Jornal Atenção - Edição 13

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Suplemento Infantil

Trabalhadores da Flaskô fazem ato contra ataque aos postos de trabalho em Sumaré

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Outubro de 2011 Edição Nº 13

Prefeitura de Hortolândia segue sem atender as reividicações da ocupação Dandara MTST acampou durante quatro dias em frente à prefeitura de Hortolândia, exigindo uma solução para a moradia na cidade {pág 14}

Marcha das Vadias reúne 500 pessoas no centro de Campinas {pág 04} Trabalhadores de frigorífico sofrem mutilações {pág 06} A luta pela reforma agrária na região de Americana {pág 16} www.jornalatencao.org.br


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/opinião

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Editorial Enquanto a grande mídia dedicou a maior parte de seu tempo falando do Rock in Rio, muitas lutas aconteciam no Brasil e no mundo. Na nossa região, a Marcha das Vadias tomou as ruas de Campinas no dia 24 de setembro, mostrando a luta das mulheres contra a opressão e violência que sofrem diariamente. Em Hortolândia, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto continuou sua luta no acampamento Dandara, e o prefeito Ângelo Perugini continuou ignorando a reivindicação das famílias e agora tenta criminalizar o movimento. Em Sumaré, a justiça novamente tentou fechar a fábrica ocupada Flaskô, com o leilão de uma importante máquina para produção. Os trabalhadores foram às ruas e exigiram do juiz que pare os ataques e os leilões. Em Americana, o acampamento Helenira Rezende do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) sofreu novo despejo violento, mostrando claramente que a justiça está

junto dos grileiros da Usina Ester, e contra os trabalhadores que querem produzir alimentos sem agrotóxicos. Os ataques aos trabalhadores continuam em todo país e a resistência também continua: greve dos Bancários, Correios, Metalúrgicos e diversas manifestações de ruas, como as daqui da região. No centro financeiro do mundo, Wall Street, em Nova Iorque, diversas ocupações acontecem desde o início de setembro em ruas, praças e prédios públicos contra a crise financeira e o poder econômico norte-americano. O movimento já se alastrou pelo país inteiro. Mais informações vejam no site: http://occupywallst.org/ Nessa crise poucos lucram e os trabalhadores pagam a conta. Até quando poucas pessoas que concentram a maioria das riquezas do mundo irão continuar mandando e atacando a maioria dos trabalhadores? Só a luta dos trabalhadores pode dar resposta a essa pergunta.

Jornal Atenção – Publicação da Associação Centro de Memória Operária e Popular - Tiragem: 5.000 exemplares Edição Coletiva - Fábrica Ocupada Flaskô | Coletivo de Comunicadores Populares | Coletivo Miséria - redacao@jornalatencao.org.br- jornalatencao.org.br Telefone: (19) 3854 7798 / 3832 8831 / 3864 2624

Natasha Mota


/campinas 03

Crônica Companheiros e companheiras, vamos falar novamente como os trabalhadores podem ser oprimidos, massacrados, humilhados. Como sua honra, dignidade, pode ser pisada pelo patrão bandido e ladrão. A minha, começa o relato em 2002 na Cipla. Quando estávamos todos os operários trabalhando na empresa de forma escrava, escrava por que: dois décimos terceiros atrasados e vencendo o 3º décimo terceiro, e você tra-

balhando cumprindo horário e esperando, porque esperança já não existia mais, pois junto com os décimos também existia seis meses de pagamento mensal atrasado, e você trabalhando cumprindo horário, enfim, produzindo numa situação insustentável. Quando os trabalhadores resolveram se mexer... bom, seis meses a água já chegou na bunda, todos berravam, vamos fazer alguma coisa? O que? Bom chamar o sindicato que é o nosso representante. Engano,

porque fomos descobrir que ele é representante do patrão, do capitalismo, apesar de ser pago pelo trabalhador e comprado pelo patrão. Depois de algumas tentativas: cadê o sindicato? Cadê nosso representante? Só tem um jeito, vamos por nossa conta. Paramos por 24 horas e a conta foi alta, 95 companheiros demitidos. Bom, voltamos a trabalhar lamentando as demissões numa situação de humilhação e sem saber para onde correr, e maior ainda era a humilhação de ter uma lista

para sorteio para receber um valor quando fosse sorteado, e quando era sorteado, o valor que recebia era a fortuna de 30 reais, um bujão de gás custava 29 reais, e assim você chegava em casa com todo esse dinheiro no bolso, sua família o esperava na porta da casa para ver um homem chegando humilhado, rebaixado e tendo no bolso um salário de 30 reais. Você teria coragem de encará-los? Eu não. Foi onde que um companheiro demitido começou a desfilar no portão da empresa com um nariz de pa-

lhaço, sendo motivo de riso de algumas pessoas e tristeza de outras. Mas... valeu companheiro. Pois você sozinho mostrou que vale a pena lutar mesmo sem bandeira ou apoio. Pois você sozinho chamou a atenção de uma cidade, e dentro desta cidade ainda existiam companheiros de luta, luta pelos oprimidos, pelos trabalhadores que o capitalismo tentava calar e transformar em escravos. Onde na marra conseguiu envolver um sindicato pelego e traidor pago pelos patrões bandidos. Após uma reunião no sindicato decidimos ir ao último comício do “companheiro” Lula em Florianópolis, sem dinheiro, com fome e sede, fizemos a segurança do “companheiro” e entregamos uma carta ao mesmo com um pedido de ajuda. Respondeu que iria nos ajudar, estamos esperando até hoje pela ajuda. Agradeço aos companheiros Castro, Chico Lessa, Osvaldo, Evandro, Serge, que nos ensinaram que se pode lutar pelos direitos dos trabalhadores onde quer que esteja, e onde quer que você vá. Apesar das traições vale à pena lutar e mostrar que tem movimentos e organizações sérias e honestas. Companheiros e companheiras, quem vos faz este relato é Caverna: ex-funcionário da Cipla, militante das Fábricas Ocupadas, Esquerda Marxista, funcionário da Flaskô.


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/cidades

Marcha das Vadias reúne 500 pessoas no centro de Campinas No dia 24 de setembro, sábado, no centro de Campinas, aconteceu a Marcha das Vadias. A marcha foi organizada por diversos coletivos de mulheres. Às 9 horas da manhã começou a aglomeração no Largo da Catedral. Faixas com os dizeres “Chega de violência sexual contra as mulheres”, “Meu corpo, minhas regras!”, “Não é não!”, entre outras, estavam expostas na praça. Aos poucos, a praça estava lotada. Mulheres e ho-

mens pintavam cartazes e seus corpos. Panfletavam e conversavam entre si e com quem passava na rua 13 de Maio, a mais movimentada do comércio da cidade. “A Marcha das Vadias passou o seu recado. Não podemos nos calar diante da violência contra a mulher, jamais. E juntas, somos mais fortes e agiremos até que todas sejamos livres”, afirmou o coletivo organizador do ato em seu blog http://marchavadiascampinas.wordpress.com/.

Por que Marcha das Vadias? Foto: Cristina Beskow

Foto: Cristina Beskow

A primeira Marcha das Vadias aconteceu na cidade de Toronto, no Canadá, motivada pela palestra de um policial numa universidade. Esse policial afirmou que as mulheres deveriam se preocupar em não sair nas ruas se vestindo como uma Slut (palavra em inglês que quer dizer vadia) para não serem estupradas.

Diante desta declaração, as mulheres da cidade organizaram a primeira marcha, dizendo “o que quer que eu vista, onde quer que eu vá, sim significa sim, e não significa não”, para deixar claro que o estupro é sempre culpa do agressor, e não das peças de roupas, de certo modo de se comportar ou dos lugares que as mulheres circulam. Depois disso, graças a circulação na internet, foram organizadas centenas de marchas em diversas cidades do mundo. A primeira do Brasil foi em São Paulo no dia 4 de junho de 2011, espalhando-se por Belo Horizonte, Brasília, Recife, Natal, Rio de Janeiro, entre outras.

“Ao final, todas éramos Marias da Penha, todas éramos vadias e tiramos as blusas e sutiãs para mostrarmos que somos todas mulheres e queremos ser livres das opressões machistas, capitalistas, racistas, homofóbicas. E rolaram as lágrimas pela emoção da força coletiva mas também pela revolta e indignação diante da dor da violência sentida por todas nós mulheres, sentimentos compartilhados pelos que se indignam diante das opressões e do machismo” Fonte: marchadasvadiascampinas. wordpress.com


/brasil

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Catadores protestam no centro de São Paulo No dia 27 de setembro, os trabalhadores das cooperativas de catadores de recicláveis de São Paulo voltaram a ocupar as ruas do centro para protestar contra o não cumprimento de acordos por parte da prefeitura. Várias medidas tomadas pela prefeitura da cidade restringiram o espaço destas cooperativas. Um dos comunicados da manifestação de ontem alertava para o fato de, junto à venda do terreno onde funcionava a Cooperativa de Catadores da Granja Julieta e à recente ameaça de remoção da Cooperativa Sempre Verde, ambas atuantes na zona sul, estar ocorrendo a expulsão dos artesãos que trabalham na Praça Floriano Peixoto, a per-

seguição aos vendedores ambulantes do Pari e o tratamento cada vez mais truculento dado aos moradores de rua. O ato se concentrou à frente do prédio da prefeitura e na Praça do Patriarca, se estendendo até o começo da noite com batuques e projeção de vídeo. O prefeito Gilberto Kassab, por sua vez, não aceitou sequer receber alguns representantes dos catadores. Vários trabalhadores da Cooperativa Sempre Verde declararam que só querem trabalhar, mas a prefeitura dificulta a vida deles, privilegiando sempre os mais ricos e pouco se lixando pros trabalhadores pobres. Fonte: Passa palavra e Rede Extremo Sul

Veja o vídeo com o depoimento dos trabalhadores da Cooperativa Sempre Verde em: passapalavra.info/?p=46462

Foto: floradaserra.blogspot.com

Movimentos exigem paralisação das obras da Usina Belo Monte No dia 20 de agosto, em 15 cidades brasileiras e em mais algumas em outros países, grupos indígenas, movimentos sociais e organizações não-governamentais saíram às ruas para exigir a paralisação

das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está em curso no estado do Pará. Eles protestaram contra a obra que vai desalojar milhares de pessoas e trazer danos ambientais irreversíveis.


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/brasil

Trabalhadores da JBS Friboi sofrem mutilações nas máquinas da empresa Era o dia 12 de novembro de 2002, Saturnino Vogado tinha 24 anos. Estava no final do expediente, por volta de 15 horas e 45 minutos. Ele havia começado a trabalhar às seis da manhã. A máquina não devia estar ligada, mas estava e começou a puxar. “Levou a minha perna e o meu corpo para o meio das ferragens. Gritei para o meu amigo Jeferson, mas ele estava mais nervoso que eu, paralisado. Os supervisores não estavam acompanhando o nosso trabalho. Nós não sabíamos como fazer aquilo parar. Fraturou meu fêmur, esmagou o joelho, quase me partiu ao meio...” Para não ter de pagar a indenização pela irresponsável exposição do funcionário e fugir das suas obrigações com

a incapacitação permanente, a JBS Friboi fez de tudo, denuncia Saturnino. “Inventaram que eu tinha feito curso, presenciado palestras, que estava plenamente qualificado para operar a máquina. Disseram até que eu era mecânico, embora não passasse de auxiliar de frigorífico”. Além disso, falaram para a imprensa que o acidente havia sido com um caminhão, no embarque, e até tentaram barrar a entrada dos bombeiros que vieram me socorrer. Buscavam encobrir a verdade, não queriam que vissem o que realmente aconteceu”. Pai de dois filhos, Saturnino vive agora com um salário mínimo por mês e complementa a renda pintando portões para tentar complementar o orçamento.

Grana pública e mentira sem vergonha nas propagandas A empresa JBS Friboi escreve na sua página “A JBS TEM como missão ser a melhor em tudo o que se propõe a fazer”, diz a página da “maior empresa em processamento de proteína animal do mundo”. Mas não comenta nada sobre as mutilações dos fun-

cionários. Além disso, recebeu R$ 10 bilhões de dinheiro público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), banco público brasileiro que ao invés de dar grana pros trabalhadores e cooperativas só libera verba para os grandes empresários.

“Não ganhei nenhuma indenização da JBS Friboi, nada, nadinha. Só de Deus: a vida, uma segunda chance de viver. Até para me aposentar tive que entrar na Justiça. Saiu recém agora, no mês de agosto”, contou Saturnino .

Sérgio Afonso perdeu o movimento de três dedos: “equipamentos estavam gastos e sem manutenção”

Verônica Benitez trabalhava na triparia tirando o sebo com a tesoura para cozinhar e embalar. “É questão de segundos e vai caindo tripa e mais tripa, o que deixa muita gente doente pelo ritmo.” Passados dois anos, adquiriu um edema, além de “bursite subacromial” e “tendinite do supraespinhal e subescapular” que a incapacitam para o trabalho. “Agora, a JBS diz não ter nada com isso. Mas não foi lá que adquiri as lesões?”

Reescrito por Jornal Atenção a partir de matéria de Reportagem de Leonardo Wexell Severo de Campo Grande (MS) para o jornal Brasil de Fato | Fotos: Leonardo Severo


O QUE VOCÊ FARIA SE ROUBASSEM SUA FERRAMENTA DE TRABALHO?

OQ

Estão querendo leiloar uma máquina essencial para continuar com a produção e manter os empregos dos trabalhadores da Flaskô.

Estão qu a produ

A Flaskô foi ocupada pelos trabalhadores em 12 de junho de 2003, diante do abandono dos patrões, 3 meses de salários atrasados e direitos que eram sonegados. De lá pra cá, muita luta foi feita para garantir o controle dos trabalhadores, com importantes conquistas sociais. O espaço da fábrica é dos trabalhadores da comunidade. Temos o projeto Fábrica de Cultura e Esporte, que envolve quase 400 pessoas, especialmente crianças, e organizamos uma ocupação de moradia no terreno da fábrica onde hoje vivem 564 famílias.

A Flaskô diante d direitos garantir sociais. O o projeto especialm terreno d

Os ex-patrões deixaram muitas dívidas. O judiciário, ao invés de cobrar deles, está cobrando dos trabalhadores. Querendo leiloar o maquinário da fábrica. Esses patrões tem um patrimônio enorme. Por que cobrar dos trabalhadores, que precisam das máquinas para sobreviver?

Os ex-pa deles, es da fábric Esses p trabalha

A dívida deve ser cobrada dos patrões, não dos trabalhadores!!!

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/fábrica de cultura e esportes 09

Conheça mais o grupo Fusão Norte Fusão Norte é um grupo de Hip Hop da periferia de Campinas e lutam pela Cultura na Comunidade. Foi um dos grupos que se apresentaram no Espaço Cultural Fábrica de Cultura no 1º

Sonora Musical. Vale a pena conhecer o trabalho desses brothers, veja o canal TV WEB do grupo, com vídeos de shows e clipes produzidos por eles mesmos.

TODAS ATIVIDADES GRATUITAS MAIS INFORMAÇÕES: cultura@fabricasocupadas.org.br ou (19) 3832-8831

Acesse: www. youtube. com/user/ fusaonort


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/artes

Poema Gravata Colorida Solano Trindade quando eu tiver bastante pão para meus filhos para minha amada pros meus amigos e pros meus vizinhos quando eu tiver livros para ler então eu comprarei uma gravata colorida larga bonita e darei um laço perfeito e ficarei mostrando a minha gravata colorida a todos os que gostam de gente engravatada Poema de Solano Trindade (1908-1974) retirado do Boletim do Acampamento Dandara do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) - Jardim Minda, em Hortolândia.

Coletivo Miséria: Para ler mais charges entre em miseriahq.blogspot.com Para ler mais tirinhas entre em tirasdamiseria.blogspot.com

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Suplemento Infantil



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Desenhos: Luis, Tiago, Ícaro, Adriano, Marcelo, Igor e Gustavo, crianças que participam da oficina de quadrinhos na Flaskô.


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/cultura

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Mostra Luta exibe o que não passa na TV Foto: Cristina Beskow

A “Mostra Luta” é um evento organizado pelo Coletivo de Comunicadores Populares, na cidade de Campinas. Na sua quarta edição, exibirá vídeos, fotografias, quadrinhos, poesias e teatro, além de mesas de debate e sarau. A Mostra vem para mostrar que a luta continua. Mas, na maioria das vezes não é noticiada na TV ou é distorcida, rotulada como “baderna”. Mas, os trabalhadores lutam e querem ser ouvidos. Com este objetivo que surge a Mostra Luta, para amplificar as vozes dessas diversas lutas sociais, mostrando o que a TV não mostra: víde-

os com o ponto de vista dos lutadores, suas causas e reivindicações, e a realidade dos trabalhadores. Nos últimos anos, foram centenas de pessoas que participaram do evento, em contato com diversas produções de luta. A Mostra passou por significativos avanços, propiciando o acesso e o debate acerca de diversas lutas: pela terra, por moradia, pela diversidade sexual, dos estudantes, operários e das mulheres, contra as opressões e desigualdades sociais, contra a perda de direitos e a criminalização dos que buscam lutar por esses direitos. Pretende-se que esta

Vamos fugir do monópolio na comunicação de Campinas Os jornais impressos até pouco tempo eram monopolizados por

uma única empresa, a RAC (Rede Anhanguera de Comunicação),

Para maiores informações acesse: www.mostraluta.org

experiência seja multiplicada, que estes vídeos sejam assistidos pelo maior número possível de pessoas. A

idéia é que a Mostra sirva como estímulo à produção audiovisual e artística que retrate a realidade e as lutas so-

ciais e que estas produções sejam subsídios de apoio à luta dos trabalhadores e movimentos populares.

A 4ª Mostra Luta ocorrerá de 05 a 13 de novembro, no Museu da Imagem e do Som, em Campinas.

que escreve, com uma única linha editorial, os três principais jornais da região metropolitana, com diferentes públicos-alvos: Correio Popular, Diário do Povo

e Notícia Já. Há alguns anos, o jornal “Todo Dia” passou a abranger Campinas na distribuição, mas ainda é pouco conhecido. Como alternativa popular sobram

algumas iniciativas de menor abrangência das rádios livres, uma rede de rádios comunitárias ligadas à ABRAÇO (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias),

uma rádio educativa vinculada à Prefeitura, e os canais Câmara e TV Fênix (TV Comunitária), transmitidos na TV a Cabo, além do Jornal Atenção.


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/fábrica ocupada

Trabalhadores da Flaskô fazem ato em Sumaré contra novo ataque aos postos de trabalho Foto: Cristina Beskow

Novamente a burguesia, agora representada pelo Poder Judiciário, atacou os trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô. Um novo leilão de máquinas da Flaskô se iniciou no dia 7 de outubro. Trata-se de um processo de 1998, ou seja, da gestão do patrão. Desta vez, iniciou-se um leilão virtual, on-line, o que reduz a capacidade de resistência dos trabalhadores para frear qualquer arremate, ainda mais que ele vai até o final do mês. “Essa máquina que está indo a leilão é fundamental para garantir a produção e manter os postos de trabalho”, nos contou Alexandre Mandl, advogado da fábrica Flaskô.

Trabalhadores exigem do judiciário que parem os leilões

O ato do dia 7 de outubro contou com a solidariedade do MST, MTST, Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, estudantes, entre outros militantes apoiadores. Os trabalhadores paralisaram a principal avenida do centro de Sumaré. A bateria seguiu com os manifestantes que pararam o centro e a rua da prefeitura. “O prefeito também é responsável por esse ataque, pois não declarou a fábrica área de interesse social. Por isso estamos aqui na frente da prefeitura”, disse Pedro Santinho, coordenador do conselho da fábrica. Pressionados pelo ato públi-

co, a Prefeitura acatou o pedido feito pelos trabalhadores da Flaskô e se manifestou, por escrito, contra qualquer tentativa de fechamento da fábrica, considerando a experiência da Flaskô “um exemplo de luta social e de grande importância para a cidade de Sumaré”. Dr. Buck, chefe da Procuradoria Geral do Município, representando o Prefeito Bacchim, ajudou a garantir uma reunião da comissão da Flaskô com o Diretor do Fórum, Dr.

André Gonçalves Fernandes, marcada para o dia 11/10, terça-feira. Após esta conquista junto à Prefeitura Municipal, os trabalhadores seguiram em direção ao Fórum. Lá chegando, se depararam com barreiras de policiais militares, incluindo 16 viaturas e o um bloqueio de dois quarteirões até chegar o Fórum. “Um absurdo, que mostra como os trabalhadores, quando organizados, são tratados”, falou um

dos trabalhadores barrados. Isso não obstruiu a determinação do ato em defesa da Flaskô, que seguiu até a frente do Fórum. Os trabalhadores disseram que não permitirão qualquer arremate de uma máquina, pois isso levará ao fechamento da Flaskô, perdendo-se todas as conquistas sociais, não só da fábrica em si, mas da Vila Operária e do Projeto da Fábrica de Cultura e Esportes. Nesse sentido, os trabalhadores da Flaskô explicaram que

este leilão era só mais um dos ataques jurídicos que a fábrica vem sofrendo, e que esta situação precisa mudar. “A contradição é muito grande. Quando é para fazer nossa defesa, não somos considerados os responsáveis pela fábrica. Quando é para atacar, responsabilizar, criminalizar, a “Justiça” quer que os trabalhadores paguem a conta. O que não pode é continuar esta prática de dois pesos e duas medidas”, explicou Alexandre Man-


13 dl, advogado da fábrica ocupada Flaskô. Como exemplo, ele cita o próprio leilão deste dia, que se refere a um processo de 1998, ou seja, da gestão patronal, e ao fazer a defesa, os trabalhadores tiveram seu direito restringido, mas, por outro lado, eles é que irão pagar por esta dívida, por meio do possível arremate da máquina. “São mais de 200 processos em Sumaré, e a prática do Poder Judiciário tem sido esta. Os Juízes da cidade precisam mudar seu posicionamento, acatando nossos pedidos, que, vale dizer, estão todos baseados nas leis já existentes”, argumentou o advogado.

Por isso, o ato público insistiu para que o Diretor do Fórum e os demais juízes recebam uma comissão de trabalhadores da Flaskô para que parem com os ataques contra os trabalhadores da fábrica ocupada Flaskô, compreendendo sua importância para a classe trabalhadora e popular, especialmente para a população de Sumaré. Apesar do pedido feito pelos presentes ao ato público, os Juízes não receberam os trabalhadores no dia, mas garantiram a realização da reunião marcada via intermediação da Prefeitura para o dia 11/10. Por fim, os trabalhadores

realizaram três protocolos judiciais, onde narram a situação contraditória do Poder Judiciário e a necessidade do atendimento das reivindicações da Flaskô. Mais tarde, o advogado conversou com os dois Juízes mais diretamente envolvidos, e ambos manifestaram interesse no prosseguimento do diálogo e na busca por uma solução da Flaskô. Os trabalhadores da Flaskô exigem das autoridades judiciais que reconhecessem a experiência da fábrica como um exemplo prático da aplicação dos direitos constitucionalmente garantidos. Exigiram que fossem recebidos

por uma comissão e tratasse dos seguintes pontos: Contra os leilões de máquinas da Flaskô! A fábrica ocupada Flaskô não pode fechar! Pelo atendimento das reivindicações dos trabalhadores da Flaskô! - Quem fez a dívida é o patrão! Juiz, vá leiloar sua mansão, sua fazenda e avião! - Fim das penhoras de faturamento! - Fim dos leilões on-line! - Fim da criminalização dos trabalhadores da Flaskô! - Pelo reconhecimento judicial definitivo da Associa-

ção dos Trabalhadores como gestora da Flaskô! - Pela Unificação das Execuções Fiscais com o pagamento de uma porcentagem do faturamento! - Pela aprovação do projeto de declaração de interesse social da área da Flaskô! - Pela aprovação da proposta de projeto de lei de desapropriação de fábricas abandonadas! - Pela estatização sob controle operário da Flaskô! Cabe agora acompanhar, pressionar e lutar, para todas as reivindicações sejam atendidas. Foto: Cristina Beskow


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/moradia

Ocupação Dandara segue na luta, mas prefeitura continua sem atender reivindicações As famílias da ocupação Dandara do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) acamparam durante 4 dias em frente à prefeitura de Hortolândia. Exigiam da prefeitura que resolvesse o problema de moradia das 800 famílias do acampamento e dessem uma solução provisória em caso de despejo. O prefeito recebeu as famílias no dia 26 de setembro. Nessa reunião o prefeito não atendeu nenhuma das reivindicações. Apenas disse que faria o cadastro das famílias. Também tentou negociar com cada família em particular, tentando tirar a legitimidade do movimento.

Faltam 20 mil moradias em Hortolândia A prefeitura de Hortolândia construiu apenas 1000 casas no últimos sete anos. Prometeu construir 7000 casas, mas não cumpriu. “Se a prefeitura abandonou seu povo, nós do MTST continuaremos lutando. Até a vitória!”, disse o vídeo do movimento no site www.mtst.org.

Prefeitura de Hortolândia mente e difama MTST A prefeitura de Hortolândia usou dinheiro público para atacar e difamar o MTST. Fez um panfleto e distribuiu na cidade atacando o

movimento. O panfleto dizia que a maioria das famílias do acampamento Dandara não é do MTST. Mentira da prefeitura.

Panfleto tenta enganar população de Hortolândia O panfleto feito pela prefeitura de Hortolândia teve a intenção de jogar as famílias que estão no cadastro da prefeitura por moradia

contra as famílias do MTST. Essa é uma mais uma tentativa do poder público de dividir as famílias e poder enrolar mais a entrega das casas.


/moradia

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Movimento esclareceu população no ato do dia 4 de outubro O MTST deixou claro que a prefeitura de Hortolândia rompeu com um acordo feito há mais de dois anos com 235 famílias de Hortolândia cadastradas, que estavam acampadas no Zumbi dos Palmares, em Sumaré. A prefeitu-

ra também enganou o movimento, pegando nome dos coordenadores e acampados e entregando para os proprietários, para mover processos. “As famílias da ocupação Dandara não são vândalas, elas estão re-

voltadas pelo descaso por parte da prefeitura. O direito a moradia e a manifestação está na Constituição Brasileira, por isso continuaremos”, dizia um material entregue pelo movimento à população de Hortolândia.

MTST realizou ato dia 4 na Câmara de Hortolândia O MTST, após o ato realizado na câmara de Hortolândia na terça-feira, dia 4 de outubro, conseguiu uma reunião entre CDHU e MTST. No documento apresentado estava o compromisso do CDHU de atender as demandas

das famílias do movimento. Também conseguiu uma reunião entre a Secretária Nacional de Habitação Inês Magalhães e o prefeito de Hortolândia pra resolver a situação das famílias dos acampamentos Zumbi e Dandara.

MTST é um movimento nacional O MTST é um movimento que existe em 7 estados do Brasil, mais o Distrito Federal. É um movimento sério, que luta por moradia há mais de dez anos, mas a prefeitura insiste em

tratar as famílias como caso de polícia. Isso mostra claramente que o prefeito de Hortolândia está do lado dos engravatados, dos ricos, dos patrões, e não dos trabalhadores.


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/luta pela terra

A luta pela reforma agrária na região de Americana O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reocupou no dia 10 de setembro o Sítio Boa Vista, área invadida pela Usina Ester. Esta é a quinta ocupação realizada na região desde 2004 com o objetivo de realizar a regularização fundiária. É de conhecimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) a existência de terras públicas em Americana que deveriam ser destinadas para o assentamento dos trabalhadores. Uma destas áreas é o Sítio Boa Vista que pertence ao governo federal. Apesar de ser proibido o arrendamento de terras públicas federais, a Usina Ester utiliza a área para plantar cana-de-açúcar. Em todas as vezes em que foi ocupado o Sítio Boa Vista, a Usina Ester, por meio de liminares falsas e em conjunto com a Polícia Militar, conseguiu retirar as famílias. famílias, que permaneceram na área 24 dias. Em 30 de O governo agosto pela manhã, a tropa de choque da Polícia Militar a favor dos executou de forma intimidausineiros dora o despejo das famílias No dia 05 de agosto o a favor da Usina Ester. Na MST realizou uma ocupação madrugada anterior, a Polícom aproximadamente 700

cia aterrorizava os trabalhadores com luzes em direção aos barracos, rojões e tiros de armas de fogo, assustando a todos ao longo da noite. A justiça mais uma vez defendeu os interesses dos ricos contra os direitos dos

pobres, garantiu o interesse dos usineiros contra o dos trabalhadores. A juíza Cinthia Elias de Almeida, da 2ª vara civel de Americana, emitiu a reintegração de posse, ignorando o fato da área ser pública. Também

não levou em consideração o pedido do Ouvidor Agrário Nacional do INCRA, o desembargador Gercino José da Silva Filho, para adiar o cumprimento da liminar até que a situação da terra ocupada fosse investigada.


15 /luta pela terra 17 A Usina Ester

A Usina Ester grila terras por toda a região de Americana para a monocultora de cana de açúcar. Estima-se que 4 mil hectares de terras são usadas irregularmente pela empresa. São áreas Municipais, Estaduais e Federais que devem ser destinadas para a Reforma Agrária. Além disso, a usina polui o meio ambiente com produtos químicos que envenenam o solo, os animais e as águas consumidas pela população da região.

Quem foi Helenira Rezende Helenira Rezende foi uma estudante, militante da União Nacional dos Estudantes e que lutou na Guerrilha do Araguaia contra a ditadura militar nos anos 60/70. Brava

A luta pela produção na terra na região

O processo de luta pela terra na região resultou na conquista de varias áreas que hoje são assentamentos. Os mais recentes são o assentamento Comuna da Terra Milton Santos, em Americana, e o Elizabeth Teixeira, em Limeira. As duas áreas, mesmo sem financiamento e apoio governamental, produzem alimentos sem veneno para os trabalhadores das cidades. Atualmente são entregues semanalmente mais de 10 toneladas de alimentos para cerca de 45 instituições nas cidades de Cosmópolis, Americana, Limeira, Campinas, Sumaré, Nova Odessa. Enquanto a usina Ester só planta cana-de-açúcar e produz álcool e açúcar para exportação.

guerreira da cidade que se uniu aos camponeses contra a repressão e a injustiça social. o novo acampamento de Americana foi batizado com seu nome

Famílias são despejadas em Americana e a Reforma Agrária segue paralisada!

Às 6h da manhã do dia 4 de outubro foi realizado o despejo das 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) acampadas na área grilada pela Usina Esther em Ame-

ricana-SP. Estavam presentes a Tropa de Choque, o Águia da PM (helicóptero), a Polícia Civil e a Polícia Militar, mobilizando um efetivo de mais de 200 policiais. Sob a ameaça de despe-

jo, as famílias se retiraram da área no último domingo (2/10), erguendo um novo acampamento na beira da estrada em frente ao local. Esta é uma Estrada Intermunicipal, o que impossibilitaria que o despejo acontecesse com a mesma liminar apresentada pelo juiz. Contudo, a PM invadiu o local retirando as famílias sob extrema violência, prendendo um acampado e humilhando as famílias. A Polícia agiu com TRUCULÊNCIA, realizando uma reintegração ILEGAL e concedendo um tempo de 10 minutos (!!!) para que as

famílias retirassem seus pertences dos barracos. Mais uma vez a luta dos trabalhadores e trabalhadoras por um pedaço de terra foi tratada como um caso de Polícia, sob repressão extrema. Enquanto o Poder Judiciário permanece alinhado com os interesses da Usina, o órgão responsável pela realização da Reforma Agrária – o INCRA – sequer se pronuncia sobre a questão. Apesar das diversas reuniões já realizadas com o INCRA em âmbito Nacional e Estadual, a situação das 300 famílias permanece sem resolução.


18 /galeria

Segundo dia Ocupação Helenira Rezende | Foto: Tati Vargas‫‏‬

Ato da Flaskô contra os Leilões no dia 7 outubro | Foto: Natasha Mota‫‏‬


Ocupação Helenira Rezende | Foto: João Zinclar‫‏‬

Primeiro dia Ocupação Helenira Rezende Americana | Foto: Fernandão Martins‫‏‬


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Entrevista: Tânia Gomes fala sobre a água na Vila Operária O Jornal Atenção entrevistou Tânia Gomes de Lucena, moradora da Vila Operária e Popular e trabalhadora da Flaskô. JORNAL ATENÇÃO - Em que ano começou a trabalhar na Flaskô? Qual função exerce na fábrica? TÂNIA - Foi no dia 1 de Abril de 1993. Comecei como Ajudante de Produção e depois passei a ser Operadora de Máquina, função que estou até hoje. ATENÇÃO - São mais de 18 anos... e mora na Vila Operária há quanto tempo? TÂNIA - Moro desde 2008. No comecinho da Vila eu morava na Chácara da Fábrica. Daí eu fiquei afastada por um problema de saúde e depois vim morar na Vila, construindo a casa aos pouquinhos, na Rua 4. O número não é muito certo ainda. Agora que instalou a água parece que o DAE quer mudar a numeração. Além disso, ainda não temos CEP...

cos dias que foi colocada a água, mas já dá para perceber algumas diferenças grandes. Até agora cada um tinha que dar o jeito que fosse para conseguir, porque água não pode faltar. Pegava água daqui ou dali... às vezes a água não tinha força pra subir, daí pedia um balde quando era urgente. Agente esperava água pingar nas bombonas até 5 horas da manhã. Daí tinha que carregar. Tanto é que meu irmão agora sofre com hérnia e vai ter que operar, por conta do peso que pegava pra dentro da casa. Então a gente se virava com bombonas... foram 3 anos. Daí semana passada minha mãe ligou dizendo que colocou água. Foi a maior alegria! Até porque foi uma luta. Agora vamos correr atrás da caixa, dos canos...

Rede de água e esgosto sendo instalada na Vila Operária

pelo menos que não caiu aqui na Vila. Você acha que foram importantes mobilizações e as diversas idas à Prefeitura para reivindicar este direito à água?

TÂNIA - Eu acho não. Eu tenho certeza! Foi por causa ATENÇÃO - Você não tem disso que veio a água. Lemcaixa? bro desse ano do dia em que quase acampamos na prefeiTÂNIA - Até agora tem só a tura e daquela reunião em mangueira. Mas já é um alívio Sumaré... como que fala? a água sair na hora que abre a torneira. É uma água limpa; ATENÇÃO - Você se refere ATENÇÃO - E sobre essa lavar a roupa já é outra coisa. à Audiência Pública? recente chegada da água pú- Fiquei animada, as roupas já blica, você pode nos dizer o estão todas lavadinhas... TÂNIA - Isso, aquela audique mudou na sua vida? ência que o Prefeito achou ATENÇÃO - Sabemos que ruim. Nós já fomos até pra TÂNIA - Faz apenas pou- essa água não caiu do céu, ou São Paulo. Foi por causa dis-

so. Se não tava todo mundo vamos ter que correr atrás ainda esperando ou cada um dando seu jeitinho... ATENÇÃO -. Vamos finalizar. Últimas palavras? ATENÇÃO - Certo. E o que mais você acha que está fal- TÂNIA - Bom, gostaria de tando na Vila Operária? agradecer a essa luta que fizemos. Pois cheguei a penTÂNIA - Tem ainda algu- sar algumas vezes que não mas coisas. A primeira coi- ia dar em nada. Achava que sa que me vem à cabeça é a eles não iam ligar pra genfalta de CEP. Porque além te, tinha esse medo. Achava de não receber correspon- que eles não iam dar impordência, eu não consegui tância... os poderosos lá. fazer o cadastro de saúde do meu irmão que vai ope- ATENÇÃO - Tânia, muito rar. Falaram que o papel da obrigado pela entrevista. CPFL não tem validade e Esperamos fazer mais ennão consegui cadastrar. trevistas como essa. Tem ainda outra coisa que é a falta do tratamento de es- TÂNIA - De nada. Também goto. São coisas pelas quais espero.


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