Dinheiro e felicidade
Pesquisa revela que, para a maioria das pessoas, é possível ser feliz no trabalho única e exclusivamente por causa do dinheiro
Por Daniela Rial Roig
Cada vez mais a felicidade é influenciada pelo salário, principalmente em funcionários mais jovens.
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e acordo com a psicóloga Ana Cláudia Boareto, especialista em Orientação Vocacional, os principais fatores que levam uma pessoa a escolher determinada profissão são: ter interesse ou gostar de determinada carreira; a
influência familiar e o retorno financeiro. “Pela necessidade de cumprir compromissos variados e de arcar com despesas básicas, como moradia, saúde e lazer, o salário é, sem dúvida, muito importante. Um trabalho que não permita uma vida dig-
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na torna-se frustrante”, afirma Ana Cláudia. Mas, qual será o principal fator levado em conta pelas pessoas na hora de escolher uma determinada profissão? De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ateliê de Pesquisa
Organizacional, o dinheiro é o que mais importa para ter uma vida profissional satisfatória. Profissionais de empresas estabelecidas no Rio de Janeiro e em São Paulo foram consultados e responderam a algumas perguntas sobre a sua própria felicidade e satisfação no trabalho. Vários fatores foram indicados pelos profissionais, entre eles: ser reconhecido, sentir-se motivado e desafiado constantemente, ter um bom relacionamento com os colegas, ter tempo livre para o lazer. Porém, para 78% dos entrevistados, o dinheiro é o fator mais importante de todos. Os principais fatores responsáveis pela insatisfação na vida profissional também foram analisados, são eles: sofrer pressões, ter colegas fingidos e que vivem em disputa, trabalhar em um ambiente tenso e desgastante, adoecer com freqüência por causa do trabalho e não ter tempo livre para a vida pessoal. Os motivos de insatisfação no trabalho costumam variar, dependendo da idade. Ana Cláudia presencia as seguintes situações em seu consultório: “As pessoas mais velhas, muitas vezes sentem-se esgotadas ou estressadas com o ritmo de trabalho. Os mais jovens que não estão felizes com a car-
reira, geralmente buscam nova graduação. Quem tem mais possibilidades, normalmente deixa o emprego e investe no próprio negócio e pode mudar totalmente de área profissional”. A psicóloga ainda afirma: “ter apenas interesse pela área não basta, é preciso ter também habilidades”. Na visão de jovens que estão agora entrando no mercado de trabalho, não adianta ganhar rios de dinheiro sem sentir
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prazer e enxergar utilidade naquilo que é realizado. A estudante de Engenharia Química, Ana Carolina Moreno, acredita que gostar do que se faz é o que mais importa: “Isso leva a um trabalho bem realizado. Umbom salário com certeza ajuda, mas não é o suficiente, se a minha rotina diária for tediosa e irritante, não me sentirei plenamente satisfeita”. Jorge Oliveira, estudante de Psicologia, afirma que trabalhos repetitivos, que são claramente
tediosos tendem a criar mais insatisfação do que aqueles que oferecem desafios, novidades e a oportunidade de crescimento pessoal: “O mais importante para alguém ser feliz profissionalmente, além da justa recompensa monetária pelos seus serviços, é o sentimento de utilidade e o progresso”, afirma. Entre outros fatores, a segurança de ter um emprego fixo com carteira assinada é um dos mais importantes para os universitários. “Um emprego que me deixaria satisfeita é aquele que me proporcionasse estabilidade, alem de estar localizado em um local de fácil acesso, no qual a rotina de ida e volta fosse a menos cansativa possível. Além disso, uma empresa que m he oferecesse oportunidade de crescimento e um salário que me proporcionasse um padrão de vida confortável seria o ideal.”, diz Ana Lima, estudante de Publicidade e Propaganda. A jovem também observa a importância de que o tipo de trabalho realizado esteja de acordo com a vida de quem o realiza: “Acredito que o trabalho deve estar em harmonia com o estilo de vida da pessoa, por exemplo, uma pessoa que coloque momentos com a família em primeiro lugar, provavelmente não será feliz em um emprego que exija muitas viagens.”