proposta de estruturação da educação especial brasileira.

A Constituição Federal de 1988 garante atendimento educacional especializado aos portadores de deciência, preferencialmente na rede regular de ensino.

O Estatuto da Criança e do Adolescente garante também atendimento especializado no campo da saúde e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

1973

1988

1990

Conceitualização da educação especial pela Política Nacional de Educação Especial.

L a n ç a d o o Programa do Governo Federal “Educação Inclusiva: Direito à Diversidade”.

Resolução nº 4 de 02 de outubro de 2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica.

1994

2003

2009

''Pessoa com deciência''. Foi alterado porque a deciência não se porta, não é um objeto, a pessoa tem uma deciência.

TERMOS UTILIZADOS AO LONGO DO TEMPO

''Os inválidos''. Eram tidos como socialmente inútil, um peso morto para a sociedade, um fardo para a família, alguém sem valor prossional.

“ O s i n c a p a c i t ados”. Eram conhecidos como indivíduos sem capacidade, que possuíam capacidade reduzida.

Eram utilizados os termos ''defeituosos'', ''decientes'' e ''excepcionais''. Conhecidos como pessoas que não conseguiam fazer como a maioria.

''Pessoas decientes''. Foi atribuído o valor “pessoas” àqueles que tinham deciência, igualando-os em direitos e dignidade.

''Pessoas portadoras de deciência''. A deciência passou a ser algo agregado a pessoa.

''Pessoas com necessidades especiais''. Necessidade especial passou a ser um valor agregado tanto à pessoa com deciência quanto a outras pessoas.

séc. XX

até 1960

até 1980

até 1987

até 1993

até 2010

atual

Primeira Apae fundada no Centro-Oeste, em Brasília.

Primeira Apae fundada em Goiás, na cidade de Goiânia. No mesmo ano, quatro meses depois foi fundada a Apae de Anápolis,.

Fundação da Apae de Silvânia.

Atualmente são mais de duas mil Apaes espalhadas pelo país.

HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS DAS APAES NO BRASIL

Teve inicio no Rio de Janeiro, na ocasião da chegada ao Brasil de Beatrice Bemis, membro do corpo diplomático norteamericano e mãe de uma portadora de Síndrome de Down.

1954

Primeira reunião do Conselho Deliberativo, congregando pais, amigos, professores e médicos de excepcionais.

1955

No nal de 1962, possuíam dezesseis Apaes no país. Em 10 de novembro foi fundada a Federação de Apaes.

1962

1965

1969

1994

atual


APAE As Apaes caracterizam-se por serem organizações sociais, que possuem como objetivo principal promover a atenção integral à pessoa com deficiência, em especial aquela com deficiência intelectual e múltipla. São importantes agentes de inclusão das pessoas com deciência na sociedade, buscando dar condições favoráveis de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Atuam nas áreas de educação, saúde, assistência social, educação física, educação prossional, arte, defesa de direitos, autogestão, autodefensoria e família.

MOVIMENTO APAEANO É uma grande rede, constituída por pais, amigos, pessoas com deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras, públicas e privadas, para a promoção e defesa dos direitos de cidadania da pessoa com deficiência e a sua inclusão social. Atualmente o Movimento congrega a Fenapaes - Federação Nacional das Apaes, 23 Federações das Apaes nos Estados e mais de duas mil Apaes distribuídas em todo o País, que propiciam atenção integral a cerca de 250.000 pessoas com deficiência. É o maior movimento social do Brasil e do mundo, na sua área de atuação.

FENAPAES É uma organização social sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública federal e certificada como beneficente de assistência social, de caráter cultural, assistencial e educacional. Congrega como filiadas, atualmente, mais de duas mil Apaes e outras entidades congêneres, que compõem a Rede Apae. Tem como missão institucional promover e articular ações de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e representar o movimento perante os organismos nacionais e internacionais, para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas Apaes, na perspectiva da inclusão social de seus usuários.

APAE SILVÂNIA-GO

163

Weliton Barroso Silva

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

164


[f.2]

[f.3]

[f.4]

[f.5]

Um dos objetivos da arquitetura é que ela deve ser tratada em função social e de transformação do ambiente construído, buscando sempre a melhoria e bem estar dos usuários. Para escolha do tema foi feita uma análise sobre a comunidade e a participação ativa da população em um local de bastante impacto social para a região e carente de infraestrutura adequada, sendo assim foi escolhido especicamente a APAE , localizada no município de Silvânia-GO. Conforme informações obtidas junto a instituição, ela é de origem lantrópica, caráter cultural, assistencial, educacional e sem ns lucrativos. Oferece atendimentos nas áreas de assistência social, educação, preparação para o mercado de trabalho, esporte, lazer e saúde. Na área da educação prossional são realizadas palestras educativas e desenvolvidas atividades manuais com as crianças, jovens e adultos, com extensão aos pais dos alunos matriculados. São crianças, jovens e adultos que na maioria carecem de condições favoráveis ao desenvolvimento social. Todo trabalho da Instituição é direcionado a proporcionar uma melhor qualidade de vida aos alunos com deciência, tais como: Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Deciência Intelectual, Deciência Auditiva, Distúrbios Psiquiátricos, Síndrome Silver Russel, Síndrome Rubinstein Taybi, Síndrome de Dubawitz e Deciências Múltiplas. A APAE atende famílias de baixa a alta renda da cidade, servindo como apoio para a comunidade. Atualmente a instituição recebe alunos de Silvânia e de algumas cidades vizinhas. Conta com atendimento médico nas áreas de pediatria, psiquiatria, psicologia, fonoaudiologia, sioterapia, nutrição e terapia ocupacional, muitas das quais funcionam em salas improvisadas. O funcionamento do órgão conta com recursos nanceiros provenientes das doações da comunidade, promoções de eventos e algumas parcerias, bem como a atuação de voluntários. Durante o ano são realizados diversos eventos em prol da instituição, estes que movimentam e unem toda a cidade em função de um único objetivo, arrecadar verba, para que a Apae continue desempenhando seu papel social. Dentre os eventos tem a “União dos amigos da Apae”, “Tradicional Feijoada da Apae” e “Festa Junina da Apae”.

LEGENDAS: [f.2] 3ª União Amigos da Apae FONTE: Apae Silvânia [f.3] Flyer da 3ª União Amigos da Apae FONTE: Apae Silvânia [f.4] Flyer da Tradicional Feijoada da Apae FONTE: Apae Silvânia [f.5] 13ª Festa Junina da Apae FONTE: Apae Silvânia [f.6] Flyer da 13ª Festa Junina da Apae FONTE: Apae Silvânia [f.7] Caminhada em prol da Apae FONTE: Apae Silvânia

165 [f.6]

[f.7]


[f.8]

[f.10]

[f.9]

[f.11]

166

[f.12]

Weliton Barroso Silva

[f.13]

[f.14]

[f.15]


‘‘Salas improvisadas ’’ ‘‘ ‘‘ ‘‘

Falta de acessibilidade

Espaços de convivência sem qualidade

’’ ’’

Falta qualidade arquitetônica

’’

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

O atual prédio da instituição encontra-se em condições inadequadas para o uso proposto, pois conta com espaços improvisados para receber determinadas atividades. Feito uma análise sobre o local, foi possível constatar algumas situações, tais como: - Falta acessibilidade para decientes físicos no sanitário e em alguns locais de transição. - Os espaços de convivência não possuem nenhum equipamento de permanência, como bancos/assentos. - O parque infantil encontra-se em estado de abandono, com equipamentos e brinquedos quebrados, além de não possuir nenhum tipo de acessibilidade para quem possui mobilidade reduzida. - Salas de aula pequenas e pouco aparelhadas, falta espaço físico de qualidade. - Os espaços direcionadas à ala clínica encontram-se muitas vezes em desuso, em consequência da atual condição, sendo assim, os atendimentos muitas vezes são feitos em locais fora da instituição. Por se tratar de diferentes tipos de deciências, o local não é nada adequado para oferecer as atividades necessárias ao desenvolvimento do aluno, por isso seria importante poder contar com espaços direcionados para cada tipo de necessidade. Contar com ambientes apropriados para o atendimento e bom funcionamento das atividades oferecidas é essencial, pois este tipo de local além de ter um caráter educacional, é essencial na inclusão do aluno com deciência na sociedade. Além da necessidade de contar com um espaço apropriado para os alunos e funcionários, também é relevante dispor de ambientes para receber os pais, familiares e membros da comunidade, para que recebam orientação e ajuda na inclusão dos alunos. Após toda a análise, a conclusão que se chega é que a estrutura da atual Apae de Silvânia não atende as necessidades e não possui estrutura adequada, sendo assim a primeira proposta é a criação de uma nova sede, em um novo endereço, onde não somente se possa ofertar uma melhoria para os atuais usuários, como atender a uma parcela maior, se assim for necessário.

LEGENDAS: [f.8] Fachada atual da Apae. Fonte: Weliton, 2017. [f.9] Pátio interno. Fonte: Weliton, 2017. [f.10] Berçário da Apae. Fonte: Weliton, 2017. [f.11] Sala de Aula. Fonte: Weliton, 2017. [f.12] Cozinha. Fonte: Apae Silvânia [f.13] Sala de Informática. Fonte: Apae Silvânia [f.14] Parque Infantil. Fonte: Weliton, 2017. [f.15] Sala de Fisioterapia da Apae. Fonte: Weliton, 2017.

167


‘‘

Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho impar. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

’’


[f.16]

LEGENDA: [f.16] Aluna da Apae. Fonte: Weliton, 2017.


[m.1]

[m.2]

DESDE 1774 SILVÂNIA-GO 170

Weliton Barroso Silva


Silvânia teve início por volta do ano de 1774. Está situada no Sul Goiano, tendo como municípios limítrofes Abadiânia, Alexânia, Luziânia, Orizona, Vianópolis, São Miguel do Passa Quatro, Bela Vista, Caldazinha, Leopoldo de Bulhões, Gameleira de Goiás e Anápolis. Segundo dados do IBGE (Censo, 2010) a população era de 19.089 pessoas, atualmente é estimada em 20.478 habitantes. Possui território de 2.345,94 km² e está localizada a menos de 85km de distância da capital do estado, 70km de Anápolis e cerca de 178km da capital do país. Segundo Cotrim4 (1998), a cidade nasceu do ouro e sobreviveu muito tempo dele. Depois que as minas foram fechadas a cidade passou por um período de ostracismo que quase a liquidou. Foi então que os moradores buscaram outra fonte de renda, provenientes da pecuária e agricultura. Considerada o berço da educação do Estado de Goiás, teve o primeiro contato com o ensino através dos chamados mestres-escola. As aulas aconteciam nas casas dos educandos ou na sacristia das igrejas, sendo limitado apenas a uma pequena elite. A primeira escola surgiu em 1848 e era destinada apenas a meninos. Só no ano seguinte surgiu a primeira escola pública para meninas. Em 1903 aconteceu o primeiro grande marco na educação, com a fundação do Colégio Bonnense. Funcionava como internato e externato, levando fama a cidade.

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

As escolas salesianas destacam-se na cidade. A primeira grande escola a se implantar foi o Ginásio Anchieta, administrada por Padres, tornou-se referência nacional em qualidade de ensino. Com o Ginásio ainda em fase de construção, foi instalado o Instituto Auxiliadora, inicialmente destinado apenas às moças. Administrado por irmãs salesianas desenvolve um trabalho muito respeitado na comunidade. Já em 1963 nasceu o Aprendizado Agrícola São José, hoje chamado de Aprendizado Marista Pe. Lancísio. Administrado por Irmãos Maristas funciona em regime de abrigo, semi-abrigo e externato. Possui também diversas escolas estudais e municipais, atualmente são 17 escolas espalhadas pelo município. Em 08 de Novembro de 1994 foi fundada a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Silvânia. Inicialmente administrada pela senhora Rita de Cássia Damásio Batista e pelo irmão marista Davi Nardi. Atualmente o cargo de presidente é ocupado por Carlos José Mayer dos Santos, antigo vice-prefeito da cidade. “Silvânia guarda em seus casarões, igrejas e becos a identidade cultural e a memória daqueles, que no passado, ajudaram em seu desenvolvimento, identicando a forma de pensar, sentir e agir de um povo” (SANCHES, 2011)

NOTAS: [4] Edmar Camilo Cotrim nasceu em Silvânia - GO. Professor de Língua Portuguesa e já foi Vicepresidente da Sociedade Bonnense de Cultura. Autor do livro: Silvânia: Enredo e Personagens.

LEGENDAS: [m.1] Mapa de Goiás Fonte: Google Earth, modicado pelo autor, 2017. [m.2] Mapa geral de Silvânia. Fonte: Prefeitura Municipal de Silvânia, modicado pelo autor, 2017.

171


O LUGAR Setor Central

Terreno

[f.19] Av. Dom Bosco. Fonte: Weliton, 2017. [f.20] Residência existente no terreno - Rua Um. Fonte: Weliton, 2017. [f.21] Comércio e residência existentes no terreno - Av. Dom Bosco. Fonte: Weliton, 2017.

172

Terreno

Atual Sede da Apae

[m.4] Edificações existentes no terreno

Terreno

sco

Hospital

Bo

[f.18] Terreno. Fonte: Weliton, 2017.

[m.3]

.D om

[f.17] Vista terreno pela Av. Dom Bosco. Fonte: Weliton, 2017.

Silvânia - GO

Av

LEGENDAS: [m.3][m.4][m.5] Mapa síntese indicando a escolha do terreno Fonte: Google Earth, modicado pelo autor, 2017.

O local escolhido para a nova sede da Apae ca localizado no Setor Central da cidade, um dos primeiros bairros a se formar. É cortado pela principal avenida da cidade (Av. Dom Bosco). A mesma corta toda a cidade, ligando a entrada até o Centro, bairro de maior aglomeração comercial e importante ponto de renda da cidade. Ao longo de toda a Avenida é possível constatar vários comércios, escolas e importantes instituições da cidade. O terreno para a nova sede da Apae foi escolhido por estar localizado na Avenida Dom Bosco, facilitando o acesso a instituição. Outro ponto de grande relevância foi a aproximação do Hospital Municipal, para a locomoção dos alunos em caso de alguma emergência. Encontra-se a poucos metros de algumas escolas da cidade, como: Escola de 1º Grau Geraldo Napoleão de Sousa, Escola Estadual Dom Emanuel, Colégio Estadual Professor José Paschoal da Silva e Instituto Auxiliadora, escolas nas quais os alunos da Apae frequentam em horários alternados ao da instituição. A aproximação entre a atual sede da Apae e o terreno escolhido foi outro ponto analisado, a distância entre eles é de cerca de 500m. O local proposto para a construção do projeto faz parte do terreno do Instituto Auxiliadora. O trecho escolhido, atualmente conta com um pequeno galinheiro e algumas árvores, é uma extensão do bosque que ca ao fundo da escola. Possui também duas casas e uma pequena sala comercial de aproximadamente 9m² [f.21]. Para a implantação do projeto será necessária a remoção das mesmas. Atualmente uma das casas [f.20] se encontra desocupada e, visualmente, em estágio avançado de degradação, por conta do tempo de execução. O terreno possui cerca de 6.677,69m², possibilitando a implantação de todo o programa proposto. Está localizado na esquina e é possível o acesso de três ruas da cidade, facilitando a entrada de pedestres e veículos.

Instituto Auxiliadora

[m.5]

Weliton Barroso Silva


[f.18]

[f.17]

[f.19]

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais [f.20]

173 [f.21]


ESTRUTURA VIÁRIA

terreno via expressa via arterial 0 10

via local

50

100

200

[m.6]

[f.2 Por se tratar de uma cidade do interior, a maioria das ruas possuem características de via local, com baixo uxo de veículos. Sua principal via e de maior intensidade é a Avenida Dom Bosco (demarcada como via expressa no mapa acima), que corta a cidade. Todas as vias demarcadas no mapa são de mão dupla.

LEGENDAS: [m.6] Mapa análise da estrutura viária. Fonte: Prefeitura Municipal de Silvânia, modicado pelo autor, 2017. [m.7] Mapa análise da ocupação do solo. Fonte: Prefeitura Municipal de Silvânia, modicado pelo autor, 2017.

1

1 A Av. Dom Bosco é uma via de duplo sentido, separada por um canteiro central, cada pista tem suporte para até 3 carros lado a lado. Possui calçadas largas na lateral das pistas.

[f.22] Av. Dom Bosco. Fonte: Weliton, 2017. [f.23] Rua Um. Fonte: Weliton, 2017. [f.24] Av. Pe. Leandro Caliman. Fonte: Weliton, 2017.

2

[f.25] Instituto Auxiliadora. Fonte: Weliton, 2017. [f.26] Hospital Municipal. Fonte: Weliton, 2017.

174

3

A rua Um é uma via estreita e de 2 mão dupla, tem capacidade para passagem de um carro por vez, em cada sentido. As calçadas são estreitas de ambos os lados.

A Av. Pe. Leandro Caliman é uma 3 via de sentido duplo, com capacidade de até 3 carros lado a lado. Possui calçadas largas, medindo cerca de 3 metros.

Weliton Barroso Silva


OCUPAÇÃO DO SOLO

4

5

Avenida Dom Bosco

1

Rua Um

2

terreno 3

Avenida Pe. Leandro Caliman

residencial público comercial vazios institucional praça

[m.7]

0 10

50

100

200

misto (comércio/ residência)

4

1

22]

[f.22] 2

[f.25] 5

[f.23]

[f.26]

[f.24]

Há uma predominância de residências na região. Edicações pensadas de forma individualizada, boa parte de apenas 1 pavimento, com telhado duas águas, cumeeira perpendicular a rua, quintal ao fundo e o volume da edicação no centro e na largura do lote, resultando em formas simples. Boa parte do comércio se localiza próximo a Av. Dom Bosco, por conta do maior uxo de veículos e pedestres. Quase não possuem vazios urbanos no entorno.

3

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

175


ASPECTOS FÍSICOS 92

92 0

5

920

B

A

A 1

B

920

mancha de vegetação

92

5

terreno

915 0 10

50

100

200

915

920

1

[m.8]

[f.27] A topograa do local é relativamente plana, caindo cerca de 1,5 metros na área do terreno. Próximo ao terreno possui uma densa mancha de vegetação com diversas espécies de árvores, a maioria de pequeno e médio porte.

926,5

925 CORTE AA

925,5

925 CORTE BB

925

0

10

20

50


INFRAESTRUTURA 2

3

4

terreno

[m.9]

0

10

iluminação

50

2

4

LEGENDAS: [m.8] Mapa análise da topograa e vegetação. Fonte: Prefeitura Municipal de Silvânia, modicado pelo autor, 2017.

[f.28]

[f.30]

[f.29]

O entorno do terreno possui vários postes de iluminação, entretanto nem todos funcionam normalmente. A Av. Dom Bosco recebe iluminação satisfatória, porém na Rua Um a iluminação muitas vezes não funciona, por consequência da falta de manutenção. Boa parte das calçadas se encontram em bom estado, porém faltam rampas para acesso de cadeirantes. Na Rua Um os postes estão todos localizados no centro da calçada, atrapalhando e dicultando a circulação dos pedestres que por ali transitam.

3

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

[m.9] Mapa análise da infraestrutura do entorno. Fonte: Prefeitura Municipal de Silvânia, modicado pelo autor, 2017. [f.27] Mancha de vegetação. Fonte: Weliton, 2017. [f.28] Calçada de acesso pela Avenida. Fonte: Weliton, 2017. [f.29] Rampa mal executada. Fonte: Weliton, 2017. [f.30] Calçada de acesso pela Rua Um. Fonte: Weliton, 2017.

177


Toda grande arquitetura é o projeto do espaço que contém, exalta, abraça ou estimula as pessoas naquele espaço. PHILIP JOHNSON[]

’’


[f.31]

LEGENDA: [f.31] Perspectiva do projeto - Ă rea Verde. Fonte: Weliton, 2018.


NECESSIDADES DO USUÁRIO 180

Weliton Barroso Silva


[f.32]

[f.34]

[f.33]

No decorrer do tempo as pessoas com deciência foram cada vez mais adquirindo espaços e direitos diante da sociedade. Tiveram seus direitos reconhecidos e puderam ter acesso a educação. São pessoas que necessitam de atendimento especial, para que possam cada vez mais se desenvolver e adquirir liberdade e independência. Por conta das limitações e fragilidades é necessário usufruir de um ambiente de qualidade e planejado, que responda adequadamente as necessidades. Para o aluno com deciência auditiva é importante contar com um intérprete e espaço na frente da sala de aula, para que possa enxergar e compreender melhor. São necessários também recursos visuais espalhados pelo edifício. Para o deciente físico o espaço deve ter portas largas, amplos corredores, instalação de rampas e barras de apoio que facilitem a mobilidade dos alunos. Na sala devem ter mesas adaptadas. O deciente visual necessita de materiais especícos, acessibilidade em toda a escola, com sinalizações e comunicados traduzidos em Braille. A circulação deve ser demarcada com piso tátil em toda a escola. Já os alunos com deciência múltipla, sendo a grande maioria, devem contar com espaços que facilitem a locomoção e permanência desses usuários. É importante conter espaços abertos e acessíveis a todos os pers do grupo, ambientes que acolham esses alunos e minimizem os impactos gerados pela deciência, igualando a todos como pessoas humanas, anal, que diferença faz?!

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

LEGENDA: [f.32] Criança com deciência múltipla. Fonte: Apae Silvânia. [f.33] Criança com Sindrome de Down. Fonte: Weliton, 2017. [f.34] Criança com Autismo. Fonte: Apae Silvânia.

181


Esporte 1052m²

Ala clínica 256m²

Serviço 415m²

Administrativo 160m² Pedagógico 670m²

PROGRAMA 182

Weliton Barroso Silva


Fisioterapia - 56m² Psicologia - 12m² Miniauditório - 152m²

Hidroterapia - 152m²

Odontologia - 25m² Fonoaudiologia - 12m² Médico - 22m² Musicoterapia - 16m² Apoio - 16m²

Judô - 197m² Salas de Aula - 211m² Sala dos Professores 56m² Coordenação - 16m² Recepção/Sanitários 58m² Brinquedoteca - 38m²

Dança - 95m²

Arquivo - 18m² Informática - 49m²

Vestiário - 76m² Biblioteca - 47m²

Videoteca - 41m² Cozinha - 50m² Despensa - 16m²

Quadra esportiva 76m²

Atualmente a instituição conta com 63 alunos matriculados e 23 funcionários. Conforme informações obtidas junto a coordenação o período de matricula é feito durante todo o ano, atendendo toda comunidade. O novo programa busca suprir as necessidades dos alunos e professores. Ambientes pensados para ajudar no desenvolvimento, bem estar e conforto de cada usuário ali inserido. As salas de aula foram pensadas para atender no máximo 15 alunos, por conta da necessidade de atendimento especial e individualizado.

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

Refeitório - 165m²

Sanitários - 53m²

Área Serviço - 25m² 183 Almoxarifado - 44m²


O conceito projetual surgiu após analisar toda a necessidade do usuário, o que esse tipo de projeto necessita e o entorno onde ele será inserido. Por se tratar de uma instituição pequena e do interior, o objetivo é desenvolver um projeto com traços simples e que não choque com o entorno, por isso o ponto mais importante levado em consideração foi a busca pelo total desenvolvimento dos alunos, levando ao usuário condição de inclusão social, desenvolvimento e aprendizagem, possibilitando assim, uma melhor qualidade de vida. O contato com a natureza também é algo primordial na concepção. Estar cercado por esse tipo de ambiente gera diversas vantagens, como sensação de aconchego, estimula a criatividade, alivia o estresse, além de melhorar o microclima da instituição. A base do projeto e sua concepção volumétrica surgem a partir de um pátio central, um espaço de encontro e convivência, um local que pudesse ser utilizado para a realização de diversas atividades do dia a dia. Partindo da ideia de um núcleo central, inicialmente a volumetria foi dividida em diversos blocos ao redor do pátio, cada um com uma determinada atividade e de

acordo com o programa proposto. Com esse tipo de disposição foram gerados espaços livres entre os blocos, locais pensados para receber atividades voltadas para o desenvolvimento dos cinco sentidos (olfato, paladar, tato, visão e audição) dos alunos. Os blocos foram unidos e segregados de acordo com cada função (serviço, institucional, esportes, clinica e administrativo), possibilitando uma circulação interna mais funcional. Remetendo a ideia do lúdico, relacionado ao ato de jogos e divertimento, os blocos sofreram deslocamentos tanto na forma horizontal quanto na vertical. Reforçando também a ideia de separação do programa e levando movimento a volumetria. Para melhorar o clima no interior do projeto, os blocos se desconectam em dois pontos da implantação, possibilitando a circulação dos ventos dentro do pátio. Como forma de ligar os blocos e reforçar a circulação do pátio, uma cobertura em ripas de madeira une e integra todo o conjunto. Remetendo o bosque que possui ao fundo e trazendo ele para dentro do terreno, o projeto conta com diversas áreas verdes, espaços que possibilitarão a realização de atividades ao ar livre, permitindo integração com a natureza.

CONCEPÇÃO PROJETUAL 184

Weliton Barroso Silva


[f.35]

[f.36]

LEGENDA: [f.35] Perspectiva do projeto - Refeitรณrio. Fonte: Weliton, 2018.

185

[f.36] Perspectiva do projeto - ร rea Verde Fonte: Weliton, 2018.


B 194

C 196

LAYOUT 09

10

12

11

08

92

5

13 07 05

D 197

06

04

LEGENDA:

15

17

16

D 197

02

03

30

14 01

34

01 recepção 31

02 sanitários 03 secretária 04 sala dos professores

5 92

,5

05 coordenação 06 arquivo 07 apoio

29

08 musicoterapia

18

18

18

18

09 médico 10 fonoaudiologia 18

11 psicologia

18

12 odontologia

34

13 sioterapia 14 biblioteca 15 informática 16 videoteca

28

17 brinquedoteca 27

18 salas de aula 19 miniauditório

32

20 almoxarifado 21 lavanderia 22 sanitários

19

23 24

23 refeitório 26

24 cozinha

33

25 despensa 26 quadra esportiva 25

27 dança

20

28 vestiário 29 judô 30 hidroterapia

22

A 189

A 189

21

31 praça molhada C 196

6

32 jardim sensorial 33 playground acessível 34 bosque/deck madeira

B 194

92

0

10

20

50


9

10%

25

10%

10% 10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

92

10%

5,5 10%

92

10%

10%

10%

10%

6

10% 10% 10%

10% 10%

0

10

20

50


[f.39]

[f.37]

[f.38]

CIRCULAÇÃO E ABERTURAS

LEGENDA: [f.35] Perspectiva do projeto - Fachada Norte. Fonte: Weliton, 2018.

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

[f.36] Perspectiva do projeto - Pátio Central. Fonte: Weliton, 2018.

PSICOLOGIA DAS CORES 187

188

LEGENDA: [f.37] Perspectiva do projeto - Circulação Ala Administrativa. Fonte: Weliton, 2018.

Weliton Barroso Silva


[f.40]

Segundo a teoria das cores de Johann Wolfgang von Goethe, elas despertam diversas sensações e não dependem apenas da luz e do ambiente, mas da percepção que temos. Partindo da ideia de criar diversas sensações ao percorrer o projeto, a circulação foi demarcada com cores no piso, com o objetivo de separar os ambientes de acordo com sua função, fazendo com que os usuários possam assimilar a cor a cada tipo de uso. Para o bloco institucional e de esportes foram escolhidas as cores amarelo e laranja, respectivamente, por serem cores dinâmicas e estimulantes. Já nos blocos de serviço utilizou-se a cor verde e no clínico o azul, por se tratar de cores com propriedade calmante, suaves e estáticas.

quadra

coz.

A luz também é outro elemento importante. Em determinados pontos onde a circulação acontece, painéis vazados de aço corten contrastam com a cor da circulação no piso e compõem o projeto, com o objetivo de levar luz natural para os corredores e interior do edifício. Proporcionando ao usuário a relação entre interior/exterior. As aberturas também são demarcadas com as mesmas cores da circulação interna do bloco. Dispostas de forma quadrada, com duas variações de tamanho e em alturas variadas, levam movimento e compõem as fachadas.

dep.

w.c

LEGENDA: [f.40] Perspectiva do projeto - Jardim - Vista para bloco de esportes. Fonte: Weliton, 2018.

serviço

CORTE AA 0

3

10

20


[f.41]

LEGENDA: [f.41] Perspectiva do projeto - Jardim Sensorial. Fonte: Weliton, 2018.

190

JARDIM SENSORIAL Weliton Barroso Silva


Argila Expandida

Areia

1

Terra Vermelha

Madeira

Grama Esmeralda

2 Folhas secas

Madeira Terra Molhada

3

Brita

Seixo Rolado

1 - plantio de ores e folhagens com cores exuberantes (Petúnias, rabos de gato, violetas, lírios da paz, gerânios, ixoras). 2 - plantio de ervas e plantas aromáticas (alecrim, hortelã, manjericão, salsinha). 3 - plantio de espécies com diferentes texturas (suculentas, cacto sem espinhos).

O contato com a natureza pode ser percebido de várias maneiras, despertando diversas sensações prazerosas. No jardim sensorial o usuário é convidado a explorar os sentidos. Inicialmente esses jardins eram destinados as pessoas com deciência visual, porém, se planejado, pode atender a todos. Para Corrêa (2009, pp. 35-36 apud CARVALHO, 2011, p. 38) “Além do benefício propiciado para pessoas que apresentam diferentes deciências (decientes visuais, surdocegos, decientes motores com alteração de marcha, pessoas com déce cognitivo e de equilíbrio); o jardim pode beneciar também pessoas que necessitam de relaxamento e de contacto com a natureza para aliviar o stress (…)”.

Caminho Texturizado

O jardim proposto foi planejado com diversas texturas no piso, despertando diversas sensações ao ser percorrido. Possui também três canteiros centrais, com diversas plantas, desde decorativas, aromáticas a medicinais, possibilitando a estimulação do tato, paladar, visão e olfato.

Canteiro - 0,90 cm de altura

Vegetação

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 0

1

2

6


[f.42]

LEGENDA: [f.42] Perspectiva do projeto - Praรงa Molhada. Fonte: Weliton, 2018.

192

PRAร A MOLHADA Weliton Barroso Silva


Grelha metálica com largura máxima de 1,5cm de vão

Fontes de água

“Brincar com água produz uma sensação corpórea direta e uma conexão interior, vividas pela maioria das crianças com grande prazer e curiosidade. A leveza e a uidez vivenciadas no contato e nas ações que as crianças desenvolvem com a natureza desse elemento, provocam a entrega da criança e a experimentação de ações e combinações que levam à criação de novas formas de brincar e sentir.” (BORBA, DELORME, 2006) Coleta de água para reaproveitamento

Grelha metálica com largura máxima de 1,5cm de vão

A praça molhada tem como objetivo despertar o sentido dos usuários através do contato com a água, despertando a criatividade e possibilitando inúmeras brincadeiras. Os sons produzidos pelas fontes geram um efeito tranquilizador e ajudam na concentração.

Espaço para armazenamento e coleta de água

Grelha metálica com largura máxima de 1,5cm de vão Fontes de água

Spot para área externa

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 0

1

2

6


LEGENDA: [f.43] Perspectiva do projeto - Bosque Planejado. Fonte: Weliton, 2018.

BOSQUE

bosque praça CORTE BB

judô


[f.43]

O contato com a natureza é importante para o desenvolvimento físico, intelectual e emocional das pessoas, despertando inúmeros benefícios, como: calma, paciência, respeito, concentração, curiosidade e independência. O projeto conta com um pequeno espaço planejado com deck de madeira, diversas árvores e equipamentos de permanência. Um espaço de descanso e tranquilidade, proposto para a realização de atividades ao ar livre.

dança

quadra

0

3

10

20


LEGENDA: [f.43] Perspectiva do projeto - Playground acessível. Fonte: Weliton, 2018.

miniauditório

s. aula

s. aula

s. aula

brinqued.

biblioteca

CORTE CC 0

3

10

20


[f.44]

O projeto conta com espaços que despertem o lúdico, favorecendo o aprendizado através da brincadeira. Brincar faz parte do desenvolvimento. Através da leveza de uma brincadeira, a pessoa se diverte, exercita o corpo, a mente e interage com outros indivíduos. É necessário contar com um espaço acessível a todos, independente da limitação, desse modo o playground possui equipamentos comuns e adaptados.

sala prof.

biblioteca infor.

hidro.

rec.

CORTE DD 0

3

10

20


Pingadeira de Concreto Chapa de aço corten, xada na alvenaria

Pontalete em aço 17x4cm Perl de aço metálico galvanizado 5x5cm

Rufo de alumínio 15 cm

Calha de alumínio 30 cm Laje de concreto armado Baguete xação do vidro em alumínio

Berço em aço galvanizado 40x10cm

Vidro temperado incolor 10mm

Piso Vinílico em Placas Paviex Circulação 0,10

Piso Tátil

Granito Preto São Gabriel

0

198

Capim-Palmeira (Curculigo capitulata)

0,5

1

2

Weliton Barroso Silva


ESTRUTURA

Laje de Concreto Armado

Para um pré-dimensionamento da estrutura, foi proposto a locação dos pilares nas laterais dos blocos. As vigas cam dispostas entre os encontros dos pilares, seguindo o alinhamento da vedação.

Viga - Seção 15x30cm Pilar - Seção 15x20cm

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

199


MATERIALIDADE 200

Weliton Barroso Silva


Para compor as fachadas, o bloco de hidroterapia foi revestido com mosaico de pedra São Tomé, branca.

Para vedação foram utilizados blocos cerâmicos. Acabamento externo com pintura texturizada e interna pintura acrílica, todas na cor branca.

FACHADA NORTE

A paginação externa do projeto é diferenciada com três tonalidades de concreto, seguindo a relação com a implantação dos blocos.

As chapas perfuradas são de aço corten. Quando usadas no exterior do edifício servem para compor as fachadas e isolar algumas aberturas, como a dos vestiários. Já no interior ela realça as circulações. O material foi escolhido por resistir às intempéries e requerer pouca manutenção. Além de possuir um alto teor estético.

FACHADA OESTE

No fechamento do projeto foram utilizados cobogós, para entrada maior de ventilação e manter contato entre o interior e exterior.


[f.44]

[f.45]

[f.46]

LEGENDA: [f.44][45][46][47] Fotos da Maquete. Fonte: Weliton, 2018.

202

PAISAGISMO MAQUETE Weliton Barroso Silva

[f.47]


Pata de Vaca (Bauhinia blakeana) Ipê de Jardim (Tecoma stans)

Orquídea (rosa, branca e amarela)

Bromélia (laranja, amarela e vermelha)

goiabeiras (Psidium guajava)

Pitangas (Eugenia uniora)

Laranjeiras (Citrus sinensis)

Ipês

O projeto conta com diversas áreas verdes. Estes espaços de convivência foram planejados para a realização de atividades ao ar livre e um contato maior com a natureza. Para que haja permanência das pessoas é importante contar com sombreamento e espécies contemplativas. Para as pequenas áreas verdes foi proposto a Pata de Vaca , Ipê de Jardim, Orquídeas e Bromélias. Na praça localizada na fachada de acesso (norte) foi proposto Ipês de diferentes tonalidades, gerando um colorido natural e compondo a fachada. No bosque foi proposto a implantação de árvores frutíferas, como: Goiabeiras, Laranjeiras e Pitangas .

203


APAE - SILVÂNIA. Disponível em: <https://apaesilvania. wordpress.com/>. Acesso em 21 de Maio de 2017. SASSAKI, Romeu Kazumi. Como Chamar as pessoas que têm deficiência? Revista da Sociedade Brasileira de Ostomizados, ano I, n. 1, 1º sem. 2003, p. 8-11. SANCHES, Isabel; TEODORO, António. Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos. Revista Lusófona de Educação, 2006. GLAT, R.; PLETSCH, M. D.; FONTES, R.S. Educação inclusiva & educação especial: propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade. Educação, Santa Maria, v. 32, n. 2, p.343-356, 2007 Jardim sensorial: Possibilidades terapêuticas e pedagógic a s . D i s p o n í v e l e m : <http://jardimdecalateia.com.br/arquitetura/jardim-sensorialpossibilidades/>. Acesso em 19/03/2017. Reggio Emilia: escolas feitas por professores, alunos e f a m i l i a r e s . D i s p o n í v e l e m : <http://educacaointegral.org.br/experiencias/reggio-emiliaescolas-feitas-por-professores-alunos-familiares/>. Acesso em 20/03/2017. BITTENCOURT, L. S. et al.. Acessibilidade e Cidadania: barreiras arquitetônicas e exclusão social dos portadores de deficiência física. ANAIS DO 2º CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2, Belo Horizonte, 2004. Anais... Belo Horizonte, 2004. FENAPAES. História. Disponível em: <http://apaebrasil.org.br/page/2>. Acesso em 01 de Maio de 2017. COTRIM, Edmar Camilo. Silvânia: Enredo e Personagens. Anima, Silvânia, 1998.



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