F I E N I G R B
Carlos Eduardo Duarte Braga – hoje em dia mais conhecido como Cadu, Dudu ou simplesmente Du – é um homem/rapaz/menino de 24 anos, belo-horizontino e parcialmente negro. Belo-horizontino por não ter escolha e parcialmente negro por não usar corretamente protetor solar e por se negar a tomar banhos de sol para homogeneizar sua cor. Vem de uma moderna família mineira que abraça as diferenças; irmão de duas irmãs mais velhas – Ariadne e Sabrina – e filho caçula de Celeste e Carlos Roberto, este já falecido, que sempre apoiaram suas decisões e lhe deram bastante incentivo. Cadu se considera uma pessoa carinhosa, bem-humorada, sorridente e brincalhona, porém também se julga muito infantil, impaciente, ansioso e desajeitado em algumas situações. Insatisfeito com o próprio corpo e com sua situação financeira, atualmente estuda Design Gráfico na UEMG em busca da independência financeira e emocional através de um bom emprego e um lugar só seu para criar seus gatos.
Entre os seus sonhos mais utópicos está: adoecer menos, fazer exercícios físicos regularmente, ter uma vida mais saudável e parar de fumar. Carlos Eduardo Duarte Braga – já conhecido como Carlitos, Carlota, Scooby, Quick, Carequinha, Cabeção, entre outras denominações que fazem menção ou não aos seus defeitos físicos – sempre foi um menino fissurado por desenhos animados antigos e videogames. Porém, ao contrário da maioria das crianças, coloria seus desenhos corretamente e adorava desenhos moralmente questionáveis, como Pica-Pau (por seu caráter tipicamente norte-americano), Tom e Jerry (pela xenofobia e perseguição às minorias) e Sailor Moon (por condutas socialmente não tão bem aceitas, como o transformismo). Apesar de hoje ainda se considerar uma criança e dizer que pouco mudou desde essa época, Cadu diz não encarar esse saudosismo de forma nostálgica, e sim como uma lembrança dessa época da vida e que não se encaixa mais com suas ambições atuais.
Cadu prefere as manhãs de sábado no inverno, pois isso lhe traz memórias de sua infância, quando fazia questão de acordar cedo – cabular o catecismo – e assistir seus desenhos na televisão. Ele adora as noites de domingo – também de preferência no inverno – para assistir a filmes antigos que, geralmente, só são transmitidos de madrugada. Cadu gosta de desenhos em P&B, pois acredita ser impressionante que, mesmo na ausência de cores vibrantes, os desenhos dessa época conseguem passar vida e os mais diversos sentimentos utilizando apenas tons de cinza. Ele tem preferência por tons mais sóbrios, como os tons de cinza, P&B e cores não muito vibrantes, dentre eles o vermelho e o azul. Seus lugares preferidos são o seu quarto, uma paisagem campestre e uma sala de cinema ou teatro por passarem a ele uma sensação de conforto que lhe remete à infância. Se fosse uma planta, Cadu respondeu que poderia ser um limão, pois, apesar de bem-intencionado, ele é brincalhão demais, podendo ser doce ou muito ácido. Se fosse um personagem de filme, afirmou que com certeza estaria em um filme dirigido por Woody Allen pelo seu temperamento excessivamente dramático e atrapalhado. E se fosse um livro, seria uma revista em quadrinhos de comédia por ser muito brincalhão e bem-humorado.
Quando questionado sobre qual animal o representaria melhor, Cadu disse que seria um polvo. Isso devido à sua flexibilidade, maleabilidade e sua adaptabilidade. Ele se considera flexível por gostar de conhecer coisas diferentes e não vê problemas em mudar suas ideias, e diz até gostar muito disso, pois acredita que quando uma pessoa se fecha para o mundo, ela se torna ignorante. Ele se considera maleável por se achar capaz de contornar com certa facilidade situações imprevistas, desde as mais dramáticas discussões e fins de relacionamentos até eventos mais trágicos, como a morte de entes próximos. E também considera-se adaptável por conseguir se encaixar bem frente a mudanças de situações, assim como um polvo que consegue mudar a textura e cor de sua pele para mesclar-se ao ambiente. Cadu também disse que o polvo se encaixa bem no seu perfil atrapalhado, pois desde pequeno sua mãe dizia que ele era “tão desajeitado que parecia ter mil braços”. Sempre derruba coisas no chão, quebra algo ou cai e se machuca sozinho.
Assim que fora questionado sobre qual característica física sua era mais marcante, logo ele nos disse que era sua careca – outra denominação para “cabelo-cortado-muito-curto”. Cadu nos disse que é através de sua “careca” que muitos se referem a ele e o distinguem no meio de uma multidão. Então, ele também associou essa característica com a bola 8 da sinuca, uma bola que se distingue entre as outras da mesa pela sua fama e que em alguns países dá nome ao jogo. Além do fato de ambas serem reluzentes, é claro.
Outro objeto que Cadu disse o definir bem é um guarda-roupa. Ele representa não somente a sua desorganização em relação ao tempo e a suas coisas, como as múltiplas personalidades que, assim como o cliente defende, todos possuem: “Cada roupa vai bem com uma situação, não adianta colocar qualquer roupa, ela tem de estar de acordo com o seu estado de espírito.” Cadu disse também que a roupa é uma das formas mais fáceis das pessoas se identificarem, pois revela seus gostos, não só em relação a moda. Ao mesmo tempo, Cadu diz que um guarda-roupa reflete bem a confusão que são os seus sentimentos. Assim como as roupas, mesmo que tente deixar tudo organizado, seus sentimentos algumas vezes se misturam e se perdem.