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Cah Souza
“(…)Medo do escuro? Já tive, hoje não. Medo de avião? Nenhum. E no entanto, eu sinto um medo asfixiante, um medo que não consegui explicar porque não é um medo catalogado, não é assim como um medo de cobra, trovão, sequestro. Eu teria medo de saltar de pára-quedas, eu acho, mas isso nem se compara com o medo que sinto de mim. É como se fosse uma claustrofobia, como se eu fosse uma espécie de elevador. Um elevador enorme, com fundos falsos, alçapões, paredes como as dos filmes de James Bond, que com um toque se abrem e revelam uma biblioteca ou uma sala cheia de armas. Eu me conheço e ao mesmo tempo sei que posso me surpreender a qualquer momento. Tenho medo de não conseguir manter minhas idéias, meus pontos de vista, minhas escolhas. A minha cabeça é como um guarda que não permite que eu estacione em local algum. Eu fico dando voltas e voltas e voltas no meu cérebro e quando encontro uma vaga para ocupar, o guarda diz: circulando, circulando… Você está me entendendo? Eu não tenho