SETÚBAL
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Arrábida na rota JORNAL MUNICIPAL.janeiro | fevereiro | março 2012.ano 12.n.º 44 da humanidade
União de esforços Programa inédito junta moradores, instituições e Autarquia na planificação e execução de ações que estão a transformar os bairros da Bela Vista, Manteigadas e Quinta de Santo António. A vontade de todos já resultou na definição de oito dezenas de projetos
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Meio milhão de euros reabilita habitações sociais
De comer e chorar por mais
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Cidade recorda voz da coragem
Festival dedicado à caldeirada
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Março segue a todo o gás pág. 16
Relatórios da PIDE mostram atividade antifascista de Zeca Afonso Homenagem em 2012 nos 25 anos da morte do poeta e músico
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SETÚBAL
sumário
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rota Arrábida na ad e 12.n.º 44 da humanid | março 2012.ano
4 PRIMEIRO PLANO A união de esforços de moradores, instituições e Autarquia já dá resultados. A recuperação de fogos e as obras da Praia da Saúde e da Casa do Corpo Santo também estão em destaque.
s o ç r o f s e e d o ã i Un ereiro IPAL.janeiro | fev JORNAL MUNIC
o Programa inédit s, junta moradore es instituiçõ e Autarquia na planificação e execução ão de ações que est tra a nsformar la os bairros da Be das Vista, Manteiga de a int Qu e Santo António. A vontade de todos já resultou na definição de oito dezenas de projetos
12 PLANO CENTRAL São 25 anos de saudade do homem que, com palavras, canções e ações, ajudou a fazer Abril. Zeca Afonso está a ser homenageado pela cidade que escolheu como centro da sua luta. 14 TURISMO A caldeirada teve direito a um festival que juntou à mesa da boa disposição muitos setubalenses e visitantes. Um protocolo entre Setúbal e Grândola aproveita a excelência dos recursos. 15 AMBIENTE A candidatura da Arrábida a património mundial motiva diversas iniciativas promocionais. A remoção de cepos e a aposta em contentores enterrados melhoram a imagem do Concelho. 16 CULTURA O Mês da Juventude está ao rubro com a hora de todas as decisões do concurso de bandas de garagem a chegar. Outra prova, de fado amador, já definiu o vencedor, um escalabitano de 54 anos.
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tações sociais ros reabilita habi eu de ão ilh m o Mei
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Março segue a todo o gás
20 EDUCAÇÃO Setúbal está a ver nascer um novo centro escolar, no Bairro Afonso Costa, dotado de jardim de infância e 1.º ciclo. Mas não esquece uma das suas professoras diletas, Lígia Figueiredo.
E Relatórios da PID e mostram atividad antifascista de Zeca Afonso Homenagem em 2012 nos 25 anos da morte do poeta e músico
18 FREGUESIA A Câmara Municipal continua convencida da importância das juntas para o Concelho. Nas Praias do Sado há um novo acesso pedonal, enquanto a Anunciada está a requalificar uma rotunda. 19 DESPORTO Os Jogos do Sado atravessam a fase de competições escolares, envolvendo centenas de crianças e jovens. A cidade e o Vitória despediram-se do talentoso futebolista Jaime Graça.
Cidade recorda voz da coragem
De comer e chorar por mais o Festival dedicad à caldeirada
8 LOCAL A igualdade de género está em evidência num mês cheio de atividades que lembra a necessidade de garantir direitos. O Mercado do Livramento continua a ter a preferência dos setubalenses.
21 ACADEMIA A Escola Superior de Educação está envolvida num projeto mundial que torna os consumidores pessoas mais conscientes. Finalistas de Hotelaria têm ideias à espera de investidores. págs. 12 e 13
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22 RETRATOS José Domingos é o último homem que em Setúbal repara as fendas que a faina abre nas embarcações de pesca. A profissão de calafate está em risco de desaparecer da margem do Sado. 23 INICIATIVA São quase vinte anos no município a lutar por uma sociedade mais inclusiva e com respostas para as necessidades das pessoas. A cooperativa SEIS vive do contributo de diferentes áreas do saber. 24 PLANO SEGUINTE As comemorações da Revolução dos Cravos mostram como vai ser a Casa da Cultura, instalada num edifício que respira os valores de Abril. O voluntariado volta a fazer Setúbal mais bonita.
informações úteis Câmara Municipal
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Turismo
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editorial
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Mudar as regras a meio do jogo A Câmara Municipal de Setúbal tem como princípio de gestão a valorização do trabalho, segundo critérios de legalidade e de responsabilidade social. Atenta a esse princípio, assumiu a opção estratégica – legal e juridicamente sustentada, sem margem para dúvidas, à data em que foi tomada – de alterar a posição remuneratória por opção gestionária de um número significativo de trabalhadores. Infelizmente, e de forma irresponsável, as regras foram mudadas a meio do jogo por organismos dependentes do Governo, colocando em causa decisões municipais e a vida de centenas de trabalhadores da autarquia. As decisões municipais foram fundamentadas numa análise técnica interna cuidada e rigorosa e em pareceres jurídicos e orientações técnicas de entidades idóneas com responsabilidades nesta matéria. Para efeitos daquelas alterações, a Câmara Municipal considerou a relevância das menções correspondentes aos pontos atribuídos a cada trabalhador nos termos da Lei dos Vínculos, Carreiras e Remunerações, na qual se determina que aos trabalhadores cujo desempenho não tenha sido avaliado pelo Sistema de Avaliação e Desempenho da Administração Pública (SIADAP), designadamente por não ser aplicável, nos anos de 2004 e 2005, ou por não ter sido aplicado no ano de 2006, se atribui um ponto para efeitos de avaliação. Foi assim que a Câmara Municipal de Setúbal concluiu que o ponto atribuído corresponde à menção qualitativa de Bom, o que permitiu um reposicionamento remuneratório de cerca de quatro centenas de trabalhadores. Ainda que pudéssemos estar sozinhos neste entendimento, a verdade é que igual entendimento foi também o de mais de uma centena de autarquias em todo o país. A partir de maio de 2010, o entendimento jurídico da IGAL sobre estas matérias passa a ser diferente, o que fez com que os resultados de uma inspeção à Câmara Municipal de Setúbal, efetuada por este organismo em 2011, determinasse que as decisões camarárias de reposicionamento remuneratório são nulas. Esta decisão obrigou-nos a declarar a nulidade da alteração da posição remuneratória, o que, na prática, implicaria o regresso à anterior posição remuneratória e a devolução das diferenças salariais entretanto recebidas. O que está aqui em causa, repito, é uma mudança de regras a meio do jogo. Os setubalenses têm o direito de saber que o entendimento que seguimos neste caso é exatamente o mesmo que outras autarquias seguiram e que este não foi um entendimento exclusivamente partidário, mas antes um entendimento baseado em apreciações da lei feitas por entidades competente e idóneas. A Câmara Municipal de Setúbal assume todas as suas responsabilidades e o seu executivo age no estrito cumprimento da lei. Foi isso que fizemos agora uma vez mais, por imposição alheia, ainda que as consequências desta decisão possam ser prejudiciais para centenas de trabalhadores. Na análise jurídica que fizemos da matéria resultou que o caminho que seguimos seria o único adequado, ainda que acreditemos que esta imposição do Governo possa ser anulada. No que nos diz respeito, tudo continuaremos a fazer, com os nossos trabalhadores, para que não sejam prejudicados nos seus salários e nas suas carreiras. Para que nada do que justamente ganharam tenha de ser devolvido. Tudo faremos para apoiar os sindicatos nesta luta, independentemente de podermos ter visões diferentes sobre os melhores caminhos a seguir, visões que, contudo, em nada prejudicam o nosso objetivo comum. Estamos ao lado dos trabalhadores e com eles vamos combater as orientações e imposições dos organismos governamentais que nos conduziram até aqui.
Tudo faremos, com os nossos trabalhadores, para que nada do que justamente ganharam tenha de ser devolvido
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal
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Moradores arregaçam as mangas
primeiro plano
D
Um projeto novo junta moradores da Bela Vista e zona envolvente, instituições sediadas na área e serviços municipais. Agora, são as pessoas que decidem o que fazer, quando e como, para melhorar o bairro onde vivem egrau a degrau, Luís Gonçalves repara as escadas do prédio, na Bela Vista. Pausa para um cigarro e de novo o trepidar do martelo elétrico num cimento degastado pelo uso. A atenção na operação perde-se à chegada de novos materiais. “Ontem liguei a pedir mais tintas e hoje já as tenho cá. Assim é que é.” Luís Gonçalves resolveu deitar mãos à obra, dinamizando, com outros moradores, a recuperação do prédio onde vive com a mulher e os filhos. É neles e no futuro melhor que ambiciona para a família que pensou quando decidiu participar na recuperação as áreas comuns do número 7 da Avenida Francisco Fernandes, no “Bairro Amarelo”. Esta é uma das respostas positivas ao desafio lançado pela Câmara Municipal no âmbito do Programa Integrado de Participação e Desenvolvimento da Bela Vista e Zona Envolvente, que assenta na premissa de que todas as ações devem ser protagonizadas pelos próprios, fomentando a organização de grupos, uma maior autonomia, responsabilidade e crescimento coletivo.
Ao som da música de um pequeno rádio, que abafa o barulho das obras, Luís Gonçalves trabalha nas horas de descanso da atividade profissional, com Márcio Sousa, ladrilhador, e Carlos Ribeiro, padeiro. Cada um faz aquilo com que mais se ajeita, trocam ideias e ajudam-se mutuamente, sempre em ambiente de boa disposição. “Não podemos ficar à espera que as coisas nos caiam no colo e se resolvam por si. É importante envolvermo-nos, sempre com boa vontade e espirito de iniciativa”, salienta Luís Gonçalves, 33 anos, que recusa ficar parado no passado e concentra energias para o futuro. O apoio da Câmara Municipal para a execução destas obras, com a cedência de materiais de construção, tem sido fundamental para a materialização da iniciativa, uma das muitas que já estão a surgir no âmbito deste programa, desenvolvidas também em áreas como a cultura, o desporto e a inserção social. “Esta atitude da Câmara [cedência de materiais] motiva-nos e é fundamental para a execução destas obras,
que seriam muito difíceis de concretizar sem matérias-primas”, desabafa Luís Gonçalves, enquanto um companheiro de equipa aproveita para pedir a um dos técnicos municipais que acompanham os trabalhos mais um disco para cortar ferro. As obras começaram no topo do prédio e já vão com um bom avanço. Consistem na consolidação de estruturas, conserto de fendas e reparação de escadas. Depois são executados todos os trabalhos de pintura necessários para mudar a imagem do prédio.
Além destas obras, o grupo de moradores tem outras ideias em perspetiva. A instalação de focos de luz, a colocação de baldes do lixo e a restrição das entradas aos acessos comuns do prédio são futuras intervenções a implementar, assim como a intenção de constituir um condomínio. Gina Forte, 57 anos, outra das moradoras envolvidas nesta ação, apoia como pode. “Contamos com os mais novos para os trabalhos mais pesados”, revela, entre risos. Um elogio vai também para o programa que
Encontros com ideias As linhas orientadoras do Programa Integrado de Participação e Desenvolvimento da Bela Vista e Zona Envolvente foram apresentadas aos representantes de prédios abrangidos por este projeto, em reu niões realizadas localmente em fevereiro e março. Os encontros, conduzidos pelo vereador Carlos Rabaçal, tiveram como objetivos principais expor as linhas gerais do programa e, sobretudo, auscultar os representantes dos prédios, eleitos em reuniões de moradores, sobre as necessidades prioritárias da comunidade. Nestas sessões, foram já avançadas várias propostas para o desenvolvimento de iniciativas e sugestões de melhoria da qualidade de vida das populações e de criação de novas dinâmicas de quotidiano. As iniciativas a desenvolver por grupos de voluntários foram apresentadas à Autarquia, que as analisa e estuda a melhor maneira de as apoiar e acompanhar, para uma plena implementação.
Esforço reabilita prédio A recuperação dos espaços comuns do prédio número 7 da Avenida Francisco Fernandes é um dos exemplos das novas dinâmicas de quotidiano que estão a ser criadas na Bela Vista. A Autarquia cedeu os materiais de construção civil e os moradores deitaram mãos à obra. Começaram pelos espaços comuns, com particular ênfase na recuperação das escadas, que vão ganhar novos degraus. A consolidação de estruturas e o conserto de fendas são outras prioridades, assim como a pintura geral do edifício, indispensável para mudar a imagem do prédio. Para mais tarde ficam outras intervenções, como a instalação de focos de luz, a colocação de baldes do lixo e a restrição das entradas de acesso ao prédio.
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Bairro da Bela Vista já tem condomínio
a Câmara Municipal está a implementar. “Dá-nos mais autonomia e capacidade para resolver os nossos problemas.” É uma renovada visão para reconfigurar a realidade de um conjunto de bairros da zona da Bela Vista, um novo ciclo na vida das populações, que passam a ter um papel mais determinante no processo decisivo.
Programa aponta ao futuro O envolvimento ativo da população na tomada de decisões e na imple-
mentação de iniciativas locais são objetivos primordiais do Programa Integrado de Participação e Desenvolvimento da Bela Vista e Zona Envolvente, que junta moradores, técnicos municipais e perto de três dezenas de entidades sediadas no território abrangido. Englobando os bairros da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Forte da Bela Vista, Manteigadas e Quinta de Santo António, com um total de perto de sete mil habitantes, o programa procura novos interlocutores capazes de desencadear processos
de participação e de mobilização popular. É fundamental o envolvimento das pessoas nas decisões e nas tarefas necessárias à materialização das mais de oito dezenas de ações e projetos já definidas neste programa, que incide na intervenção com jovens, na promoção da educação, formação e emprego na comunidade, no fomento de iniciativas comunitárias, no desenvolvimento de processos de participação e na melhoria da imagem e visibilidade dos territórios.
A constituição do primeiro condomínio no Bairro da Bela Vista, no final de janeiro, marca um novo ciclo no envolvimento dos moradores na resolução dos problemas do edificado local, na sequência de um desafio lançado pela Câmara Municipal. A “mudança da mentalidade das pessoas”, destaca a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, representa “um fator decisivo” para a recente formação deste condomínio, o primeiro desde a construção, há mais de três décadas, do Bairro da Bela Vista (“Bairro Amarelo”). Com o “envolvimento das pessoas torna-se mais fácil a resolução de diversos problemas” que afetam a Bela Vista, sublinha a autarca, reforçando que, a partir de agora, os moradores têm “uma participação ativa” na implementação “de soluções práticas para a reabilitação das habitações”. O novo condomínio, formalizado no número 28 da Avenida da Bela Vista, é composto por um total de três dezenas de condóminos – vinte são proprietários privados e dez espaços pertencem à Autarquia –, que já começaram a pagar a respetiva quota mensal. A constituição deste condomínio, no âmbito do Programa Integrado de Participação e Desenvolvimento da Bela Vista e Zona Envolvente, tem a vantagem de aumentar a autonomia e a capacidade de decisão
dos moradores em termos da gestão quotidiana do prédio, no que respeita, nomeadamente, a trabalhos de manutenção e limpeza. As obras que sejam necessárias realizar no edifício passam, igualmente, a ser desencadeadas pelo condomínio, que também é responsável pela escolha do empreiteiro e do orçamento. A Câmara Municipal assume a condição de condómina dos espaços de que é proprietária, cumprindo as mesmas obrigações quanto ao pagamento das quotas mensais e das quantias extraordinárias que venham a ser necessárias para a realização de obras de conservação. “Levámos alguns anos até constituir este primeiro condomínio. Foi um trabalho difícil e longo mas conseguimos finalmente atingir este objetivo”, que também concorre para a “recuperação da autoestima das pessoas”, vinca Maria das Dores Meira. Com vista a incentivar a constituição de mais condomínios, a Autarquia informa sobre as vantagens e presta apoio aos moradores para a formação e o desenvolvimento das atividades, nomeadamente na elaboração de atas e no fornecimento dos formulários necessários para a inscrição no Registo Nacional de Pessoas Coletivas. Presta ainda apoio técnico-jurídico sobre questões relativas à gestão do condomínio.
Rampa recebe escadas A construção de um lance de escada com cerca de 20 metros está a melhorar a acessibilidade pedonal entre a Alameda das Palmeiras e a Avenida Belo Horizonte, junto do edifício da Cáritas, numa resposta direta da Câmara Municipal às necessidades da população daquela área da Bela Vista. Os trabalhos aproveitam o uso de um corrimão já existente naquela área, preparada desde o início da construção do bairro para receber uma infraestrutura deste género, mas que nunca foi edificada. As intervenções, executadas com meios humanos e técnicos da Autarquia, consistem na implementação de lancis de escada em betão e na construção de degraus em calçada, devendo estar concluídas até meados de abril.
Desporto junta jovens O “Torneio Fire Ball”, a primeira iniciativa desportiva realizada no âmbito do Programa Integrado de Participação e Desenvolvimento da Bela Vista e Zona Envolvente, juntou, em março, jovens de vários bairros de habitação social desta área da cidade. A iniciativa, um torneio de futsal com oito equipas, foi organizada por um grupo de jovens da recém-criada Associação Atitude, com o apoio da Câmara Municipal, e teve como objetivos o fomento da prática desportiva e a interação e convívio entre os jovens. O “Torneio Fire Ball”, com jogos disputados no polidesportivo e pavilhão municipal das Manteigadas, incluiu o desenvolvimento de ações de formação, com a presença de elementos de todas as equipas participantes, abordando temáticas como a prática desportiva e conceitos de arbitragem.
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Investimento recupera habitações São mais de 500 mil euros para a reabilitação de habitações nos bairros sociais. O investimento municipal para 2012 ajuda a resolver os problemas mas a Autarquia continua a reclamar do Governo um programa específico. Na Bela Vista, o bloco E1A já foi requalificado e outras intervenções estão no terreno O investimento de mais de meio milhão de euros em operações de reabilitação de habitações nos bairros sociais para este ano foi anunciado pela presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na inauguração, em fevereiro, de um conjunto de obras de requalificação do bloco E1A do Bairro da Bela Vista. As futuras empreitadas incluem a retificação das caixas de recolha dos esgotos das prumadas, a instalação de novas ligações de esgotos domésticos, operações relacionadas com eletricidade, trabalhos de pintura e reparação de fachadas de prédios. Além destas obras, a edil reforçou que a Autarquia vai “instalar novas janelas em algumas frações habitacionais” e facultar “tintas a grupos de moradores” que se ofereceram para participar na pintura dos edifícios. “Tudo isto em paralelo com profundas intervenções sociais, quer no acompanhamento das pessoas, quer na realização de várias ações que contribuem decisivamente para a gradual melhoria desta zona habitacional”, salientou.
No bloco E1A, confinado entre as avenidas da Bela Vista e Francisco Fernandes e a Rua do Moinho, a Autarquia executou obras de reabilitação e de consolidação estrutural em edifícios de habitação, um investimento global de 362 mil e 93,36 euros no âmbito do programa Pro-
habita, do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). O valor das obras relativas à parte dos inquilinos foi financiado, em partes iguais, pela Autarquia e pelo IHRU, enquanto os trabalhos realizados em habitações de propriedade privada não obtiveram qualquer
Mercado apoia comunidade
INSTALAÇÃO. Um novo equipamento para crianças e jovens está instalado no Parque Verde da Bela Vista, numa área com uma caixa de areia, reforçando a oferta lúdica naquele espaço de lazer da cidade. O aparelho, cuja instalação foi realizada pelos serviços municipais, estava num espaço no Bairro 25 de Abril que não oferecia as condições de segurança adequadas para um uso correto.
Mais segurança contra fogos As condições de proteção e segurança dos bairros da Bela Vista e das Manteigadas são reforçadas com uma obra que visa a total reabilitação da rede de combate a incêndios, numa empreitada liderada pela Câmara Municipal. A intervenção, iniciada no final de fevereiro, inclui a implementação de um renovado e melhorado sistema de marcos de água em toda a área de intervenção do programa RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente. Os trabalhos, que devem estar concluídos no início de abril, contemplam a colocação de novos hidrantes em zonas que não estavam abrangidas por este tipo de equipamentos e a eliminação de pontos de água
financiamento da Administração Central, tendo a Câmara Municipal assumido a totalidade dos custos. Os trabalhos contemplaram a requalificação das áreas comuns do bloco E1A, a instalação de novos gradeamentos e portões, a colocação de novos estendais, a reparação
das caixas de correio e a eliminação do sistema de condução e recolha de resíduos sólidos. No exterior do E1A, as obras recuperaram e remodelaram todo o pátio, com a colocação de novos pavimentos, a instalação de mobiliário urbano, o reforço da iluminação pública e a plantação de árvores. Contudo, apesar dos investimentos e esforços coletivos para a melhoria dos bairros sociais, a Câmara Municipal considera fundamental que, para que a inclusão social possa ser realizada, é imperativo que haja uma aposta mais forte de regeneração no parque habitacional de parte da Administração Central. “A dimensão das obras exigíveis no conjunto dos cinco bairros na zona de influência da Bela Vista implica uma intervenção consistente e decisiva por parte da Administração Central, situação que nos últimos anos não tem acontecido”, afirmou o vereador Carlos Rabaçal, reforçando a necessidade de “um programa que permita às câmaras municipais ter uma capacidade de manutenção regular e sistemática para melhorar a qualidade de vida das populações”.
inativos que já não permitem um uso correto em situações de emergência. A manutenção e a recuperação de equipamentos existentes são também intervenções programadas com a execução desta obra, implementada com o objetivo de garantir uma adequada proteção daqueles bairros em situações de emergência. O projeto “Reabilitação da Rede de Combate a Incêndios”, um investimento no montante de 61 mil e 929,33 euros, é comparticipado em 65 por cento por fundos comunitários (40 mil e 254,06 euros), canalizados pelo PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
O Mercado Social da Bela Vista, plataforma logística com funções de captação, armazenamento e redistribuição de bens materiais não perecíveis na comunidade envolvente, é o novo equipamento que a Câmara Municipal está a criar no bairro. A construção e implementação do Mercado Social, obra iniciada no final de fevereiro, no valor de quase 200 mil euros, que integra o programa RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, permite aumentar o reaproveitamento de recursos, numa gestão partilhada entre a Câmara Municipal de Setúbal e instituições particulares de solidariedade social do Concelho. O equipamento, que funcionará como um entreposto social de bens e serviços, tem como funções a captação e armazenamento de bens não perecíveis, como vestuário, material escolar, móveis e eletrodomésticos, para posterior distribuição. O abastecimento de lojas sociais já existentes
ou que venham a ser criadas por instituições particulares de solidariedade social é uma das tarefas do Mercado Social da Bela Vista, que pretende contribuir para a supressão de necessidades básicas de famílias em dificuldade. O Mercado Social assegura ainda o acesso de forma condigna a estes bens, apoiando de maneira mais eficaz e responsável outras necessidades fundamentais da comunidade, como as condições de habitabilidade ou de acesso à educação, essenciais à consolidação de um percurso de inserção. Além da função de entreposto social, o equipamento fica apto para o desenvolvimento de outros serviços em prol da comunidade, como uma lavandaria e uma oficina para a execução de pequenas reparações. O Mercado Social da Bela Vista fica instalado num espaço da Rua da Figueira Grande onde funcionou o Centro Jovem Tabor, estando a decorrer as necessárias obras de adaptação e beneficiação, que devem ficar concluídas em meados de junho. A intervenção constitui um investimento global de 189 mil e 750 euros, comparticipado em 65 por cento (97 mil euros) do montante elegível para este projeto, no valor de 150 mil euros, por fundos comunitários canalizados pelo PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
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Proteção do centro histórico
A obra que está a criar uma nova área urbana de lazer em plena frente ribeirinha de Setúbal acelera para a reta final. Na zona da Praia da Saúde, onde decorrem as operações urbanísticas, o asfalto já foi renovado. E o verde já começa a combinar com o azul do Sado A primeira fase da revitalização da frente ribeirinha poente, centrada na zona da Praia da Saúde, território privilegiado da cidade onde está a nascer uma nova área urbana de lazer, conheceu mais um passo decisivo com a recente conclusão de vários trabalhos no âmbito desta intervenção. A ultimação das operações de asfaltamento, ação que incluiu a aplicação de massas betuminosas na Rua da Saúde, numa extensão com perto de 600 metros, foi uma das ações realizadas no âmbito do projeto de reconversão urbana da Praia da Saúde, liderado pela Câmara Municipal. Neste local já existe um passeio público que inclui uma ciclovia e espaços de estadia e recreio nas plataformas envolventes à praia, zona onde foi construído um elemento de
proteção ao galgamento das águas. Articulado com o traçado do passeio, novas áreas para futuros espaços ajardinados estão definidas, enquanto as árvores, na grande maioria pinheiros bravos, já foram plantadas ao longo do percurso linear do passeio virado ao rio, com uma extensão aproximada de 260 metros. A contenção do talude norte entre a estrada nacional e a Rua da Saúde, com a construção de um muro de suporte, que visa a estabilização das terras com plantações, e a requalificação das escadas existentes são outros trabalhos já executados no âmbito desta empreitada. Novos lugares de estacionamento laterais foram também definidos ao longo da Rua da Saúde, via de circulação cuja faixa de rodagem foi alargada de modo a facilitar o trânsito na zona.
Os trabalhos no âmbito deste projeto contemplam ainda a reposição da antiga praia urbana, a integração de mobiliário e equipamento urbano, a instalação de um quiosque e o reforço da iluminação pública. A obra está incluída no PIVZRS – Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal, com o objetivo de aproximar a cidade do rio através de um corredor valorizado em frente do Sado, numa zona confinada a poente pelo Parque Urbano de Albarquel e a nascente pela Rua da Saúde. Este projeto, um investimento global de 1 milhão, 194 mil e 19,80 euros, é executado com apoios comunitários de 65 por cento, através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
Casa do Corpo Santo reorganiza espaços Um conjunto de obras de beneficiação na Casa do Corpo Santo permitiram melhorar as condições de exposição e preservação do património museológico patente neste edifício setecentista. As intervenções, lideradas pela Câmara Municipal, no âmbito do programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal, tiveram como objetivo a requalificação deste imóvel de elevado valor patrimonial, operação que possibilitou a ampliação e definição de novos espaços museológicos. A Autarquia vai ainda avançar com trabalhos especializados de limpeza de todo o espólio arqueológico, nomeadamente a talha dourada ao “Estilo Nacional” que forra a capela patente no edifício, implantado numa construção de 1714, com um troço da muralha trecentista do lado nascente, onde está instalado o Museu do Barroco. Em estudo está também a possibilidade de mudança da exposição permanente “Instrumentos de Ciência Náutica – Coleção Ireneu Cruz”, composta por 124 artigos doados, para uma área requalificada do imóvel, medida que
permite melhorar as condições de visita deste edifício, onde esteve instalada uma confraria de navegantes, armadores e pescadores. As obras na Casa do Corpo Santo representam um investimento global de 126 mil e 406,67 euros, montante comparticipado por fundos comunitários com uma taxa de 65 por cento, canalizados através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional. Os trabalhos incluíram também a execução de um sistema de drenagem de águas pluviais em todo o perímetro exterior do edifício, a conservação e restauro do revestimento azulejar do pátio, com tratamento da tijoleira e dos revestimentos de paredes, e a colocação de novo pavimento. Numa empreitada suplementar, orçada em mais de 60 mil euros, a Câmara Municipal procedeu à recuperação da cobertura da Casa do Corpo Santo, composta por dois telhados, que se encontravam em avançado estado de degradação, eliminando o problema de infiltrações que afetava o imóvel e que colocava em causa a conservação do património existente.
primeiro plano
Lazer em frente do rio
Novos equipamentos de proteção civil, que incluem estruturas com materiais de primeira intervenção e de comunicação de emergência, instalados pela Câmara Municipal, reforçam a segurança do Centro Histórico, numa medida pioneira na Europa. Apetrechados com material de primeira intervenção, os 32 armários estão colocados em locais estratégicos e em zonas de difícil acesso a veículos, destinandose a ser utilizados por munícipes que integrem as Brigadas de Apoio Local. Foram também instaladas cinco colunas informativas, em fase de teste, com um sistema sonoro de alarme e um avisador LED que, em caso de perigo, transmite informações e instruções para a população. Dos novos equipamentos fazem também parte 21 Colunas SOS – Ponto de Encontro, que possibilitam a comunicação direta entre os cidadãos e a central instalada nos Sapadores. Permitem obter informações requeridas e comunicar situações de emergência ou solicitar auxílio. Esta medida é executada no âmbito do Plano Municipal de Intervenção no Centro Histórico de Setúbal, um investimento global de 608 mil euros, com financiamento comunitário através do POVT – Programa Operacional Temático Valorização do Território, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estraté gico Nacional.
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Refeitório reforça instalações
Obras requalificam Brejos de Azeitão
Um novo refeitório para os funcionários municipais, localizado nas instalações dos viveiros das Amoreiras, com mais de meia centena de lugares, representa a etapa final do processo de modernização deste espaço da Autarquia. O serviço, construído de raiz, está orientado, num primeira fase, para os funcionários da Divisão de Espaços Verdes, seguindo-se, posteriormente, a abertura aos restantes trabalhadores do Município. Os viveiros das Amoreiras contam ainda com novos balneários e vestiários, acessos pedonais melhorados, área para estacionamento e estufas ampliadas para produção de plantas.
As condições urbanas estão a melhorar em Brejos de Azeitão, onde um conjunto de obras requalifica várias ruas. A construção de novos acessos pedonais e rodoviários e o reforço das redes de abastecimento de água e saneamento são algumas das melhorias deste investimento municipal Um conjunto de obras lideradas pela Câmara Municipal, num investimento global de perto de 130 mil euros, que inclui operações de substituição de redes de abastecimento de água e saneamento e a construção de novas infraestruturas de arruamento, está a melhorar as condições urbanas em três ruas de Brejos de Azeitão. Na Rua da Tradição, situada na zona da Jardia, um troço com cerca de 140 metros em terra batida foi apetrechado com novos acessos pedonais. As obras, orçadas em cerca de 25 mil euros, incluíram a aplicação de 300 metros quadrados de lancil e pavimento em pavet. A substituição das redes de águas em toda a extensão da Rua da Tradição é outra das operações que a Autarquia já executou neste lo-
cal. O investimento nestes equipamentos, de perto de 15 mil euros, envolveu a construção de 300 metros de tubagem e a execução de ramais de ligação domésticos. Esta intervenção ao nível das redes permitiu melhorar as condições de abastecimento de água às populações residentes nesta área e eliminar problemas relacionados com roturas frequentes, suprimindo, igualmente, custos associados de manutenção. Neste local, a Câmara Municipal vai ainda avançar com a pavimentação da rua, operação a realizar em breve por administração direta, ou seja, com recurso a meios técnicos e humanos da Autarquia. A Câmara Municipal tem ainda em andamento intervenções nas ruas das Videiras e das
local
Abastecimento melhora Um conjunto de intervenções lideradas pela Câmara Municipal está a reforçar as infraestruturas de abastecimento de águas nas estradas da Morgada e da Chamburginha, no Faralhão, freguesia do Sado, ação que melhora as condições deste serviço às populações. Esta intervenção, num investimento superior a 45 mil euros, destina-se a prolongar a rede de abastecimento de água que serve aquela área habitacional. A operação, a concluir em breve, consiste na construção de 1200 metros novos de condutas de abastecimento. Em curso está ainda uma intervenção na zona do Casal das Figueiras, na Anunciada, que visa o prolongamento da rede de distribuição de água, numa extensão de cerca de 35 metros. Os trabalhos, uma empreitada no valor de cerca de cinco mil euros, com conclusão prevista também para breve, incluem a instalação de quatro ramais domiciliários e a execução de nós de ligação à infraestrutura existente.
Mimosas, igualmente na zona da Jardia, obras igualmente realizadas por empreitada, com um custo aproximado de 90 mil euros. Na Rua das Mimosas, além da instalação de um marco de água, as intervenções permitiram substituir 120 metros de conduta de abastecimento de água e 50 metros de coletor de saneamento. Para este local está ainda programado um conjunto de operações que visa a construção de infraestruturas de arruamento num troço com cerca de 300 metros, que inclui a criação de uma área de 750 metros quadrados de lancil e pavimento em pavet. Já na Rua das Videiras, as obras visaram a substituição das redes de água e a colocação de um marco de água.
Serviço com novos balneários
A adaptação de um telheiro nas instalações dos serviços de higiene e limpeza está a criar um novo balneário e vestiário para os funcionários operacionais femininos deste serviço municipal. A empreitada, de mais de 55 mil euros, consiste na construção de uma sala de entrada, zonas de duche e sanitários, uma área de vestiário com cacifos e uma zona técnica. Os trabalhos, que devem estar concluídos em breve, incluem a melhoria do conforto térmico do local, a colocação de janelas basculantes e de pavimento em mosaico antiderrapante e ainda pequenas intervenções ao nível das instalações elétricas.
Desvio de efluente gera poupança A Autarquia vai avançar com a alteração do percurso do tratamento dos efluentes gerados pelo Parque Industrial da Mitrena, medida que implica a construção de um sistema elevatório para condução do efluente na ETAR da Portucel, obra estimada em cerca de 128 mil euros. O encaminhamento das águas residuais para o equipamento da Portucel, com capacidade de tratamento suficiente para receber o efluente do Loteamento Industrial da Mitrena, permite uma poupança financeira superior a 80 mil euros, uma vez que é dispensada a remodelação da ETAR de Mitrena, intervenção orçada em 210 mil euros. A mudança da ligação do esgoto do parque industrial da Estação de Tratamento de Águas Residuais da Mitrena para a nova ETAR da Portucel deve-se a um sobredimensionamento da primeira, que não funciona corretamente em virtude de o caudal afluente à instalação ser insuficiente.
Limpeza reaproveita materiais
Uma operação de limpeza, realizada em janeiro, na área onde funcionou o Mercado Abastecedor, na zona do Monte Belo Norte, permitiu aproveitar materiais para reutilização em espaços públicos. A iniciativa, uma ação conjunta da Autarquia e das juntas de freguesia do Sado, de S. Sebastião e de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, permitiu a recuperação de perto de mil metros quadrados de pavimento em pavet, candeeiros, infraestruturas elétricas e alguns equipamentos de saneamento. Os materiais recolhidos foram encaminhados para as instalações camarárias de Poçoilos, para trabalhos de tratamento e limpeza.
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Avenida ganha nova ciclovia
Novo asfalto para a ciclovia da Avenida Luísa Todi. Uma operação sem custos para a Câmara Municipal está a substituir a totalidade do pavimento desta infraestrutura urbana de lazer, dotando-a de novas condições de utilização A obra de substituição da totalidade do pavimento da ciclovia da Avenida Luísa Todi, operação sem custos para a Câmara Municipal, está a decorrer desde fevereiro, numa intervenção assegurada pelo empreiteiro responsável pela execução original. A intervenção, a cargo do consórcio Mota Engil/HCI Construções, é executada no âmbito da garantia da
obra, acionada pela Autarquia após verificação da degradação acelerada do piso instalado no âmbito do projeto de requalificação geral da Avenida Luísa Todi. A operação, iniciada na zona nascente da placa central da avenida, visa a repavimentação de toda a extensão da ciclovia, que atravessa a principal artéria da cidade, com um
percurso de cerca de 2350 metros. Nesta primeira fase, os trabalhos estão centrados na demolição e remoção da atual camada de pavimento, cujos detritos são encaminhados para vazadouro para tratamento adequado. Numa outra etapa, os trabalhos centram-se na colocação de um novo pavimento para a ciclovia, com re-
curso a materiais semelhantes mas com maior durabilidade e fiabilidade para os utilizadores desta infraestrutura de lazer urbano. Devido às obras, os utilizadores da Avenida Luísa Todi devem circular com precaução e respeitar os perímetros de interdição impostos nos locais onde, a cada momento, decorrem as operações.
Arranjos criam espaço público Um novo espaço de uso público, numa área que se encontrava desaproveitada, está a ser criado no interior do quarteirão definido pela Avenida D. Pedro V e pelas ruas de Badajoz e de Cabo Verde, no Bairro do Liceu. As intervenções, lideradas pela Câmara Municipal, num investimento de perto de 110 mil euros, consistem na requalificação integral de um espaço descaracterizado, com lixos e vegetação desordenada. A execução desta ação traduz uma resposta da Autarquia às necessidades dos moradores locais, apresentadas numa reunião realizada na freguesia de S. Julião no âmbito do
projeto “Ouvir a População, Construir o Futuro”. Os trabalhos, com conclusão prevista para o final de abril, visam a execução de diversos arranjos urbanísticos, com a definição de novos lugares de estacionamento, a criação de pequenas zonas ajardinadas, apetrechadas com rega automática, e a integração de mobiliário urbano, como bancos e papeleiras. Da empreitada faz ainda parte o reforço da iluminação pública, para melhoria das condições de segurança, e a requalificação dos passeios existentes nas áreas envolventes à zona onde decorrem os trabalhos.
Autarquia intervém em zonas verdes A reabilitação de zonas verdes junto da estação ferroviária da Praça do Brasil, intervenção que inclui o reaproveitamento de plantas de época, arbustos e equipamentos de rega, está a melhorar a imagem urbana naquela área da cidade. Feitos com recurso a meios técnicos e humanos da Autarquia, os trabalhos, motivados pelo facto de se ter verificado que a anterior solução executada pela Refer não era a mais apropriada ao local, consistiram, numa primeira fase, na realização de trabalhos preparatórios do terreno, com uma área total de 3150 metros quadrados. A operação contemplou o aproveitamento de equipamentos que
compõem o sistema de rega instalado e de vários tipos de plantas e arbustos, espécimes que, após tratamento nos viveiros camarários, são repostos no local original e noutros espaços públicos. Posteriormente, a Câmara Municipal procedeu à remodelação integral da área intervencionada, definindo novos espaços verdes em consonância com o tipo de geografia dos terrenos. Para uma outra etapa estão reservados trabalhos de sementeira e plantação, com a criação de novas zonas de relvado, bem como espaços onde vão apenas constar plantas de época e arbustos, que permitem uma manutenção mais fácil.
Amigos procuram família Cães e gatos abandonados reencontraram motivos para voltar a confiar nas pessoas, ao serem acolhidos por famílias ao longo da primeira edição do “Dias de Adoção”, a 10 de março, uma iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal e associações de defesa animal. O Parque de Vanicelos foi o local escolhido para a primeira de várias sessões, que se repetem a 14 de julho, no mesmo local, e a 12 de maio e 8 de setembro, no Parque da Algodeia. A maioria dos animais, todos abandonados ou com um passado relacionado com maus tratos, são provenientes do canil/gatil municipal e das associações Pravi, Sobreviver, Esperança Animal, Rafeiros Leais e Adopta-nos. Os animais entregues durante a iniciativa recebem gratuitamente chips identificativos e vacinas, mediante as quantidades existentes. Para adotar um cão ou um gato, os interessados apenas necessitam, formalmente, de assinar um termo de responsabilidade, e, moralmente, assegurar que podem garantir melhores condições de vida aos novos animais de estimação. Cada associação realiza entrevistas para avaliar se os futuros donos reúnem todas as condições para ter um cão ou um gato e para esclarecimento de dúvidas. O porte do animal e a área do futuro lar, especialmente se é um apartamento ou uma vivenda, são critérios decisivos na escolha do novo companheiro. Com tudo em conformidade, qualquer pessoa pode ser como a pequena Joana, de 9 anos, que saiu do Parque de Vanicelos amparando nos braços o sono do Lucky, um dos cachorros já acolhidos num novo lar.
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Igualdade de género em várias frentes
O Dia Internacional da Mulher transforma março num mês dedicado à igualdade de género. Das artes à reflexão, do lazer às animações, Setúbal exalta valores que são de todo o ano Um vasto leque de atividades envolve as comemorações do Dia Internacional da Mulher em Setúbal, assinalado durante todo o mês de março sob o tema “Participação Cidadã – 19 anos Março Mulher”. O programa, organizado pela Sociedade de
Estudos e Intervenção em Engenharia Social (SEIES), em parceria com a Câmara Municipal e em colaboração com várias instituições, abrange áreas distintas como artes, animações, encontros e lazer. Entre a mais de meia centena de atividades do
Imóvel histórico com novo destino A aquisição do edifício onde funcionou o extinto Governo de Civil de Setúbal foi aprovada pela Câmara Municipal em reunião pública realizada a 8 de fevereiro, para ali ser implementado um projeto na área cultural. Com um custo de 1 milhão e 250 mil euros, a pagar em 15 anos, o imóvel está situado na Avenida Luísa Todi, entre os números 324 a 334, na freguesia de S. Julião. A aquisição pela Autarquia é justificada, de acordo com o documento apro-
vado, em virtude do valor do prédio “em termos arquitetónicos, patrimoniais, culturais e histórico” e também pela “necessidade do Município de dispor de um espaço para contemplar um projeto em parceria com o Conservatório Regional de Setúbal”. O imóvel histórico, que já foi conhecido como os Paços do Duque, os Paços da Ordem [de Sant’Iago] e o Palácio dos Duques de Aveiro, e onde, igualmente funcionou, no século XIX, o Hotel Escoveiro, conhece agora um novo uso.
“Março Mulher” esteve em destaque, no dia 11, uma marcha em defesa da igualdade de género, num percurso da Doca das Fontainhas ao Parque Urbano de Albarquel, que reuniu cerca de cinquenta pessoas Antes, nos dias 8 e 10, os mesmos valores ficaram registados para a posteridade num mural “Pela Igualdade”, pintado na Travessa do Seixal, junto do Largo da Palmeira, na Fonte Nova, uma obra com dez metros de comprimento e três de altura, materializada num desenho que salienta os símbolos de feminino e masculino baseados na mitologia grega. Convívios, workshops, palestras, encontros, passeios, sessões de cinema, de teatro e de poesia, exposições de pintura e de fotografia, literatura, gastronomia, música e dança compõem o programa municipal que celebra a mulher e decorre até final de março.
Presidente online com munícipes As “Conversas com a Presidente” regressaram num novo formato, através do Facebook, com a primeira sessão a realizar-se a 12 de março, que, com a apresentação de três dezenas de questões, demonstrou a importância que os munícipes dão a este projeto de conversação online. O serviço funciona à segunda-feira, de 15 em 15 dias, entre as 21h00 e as 23h00, através de uma ligação própria na página de internet da Autarquia ou diretamente no endereço em www.mun-setubal.pt/ conversaspresidente e depois de iniciada sessão pelo Facebook. Maria das Dores Meira responde em tempo real às perguntas que os participantes fazem sobre assuntos de interesse para o Concelho. Com início em 2005, esta forma de conversação instantânea pela internet, por mensagens escritas, constitui mais um meio de contacto entre a presidente da Autarquia e os munícipes, sob o espírito do Município Participado, bem como um incentivo ao uso das novas tecnologias de informação. A presidente da Câmara Municipal destaca a importância desta ferramenta de comunicação tendo em que, por motivos de agenda, para muitos munícipes esta é mesmo a única forma de a contactarem diretamente.
Setúbal pela paz mundial A Câmara Municipal aderiu à organização não governamental de âmbito mundial “Mayors for Peace”, através de uma proposta aprovada na reunião pública de 22 de fevereiro. Esta instituição, que conta com a adesão de mais de cinco mil cidades de 153 países – 34 são portuguesas –, tem como objetivo a sensibilização da opinião pública internacional para a necessidade de abolir as armas nucleares e “contribuir para a paz mundial genuína e duradoura”, sublinha o documento aprovado na reunião. A “Mayors for Peace” presta igualmente assistência a refugiados, promove os direitos humanos e procura eliminar a fome e a pobreza “bem como outros problemas que ameaçam a convivência pacífica dos seres humanos”. A proteção de crianças vítimas da guerra, a solidariedade entre as cidades com vista à troca e partilha de experiências, o fomento de uma melhor relação entre crianças e os meios de comunicação eletrónicos e a dinamização do apoio mecenático são outros dos objetivos apontados. A “Mayors for Peace”, cujas ações desenvolvidas têm a génese em Hiroshima e Nagasaki, Japão, em 1982, está registada como uma organização não governamental das Nações Unidas, no âmbito do Conselho Económico e Social da ONU, desde 1991.
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Sapadores mostram capacidade
O Mercado do Livramento mantém a preferência dos setubalenses e visitantes da cidade e o comércio com todas as condições de segurança. A construção de uma parede temporária no topo sul do equipamento municipal restabeleceu a normalidade As condições de comércio no Mercado do Livramento já retomaram a normalidade depois de, em fevereiro, a derrocada de uma parede no topo sul do edifício ter vitimado cinco trabalhadores envolvidos nas obras de ampliação do equipamento para construção de um edifício destinado a área técnica. A construção de uma parede temporária, em chapas metálicas, dotou o imóvel das condições térmicas e higiossanitárias adequadas para a laboração regular do mercado, que continua a registar bons níveis de afluência. Na área onde ocorreu o acidente foi criado um perímetro de segurança, medida que motiva a
inativação temporária de uma fila de bancas de peixe do topo sul. Os comerciantes que operavam naqueles espaços foram reintegrados no mercado graças a uma reorganização da zona de venda de pescado, numa demonstração de entreajuda. Os cerca de 300 operadores do mercado vão ser compensados pelos prejuízos causados pelo encerramento temporário do equipamento, sendo acionado, para o efeito, um seguro. O Mercado do Livramento, que fora alvo de uma empreitada de requalificação geral, funciona com pareceres positivos em termos de
Petição pelo intercidades
segurança das entidades competentes envolvidas neste processo, o LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Autoridade para as Condições do Trabalho. A Câmara Municipal espera, em breve, poder reiniciar as obras de ampliação do mercado, que possibilita a criação de uma área técnica com um cais de cargas e descargas, zonas de frio e um espaço para os serviços de fiscalização. A Autarquia pretende ainda proceder à recuperação do património azulejar que estava instalado na parede, estando já a estudar possíveis soluções para a realização desta ação.
As câmaras municipais de Setúbal e Alcácer do Sal estão a promover uma petição de protesto contra a eliminação das paragens dos comboios intercidades naquelas localidades e o fim do serviço regional para Tunes. A iniciativa incluiu, em fevereiro, a distribuição de um folheto informativo aos utentes nas estações ferroviárias de Setúbal e do Pinhal Novo, no qual os cidadãos puderam manifestar o seu desagrado a propósito da medida, assinando o documento, destinado a chegar ao Ministério da Economia. As alterações executadas pela CP, alertam os municípios envolvidos, foram tomadas exclusivamente com base em critérios financeiros encapotados em pretensas reduções de tempos de viagem e só privilegiam os utentes que se deslocam de Lisboa – apenas menos 25 minutos de viagem e 18,6 quilómetros de percurso –, prejudicando os centros urbanos de Alcácer do Sal e Setúbal, este com mais de 120 mil habitantes. A decisão implica que os utilizadores destes serviços tenham de se deslocar ao Pinhal Novo ou a Grândola para apanhar um comboio para o Algarve, quando antes podiam fazê-lo diretamente a partir de Setúbal e Alcácer do Sal no serviço regional, pelo menos três vezes ao dia.
local
Livramento garante comércio em segurança
As capacidades operacionais e humanas da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS) foram elogiadas durante as comemorações do 226.º aniversário da instituição, realizadas a 25 de fevereiro. “Temos um conjunto de profissionais de grande valor, com extraordinárias capacidades nas várias valências do socorro que consideramos uma insubstituível mais-valia para Setúbal e para os setubalenses”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na cerimónia, que decorreu na Praça de Bocage. A pronta intervenção dos Sapadores em situações de emergência e socorro foi também salientada pela autarca, destacando que a companhia “mantém intacta, todos os dias, em todas as ações, as suas capacidades e operacionalidade”. A reformulação e a modernização do sistema municipal de proteção e socorro foram também abordadas por Maria das Dores Meira, que, vincando “a necessidade de garantir meios de financiamento adequados”, explicou que a taxa de proteção civil “apenas é aplicada a empresas, em particular às de grande dimensão e de acordo com o seu grau de risco, assim como aos proprietários de edifícios devolutos que representam um risco para a segurança pública”. O comandante da CBSS, Paulo Lamego, afirmou que o “trabalho desenvolvido diariamente [pela companhia] demonstra a toda a população o retorno do investimento efetuado pela Autarquia”, destacando, igualmente, a “poupança gerada nas operações de socorro” em virtude de “uma rápida e eficiente intervenção” em situações de emergência. O programa comemorativo dos 226 anos da CBSS contou com uma cerimónia do hastear da bandeira nos Paços do Concelho, uma demonstração dos meios operacionais na Praça de Bocage e uma romagem ao Cemitério de Nossa Senhora da Piedade para deposição de uma coroa de flores em homenagem a todos os bombeiros falecidos.
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As janelas que Zeca abriu Progressista e democrata. A garra do fascismo nunca conseguiu calar a voz universal de José Afonso. Os relatórios da polícia política PIDE/DGS, guardados na Torre do Tombo, traduzem a perturbação que o cantor da revolução causou na ditadura. Setúbal, onde viveu os últimos vinte anos de vida, é a cidade que marca o período central da luta do poeta e músico por uma sociedade livre e justa
plano central
J
osé Afonso, preso na Cadeia de Caxias, é de novo interrogado por um inspetor. Estão mais dois agentes na sala. Os interrogatórios da polícia política do fascismo são longos e intimidatórios. Muitos envolvem espancamentos e tortura. Responde ao que lhe é perguntado e deixa claro que politicamente é “de tendência progressista” e que se enquadra “nos ideais democráticos”. Os documentos dos Arquivos da PIDE/DGS, guardados na Torre do Tombo, em Lisboa, revelam que o poeta e músico, sem ligações a “organizações ilegais de caráter político”, assume a sua posição ideológica de homem “adverso das instituições vigentes”. No interrogatório de 15 de maio de 1973, e nos restantes, reconhece que colabora “na chamada oposição ao regime vigente”. Duas semanas antes, a 30 de abril, por ordem do inspetor Mortágua, da Direção-Geral de Segurança (DGS), a sucessora da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), é detido em casa, em Setúbal, às 19h30, para ser conduzido a Caxias, onde entra às 23h50, “por lhe ser imputada a prática de factos suscetíveis de integrar o crime contra a segurança do Estado”. É a primeira vez que passa uma noite na temível cadeia, sobre a qual já falara na canção “Por Trás Daquela Janela”, de 72, depois de a 4 de outubro de 1971 ter estado lá, para, após averiguações relacionadas com a sua participação na angariação de fundos de auxílio às famílias dos presos políticos, que assume, sair horas depois. Um relatório da PIDE/DGS explica o motivo da libertação: “Os autos não contêm matéria bastante para que possa pronunciar-se quanto à legalidade da detenção do arguido (...) e, muito menos, quanto à necessidade ou não da manutenção da mesma”. O processo fica a aguardar “produção de melhor prova.”
Pedido de livros e gravador É em 1973, a um ano da Revolução dos Cravos, que José Afonso fica preso na Cadeia de Caxias, 19 dias, sendo sujeito a diversos interrogatórios, em que é interditada a pre-
sença de advogado, substituído por duas testemunhas, agentes da PIDE/ DGS, bem como a um “auto de perguntas”, realizado no dia seguinte ao da detenção, no simbólico 1 de maio, em que se assume “progressista e democrata”. É-lhe apreendida em casa grande quantidade de documentos de caráter político, como petições dirigidas ao chefe de Governo, Marcelo Caetano, pela libertação de todos os presos políticos, regresso dos exilados e reintegração dos funcionários demitidos, contra a guerra em África e pela autorização de recenseamento eleitoral dos jovens maiores de 18 anos. Além de textos sobre os direitos das mulheres, relatórios do Congresso da Oposição Democrática e edições de publicações do Partido Comunista português e galego. Na cadeia, faz ginástica para tonificar o corpo e a mente e escreve alguns dos poemas de canções do álbum “Venham Mais Cinco”, que sairá no final desse ano, como o “Era Um Redondo Vocábulo”. Mais nada lhe é permitido, apesar de requerimentos dirigidos, a 9 de maio, ao diretor da DGS, documentos também guardados nos Arquivos da PIDE, a pedir que lhe sejam facultados livros de filosofia, poesia, ficção e ensaio crítico para a sua “formação cultural” e, “não possuindo conhecimentos musicais teóricos para a escrita de carateres musicais”, um gravador de cassetes para “registo de eventuais composições”. Reclama ainda que lhe sejam concedidas visitas e a presença do seu médico psiquiatra por ter suspendido um tratamento administrado “na sequência de neurose ansiosa”. Uma centena de intelectuais dirige uma petição a Marcelo Caetano a contestar a prisão de José Afonso e o caso é noticiado no estrangeiro, nomeadamente no influente jornal britânico “The Guardian”. A resposta da PIDE/DGS aos requerimentos de José Afonso vem a 21 de maio. Diz que as pretensões já não têm efeito porque, dois dias antes, fora concedida liberdade provisória ao arguido, mediante uma caução de 10 contos, mais 310 escudos de imposto de justiça. O mandado de soltura é motivado
“por inexistência de elementos indi ciários suficientemente comprovativos de que [José Afonso] tenha atuado contra a segurança do Estado, embora se admita que, com o tempo, tais elementos sejam trazidos ao processo”. Tal como aconteceu com a detenção em outubro de 71, os autos ficam “a aguardar melhor prova”.
Setúbal no centro da ação As canções de Zeca Afonso são alegorias à liberdade e murros no estômago do fascismo. O músico chega a Setúbal no final de 1967, vindo de Moçambique, com passagem por Faro. O posto de vigilância local da PIDE envia, a 4 de outubro, um relatório para Lisboa a alertar que o poeta e músico estivera a passar férias nessa cidade algarvia, onde foi professor no início dos anos 60, “constando que ia lecionar para o Liceu de Setúbal”. E avisa que ele é “a favor da independência das províncias ultramarinas portuguesas” e que quando lecionou em Faro acompanhou “com indivíduos com ideias comunistas”. Nesta altura já tinham sido editadas, no disco “Baladas de Coimbra”, de 1963, as canções “Menino do Bairro Negro” e “Os Vampiros”, que, particularmente esta, além de constituírem uma declaração explícita sobre o estado do País, criam as bases de
uma intervenção política musical. Em Setúbal, Zeca é de imediato contactado por associações estudantis e religiosas progressistas, por organizações políticas na clandestinidade e por outros grupos. Todos conhecem a sua obra e querem vê-lo envolvido nas suas causas. E ele aceita. É aqui que, decisivamente, a sua ação assume uma dimensão que se estende a tudo quanto é contrário à ditadura. O posto de vigilância da PIDE/ DGS começa a expedir relatórios para a sede, em Lisboa, a informar que José Afonso, além de “bastante conhecido pelas canções subversivas que compõe e interpreta”, está “referenciado em inúmeras reuniões clandesti-
SAUDADE. A presidente da Câmara Municipal de Setúbal depôs uma coroa de flores na campa de José Afonso, no Cemitério da Piedade, pelos 25 anos da morte do músico e poeta, data que se assinalou a 23 de fevereiro, numa homenagem a “um homem da Liberdade, que muito fez por este país e que muita falta faz”, sublinhou Maria das Dores Meira.
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presos políticos” e “os democratas exigem a rápida libertação dos presos políticos”.
Lutador até ao fim
nas”, “desenvolve larga atividade nos meios ‘culturais’, ‘democráticos’, etc., desta zona e de todo o País” e “recebe em casa muitos indivíduos estranhos, alguns deles estrangeiros, principalmente espanhóis”. Expulso do ensino, sem rendimento fixo, vive graças a um contrato que celebra, em 1968, como agente de promoção artística, com a empresa Arnaldo Trindade, Lda, com sede no Porto, proprietária da editora Orfeu, que passa a gravar-lhe os discos, o primeiro logo nesse ano, “Cantares do Andarilho”. Um despacho da PIDE/DGS emitido de Setúbal no início dos anos 70 faz uma descrição sumária de um dia
de José Afonso, na sequência da vigilância movida por informadores, os chamados “bufos”: “Sai de casa normalmente depois do almoço, instala-se na esplanada do Café Central, junta imediatamente à sua volta larga assistência de ‘jovens’, aos quais vai insinuando a sua doutrina, provocando a maior desorientação nesse meio. À noite frequenta assiduamente o Círculo Cultural de Setúbal, onde se reúne com outros elementos de ideologia semelhante à sua.”
Voz contra a proibição Zeca Afonso está proibido de atuar em público em todo o território na-
Ano de evocação
cional e de viajar para as colónias, mas insiste em não cumprir essas determinações para continuar a difundir a mensagem universal de sonho de liberdade. No Círculo Cultural de Setúbal, a 22 de maio de 1971, participa numa sessão de variedades, um “espetáculo sem licenças e não policiado”, o que irrita a polícia política de Marcelo Caetano, porque nem o Governo Civil nem a PSP intervém. “É de notar que a Polícia de Segurança Pública, sempre tão pronta em intrometer-se em assuntos da nossa competência, faz sempre por ignorar a presença e atuação dos vários elementos comunistas e desafetos que têm
atuado naquele Círculo (…), nunca informando superiormente qualquer atividade que tenha lugar naquela associação”, queixa-se o posto de vigilância de Setúbal. O Círculo Cultural de Setúbal, fundado em 1969 por um grupo de intelectuais contra o regime, está, à semelhança do Clube de Campismo de Setúbal, sob vigilância apertada do fascismo. A 23 de maio de 1970, o colaborador da PIDE “Manuel Afonso” é convidado aí, por um grupo em que se encontra Zeca Afonso, a participar na madrugada seguinte numa ação de pintura de paredes na cidade, a tinta preta, com as frases “libertação dos
António Manuel Ribeiro e mais dois elementos dos UHF participaram, no dia 23 de fevereiro, num apontamento musical que antecedeu um programa evocativo de José Afonso a realizar ao longo do ano em Setúbal. O evento, organizado pela TSF com apoio da Câmara Municipal, no dia em que se completaram 25 anos sobre a morte do músico e poeta, contou com a interpretação de dois temas, junto das arcadas dos Paços do Concelho, na Praça de Bocage. António Manuel Ribeiro, na voz e guitarra, António Côrte-Real, na guitarra, e Ivan Cristiano, na pandeireta e voz, tocaram “Nove Anos”, uma canção dos UHF do LP “Noites Negras de Azul”, de 1988, inspirada em Zeca Afonso. Seguiu-se uma música editada vinte anos antes, “Vejam Bem”, do álbum de originais de José Afonso “Cantares do Andarilho”. Após este evento, segue-se, ao longo de 2012, um programa que assinala em Setúbal os 25 anos da morte de Zeca Afonso, organizado pela Câmara Municipal, em colaboração com a Associação José Afonso.
Os movimentos do cantautor na rua são totalmente controlados e, sempre que se justifica, transformados em boletins da PIDE. Onde está, com quem, o que faz, o que diz, o que ouve, o que canta, em que carro vai. Os concertos são muitas vezes impedidos e, quando permitidos, o alinhamento musical é sujeito a controlo prévio das autoridades, que diz o que pode ser tocado, mas José Afonso leva a sua mensagem a muitos pontos do País. E também da Europa. A Paris, Madrid, Barcelona, Galiza, Londres, Bruxelas. A 10 de novembro de 1970, participa, com Sérgio Godinho, José Mário Branco e Luís Cília, num espetáculo na “Mutualité”, sala mítica de Paris, em que é confrontado com um folheto de extremistas de esquerda, distribuído à entrada, que o acusa de colaborar com o sistema e de, com isso, conseguir viver em Portugal e continuar a gravar discos. José Afonso não se contém e desafia os opositores, espalhados pela sala, apostados em boicotar o concerto: “Quanto ao tal papel, estou disposto a fornecer indicações mais diretas àqueles que esperam que os cantores façam a revolução enquanto eles estão sentados, talvez no Café Luxemburgo.” Aos aplausos seguem-se algumas “bocas”, a que Zeca responde: “Não vejo a tua cara, pá. Je vois pas ton visage. Tu vois le mien, non?” Noutro espetáculo, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 29 de março de 1974, de entrega de prémios da Casa da Imprensa, José Afonso e os outros cantores de intervenção cantam com o público o “Grândola, Vila Morena”. A canção que Portugal vai ouvir menos de um mês depois no anúncio do golpe militar que derrubou o fascismo. A democracia não se traduz num baixar de braços na luta contra as injustiças sociais. Esta é uma batalha que Zeca Afonso trava até ao fim da vida, a 23 de fevereiro de 1987. Faz agora 25 anos.
Uma das ações foi a “9.ª Meia Maratona Fotográfica”, realizada a 10 de março, uma das principais iniciativas do programa das comemorações locais do mês da juventude e que esta edição teve como tema “Zeca Afonso”. O cantautor é ainda recordado num concerto a realizar na Feira de Sant’Iago, a 2 de agosto, data do nascimento de José Afonso, e noutro a 1 de outubro, por ocasião do Dia Mundial da Música. Está também prevista a edição de um DVD. A Casa da Cultura, a inaugurar dentro de meses, além de uma sala com o nome de José Afonso, integra iniciativas dedicadas ao músico até ao final do ano, no âmbito da programação regular deste espaço, que inclui exposições, concertos, tertúlias, debates e exibição de filmes. A exposição inaugural será de homenagem ao homem que conheceu bem o edifício onde fica instalada a Casa da Cultura, a partir de 1975 a sede do Círculo Cultural de Setúbal, uma associação que, desde a sua fundação, em 1969, contou com Zeca Afonso como um dos principais dinamizadores e entusiastas.
turismo
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Festival com sabor a mar
Durante duas semanas a caldeirada foi a rainha das mesas setubalenses. Foi durante o Festival da Caldeirada, que reavivou o sabor da tradição. A receita varia, mas, respeitados determinados preceitos, o resultado é sempre o mesmo: comer e chorar por mais A caldeirada setubalense foi o principal destaque das ementas apresentadas por restaurantes do Concelho durante um certame que, entre 27 de fevereiro e 11 de março, promoveu aquele que é um dos pratos sadinos mais típicos. Ao todo foram 45 os restaurantes que aderiram ao Festival da Caldeirada de Setúbal, respondendo ao desafio da Câmara Municipal, incluindo dois no Troiaresort, na Península de Troia, parceiro da Autarquia na organização do evento. Devido à necessidade de se usarem ingredientes frescos e de qualidade superior, nomeadamente o peixe, bem como ao tem-
po de confeção, que inclui, geralmente, 45 minutos de lume, é pouco comum encontrar estabelecimentos que sirvam sem reserva antecipada a caldeirada setubalense. Durante o festival quebrou-se a barreira das reservas e foi possível pedir o prato sem necessidade de aviso prévio. A confeção apresenta variantes consoante a experiência dos cozinheiros, mas os pontos em comum também são consideráveis. Os ingredientes envolvem sempre batata, cebola, pimento, tomate, coentros e hortelã, e a escolha do peixe, de pele, sem escamas, recai na maioria das vezes no safio, tamboril, pata-roxa e raia ou tremelga.
Depois, há quem se preocupe em colocar os ingredientes em camadas no tacho ou, em contraponto, tudo misturado. O tempero do caldo poderá levar uísque e, noutros casos, vinho branco no final do preparado, para as batatas não partirem. Os mais tradicionais usam ainda água do mar. Seja qual for a receita, o Festival da Caldeirada de Setúbal reavivou o prato típico, originado nos hábitos dos marítimos, que cozinhavam o que tinham, ainda em alto-mar, quando acabavam a faina. Em paralelo, o certame, que contou ainda com os apoios da Sesibal e da Gásvari, desenvolveu outras iniciativas de promoção
do prato. Na Casa da Baía e no Troiaresort realizaram-se, a 10 de março, degustações de caldeirada, confecionada no momento por elementos da Associação da Família do Mar de São Sebastião e da Comissão de Festas de Nossa Senhora do Rosário de Troia. A Casa da Baía teve patente a fotorreportagem “Territórios do Mar”, com imagens de Mário Peneque sobre o trabalho desenvolvido em terra pelos pescadores e outros profissionais para que a pesca no mar se torne realidade. Aquele espaço acolheu ainda a palestra “Os benefícios do consumo do peixe”, por Nélia Conceição.
Sado une margens
Fogareiros na ordem
A aposta no crescimento económico e turístico da região é reforçada com um protocolo assinado em fevereiro entre as câmaras municipais de Setúbal e Grândola e as entidades regionais de turismo do Alentejo Litoral e de Lisboa e Vale do Tejo. Este acordo de colaboração “representa uma nova visão do que pode ser a promoção turística de uma zona com enormes recursos e potencialidades”, destacou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, na cerimónia, que decorreu no Club House Troia Golf. O acordo visa auxiliar o desenvolvimento de trabalho sinérgico, justificável tanto pela proximidade territorial de Setúbal e Troia, quanto pela multiplicidade e complementaridade dos recursos turísticos disponíveis. “Este é o primeiro passo para mostrar que somos capazes de nos unir, de juntar esforços e fazer das nossas diferenças a nossa força, num contexto político e económico que é particularmente complexo”, sublinhou Maria das Dores Meira. A autarca sublinhou que recusa “modelos de controlo remoto das políticas de promoção turística da região, modelos de centralização que no passado nunca produziram resultados aceitáveis”. O desenvolvimento de parcerias e a adoção de estratégias de promoção e divulgação turística, nomeadamente rentabilizan-
Os dois últimos fogareiros sem licenciamento e em desrespeito pelos regulamentos higiossanitários de restaurantes da Avenida Luísa Todi foram retirados da via pública pela Câmara Municipal em janeiro. A remoção coerciva dos equipamentos surge no seguimento dos avisos feitos à Autarquia pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), em 2008, de que vários estabelecimentos de restauração na frente ribeirinha de Setúbal não respeitavam as imposições legais relativamente ao funcionamento de esplanadas. Os fogareiros removidos pertenciam aos estabelecimentos da Avenida Luísa Todi onde, terminado o prazo de adaptação estipulado de três anos, não foram concretizadas as medidas necessárias para que ficassem em conformidade com a regulamentação nacional.
do a faixa litoral Setúbal-Troia, são objetivos do protocolo, que visa a captação e fidelização de novos visitantes a nível nacional e internacional. O acordo de colaboração traduz um projeto territorial que adota um conceito de planeamento interativo estruturante e capaz de integrar projetos e ações de dinamização e promoção de produtos e valências turísticas dos concelhos de Setúbal e Grândola. Turismo de natureza, golfe, sol e mar, touring cultural e paisagístico, resorts integrados e turismo residencial e ainda gastronomia e vinhos são áreas privilegiadas a explorar no âmbito do protocolo.
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Palmeiras com praga removidas
Todos pela Arrábida A candidatura da Arrábida a Património Mundial Misto da Unesco vai entrar numa fase mais visível ao público, com um conjunto de iniciativas e eventos a promoverem junto da população o projeto regional de desígnio nacional. A Comissão Executiva da candidatura, de que a Câmara Municipal de Setúbal faz parte, vai realizar nos próximos meses um conjunto de ações com o objetivo de dar mais visibilidade pública ao processo, que poderá ser formalmente apresentado na Unesco ainda este ano. A par da autarquia setubalense, a Comissão Executiva é constituída pelas câmaras de Palmela e Sesimbra, pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), bem como pela Associação de Municípios da Região de Setúbal
(AMRS), entidade coordenadora da candidatura. Os primeiros passos no âmbito da candidatura da Arrábida a Património Mundial foram dados em 2001, altura em que os municípios e diversas entidades envolvidas no projeto começaram a trocar informações sobre os procedimentos necessários. Em 2004, o Bem Arrábida é incluído numa Lista Indicativa Portuguesa. Após o trabalho de pré-candidatura, é incluído na Lista Indicava a Património Mundial e, mais tarde, em virtude da inserção de critérios de ordem cultural e cultural imaterial, surge indicada como candidata a Património Mundial Misto. Em 2009, com o objetivo de elaborar uma candidatura mais abrangente e amplamente participada,
foi assinado um protocolo de colaboração entre a AMRS e o ICNB. Em 2011, os partidos com assento na Assembleia da República apoiaram, por unanimidade, a candidatura da Arrábida a Património Mundial Misto, aprovando os respetivos projetos de resolução. Ainda no ano passado, foi instalada oficialmente a Comissão de Honra da candidatura, formada por mais de cem personalidades de vários quadrantes sociais do País. José Mourinho é um dos muitos exemplos de individualidades que se associaram à causa, aceitando o convite de pertencer à comissão.
Valores únicos A Serra da Arrábida reúne um vasto conjunto de fatores que justificam e
dão confiança à candidatura a Património Mundial. No maciço sudoeste, por exemplo, encontram-se as maiores falésias à beira-mar de Portugal, sendo o Risco a escarpa litoral calcária mais elevada da Europa. Com riquezas naturais particularmente relevantes, a Arrábida assume um protagonismo especial no campo da biodiversidade, mesmo a nível internacional, sendo uma zona onde já foram identificadas mais de mil espécies de fauna e flora. Culturalmente, a Serra da Arrábida é testemunha de milhares de anos da evolução humana, registando um conjunto significativo de vestígios e de dados arqueológicos que vão do Paleolítico Inferior à Idade Moderna.
Um conjunto de palmeiras irremediavelmente afetadas pela praga do escaravelho vermelho foi removido de vários locais da cidade pela Câmara Municipal, eliminando o perigo de contágio a outros espécimes. A intervenção integrou um pacote de prestação de serviços para o abate e remoção de duas dezenas de palmeiras de grande porte, com um valor global da ordem dos 15 mil euros, ação iniciada em 2011 e finalizada em março. Nesta última fase, foram removidas sete palmeiras plantadas nas zonas do Bonfim, Aranguês e Avenida Luísa Todi, que, após a aplicação de tratamentos fitossanitários, não tiveram recuperação possível. A ação, realizada com o apoio de uma grua de grandes dimensões, foi conduzida por uma empresa especializada.
Contentores enterrados acondicionam lixos O sistema de deposição e recolha de resíduos sólidos urbanos na cidade é reforçado com a instalação de 37 novos contentores subterrâneos, investimento de cerca de 100 mil euros da Câmara Municipal que favorece a imagem da cidade. Os equipamentos moloks, mais funcionais e com maior capacidade de integração na malha urbana, estão a ser instalados em áreas de grande densidade residencial, nas zonas do Monte Belo Norte, Vale do Cobro, Nova Azeda e Bairro Afonso Costa, e em áreas mais centrais da cidade, nas ruas Joaquim Brandão e Capitão-Tenente Carvalho Araújo. Estes equipamentos apresentam uma capacidade de armazenamento de cinco metros cúbicos cada, ou seja, cinco mil litros, quando o volume unitário de um contentor convencional é de apenas 800 litros. A expansão deste sistema possibilita a remoção de 169 contentores de superfície. A Autarquia pretende ainda assegurar uma recolha mais eficiente dos resíduos sólidos urbanos e eliminar alguns hábitos de munícipes como a deposição de lixo no exterior dos contentores.
Cepos de árvores saem da via A Câmara Municipal está a remover mais de seis dezenas de cepos de árvores da via pública, operação realizada com recurso a técnicas inovadoras, pioneiras em Portugal, que favorece a imagem urbana da cidade. “Esta é uma operação sem precedentes em Setúbal que permite com maior facilidade e rapidez solucionar este problema”, salientou o vereador do Ambiente, Manuel Pisco, numa demonstração das técnicas utilizadas, realizada a 8 de março. A ação, num investimento da ordem dos 14 mil euros, a decorrer em vários pontos do Concelho, é executada com um equipamento que tanto permite a remoção integral do cepo como, quando não é possível fazê-lo, o seu rebaixamento para posterior pavimentação da área.
ambiente
Os valores naturais e culturais, assim como a própria beleza, da Arrábida serão alvo de proposta a Património Mundial. A candidatura está a ganhar novo fôlego e a próxima etapa é envolver toda a população em volta desta causa comum. A Unesco decide. Mas a singularidade da serra será sempre inegável
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Março aberto só a jovens Os jovens querem-se ativos. Por isso a Câmara Municipal celebra ao longo de um mês inteiro o significado de uma data: o Dia Mundial da Juventude. Cerca de duas dezenas de eventos põem os jovens do Concelho a mexer e a falar Eventos relacionados com música, fotografia, teatro, desporto e workshops celebram ao longo de março o Dia Mundial da Juventude, com o programa municipal m@rço.28 a comemorar em Setúbal a alegria de se ser jovem. A reta final do Mês da Juventude reserva excelentes oportunidades para se descobrirem novas promessas da música moderna, com a final do 8.º Concurso de Bandas de Garagem, integrada no Festival 7Rock, agendada para o dia 31, às 21h30, na Capricho Setubalense. Para os vencedores do concurso e do prémio de melhor banda do Concelho está guardado um lugar no cartaz de espetáculos da Feira
de Sant’Iago, prova de que a qualidade das melhores bandas de garagem participantes é mais do que suficiente para atuações perante o público do certame, que ultrapassou as 400 mil visitas em 2011. O “combate” nos palcos artísticos é antecedido por outras guerras, a 28 e 30 de março, no Polo da Gâmbia da Biblioteca, onde decorre uma lan party dedicada ao jogo Counter Strike. Os interessados em participar devem inscrever-se através do telefone 265 706 124. A música volta a reinar nos derradeiros dias do mês, com o Festival II FATuM – Unidos Pelo Traje, com serenatas, no dia 30, às 21h30,
no Auditório José Afonso, e espetáculo de tunas, a 31, à mesma hora, no Auditório da Anunciada. O m@rço.28 encerra definitivamente já no decurso de abril, dia 4, a partir das 14h30, no Parque Sant’Iago, com o Rola + Ambiente, iniciativa de corridas de carrinhos de rolamentos decorados com materiais recicláveis. Na história do Mês da Juventude de 2012 ficam cerca de vinte eventos. Entre os destaques, sobressaem iniciativas como a festa de lançamento, que reuniu no Div’in Bar jovens estrelas da atual cultura pop portuguesa, como Gerson Santos, dos Ídolos, e Rui Andrade, dos
Morangos com Açúcar, e a 9.ª Meia Maratona Fotográfica, que levou meia centena de participantes a olhar ao longo de 12 horas para pormenores de Setúbal à procura dos melhores ângulos para o tema “Zeca Afonso”. O Mês da Juventude vive também da participação cidadã e do envolvimento social. Como já é tradição, o programa m@rço.28 voltou a acolher o Fórum da Juventude de Setúbal, com a 18.ª sessão plenária, realizada no dia 15, na Biblioteca Municipal, a promover o debate entre elementos de organizações juvenis formais e informais sobre o tema “Mobilização e participação juvenil”.
Foliões de seis coletividades e grupos informais passearam em fevereiro a felicidade tão típica do Carnaval em dois dias de desfiles cheios de cor e humor, na Avenida Luísa Todi. A alegria mascarou-se e saiu à rua, num percurso entre o Largo José Afonso e o antigo Quartel de Infantaria 11 e que juntou 40 mil pessoas no total dos dois dias de desfiles, organizados em parceria pela ACOES – Associação do Carnaval e Outros Eventos de Setúbal, Câmara Municipal, juntas de freguesia e movimento associativo do Concelho. Os “Smurfs e Smurfinas”, da associação ACTAS, foram os vencedores do concurso de foliões do Carnaval de Setúbal 2012. Apenas um ponto separou o primeiro do segundo lugar, partilhado pela União Cultural, Recreativa e Desportiva Praiense, com o corso “Mitologia dos Mares”, e o Clube Desportivo e Recreativo “Águias de S. Gabriel”, que desfilou “Troikas & Troikinhos”. Mas, mais do que de concursos, o Carnaval foi feito da alegria de todos os participantes, com os desfiles a contarem ainda com o envolvimento da União Desportiva e Recreativa das Pontes, com “Troika”, da Associação de Moradores do Bairro da Anunciada, com “As sardinhas entre nós”, e do Grupo Desportivo Fonte Nova, com “Padaria da Crise”.
Participaram também vários grupos informais de foliões, como motards, associações de moradores, comerciantes e projetos de cariz social. Na quarta-feira de cinzas, realizou-se o Enterro do Bacalhau no Grupo Desportivo “Os Amarelos”, na Associação de Moradores do Bairro da Anunciada e no Grupo Desportivo da Fonte Nova. O programa incluiu ainda, em datas diferentes, encenações da cegada “O Viveiro das Passaronas”. Para o verão, à imagem do que aconteceu na edição de 2011, está reservada para meados de julho uma versão ainda mais quente das festividades, com corsos noturnos na Avenida Luísa Todi, com vários carros alegóricos.
cultura
Carnaval ri na avenida
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A qualidade das vozes concorrentes mexeu com os nervos dos cantores. O vencedor do IV Concurso de Fado Amador de Setúbal sentiu esse peso. Sinal de que a prova, de amadora, só o é, cada vez mais, apenas de nome
Polo novo da Biblioteca
O Polo da Bela Vista da Biblioteca Pública Municipal reabre a 2 de abril, no lote 12 da Avenida da Bela Vista, num espaço mais amplo e dotado de novas valências, nomeadamente com mais pontos de acesso à internet. A cerimónia de inauguração das novas instalações, aberta a toda a população, tem início às 10h30 e inclui a apresentação, às 11h00, do livro de Paula Farinhas “Andar à toa na estrada, não é uma boa!”, e, às 14h30, da obra de Dina Barco “Diário de Sara, a Verde”.
Fado quase profissional Ramiro Costa foi o vencedor do IV Concurso de Fado Amador de Setúbal, cuja final se realizou a 25 de fevereiro, na Capricho Setubalense, numa noite em que Vanessa Rodrigues arrecadou o Prémio Especial do Público. Com 54 anos, Ramiro Costa, natural de Santarém e a viver em Setúbal, confessou nunca ter participado numa iniciativa semelhante. “Este prémio é motivo de muito orgulho. Nunca concorri a nada e tenho de agradecer esta vitória à minha mulher, pois foi ela quem me fez participar no concurso.” O vencedor da prova, organizada pela Câmara Municipal e pela Sociedade Musical Capricho Setubalense, confessou no final da noite que a vitória “foi uma surpresa”, principalmente
porque o nervosismo foi-se instalando nas suas prestações ao constatar a elevada qualidade dos restantes participantes. Tanto Ramiro Costa como a vencedora do Prémio Especial do Público, a jovem de 18 anos Vanessa Rodrigues, natural de Agualva ‑Cacém, Sintra, vão atuar na Feira de Sant’Iago. O público encheu por completo o salão da Capricho Setubalense, espaço que foi adaptado e decorado ao estilo castiço de uma casa de fados, com o serão a incluir um jantar típico de petiscos, caldo verde, bacalhau à brás e vinho. Além da atuação na Feira de Sant’Iago, Ramiro Costa vai participar no concerto “Fado em Coro”, que o Coral Luísa Todi, parceiro do evento, organiza em julho.
Rita Santos e Vanessa Rodrigues, que ficaram em segundo e terceiro lugar, à semelhança dos restantes participantes no concurso, receberam vouchers para estadias no Hotel do Sado. A gala final contou também com as atuações de Catarina Ferreira, 12 anos, vencedora da modalidade infanto-juvenil da prova, uma das novidades da edição deste ano, e da fadista Ana Laíns, que integrou a equipa do júri. Os cantores foram acompanhados na guitarra portuguesa por José Batista, na viola por Vítor Pereira e na viola baixo por Albano Almeida. O IV Concurso de Fado Amador de Setúbal teve ainda os apoios do restaurante Passo do Olival, da Rádio SIM e da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.
Teatro em mês de estreias O Dia Mundial do Teatro é assinalado em Setúbal com um vasto programa de atividades, ao longo de março, que incluiu estreias e homenagens. Organizado pela Câmara Municipal em parceria com as companhias de teatro amador e profissional do Concelho, o programa comemorativo abriu com a estreia de “Pandora Boxe”, a nova produção do Teatro Animação de Setúbal (TAS), inspirada no texto original de Rui Zink, com direção de Carlos Curto e interpretação de José Nobre, Sónia Martins e Duarte Victor. A companhia setubalense aproveitou o pro-
grama comemorativo para voltar a apresentar “…no meio de mil dores…”, espetáculo de Célia David que integrou igualmente as comemorações do “Março Mulher”. Já a Água Ardente – Produções Teatrais promoveu uma oficina de teatro e levou a cena “Arritmias” e “Sonhos”, este último a mais recente estreia da companhia. Tanto os espetáculos como o workshop integraram igualmente o programa municipal m@rço.28. “Ó Malta da Minha Terra” é o título da revista à portuguesa levada à cena na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense pelo Grupo de Teatro daquela coletividade.
“Encontro com a Poesia” foi o tema que reuniu na Capricho Setubalense um grupo de pessoas em torno do mundo literário dos versos e rimas, numa iniciativa do Grupo ETC – Experiências de Teatro da Capricho. O Dia Mundial do Teatro propriamente dito, 27 de março, é a data mais preenchida de todo o evento comemorativo. Para este dia, o Teatro do Elefante programou um desfile de dragões e cabeçudos pelas ruas da Baixa da cidade e o Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico agendou, no Auditório Municipal Charlot, a peça infantil “Um Presente Especial”. Para a noite, foram preparadas a encenação “Quatro Paredes de Tinta”, do Grupo de Teatro Metáforas, no auditório da Escola Secundária Sebastião da Gama, e, no Espaço Fontenova, nova exibição de “Pandora Boxe”, do TAS, leitura de mensagem do Dia Mundial do Teatro e momento de partilha e criação para o espetáculo “O cerco de palavras esculpidas nas memórias”, a estrear oficialmente em maio, pelo Teatro Estúdio Fontenova. O programa inclui ainda “Já Bocage não sou”, representada pelo ETC – Experiências de Teatro da Capricho, a 30, na Capricho Setubalense, e, a 31, rábulas de revistas em homenagem a Aníbal Estrela e Lino d’Oliveira, colaboradores do Grupo de Teatro da AMBA.
Oito séculos de Setúbal
Os grandes acontecimentos que decorreram entre 1248 e 1926, período de quase oito séculos da História de Setúbal, são relatados num trabalho historiográfico de Albérico Afonso, apresentado a 25 de fevereiro, nos Paços do Concelho. A obra, com 336 páginas, da editora Estuário, aborda temas como a indústria conserveira, a sociabilidade burguesa, a imprensa local e a afirmação do ideário republicano. O livro inclui imagens e documentos históricos, assim como uma compilação de estudos.
Recordar diva Luísa Todi
Luísa Todi voltou a ser recordada e homenageada pelo Concelho a 9 de janeiro, com um programa comemorativo a assinalar o 259.º do nascimento da cantora lírica. As comemorações incluíram a deposição de flores na glorieta localizada na avenida com o nome da diva que encantou as salas de espetáculos nos séculos XVIII e XIX. A exposição de pintura “Luísa Todi e a Música” e concertos do Coral Luísa Todi, na cidade, e do Coro de Câmara de Setúbal, em Azeitão, completaram as festividades.
Reis com música e sabor
O Dia de Reis fez-se ouvir e deu-se a provar em Setúbal, a 6 de janeiro, com várias atividades realizadas na Casa da Baía e nos Paços do Concelho. Alunos cantaram as Janeiras na Casa da Baía, onde também esteve patente uma exposição sobre a data e foram servidos bolos-reis para prova. Utentes do Centro Socioeducativo da APPACDM de Setúbal cantaram as Janeiras à presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, à entrada dos Paços do Concelho, tendo o grupo atuado ainda noutros pontos da cidade.
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Poder mais perto da população A proximidade com a população faz do Poder Local uma ferramenta vital na melhoria das condições de vida. Os problemas detetam-se mais depressa e resolvem-se com agilidade. Por isso, a Câmara Municipal de Setúbal descentraliza competências, há vários anos, para as juntas de freguesia. Os resultados aparecem e em 2012 o investimento é ainda maior A Câmara Municipal reforçou a aposta na descentralização de competências para as juntas de freguesia, celebrando em janeiro a renovação dos protocolos e aumentando para quase 2 milhões e 200 mil euros o valor total dos apoios financeiros. “Achamos que as freguesias são o pilar deste grande edifício que é o Poder Local Democrático”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal na cerimónia de assinatura dos protocolos, a 3 de janeiro, que contou com a presença dos presidentes das oito juntas de freguesia do Concelho. Maria das Dores Meira acrescentou ainda que o reforço de confiança nos representantes do Poder Local surge em contraposição com as medidas “inaceitáveis” do Governo para eliminar ou fundir juntas de freguesia, política na qual as “populações são as mais prejudicadas”. A presidente da Câmara Municipal considera que as juntas de freguesia fazem “um excelente trabalho”, com resolução de problemas “mais rapidamente e melhor”. A política de descentralização de competências é “um exemplo que deve ser para o País”, defende Maria das Dores Meira, sublinhando que
o investimento canalizado para as freguesias se traduz em ajuda concreta das populações, sabendo-se “como e onde é aplicado e rentabilizado”. Espaços verdes, higiene e limpeza e escolas são as áreas fundamentais para a atribuição de 2 milhões, 192 mil e 176 euros, o valor global
do apoio financeiro a transferir ao longo do ano para as juntas de freguesia. Do aumento de cerca de 140 mil euros em relação a 2011, 113 mil são para a higiene e limpeza dos espaços públicos e para a manutenção de espaços verdes, as “áreas mais pesadas”, explicou a autarca.
Em 2012, as juntas de freguesia de Azeitão, as únicas com gestão e conservação de cemitérios e postos de atendimento, são as que recebem os montantes mais elevados no âmbito dos protocolos de delegação de competências, cabendo 461 mil e 328 euros a S. Lourenço e 361 mil e 88 euros a S. Simão.
No protocolo com S. Sebastião, que recebe 305 mil e 620 euros, são reforçadas as áreas de limpeza de espaços públicos e de manutenção de espaços verdes em zonas onde as tarefas da higiene urbana são realizadas através de prestação de serviços, passando aquela autarquia a assumir o serviço durante este ano. A junta de Nossa Senhora da Anunciada, à qual são destinados 263 mil e 816 euros, retoma as zonas onde em 2010 fazia a limpeza pública, passando o limite da intervenção a ser definido pela Estrada das Machadas. Para Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, a única junta com conservação e manutenção de um polo da Biblioteca Municipal, são transferidos 296 mil e 842 euros, enquanto a Junta de Freguesia do Sado recebe 235 mil e 995 euros. Santa Maria da Graça e S. Julião recebem, respetivamente, 132 mil e 103 euros e 135 mil e 923 euros. A somar ao montante global a transferir para as freguesias, a Câmara Municipal prevê disponibilizar mais 500 mil euros em materiais de construção para trabalhos como arranjos de passeios, largos e miradouros.
freguesia
Passeio dá conforto e segurança A lama e o pó deram lugar a um acesso pedonal que agora liga o apeadeiro das Praias do Sado ao Instituto Politécnico de Setúbal, numa intervenção conduzida pela junta de freguesia e pela Câmara Municipal. As obras, orçadas em 14 mil euros, foram executadas por administração direta, no âmbito dos protocolos de descentralização de competências. A Câmara Municipal apresentou o projeto e forneceu os materiais, enquanto a Junta do Sado disponibilizou a mão de obra para a execução dos trabalhos. O passeio, com 160 metros de comprimento e três de largura, estende-se por um percurso, anteriormente de terra, que liga o apeadeiro ferroviário ao IPS. “Agora já não há lama, não há pó, nem buracos. Esta
obra, há muito pedida pelos residentes e estudantes, traz conforto e aumenta a segurança aos peões”, sublinha o presidente da Junta de Freguesia do Sado. Manuel Véstias adianta que esta “é a primeira etapa de um projeto maior”, que prevê, entre outras intervenções a executar faseadamente, a instalação de iluminação pública e a criação de áreas de lazer e de mais uma zona pedonal. O projeto, que contou com um apoio financeiro de três mil euros da Central Termoelétrica de Setúbal, incluiu ainda a remoção de barracas usadas pela Câmara Municipal para arrumos e a limpeza da área intervencionada. A população local também se juntou à iniciativa, executando pequenos arranjos nas hortas que ladeiam o passeio pedonal.
RECUPERADO. O fontanário do Largo do Chafariz, em Vendas de Azeitão, foi restaurado pela Junta de Freguesia de S. Simão. A recuperação respeitou o desenho original, contemplando a pintura em ocre e branco, a limpeza de mármores e a aplicação de torneiras da época. Foram também intervencionados os interiores dos dois tanques, com a melhoria do revestimento para evitar a perda de água para a via pública. Os trabalhos observaram as diretrizes do “Manual de Boas Práticas de Intervenção no Património Histórico do Concelho de Setúbal”, publicado pelo Gabinete dos Centros Históricos da Câmara Municipal.
Anunciada requalifica rotunda A obra de requalificação paisagística da rotunda da Reboreda, um investimento de 12 mil euros, é inaugurada em abril, altura em que é apresentada a área totalmente remodelada. “Vai ser uma das mais bonitas rotundas de Setúbal”, assegura o presidente da Junta de Freguesia da Anunciada, José Manuel Silva, adiantando que a intervenção era um pedido antigo dos moradores. O arranjo inclui a instalação de repuxos, iluminação e estatuária, em formato de três malmequeres gigantes, criados a partir de antenas parabólicas e decorados com textos de alunos de escolas da freguesia. Noutra intervenção, a junta de freguesia concluiu, em março, na Rua Abel Viana, a criação de um passeio com pavimento pavet e de lugares de estacionamento, substituindo uma área em terra batida. Ambos os projetos, executados através de concurso público, contaram com o apoio da Câmara Municipal, que forneceu materiais.
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Os Jogos do Sado já mexem com Setúbal. Os primeiros eventos são orientados para a comunidade escolar, envolvendo a participação de centenas de crianças e jovens. Depois vêm os mais velhos. Atletas amadores e federados têm muito para provar o que valem, principalmente dentro de água
Jogos de miúdos e graúdos Os 10.os Jogos do Sado já estão levar as mais variadas modalidades desportivas a toda a população, com os primeiros meses da edição de 2012 a serem dedicados à comunidade escolar. Só no Meeting Escolar de Atletismo, realizado a 28 de fevereiro, no complexo municipal do Vale da Rosa, inscreveram-se 678 participantes, que, distribuídos pelos escalões de infantis a juniores, disputaram várias modalidades de atletismo que colocaram à prova velocidade, força e agilidade dos jovens. Além da cerimónia de abertura dos Jogos do
Sado, realizada a 18 de janeiro, no Pavilhão Antoine Velge, numa tarde com música, dança e exibições de patinagem e de ginástica, o programa conta já com a realização de um torneio regional de remo indoor, um passeio de BTT escolar e um festival de andebol infantil. Para os próximos meses, os Jogos do Sado reservam ainda mais eventos, incluindo, desta feita, atividades abertas a toda a população. Um passeio de BTT decorre no dia 1 de abril, enquanto, entre 13 e 15 do mesmo mês, no Parque Urbano de Albarquel, realiza-se a 2.ª Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal,
este ano com a participação de 13 expositores e com a inclusão workshops e animações relacionadas com esta vertente da pesca. Para abril estão ainda agendados um peddy paper popular, a 14, um torneio de escolas de boccia, a 18, um troféu de nautimodelismo, a 21, e um passeio pedestre, a 28. Até setembro, os 10.os Jogos do Sado levam até à população, incluindo atletas federados, um leque variado de modalidades desportivas, totalizando perto de trinta eventos e estimando-se a participação de cerca de cinco mil pessoas.
No calendário desportivo sobressai a FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2012, a 9 e 10 de junho, uma das duas únicas competições a nível mundial destinadas ao apuramento de atletas para a prova de natação em águas abertas dos Jogos Olímpicos de Londres. A nível popular, o programa reserva mais uma edição da Baía do Sado a Nado, na qual, a 21 de julho, atletas não federados aventuram‑se a atravessar o rio a nado, e uma original “Regata de Banheiras”, a 15 de setembro, na qual se espera uma corrida fluvial em embarcações originais e criativas.
O antigo futebolista Jaime Graça, que durante quase duas décadas espalhou magia pelos relvados portugueses, falecido a 28 de fevereiro, com 70 anos, vai ter o seu nome numa rua da cidade. Jaime Graça começou a destacar-se no principal escalão do futebol português ao serviço
do Vitória de Setúbal com apenas 17 anos, na época de 1960/61. Pelo Vitória, onde jogou oito temporadas, conquistou uma Taça de Portugal, na época de 1964/65, marcando um golo na final, e alcançou a primeira internacionalização. Vestiu a camisola de Portugal por 36 ocasiões, entre 1965 e 1972, sendo um dos “magriços” que alcançaram o terceiro lugar no Mundial de 1966, fazendo todos os jogos, numa seleção constituída quase exclusivamente por jogadores do Benfica. No clube lisboeta, onde jogou durante nove épocas ao lado jogadores como Eusébio e Coluna, o talentoso médio alcançou os maiores êxitos da carreira, com sete campeonatos nacionais e três Taças de Portugal. Irmão do também médio sadino Emídio Graça, começou a trabalhar como aprendiz de eletricista aos 10 anos, mal terminou a instrução primária. Esse conhecimento havia de ser útil para salvar a vida a Eusébio, anos mais tarde, numa sessão de hidromassagem. O nome de Jaime Graça é perpetuado na história setubalense, tendo‑lhe sido atribuída, em 1999, pela Câmara Municipal de Setúbal, uma Medalha de Honra da cidade, na categoria de desporto. A Autarquia voltou a homenageá-lo, agora após a sua morte, a 7 de março, com a apresentação de um voto de pesar em que manifesta a intenção de atribuir o nome do antigo futebolista a uma rua de Setúbal.
Modalidades subsidiadas A Câmara Municipal aprovou a atribuição de um montante global de 45 mil e 990 euros a 16 instituições para a promoção de planos de desenvolvimento desportivo na época 2011/2012, em várias modalidades. Os subsídios, que variam entre 1190 e 3800 euros, são distribuídos pelas associações de Atletismo de Setúbal, de Atletismo Lebres do Sado, de Ciclismo do Distrito de Setúbal e Cultural e Desportiva Juventude Azeitonense. A lista de entidades beneficiárias engloba ainda os clubes de Canoagem de Setúbal, de Patinagem do Sado, “Os Pelezinhos”, Recreativo Palhavã, os grupos “Os Amarelos”, “O Sindicato”, 1.º de Maio e União e Progresso. O Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão, o “Ídolos da Praça”, o Scalipus e o Volei Clube do Sul são as restantes instituições abrangidas. A proposta de atribuição de subsídios destaca que o associativismo, “em grande número de situações”, representa “a principal ou mesmo a única via de acesso à prática desportiva da população, nomeadamente das crianças e dos jovens, possuindo por isso um inegável valor social e cultural”.
desporto
Cidade perpetua Jaime Graça
educação
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Professora Lígia é exemplo inspirador
Centro escolar na reta final A inauguração do jardim de infância do Bairro Afonso Costa foi o primeiro passo para a criação do centro escolar. A segunda fase deste projeto já está em marcha com a ampliação da escola básica do primeiro ciclo A construção de dois edifícios, com capacidade para oito salas de aula, que corresponde à primeira fase das obras de ampliação da EB1 n.º 10, arrancou no início do ano. Esta intervenção, realizada através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, num investimento de perto de 1 milhão e 450 mil euros, com uma comparticipação de cerca de 940 mil euros, vem concretizar a criação do Centro Escolar do Bairro Afonso Costa, que integra EB1 e jardim de infância. Na cerimónia de lançamento da
primeira pedra para a escola básica, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, salientou o “redobrado prazer e satisfação” em voltar àquelas instalações de ensino, depois de há um ano ter inaugurado o jardim de infância, para oficializar as obras que vão concretizar o Centro Escolar do Bairro Afonso Costa. Estes novos espaços, aliados ao refeitório e à cozinha já existentes, para utilização das crianças do 1.º ciclo e do jardim de infância, com capacidade para 50 crianças em idade pré-escolar, permitem o funcionamento de dez turmas em
regime normal a partir do próximo ano letivo. Este foi um dos aspetos destacados pela autarca, que recordou os apenas 24 por cento de turmas em regime normal assinalados, em 2006, na Carta Educativa. “Só vamos descansar quando estivermos a 100 por cento”, afirmou Maria das Dores Meira, acrescentando que atualmente, em todo o parque escolar do Concelho, o número de turmas a funcionar em regime normal situa‑se nos 70 por cento. Depois de concluídos os dois novos imóveis, que além das oito salas de aula albergam ainda os serviços ad-
ministrativos, o edifício centenário da EB1 do Bairro Afonso Costa, onde ainda decorrem as aulas, será reabilitado. Para esta segunda fase de trabalhos de reabilitação do edifício da antiga escola primária, a recuperar com a preocupação de manter os elementos originais, estão projetadas mais duas salas de aula, biblioteca, mediateca e uma sala polivalente. A ligação entre os edifícios, quer do jardim de infância, quer do 1.º ciclo, será feita através de passagens cobertas no recinto, que recebe ainda um pavilhão polidespor tivo e campo de jogos.
Famílias de alunos mais apoiadas Um protocolo entre a Autarquia, os agrupamentos escolares e as associações de pais e encarregados de educação vem regular as condições de funcionamento da componente de apoio à família dos alunos do 1.º ciclo do ensino básico. Esta valência surge da necessidade de adaptar a permanência das crianças nos estabelecimentos de ensino às necessidades das próprias famílias, garantindo que esses tempos sejam pedagogicamente ricos e complementares das aprendizagens associadas à aquisição das competências básicas. As escolas das Areias, Arcos, Azeda e S. Gabriel, as três últimas com
jardim de infância, receberam este ano letivo as condições para a concretização da oferta das Atividades de Animação e Apoio à Família, fora do horário letivo e das atividades de enriquecimento curricular. A estipulação de horários de funcionamento dos espaços escolares convenientes à prática das atividades, cedidos pela Câmara Municipal, é um dos objetivos do protocolo, ficando disponíveis, ao longo do período letivo, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 09h00 e das 17h30 às 19h30. Durante as interrupções letivas, as instalações estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 19h30.
A Câmara Municipal lamentou “profundamente” o falecimento da professora Lígia Figueiredo, a 4 de janeiro, através de um voto de pesar levado a reunião pública. Tendo-se fixado na cidade em 1982 como docente, tornou-se setubalense por direito próprio e pela obra que deixou dedicada à causa da educação e dos seus alunos. “Reconhecida, respeitada e querida por toda a comunidade educativa era membro eleito do Conselho de Escolas, desde 2007”, refere o documento apresentado, que lembra a atribuição, “com toda a justiça”, da Medalha de Honra da Cidade, a 15 de setembro de 2010. “O exemplo inspirador que nos lega justifica plenamente a proposta de atribuição do seu nome a uma escola deste nosso concelho, onde quis partilhar a sua sabedoria e vontade de fazer sempre mais e melhor”, indica o texto. Natural de Angola, Lígia Eudora Teixeira Castelões de Figueiredo nasceu a 9 de fevereiro de 1951. Em Portugal, depois de passar por várias zonas do País, fixou-se em 1982 em Setúbal, onde foi professora na EB 2,3 Luísa Todi. Além de docente, Lígia Figueiredo foi vice-presidente e presidente de vários conselhos diretivos e conselhos executivos daquela escola. Desempenhou ainda o cargo de coordenadora do Centro de Área Educativa de Setúbal e, desde 2009, as funções de diretora do Agrupamento de Escolas Barbosa du Bocage.
Um projeto mundial destinado a ensinar as pessoas a consumir com mais consciência passa pela Escola Superior de Educação de Setúbal. Alunos da Escola de Hotelaria e Turismo lançam ideias à procura de investidores
De olhos bem abertos Uma parceria de âmbito internacional que visa uma maior consciencialização e a adoção de estilos de vida sustentáveis para o planeta é representada no concelho setubalense pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (ESE/IPS). A responsável local, Alcina Dourado, docente da área da Comunicação na ESE/IPS, esclarece que o projeto PERL – The Partnership for Education and Research about Responsible Living, apoiado pela União Europeia, “tem como intenção criar melhores cidadãos, apostando numa característica: todos são consumidores”. A lógica do programa europeu assenta nas noções de vida responsável e consumerismo, designadamente o que o norte-americano Philip Kotler, considerado um dos maiores especialistas mundiais de marketing, descreve como “o movimento social que procura aumentar os direitos e poderes dos compradores face aos vendedores”. Desta forma, faz ‑se uma clara oposição com a definição usualmente aceite de consumismo, que consiste na prática corrente de consumir, geralmente em excesso e de forma continuada, bens que não são necessários. Um cidadão mais consciente, ativo e participante sabe que, cada vez que toma uma decisão ao nível do consumo, esta ação tem repercussões na vida de muitas pessoas que não conhece, entre as quais produtores, fornecedores e trabalhadores das empresas. A ideia central é a de fornecer ferramentas que permitam uma decisão informada. “Não é uma questão de moralismo sobre o que não se deve comprar”, esclarece Alcina Dourado, mas sim que as pessoas estejam informadas sobre “as implicações inerentes ao que compram”. Muito do que se adquire, afirma, muitas vezes não se usa ou não se precisa.
São compras feitas por impulso, tal como se sucede com os artigos ligados à moda, a qual dita as novas tendências e apresenta os novos produtos “sem os quais não se pode viver”. Há, neste fenómeno, “um retorno sistemático a formas, cores, materiais e estilos” em que importa compreender o que reside por trás do consumo. Para o fazer, destaca Alcina Dourado, é fundamental usar as ferramentas disponibilizadas pelo projeto PERL e que assentam em métodos de ensino que transitam de professores para alunos, aplicáveis a todas as idades escolares. Através do recurso
educativo, são os jovens que passam os conhecimentos para as famílias, num processo intergeracional.
Autocarro a pé “O gatilho, aquilo a que as pessoas são mais sensíveis, é aquele que deve ser premido” para que o processo seja mais eficaz, refere a investigadora. Durante um período de crise económica, a interrogação recorrente é, ou pode ser, “como é que se consegue chegar ao fim do mês com tantas restrições?” O que acontece normalmente, neste
contexto, é surgirem dicas transmitidas por entidades ligadas à defesa do consumidor, dadas de forma por vezes muito pontual. “São indicações práticas, o que é bom, mas o que se pretende é que a longo prazo se consiga manter os hábitos”, pois o que se constata é que as pessoas, “depois do desapertar do cinto”, passando a crise, retomam hábitos como o recurso ao cartão de crédito. O que a PERL defende é “que os bons hábitos de consumo permaneçam” e, para tal, o público não deve reagir às situa ções, mas sim “criar as suas próprias soluções para os problemas que os afetam localmente”, elucida a professora da ESE/IPS. Um exemplo prático vem de uma escola em Dublin, na Irlanda, relacionado com uma gestão de tempo de encarregadas de educação. Estas identificaram quem residia em bairros comuns e foi organizado um “Walking Bus”, com as crianças a percorrem o trajeto da casa para a escola a pé acompanhadas por vigilantes. Com esta medida, há ainda ganhos em termos económicos, de poupança de combustível, de ajuda ambiental e de reforço das relações entre pessoas. Outra das experiências observadas no contexto do PERL consiste na partilha de roupa. Se esta prática pode ser feita em família, faz igualmente sentido que decorra comunitariamente, refere a responsável local do projeto, num âmbito da “gestão de recursos em que cada um leva aquilo de que não necessita e traz o que precisa”. A partilha de bicicletas para o transporte individual ou dos carros, entre colegas de trabalho, é outro dos exemplos destacados, que, no entendimento da investigadora, “fazem crescer a consciência global”, ajudam a melhorar o ambiente e podem abrir caminho a novas oportunidades de emprego.
academia
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Ideias procuram investidores Projetos de alunos finalistas do Módulo de Especialização do curso de Gestão Hoteleira da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, na vertente de Restauração e Bebidas, esperam o apoio de investidores para se poderem transformar em negócios. Uma das cinco apresentações que decorreram na Casa da Baía, no início de fevereiro, feita pelos estudantes Cátia Simões, Rita Vieira e Victor Cantarim, incide na área do agroturismo. A ideia consiste na conceção de um hotel que permite aos clientes participar em atividades tão distintas como cavalgar na floresta ou visitar o património edificado montados num burro. O cultivo de legumes e frutos, com os quais se pode fabricar os próprios doces e compotas, a recolha de leite e fabrico de queijo e mesmo um passeio romântico numa charrete são outras possibilidades sugeridas. Marco Soares, Dinis Nobre e Miguel Hoeven idealizam a construção de uma chávena
gigante de café, com o tamanho de um contentor de transporte de mercadorias situado em frente de uma gare, como o modelo mais apelativo para a venda automática de sandes, sopas e bebidas. Oxigénio aromatizado canalizado diretamente para os quartos é a proposta de Sílvia Machado, Filipa Pinto e Ana Teixeira, num hotel que funciona com base nos princípios da aromaterapia, não só por razões de saúde ou relaxamento, para os quais estão previstos os aromas de camomila e erva-cidreira, mas também para exaltação do romantismo, com recurso à canela, ou até para energizar os clientes utilizando a fragância do café. Já David Carapeta e Rui Fernandes propõem um restaurante envolvido pela água, a que se alia uma ementa confecionada a partir de produtos regionais, num negócio dirigido a grupos, designadamente para aniversários ou encontros de amigos, entre outros.
O aproveitamento de uma praça de touros para a junção de sabores portugueses e espanhóis foi o ponto de partida encontrado por Alberto Ramos, Inês Antunes, Maria Quaresma e Ivan Figueiredo, com um restaurante em que o gaspacho da Andaluzia rivaliza com o cação à alentejana e o bacalhau com broa e
presunto com a paella de choco. A inovação, neste projeto, assenta no repouso e retempero de forças do cliente, num espaço onde só se pode ir com tempo, para desfrutar uma refeição completa que serve também para descansar e apreciar fado, animações teatrais e exposições de pintura.
As fraquezas da madeira deram lugar à robustez da fibra e os calafates cedem perante a ditadura da modernização. Em Setúbal ainda há um. José Domingos tem trabalho, mas é pouco. No dia em que se deixar de ouvir o tinir do macete, deixou de haver calafate
Futuro vedado Por entre os mastros e as proas a embalar ao sabor da maré, no desnorte que pode ser a Doca dos Pescadores povoada de barcos atracados, encontra-se José Domingos através do martelar estridente do macete. É o som do último calafate de Setúbal. Como outras profissões seculares, um ofício em vias de extinção. Com o sol da manhã a rasgar a temperatura polar do inverno, José Domingos trabalha na proa de uma embarcação danificada na sequência de um embate com outro barco. O calafate setubalense faz o serviço a gosto, sem pressas, saboreando o trabalho a solo na companhia da frota pesqueira e de uma gaivota, pousada a meio metro, espetadora ocasional entre voos. “Fazia isto em pouco mais de meia hora”, resume José Domingos ao apontar para as fissuras a remendar no convés. “O dia está bom… também não há muito para ocupar… Assim, faz-se a manhã.” Um calafate é responsável por vedar as junções entre as tábuas de uma embarcação, de maneira a impedir que a água trespasse para o porão ou apodreça o interior das vigas. A calafetagem naval está prestes a selar mais uma cronologia nas páginas da História porque é feita apenas em embarcações de madeira. “Os barcos que iam para Marrocos, que eram grandes, para lá dos 23, 25 metros de comprimen-
ontem
to, é que davam trabalho. Hoje já não há desses”, explica o artesão. A fibra é o argumento que veda a sentença deste ofício. “A maioria das embarcações já não é de madeira”, tornando a calafetagem uma tarefa praticamente obsoleta nos serviços a prestar na manutenção de um barco. As encomendas são agora mais modestas, mas, ainda assim, o macete de José Domingos vai-se ouvindo, aqui e ali, marcando o compasso do trabalho com marteladas que preparam esporádicos remendos.
Tapa-buracos O macete é um martelo peculiar, feito em madeira e com as extremidades da cabeça alongadas com um tamanho que aparenta muito mais peso do que tem na realidade. As proteções de ferro nas pontas do macete ecoam por toda a doca quando chocam com as espátulas de metal. Meio a brincar, meio a sério, José Domingos diz que o formato original da ferramenta “é para fazer barulho. Marca o ritmo para se trabalhar. É como antigamente, que se cantava para puxar as redes. Se não se cantava, as redes não vinham”. Com a audição um tanto gasta, o calafate confessa que chegou a experimentar em tempos proteções para os ouvidos, “daquelas em que
deixamos de ouvir tudo à nossa volta”. O teste durou apenas alguns minutos. “Não era a mesma coisa e não conseguia trabalhar.” Na caixa de ferramentas do calafate é também indispensável a estopa, derivado do linho usado para preencher as fendas. Ali, encontra-se também o zarcão, tinta anticorrosiva que recebe e tapa a indispensável massa de enchimento semelhante à usada na calafetagem de janelas.
Dois menos um José Domingos nasceu em bairro de pescadores e retira dividendos do mar desde os 14 anos. Desde então que convive com o ofício que o tornou conhecido na doca, mas tam-
retratos
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bém chegou a navegar nas rotas da pesca até que um dia, com cerca de 30 anos, teve um acidente ao largo de Marrocos que o atirou para terra. O braço esquerdo cedeu quando ficou preso num gancho e a gravidade da situação, além de o obrigar a um internamento de mais de um mês num hospital em Las Palmas, atirou ‑o definitivamente para terra. Agora, com 64 anos e as ofertas de trabalho a minguarem, admite voltar ao mar, mas olha para o braço deformado e questiona-se em silêncio até que ponto poderá ser útil na faina. Até há pouco tempo, José Domingos ainda partilhava o ofício com mais um colega, mas este teve um acidente alheio às artes do mar, o que faz com que agora assuma o estatuto de último calafate de Setúbal. “Chegaram a trabalhar uns 60 homens ao mesmo tempo nas reparações de barcos de 23 metros”, isto entre calafates, serralheiros, carpinteiros e outros profissionais. A escassez de propostas diminuiu radicalmente este número e, no que toca à calafetagem, “os novos não estão interessados”, mesmo aqueles que tiraram cursos de calafate. “Nenhum está cá a trabalhar”, sintetiza. O tinir do macete, por agora, ainda se ouve, mas pressente-se o dia em que será definitivamente abafado pelo canto do cisne.
Estas duas imagens valem prata. Mais precisamente, bodas de prata. Em 1944, funcionários da antiga fábrica de conservas Perienes juntaram-se ao redor de um almoço festivo e da objetiva de Américo Ribeiro para assinalar os 25 anos de laboração. A História encarregou-se entretanto de transformar a conserveira num espaço museológico. O Museu do Trabalho Michel Giacometti, a funcionar na antiga conserveira, comemora este ano o 25.º aniversário, perante outra lente, a de Mário Peneque.
hoje
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Engenheiros que mexem com o social Partilha, cidadania, reflexão e intervenção são palavras-chave no trabalho da SEIES. Ao longo de trinta anos, a intervenção de uma equipa transdisciplinar e da população tem questionado certezas numa sociedade em constante mudança O projeto-piloto “Passo a Passo, Ousar Mudar o Presente”, em colaboração com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, revelou que as ações levadas a cabo apresentavam resultados positivos. No entanto, era necessário dar continuidade. A criação de um centro de apoio a mulheres desempregadas foi o primeiro passo de uma caminhada para uma reflexão e intervenção num concelho com características tão peculiares como o de Setúbal. Após três décadas de trabalho, em áreas como a criação de emprego, a educação, a inserção de jovens, a habitação social, a equipa da SEIES vai já na terceira geração de “engenheiros”. Com o estatuto de cooperativa, a SEIES não tem propriamente uma estrutura hierárquica. Patrícia Patrício é quem coordena o núcleo de Setúbal, composto por 15 “cooperantes”, dois homens e 13 mulheres. Longe da equidade de género desejada, Patrícia refere que nem sempre foi assim, mas é “muito difícil encontrar técnicos com perfil” para integrar a equipa. “É na experiência de cada um, na entrega e aprendizagem, na capacidade de partilha e mudança que buscamos os valores vivos de uma equipa com vontade de crescer, capaz de traçar em coletivo novas dimensões de intervenção e pensamento”, explica. Sócios, técnicos ou cooperantes são algumas formas de chamar estes “engenheiros”. As competências convencionais de funcionário
Participação cívica O Centro de Cidadania Ativa, mais do que paredes e teto, é um espaço inovador a nível nacional, aberto à comunidade, que promove aprendizagens, entreajuda e inovação no território. Com as portas abertas desde 2007, na Rua João Eloy do Amaral, o centro é da responsabilidade e gestão da SEIES, mas também conta com a parceria dos municípios de Setúbal e Palmela, do Instituto das
Comunidades Educativas e do Instituto de Solidariedade e Segurança Social. Em grupo ou individualmente, todos podem usufruir de um centro de recursos que funciona como espaço de encontros e troca de saberes, além de uma sala de recursos informativos, com uma minibiblioteca e acesso a computadores ligados à internet. Aqui tudo acontece em rede com associações dos dois concelhos, em torno de projetos de intervenção, animação e interação, de forma a apoiar e promover o acompanhamento pessoal e personalizado de pessoas em situação difícil, como o centro de atendimento, orientação, formação e encaminhamento de pessoas que se encontram no desemprego.
é que não se enquadram nem no perfil destas pessoas, nem do próprio projeto. Além da dinamização do centro de informação a mulheres desempregadas, que contribuiu para fazer emergir a mulher na sociedade, estimulando o empreendedorismo, e aumentar a autoestima, o ano de 1993 ficou também marcado pelo arranque do “Março Mulher”. Hoje, passados quase vinte anos, este programa de intervenção social e cultural que promove a sensibilização para a problemática da igualdade, ganhou dimensões que surpreendem a própria organização. Com um papel catalisador para a mobilização da comunidade, o “Março Mulher” desenvolve ao longo de um mês dezenas de atividades em parceria não só com a Câmara Municipal, como também com instituições locais de diversas índoles, contribuindo para as celebrações em torno do Dia Internacional da Mulher.
Desocultação da realidade Patrícia Patrício recorda que, há vinte anos, a problemática da violência doméstica existia, embora escondida, mas que “de alguma forma acabava por vir à tona”. Anos mais tarde, quando surgiu a oportunidade de uma candidatura de financiamento no âmbito do programa Progride, foi lançado o grande desafio. “Nunca tínhamos trabalhado nesta área”, lembra. “Em muitas mulheres com
quem trabalhávamos esta problemática estava presente.” A sensibilização para a prevenção e desocultação da violência doméstica não foi apenas dirigida à mulher, mas sim à comunidade, envolvendo técnicos, escolas e associações. “O nosso objetivo não é substituirmo-nos ao que já existe, mas complementar”, salienta Patrícia Patrício. A ação do projeto inovador “Bem Me Quero”, que veio romper com convenções sociais e antecedeu o “VOA – Vontade, Otimismo e Autonomia”, foi reforçada pela instituição do crime público, previsto no Código Penal, a partir de 2007. Além de promover e agir em questões como a igualdade de género, a violência doméstica, o desenvolvimento pessoal e social, as minorias étnicas, o empreendedorismo feminino, a formação de formadores, a assistência na criação de microempresas e a dinamização de grupos, a SEIES trabalha ainda com os jovens. O “VAI.PE – Vai Pela Escol(h)a” é outro projeto, exemplo da iniciativa da cooperativa, que em parceria com a Escola Secundária D. João II procura contrariar os índices do absentismo e do abandono escolar nos alunos do 3.º ciclo. Como é que esta prevenção é feita? Através de uma complementaridade entre a ação pedagógica escolar e a intervenção integrada na área psicossocial e de promoção da cidadania.
rosto Fascinação imediata Outros rostos poderiam estar aqui retratados. A geração mais nova, a terceira, por exemplo, caras bem conhecidas entre utentes e colaboradores, como a da Lucília Santos e a do Vasco Caleira. Mas é a metade da vida de Patrícia Patrício ao serviço da SEIES que lhe dá protagonismo. Com 42 anos, casada e com um filho de 11, Patrícia Patrício é a atual coordenadora da SEIES de Setúbal e pertence à segunda geração desta sociedade que ajudou a implementar, localmente, há cerca de vinte anos. O “desafio” surgiu depois de ter recebido uma formação promovida pela cooperativa. “Desarrumou-me por completo a biblioteca”, recorda a técnica formada na área da ação social. “Foi uma formação inovadora e isso fascinou-me.” Mais do que a fascinação na altura, é a “inquietação constante” que o trabalho da SEIES lhe provoca que dá o prazer em sentir que fez a opção certa. Numa altura em que surgem novos movimentos cívicos, o trabalho de investigação e ação que desenvolve na SEIES está em constante atualização. Além da vontade, são precisos meios, principalmente financeiros. “Temos imensas ideias, mas dar continuidade é difícil”, lamenta.
iniciativa
Lembra-se dos “provérbios” “Quanto mais me bates, menos gosto de ti” e “Quem não cala, não consente” espalhados, há três anos, por toda a cidade? Com toda a certeza que esta campanha de sensibilização para a violência doméstica, que “inverteu” o significado de ditos tão populares e enraizados, não deixou ninguém indiferente. Esta campanha do “Bem Me Quero”, projeto de prevenção e desocultação da violência doméstica, realizado entre 2006 e 2010, em Setúbal, é, talvez, umas das mais marcantes ações promovidas pela SEIES – Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social. “Questionar certeza, potenciar novos possíveis” foi precisamente o mote que levou à criação, em 1980, da SEIES, cooperativa de âmbito nacional constituída por homens e mulheres de várias áreas de formação, como sociologia, biologia, psicologia, ação social e gestão. É com esta transdisciplinaridade, com o contributo de cada colaborador, que se pretende uma atuação dinâmica, abrangente e especializada. Não trabalham com máquinas, nem na construção civil, muito menos em telecomunicações. Os “engenheiros” da SEIES trabalham, sim, com as pessoas, contribuindo, sempre que possível, para a igualdade de género. Aliás, foi esta questão, a da igualdade entre mulheres e homens, que, há 19 anos, abriu as portas para a constituição da cooperativa em Setúbal.
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Zeca passou por aqui, pelo edifício onde funcionou o Círculo Cultural de Setúbal. Enquanto não abre as portas, as obras da Casa da Cultura podem ser visitadas no dia em que a revolução, há 38 anos, saiu à rua. O 25 de Abril é comemorado em todo o concelho
Música como educação
Projeto iniciado em 2011, o “Festival de Música de Setúbal”, regressa entre 1 e 3 de junho para reafirmar o êxito alcançado na primeira edição. Músicos de renome e internacional partilham o cartaz do festival com grupos, comunidades e escolas, fazendo de Setúbal, durante três dias, a capital da música. O certame, organizado pela Câmara Municipal e pela Fundação Helen Hamlyn, promove o envolvimento educativo, cultural e social das crianças do Concelho, tendo como ponto comum a música.
Revolução projeta cultura
plano seguinte
O 38.º aniversário da Revolução dos Cravos é marcado pela visita às obras da Casa da Cultura, projeto que só poderia nascer onde funcionou o Círculo Cultural de Setúbal, que teve Zeca Afonso como um dos principais dinamizadores. A vista ao edifício da Rua Detrás da Guarda, que é inaugurado dentro de poucos meses, está marcada para a manhã do dia 25. Todos são convidados a entrar no espaço que outrora foi ponto de encontro dos saudosos “Cantar José Afonso” e, agora, renovado, volta a convergir diferentes áreas artísticas, não só ao nível dos espetáculos como também do ensino. As comemorações do 25 de Abril começam na noite anterior, às 21h30, no Largo da Misericórdia, com um espetáculo de João da Ilha, seguido por Realejo. A partir da meia-noite, a festa faz-se na Capricho Setubalense. A Praça de Bocage acorda, a 25, às 09h00,
com o hastear da bandeira e o “tiro” de partida de mais uma edição do passeio de cicloturismo até à freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra. No Salão Nobre dos Paços do Concelho, às 09h30, realiza-se uma sessão solene da Assembleia Municipal, seguida de animação dos alunos do 3.º ano da EB1 do Bairro Afonso Costa. Entretanto, a Praça do Bocage, enche ‑se de animação para crianças, com a participação da banda de música da Capricho e dos Bela Batuque. Depois da visita à futura Casa da Cultura, às 11h30, a evocação ao 25 de Abril faz-se, às 12h00, junto do Monumento à Resistência, na Avenida Luísa Todi, com deposição de flores, seguindo-se o tradicional périplo pelas freguesias do Concelho. O programa de comemorações dos 38 anos do fim de ditadura contempla, ao longo de abril, várias iniciativas para diferentes públicos.
As memórias da revolução são contadas por um dos protagonistas, Otelo Saraiva de Carvalho, que apresenta o seu livro “O Dia Inicial”, dia 24, às 15h00, na Biblioteca Municipal. O Auditório Charlot recebe, entre os dias 9 e 13, às 15h30, o ciclo “Cinema de Abril” para o público sénior. O cinema vai também às escolas do ensino básico e secundário, com a exibição de “48”, de Susana de Sousa Dias, a 26 de abril, e “Significado”, de Tiago Pereira, a 3 de maio. O programa integra, ainda, a 28 de abril, a Tarde Intercultural no Museu do Trabalho dedicada ao legado de Michel Giacometti, a partir das 15h00, e a nova produção do Teatro Estúdio Fontenova, “O cerco de palavras esculpidas nas memórias”, com estreia marcada para 4 de maio. O programa completo sobre as comemorações do 25 de Abril pode ser consultado em www.mun-setubal.pt.
Concelho cada vez mais bonito O espírito voluntário da campanha “Setúbal Mais Bonita” está na rua desde 17 de março, dia em que foi pintado o gradeamento do viaduto das Fontainhas por cerca de cinquenta pessoas. Nesta ação de lançamento da segunda edição do projeto da Autarquia, que se realiza em maio, participaram elementos da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e familiares, além de outros voluntários, nomeadamente utentes do Centro Comunitário de
S. Sebastião, grupo que executou pequenos trabalhos de pintura em muros adjacentes ao viaduto. Os interessados em apresentar propostas de intervenção, que devem incidir na pintura de paredes e muros, recuperação de espaços verdes e de fachadas de edifícios ou em reparações de mobiliário urbano, podem fazê-lo até 15 de abril, enquanto as inscrições para voluntários estão abertas até 15 de maio, através do telefone 910 008 581, do endereço de e-mail setubalmais bonita@mun-setubal.pt, de www.mun-setubal.pt, na página do Facebook do Município ou nas juntas de freguesia. Os trabalhos, cujos materiais são cedidos por instituições através do mecenato, decorrem a 18 e 19 de maio, em S. Lourenço, Azeitão, prosseguindo no dia 25 em estabelecimentos de ensino e a 26 e 27 nas restantes freguesias.
Maratona rumo a Londres
A prova de natação que atrai atletas de todo o mundo disputa-se nos dias 9 e 10 de junho, em frente do Parque Urbano de Albarquel. A “FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2012”, competição mundial de topo de natação em águas abertas, é uma das duas provas de apuramento para os Jogos Olímpicos de Londres. A edição do ano passado contou com a participação de 63 nadadores de vinte países. A prova é organizada pelas federações de natação internacional e portuguesa e pela Autarquia.
Artes evocam Sebastião
Duas exposições assinalam, no Museu Sebastião da Gama, as comemorações do 88.º aniversário do poeta da Arrábida. As mostras são inauguradas a 10 de abril, às 21h00, seguindo-se palestra sobre “Sebastião da Gama e a arte”, por Baptista Pereira. Nove obras doadas à Câmara Municipal por artistas são expostas na mostra “Os artistas e Sebastião da Gama”. A outra exposição traz poemas do autor para os amigos. Há ainda um concerto de e-Vox, com músicas inéditas, dia 14, às 21h00, nos Paços do Concelho.
Festa de volta ao parque
O Dia Mundial da Criança e o encerramento do ano letivo são pretexto para uma grande festa no Parque do Bonfim, entre os dias 1 e 3 de junho. “Há Festa no Parque” proporciona três dias diferentes, fora do contexto escolar, a alunos, pais, avós, amigos e todos os que queiram aparecer por lá. Diversão, jogos, música, dança, leitura, workshop, pinturas faciais e aventura não vão faltar no programa de atividades para toda a família, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e parcerias.