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LEIO, LOGO CONTO
Desde março de 2020 que atravessamos um período de incerteza e de distanciamento social. Deixámos de poder estar uns com os outros e de fazer atividades que até então entendíamos como garantidas. Em muitos casos sobrou-nos tempo! Encontrámos novas formas de o ocuparmos, dedicámo-nos a aprender coisas novas, resgatámos velhos prazeres, acentuámos outros. A rubrica Leio, logo Conto surge com o intuito de valorizar e estimular o ato de ler, desafiar os entusiastas a dar asas ao seu espírito crítico e criativo numa atividade que junta a leitura, a fotografia e a escrita. Esta primeira edição em formato digital é uma coletânea dos contributos recebidos entre maio e julho de 2020, inicialmente partilhados nas redes sociais da Divisão de Juventude às segundas e sextas-feiras. E tu, o que andas a ler?
Os textos presentes neste documento estão de acordo com a intenção sintática e semântica dos seus autores. 3
Fear and Loathing in Las Vegas de Hunter S. Thompson Contributo de Simão Rodrigues
Hunter S. Thompson entra facilmente no pódio das personalidades mais interessantes da literatura. Tanto reescrevia de uma ponta à outra na máquina os seus livros preferidos, como pedia para ser disparado de um canhão no seu funeral, tarefa que coube ao seu amigo Johnny Depp. Em Fear and Loathing in Las Vegas, Thompson não pede permissão e arrasta-nos para uma viagem semi-autobiográfica. É muito mais que o relato psicadélico de uma semana na Capital Mundial do Entretenimento, é uma viagem pela cultura dos anos 60, é um testemunho de tudo o que está certo e errado na cultura norte-americana, é amor-ódio, é uma janela para a alma de gentle giant do seu autor. Thompson/Raoul Duke e o seu advogado vão a Vegas à procura do verdadeiro sonho americano, mas pelo caminho encontramo-nos a nós. Thompson e a sua escrita dão outro sabor à vida. Ensinam-nos a ser as personagens principais das nossas histórias e a viver a vida nos nossos próprios termos. “Buy the ticket, take the ride.”
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Lá, onde o vento chora
de Delia Owens Contributo de Raquel Mira Gomes Em pleno período de isolamento, um livro sobre isolamento. Uma história envolvente que nos capta desde a primeira página. A escrita de Delia Owens é leve e detalhada que nos faz mergulhar facilmente no mundo de Kya e do seu pântano. É uma história sobre a ligação inerente do ser humano com a natureza. Também é uma história sobre o preconceito, como a sociedade está estruturada sem tolerância para diferenças ou outras formas de vida. Por fim é uma história de amor também, mas uma história simples e verdadeiramente bonita. Simples porque nasce de algo despretensioso e bonita porque revela o pior e o melhor do ser humano; como em todas as histórias de amor. Não é dramático demais, nem romântico demais – tem exatamente o peso e medida para um livro um livro incrível. Daqueles que não queremos que termine e que será sempre recordado com carinho na prateleira. “ Vai tão longe quanto puderes, até onde ouvires o vento chorar.” 7
O Tatuador de Auschwitz de Heather Morris Contributo de Marta Caldeira
Uma história de amor que ultrapassa gerações e gerações. Uma história que não ficou esquecida nos campos de concentração. Como tantas outras que esperam para ser contadas... Esta teve essa sorte. Heather Morris traz-nos o testemunho de Lale Sokolov, um judeu que combateu a Alemanha nazista e viveu os horrores do Holocausto em primeira mão. Deportado para o campo de concentração de Auschwitz, em 1942, ficou conhecido como o Tatuador de Auschwitz. Um testemunho de coragem, sobrevivência e um romance proibido que nos mostra o quão sortudos somos por podermos estar com quem amamos sem ter medo de morrer a qualquer minuto. Faz-nos pôr toda a nossa vida em perspetiva. Queixamo-nos de coisas superficiais que nos parecem o fim do mundo, enquanto que estes prisioneiros estiveram perto de o experienciar e nunca desistiram de lutar pela liberdade, mesmo que esta estivesse longe de chegar. “Lale has gone through the worst and didn’t gave up. Will you?”
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A Ponte Sobre o Drina ' de Ivo Andric Contributo de Alexandre Hoffmann
O único Prémio Nobel Jugoslavo, era alguém que ainda não pousava na minha estante de livros. A falta literária foi corrigida quando alguém, em que por circunstâncias de momento resumíamos várias vezes as nossas conversas a literatura, afirmou de forma imperativa: “lê”. Li e a obra faz agora parte de um conjunto de três livros que não deixo escapar em qualquer esgrimir de recomendações. O riquíssimo romance histórico põe no centro a estrutura que empresta nome ao título, tornando-a espectadora de séculos, e por vezes, personagem confidente. Através dos séculos de domínio otomano, e mais tarde austro-húngaro, a ponte relata e assiste a aventuras, amizades, amores, solidão, paz e guerras, todas as histórias assentes na complexidade da riqueza étnico-cultural dos Balcãs sem desprimorar a construção das personagens que tomam conta das páginas. É uma narrativa sobre a humanidade, do melhor e o do pior que lhe é inerente, e é um dos livros mais bonitos que li.
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Um Casamento em Veneza
de Elizabeth Adler Contributo de Ana Encarnação Em tempo de quarentena, leio ainda mais. E gosto de variar, apesar de não fazer parte do meu leque de leitura, Um Casamento em Veneza, cativou--me. Fezme recordar a bela cidade, onde já tive oportunidade de estar duas vezes, mas também pelo enredo desta história. Neste livro que só pelo nome, parece ser apenas uma história romântica, a autora Elizabeth Adler criou um verdadeiro jogo do gato e do rato, com tantas reviravoltas e segredos, que fez-me querer ler sempre mais uma página. Uma história diferente mas cativante, não tivesse ela como cenário “La Bella Venezia”.
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Memórias de uma Falsificadora de Margarida Tengarrinha Contributo de Tomás Barão
Às vezes parece que o 25 de Abril foi um dia só. As senhas na rádio, as pessoas na rua... Do que aconteceu antes e depois, menos se fala. Algumas dessas histórias estão nas Memórias de uma Falsificadora, de Margarida Tengarrinha. Lembram-se do pintor assassinado na canção A Morte Saiu à Rua, do Zeca? A autora estava casada com ele quando mergulharam na clandestinidade. Durante anos falsificaram documentos para que outras pessoas pudessem escapar à PIDE ou lutar contra a ditadura. Há episódios cómicos e outros aterradores. Margarida demonstra-nos a coragem de tantos portugueses e portuguesas, militantes clandestinas ou não. Pessoas que se manifestaram sabendo que podiam ser presas. Mães que durante décadas visitaram os filhos na prisão. Médicas que arriscavam fazer os partos das mulheres clandestinas. Amig@s que aceitavam o risco de lhes dar guarida... Parei para refletir. Chorei várias vezes. Tive orgulho em ser português. Hoje a minha geração tem um grande desafio pela frente: vencer o fascismo do século XXI. E a coragem que precisamos, encontramo-la aqui mesmo, na nossa história.
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Maturidade
de Osho Contributo de Vanessa Cova “Maturidade de espírito é tocar no seu céu interior.” Apesar de que a sociedade vê a Maturidade como forma a não nos iludirmos e termos os pés na terra não significa que seja apenas isso. Maturidade espiritual é sermos inocentes e humildes. Aceitar a dor e o amor, pois andam de mãos dadas nas nossas vidas. Maturidade não significa ser-se mais velho, pois isso é apenas o caminho para a morte. Maturidade é renascer e ser criança de novo, ser simples e ter perdão no coração. O fim é crescer, compreender o imortal e o eterno.
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Constantinopla de Edmondo De Amicis Contributo de Pedro Semedo
Roubo este título ao prefácio de Umberto Eco a Constantinopla, de Edmundo de Amicis. Refere-se às três cidades que habitam o mesmo espaço: Bizâncio Constantinopla - Istambul. Una e trina é também a experiência de ler Constantinopla tendo já visitado a cidade. Eco liga a Constantinopla exótica que de Amicis descreve e a Istambul moderna. As cidades dos outros de nada nos servem, adverte. De Amicis chega por mar, Eco por terra, já eu cheguei pelo ar. A minha experiência já não é a de Eco, como a dele já não fora a de Amicis. Ainda assim há algo comum a todos os viajantes: a impossibilidade de saber em todos os momentos se caminhamos em Bizâncio, Constantinopla ou Istambul, e a certeza de que algo pode ser uno e trino de uma só vez. Tal como a viagem, também ela una e trina na sua concretização: de avião, em sonho ou num livro, o que importa é ir. “Istambul, Una e Trina.” 19
A Rapariga no Comboio de Paula Hawkins Contributo de Carolina Celorico
Três mulheres, três homens, um assassinato e um comboio são os ingredientes principais desta história. Rachel desistiu de si mesma, entregando-se ao alcoolismo, depois de um divórcio. Todos os dias fazia o mesmo percurso de comboio até ao seu local de trabalho, onde observava as rotinas diárias de várias pessoas, sendo que, um jovem casal chama a sua atenção. Mais tarde, a jovem desaparece e é aí que tudo acontece. À medida que a história se vai desenrolando, ficamos mais presos a ela. A autora faz-nos suspeitar de todas as personagens, menos do verdadeiro culpado. Aconselho a leitura, para nos esquecermos do mundo à nossa volta e nos deixarmos envolver num “ser”, que não o nosso.
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Fazes-me Falta de Inês Pedrosa Contributo de Neuza Fonseca
Fazes-me Falta... E quantas vezes, nos dias que decorrem sentimos inúmeras faltas? Decerto, que o que mais nos custa é a falta de tocar e estar com aqueles que mais amamos. Este romance é um reflexo da distância entre duas almas distintas. De duas gerações com valores opostos. Duas personalidades, uma deseja mover o mundo, outra conformada com a solidão. E se o amor tem peso nas nossas vidas, qual o valor de uma amizade intensa? O que fazer quando a amizade se esbarra com o desejo? Inês Pedrosa apresenta duas personagens tão íntimas que se recusam a ceder às tentações pois não estão dispostas a abdicar uma da outra! Sem rodeios, sem preconceitos e de uma forma intensa, este romance levou-me a viajar entre dois estilos de vida distintos e entre o céu e a terra. Ela culpa Deus de ter colocado na sua vida aquele homem. Ele culpa Deus de a ter retirado da sua vida. Após esta viagem sublime, reforcei ainda mais a minha visão sobre a amizade. E que ela é o verdadeiro combustível da minha vida, pois aqueles que chamamos de amigos é que alimentam as nossas vidas, o nosso coração. E tu estás à espera de quê para viajar na forma mais subtil das emoções que a escrita é?
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Heartfulness
de Mikaela Övén Contributo de Mariana Correia Garcia Desenvolvimento pessoal, heartfulness, meditação. Gostava muito de ter tido acesso a este livro quando era mais nova. Tantos anos à procura das soluções para os meus dilemas. Porque numa linguagem muito tranquila, e com recurso a meditações guiadas, ensina-nos que “a vida é um mistério onde a felicidade e a dor se acompanham. E que todas as tentativas de nos livrarmos da dor e sentir apenas a felicidade falham (....) Descobri que está tudo bem!” As meditações disponíveis em aplicação para smartphone são muito boas para quem gosta do estilo. Estou a reler pela 2a vez na 10a semana desta quarentena Conectar-me com o meu coração, viver sem esforço, com serenidade e coragem plena.
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A Gata e a Fábula de Fernanda Botelho Contributo de Joana Cidades
Na sociedade do pós Segunda Guerra Mundial, a juventude decadente do que resta da classe aristocrática portuguesa não faz ideia do rumo que quer dar à sua vida. Habituados a passar os dias na preguiça e riqueza que se esgota, sem talentos nem sonhos, os jovens refletem sobre a educação áspera, as regras sociais e a confusão emocional que daí resultou. Os anos passam e o apego às memórias é tanto boia de salvação como razão de afogamento. Haverá espaço para renascer e ser o que realmente querem ser? Mas como se renasce quando nem se sabe do que se morre primeiro?
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O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde Contributo de Luís Gonçalves
Centrada no envelhecimento, mas de infinitas reflexões espectroscópicas do leque de sentimentos e emoções humanas. De forma mais que sóbria, totalmente embebida de caos interior, nada dececiona a análise e enquadramento do dramaturgo só tão grande como ele próprio, Oscar Wilde. Anticlímaxes de exaltar a natureza, fundida com o imaginário remodelando-se da cabeça para a mão, tal pensar estético que diria próximo da poesia de Cesário. No seu único romance, constrói as poucas personagens no limite do verosímil, completas de filosofia e repletas de excentricidade. Deixa grandes lições num discurso pouco vulgar e paradoxal de nos perturbar a rotina. História simples com final inesperado em remate. O jovem rico, Dorian Gray, atravessa imparável o período áureo da sua existência. Abençoado pela sua imutável e bela aparência, escolhe livre o seu destino sem preocupações. Decidido a tudo querer experimentar, vê-se afinal amaldiçoado. Mote: impossível ser o mesmo depois de agarrá-lo, é daqueles que, ainda que com pena, nunca acabam, nem ficam mais respostas que perguntas. Haja paciência para esses...
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Pense e Enriqueça
de Napoleon Hill Contributo de Pollyana Lopes de Oliveira “Comece agora mesmo, esteja você pronto ou não, mas comece agora a colocar o seu plano em prática” dizia Napoleon Hill, que investigou a vida de diversos milionários da história dos Estados Unidos, como Thomas Edison, Henry Ford e Theodore Roosevelt, e ele descobriu um segredo que poucos tinham desvendado: o que esses homens têm em comum que os fizeram ser tão bem-sucedidos? Pense e Enriqueça revela os segredos da fortuna dos maiores milionários dos Estados Unidos. A partir de um programa de 13 passos, Napoleon Hill mostra o caminho certo para a riqueza e a felicidade. Ao acabar de ler este livro pela 4a vez, percebi o tanto que a minha recompensa futura depende do meu esforço de hoje. “Sem esforço não há recompensa”. Se eu quero chegar realmente ao meu objetivo de vida, eu preciso queimar a ponte e preciso sempre seguir em frente, haja o que houver, sempre em frente. Este livro deu um novo rumo à minha vida e eu espero de coração que possa acontecer o mesmo com vocês!
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O Estrangeiro
de Albert Camus Contributo de Ana Quintino É um livro com uma história simples na facilidade com que se lê e curiosa por nos contar sobre... algo que não devo dizer, se não estrago o desenrolar da história. Escolhi ler este livro porque estava na minha prateleira de casa e depois de o começar a ler gostei de acompanhar o percurso da personagem. Este desenvolve-se com descrições sintéticas e simples que tornaram a experiência de ler este livro caricata e curiosa, por isso passei grande parte da leitura a indagar sobre o que era esta história.
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A Arte, o Artista e a Sociedade de Álvaro Cunhal Contributo de Fábio Vicente
A habilidade de sentir, mas não saber interpretar o que se sente, ou de experimentar e não saber desconstruir o processo cognitivo que isso representa, foi, e ainda é, uma grande inquietação para mim. Ser adolescente, ver, pertencer e tentar mudar o meio que me rodeia, traz nada, apenas uma imensa angústia. Só comparável à felicidade que é descobrir. É nesta descoberta que o livro A Arte, o Artista e a Sociedade me provocou a interpretação da relação dos estímulos emocionais da minha cidade com a minha cognição. Foi com 15 anos que li este livro e reli-o várias vezes até aos 35 de hoje. É, a cada releitura, saber porque não estou sozinho no sentir, não estou sozinho no querer transformar o mundo e não estou sozinho em compreender a minha sociedade. Há na arte, o compreender quem somos, apenas para sermos para os outros.
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História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luís Sepúlveda Contributo de Sofia Viegas
A História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar é uma história comovente que demonstra o que é a amizade. Na minha opinião é uma das melhores histórias que eu já li. A amizade, a solidariedade e o amor que Zorbas demonstra pela pequena gaivota, é simplesmente esplêndida. Ao ler o livro eu senti que as emoções e as aventuras que ali aconteciam “saltavam para fora” ... O que é mais curioso acerca desta minha leitura é que, acabei de ler este livro durante uma visita de estudo. Se formos olhar ao pormenor, reparamos que em cada capítulo, em cada parte do livro, sentimos algo diferente. Quando o humano os ajudou, sentimos solidariedade, quando os amigos de Zorbas o ajudaram, sentimos o companheirismo. Este livro tem uma característica muito boa, para quem não gosta de ler. Mas agora olhemos para a História do Gato e da Gaivota que a Ensinou a Voar. Temos romance, drama, suspense e muito mais. Este livro tem complexidade em tudo. Para mim não eram precisas ilustrações neste livro porque a forma como Luís Sepúlveda escreve e descreve as personagens, já nos permite imaginá-las. Já não consigo contar com os dedos da mão quantos livros li, li muitos... Em todos esses que li nunca esqueci a história, mas atenção que já os pormenores às vezes falham-me. No entanto com este livro isso não aconteceu, fixei os pormenores, a história (é claro!), tudo. Só que existe algo ainda mais intrigante, Zorbas, este gato preto, grande e gordo... Ele cuidou da gaivota! Mas ele fez mais, ele foi a sua mãe. Há quem ache que chorar é sinal de fraqueza, mas com um livro, siginifica que nos envolvemos ao máximo com ele. Por fim, um pequeno aparte... “Somente aqueles que ousam podem voar.” 37
A Toupeira
de John Le Carré Contributo de Jorge Pina Este livro entrou na minha vida por um feliz acaso, em certo dia apanhei na televisão a adaptação para o cinema da obra, fazia zapping e vi o Tom Hardy e o Gary Oldman, dois dos meus actores preferidos, vi o filme e adorei a história, gosto do tema de espionagem, mas o filme era feito de uma maneira sem grandes floreados como o 007. No dia seguinte ainda pensava no filme, fui à internet e investiguei, vi que fazia parte de uma coleção de livros intitulada Trilogia Karla de John le Carré, posto isto, fui ao OLX e adquiri uma edição mais antiga do que eu. Li-o rapidamente, fui literalmente absorvido pela obra. É genialmente bem escrito, com classe e atenção ao detalhe, a intriga internacional é brilhante. Revejo-me bastante na personagem George Smiley, algo taciturno, nada entusiástico, e sempre pensativo de como e porquê. Depois deste livro li os seguintes da colecção, e o Sir John le Carré passou a fazer parte activa da minha vida. Não o podia recomendar mais. Fun Fact: na adaptação da obra em mini série pela BBC que está disponível no Youtube, algumas partes são filmadas em Lisboa e uma e que me deixou super entusiasmado, em Setúbal mais concretamente no Convento da Arrábida, e isso foi arrebatador.
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