Jornal Municipal - setembro'14

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SETÚBAL

Sant'Iago atrai mais visitantes

JORNAL MUNICIPAL.setembro 2014.ano 14.n.º53

Município reconhece excelência

pág. 17

Concelho vive Dia de Bocage e da Cidade com programa repleto de atividades págs. 4 e 5

pág. 6

População ganha avenidas novas

pág. 19

Sala cheia revive festa eurovisiva Oito recintos desportivos com relvado sintético

Bairros dão exemplo de férias com vizinhos

pág. 13

pág. 11 págs. 14 e 15

Europa confirma qualidade do rio


2SETÚBALjulho|agosto|setembro14

SETÚBAL

sumário

Sant'Iago atrai mais visitantes pág. 17

53 2014.ano 14.n.º IPAL.setembro JORNAL MUNIC

Municípcioe reconhecia excelên

Concelho vive Dia de Bocage e da Cidade com programa repleto de atividades

págs. 4 e 5

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4  PRIMEIRO PLANO  O concelho voltou a celebrar o seu poeta maior. O Dia de Bocage e da Cidade, a 15 de setembro, ficou ainda marcado pelo lançamento do livro “Retábulo do Convento de Jesus de Setúbal”. 6  LOCAL  Intervenções em duas avenidas e numa praça estão a mudar a face do centro da cidade, com a preocupação de melhorar a circulação de todos. A iluminação do centro histórico foi reabilitada. 12  FREGUESIA  O Parque Urbano de Azeitão está a nascer em Brejos, enquanto em Santo Ovídeo, no Sado, foram melhorados acessos. O “Ouvir a População, Construir o Futuro” foi à União das Freguesias de Setúbal. 13  DESPORTO  O Campo Municipal da Várzea é o terceiro de futebol de 11 a receber relvado sintético, a que se juntam cinco polidesportivos. A descida do Sado transformou-se num agradável passeio no estuário. 14  PLANO CENTRAL  As Férias no Bairro, iniciativa desenvolvida na zona da Bela Vista, ocupam o tempo de crianças e jovens e aprofundam o espírito de solidariedade. Acompanhámos a atividade do lado dos monitores. 16  TURISMO  A excelência de Setúbal, os seus recursos naturais, vinhos e artesanato, foi descoberta em passeios em autocarro panorâmico. A Feira de Sant’Iago continua a bater recordes de afluência de visitantes. 18  CULTURA  Os principais equipamentos culturais e turísticos da cidade promovem atividade que atrai o público. Setúbal evocou o foral manuelino, na comemoração dos 500 anos desse ato administrativo. 22  EDUCAÇÃO  Mais de uma dezena de cursos de pós-graduação/especialização funcionam, a partir de outubro, no novo Centro de Formação Avançada de Setúbal. A Ciência Viva despertou a atenção. 23  ACADEMIA  A plataforma de aprendizagem “Moodle” é alargada aos dispositivos móveis por estudantes da Escola Superior de Tecnologia. Já o Poliempreende estimula ideias e desperta novos talentos. 24  RETRATOS  Numa loja do Troino é possível encontrar e reparar de tudo na área da eletrónica. O espaço, a funcionar há quatro décadas, tem a particularidade de ter sido sempre explorado por mulheres. 25  INICIATIVA  O Núcleo Bicross de Setúbal forma uma família. O BMX é a grande atividade de referência, mas o clube começa a dar cartas nas Marchas Populares, principalmente agora que venceu a última edição. 26  MEMÓRIA  No tempo em que a cidade era limpa com recurso a carroças puxadas por cavalos os maus comportamentos da população já recebiam sanções. A família Fryxell está intimamente ligada a Setúbal. 28  PLANO SEGUINTE  O segundo aniversário da Casa da Cultura marca o regresso, quase trinta anos depois, do grupo musical Disto & Daquilo. O que também está de volta é o passeio Setúbal Bike Tour.

informações úteis

Setúbal - Jornal Municipal Propriedade: Câmara Municipal de Setúbal Diretora: Maria das Dores Meira, Presidente da CMS Edição: SMCI/Serviço Municipal de Comunicação e Imagem Coordenação Geral: Sérgio Mateus Coordenação de Redação: João Monteiro Redação: Hugo Martins, Marco Silva, Susana Manteigas Fotografia: José Luís Costa, Mário Peneque Paginação: Humberto Ferreira Impressão: Daniel & Lino, Lda. Redação: SMCI - Câmara Municipal de Setúbal, Paços do Concelho, Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal Telefone: 265 541 500 E-mail: smci@mun-setubal.pt Tiragem: 8000 exemplares Distribuição Gratuita Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornal podem ser enviadas ao cuidado da redação para o endereço indicado nesta ficha técnica.

Câmara Municipal

Turismo

Paços do Concelho Praça de Bocage 265 541 500 | 808 200 717 (linha azul) Gabinete da Presidência gap@mun-setubal.pt Departamento de Administração Geral e Finanças | daf@mun-setubal.pt Gabinete da Participação Cidadã gapc@mun-setubal.pt

Casa da Baía de Setúbal Centro de Promoção Turística Av. Luísa Todi, 468 265 545 010 | 915 174 442

Edifício do Banco de Portugal Rua do Regimento de Infantaria 11, n.º 7 265 545 180 Departamento de Cultura, Educação, Desporto, Juventude e Inclusão Social Departamento de Recursos Humanos Edifício Sado Rua Acácio Barradas, 27-29 265 537 000 Departamento de Ambiente e Atividades Económicas daae@mun-setubal.pt Departamento de Obras Municipais dom@mun-setubal.pt Departamento de Urbanismo Gabinete de Apoio ao Consumidor Mercado do Livramento, 1.º andar 265 545 390 Gabinete de Apoio ao Empresário Av. Belo Horizonte – Escarpas de Santos Nicolau 265 545 150 gae@mun-setubal.pt SEI – Setúbal, Etnias e Imigração Rua Amílcar Cabral, 4-6 265 545 177 | Fax: 265 545 174 sei@mun-setubal.pt Gabinete da Juventude Casa da Cultura Rua Detrás da Guarda, 28 265 236 168 gajuve@mun-setubal.pt

Posto Municipal de Turismo - Azeitão Praça da República, 47 212 180 729 Loja municipal “Coisas de Setúbal” Praça de Bocage – Paços do Concelho coisasdesetubal@mun-setubal.pt

espaços culturais Biblioteca Pública Municipal Serviços Centrais Av. Luísa Todi, 188 265 537 240 Polo da Bela Vista Rua do Moinho, 5 265 751 003 Polo Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra Estrada Nacional 10, Pontes 265 706 833 Polo de S. Julião Pct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola) 265 552 210 Polo Sebastião da Gama Rua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão 212 188 398 Fórum Municipal Luísa Todi Av. Luísa Todi, 61-67 265 522 127 Casa da Cultura Rua Detrás da Guarda, 28 265 236 168 Museu de Setúbal/Convento de Jesus Exposição de longa duração Avenida Luísa Todi, 119 265 537 890

Museu do Trabalho Michel Giacometti Utilidade Pública Lg. Defensores da República 265 537 880 Loja do Cidadão Av. Bento Gonçalves, 30 – D Casa Bocage 265 550 200 Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro Balcão CMS: 265 550 228/29/30 Rua Edmond Bartissol, 12 265 229 255 Piquete de água 265 529 800 Piquete de gás 800 273 030 Museu Sebastião da Gama Eletricidade 800 505 505 Rua de Lisboa, 11 Vila Nogueira de Azeitão Urgências 212 188 399 SOS 112 Casa do Corpo Santo Intoxicações Museu do Barroco 217 950 143 Rua do Corpo Santo, 7 SOS Criança 265 534 402 808 242 400 Cinema Charlot – Auditório Municipal Linha Saúde 24 Rua Dr. António Manuel Gamito 808 242 424 265 522 446 Hospital S. Bernardo 265 549 000 equipamentos Hospital Ortopédico do Outão desportivos 265 543 900 Companhia Bombeiros Sapadores Complexo Piscinas das Manteigadas 265 522 122 Via Cabeço da Bolota 265 729 600 Linha Verde CBSS 800 212 216 Piscina Municipal das Palmeiras Bombeiros Voluntários de Setúbal Av. Independência das Colónias 265 538 090 265 542 590 Proteção Civil 265 739 330 Piscina Municipal de Azeitão Rua Dr. Agostinho Machado Faria Proteção à Floresta 212 199 540 117 Capitania do Porto de Setúbal Complexo Municipal de Atletismo 265 548 270 Estrada Vale da Rosa Comissão Proteção Crianças 265 793 980 e Jovens de Setúbal 265 550 600 Pavilhão Municipal das Manteigadas PSP Via Cabeço da Bolota 265 522 018 265 739 890 GNR Pavilhão João dos Santos 265 522 022 Rua Batalha do Viso 265 573 212


editorial

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Sabemos para onde vamos Temos afirmado, com alguma insistência, que queremos mais cidade, mais trabalho, mais rio. Este é o rumo que seguimos, rumo a que por vezes se chama estratégia, mas que preferimos encarar como uma longa caminhada em que sabemos para onde vamos e como vamos. Temos um caminho para o desenvolvimento bem delineado, o que facilmente pode ser comprovado nos documentos publicados no âmbito da revisão do PDM. A correção deste caminho é aferida pelo facto de todas as candidaturas apresentadas no anterior quadro comunitário terem tido sucesso, exatamente porque foram enquadradas por uma clara visão estratégica de desenvolvimento do concelho e da cidade. Falo da Praia da Saúde, do Mercado do Livramento, do Fórum Municipal Luísa Todi, da Casa da Baía, da Casa da Cultura, da Escola de Hotelaria e Turismo ou do Convento de Jesus, apenas para referir os casos mais evidentes que têm aumentado a qualidade da nossa cidade e atraído mais visitantes, mais turistas, mais investimento. Os principais investimentos feitos em Setúbal nos últimos anos apenas foram possíveis graças ao rumo traçado, num caminho que inclui estudos urbanísticos que permitiram o enquadramento destas iniciativas. Os exemplos mais notórios são o Centro Comercial Alegro, possível no âmbito do Estudo Urbanístico da Entrada Norte, que veio a dar origem ao recentemente aprovado Plano Urbanístico da Entrada Norte da Cidade de Setúbal, e a Decathlon, possível

Vamos continuar a caminhada com

graças ao Estudo Urbanístico de Monte Belo.

todos os que queiram vir connosco

de fazer o enquadramento especializado da sua estratégia no próximo

Este é o contexto em que a Câmara Municipal sente a necessidade quadro comunitário, que é muito mais complexo do que o anterior

e exige enquadramento mais alargado, designadamente com os territórios da Área Metropolitana de Lisboa. A estratégia que tem gerado franco desenvolvimento do concelho e notória melhoria da qualidade urbana e dos serviços prestados pela autarquia desmente todo e qualquer aproveitamento oportunista que alguns tentam construir com narrativas desfocadas do que é atualmente a cidade. Narrativas deslocadas do que muitos setubalenses e azeitonenses sabem do que é hoje a transformação do nosso concelho. Vamos continuar a caminhada. Com todos os que queiram vir connosco. Mesmo que tenhamos de ultrapassar as enormes barreiras que nos são atravessadas no caminho por sucessivos ataques ao Poder Local, configurados nos constantes cortes das transferências do Orçamento do Estado para as autarquias, transformadas, pelo presente Governo, em bodes expiatórios de erros cometidos sempre pelos mesmos em décadas de políticas erradas e prejudiciais. O país que hoje conhecemos, com infraestruturas básicas, culturais, educativas, desportivas e de apoio à atividade empresarial, é o resultado de quase quarenta anos de poder local democrático. A grande obra de desenvolvimento do país no século XX e neste princípio de novo século deve-se, sem qualquer dúvida, às autarquias. Perante tão grande feito, é estranho que sejam sempre os autarcas os alvos de constantes ataques; de constantes estrangulamentos financeiros e outros. Sem autarquias, Portugal seria outro país. Com toda a certeza, pior.

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal


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Bocage traz festa Passados 249 anos após o nascimento, Bocage continua vivo entre os setubalenses. O pensamento jovem, desafiante e crítico do poeta ficou gravado na genética da cidade e da região. As Comemorações Bocagianas condecoraram quem ousa fazer mais e melhor. E inauguraram arte pública que instiga à opinião

primeiro plano

O

espírito de Bocage perdura bem vivo na identidade de Setúbal, concelho que todos os anos lhe presta homenagem com um programa comemorativo que atinge o ponto alto no dia 15 de setembro, feriado municipal em honra do nascimento do poeta. As comemorações incluíram desde a inauguração de obras de arte desafiantes do pensamento crítico da população até à homenagem de figuras e entidades com destaque na história, antiga e recente, do concelho e do País. O Dia de Bocage e da Cidade, comemorativo dos 249 anos do nascimento do poeta sadino, começou com a tradicional cerimónia do hastear da bandeira na varanda dos Paços do Concelho, seguindo-se a deposição de uma coroa de flores no monumento erigido na praça dedicada ao poeta. Em sessão solene realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, foram condecorados com a Medalha de Honra da Cidade figuras públicas de diferentes quadrantes sociais, como o estilista Tó Simões, na Classe Atividades Culturais, e o gestor desportivo, Paulo Frischknecht, na Classe Desporto. A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, su-

blinhou “o orgulho, não só pelos que receberam as Medalhas da Cidade, mas por todos os que levam o nome de Setúbal tão longe, pelo que fizeram e vão continuar a fazer por esta cidade”. O brio com que os setubalenses se afirmam no País e no mundo levou a autarca a reiterar a ideia de que Setúbal é “a Capital da Margem Norte do Sado”, algo que rejeita ser “uma simples ideia bairrista”, mas

antes a declaração da “forte identidade da região, com vida própria, cultura forte e economia vigorosa”. Maria das Dores Meira, que apontou Setúbal “como uma das cidades mais importantes do País” na atualidade, frisou que o concelho tem “um caminho para o desenvolvimento bem delineado”. A presidente da Câmara Municipal recordou que Setúbal tem beneficiado nos últimos anos de uma

profunda reestruturação, mercê de “uma clara visão estratégica de desenvolvimento”, política cuja correção está patente, exemplificou, no “facto de todas as candidaturas apresentadas no anterior quadro comunitário terem tido sucesso”. Os principais investimentos feitos em Setúbal nos últimos anos, salientou, só foram possíveis em boa parte devido à realização de estudos urbanísticos como o da

COMEMORAÇÕES BOCAGIANAS PROMOVEM ATIVIDADES DIVERSIFICADAS NO CONCELHO

EXÓTICO. De peito roxo, um diamante gould do criador sadino Alexandre Simões conquistou o prémio de melhor ave participante na “Sado Internacional – I Exposição Internacional de Exóticos”. Mandarins, diamantes, roseicollis e caturras foram algumas das aves que puderam ser apreciadas na mostra, promovida entre 12 e 14 de setembro, na Escola Básica Luísa Todi, pelo Clube Ornitológico de Setúbal, com o apoio da Autarquia.

INSÓLITO. O Parque Urbano de Albarquel recebeu mais uma edição da “Regata da Baía do Sado em Banheiras & Insólitos”, realizada a 14 de setembro. Num desafio à imaginação, dez equipas tentaram fazer flutuar materiais reciclados que supostamente não deviam sair de terra firme. A corrida, organizada pela Câmara Municipal e pela Academia Rugby Clube de Setúbal, resultou em aventura e em muitas horas de boa disposição.

POÉTICO. A 1.ª Serenata de Setúbal captou a atenção de centenas de pessoas que fizeram questão de marcar presença no evento na noite do dia 13 de setembro, na Praça de Bocage, defronte dos Paços do Concelho, decorados com iluminação especial. A canção coimbrã e a evocação poética de Setúbal, em particular do rio Sado e da Serra da Arrábida, deram o mote ao serão organizado, com o apoio municipal, pelo Núcleo de Poesia de Setúbal.


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a Setúbal

Entrada Norte e o de Monte Belo, que viabilizaram a execução de projetos como o Centro Comercial Alegro e a plataforma logística da Decathlon.

Medalhas como prémio Além de Tó Simões, Setúbal distinguiu com a Medalha de Honra da Cidade na Classe Atividades Culturais, a título póstumo, Mário Regalado, autor da famosa música “Rio Azul”, Álvaro Pinto, bancário, e Miguel de Castro, poeta. O artista plástico Humberto Marçal, que, embora não viva no concelho, confessou na cerimónia manter-se inseparável das raízes que tem em Setúbal – “setubalense a 100 por cento” –, foi também agraciado com a Medalha de Honra na classe cultura. Na Classe Ciência e Tecnologia foram agraciadas a gestora Isabel Vaz, as professoras aposentadas Maria Viegas e Ana Fortuna e os agrupamentos de escolas Cetóbriga, extinto em 2013, e de Azeitão. No Desporto, além de Paulo Frischknecht, um dos principais responsáveis pela realização em Setúbal de seis edições da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas, que entretanto se tornou modalidade olímpica, foi distinguido, a título póstumo, Fernando Valério,

reconhecido árbitro de futebol, com carreira inclusivamente a nível internacional. A família Mateus, dedicada à olaria em Setúbal, recebeu a Medalha de Honra da Cidade na Classe Indústria. Álvaro Dias, empresário que participou ativamente na luta antifascista, recebeu, postumamente, a condecoração na Classe Paz e Liberdade, enquanto, por fim, na Classe Associativismo e Sindicalismo, foi distinguido Florival Cardoso, bancário que se destaca na sociedade setubalense através de um vasto currículo de serviço a nível do associativismo.

Arte desafia olhares As comemorações do Dia de Bocage e da Cidade, a 15 de setembro, além da entrega das Medalhas de Honra da Cidade, incluíram diversas iniciativas ao longo do dia. Ao início da tarde foram inauguradas oficialmente as obras de arte pública “Zéfiro”, na rotunda da Avenida Álvaro Cunhal, e “Sardinhas”, na rotunda das Fontainhas, ambas erigidas com o patrocínio da Fundação Buehler-Brockhaus. “Zéfiro”, do escultor Sérgio Vicente, inspira-se na figura da mitologia grega que dava o nome ao vento de oeste, considerado uma brisa de

esperança e de prenúncio da primavera. “Vento de paz e de concórdia”, reforçou a presidente da Autarquia. A escultura “Sardinhas” é a primeira que a artista setubalense Luísa Perienes expõe no espaço público da terra natal. A obra, que consiste em três sardinhas em pedra, num salto na vertical a sair do mar em direção ao céu, presta homenagem àquela que foi a principal indústria sadina desde os finais do século XIX e ao longo de boa parte do século XX. Luísa Perienes explicou que “um dos principais desafios de um escultor é a escala” e que foi essa a razão que a levou a concretizar em pedra sardinhas grandes, numa afirmação do que foi o passado recente da história de Setúbal. O historiador de arte Baptista Pereira, que, em ambas as inaugurações, fez contextualizações artísticas das obras, salientou que a peça escultórica “Sardinhas” é alvo de muitas observações. “Provoca reações. Causa impressões! É isso que se quer de uma obra de arte. Por isso tem tanta qualidade.”

Livro do retábulo Também no Dia de Bocage e da Cidade foi apresentada publicamente, na Galeria Municipal do Banco

de Portugal, uma edição de luxo com um conjunto de investigações científicas sobre o Retábulo do Convento de Jesus. A edição da Câmara Municipal de Setúbal, produzida com o apoio da Rede Portuguesa de Museus, foi liderada pelo investigador Baptista Pereira. O livro “Retábulo do Convento de Jesus de Setúbal” é uma monografia constituída por um conjunto de abordagens científicas sobre diferentes aspetos daquela que é considerada uma obra-prima da pintura portuguesa renascentista. Além de Baptista Pereira, o livro conta com os contributos de Manuel Batoréo, Alice Nogueira Alves, Armando Jesus e Maria José Francisco. A obra está à venda ao público em espaços municipais por 25 euros, enquanto uma edição especial de postais, produzida igualmente pela Autarquia, custa 7,5 euros. A tarde do feriado municipal incluiu ainda uma conferência sobre Bocage conduzida por Daniel Pires, do Centro de Estudos Bocageanos. Durante “Bocage transgressor”, título do encontro que serviu igualmente para a tese de doutoramento de Daniel Pires, foi apresentada uma visão do poeta setubalense contextualizada com a época em que viveu.

A conferência, realizada na Casa da Cultura, contou com o contributo da poeta e pintora Ana Chora, que leu textos de Bocage e da época, como foi o caso da ordem de prisão do poeta dada pelo intendente Pina Manique. As comemorações do 15 de setembro reservaram ainda a inauguração da sede do Lions Club de Setúbal nas antigas instalações do Banco de Portugal. No Salão Nobre dos Paços do Concelho realizou-se a cerimónia de entrega de prémios do XVI Concurso Literário Manuel Maria Barbosa du Bocage, organizado pela LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão. Os vencedores de 2014 foram, na modalidade “Revelação”, Mosguy, de Joane, Famalicão, com a obra “Sem Título”, na de “Poesia”, Rui Curado de Santa Maria, dos Açores, com “Pequeno livro de elegias”, e, na de “Conto”, Mariana Algarvia, de Londres, com “Eu e tu nesta cama”. O programa municipal das Comemorações Bocagianas 2014, com um conjunto alargado de inicia­ tivas ao longo de setembro, apresentou ainda, por exemplo, durante 15 dias, as arcadas dos Paços do Concelho adornadas com ilumi­ nação decorativa, numa oferta das empresas APS Iluminação e Schréder.


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local

Obra reabilita estrada em Azeitão A reabilitação de um talude na Estrada dos Picheleiros para reforço das condições de segurança naquela via de Azeitão é a principal ação de uma obra executada em agosto pela Câmara Municipal. A empreitada, que materializa um investimento municipal superior a 17 mil euros, incidiu na reparação de um talude com cerca de vinte metros existente naquela via de Vila Nogueira de Azeitão, danificado após a ocorrência de condições meteorológicas adversas. As intervenções visaram, numa primeira fase, a consolidação de terras e, posteriormente, a construção de uma estrutura de suporte para fixação e estabilização do talude. A obra liderada pela Autarquia incluiu a execução de pequenos trabalhos naquela zona, nomeadamente no reperfilamento, alargamento e regularização de uma vala de passagem de água que atravessa toda a extensão da estrada.

Avenidas ganham novas dinâmicas Operação repara ‘José Saramago’ A estabilização de taludes da Avenida José Saramago, nos quais se registaram aluimentos de terras, é uma das principais intervenções executadas na terceira fase de obras de reparação daquela via urbana de Setúbal. A operação, sem custos para a Câmara Municipal, foi executada pela empresa responsável pela obra original da rodovia e decorreu no âmbito da garantia da obra, acionada pela Autarquia após verificação de anomalias. A colocação de pedras para estabilização de taludes, nas áreas nas quais se verificaram aluimentos mais expressivos de terras, foi uma das principais ações da intervenção realizada em julho e agosto. Os trabalhos de reparação da avenida localizada nas imediações da nova unidade logística da Decathlon incluíram a limpeza de terras provenientes das escorrências dos taludes nos pavimentos e nas caleiras pluviais. A regularização de vários troços de passeios e da ciclovia em ambos os sentidos daquela via foi outra das operações concretizadas no âmbito da terceira nova fase de intervenções. A Avenida José Saramago, um troço com 854 metros de comprimento e quatro vias de circulação, duas em cada sentido, liga as estradas de Algeruz e de Poçoilos, numa área de expansão da cidade. A rodovia representa a primeira fase da Via Urbana P1, projetada para servir Setúbal com uma circular interna, ao ligar o novo polo comercial do concelho até praticamente a frente ribeirinha da cidade.

Uma operação urbanística da Autarquia dota um conjunto de vias de renovadas características urbanas, com prioridade para o usufruto público, os peões e os cicloturistas. O investimento renova redes de água e de saneamento e promove um reordenamento na distribuição do trânsito na cidade A imagem urbana de Setúbal sai reforçada com um conjunto de intervenções de requalificação em curso nas avenidas Alexandre Herculano e República da Guiné-Bissau e na Praça Vitória Futebol Clube, da ordem dos 300 mil euros, arruamentos que ganham uma maior atratividade e renovam as dinâmicas de usufruto e de vivência. Os transeuntes e cicloturistas conquistam espaço com novos corredores de circulação que facilitam a ligação entre a área nascente da cidade e a frente ribeirinha, enquanto o trânsito é reordenado com a implementação de medidas que garantem o fluxo automóvel e ajudam a melhorar o ambiente. A criação de um espaço amplo, com um circuito pedonal e uma ciclovia dedicada e com a possibilidade de instalação de quiosques com pequenas esplanadas, é uma das mudanças mais visíveis na Avenida Alexandre Herculano, concretizada com a remoção da vedação do Parque do Bonfim e com o alargamento do passeio.

A medida permite o apetrechamento daquela via com características urbanas renovadas e facilita, por outro lado, a permeabilidade e fruição do próprio jardim, com mais pontos de atratividade e melhores condições de segurança. O trânsito automóvel também é alterado na Avenida Alexandre Herculano, passando a ser feito, definitivamente, numa faixa de rodagem com uma via em cada sentido de circulação. Paralelamente, são criadas mais bolsas de estacionamento, devidamente ordenadas. O objetivo de assegurar uma melhor redistribuição do sistema de circulação viário na cidade passa pela Praça Vitória Futebol Clube, nó giratório que distribui o trânsito nas avenidas Alexandre Herculano, República da Guiné-Bissau, Dr. António Rodrigues Manito e 22 de Dezembro. Os trabalhos incluem o redimensionamento da rotunda existente, a par da construção de uma nova infraestrutura viária, na confluência das avenidas Dr.

António Rodrigues Manito e 22 de Dezembro, soluções adotadas com o objetivo de assegurar uma maior fluidez e uma reorganização do tráfego. A operação de renovação urbanística, com conclusão prevista para o final do ano, engloba a execução de ações profundas de reperfilamento na Avenida República da Guiné-Bissau. A reformulação da faixa de rodagem, que passa a ter sete metros e uma via de circulação em cada sentido de trânsito, permite criar um corredor pedonal e ciclável, no lado sul, de ligação entre a Avenida Alexandre Herculano e a Estrada dos Ciprestes. A intervenção naquele arruamento surge após a decisão de criar uma rotunda na confluência das avenidas da Europa e Independência das Colónias, que passa a constituir um novo eixo de entrada no centro da cidade de ligação à frente ribeirinha e que permite a redução de tráfego na Avenida República da Guiné­ ‑Bissau.

Processo partilhado com comerciantes As obras de requalificação motivaram, a 1 de setembro, uma reunião da Câmara Municipal e da União das Freguesias de Setúbal com a maioria dos comerciantes da Avenida República da Guiné-Bissau para dar a conhecer pormenores das intervenções na zona. “Com a requalificação do arruamento, previsivelmente virão mais pessoas para esta zona. Fica mais atrativa, tanto para peões como para automobilistas, porque se garante uma maior fluidez, com benefícios para o comércio local”, salientou o ve-

reador do Urbanismo da Câmara Municipal, André Martins. Os trabalhos naquela área da cidade avançam após a conclusão das intervenções executadas no subsolo, que incluem a construção do emissário dos Ciprestes/Bonfim e a reabilitação da rede de distribuição de água e drenagem de esgotos domésticos e pluviais, infraestruturas primárias implementadas no âmbito da obra de construção do Alegro Setúbal e do Plano de Urbanização da Entrada Norte da Cidade de Setúbal.


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Centro histórico requalifica iluminação Mais iluminação, menos custos. A instalação de lâmpadas mais eficientes dota o centro histórico de melhores condições de conforto urbano. Na mesma intervenção, a Autarquia utiliza uma metodologia “retrofit” para reabilitar estética e estruturalmente um conjunto de candeeiros A rede de iluminação pública foi reabilitada e modernizada em algumas zonas da Baixa de Setúbal, com a substituição de um conjunto de lanternas de vapor de sódio por outras de tecnologia LED, mais económicas e energeticamente mais eficientes. A intervenção, um investimento global de cerca de 75 mil euros, foi desenvolvida pela Câmara Municipal, faseadamente, na Praça de Bocage, no Largo da Misericórdia, no Jardim do Quebedo e no Largo Francisco Soveral, mais conhecido como Largo da Ribeira Velha. Estes trabalhos na rede de iluminação pública, como outros que têm vindo a ser feitos em espaços públicos de Setúbal, de que é exemplo o Parque do Bonfim, foram realizados no âmbito do Plano de Otimização Energética Municipal. Um dos objetivos é a instalação de lâmpadas LED, que, a par de vantagens económicas, são mais amigas do ambiente e apresentam ganhos em termos de aspeto visual e conforto urbano ao proporcionarem uma ilumina-

ção com níveis cromáticos mais apelativos. Regra geral, as lâmpadas LED de 54 watts substituem as de vapor de sódio existentes, com potência da ordem dos 100 watts. Todo o processo, que a Câmara Municipal realizou por intermédio de empreitadas, estimula igualmente a estética urbana. Com recurso a uma metodologia denominada “retrofit”, a Autarquia procede na Praça de Bocage à reabilitação das 33 lanternas ali instaladas. Os candeeiros são recuperados para reintegração nesta praça central de Setúbal com lâmpadas LED. Em paralelo, no caso dos globos de iluminação estes são substituídos por outros modelos mais modernos. A intervenção na Praça de Bocage, em fase de conclusão, ascende aos 37 mil euros e, no ­final, a Câmara Municipal conta ter um espaço público mais acolhedor, com os edifícios e monumentos dotados de maior realce, devido à tecnologia de iluminação adotada. No Largo da Misericórdia, numa intervenção estimada em 22 mil euros, foram instaladas

lanternas em modelo “cascais”, caracterizadas pelo estilo retro, e projetores de terra para iluminação da fachada da sede da Sociedade Musical Capricho Setubalense, coletividade que conta cerca de 150 anos de história. Ainda no coração da Baixa setubalense, no Largo Francisco Soveral, o projeto envolveu a colocação de projetores para iluminação e decoração do plátano ali existente, árvore que apresenta uma das maiores copas no concelho, com um diâmetro médio de 23,5 metros. Estes trabalhos representam um investimento da ordem dos cinco mil euros. Num dos limites do centro histórico, no Jardim do Quebedo, são reabilitados os cinco candeeiros existentes, além de serem instalados mais dois, provenientes do Largo da Misericórdia. Nesta intervenção, com um valor estimado de 10 mil euros, as colunas da rede pública de iluminação receberam lanternas do modelo “stylage”, que, tal como as “cascais”, apresentam um estilo retro, as quais estão igualmente equipadas com lâmpadas LED.

Emergência com plano atualizado A formalização do Centro Municipal de Operações de Socorro como estrutura nevrálgica de gestão e operacionalização de meios em caso de situações de risco é uma das principais atualizações constantes no Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Setúbal. O serviço, a funcionar no quartel da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, foi modernizado e ampliado num investimento promovido pela Câmara Municipal que incluiu a ligação da central à rede SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, de comunicação entre todos os agentes de segurança e proteção civil. A adoção de um novo software de coordenação, com informação georreferenciada, monitores para gestão de diversas ocorrências e modernos sistemas de comunicações integram o renovado serviço. O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Setúbal foi aprovado a 28 de julho em reunião ordinária da Comissão Nacional de Proteção Civil, encontro realizado na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, concelho de Oeiras. O documento, que tem como objetivo a definição do modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil a nível municipal, exprime um conjunto de medidas, normas e procedimentos capazes de fazer face a situações de emergência e minimizar consequências para a população. O plano permite, igualmente, a antecipação de cenários suscetíveis de desencadear um acidente grave ou catástrofe e define a estrutura organizacional e os procedimentos para preparação e aumento da capacidade de resposta à emergência. O documento, que substitui um plano de ação semelhante em vigor desde 1998, é atualizado de acordo com a reorganização administrativa territorial autárquica imposta no concelho setubalense e inclui os dados estatísticos dos Censos 2011.

Hasta para posto de abastecimento Uma hasta pública para a instalação e exploração de um posto de abastecimento na Praça de Independência, no Monte Belo, com lavagem automática e loja de conveniência, e de um edifício destinado a restauração, com possibilidade de drive-in, foi aprovada pela Câmara Municipal. O lançamento de novo procedimento é justificado com o facto de ao longo dos últimos meses existir manifesto interesse por parte de alguns agentes comerciais na reaber-

tura do processo, a par da necessidade de reabitação urbana daquela área da cidade. A decisão, aprovada pela Autarquia em reunião pública de 16 de julho, visa uma concessão pelo período de vinte anos, improrrogáveis, com o futuro equipamento a contar com oito pontos de abastecimento de combustível e um de abastecimento de GPL. No local funcionou já um posto de abastecimento, cuja concessão terminou em maio do ano passado. A

Autarquia realizou entretanto uma hasta pública para a instalação de um novo posto de abastecimento, em abril de 2013, tendo a mesma ficado deserta. Uma das contrapartidas diretas a assumir pelo vencedor da nova hasta pública, cujo valor base de licitação está estipulado em 3 mil euros mensais, é a construção de um passeio e de uma ciclovia no troço da Avenida Álvaro Cunhal compreendido entre o Novotel e a Praça da Independência.


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Rotunda otimiza entrada na cidade

A fluidez do trânsito automóvel na entrada norte da cidade é assegurada pela criação de uma rotunda de grande dimensão. A obra, impulsionada pela construção do Alegro Setúbal, enquadra-se numa profunda requalificação urbanística com conclusão prevista para novembro A reformulação do cruzamento nas imediações do futuro Alegro Setúbal com a construção de uma rotunda de grande dimensão, obra a decorrer, materializa mais uma das ações de requalificação urbana em execução naquela área da cidade. A reestruturação do nó de interseção do final da A12 com as avenidas Álvaro Cunhal, Antero de Quental e Pedro Álvares Cabral, com a construção de uma infraestrutura viária de circulação giratória, é uma das alterações de

maior relevância a executar na entrada norte de Setúbal. A nova rotunda, que deverá estar em pleno funcionamento em meados de novembro, fica dotada de três vias de circulação interna, solução que permite uma maior fluidez no tráfego automóvel naquela que é a principal entrada na cidade. A maior capacidade de distribuição de trânsito é alcançada, igualmente, com a integração de vias segregadas. A medida possibilita que o trânsito proveniente das avenidas

Álvaro Cunhal, Antero de Quental e Pedro Álvares Cabral e da A12 não tenha de entrar na rotunda aquando da circulação pela saída imediatamente à direita. Durante as obras de reestruturação viária na zona, que implicam o estreitamento e supressão de várias vias, verificam-se condicionamentos na circulação automóvel. A criação da nova rotunda é uma das ações integradas na operação urbanística em execução naquela área da cidade. O investimento global de

2 milhões, 902 mil e 184,23 euros é concretizado no âmbito da obra de construção do Alegro Setúbal e do Plano de Urbanização da Entrada Norte da Cidade de Setúbal. A otimização e o reordenamento do esquema de circulação rodoviária motivaram já a substituição do cruzamento dos “Quatro Caminhos” por uma rotunda, solução que melhora o escoamento do tráfego proveniente sobretudo da A12. Incluídas na operação urbanística da entrada norte da cidade, com

conclusão prevista para novembro, estão igualmente diversas intervenções de beneficiação da rede viária, de reperfilamento de vias e de renovação de redes primárias de esgotos e águas. O reperfilamento integral da Avenida Antero de Quental e da Rua Nova Sintra inclui ações que dotam estas vias de características mais urbanas, como novos passeios, ciclovias, espaços verdes e locais para estacionamento, trabalhos próximos da conclusão.

Rastreios ajudam a salvar vidas

local

Cerca de 300 pessoas realizaram rastreios de prevenção da diabetes e da hipertensão numa iniciativa que decorreu a 11 de setembro, na Avenida

Luísa Todi, no âmbito das comemorações do 35.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde. Fátima Semedo, enfermeira do Centro de Saúde de Vale do Cobro, sublinhou no balanço da iniciativa que se registaram “casos em que pessoas foram efetivamente encaminhadas para centros de saúde por se terem detetado situações de risco”. A unidade móvel, promovida pelo Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida (ACES), em colaboração com a Autarquia e com o Centro de Respostas Integradas, facultou ainda à população folhetos com várias informações úteis, em particular de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Edifícios em ruínas demolidos A Câmara Municipal procedeu à demolição de um conjunto de edifícios em estado de ruína na zona da Estrada da Graça devido ao risco de desmoronamentos. A intervenção, executada em julho, decorreu nos imóveis 240 a 248, com uma frente de cerca de 130 metros, ocupados por antigas instalações fabris e habitações. A obra, que contribui para a requalificação da imagem urbana, visa impedir futuras ocupações indevidas das construções que coloquem em risco a segurança de pessoas e bens e a degradação das condições de salubridade. A demolição, com acompanhamento de diversas áreas da Autarquia, foi executada por meios humanos e materiais do Regimento de Engenharia

n.º 1 do Exército, ao abrigo de um protocolo de colaboração. A Autarquia executou a obra de forma coerciva, após ter tomado posse administrativa dos edifícios por incumprimento dos respetivos titulares da ordem de execução das intervenções.

Livramento celebra 138 anos Os 138 anos do Mercado do Livramento foram assinalados no dia 31 de julho com uma festa que incluiu a celebração de um acordo entre a Câmara Municipal e a associação de comerciantes daquele equipamento comercial para a cedência das instalações de frio e gelo. A Câmara Municipal cede gratuitamente as mencionadas instalações aos comerciantes daquele mercado para que assegurem o acondicionamento de produtos nas câmaras de frio e o fornecimento de gelo aos vendedores. A assinatura do acordo de trabalho foi um dos pontos altos do programa comemorativo dos 138 anos do Mercado do Livramento, com o espaço a ser animado ao longo da manhã com música, a par de momentos de declamação de poesia e pintura ao vivo. “Todos fazem este mercado”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, referindo-se, além da Autarquia, aos comerciantes que ali desenvolvem a atividade e ao público que diariamente escolhe o Livramento para fazer compras.


9SETÚBALjulho|agosto|setembro14

Paula Costa dá nome a rua A antiga vereadora da Câmara Municipal de Setúbal Paula Costa, personalidade intimamente ligada à história recente da cidade e dirigente associativa sadina de relevo, falecida a 13 de agosto, vai dar o nome a uma rua. Maria Paula Cabral Graça da Silva Costa, natural de Setúbal, conciliou durante largos anos a função política – em militância no Partido Socialista – com a atividade associativa no concelho, para desenvolver várias iniciativas de índole cultural, desportivo e recreativo. Um voto de pesar apresentado pela Câmara Municipal em reunião pública de 3 de setembro enaltece o “entusiasmo contagiante e atitude popular” presente no exercício do serviço público por Paula Costa, falecida aos 77 anos, personalidade “dotada de extrema alegria e afabilidade”. A emotividade e a frontalidade, virtudes que lhe permitiram lidar “com os assuntos, mesmo os mais delicados, com grande determinação”, são igualmente destacados no documento, no qual foi decidida a atribuição, “pelos serviços prestados”, do nome de Paula Costa a uma das artérias da cidade. Recordada como a grande responsável pelo regresso a Setúbal do concurso das Marchas Populares, integrou o elenco da autarquia setubalense em quatro mandatos, entre 1983 e 1997, o primeiro com a presidência de Francisco Lobo e os três restantes com Manuel da Mata de Cáceres. Na Autarquia, durante 15 anos, passou por vários pelouros, como as Atividades Económicas, os Mercados e Feiras e a Educação, mas foi na área da Cultura que mais se notabilizou ao serviço da cidade que a viu nascer a 10 de junho de 1937.

Casa acolhe esperança A Câmara Municipal cedeu à Cáritas Diocesana de Setúbal um apartamento nas Manteigadas para servir como alojamento de autonomia a jovens grávidas ou mães e, em situações de emergência, a mulheres vítimas de violência doméstica. O apartamento, cuja cedência, gratuita e por períodos de quatro anos automaticamente renováveis, foi aprovada em reunião pública ordinária da Autarquia de 3 de setembro, tem lotação até quatro jovens e respetivos filhos. O alojamento vai servir diretamente o CAV – Centro de Apoio à Vida “Pequena… Grande Mãe”, que a Cáritas Diocesana local implementou em 2001 para dar resposta à inexistência de centros de acompanhamento em Setúbal para auxiliar grávidas ou mães adolescentes sem qualquer apoio das famílias e pais das crianças. O CAV realiza atualmente acompanhamento social, psicológico e formativo a 35 adolescentes sem estrutura familiar de suporte no

processo de integração na sociedade. O apartamento vai servir como um espaço de transição onde as jovens grávidas ou mães, depois de um período formativo e de encaminhamento no CAV, possam desenvolver competências sociais e pessoais de forma plena, segura e integrante, para atingirem a total emancipação. Para o arranque da utilização do alojamento, o CAV já tem identificado o processo de uma jovem mãe, com 19 anos, e um filho bebé para ocupar aquele espaço. De resto, o perfil das jovens elegíveis para o apartamento define que as utentes sejam, preferencialmente, maiores de idade, de maneira a que reúnam o maior número de condições para assegurarem a emancipação quando deixarem de precisar do auxílio do Centro de Apoio à Vida. O CAV presta atendimento e acompanhamento social e psicológico, terapia familiar, mediação de conflitos e orientação vocacional, tanto ao nível escolar como profissional. Desde 2001, altura em que surgiu como um projeto temporário de três anos, o CAV já acompanhou e auxiliou cerca de 650 jovens.

Mandela inspira caminhos da paz A importância do ideal deixado por Nelson Mandela foi evocada numa conferência internacional promovida em Setúbal. O legado do antigo dirigente sul-africano foi o ponto de partida de um colóquio com mais de uma dezena de intervenções centradas nos direitos humanos A exploração de caminhos para alcançar a paz e a harmonia no mundo, entre povos, raças e credos, esteve em debate no dia 18 de julho, no Fórum Municipal Luísa Todi, numa conferência dedicada ao Dia Internacional de Nelson Mandela. Sob o título “Fundação Nelson Mandela – Diálogo para a Justiça: Perpetuando o Legado de Nelson Mandela com a Diáspora Africana em Portugal”, o encontro recordou a importância do ideal deixado pelo antigo dirigente sul-africano ao abordar questões dos direitos humanos em Portugal e no mundo. O colóquio promovido pela Embaixada da África do Sul contou com a participação de várias individualidades, como a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado e a embaixadora da África do Sul, Keitumetse Matthews. “Para nós, cidade multicultural, cidade aberta que gostamos de ser para bem acolher todos os que nos procuram, Nelson Mandela é uma inspiração, é um exemplo de resistência e de como, com perseverança, resistência e luta, é possível alcançar a justiça”,

sublinhou Maria das Dores Meira. A autarca, que assumiu o orgulho sentido por Setúbal ter sido escolhida para a realização da conferência dinamizada em colaboração com a Câmara Municipal, recordou as estreitas ligações históricas e culturais entre Portugal e a África do Sul. “Portugal e a revolução de Abril de 1974 acabaram por ser fatores de enorme importância para o fim do apartheid, ao devolver aos países africanos colonizados a longamente ansiada independência que permitiu um maior isolamento das políticas segregacionistas sul-africanas”, sublinhou. A embaixadora da África do Sul em Portugal, ao referir-se à importância da organização de eventos como o que foi realizado em Setúbal, frisou que “a mediação é uma ferramenta muito poderosa e que não é usada as vezes suficientes para dirimir conflitos”.

Elogios à Bela Vista Keitumetse Matthews elogiou o trabalho desenvolvido pela presidente da Autarquia “num bairro e

numa escola [Bela Vista], antes vistos como problemáticos, mas que agora, com a participação ativa dos próprios moradores, está a mudar para melhor. É significativo e vai ao encontro dos princípios de vida e ensinamentos deixados por Nelson Mandela”. Luís Amado, moderador do primeiro painel de intervenções, considerou que Mandela, “o grande responsável por estabilizar a África do Sul num período conturbado de transição”, assumiu um papel especial na “tranquilização da comunidade portuguesa residente naquele país”. A conferência, que contou com as atuações do grupo BelaBatuke, da Bela Vista, e da Associação de Teatro IBISCO, por intermédio do Centro Cultural Africano, incluiu os painéis “Visão Global dos Direitos Humanos”, “Valores, Direitos e Justiça nos Tempos Atuais” e “Educação para o Desenvolvimento”. Entre mais de uma dezena de apresentações, entre as quais figuraram as das embaixadoras da Argélia, Fatiha Selmane, e da Nigéria, Ijeoma Bristol, o encerramento do encontro esteve a cargo do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Artur Pina Monteiro.


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Tecnologia promove inclusão Aprovados. Um grupo de jovens da Bela Vista passou, com distinção, pelo Comité para a Democratização da Informática, que fomenta a utilização das novas tecnologias para a inclusão. O projeto procurou igualmente estimular o empreendedorismo e o espírito de cidadania ativa na comunidade Quatro jovens da Bela Vista receberam do Comité para a Democratização da Informática (CDI) os diplomas que certificam a aptidão para atividades de inclusão social naquela comunidade através do uso das tecnologias, em cerimónia realizada a 21 de julho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Dos 12 jovens, entre os 15 e os 22 anos, que integraram o projeto Comité para a Democratização da Informática, realizado entre abril e julho, no Mercado 2 de Abril, seis tiveram direito aos diplomas, entregues pela presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, e pelo vereador Carlos Rabaçal. Depois de uma abordagem sobre os pontos fortes, como o espírito de união e a realização de atividades, e os fracos ao nível social

do bairro, como o vandalismo e o racismo, o principal objetivo deste projeto, através da criação de um jornal, foi contribuir para acabar com a imagem distorcida que as pessoas têm da Bela Vista Maria das Dores Meira destacou a “transformação muito grande que está a acontecer na Bela Vista”, sobretudo através do programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, uma alteração que passa também por “mudar mentalidades e apostar na juventude”. A autarca salientou que “o maior investimento, que não tem preço, é a transformação das vidas”, dirigindo-se aos jovens, que, durante a formação, contactaram com o quotidiano de um jornal, com interações com jornalistas e uma visita à redação do “Diário de Notícias”.

O diretor executivo do Comité para a Democratização da Informática – Portugal, João Baracho, referiu que as realidades sociais nos vários centros são diferentes. Em relação ao jornal da Bela Vista, “O Bairro”, deu os parabéns à equipa, acompanhada por duas formadoras, por ter atingindo o objetivo. Além disso, “O Bairro” será um projeto para dar continuidade, com apoios como a Media Capital, com novas parcerias, e uma equipa residente em formação contínua. Depois de fornecidas as “ferramentas para evoluírem”, há que torná-lo “sustentável”, vincou aquele responsável. Isília Veiga, conhecida por Leny, 21 anos, foi uma das jovens que receberam o diploma, uma distinção “muito gratificante”. Da expe-

riência do CDI, leva o desejo de ser jornalista e destacou o trabalho em equipa. “Era um grupo muito organizado, equilibrado e responsável.” O Comité para a Democratização da Informática, organização não-governamental fundada em 1995, no Brasil, tem como principal missão promover a inclusão social com recurso às tecnologias de informação e comunicação e estimular o empreendedorismo e a cidadania ativa. A organização conta com um total de 821 centros de inclusão digital, incluindo três no País – Almada, Setúbal e Vale de Cambra –, instalados concretamente em Portugal, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Peru, Reino Unido, Uruguai e Venezuela.

Festival muda o olhar

Ateliers ocupam no verão Cerca de sete centenas de pessoas participaram nos 86 ateliers temáticos promovidos pela Autarquia em parceria com diversas instituições concelhias, destinados a crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos e seniores com mais de 65. Os participantes da 18.ª edição dos “Ateliers de Verão” mostraram, numa festa, realizada a 1 de agosto, à noite, no Auditório José Afonso, o que aprenderam nesta iniciativa municipal de ocupação de tempos livres que decorreu ao longo de cerca de dois meses. Demonstrações de guitarra, zumba, hip-hop, capoeira, expressão dramática, danças latinas e do mundo animaram as mais de quatro cen-

tenas de pessoas presentes no espetáculo, com bancas de exposição dos trabalhos produzidos nas diferentes oficinas. A vereadora da Câmara Municipal Carla Guerreiro sublinhou que os Ateliers de Verão proporcionam “experiências singulares” ao despertarem a “aquisição de conhecimentos, a descoberta de aptidões e o desenvolvimento de competências pessoais e sociais”. A autarca destacou a vertente intergeracional do projeto, introduzida em 2010, numa partilha de experiências entre miúdos e graúdos nalguns ateliers, que “assegura a autonomia da população sénior, promove a inclusão social e contribui para

uma maior solidariedade”, vincou. Os Ateliers de Verão, realizados este ano entre 24 de julho e 8 de agosto, dão uma resposta efetiva na ocupação dos tempos livres de crianças e jovens no período de férias escolares e encorajam o diálogo entre gerações, nomeadamente através da dinamização de atividades conjuntas entre gerações. O projeto municipal, promovido desde 1997, além de prestar um serviço de apoio às famílias, com o desenvolvimento de um conjunto de atividades, numa perspetiva lúdica e pedagógica, reforça os fatores de proteção, combate riscos psicossociais e promove a partilha de experiências intergeracionais.

O cantor de música tradicional portuguesa João da Ilha foi um dos artistas que participaram no terceiro “Mudar o Olhar”, festival pautado sobretudo por música e dança africana, realizado a 19 de julho, no Parque Verde da Bela Vista. Destinado a todos, dentro e fora da Bela Vista, o evento foi um sucesso tanto do ponto de vista da organização, a cargo de um grupo de jovens locais, como dos artistas que atuaram naquele espaço verde. Kizomba, fado, tarraxo, reggae, ragga, rap, kuduru e afro house foram os sons mais ouvidos no recinto,

durante a tarde. Alguns daqueles, a par dos estilos décale, dancehall, hip-hop, azonto e funaná, convidaram para a dança. O evento, organizado pelo grupo “Mudar o Olhar”, é mais uma das iniciativas do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa que visa a concretização de ações que consolidem a autonomia e o planeamento por parte dos moradores. Este foi o terceiro ano consecutivo do festival “Mudar o Olhar”, certame que contou com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de São Sebastião.


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Ciência comprova qualidade do Sado O Estuário do Sado está de boa saúde. Um estudo científico europeu divulgado recentemente atesta a qualidade ambiental daquela zona protegida. Os resultados realçam, igualmente, o requinte das ostras ali produzidas a par de outras espécies e culturas localizadas naquela área Os resultados preliminares de um estudo científico desenvolvido em Portugal, Espanha e França indicam que o Estuário do Sado revela elevados padrões de qualidade ambiental, patentes em espécies como as ostras, que apresentam índices qualitativos superiores. A análise foi apresentada a 22 de julho no auditório do Mercado do Livramento, numa sessão de divulgação do projeto Orque-Sudoe, rede científica de laboratórios públicos dos três países que analisou a qualidade química e biológica do litoral sul-atlântico. O Orque-Sudoe, projeto europeu financiado pelo Programa de Cooperação Territorial Europeia Inter-

reg IV B Sudoe, reuniu nove laboratórios, entre os quais o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), para, através da análise de produtos locais considerados estratégicos, determinar a qualidade do ambiente no litoral do sudoeste europeu. No âmbito do projeto, com a duração de dois anos, a concluir em dezembro, foram analisadas ostras selvagens depuradas, prontas para comercialização e consumo humano, uma vez que esta espécie é particularmente sensível a alterações ambientais. Em paralelo, foram analisados mexilhões do estuário, assim como alfaces, arroz e água de hortas fa-

Marcha sénior no Bonfim

miliares localizadas na área, nomeadamente na Carregueira. Em todos os casos foram “detetados valores abaixo dos níveis referenciados” legalmente, sublinhou Isabel Castanheira, investigadora do INSA, que considera que os resultados “são robustos e não deixam dúvidas sobre a boa qualidade do ambiente no Estuário do Sado e das ostras que ali se produzem”. O vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Setúbal, Manuel Pisco, afirmou não estar surpreendido com os indicadores. “Existe uma carga industrial brutal na Península da Mitrena [localizada no Estuário do Sado], mas houve também uma grande requalificação na última de-

zena de anos de toda a indústria ali concentrada, casos da metalomecânica e da naval.” Para o autarca, a introdução de “um quadro legislativo mais apertado em matérias ambientais” explica também os resultados. Acrescentou que “a procura crescente pelas ostras do Sado era um sinal da qualidade ambiental ali presente”, agora comprovada “com fundamentos científicos”. Os resultados do projeto Orque­ ‑Sudoe vão constituir uma base de dados científica para a análise ambiental do litoral sudoeste europeu, com o objetivo de elaborar estratégias inovadoras de gestão ambiental, mas também para o de-

senvolvimento de uma plataforma de formação de jovens investigadores. O vereador Manuel Pisco aproveitou o encontro para lançar o desafio de se realizar, a médio prazo, uma conferência de cariz ambiental, na qual a comunidade científica com investigações relacionadas com o Estuário do Sado possa partilhar conhecimentos adquiridos. Através do Orque-Sudoe, a Câmara Municipal de Setúbal e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge celebraram, recentemente, um protocolo de colaboração para a monitorização, a longo prazo, da qualidade ambiental do Estuário do Sado.

ACAMPAMENTO. Duas dezenas de jovens dos 15 aos 25 anos ocuparam os tempos livres, entre os dias 18 e 20 de julho, na primeira edição do Arrábida Camp, no Parque de Campismo do Centro Ambiental da Arrábida, em Picheleiros, Azeitão, com oficinas de cinema, teatro, pintura, escultura e desporto. A iniciativa da Câmara Municipal contou com as parcerias de Pró Aventuras, Parque de Campismo Centro Ambiental da Arrábida e DerivaStatus.

Flores, pescadores e marinheiros foram alguns dos temas das marchas que os utentes de várias instituições apresentaram no Parque do Bonfim, durante a cerimónia, realizada a 4 de julho, de entrega dos diplomas de participação nos Santos Populares. Perto de 400 utentes, maioritariamente idosos, de dez instituições, estiveram presentes numa tarde de convívio em que lhes foi reconhecido o trabalho na confeção dos enfeites dos Santos Populares que adornaram as respetivas instituições e o recinto da 11.ª edição do Piquenicão Concelhio. Antes dos desfiles das marchas, uma utente da Santa Casa da Misericórdia

de Azeitão, natural de Freixo de Espada à Cinta, leu, ao lado do vereador Pedro Pina, que conduziu a entrega dos diplomas, uma quadra especialmente escrita para a ocasião. O Centro Comunitário de Santa Maria, a Cáritas Diocesana, o Centro Comunitário de S. Sebastião, a ­APPACDM – CAO1, a LATI, o Centro Comunitário de Vanicelos, a Venerável Ordem Terceira, a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal e a AURPIA – Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Azeitão foram as instituições que apresentaram as respetivas marchas.

Jovens setubalenses e do município francês de Beauvais participaram num intercâmbio, realizado em julho, que permitiu conhecer a cultura e as tradições das duas cidades geminadas e proporcionou experiências ao nível da educação e do social.

A iniciativa, dinamizada no âmbito do programa de geminações da autarquia setubalense, envolveu 14 jovens, sete de cada município, entre os 12 e os 15 anos, e contribuiu para a criação de novas amizades que tendem a ser mantidas à distância, sobretudo através das redes sociais. Os jovens setubalenses, selecionados através de uma parceria entre a Autarquia e a SEIES – Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social, foram os primeiros a iniciar o intercâmbio, permanecendo em Beauvais entre 4 e 11 de julho. Setúbal recebeu os jovens franceses entre 11 e 18 de julho, proporcionando visitas pelo centro histórico, pelos espaços culturais da cidade, pelas praias e pela Serra da Arrábida, assim como ao Núcleo Museológico Urbano da Bela Vista.

local

Geminação estreita laços entre jovens


Azeitão cria parque urbano A cultura e o desporto, a par do recreio e do lazer, cabem no novo Parque Urbano de Azeitão. O equipamento reabilita uma área descaracterizada em Brejos de Azeitão e promove um conjunto de valências para miúdos e graúdos Em Brejos de Azeitão está a nascer um novo espaço de referência para usufruto da população local. O futuro Parque Urbano de Azeitão ocupa uma área com cerca de 20 mil metros quadrados e colmata uma lacuna existente naquela área habitacional do concelho. Circuitos de manutenção desportiva, com máquinas de exercício físico ao ar livre e percursos pedonais para corridas e caminhadas, a par de uma área para a dinamização de variados eventos, são

valências do novo equipamento, um investimento de cerca de 200 mil euros, que ficará pronto, previsivelmente, no final de outubro. “Muitas pessoas vão afluir àquele espaço em Brejos de Azeitão. Com o parque é suprimida uma lacuna naquela zona habitacional, que conta com poucos locais de fruição pública”, sublinha a presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves. O parque urbano, em construção desde meados de julho, uma obra da Junta

da Freguesia de Azeitão com o apoio da Câmara Municipal e o “importante contributo de empresas e individualidades da região”, destaca, “vem valorizar Azeitão”. Espaço intergeracional, o futuro equipamento de Brejos de Azeitão conta com uma zona de recreio para os mais novos, que inclui um parque infantil, assim como variado mobiliário urbano, como bancos de jardim, mesas e papeleiras, devidamente integrados no enquadramento paisagístico.

Uma área de restauração com uma esplanada é outro dos atrativos do Parque Urbano de Azeitão, que ficará dotado de pequenas zonas ajardinadas apetrechadas de um sistema automático de rega, assim como de um conjunto de árvores que proporcionam amplas zonas de sombra. “Optou-se por dar primazia aos espaços de usufruto pedonal em detrimento de zonas relvadas para redução dos custos de manutenção”, explica Celestina Neves.

freguesia

12SETÚBALjulho|agosto|setembro14

Autarquia ouve população De volta ao terreno, o “Ouvir a População, Construir o Futuro” passa a pente fino a União das Freguesias de Setúbal, o segundo território do concelho a receber a visita do Executivo municipal no âmbito deste novo ciclo do programa que aproxima as populações da gestão autárquica. Visitas no terreno, encontros com associações, coletividades e instituições locais, a par de empresas e estabelecimentos de ensino, fazem parte da agenda de trabalhos no território da União das Freguesias de Setúbal, com ações realizadas em julho e setembro. A metodologia de intervenção deste programa inédito em Portugal inclui a dinamização de atendimentos personalizados com munícipes, sessões que contam com a participação da presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, e de outros membros do Executivo.

O “Ouvir a População, Construir o Futuro”, relançado pelo Município em finais de abril, permite resolver os problemas mais urgentes de cada freguesia com rapidez e eficácia, no âmbito de um levantamento exaustivo que identifica as principais necessidades dos munícipes. Esta metodologia, adotada no âmbito da filosofia de município participado, transversal a todo o trabalho desenvolvido na Autarquia, apura com precisão o que, em cada freguesia, cada bairro, cada rua, pode ser feito em prol da qualidade de vida das populações e da imagem urbana do concelho. Após o périplo pela União das Freguesias de Setúbal, o “Ouvir a População, Construir o Futuro” prossegue, entre 27 de outubro e 10 de novembro, em Azeitão e visita, até ao final do ano, as freguesias do Sado e de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.

Acessos melhoram em Santo Ovídeo As condições de circulação e segurança na Estrada de Santo Ovídeo saíram reforçadas com a criação de novos acessos pedonais, em ambos os lados daquela via entre o Faralhão e a Mourisca, na Freguesia do Sado, uma das mais utilizadas por transeuntes e automobilistas. A obra, executada em cerca de dois meses, teve como principal objetivo a regularização de duas zonas de circulação pedonal, numa extensão global com cerca de 600 metros, que se encontravam descaracterizadas e que não ofereciam condições de utilização condigna. Os trabalhos, centrados num troço daquela estrada compreendido entre a Rua Alves Redol e as imediações do campo do Estrelas do Faralhão Futebol Clube, com um custo estimado de 15 mil euros, foram realizados pela Junta de Freguesia do Sado, com o apoio da Câmara Municipal. “Agora as pessoas circulam em segurança. Não só aquelas que usam regularmente a estrada mas também quem a utiliza para passeios e

caminhadas de lazer até ao Moinho de Maré da Mourisca”, salienta o presidente da Junta de Freguesia do Sado, Manuel Véstias. A par da construção dos passeios, a intervenção englobou a requalificação da linha de passagem de água que atravessa toda a Estrada de Santo Ovídeo, assim como a reparação e construção de pequenas estruturas em alvenaria que integram o aqueduto. A obra, com a dupla função de juntar o útil ao agradável, confere “uma imagem mais urbana e dota mais um troço da rede viária da freguesia de condições condignas para a população”, frisa Manuel Véstias. “É mais um exemplo do trabalho promovido no âmbito do espírito do poder local democrático.” O presidente da Junta de Freguesia do Sado adianta que está também em execução, na Estrada da Morgada, uma outra intervenção destinada à criação de um passeio. Os trabalhos são executados em parceria com moradores, que cedem alguns materiais para a construção.


Um novo piso sintético forra o Campo Municipal da Várzea. O investimento camarário superior a 150 mil euros reforça as condições de prática desportiva para mais de uma centena de crianças e jovens

Várzea ganha novo relvado As condições de prática desportiva no Campo Municipal da Várzea saíram melhoradas com um conjunto de beneficiações lideradas pela Câmara Municipal de Setúbal, dinamizadas ao longo de cerca de dois meses, com destaque para a aplicação de um novo piso sintético. O investimento municipal de 167 mil euros dotou aquele recinto, anteriormente em terra batida, utilizado pelo Clube Desportivo “Os Pelézinhos” no âmbito de um protoco-

lo de colaboração firmado com a Autarquia, de renovadas qualidades para o desenvolvimento desportivo de crianças e jovens. A intervenção, iniciada em julho, incluiu um leque de trabalhos preparatórios do terreno, com a construção da caixa de areia para receber o relvado sintético que cobre o campo de futebol de 11, a par de outras intervenções complementares. A instalação de um sistema de rega, a criação de uma rede de drenagem de águas e a colo-

cação de novo mobiliário foram ações dinamizadas no âmbito da empreitada executada no equipamento desportivo. Com a beneficiação do campo municipal, o clube sadino fundado em 1981 espera captar novos praticantes para as fileiras das várias equipas de futebol de formação que, atualmente, contabilizam mais de uma centena de atletas. O investimento municipal na área da instalação de relvados sintéticos em recintos

desporto

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desportivos realizado nos últimos anos perfaz um conjunto de três campos de futebol de 11 e cinco polidesportivos. A criação de condições desportivas condignas que promovam, estimulem e melhorem a prática desportiva dos mais novos é o principal desígnio destas intervenções municipais, que prosseguirão noutros espaços, e uma das apostas estratégicas da Autarquia para o aumento da qualidade de vida em Setúbal.

Prova noturna percorre marginal A competição e o lazer marcaram a II Marginal do Rio Azul, prova de atletismo noturna de 10 quilómetros, realizada a 5 de julho, com 217 atletas a percorrer um percurso ao longo da frente ribeirinha. A iniciativa, integrada nos “12.os Jogos do Sado”, numa organização da Autarquia e da Associação de Atletismo Lebres do Sado, juntou várias gerações numa prova aberta com início e fim na Praia da Saúde. Rui Faustino, a participar a título individual, foi o vencedor da corrida noturna que aliou a competição a uma vertente

de lazer, ao cruzar a meta com o tempo de 34m29s. Em segundo ficou António Branco, do Clube Recreativo do Penteado, com 35m57s, enquanto Rui Bento Maia, da Associação Académica Pinhalnovense, na terceira posição, levou 36m02s a percorrer os 10 mil metros. Em femininos, Maria Ribeiro, a título individual, terminou em primeiro com 42m50s, seguida de Isabel Maldonado, do Grupo Recreativo Quinta da Lomba, com 43m44s, e de Carla Carmona, também a título individual, com 44m21s.

Caiaques passeiam no Sado Meia centena de pessoas participou na “Descida do Rio Sado” em caiaques, a 19 de julho, num percurso de 10 quilómetros, com partida e chegada junto do Moinho de Maré da Mourisca. Os 52 participantes, em 38 caiaques, estiveram no rio durante duas horas e meia, dentro dos esteiros do Estuário do Sado, devido às condições meteorológicas, com a possibilidade de ver flamingos. A “Descida do Rio Sado,” uma das novidades do calendário desportivo dos “12.os Jogos do Sado” e aberta à população, foi organizada pela Câmara Municipal, em parceria com os clubes de Canoagem de Setúbal e Naval Setubalense e com o apoio logístico da empresa 100 Entrada.

Atletas brilham em Setúbal Mais de três centenas de atletas participaram nos campeonatos europeus de biatle, com natação e corrida, e triatle, que acrescenta o tiro, disputados a 19 e 20 de julho, no Parque Urbano de Albarquel. O evento, organizado pela Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno, com o apoio da Autarquia, incluiu a primeira edição do Campeonato da Europa de Triatle, enquanto no biatle decorreram o Campeonato da Europa e uma etapa da Taça do Mundo. Sergio Correa, de Espanha, e Clara Cesarini, de Itália, foram os vencedores nas provas de biatle, em seniores, com dois períodos de corrida de 1500 metros, intercalados por 200 metros de natação. Portugal também conquistou medalhas no biatle, nomeadamente no escalão de iniciados, com João Valido, José Pedro Vieira e Ricardo Batista a ficarem nos primeiro, segundo e terceiro lugares. Já no triatle, a nível individual o escalão sénior teve como primeiro campeão europeu Andrea Micalizzi, enquanto nas mulheres o título foi entregue a Francesca Gandolfo, ambos italianos. O Campeonato da Europa de Triatle teve também a componente de equipas, variante competitiva só com atletas nos escalões de infantis femininos e iniciados, juniores e masters B masculinos. A título individual, de registar a conquista de medalhas por atletas lusos. Em juvenis, Maria Teixeira ganhou o ouro, tal como Guilherme Luís, que viu o segundo lugar ser arrebatado por Gonçalo Fabião.


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Responsabilidad Tempo, perfil e responsabilidade não faltam a Maria e João Fonseca. Durante duas semanas, o casal de monitores assume o compromisso de centrar, de manhã e à tarde, toda a atenção num grupo de 14 crianças. Proporcionar aos miúdos brincadeiras é caminhar para um final feliz das “Férias no Bairro”, um projeto ocupacional desenvolvido na zona da Bela Vista

plano central

C

ada uma é um mundo”, lembra Mariana, monitora nas “Férias no Bairro”, enquanto ajeita as alças da mochila de uma das crianças que frequentam a iniciativa integrada no programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”. Mariana Fonseca, 28 anos, é uma das monitoras voluntárias para as duas semanas destinadas à Quinta de Santo António da iniciativa, criada em 2012, sempre aguardada com grande expectativa, seja nas férias de verão, do Natal ou, desde o ano passado, da Páscoa. Com a monitora está o marido, João Fonseca, 32 anos, também ele a supervisionar o grupo de 14 crianças, dos 6 aos 12 anos, da Quinta de Santo António. Juntos, acompanham nestas férias letivas os filhos dos outros moradores mas também os dois filhos de Mariana, a Beatriz, 12 anos, e o Luís, 13, este ano “promovido” à categoria de monitor auxiliar. À hora marcada, o casal sai de casa com Beatriz e Luís, juntando-se aos miúdos que começam a chegar, um a um, ao ponto de encontro. Pouco passa das nove e meia da manhã e Mariana cumprimenta a “Tia Bia”, uma moradora do mesmo prédio. “Não traga duas garrafas”, ralha João à vizinha octogenária. “Se vai à cooperativa todos os dias para quê carregar duas garrafas?” No local combinado já estão quase

todos e Mariana vai registando as presenças dos pequenos moradores da Quinta de Santo António, com bonés enfiados nas cabeças e mochilas às costas para se porem a caminho, em fila indiana, das piscinas municipais das Manteigadas, que ficam logo ali, a poucos metros. Ordeiros e animados, os miúdos querem é chegar o mais depressa possível às piscinas para mais um dia de atividade, de longe a favorita de todos. Durante os 15 dias das “Férias no Bairro”, quase todos, tirando a caça ao tesouro no Parque Verde da Bela Vista, no primeiro dia, e a aventura vivida no quar-

tel dos Bombeiros Sapadores, são destinados aos mergulhos, já na piscina dos grandes, embora na zona menos profunda. Ei-los, divertidos, refrescados e descontraídos numa manhã de calor, mas só depois de dispostas as toalhas e as mochilas à sombra. Mais uma vez, são relembradas as regras. “Mas não vale a pena pormos regras sem explicar o porquê de não poder”, adverte Mariana, que fica de olhos postos nas meninas, enquanto João não desvia a atenção dos rapazes. Não apertar o pescoço a ninguém, não saltar para dentro de água, não correr à volta da piscina e, talvez a

mais importante, não se afastar sem avisar um adulto são algumas das normas que um ou outro tenta infringir. “Mas – assegura Mariana – nós estamos sempre em cima.” Sempre vigilantes, Mariana confessa que às vezes fazia-lhe bem uma pausa para uns “três minutinhos de silêncio”. Lado solidário da criança Não é a primeira vez que Mariana e João se voluntariam para este projeto desenvolvido no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa que pretende incentivar uma participação ativa dos mora-


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ade e bom senso

Dois meses de atividade Uma das motivações de Mariana enquanto monitora do grupo da Quinta de Santo António “é tirar os miúdos do cantinho deles” e dar-lhes a oportunidade de conviverem uns com os outros. Muitos conhecem-se dali, do bairro, ou são colegas de escola, daquele ou de outro bairro. Cinco bairros, dois meses. No total são cerca de duas dezenas de jovens monitores para perto de duas centenas de jovens

moradores daqueles bairros. Uma quinzena para um, uma quinzena para outro. E assim por diante, nos meses de julho e agosto, a proporcionar atividades nas férias de verão aos bairros da Bela Vista, das Manteigadas, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista e da Quinta de Santo António. Cada grupo das “Férias no Bairro”, uma iniciativa municipal, no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, iniciada em 2012, para

as férias do verão, do Natal e da Páscoa, tem o número de monitores consoante as crianças inscritas, o que difere de bairro para bairro. A Quinta de Santo António é, tal como as Manteigadas, dos bairros mais pequenos, com menos participantes, logo com menor número de monitores. Já para a Bela Vista é destacada uma dezena de jovens monitores inscritos voluntariamente.

dores da Bela Vista e zona envolvente, a começar, porque não?, pelos mais novos. O trabalho de voluntariado de João e Mariana é exemplo desse envolvimento da população dentro e fora do bairro. “Dava-me pena ver os miúdos todos os dias debaixo da janela”, salienta Mariana. “E temos tempo”, acrescenta João. Também as férias da Páscoa são monitorizadas pelos dois moradores da Quinta de Santo António. As atividades proporcionadas, sobretudo as que metem literalmente água, nas piscinas municipais de Azeitão no inverno, e nas das Manteigadas, no verão, são sempre recebidas com grande entusiasmo pelo grupo que se tem mantido com as mesmas crianças. O Alexandre, o André, a Beatriz, o Luís, a Carla, a Margarida, o Leandro, o Francisco, a Iara, a Helena, o João, a Débora, a Joana e a Mónica, de etnia cigana, que só frequenta as “Férias no Bairro” às quintas e às sextas-feiras por causa das feiras, são as crianças que aproveitam ao máximo, durante duas semanas, a pausa letiva para reencontros de vizinhança e até de escola. Reencontros porque fazia-se a distinção de “bairro de cima e bairro de baixo” na Quinta de Santo António. Se muros houvesse a separar o convívio, as brincadeiras e as amizades daquelas crianças, certamente que seriam derrubados pela recente construção de um parque infantil. Este foi o motivo que acelerou a união. “Agora já falam do bairro como um todo”, refere Mariana, assegurando que, durante as “Férias no Bairro”, as crianças olham umas pelas outras, são solidárias. “Preocupam-se e se um não traz lanche há sempre algum pronto a partilhar.”

A confiança faz o bairro O facto de ser a mesma família a monitorizar o mesmo grupo de

crianças não traz qualquer benefício à Beatriz e ao Luís Mesquita. “Às vezes é um pouco complicado para a Bia”, confessa Mariana, a denunciar uma ponta de ciúmes da filha por a mãe estar rodeada de outras meninas. Durante as duas semanas de “Férias no Bairro”, em que as idas à praia em família ficam adiadas por uns dias, não há exclusividades e todos são tratados de igual forma. Um dos motivos que levaram Mariana a candidatar-se a monitora foi saber que crianças que vivem ao “lado” das piscinas só usufruíram delas uma única vez. A responsabilidade não é grande, é enorme, mas os pais têm confiança no casal ou em qualquer outro monitor de qualquer outro bairro. “Os pais conhecem-nos e confiam em nós”, assegura João.

Sonhos realizados Nem só de natação recreativa se fazem estas férias em pleno verão. É certo que refrescar o corpo em dias de calor nas piscinas das Manteigadas é o que qualquer um mais anseia. Convém, no entanto, educar e alertar as crianças, desde cedo, em relação aos perigos para a população e para a natureza em dias de intenso calor. Ninguém melhor para explicar os riscos de incêndio, por exemplo, do que um bombeiro. Além de “apagar fogos”, as visitas ao quartel dos Bombeiros Sapadores de Setúbal foram uma verdadeira aventura. Depois de várias atividades propostas, os miúdos da Quinta de Santo António abandonaram o quartel em êxtase. Andar num carro dos bombeiros e com a possibilidade de tocar a sirene é uma experiência guardada num cantinho especial. O das coisas boas que só se faz quando se é criança.


turismo

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À descoberta da excelência

Reforço de informação

Um novo ponto de informação turística funciona, desde 14 de agosto, numa área defronte da zona de embarque dos catamarãs de ligação entre Setúbal e Troia. O equipamento municipal, que disponibiliza a setubalenses e visitantes um leque de informação turística e cultural da cidade, funciona em permanência das 10h00 às 21h00, todos os dias, ao longo do ano.

Sistema avalia setor

Um protocolo de colaboração com o Instituto Superior Técnico, de caráter pioneiro, para a valorização de Setúbal como um destino turístico sustentável, foi aprovado a 2 de julho, em reunião pública, pela Autarquia. O acordo, centrado nos serviços de turismo, visa a aplicação do “LiderA”, um sistema de avaliação e reconhecimento voluntário da construção sustentável.

A beleza da Arrábida, os sabores vínicos e a atividade azulejar são tesouros da região partilhados no circuito “Setúbal Open Bus Tour”, num passeio que percorre cantos e recantos de Setúbal e Azeitão. A descoberta da região em autocarro com vista panorâmica é feita todos os sábados até ao final de setembro De Setúbal a Azeitão, entre o urbano e o rural, a viagem turística de perto de quatro horas proporciona momentos únicos de contemplação. Se a atividade vitivinícola e o fabrico artesanal do azulejo impressionam, as maravilhas naturais da região com o verde da Arrábida e o azul do Sado deslumbram. A descoberta dos encantos da região é feita a partir da Avenida Luísa Todi. Os passageiros podem entrar no autocarro com vista panorâmica na zona defronte do Esperança Centro Hotel às 09h00 ou, 15 minutos depois, numa paragem da Casa da Baía. Segue-se Azeitão. Antes, tempo para uma breve passagem pelo centro da cidade para conhecer algum património, como a Galeria

Municipal do Banco de Portugal e o Convento de Jesus, atualmente em reabilitação numa iniciativa camarária. O passeio turístico promovido pela empresa TakingUThere, com as parcerias da Câmara Municipal e da transportadora TST, oferece um contacto com a paisagem rural da região, com destaque para quintas dedicadas à atividade vitivinícola. A viagem prossegue até Vila Nogueira de Azeitão onde é dado a conhecer o Palácio dos Duques de Aveiro e as Caves José Maria da Fonseca. Depois, prossegue em direção a Vila Fresca para uma visita à fábrica artesanal Azulejos de Azeitão. O regresso a Setúbal é feito pelo Parque

­ atural da Arrábida. A perder de vista, o N imenso verde da Arrábida só tem rival no ­extenso areal das praias banhado pelo oceano e rio Sado, e na deslumbrante baía de Setúbal, considerada uma das mais belas do mundo. O “Setúbal Open Bus Tour”, projeto reativado este verão com um renovado figurino e parcerias, funciona como um complemento ao variado leque de ofertas turísticas disponíveis na região. O passeio turístico, com capacidade para 42 passageiros, decorre todos os sábados até ao final de setembro, com a viagem a custar 20 euros para adultos e 10 para crianças e jovens dos 2 aos 16 anos.

Marisco servido no largo Os sabores do mar e a cerveja artesanal estiveram em destaque no certame gastronómico “Marisco no Largo”, realizado em agosto, no requalificado Largo José Afonso, espaço dotado de novas condições de atratividade e de usufruto para a população. Iguarias servidas simples, como camarões, lagostas, sapateiras, navalhas, amêijoas, lamejinhas, mexilhões e ostras, ou confecionadas de forma mais elaborada fizeram as delícias do público na segunda edição da iniciativa. Os pitéus produzidos pelos cinco restaurantes setubalenses presentes no certame foram servidos num ambiente acolhedor, com iluminação à meia-luz, que proporcionou momentos de descontração a milhares de visitantes ao longo dos 11 dias do certame. O evento, uma organização da Essência do Vinho e da Unicer, com o apoio da Autarquia, incluiu sessões de cozinha ao vivo, com chefs e especialistas gastronómicos, a par de momentos de animação musical.

“Este é um evento de qualidade na nossa cidade, que promove os nossos produtos e que potencia a oferta turística da região”, salientou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na abertura do evento, a 14 de agosto, que estreou o renovado Largo José Afonso. A obra, inserida na estratégia de aumento da qualidade de vida de Setúbal e do usufruto do espaço urbano pela população, nomeadamente no centro histórico e na zona ribeirinha, materializou a aspiração de transformar o Largo José Afonso num local mais aprazível, na ligação da cidade ao rio. O investimento municipal, superior a 150 mil euros, permitiu a criação de um conjunto de infraestruturas de apoio a vários e diversificados eventos que regularmente decorrem naquela praça de 35 mil metros quadrados. As intervenções realizadas tornaram aquele espaço público mais disponível para os setubalenses e os visitantes, com primazia para a circulação e usufruto pedonal, a par de renovadas condições para a restauração.

Carapau é rei em festival

Pratos confecionados com carapau manteiga, pescado ao largo de Setúbal, estiveram em destaque em setenta restaurantes do concelho num evento gastronómico organizado pela Câmara Municipal, em agosto e setembro. O Festival do Carapau Manteiga de Setúbal incluiu, no final, a sessão de live cooking “Estórias de um carapau de corrida”, na Casa da Baía.

Áudio guia visita cidade

A implementação de um sistema de áudio guias turísticos no concelho, em itinerários a definir na zona entre o centro histórico da cidade e o Forte de S. Filipe, é materializada num protocolo de colaboração com a empresa mVision. O serviço, que facultará informações aos visitantes sobre monumentos e pontos de interesse, fica disponível em postos de turismo de Setúbal.

Revista destaca Setúbal

A gastronomia e as praias setubalenses são destacadas na edição agosto/setembro da “National Geographic Traveler”, publicação que faz capa com Portugal. “Descubra o velho mundo tornado novo novamente” dá título ao trabalho da jornalista Janelle Nanos, que realça Setúbal como destino turístico de eleição, no qual se pode observar uma comunidade de golfinhos.


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Sant’Iago bate recordes Dez dias de animação renovaram o sucesso e a tradição de Sant’Iago, numa edição que bateu o recorde de afluência diária. O cartaz musical eclético, a oferta gastronómica diversificada e uma roda gigante atraíram este ano perto de 300 mil visitantes Espetáculos musicais, animações históricas, gastronomia e divertimentos, a par de uma exposição dedicada aos 40 anos da Revolução dos Cravos, atraíram este ano perto de 300 mil visitantes, entre 25 de julho e 3 de agosto, à Feira de Sant’Iago. A média de 29.950 visitantes diários representa um aumento de 16 por cento relativamente a 2013.

O último dia do certame voltou a ser o de maior afluência, com mais de 46 mil pessoas a passarem pelo Parque Sant’Iago numa noite em que atuaram Anaquim e Pedro Abrunhosa. Este ano há a assinalar vários dias com mais de 30 mil visitantes, como o primeiro, a 25 de julho, em que atuaram Face e Nelson Freitas, a par de 1 de agosto, num espetácu-

lo com Lucky Duckies e noite “Factor X”. Pelo Palco Setúbal passaram ainda Capitão Fausto, Emanuel, Gisela João, Azeitonas e João da Ilha, entre diversos artistas da região, bandas emergentes do concelho e outros nomes do panorama musical português. No Palco Mundo houve atuações musicais e demonstrações de dan-

ças por associações de imigrantes, por várias coletividades do concelho e artistas da cidade. “Setúbal 1974-2014 | 25 de Abril 40 Anos”, o tema da Feira de Sant’Iago de 2014, proporcionou uma grande exposição no pavilhão da Autarquia que recuperou momentos importantes da Revolução dos Cravos. O certame apresentou uma zona dedicada aos 500 anos do foral ma-

nuelino, com uma exposição alusiva ao tema, ateliers lúdico-pedagógicos, encenações de época de um picadeiro e mercadores, animações de rua e jogos e restauração medievais. Na Feira de Sant’Iago estiveram 208 feirantes e stands institucionais e do tecido empresarial, artesanato, tasquinhas e divertimentos, com destaque para uma roda gigante.

Festividades no calor da tradição De festividades populares a celebrações religiosas, o concelho passou o verão em animação total, com diversas festas organizadas em parceiras do movimento associativo com as autarquias. Um cortejo religioso foi um ponto alto das Festas da Arrábida e Azeitão, realizadas entre 3 e 6 de julho, em Vila Nogueira, que registaram várias enchentes. Mais de uma centena de expositores marcaram presença na 25.ª edição das festividades, pautada com momentos de animação musical, a par de artesanato e gastronomia. Já em agosto, a forte afluência de público

foi um dos registos dominantes das Festas de S. Simão, entre 1 e 3, em Vendas de Azeitão, com divertimentos, tasquinhas e noites de baile. Uma atuação de Toy motivou uma enchente no certame, com melhores condições, decorrentes de obras de melhorias. Azeitão continuou a festejar o verão nas Festas de São Lourenço, certame religioso com stands e animação musical, entre 8 e 10, no Azeitão Bacalhôa Parque. Destaque para a apresentação do projeto da futura Igreja de S. João Paulo II e para os momentos de culto, como uma procissão e uma missa em honra do padroeiro local.

Em terra e no mar, as Festas de Nossa do Rosário de Troia cumpriram a tradição das gentes ligadas à atividade piscatória, entre 9 e 11, com um círio fluvial de barcos engalanados no rio Sado. A imagem, transportada no regresso a Setúbal pela “Segredos do Mar”, foi acompanhada por cerca de 150 embarcações. Nas Escarpas de Santos Nicolau, petiscos regionais foram degustados, entre 13 e 17, na 12.ª Festanima. O certame do movimento associativo de S. Sebastião, teve como principais ingredientes a animação musical e os divertimentos para os mais novos. As Festas de Nossa Senhora da Conceição,

entre 14 e 18, voltaram a animar as festividades das aldeias da Piedade, São Pedro e Portela, em Azeitão, com gastronomia, bailes e atividades religiosas. Para o final de agosto, entre 29 e 31, ficou reservada a Festa do Moinho de Maré da Mourisca, com bailes, artesanato, jogos e danças tradicionais, a par de muitos sabores do Sado servidos em tasquinhas. Já em setembro, entre 5 e 7, as tradições religiosas, a música e as cavalhadas à antiga portuguesa marcaram a Festa de Nossa Senhora da Saúde, em Vila Fresca de Azeitão, festividade com origem em 1723.


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Eventos atraem públicos Quase meio milhar de pessoas passa diariamente pelos três principais espaços de cultura e turismo do concelho. Fórum Luísa Todi, Casa da Cultura e Casa da Baía cativam um número crescente de visitantes e de público Os principais equipamentos culturais e de turismo de Setúbal, todos com gestão municipal, promotores de profusa oferta ao público, foram utilizados, diariamente, por uma média de 412 pessoas durante o primeiro semestre do ano. O número resulta do total de cerca de 74.460 pessoas que, nos primeiros seis meses de 2014, visitaram a Casa da Cultura, o Fórum Municipal Luísa Todi e a Casa da Baía, nomeadamente para participarem nas atividades culturais que aí se realizam quase diariamente. Só a Casa da Cultura, inaugurada a 5 de outubro de 2012, recebeu 39.473 visitantes entre janeiro e junho. Este equipamento sadino, que acolhe eventos culturais de diferentes naturezas, como concertos e exposições, tem captado crescente atenção do público desde o início do ano. Enquanto em janeiro o número de visitantes se cifrou em 4986 pessoas, em junho a afluência de público ascendeu às 9681 visitas.

O Fórum Municipal Luísa Todi, a maior sala de espetáculos do concelho, edificada na década de 60 e alvo recente de profundas obras de requalificação e modernização, tendo reaberto em setembro de 2012, registou uma afluência de 32.835 pessoas no primeiro semestre de 2014. Com espetáculos de música, dança, teatro, cinema e variedades, têm-se repetido no Fórum Luísa Todi os eventos que esgotam a sala principal, com capacidade para 645 pessoas. A Casa da Baía, equipamento que também desenvolve atividade cultural mas funciona como centro de informação e promoção turística, registou, só nesta última vertente, a entrada de 2152 turistas de diferentes nacionalidades entre os meses de janeiro e junho. Além destes três equipamentos, Setúbal conta com vários outros espaços de cultura e turismo, distribuídos não apenas pela cidade, mas por todo o território do concelho.

cultura

Telenovela mostra Setúbal A nova telenovela da SIC, “Mar Salgado”, com cerca de 300 episódios, já se encontra em exibição, com grande parte do enredo a decorrer em Setúbal, em particular na zona da Fonte Nova, no Mercado do Livramento e na Doca dos Pescadores. “Mar Salgado” conta a história de uma mulher que engravida em jovem e se recusa a abortar. O companheiro, sem querer assumir a paternidade, consegue que o parto seja feito numa clínica de sua escolha. O namorado suborna a equipa médica para que fizesse desaparecer os recém-nascidos, dando conta à mãe, que ignorava na época o facto de esperar gémeos, de que se teria tratado de um nado morto. Entretanto, um dos bebés é abandonado à porta de uma igreja, enquanto o outro é entregue à irmã infértil do vilão. A protagonista, desolada com os acontecimentos, emigra, para descobrir, 16 anos depois, que teve gémeos, um menino e uma menina, e que se encontram ambos vivos, notícia que a impele a regressar a Portugal, confrontar o antigo namorado e procurar os filhos. O elenco desta produção conta com as participações de atores como Margarida Vila-Nova, José Fidalgo, Ricardo Pereira, Rita Loureiro, Joaquim Horta, Ricardo Carriço, Bárbara Nor-

ton de Matos, Maria João Abreu, Débora Monteiro, Sandra Barata Melo, Marco Costa e Joana Santos. O “enorme interesse para a cidade e para o concelho” na gravação desta telenovela em Setúbal foi salientado na assinatura, em julho, de um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal e a SP Televisão. No âmbito do acordo, a Autarquia concede a isenção de taxas, em cerca de 72 mil euros, e apoio logístico à SP Televisão, que produz para a SIC a telenovela “Mar Salgado”, em gravações até abril de 2015. “Encaramos estes apoios como um investimento na cidade e nos setubalenses”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, assegurando a rentabilidade “em todos os aspetos”, em matéria de visitantes e da projeção do nome da cidade de Setúbal. António Parente, presidente do Conselho de Administração da SP Televisão, salientou que, “durante dez meses, são 300 pessoas na produção da novela e, durante um ano, um milhão de pessoas a seguir este trabalho”. Um produto que pode ser seguido não só em Portugal, como em Moçambique e Angola. “Os efeitos da telenovela são muito grandes”, assegurou António Parente, uma vez que as pessoas interessam-se e visitam a região.

Abril no desenho e letras

As gravuras e os poemas do livro “40 X Abril” são apresentados numa mostra patente até 1 de outubro na Galeria de Exposições da Casa da Cultura. Através do desenho e das letras, vinte ilustradores e vinte poetas evocam a Revolução dos Cravos, com pontes com o presente e o futuro. Obras de ilustradores como André Carrilho, António Jorge Gonçalves, Ana Biscaia, Afonso Cruz e Abel Manta e de poetas como Maria Quintans, Margarida Vale de Gato, Helder Moura Pereira e Raquel Nobre Guerra estão presentes na exposição organizada pela Autarquia e pelo atelier DDLX.

Canções passam à tela

Os melhores ilustradores portugueses da atualidade interpretam quarenta canções representativas da obra de Sérgio Godinho numa exposição de artes plásticas que esteve patente em Setúbal, na Casa da Cultura, em julho. “Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações” revelou os desenhos originais produzidos para o livro com o mesmo nome resultante de uma parceria entre o cantautor, que escolheu as canções, e o editor João Paulo Cotrim, que selecionou os quarenta artistas que se inspiraram nos títulos e respetivas letras e músicas, como José Brandão, Henrique Cayatte, Jorge Colombo e André Carrilho.

Monumentos de doação

“Antimonumentos – Esculturas de Virgílio Domingues – Doação à cidade de Setúbal”, seleção das 28 peças mais significativas que o escultor concedeu em 2009 ao município, está em exposição permanente no primeiro piso da Galeria Municipal do Banco de Portugal. Na inauguração, a 26 de julho, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, agradeceu ao artista a doação do espólio e relembrou a ligação de Virgílio Domingos a Setúbal, nomeadamente pela autoria, juntamente com António Trindade e Rodrigo Ollero, do monumento instalado na Praça de Portugal.


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Cidade revive festa da canção A festa eurovisiva voltou a setúbal com dois espetáculos que encheram o Fórum Municipal Luísa Todi. O evento reviveu temas da história do Festival da Canção português e deu a conhecer novas tendências da música ligeira europeia

A música do Festival Eurovisão da Canção esteve em festa nos dias 12 e 13 de setembro em dois espetáculos com a participação de duas dezenas de artistas europeus, que encheram o Fórum Municipal Luísa Todi. A passagem dos 50 anos do Festival da Canção organizado pela RTP, serviu de pretexto para o primeiro dos dois espetáculos do Eurovision Live Concert – Portugal 2014. Algumas das músicas que marcaram a participação portuguesa no evento europeu foram revividas em “Portugal – 50 Anos de Canções”, que juntou em palco grandes nomes da história da música portuguesa. Adelaide Ferreira, Manuela Bravo, Armando Gama, Filipa Sousa, Vânia Fernandes, Liana, Suzy e Célia Lawson atuaram no dia 12, a par dos convidados especiais Carla Ribeiro, Henrique Feist, Rui Andrade e Raquel Guerra. Destaque ainda para o regresso de EURO, grupo que se juntou mais de uma década depois de ter participado no Festival RTP da Canção, precisamente no Fórum Municipal Luísa Todi. A noite de tributo a grandes nomes da música portuguesa ficou também

marcada por homenagens a Ian Van Dyck, a Henrique e a Nuno Feist, com distinções entregues pela presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira. A festa da música continuou no dia 13 com a noite do “Eurovision Live Concert”, evento que juntou cantores de dezena e meia de países europeus que se destacaram na história da Eurovisão, com temas de variados géneros. Ryan Dolan, Omar Naber, Jelena Tomaževi , Esther Hart, Jan Johansen, Aarzemnieki, Narayana e Rui Bandeira foram alguns dos nomes que espalharam em Setúbal a magia da Eurovisão. O grande destaque da noite de dia 13 foi para a convidada especial Anne -Marie David (França/Luxemburgo), artista vencedora da Eurovisão em 1973, que não escondeu a emoção pela homenagem realizada em Setúbal. “Foram dois espetáculos distintos, num figurino diferente do habitual, que despertaram os mais variados sentimentos”, destacou Guilherme Santos, da Deriv@Status, que organizou a festa setubalense em parceria com a Autarquia e a OGAE Portugal.

Fórum Luísa Todi em várias escalas A música reinou entre julho e setembro no Fórum Municipal Luísa Todi, sala onde se pôde ouvir de tudo um pouco, desde a Argentina até Macau. Ainda em junho, mesmo a terminar o mês, a 27, o argentino Daniel Schvetz apresentou-se em Setúbal com o septeto português com o qual trabalha regularmente. Numa oportunidade invulgar de se ouvir o melhor tango, vários pares dançaram no palco, após um workshop intensivo.

Julho começou com Miguel Sousa a brilhar ao piano no dia 4. A atuação do professor do Conservatório de Artes do Coral Luísa Todi foi promovida por esta instituição de educação musical, em reconhecimento pela promissora carreira do solista. Rodrigo Leão, músico e compositor português de projeção mundial, esgotou a lotação do Fórum Municipal na noite de 11 de julho. Durante o concerto, entre temas conhecidos e novos para o público,

Rodrigo Leão sublinhou a emoção de regressar a Setúbal mais de vinte anos depois, quando integrava a Madredeus. A acordeonista sadina Celina da Piedade, que toca há vários anos com Rodrigo Leão, partilhou essa lembrança, recordando que na altura, adolescente, assistiu da plateia ao concerto da Madredeus, sonhando poder um dia tocar com o músico. O dia seguinte voltou a ser de festa no Fórum, com o Coral Luísa Todi

a celebrar, a 12 de julho, o 51.º aniversário da primeira apresentação pública. No espetáculo, intitulado “Viagem Coral pela Europa Romântica e Modernista”, apresentaram-se temas de Johannes Brahms, Gabriel Fauré, Jean Sibelius, Vaugham Williams e Joly Braga Santos. A digressão nacional da Orquestra Chinesa de Macau fez questão de incluir Setúbal, com um concerto no Fórum a 18 de julho. “Encontro de Culturas – A Músi-

ca Chinesa e o Fado de Mão Dada” foi o mote do espetáculo, no qual o grupo clássico macaense, dirigido por Pang Ka Pang, fundiu sonoridades asiáticas e fado, numa atuação que contou com a participação de Maria Ana Bobone. Já em agosto, no dia 8, o fadista Ricardo Ribeiro apresentou o álbum “Largo da Memória”, o projeto mais recente, juntamente com várias músicas que lançaram a carreira do cantor em Portugal e no estran­geiro.


20SETÚBALjulho|agosto|setembro14

A entrega do foral manuelino à outrora vila de Setúbal foi revivida numa evocação cénica que atravessou 500 anos de História. Na Baixa, um mercado quinhentista recuperou as feiras de outros tempos, enquanto nas ruas houve animação com artes circenses e demonstrações de armas. Tudo como antigamente

Foral manuelino 500 anos depois

Uma evocação cénica na Baixa de Setúbal, com a participação de cerca de sete dezenas de figurantes, a 27 de junho, foi um dos momentos altos do programa comemorativo promovido pela Câmara Municipal que assinalou os 500 anos do foral manuelino entregue à, então, vila sadina. A chegada do arauto do rei D. Manuel trouxe boas-novas à população setubalense em ambiente de festa, apresentando o foral responsável pela profunda reforma administrativa em Setúbal, uma das mais proeminentes vilas do reino na época. Alexandre Cabrita, da Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal, entidade que dinamizou a evocação, foi o mensageiro real que, entre algumas contextualizações históricas úteis ao público contemporâneo, anunciou, com pompa e circunstância, as “novas” determinações reais. “Sabei que nesta ilustre vila não chega um foral del-rei desde a altura de D. Afonso III, há cousa

DISTINÇÃO. O músico e investigador Pedro Marquês de Sousa foi agraciado pela Secretaria de Estado da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural, na classe “músico filarmónico”. A distinção, atribuída a 31 de agosto, premiou o trabalho desenvolvido pelo presidente da Sociedade Filarmónica Providência, de Azeitão, onde toca saxofone, nas vertentes musical e de investigação filarmónicas. A medalha, a par de outras em distintas categorias, foi concedida pela primeira vez, no âmbito das comemorações do Dia Nacional das Bandas Filarmónicas, efeméride instituída em 2013 e assinalada a 1 de setembro.

Marchas com prémios

O Núcleo Bicross de Setúbal, vencedor da edição 2014 das Marchas Populares, recebeu o troféu do concurso numa cerimónia realizada a 26 de julho, na Praça do Mundo da Feira de Sant’Iago. A noite de consagração das dez coletividades participantes incluiu as atuações de Susana Almeida e Inês Pereira, madrinhas das madrinhas que interpretaram, respetivamente, os temas da grande marcha do ano passado e da edição que agora terminou.

Baixa animada fora de horas

de 200 anos”, explicou o arauto aos figurantes e às várias dezenas de pessoas que assistiram ao momento evocativo, com início na Igreja do Convento de Jesus. Entre vénias e ribombar de tambores, a corte setubalense, na qual participaram, vestidos a rigor, a presidente, ou, no caso, a “alcaidessa” da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, e o vereador da Cultura, Pedro Pina, desfilou até à Baixa da cidade. No Largo da Ribeira Velha, o mensageiro, usando de alguma dose de humor, dirigiu-se novamente aos populares para sumarizar o conteúdo do foral ao povo, muito dele vestido a rigor e imbuído no espírito da época. Entre deveres e haveres, recordou que competia à vila pagar à Coroa algumas taxas. “Não deem meia cabeça de gado, mas quatro. Não façam como noutros locais onde dão a cabeça do gado à Coroa e devolvem o resto ao campo para continuar a pastar”, brincou. A par da evocação da entrega do foral manue-

lino, a qual contou ainda com a colaboração do Teatro do Elefante, da Uniseti – Universidade da Terceira Idade de Setúbal e da fanfarra dos Bombeiros Voluntários, as comemorações incluíram diversas atividades entre os dias 27 e 29 de junho. Na Baixa, repartido pelos largos da Misericórdia e da Ribeira Velha, um mercado quinhentista recuperou as feiras de outros tempos. Artesanato e gastronomia, principalmente doçaria, voltaram a comercializar-se no centro histórico de Setúbal como há 500 anos. Em simultâneo realizaram-se atividades de rua, como animações cénicas a cargo de companhias e estruturas de teatro setubalenses, demonstrações de armas pela Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal, artes circenses e fogo. As comemorações contaram também com as parcerias de Passado Vivo, do Centro de Estudos Bocageanos e da LASA – Liga de Amigos de Setúbal e Azeitão.

Década de filarmónicas A festa da música filarmónica fez-se ouvir a partir do Parque do Bonfim com quatro grupos de vários pontos do País a atuar no concerto de abertura do 10.º Festival de Bandas Filarmónicas da Cidade de Setúbal, evento repartido entre os dias 6 e 11 de julho. O espetáculo inaugural contou com as atuações da Sociedade Filarmónica Alcanedense, de Santarém, da Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Machede,

­ vora, e da Banda de Música do Centro PopuÉ lar de Trabalhadores da Ribaldeira, de Torres Vedras. O primeiro concerto contou ainda com a participação da Sociedade Musical Capricho ­Setubalense, instituição que organizou o evento com a Câmara Municipal e que, nesta edição, incluiu a exposição de artesanato “Bandas na Arte Popular Portuguesa”, coleção da Associação José Afonso. No ano em que assinalou uma década de existência, o festival tornou-se internacional, num espetáculo realizado no dia 11, no coreto da Avenida Luísa Todi, com a presença da Banda de Música de Piedrahita, da província espanhola de Ávila, e da banda da Sociedade Filarmónica Providência, de Azeitão, Setúbal.

A Baixa de Setúbal ganhou nova vida, à noite, entre julho e setembro, com sessões de música ao vivo pelas ruas e no Largo da Ribeira Velha, destinadas a apoiar o comércio local, aberto durante o verão em período noturno. O programa “Animação na Baixa de Setúbal”, promovido pela Câmara Municipal, incluiu atuações de Xaral’s Dixie e do grupo de percussão Bardoada, a par de, entre outras, uma noite com as madrinhas das Marchas Populares.

Literatura em arruada

Atividades em torno da literatura, com venda de livros a preços bonificados, encontros com escritores e sessões de autógrafos, a par de apontamentos musicais, marcaram a II Arruada de Livros. A iniciativa promovida pela Culsete, dinamizada entre os dias 4 e 13 de julho defronte da livraria setubalense, com o apoio da Autarquia e da DDLX, incluiu o lançamento nacional do livro “As sombras de D. João II”, romance histórico de Jorge Sousa Correia.

Jardim oferece música

Música, artesanato e animações infantis foram pretextos para usufruir do Parque do Bonfim numa nova iniciativa da Câmara Municipal, realizada aos domingos, no período de verão, entre julho e setembro. O “Há Música no Jardim”, conciliado com os certames “STB Urban Market” e “Mostr’Arte!”, proporcionou, além de atuações musicais ao vivo, mostras de artesanato, venda de roupa em segunda mão e animações para os mais pequenos.


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Ovação de pé para o Teatro Mais e melhor igual a êxito. A qualidade da Festa do Teatro surpreendeu a organização e o resultado traduziu-se numa enorme afluência de público. o certame afirma-se como um dos expoentes de eventos cénicos no País e desperta cada vez mais as atenções no estrangeiro. Nesta festa sabe cada vez melhor ir ao teatro

A XVI Festa do Teatro, que decorreu entre 22 e 31 de agosto, fica na história do certame setubalense como uma das edições mais bem sucedidas, com as diferentes apostas do evento a superarem todas as expectativas da organização. A Festa do Teatro – Festival Internacional de Teatro de Setúbal, desde sempre organizada pelo Teatro Estúdio Fontenova, contou este ano com mais espetáculos, mais atividades, mais dias e mais público. O diretor do certame, José Maria Dias, confessa que a 16.ª edição “excedeu as expectativas a todos os níveis, não só pela qualidade dos espetáculos apresentados, mas também pela afluência de público. Houve claramente muita gente que veio de fora de Setúbal e que inclusivamente regressou nos dias seguintes para assistir a mais espetáculos”. Dos 32 eventos integrados na Festa do Teatro, que mais uma vez contou com o apoio da ­Câmara Municipal, 24 foram peças de teatro. “E muitas dessas peças tiveram de ter uma segunda apresentação para satisfazer a procura do público.” Este ano atuaram no certame, além da companhia anfitriã, a Companhia de Teatro Contemporânea, a CIA D’Artes, do Brasil, a Circ Panic, de Espanha, o Teatro das Beiras, o Teatro dos Aloés, a Jangada Teatro, a Mala Voadora e os Artistas Unidos. Uma das grandes novidades este ano do festival foi a criação da “Mais Festa”, em jeito de “secção não oficial”, destinada à promoção de novas criações e de artistas emergentes, que tiveram a oportunidade de interagir com profissionais do setor já com créditos firmados.

Ao contrário dos espetáculos “oficiais” do cartaz, os da “Mais Festa” não tiveram bilheteira fixa, funcionando antes em regime de contribuição solidária da parte do público. As peças a concurso na “Mais Festa” foram apresentadas às 19h00, enquanto às 23h30 subiram aos palcos obras extraconcurso. Ao contrário do que José Maria Dias receava no início do certame, este último horário revelou-se outro êxito no evento. “Curiosamente, com peças àquelas horas tardias, conseguimos chegar a uma franja do público que tradicionalmente rejeita o teatro. Os espetáculos estiveram sempre cheios e houve muita gente que acabou por assistir a outras ­peças do cartaz do festival”, sublinha. “Da Inutilidade”, de Tiago Bôto e Wagner Borges, é o título da peça vencedora da secção “Mais Festa” e que garantiu, assim, a participação no cartaz na edição de 2015 do certame. De resto, a próxima Festa do Teatro já tem datas marcadas, de 21 a 30 de agosto de 2015, e o sucesso da atual edição assegurou contactos cativantes para o cartaz dessa edição, com a reconhecida companhia italiana Teatro del Silenzio a manifestar o desejo de marcar presença em Setúbal. O Festival Internacional de Teatro de Setúbal, como é hábito, contou ainda com iniciativas à margem das encenações teatrais, fazendo chegar ao público atividades relacionadas com cinema, espetáculos de música e de rua, exposições e debates. Com qualidade reconhecida a nível nacional e internacional, a Festa do Teatro já gera expectativas para 2015.

Noites de verão ao som do jazz

O Carnaval de Verão regressou a Setúbal mais uma vez para levar a folia à Avenida Jaime Rebelo num desfile de samba, cor e alegria ao qual assistiram cerca de 20 mil pessoas. Durante três horas, a partir das 22h00, o frenesim das dez escolas de samba de Sesimbra e de Ovar fizeram suar os foliões e o público na noite de 19 de julho. O evento, organizado pela ACOES – Associação do Carnaval e Outros Eventos de Setúbal, em parceria com a Câmara Municipal, consistiu num desfile que, pela primeira vez em quatro edições, se realizou na Avenida Jaime Rebelo, junto do rio, num percurso mais pequeno em relação ao da Avenida Luísa Todi Kan Kans, Costa de Prata, Charanguinha e Juventude Vareira foram as escolas de samba de Ovar. De Sesimbra desfilaram os Trepa no Coqueiro, os Saltaricos do Castelo, os Gres Bota no Rego, os Unidos de Vila Zimbra e o trio elétrico Tripa Associação. O desfile saiu do edifício sede da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, colaborador especial do Carnaval de Verão, em direção ao Clube Naval Setubalense, retornando ao ponto de partida, junto de uma minifeira temática que se realizou entre os dias 17 e 20. A diversidade gastronómica, das bifanas ao kebab, as quatro dezenas de bancas de artesanato e a animação foram os principais atrativos desta minifeira de Carnaval.

Portugueses garantem espetáculo no Sado Cerca de 20 mil pessoas passaram pela segunda edição do Rock no Sado, festival que entre os dias 15 e 17 de agosto voltou a promover o melhor da música moderna portuguesa. Perto de trinta bandas passaram pelos palcos instalados do festival que se começa a afirmar no País como uma das principais montras de verão para a promoção da música portuguesa, com especial destaque na área do rock, mas sem deixar de destacar outros géneros. Este ano com dois palcos instalados no Parque Sant’Iago, uma novidade em relação à edição de estreia de 2013, o Rock no Sado contou com as participações de nomes como UHF, Xutos & Pontapés, Boss AC e Ritchie Campbell. Cartaz mais do que apelativo para cativar a multidão que fez questão de marcar presença nos três dias do festival e que ainda teve oportunidade de assistir aos grupos Klepht, Lemm Project, Alcoolémia, Børge, Million Dollar Lips, Zop, Get a Dog, Ol’Jolly Roger, Electric Divinity, Dead Stone e Switchtense Nas Manteigadas passaram também Hills Have Eyes, The Quartet of Woah, Low Torque, Fokker, Phazer, União das Tribos, Karpe Diem, Um Zero Azul, Booster, Gente Estranha e Rysko. Este ano com mais melhores infraestruturas para receber o público, o festival contou ainda com música DJ após os concertos, em espetáculos nos quais se prestaram homenagem ao antigo Seagull e ao Absurdo. O Rock no Sado, organizado pela CJP, com o apoio da Câmara Municipal e um vasto conjunto de parcerias, incluiu parque de campismo gratuito com acesso a sanitários e duches, espaços de restauração e de comércio, zona de divulgação empresarial e institucional e uma área dedicada ao tema “Motas e Motards”.

cultura

Carnaval derrete junto do rio

Cinco concertos, repartidos por dois fins de semana em julho, formaram o programa da segunda edição do Festival de Jazz de Verão de Setúbal, realizado no Fórum Municipal Luísa Todi. O evento, organizado pela Setúbal Jazz School, com os apoios da Câmara Municipal e da Antena 2, apresentou formações de diferentes estilos de jazz, colocando em evidência o ecletismo sonoro deste género musical. No fim de semana de 19 e 20 atuaram Joana Espadinha, que apresentou o álbum “Avesso”, e o Zé Soares Trio “Nine WAys”, liderado pelo guitarrista e compositor José Soares. A segunda edição do Festival de Jazz de Verão prosseguiu, a 25 de julho, com o projeto PianoBatuque, do pianista brasileiro, nascido na Argentina, Pablo Lapidusas e do percussionista português Joel Silva, que exploram um conceito original em que a bateria é frequentemente usada com instrumento melódico e o piano como acompanhamento. Sofia Vitória voltou a atuar em Setúbal, no dia 26, agora para apresentar “By Love’s Soul”, álbum desenvolvido em conjunto com o pianista Júlio Resende e o baterista Joel Silva. A terminar o certame de jazz, no dia 27, Cinema & Dintorni Trio, com Massimo Cavalli, Ricardo Pinheiro e Jorge Moniz, recuperaram temas de compositores italianos contemporâneos que fizeram história no cinema.


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educação

Formação académica alargada Turismo, desporto e energia são áreas académicas dos cursos de pós-graduação/ especialização disponíveis a partir de outubro no Centro de Formação Avançada de Setúbal. A iniciativa cria novas oportunidades formativas de valorização dos cidadãos que potenciam os recursos da região Mais de uma dezena de cursos de pós-graduação/especialização funcionam, a partir de outubro, no novo Centro de Formação Avançada de Setúbal, iniciativa conjunta da Câmara Municipal e da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. O serviço académico foi formalizado a 30 de junho, em cerimónia realizada na Sala Multiusos do Fórum Municipal Luísa Todi, com a apresentação dos 12 cursos e especializações a ministrar e a assinatura de protocolos de colaboração com nove entidades da região. “Estamos a dar uma resposta naquilo que é um desígnio desta Autarquia, nomeadamente na criação de oportunidades formativas e de valorização para a população do concelho”, salientou o vereador com o pelouro da Educação na

­ âmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina. C O Centro de Formação Avançada de Setúbal começa com uma dúzia de cursos de pós-graduação/especialização, com horário pós-laboral, adaptado às necessidades dos alunos dos cursos, com o mínimo de 12 formandos. O centro “permite criar nesta capital de distrito um pleno de potencialidades e de oportunidades”, realçou o autarca, ao adiantar que “os cursos foram pensados e focados naquilo que são as necessidades formativas do nosso concelho, diversificando a oferta para os diferentes públicos”. “Enologia” e “Qualidade e Segurança Alimentar”, em turismo, “Perícias em Genética Forense”, na área científica, a par de “Futebol, Treino e Análise”, “Coaching” e “Personal

Trainning”, em desporto, são alguns dos cursos disponíveis, de duração e preços variados. Na área energética há cursos de “Manutenção em Sistemas Elétricos”, “Gestão e Monitorização de Energia” e “Eficiência Energética”, enquanto em arquitetura há a possibilidade de formação em “Arquitetura Bioclimática”, “Gestão de Projeto e Arquitetura de Turismo” e “Reabilitação Urbana”. Entre os cursos disponíveis, Pedro Pina destacou os direcionados para “a divulgação turística de Setúbal”, que “enquadram recursos disponíveis e que potencializam a relação estreita entre a formação e a oferta do mercado de trabalho”. O autarca afirmou que estes cursos asseguram “uma maior qualificação e mais oportunidades

para as pessoas, que ficam mais aptas para lidar com os desafios do mercado de trabalho”. Acrescentou que a criação de um “maior número de ferramentas ajuda o concelho a crescer melhor”. O Centro de Formação Avançada de Setúbal, no âmbito do sistema educativo de nível superior, “tem capacidade para responder, de forma eficaz, às novas necessidades nas áreas avançadas de formação especializada”, apontou a coordenadora do projeto, Lina Lopes. Na cerimónia foram ainda assinados nove protocolos de colaboração nas áreas desportiva, turística e energética com entidades e organizações da região que, enquanto parceiras, mostram ser uma mais-valia para a qualidade de formação e empregabilidade setorial.

Famílias à descoberta dos fenómenos da Terra A curiosidade em aprofundar o conhecimento científico sobre vulcões e sismos levou miúdos e graúdos a participar no “Ciência Viva no Verão 2014 – À Descoberta da Terra”, iniciativa realizada ao longo de dia 2 de agosto, no Parque Urbano de Albarquel. De forma didática, simples e interativa, comportamentos científicos associados aos vul-

cões e à ocorrência de sismos e tsunami foram explicados a toda a família, a par da importância de manter disponível um kit de emergência em situação de catástrofe. A atividade, com jogos didáticos, experiências e até uma exposição com as várias fases de formação do maciço da Arrábida, procurou sensibilizar a população para os riscos associados aos fenómenos naturais enquanto origem de acidentes graves ou catástrofes. Noções e procedimentos básicos de proteção no caso de ocorrência de situações de emergência foram transmitidos aos participantes nesta iniciativa organizada pelo Instituto Geofísico do Infante D. Luiz e pela Autarquia através do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal.

Alunos idealizam parque Um grupo de alunos da Escola Secundária Lima de Freitas idealizou, num trabalho académico de final de curso, o Parque Urbano do Viso, um equipamento com várias valências para usufruto público, destinadas ao recreio e ao lazer, à cultura e aos desportos radicais. O projeto escolar, apresentado a 7 de julho, foi desenvolvido por oito estudantes do 12.º ano do curso profissional de Técnico de Design de Interiores e Exteriores, e engloba um conjunto de intenções. Zona de merendas, área para desportos radicais, pistas de manutenção, alojamento e um auditório ao ar livre foram algumas ideias transpostas para o projeto do equipamento,

pensado para ocupar a antiga pedreira do Viso, num território com aproximadamente quatro hectares. Um dos destaques do trabalho académico desenvolvido pelo grupo de estudantes ao longo do ano letivo 2013/2014 é a inclusão de três edifícios criativos, com uma arquitetura fora do vulgar, em forma de uma joaninha, de uma folha e de um moinho. “Tratou-se de um interessante exercício visual e de estímulo criativo mas os custos de execução seriam demasiado onerosos”, explica José Nunes, coordenador dos cursos profissionais da Escola Lima de Freitas, que acompanhou o desenvolvimento da ideia juntamente com a professora Paula Pinheiro.


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A plataforma de aprendizagem “Moodle” é alargada aos dispositivos móveis numa iniciativa promovida por estudantes da Escola Superior de Tecnologia. Já a vocação empreendedora dos alunos é estimulada num concurso de ideias, regional e nacional, que desperta novos talentos

Mobilidade na aprendizagem

academia

A ferramenta de aprendizagem “Moodle”, utilizada no universo escolar para partilha de conteúdos, chegou aos dispositivos móveis. Através de uma nova aplicação, em desenvolvimento por uma equipa de estudantes, a informação passa a estar disponível a qualquer hora, em qualquer lugar. Os computadores deixam de ser exclusivos para o acesso e a utilização da ferramenta. Esta é a grande inovação do “Moody”, criado por Fábio Barreiros, estudante da licenciatura em Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal. A ideia surgiu após uma contrariedade na escola. “Estava a trabalhar quando a bateria do portátil acabou. Precisava de aceder ao ‘Moodle’ e na altura ainda era complicado. Olhei para o telemóvel e pensei que podia ser uma alternativa”, recorda Fábio Barreiros. Anotou os conceitos a explorar numa mensagem de correio eletrónico que enviou a ele próprio. Passaram mais de dois anos até o estudante voltar a abraçar aquilo que viria a ser o projeto de final de curso. “Fui acusado de reinventar a roda. Felizmente, quem criticou, ficou fã da aplicação.” Com o “Moody”, de forma online e offline, estudantes e professores podem aceder à ferramenta educativa usada por 71 milhões de utilizadores em todo o mundo e partilhar, tal como a partir de um computador, informação, dados, conteúdos e matérias de diferentes disciplinas e cursos. A aplicação, que assenta no conceito de “aprendizagem em todo o lado, a qualquer hora”, é “feita por alunos e para alunos”. Inclui, entre outras, a funcionalidade de alertas, sonoros e/ou por vibração, a cada contacto,

“O contacto com outros estudantes ajuda a detetar bugs da aplicação, assim como promover eventuais formas de melhorar a plataforma”, afirma. A equipa recebe também feedback de utilizadores que descarregam a aplicação no “Google Play”. Até agora, “são bastante positivos”.

Equipa de futuro

notificação, atualização ou inserção de novos conteúdos. A possibilidade de “envio de mensagens” e de “procura de conteúdos” é outra mais-valia do “Moody”. Fábio Barreiros, agora a trabalhar em equipa, garante que, independentemente do modelo de negócio a adotar no fu­turo, a aplicação “será sempre gratuita”.

Afinar a máquina A aplicação, disponível, por agora, só para tecnologia com sistema operativo “Android”, é uma das mais descarregadas entre a comunidade académica. Ainda não está em pleno grau de maturação, mas

já se encontra ligada a 87 estabelecimentos de ensino superior. “Decidimos atacar o maior mercado [o “Android” detém cerca de 80 por cento da quota], para otimizar as probabilidades de difusão”, explica Fábio Barreiros. Adianta que, muito em breve, o programa vai ser adaptado a outros sistemas operativos, nomeadamente para dispositivos Apple e BlackBerry, Apesar de já fazer parte das ferramentas educativas de muitos utilizadores, o “Moody” ainda necessita de ser afinado em algumas vertentes. Para isso, a equipa conta com o apoio da comunidade do Instituto Politécnico de Setúbal para reportar eventuais falhas e sugerir otimizações.

Concurso de sonhos Ideias e projetos de vocação empresarial são apresentados anualmente no Poliempreende, concurso que envolve toda a rede nacional de ensino superior politécnico e cujo objetivo é estimular o empreendedorismo e proporcionar saídas profissionais através da criação do próprio negócio. O concurso, criado em 2003 no Instituto Politécnico de Castelo Branco, começou por ser uma iniciativa de âmbito local. O sucesso da primeira experiência motivou o alargamento a outras regiões e escolas, hoje um total de 21, incluindo Setúbal, que participa desde a quinta edição. As novas ideias e projetos começam por ser apresentadas numa fase regional, realizada em junho, em cada um dos estabelecimentos de ensino, na qual são premiados os três melhores trabalhos. O vencedor segue para a competição nacional, em setembro, com organização e coordenação rotativa. Qualquer estudante, individualmente ou em equipa, pode participar no concurso com uma ideia ou um projeto. Com o apoio de um tutor designado, tem de, obrigatoriamente, apresentar planos de negócios e financeiros, numa simulação de contexto real de mercado de trabalho. Sandra Pinto, da Unidade de Apoio à Inovação, I&D e Empreendedorismo do Instituto Politécnico de Setúbal, explica que este é um concurso que

O “Moody” foi o ponto de partida para um novo projeto empresarial, agora em equipa, que almeja outros horizontes no mercado das tecnologias. Além da melhoria da aplicação para os dispositivos móveis, há ideias a pôr em prática. Só falta arranjar tempo para as trabalhar. A equipa tem agora quatro elementos. Cada um com características em áreas de trabalho específicas e essenciais para colocar em marcha a iniciativa de futuro que visa o desenvolvimento de novos produtos, sobre os quais preferem ainda não adiantar grandes pormenores. Henrique Sousa, “arquiteto de soft­ware”, e Diogo Branco, da área da eletrónica e telecomunicações, juntaram-se recentemente à equipa, assim como Nuno Madureira, da vertente de marketing. “Estamos a trabalhar em pé de igualdade para construir algo inovador”, afirma Fábio Barreiros. O “bebé azul”, como carinhosamente denomina a aplicação, foi a primeira de muitas criações que espera lançar no futuro. “É o ponto de partida mas não vai ser por esta que vão ouvir falar de nós”, assegura, confiante. A aplicação “Moody” valeu à equipa o triunfo na 11.ª Edição do Concurso Poliempreende Regional, realizado em junho. Um sucesso que esperam repetir na fase nacional.

“valoriza o trabalho de equipa, a par das dinâmicas e competências, e que dá primazia à viabilidade das propostas de negócio apresentadas”. Na fase local, adianta a técnica de empreendedorismo, as escolas têm alguma flexibilidade na organização, mas apostam, sobretudo, numa componente académica mais forte. “Mais do que a competição em concurso, o objetivo é ter formações e oficinas empreendedoras associadas à iniciativa.” O “Smartpaint”, do Instituto Politécnico de Setúbal, projeto para a produção de tintas inteligentes e amigas do ambiente que mudam de cor com a temperatura ou com o grau de deformação do objeto que revestem, já conquistou o primeiro lugar na competição nacional, neste caso na sétima edição. Perto de três mil estudantes estiveram envolvidos na dezena de edições já realizadas do Poliempreende, concurso pelo qual passou cerca de um milhar de ideias e projetos que resultaram na criação de mais de meia centena de empresas e no registo de uma centena de patentes. O concurso Poliempreende, que atribui prémios monetários aos vencedores, recebeu, em 2013, o Prémio Europeu de Promoção Empresarial do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, na categoria “Investimento nas Competências Empreendedoras”.


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retratos

Transístores, cabos, transformadores e os mais variados componentes podem ser encontrados na Bobitrónica. A loja, aberta há quatro décadas, é uma referência nesta área na venda ao público, mas também na personalização e reparação de peças. E, desde sempre, com um toque feminino

Eletrónica no feminino A eletrónica pulsa forte numa pequena loja no coração do Bairro do Troino, no sopé do Forte de S. Filipe. Na Bobitrónica, vende-se os mais variados componentes da especialidade, faz-se reparações e até se fabrica peças. É assim há quatro décadas, sempre com liderança no feminino. A loja é parte da vivência e identidade do bairro típico setubalense. Está, desde sempre, na Rua Mártires da Pátria, despercebida entre habitações de construção harmoniosamente diferente, cuja arquitetura projeta, visualmente, Setúbal de outros tempos. Ali há soluções eletrónicas. Ou, pelo menos, uma boa possibilidade de as encontrar. Na cidade, é uma das poucas lojas do ramo ainda em atividade, sobrevivente aos novos tempos. À porta, um cachecol do Vitória dá as boas-vindas ao reino da eletrónica, com material mais e menos atual a perder de vista, devidamente acondicionado em separadores que só Eugénia Aleluia, a proprietária, sabe descodificar. Na parede, um anúncio importante: “O que fia não está e o que está não fia!” Chegou à loja ainda como adoles-

cente, para um part-time entre os estudos de Administração e Contabilidade na antiga Escola Industrial e Comercial, a atual Secundária Sebastião da Gama. Foi o primeiro e único emprego de Eugénia Aleluia, natural de Setúbal, “filha” do Troino, bairro no qual ainda vive, curiosamente na mesma rua da Bobitrónica. “A minha mãe falou com a D. Fátima [a primeira proprietária] e ela arranjou-me trabalho. Ao início foi assustador porque não percebia nada de eletrónica. Lembro-me de que vinha para a loja aos sábados para praticar e que muitas vezes eram os próprios clientes que me ajudavam.” O que começou como uma ocupação temporária tornou-se num trabalho a sério. Saiu da escola para abraçar a profissão de corpo e alma, primeiro como empregada, depois como proprietária. Passaram trinta anos desde então e não se vê a fazer mais nada na vida. Dominou o funcionamento de componentes eletrónicos como transístores e circuitos integrados, a par de cabos e transformadores de corrente, que não só fabrica mas também repara, quando possível. “É algo que não se aprende de um

dia para o outro. Aliás, todos os dias aprendo algo novo.” A Bobitrónica funciona de segunda a sexta-feira, das 09h30 às 13h00 e das 14h30 às 19h00, enquanto aos sábados está aberta apenas no período da manhã. A loja pode não ser fácil de encontrar mas Eugénia dá a dica. “Basta perguntar no bairro que toda a gente sabe onde fica.” Mais informações pelo telefone 265 232 582.

Profissão de mulher Eugénia Aleluia reconhece que não é muito comum ver uma mulher atrás de um balcão numa loja de eletrónica. Apesar de a Bobitrónica ter sido sempre gerida por mulheres, desvaloriza o facto e aponta como mais importante uma série de características fundamentais para o sucesso. Paciência, persistência e muita concentração. As virtudes, mais presentes na personalidade feminina, na opinião da proprietária, são essenciais para o desempenho das tarefas e no cumprimento, com êxito, dos desafios que diariamente se apresentam. Ferro de soldar com suporte, bobi-

na de solda com resina e torno com grampos para prender o material são companheiros inseparáveis nos bastidores da loja, numa área que utiliza para produzir verdadeiras obras de arte eletrónicas que fazem funcionar os mais variados equipamentos. O encontro entre o ferro e o cobre, numa precisão milimétrica, é confirmado com um sinal de fumo, na união dos pequenos filamentos, quase impercetíveis ao olhar desatento. “Não é fácil e alguns dão mais luta. São os que mais estimulam”, reconhece. Cabos com funções e tamanhos personalizados e transformadores de corrente são os trabalhos mais solicitados. Mas ali faz-se de tudo um pouco. “Normalmente dá para desenrascar, até porque há muitas alternativas. Mas nem sempre é assim.”

Regresso ao passado Além da venda ao público, que inclui cabos, pilhas e os mais variados componentes de eletrónica, e do fabrico artesanal de peças, na Bobitrónica fazem-se reparações. Cada vez mais, os mais variados equipamentos, sobretudo pequenos

eletrodomésticos, chegam à loja à procura de um final feliz. “É o regresso a outros tempos. É uma tendência que está a voltar, talvez impulsionada pelos tempos de disponibilidade financeira menos favoráveis”, avança Eugénia Aleluia. Antes da reparação, é estudada a possibilidade de sucesso e apresenta-se o orçamento para o cliente decidir se compensa fazer o arranjo. O material mais recente convive com componentes eletrónicos de outras épocas, já obsoletos. Não são desperdiçados, até porque “há sempre alguém à procura de material mais antigo”, nomeadamente correias e agulhas para gira-discos. “São artigos cada vez mais solicitados.” Entre o passado e o presente, a eletrónica está em constante mutação, seja na área dos componentes, seja nas técnicas e recursos a utilizar nas reparações e fabrico de peças. “As bases acabam por ser as mesmas mas tento manter-me atualizada.” Com a certeza de que esta atividade vai sempre ser uma peça importante na sociedade moderna, o futuro é continuar. “Com mais ou menos dificuldades, não me vejo a sair daqui e a não fazer outra coisa que não esteja relacionada com a eletrónica.”


Terra batida de ousadia Uns são parentes. Outros são associados ou amigos. Todos juntos formam uma grande família. O Núcleo Bicross de Setúbal move-se por paixões. A BMX é uma delas. As marchas são outra. A devoção já foi várias vezes medalhada Nos anos 80 não passavam de uns miúdos e umas bicicletas. Mas o grupo de amigos, feito de gaiatos e adolescentes, tinha algo mais em comum. Partilhava como combustível de vida uma intensa paixão pelo bicross. Os anos passaram, flocos grisalhos ganham agora terreno por entre barbas e cabelos escuros, mas a chama da antiga paixão permanece bem acesa e é nela que reside a força motriz do atual Núcleo Bicross de Setúbal, fundado em 2000. A sede, pequena, no Bairro do Peixe Frito, pendura nas paredes troféus altos, troféus pequenos, umas medalhas mais reluzentes do que outras e umas quantas fotografias. São recordações, antigas e recentes, de um recreio que, segundo Sérgio Conceição, o presidente do núcleo, “acaba por roubar um ‘bocadinho’ de mais” o “tempo” à palavra “passatempo”. O corpo diretivo do núcleo é “muito familiar”, com o apelido Conceição a pertencer também ao vice-presidente, Rui, e ao

rosto Pedalar sem saber Rita tem 8 anos e não se lembra de quantas medalhas já ganhou no bicross. “Acho que foram muitas”, diz, com o olhar a pedir ajuda aos companheiros. A jovem atleta do Núcleo Bicross de Setúbal é um exemplo, entre vários possíveis, da formação que o grupo proporciona aos indivíduos que a ele se associam. A pequena “Ritinha” só pensa em pedalar quando está em cima da bicicleta. Não interessa se vai à frente ou atrás. Pouco importa se chega ao fim. Ignora classificações. O que gosta é de andar depressa, dar saltos e fazer amigos. Nalgumas situações chega a ficar nervosa. “Quando as pistas têm rampas de partida muito íngremes. Até aos mais velhos metem medo”, adianta Sérgio Conceição. “Mas aí puxamos por ela, para vencer os receios, e a Rita lá vai. Por vezes guarda para ela e só descarrega os nervos no final das provas.” É o único momento em que pensa no que faz. De resto, é intuitivo para a Rita serpentear as pistas com a bicicleta. Logo a seguir esquece as derrotas e até as conquistas. Em 2014, Rita venceu a Taça e o Campeonato de Portugal de bicross no seu escalão. Poucos terão memórias semelhantes para contar.

treinador, José, em denúncia da irmandade existente. “Somos uma família. Mas isso estende-se a todos”, explica Olga, namorada de Sérgio, referindo-se aos 54 sócios, 24 atletas e amigos que acompanham o núcleo nos diferentes projetos a que se propõe. Esta união é emanada da tal paixão que os irmãos Sérgio e José tinham em crianças e que os impelia a devorar 20 quilómetros até à Moita ou 27 até ao Forninho, no Poceirão, só para terem acesso a pistas de bicross.

Imitar com personalidade “Queríamos copiar os ciclistas que víamos nas revistas da altura. O próprio bicross, ou BMX, como ficou conhecido, nasceu da vontade de crianças quererem repetir o que viam no motocross. Como não havia motas, subiram para as bicicletas que tinham. Aqui em Setúbal, agarrámos o mesmo sonho”, recorda Sérgio Conceição. Sem contar com provas em Espanha, os sadinos marcam presença na Taça e no Campeonato de Portugal. O Núcleo Bicross de Setúbal, especializado na vertente racer, corridas com saltos em pistas de terra batida, tem vários campeões no historial português e ibérico. Está entre os mais antigos do País, sendo dos que têm mais atletas federados, incluindo pilotos de Almada e do Seixal, dos 6 aos 32 anos. Com a evolução, o bicross ganhou uma identidade própria. Os motores das motos deixaram de ser invejados no desafio aos limites da gravidade. Ousadia, equipada com uma bicicleta a rondar os 600 euros, mais proteção adequada, faz o serviço. O grupo de Setúbal treina atualmente na pista do Forninho, destino que tem os dias contados. Nota-se ansiedade na cara de Sérgio Conceição quando fala da futura pista do núcleo, em Setúbal, no Parque Verde da Bela Vista. O circuito, com 380 a 400 metros de extensão, pode acolher provas internacionais. “Tal como a Câmara Municipal e a Junta de S. Sebastião, o Regimento de Engenharia do Exército está a ser fantástico a ajudar neste projeto. Está a moldar o terreno. O pessoal do núcleo dará os retoques finais”, explica, lançando olhar desafiante para outros elementos da associação, incluindo os mais novos.

Campeões a marchar O Núcleo Bicross de Setúbal dá cartas também em velocidades mais baixas. Há três anos que participa no Concurso de Marchas Populares e em 2014 chegou o momento da consagração, com o tão desejado prémio de Melhor Marcha, acompanhado pelos troféus das categorias de melhor música e madrinha. Aqui, a paixão nasce no vice-presidente Rui. Marchante durante 18 anos numa coletividade, responsável artístico durante três anos noutra, acabou por ser convidado pelo irmão Sérgio para preparar as marchas do núcleo. “A ideia era dar alguma visibilidade ao Bicross de Setúbal. Está

iniciativa

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a funcionar bem de mais. Só este ano já apareceu muita gente a perguntar quem somos e como se podem juntar ao bicross, às marchas ou, às vezes, a ambos”, sublinha o cenógrafo e figurinista da marcha vencedora de 2014. “Não esquecer que também é motorista e motivador do pessoal”, acrescenta Olga, com humor inspirado na realidade. Ao todo, são cinco meses de stress. “Na preparação não sobra tempo para mais nada, nem para um filmezinho a seguir ao jantar. E eu que gosto tanto de cinema”, suspira Rui Conceição. “Tenho saudades de ser marchante. Não me divirto há seis anos, desde que estou à frente das marchas.” O filho de Rui, tão apaixonado como o patriarca e que levanta nos pódios todos os troféus das marchas conquistados pelo pai, chega a dormir na sede nas semanas que antecedem o concurso. Simplesmente não existem campeões sem sacrifícios.


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memória

História HIGIENE. Três tipos de carros de recolha de lixo da Câmara Municipal de Setúbal, em 1936. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

Muito, mas muito antes de as varredoras automáticas percorrerem as ruas da cidade, eram os cavalos, não dos motores mas de quatro patas, que puxavam atrelados de lixo, monos e tudo o que se possa retirar das fossas. Isto no início do século XX, porque ainda na Setúbal quinhentista só a aplicação de coimas impedia os habitantes de manter as ruas sujas, sobretudo, mais tarde, para ver passar a procissão

Vai passar a procissão Não é de hoje, nem do século passado, que as preocupações com a higiene urbana de Setúbal resultavam em punição caso a imundice e o esterco fossem deliberadamente atirados às ruas e vielas. Da história da higiene urbana da cidade sabe-se que em 1561 uma postura camarária proibia o lançamento de qualquer tipo de sujidade, sujeitando esta pática ao pagamento de uma coima 200 réis. Meio século mais tarde surgiu a preocupação de manter as ruas limpas em dias de procissão. É o que atesta uma postura municipal de 1610, que ordenava aos moradores a limpeza das frentes das suas casas nas ruas onde passasse a procissão dos Passos. Sete anos depois, a varredura estendia-se à procissão de Corpus Cristi.

Se em 1617 a multa era de 200 réis, pelo lançamento de lixo em qualquer lugar da vila, em 1624 o valor subia aos 4 mil réis, de acordo com a postura, que, na altura, interditava a deposição de imundices junto das muralhas. Já no século XIX, em 1872, surge o “Novo Código de Posturas Municipais”, numa época em que proliferava a indústria conserveira e, consequentemente, se degradavam as condições de salubridade na cidade, principalmente devido às vísceras do peixe. Em “Portugal Antigo e Moderno”, de Pinho Leal, o cronista escreve que, por essa altura, “tem-se curado alguma cousa na limpeza e hygiene da cidade, construindo-se canos gerais e parciais de despejo e aterrando-se alguns baixos onde as águas

pluviais ficavam estagnadas até ao verão”. O historiador, que relata ainda a construção de um “depósito para os despejos da cidade em sítio mais apropriado”, acabando com o existente em frente do cemitério público de Nossa Senhora da Piedade, aponta para algumas falhas no então sistema de limpeza, que diz ser “não só imperfeitíssimo e muito pouco aceiado, mas até prejudicial à hygiene, e dá ao estranho que visita Setúbal um desagradável testemunho”.

De burro a cavalo Apesar das inovações camarárias, já no século XX, no que diz respeito às carroças puxadas a cavalo que transportavam monos, lixo e fósseis, mesmo que insuficientes,

além do pessoal devidamente fardado, Pinho Leal escreve que “os varredores municipais exercem o seu mister a toda a hora do dia”, embora, segundo o autor, “de uma maneira repugnantemente immunda!”, varrendo do centro para as extremidades do pavimento, onde ali se amontoava à espera que passasse a carroça do lixo. Todas as questões associadas à saúde pública e à imagem urbana têm sido melhoradas a nível camarário, ano após ano, inovação após inovação, em termos de meios humanos e técnicos. Atualmente, o regulamento que vem pôr “ordem” na área dos resíduos sólidos urbanos no município, que, aliás, deveria ser do senso comum, como não deitar lixo para a via pública e a correta utilização dos

contentores, pode ser consultado no sítio de internet da Autarquia. Os muitos direitos que os munícipes possam ter no que toca às questões de saúde pública em muito contribuem para que os deveres das autarquias possam ser executados atempadamente e com todo o êxito para uma imagem urbana saudável e agradável, para quem vive em Setúbal e para quem a visita. As várias equipas de trabalho da Câmara Municipal ultrapassam, em larga escala, a varredura de ruas, sejam artérias principais, secundárias ou becos. A desmatação e remoção de ervas, a limpeza de praias e parqueamentos, a lavagem de fontes, viadutos e túneis e a remoção de graffiti são uma pequena parte dessas funções.

As fábricas e os banhos Inês Gato de Pinho, na publicação “Vilegiatura marítima em Setúbal – do século XIX ao início do século XX”, narra o que Arronches Junqueiro deu conta, em 1936: os problemas existentes para compatibilizar o progresso industrial com os prazeres dos banhos no rio e a cultura da terra. “Em 1885 já havia fábricas de conservas, espalhando por sobre a superfície do Sado um lençol enorme de óleo de peixe, de escamas, de sangue apodrecido. Já as quintas

senhoriais tinham passado a rendeiros, só cuidando dos seus proventos. Os pomares começavam a declinar, mercê das cochonilhas, fungos e outras abomináveis pequenezas. O Cais da Trindade já não era o ponto único da sociedade setubalense e forasteira. Começara há muito o retraimento dos banhistas de fora, afugentados pela imundície das águas, pela sensaboria sem caráter definido do meio setubalense que pouco a pouco se foi tornando cosmopolita.”

VIATURAS. Carros de lixo manuais da Câmara Municipal de Setúbal, em 1936. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro


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Família apalaçada O nome Fryxell está associado, sem qualquer dúvida, ao palácio onde hoje funcionam os serviços centrais do Instituto Politécnico de Setúbal, mas também ao antigo colégio seiscentista São Francisco Xavier, localizado ao cimo da ladeira de São Sebastião. Enquadrado na zona histórica da cidade, só se deu a conhecer por tal denominação após se tornar propriedade da família Fryxell,

embora durante séculos tivesse tido outros usos. De colégio jesuíta, ocupado pelas freiras bernardas, o espaço religioso sofreu grandes estragos com o terramoto de 1755 e, com o passar do tempo, foi alterando a sua arquitetura. Mas é no ano de 1860 que o colégio é adquirido por Francisco José Pereira, comerciante galego, que instalou um armazém de

produtos de cortiça. Novas remodelações, em 1873, pela mão do filho do galego, com o mesmo nome, transformam o imóvel em palacete. Mais tarde é ao familiar Georges António Groom Pereira Fryxell que serve de residência particular e como sede do Consulado Britânico, do qual foi vice-cônsul, além de lecionar na Escola Industrial e Comercial de

Pessoa Setúbal, atual Escola Secundária Sebastião da Gama. Na posse dos Fryxell, descendentes e herdeiros de Francisco José Pereira, o palácio, que sofreu um grande incêndio na década de 60, é, em 1982, comprado pelo Estado para ali instalar a sede do Instituto Politécnico de Setúbal, edifício de uma indiscutível beleza arquitetura e património religioso.

Entre galegos e setubalenses

PALÁCIO. Aspeto do Palácio Fryxell, em imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro, de 1982, o ano em que o imóvel foi adquirido pelo Estado

A história da família Fryxell atravessa quatro países europeus, cruzando genes galegos, britânicos, suecos e portugueses. Dois bisnetos e nove netos são a descendência mais nova da avó Cristalina Fryxell, de 81 anos, casada com Daniel da Silva Fryxell, bisneto do galego Francisco José Pereira, que adquire o palácio, e filho de Georges António Groom Pereira Fryxell. Cristalina ali casou, na capela que ainda hoje existe e onde assistiu a algumas missas, e criou os filhos naquele espaço privilegiado até à década de 80.

DIPLOMATA. Georges Fryxell foi vice-cônsul de Inglaterra. Imagem de 15 de junho de 1956, do Arquivo ­Fotográfico Américo Ribeiro

Estória

Há morte no cais

RESGATE. Os seis oficiais ingleses que seguiam no Rover que caiu ao Sado morreram. Imagem do Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro

ontem

Embora o final da tarde de 20 de outubro de 1950 estivesse embrenhado em neblina e chuviscos, nada fazia prever que a vida de seis oficiais ingleses se estivesse também a aproximar do fim. Quem recorda esta “estranha fatalidade” é António dos Santos, no livro “Romagem de Saudade”, um episódio no mínimo estranho, conta, em que o comandante Archibald Rayder, “herói da última guerra mundial e adido naval em Lisboa”, e cinco oficiais da Armada inglesa morrem nas águas do Sado, no interior de um ­carro. “Foi uma tragédia impressionante”, escreve António dos Santos. “Em vez de tomarem a

A observação de Setúbal do alto do Forte de S. Filipe proporciona uma vista de deixar moradores e visitantes de boca aberta, com a baía a espraiar-se sobre a cidade e a estender-se rumo ao Atlântico. A fotografia de Américo Ribeiro, de 1961, mostra uma cidade com uma zona ribeirinha essencialmente vocacionada para a indústria, com a Praia da Saúde a servir de estaleiro naval. Na imagem atual, observa-se um acentuar da conjugação da indústria com outras valências, com a componente de lazer, de aproximação da cidade ao rio para fruição da população, a assumir uma importância determinante, graças à requalificação da frente ribeirinha operada nos últimos anos.

direção da saída do cais, avançaram ao longo da ponte-cais precipitando o Rover no Sado, arrastando consigo todos os seus ocupantes para uma morte inglória e brutal.” Os oficiais da 5.ª Flotilha (Home Fleet), ancorada no cais da Junta Autónoma, estavam de partida para uma festa, numa quinta em Vanicelos, oferecida pelo comandante Benson. Com os meios de pronto-socorro reunidos e uma multidão a assistir, uma grua fez emergir o Rover das águas do rio. “Foram momentos de angústia quando o carro pousou no solo, deixando ver a enorme tragédia”, conta. Lá dentro, seis corpos sem vida.

hoje


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Aniversário revivalista

A Casa da Cultura faz dois anos a 5 de outubro. Durante três dias é desenvolvido um programa comemorativo que envolve algumas das expressões artísticas que ocupam este equipamento. O regresso do grupo Disto & Daquilo faz uma ponte entre o presente e o passado de um edifício histórico O segundo aniversário da Casa da Cultura é comemorado com um conjunto de eventos, de que se des­ taca o regresso da banda setubalense Disto & Daquilo ao ativo, quase trinta anos depois, para um espetáculo no dia 4 de outubro, às 22h00. Os Disto & Daquilo voltam ao convívio com o público e logo no espaço, então sede do Círculo Cultural de Setúbal, onde o grupo, por onde passaram mais de duas dezenas de músicos, fez os últimos ensaios até se extinguir. A ideia desta reunião é apresentar um concerto com o reportório do grupo, com forte tónica revivalista, portanto, embora com algum refrescamento dos temas que tanto sucesso tiveram em Portugal. O público terá a oportunidade de (re)ouvir faixas do único álbum do conjunto, editado em 1983, bem como temas que não chegaram a ser

gravados, numa ligação entre a música tradicional portuguesa e outros géneros. As atividades começam no entanto no dia anterior, 3 de outubro, com a inauguração de uma exposição de pintura de José Mouga, às 21h30, e um concerto por The Logadogue Swing Project, às 23h00. A 4, às 16h00, antes do concerto de Disto & Daquilo, é inaugurada a exposição “Bocage e o Iluminismo” e realiza-se a palestra “O ensino na República”. A 5 de outubro, data em que se celebram dois anos após a abertura da Casa da Cultura, há realejos, das 10h00 às 14h00, um atelier de pintura, de manhã, música com a Banda Filarmónica da Casa do Gaiato, às 16h00, e a tertúlia “As duas caras do patrão”, sobre o teatro de intervenção no antigo Círculo Cultural de Setúbal, às 17h00.

plano seguinte

Cinema italiano em época de ouro A idade de ouro do cinema italiano é mostrada, a partir do final de outubro, no Fórum Municipal Luísa Todi, em nova masterclass do crítico cinematográfico Lauro António, com sessões gratuitas, à segunda-feira. Depois do cinema clássico norte-americano, nesta nova temporada, de 2014/2015, o público tem oportunidade de assistir a 53 filmes italianos dos períodos entre as décadas de 40 e 70, que compõem um vasto núcleo de obras essenciais dos mais salientes autores, incluindo as variadas tendências do primeiro neorrealismo, que se impôs a seguir à II Guerra Mundial, e das suas derivas futuras. Algumas das películas a exibir são de realizadores como Vittorio de Sica, Cesare Zavattini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Dino Risi e Alberto Lattuada. Entre os atores e as atrizes, italianos e de

outros países que emprestaram o seu talento a estas obras cinematográficas, destaque para Sophia Loren, Jean Paul Belmondo, Marcello Mastroianni, Giulietta Masina, Alberto Sordi, Anthony Quinn, Vittorio Gassman, Jean-Louis Trintignant, Anita Ekberg, Claudia Cardinale, Dirk Bogarde, Ugo Tognazzi, Silvana Mangano, Romy Schneider, Alain Delon, Burt Lancaster, Ingrid Bergman, Monica Vitti, Jeanne Moreau, Vanessa Redgrave, Jack Nicholson, Maria Schneider e Dorian Gray A exibição dos filmes, que incluem algumas obras-primas do cinema mundial, em sessões com início às 21h00, é antecedida de palestras comentadas de Lauro António, as quais ajudam os espetadores a conhecer um pouco mais de cada obra e a ficar com uma ideia muito aproximada de um dos momentos mais criativos e interventivos da cinematografia mundial.

Pedaladas pela cidade As bicicletas tomam conta das ruas da cidade, na manhã de 5 de outubro, durante o IV Setúbal Bike Tour, num passeio com partida da Praça de Bocage que desafia os entusiastas do ciclismo amador a percorrer 16 quilómetros em ambiente urbano. O evento, integrado no programa municipal 12.os Jogos do Sado, inclui passagens por zonas da cidade onde é possível circular de bicicleta em segurança e sem grande esforço e dá a conhecer aos participantes novas zonas cicláveis em construção, resultantes de obras de beneficiação em curso. Numa conjugação de valores ecológicos com a prática regular de exercício físico, o Setúbal Bike Tour, com um percurso de dificuldade mínima, é também dinamizado com o objetivo de incentivar a população para o uso de transportes amigos do ambiente. O passeio, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo Núcleo de BTT de Vila Fresca, que tem crescido de ano para ano, junta centenas de ciclistas, entre os quais muitas famílias, para uma manhã desportiva que alia o lazer ao gosto pela prática desportiva. Cada um vai ao seu ritmo e não há limite de tempo para concluir o trajeto que atravessa a cidade, do centro histórico à frente ribeirinha, com passagens por parques verdes e vários pontos de interesse cultural e de recreio.


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