Revista Tic-Tac

TIC-TAC Leitura:

Uma viagem ao mundo sem sair do lugar

JOSÉ, o pai que geração z no foco: 212 mil jovens entre 18 e 24 anos utilizam o narguilé

Exemplar de Assinante setembro de 2016 nº 001

adotou o próprio filho

TICTAC

INDICE

06

Saúde:

20

Crônica:

Narguilé afeta diretamente a vida dos jovens

O tempo passa, as brincadeiras ficam para sempre em nós!

12

Empreededorismo:

10

Comportamento:

o gostinho de empreender vai além de fabricar bolos

Quando os pais separam, como os filhos reagem à mudança?

16

celular:

16

TeCNOLOGIA:

Jogos ultrapassam a realidade dos adolescentes

HORAS EM FRENTE AO COMPUTADOR PREJUDICA a SAÚDE, E MUITO!

editorial Equipe TIC-TAC O tempo não para, nunca parou, talvez nunca pare. O relógio que trabalha incessantemente.

Entra dia e sai dia, entra noite e sai noite. Dias frios, quentes, chuvosos, ensolarados chegam e vão embora. E o tempo continua passando, não parando, nunca parará, talvez nunca pare.

As pessoas sempre tiveram interações entre si, é inevitável.

Várias gerações ligadas por vínculos que vão muito mais além do sanguíneo, da amizade, do amor e do companheirismo. Gerações ligadas também pelo relógio, pelo “tic-tacar”, conhecimentos são transmitidos e compartilhados entre si, a melhor rede social, o convívio entre idades diferentes, vidas diferentes, pensamentos diferentes e muita história para

ouvir, aprender e fazer mais, avante, sempre com o relógio por perto, seja no pulso, no bolso ou na telinha do smarthphone ou computador.

O dia que passa depressa, a semana, o mês e os anos. As horas se aceleram ou se retardam, depende da ocasião, mas o relógio ainda está a trabalhar, o tic-tac está presente. A testemunha ocular da história será sempre o relógio, o tempo que não para.

Grupos geracionais, a pressa e o sentimento de instantaneidade da Geração Z faz o relógio retardar seu movimento, para eles o tempo passa devagar, muito devagar, a lentidão os incomoda. O para amanhã é ontem, relógio nenhum seria tão veloz quanto eles. Para os Baby Boomers, Geração X e Y, o tic-tac é rápido demais, talvez

na dose que deveria passar o tempo, aos poucos, mas quando se vê, é hora de ir para casa, é fim de ano, é o começo de outro tempo, que aliás, não para.

A revista Tic-Tac, é um meio pela qual é possível compreender as relações entre os grupos geracionais, principalmente a Z, e como é o relacionamento desses jovens com as demais gerações que a antecedem. A agilidade e o dinamismo se tornam embate entre eles e os mais rígidos e metódicos.

A informação também não para, assim como o tempo. Por este motivo, já é hora de terminar as apresentações e conhecer o que o tempo proporciona, o que a Revista Tic-Tac traz para você.

Boa leitura!

EXPEDIENTE

camila juviak

Ellen santos

Juliana Gregozewski Este produto é apresentado para a obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo

Orientador: Karin Betiati Diagramação: Juliana Gregozewski Textos e fotos: Camila Juviak, Ellen do Santos, Evelyn Antonio, Juliana

Evelyn Antonio

rICARDO POHL

Gregozewski e Ricardo Pohl Novembro de 2016 - Univel

SAÚDE

Narguilé:

de interação social a dependência Geração Z no foco: 212 mil jovens entre 18 e 24 nos utilizam o narguilé

Evelyn Antonio

Narguilé, um cachimbo d’água que traz muitas incertezas sobre os malefícios causados. Apesar de inúmeras pesquisas pelas organizações de saúdes espalhadas pelo mundo, a aceitação de que ele é mais prejudicial que o cigarro é pouco aprovada pelos jovens da Geração Z. Em 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que o narguilé corresponde ao impacto de 100 cigarros. Dados fornecidos pela Pesquisa Nacional da Saúde, em 2013, revelam que, 212 mil jovens entre 18 e 24 anos, consomem o tabaco por meio do instrumento.

O médico Julio Cesar Mendes de Oliveira é pneumologista (especialização médica nas vias aéras inferiores como traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmão) e explica sobre a utilização do cigarro. Julio Cesar categoriza o Narguilé ou cachimbo como “altamente prejudicial à saúde, devido à inalação dos gases tóxicos ao longo

da vida, destruindo o pulmão, chegando ao estágio final que é o Enfisema Pulmonar (perda da capacidade dos alvéolos pulmonares em trocar os gases entre o sangue e o ar) que dependendo da gravidade há a possibilidade de ser parcialmente revertido”.

Além do fumante se prejudicar, ele afeta quem está próximo, uma vez que a convivência em ambientes fechados e a utilização desses produtos combinam numa exposição efetivamente maligna.

De acordo com o especialista, a inalação involuntária dos gases e a quantidade de substâncias inaladas em ambientes fechados é praticamente a mesma de quem traga, o fumante além de ser ativo é também passivo, ou seja, fuma duas vezes.

Mas você deve estar se perguntando, por que o cigarro é menos prejudicial que o narguilé? Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva) o narguilé tem 4.700 substâncias químicas enquanto

o cigarro possui 4.720 substâncias.

Porém, o pneumologista explica que o filtro do cigarro é o que diferencia sobre a inalação da fumaça. “O filtro diminui um pouco os gases, ele tira algumas substâncias, porém o narguilé consegue ser mais prejudicial por não ter esse filtro. Por esse motivo não há nada que canalize um pouco das substâncias e, também, por ser umidificado. O organismo tem um limiar – ou limite - de nicotina, e com a fumaça úmida perde-se isso, com isso você demora mais para parar”.

Mesmo com todos esses argumentos os jovens não concordam, como é o caso de Elizeu de Mello Junior, 20, Douglas Gabriel Ito, 19, e Matheus Zaro, 20, que fumam há dois anos e não acreditam que os malefícios são os mesmos. “Quem fuma o cigarro faz isso todos os dias, a pessoa vai lá e fuma um em cinco minutos, já o narguilé é mais no final de semana” explica Douglas. Elizeu afirma que “não vou ser www. revistatictac .com.br

COMO FUNCIONA O NARGUILÉ

CÂNCERES CAUSADOS PELO TABAGISMO Divulgação

O narguilé é composto por um jarro ou vaso, lugar que é armazenado o líquido para a umidificação da fumaça, na maioria das vezes é água. No entanto algumas pessoas utilizam bebidas alcóolicas, leite, entre outros.

O corpo do narguilé é o responsável pela a condução da fumaça. A cabeça é onde se coloca a essência, e depois a tampa ou papel alumínio (que exerce a mesma função), e na sequência o carvão já aceso, responsável por aquecer a essência. E por último, a mangueira que é por os usuários traga a fumaça.

Fotos: Camila Juviak

ele atinge uma maturidade e escolhe entre uma coisa ou outra”.

Desses jovens acima, é importante ressaltar que nenhum deles teve a permissão dos pais para a utilização do narguilé, devido ao conhecimento que eles tinham sobre as possíveis conseqüências, como o uso do tabaco/ nicotina, por exemplo. Esses componentes causam dependência poissão drogas psicoativas alterando o comportamento e o emocional de quem as utiliza. “É quase que automático, se a gente for fazer um churrasco em casa já é dividido, ‘você leva a carne, você o pão, e você o narguilé”, explica Douglas Gabriel Ito. Mas segundo o grupo de amigos, eles não têm por necessidade fumar, mas se estão em grupo e um estiver fumando, eles também não conseguem dizer não.

O médico Julio Cesar deixa um conselho para os jovens e adultos que fazem uso do cigarro ou narguilé, “toda idade é prejudicial, seja com 10 ou 90 anos de idade, basta você fumar. Mas o que vale é não fumar e se fizer isso, você vai estar se prejudicando”.

A utilização do tabaco é um dos principais causadores de câncer de pulmão, esôfago, câncer de mama e próstata, e o maior causador de câncer de pâncreas e bexiga. Ele também é um dos responsáveis pela maioria das doenças cardiovasculares, pois ajuda o coração ficar doente, e em decorrência disso o envelhecimento da pele.

CÂNCER DE PULMÃO

Foto:Juliana Gregozewski

hipócrita de falar que não faz mal, mas não é tanto como o cigarro”.

Segundo o INCA o narguilé tem uma característica atraente para os jovens que é: um único objeto pode ser dividido entre várias pessoas, facilitando a interação dos mesmos. No entanto, Fabio Boeri, 23, não se enquadra nisso mais. Há dez anos quando foram “apresentados”, era sim para estar junto com a “galera”, mas hoje a história não se repete, pois ele não precisa mais estar em grupo para fazer uso do produto, ele fuma diariamente, e sozinho, e quando pergunto se pensa em parar ele diz “não penso, está bom assim, me relaxa!”.

O pneumologista Julio Cesar afirma que os jovens estão mais propícios a utilizar o narguilé pela insegurança, “procuram por novos horizontes e se auto afirmar, na minha época só homens fumavam, só homens podiam fumar porque diziam que era coisa de macho, hoje o adolescente entra no mundo das drogas ou nas bebidas alcoólicas para dizerem ‘eu fumo eu sou adulto’ ou ‘eu uso drogas porque quero experimentar novas emoções’, ele faz isso porque é imaturo, até que

Em 2016 foram previstos 28.220 novos casos (17.330 homens e 10.890 mulheres) Mortes registradas em 2013: 24.490 (14.811 homens e 9.675 mulheres) Fonte: www2.inca.gov.br/wps/ wcm/connect/tiposdecancer/site/ home/pulmao/definicao.

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COMPORTAMENTO

TÃO PRÓXIMOS Fotos: Ellen Santos

e tão distantes

De acordo com o senso comum, a internet está afastando as pessoas

Ellen Santos O mundo está na era em que a tecnologia tornou-se essencial na vida, nos relacionamentos e na comunicação do ser humano. O que conecta as pessoas com o universo as afasta do que está perto. Aquele contato visual, as conversas nas rodas de amigos se tornaram acontecimentos raros e estar conectados é o que mais importa.

As ruas já não são as mesmas, amigos que antes ficam ansiosos para chegar o fim da aula e se reunir com a “galera”, hoje correm para casa e se conectar na internet. Andreza Maman, de 23 anos, estudante está sempre reunida com amigos, mas afirma que na maioria das vezes eles nem conversam direito, todos ficam mexendo no celular o tempo todo. “Nós ainda nos encontramos na rua de casa para conversar, fumar um arguile, mas a todo o momento alguém está no celular, chega a ser engraçado. Mas eu também fico, então, não acho estranho” conta.

A psicóloga Giorgia Pelanda, de 38 anos, explica que a tecnologia aproxima

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quem está longe, mas afasta cada vez mais quem está por perto. “Hoje é fácil você ter contato com alguém do outro lado do mundo, seja por telefone ou pela internet, você consegue conversar, mas tem um detalhe, as pessoas ficam fascinadas por isso que nem se lembram das que estão por perto.”

Para Giorgia, a tecnologia está afastando até mesmo os casais, e tornando a vida a dois um grande desafio. “A tecnologia pode até ajudar os casais que têm vergonha de se comunicar, no começo da relação.

Mas muitos casais já não têm aquela relação afetiva. Às vezes estão no mesmo ambiente, mas preferem conversar por bate-papos, o que causa desgaste na relação”, ressalta.

Há uma grande preocupação com o uso abusivo das tecnologias e o quanto ela pode prejudicar no desenvolvimento dessa juventude. A necessidade de passar mais tempo em um celular do que com pessoas tornou-se um hábito no cotidiano. Andreza passa horas no celular

e afirma que não consegue ficar um dia sem internet, “eu estou tão acostumada a mexer no celular. E às vezes até prefiro ficar em casa”, explica.

Frequentar um lugar que não tenha internet está se tornando um tédio para os jovens. Existe a necessidade de estarem conectados e postando o que fazem a todo tempo.

Seja em balada, restaurante, faculdade, os celulares não saem das mãos das pessoas e a senha do Wi-fi nos estabelecimentos tornou-se basicamente obrigatória. Celulares de todos os tamanhos e cores, não importa, o que vale mesmo é estar sempre conectado, o que nem sempre agrada os pais que são os primeiros a notarem o afastamento dos filhos com o mundo real. A dona de casa Ana Cristina Mostácio, de 40 anos reclama que a filha não sai do celular e está sempre na internet. “A Nicoly tem 12 anos, mas acha que já é adulta, porque não larga o telefone pra nada. Isso me deixa preocupada porque eu percebo o desempenho baixando”, conta.

A mudança que a tecnologia trouxe para a sociedade traz muitos benefícios e avanços, mas com ela vem a perda do contato visual e o contato físico entre as pessoas. Para Giorgia, a internet tem dois lados, “tem sempre o lado bom e o ruim, pois o mundo virtual oferece aos usuários tudo que eles querem e que não tem na vida real.

Mesmo sendo uma ótima ferramenta, as pessoas devem ficar atentas com o uso abusivo”, afirmou a psicóloga.

A internet veio como uma ferramenta essencial e prática para a vida, mas quando se usa de maneira mais intensiva surgem consequências negativas. Os seres humanos tendem a se afastar e assim tornam-se pessoas rasas. Aproveite as coisas boas que a tecnologia pode proporcionar, na medida certa.

COMPORTAMENTO

Até que o

divórcio separe

Fotos: Divulgação

o casal e os filhos

Quanto mais os pais conversarem, menores serão as consequências na vida dos filhos Ellen Santos Grande parte dos casais acreditam no “felizes para sempre”. Eles planejam o casamento, a casa própria e os filhos. Mas essa realidade nem sempre acontece, o final feliz pode chegar ao fim e logo vem o divórcio.

No momento da separação os filhos são os primeiros a sentir e sofrer com a decisão. Na maioria das vezes o casal tende a cortar vínculo um com o outro, provocando assim, mais dúvidas e confusão na cabeça das crianças.

O sofrimento é inevitável, independente da idade, o divórcio

sempre será um momento difícil para os filhos, porque para eles, os pais são vistos como o porto seguro.

De acordo com a psicóloga Sheila Hartmann, a separação pode afetar diretamente no desenvolvimento e no comportamento, “dependendo da maneira que ocorre essa separação, os filhos podem sofrer muito e se fechar para o mundo. É necessário que haja uma conversa antes de qualquer decisão”, explica.

Quando a notícia chegar para os filhos os pais devem estar preparados,

como é o caso da dona de casa Zenilda da Silva 32, que é separada há dois anos e é mãe da Ana Carolina da Silva, de oito anos. “No começo a minha filha chorou muito, questionou e brigou, e para uma mãe ver isso não é nada fácil. Só após muita conversa a minha filha conseguiu entender que aquilo foi preciso”, explica.

A separação é um processo doloroso e impactante tanto para o casal quanto para os filhos. Diante de um divórcio a criança demonstra diferentes reações, tanto boas quanto ruins, o

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mas acalmar os filhos, o processo se torna menos doloroso para eles. Se necessário os pais devem procurar uma ajuda profissional para que isso não afete a vida e o desenvolvimento”, explica a psicóloga. É importante mostrar aos filhos que mesmo separados eles serão amparados e amados. O papel deles não muda com o divórcio, “algumas vezes para atingir um ao outro, os adultos acabam envolvendo os filhos e não percebem o mal que provocam na vida deles”, ressalta a psicóloga.

As crianças podem se sentir culpadas pelo divórcio dos pais, e é responsabilidade de ambos deixarem claro que eles não são o motivo do que aconteceu. Os filhos devem participar da vida dos pais e vê-los quando quiserem sem que sejam controlados e tenham uma boa relação com os dois.

Fotos: Arquivo pessoal

que vem acarretar de maneira negativa na vida, na escola, nas amizades e nas relações pessoais.

A psicóloga explica que a decisão e a forma de anunciá-la devem ser analisadas e pensadas. “Os pais devem tentar preparar ao máximo a criança para essa decisão para que isso não afete diretamente no emocional do filho. Este momento não é nada fácil e quanto mais conversa, será menos traumático“, ressalta Sheila.

Uma boa explicação trará menores consequências para os filhos “eu sempre conversei muito com a Ana, de que agora ela teria duas casas e que a gente continuaria amando ela. Foi um momento muito difícil, mas agora ela está se adaptando”, conta a dona de casa.

Preparar, conversar e escutar é uma boa alternativa para a fuga do sofrimento. “Quanto mais conversar,

EMPREENDEDORISMO

De mães à empreededoras

Startup incentiva mães a criar seu próprio negócio e implementar a renda familiar

Camila Juviak

“Filho, vá para o banho, mamãe tem que deixar você na escola e ir trabalhar”. Frases como essas são frequentemente faladas ou escutadas por quem é mãe e tem a rotina um tanto conturbada.

Sabem bem o que é isso.

Com o desenvolvimento da sociedade as mães deixaram de servir exclusivamente seus lares para conquistar o mundo.

No entanto, mesmo que por necessidade não se sentem à vontade a deixarem seus filhos com terceiros, em escolinhas, pois ao mesmo tempo queriam tê-los por perto e participarem efetivamente do crescimento e desenvolvimento do filho.

Foi com isso que o trio Douglas, Adriano e Gabriela teve a ideia

da startup Mães de Empresa. Os profissionais da administração, consultoria e marketing, avaliaram por um período a necessidade, especialmente de mães em abandonar o próprio emprego, parar com os negócios da empresa, porque tiveram filhos ou então porque eles estavam em uma fase complicada e precisavam delas por perto.

Por esses e vários outros motivos conciliar o trabalho, com a tarefa mais adorável, ser mãe. “Fizemos a pesquisa com algumas mães e começamos a avaliar a renda familiar, o tempo extra que elas tinham, a valorização pessoal, para que então pudessem entender que é possível aprender a ter seu próprio negócio, começando em casa. Deste modo melhoraria a renda familiar e até

mesmo a autoestima da mãe”, explica Douglas Schimelfenig, sócio e gerente de marketing da Mães de Empresa.

Descontruindo alguns mitos no ramo do empreendedorismo, para abrir um pequeno negócio nem sempre é necessário ter bastante investimento. É possível fazê-lo com parcerias com outras pessoas que possuem objetivos e metas em comum, com familiares.

Assim facilita a criação de uma pequena empresa e a necessidade de gastar muito para ganhar pouco cai por terra.

Alguns passos devem ser seguidos para que a ideia inicial do empreendimento não dê errado. É preciso que tenha um insight, para analisar qual será

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criar e ainda que seja permitida uma interação entre elas.

“No princípio elas não são aconselhadas a deixar o trabalho de lado, pelo contrário, o empreendimento é apenas uma renda extra, pelo menos até a empresa se consolidar no mercado”, explica Douglas.

Duas histórias se cruzaram no curso Mães de Empresa, duas mulheres em busca de melhorar a renda familiar e ainda ficarem próximas de seus filhos. Claudete Machado, 54, é diarista e faz bolos e doces nos horários livres. Já Angélica Silva Duarte, 33, é artesã.

O sabor da doçura Claudete, um doce de pessoa, também pudera, é doceira nas horas vagas. Conta que fazia isso desde jovem e que sempre recebia elogios, porém, não via isso como uma profissão e sim apenas para passar o tempo e agregar à renda da família.

“Em cada lugar que eu ia trabalhar comentava que fazia docinhos, bolos e as pessoas se interessavam e sempre eu tinha encomendas para fazer. A rotina era e continua sendo puxada, mas é gratificante”, diz Claudete com um sorriso no rosto.

O talento de fazer doces não poderia passar despercebido, Claudete foi descoberta por Douglas e convidada a fazer o curso Mães de Empresa para que assim pudesse se aperfeiçoar, e no futuro abrir sua própria loja de doces.

“Antes de fazer o curso, eu não sabia administrar. Eu fazia vários pedidos grandes e o dinheiro não aparecia. Tinha mania de comprar apenas o que estava precisando, fazia e vendia, sem qualquer tipo de planejamento. Depois do curso fui colocada na linha (risos). Aprendemos o que devemos fazer como gastar, por quanto devemos vender nosso produto e principalmente controlar nossos gastos e o tempo. Se a

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matéria-prima está cara, logo tenho que fazer um reajuste para não sair perdendo. Não posso pagar para trabalhar”, explica a doceira.

Clau, como é chamada pelos amigos, tem um carro chefe, o bolo de rolo. Feito em diversos sabores agrada toda a clientela, só que nem sempre foi assim. Ela conta que uma vez uma cliente fez o pedido e na hora da entrega não pagou.

Envergonhada, deixou passar.

“Fiquei sem jeito de cobrar, mas se isso fosse hoje, por exemplo, já teria outro posicionamento, é o meu trabalho, gastei tempo para fazer um bolo de qualidade ao meu cliente, mereço ao menos minha recompensa”.

Mãe de quatro filhos, três deles já são adultos, mas Breno, o mais novo, 14, precisa maior atenção de Claudete, pois toma remédio controlado. Visitava o médico com frequência e a mãe era a principal acompanhante. Ter um trabalho fixo não seria benéfico para ambos. A partir do “Mães de Empresa” ter o próprio negócio será mais viável e assim Clau e Breno passarão a ter mais tempo juntos.

Claudete finaliza em meio a um sorriso. “Meu sonho é ter uma loja de doces. Creio que dará certo”.

Fotos: Evelyn Antonio

o público-alvo e principalmente, identificar quais problemas o produto ou serviço escolhido resolve no mercado. Segundo Douglas, a partir dessas etapas, toda a questão da organização financeira, marketing, o dia-a-dia da empresa, o controle de qualidade é abordado. Após o término do curso, a equipe da startup presta assessoria de dois meses para as mães que tenham possíveis dúvidas e dificuldades.

O formato do curso é baseado em seis encontros semanais. O primeiro, é sempre mais extenso e permite que a equipe responsável conheça as participantes, para avaliarem a necessidade e as habilidades que elas possuem em relação ao produto ou ao serviço que queiram

Fotos: Arquivo Pessoal

O crochê do amor Angélica Silva Duarte, 33, é de Francisco Beltrão, mas veio morar em Cascavel por conta do tratamento de um dos filhos, este com 10 anos está com leucemia.

Na descoberta, isso em 2015, lhe faltou o chão, confessa, porém com a força ela está batalhando para superar as dificuldades com os filhos na cidade e ainda aprender a lidar com a doença e com a situação em que está.

“Tive de deixar tudo para trás, emprego fixo, marido, e me preocupar com meu filho, porque ele é o que realmente importa.

Mas Deus é maravilhoso, tive o prazer de conhecer pessoas boas que estão me ajudando, que me incentivaram a continuar com o artesanato de crochê que fazia em horas vagas. Porém, não sabia como fazer para vender meu trabalho, até que me indicaram para participar do curso Mães de empresa”, conta.

Essa mulher, que demonstra ser uma fortaleza, já foi diarista e vê hoje, que depois do curso ela se descobriu enquanto profissional.

“Fazia nos horários livres jogos americanos para decorar as mesas de jantar, mas sem planejamento, sem ideia do que fazer e como fazer. Os professores me abriram os olhos e sei que isso é muito importante para o progresso da minha futura empresa”.

Angélica conta empolgada, que ainda durante o curso, conseguiu dispensar suas diárias nas casas em que trabalhava e teve uma boa renda apenas com os artesanatos de crochê que fez.

“Nunca pensei em trabalhar em casa, ou fazer algo nesse sentido, sempre trabalhei fora e tinha uma vida normal, nunca me vi como empreendedora, mas é bacana, assim ficarei perto dos meus filhos por mais tempo”, pontua.

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OPINIÃO

Pokémon Go Muito além de um app de celular

Juliana Gregozewski

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nem celular nem nada. Eu era o verdadeiro menino de prédio. Sempre fui viciado em Pokémon, Digimon, Dragon Ball Z, Yu- Gi-Oh, e todos os desenhos desse estilo. Eu era fascinada por isso, viciada, eu amava assistir tudo isso.

Contudo, nunca tive muitos vídeo games, nem Game Boy para poder jogar Pokémon, nunca tive essas tecnologias, até quando eu pude comprar, ter o meu dinheiro e gastar com as minhas coisas, com as minhas prioridades de paixões.

Fico extremamente feliz, com o lançamento desse jogo, que veio realizar e trazer a minha infância de volta, mesmo estando no auge dos meus 24 anos”, conclui o jovem, com um texto de desabafo nas redes sociais.

Por curiosidade, entrei nesse mundo dos “nerds” e confesso, “que mundo legal”, que jogo desafiador, o qual nos impulsiona a andar, a sair do sedentarismo que vivo e caminhar para conseguir fazer os desafios e seguir crescendo no aplicativo. E não foi só a Juliana que levantou da cadeira e foi brincar, tem inúmeras histórias que surgiram depois do lançamento que mostraram superação, por exemplo, no caso do jovem autista que nunca conseguiu ter contato com pessoas, a partir do jogo, conseguiu ao menos estar próximo do outro. O jogo tem seu lado bom e ruim, mas o que importa é o que ele representa para cada um, o que ele é na vida de cada um e isso BASTA! Fotos: Evelyn Antonio

Nostalgia, segundo o Aurélio: O estado melancólico causado pela falta de algo. Somos homens, mulheres, pessoas que sentem muitas vezes falta de alguma coisa em suas vidas. A última vez que senti qualquer coisa parecida com isso foi no lançamento do jogo Pokémon Go. Senti saudades, senti falta da minha infância e tenho certeza que muitos sentiram também, sentiram saudades da TV Globinho, sentiram saudades de levantar cedo e não ter nada melhor para fazer se não sentar no sofá e assistir ao Pokémon, Digimon, Dragon Ball Z, e tantos outros animes que fizeram a alegria da nossa época.

Muitos tiveram a chance de com uma realidade financeira melhor, crescer e a cada ano ganhar um presente novo. Aí vieram os gameboys, os videogames foram se modernizando.

O cabo começou a sumir, a tecnologia começou aos poucos ir parar na palma da mão. A internet fez de nós seres muito mais preguiçosos que o normal, passamos o dia todo conectados pela nuvem, mal levantamos para comer. Ficamos vidrados em casa no celular ou na televisão e mal nos movimentamos.

Até que, neste agosto de 2016 surge aquele que começa a mudar essa realidade. A tecnologia começou a criar pernas e nos leva a sair. Não estamos mais tão acomodados. Pokémon Go é apenas o começo de um mundo onde a tecnologia anda junto com o humano, anda mesmo, o aplicativo une o sistema de georreferenciamento do google, com seus mapas muito completos, une a tecnologia das câmeras de celular e une as pessoas, sim, une aqueles jovens que agora saem do conforto e vão em busca do que na época não conseguiram: ser um mestre Pokémon, como o Ash! Nas redes sociais muitas pessoas criticaram o aplicativo.

Mas também encontramos muitas pessoas que ficaram fascinadas com essa tecnologia. O que chama muito a atenção é que antes as praças da cidade passavam dias sem receber um grande número de pessoas. Hoje é perceptível a movimentação de crianças, jovens e adultos participando e interagindo para conseguir juntos dar sequência ao jogo. O Pokémon possibilita que as pessoas se conheçam, que se duelem e interajam entre si.

Entre tantos comentários que vi nas redes sociais, recebi um texto que merece ser dividido com vocês, de um jovem de 24 anos, que não quer ser identificado, e que mostrou o verdadeiro sentido do jogo em sua vida.

“Eu era uma criança cheia de problemas, não conseguia conquistar amizades, não tinha internet, nem tv a cabo,

Nostalgia” segundo o Aurélio: O estado melancólico causado pela falta de algo

QUERIDO DIÁRIO...

Filho único: um não é pouco, é suficiente!

Querido Diário...

Oi? Como assim, diário? Demoramos mais de 20 anos das nossas vidas para escrevermos a primeira página do nosso querido confidente. Somos três, duas meninas e um menino, não somos irmãos - quem dera se fossemos- mas somos três filhos e por ironia do destino três filhos únicos em um mesmo grupo.

Sermos filhos únicos consiste na inaptidão de consolarmos qualquer amigo que tenha problemas com seus/suas irmãos (as). Além disso, é nítida nossa falta de jeito quando a frase “Ih, vocês não têm problema, não têm irmãos, são filhos únicos” é para nós direcionada. Sermos os únicos filhos, a obra prima de seus pais também é frustração, tanto nossa quanto deles. Nossa, porque é difícil retribuir de forma próxima todos os cuidados e amores que recebemos durante todo esse tempo. Deles, porque - sem drama - somos a única chance dessas duas pessoas: única chance de satisfazer suas expectativas.

Nossas avós tiveram vários filhos, nossas mães tiveram... nós, apenas.

Sermos os filhos únicos, sinceramente não era ser da realeza da casa, aqui não existem príncipes e princesas, pelo contrário, a cobrança é maior, a fiscalização é maior, tudo está em grandes doses, o amor também. Já que não saberíamos dividir o amor de meus pais com outra criança, outro eu, ou melhor, outro nós, não seria legal.

A questão não é dividir coisas, bom na verdade nunca tivemos muitas crianças por perto, além de sermos os exclusivos da casa, não éramos mimados, não mesmo. Talvez mimar, era uma coisa que não passava na cabeça de nossos pais e isso deve ter colaborado para a construção de nossas personalidades, hoje, como jovens adultos.

Nunca pedimos irmãos, talvez não soubéssemos se isso era realmente importante, tínhamos os amiguinhos por perto que convivíamos de vez em quando, tínhamos nossos primos, como toda criança achava isso normal. Sermos os filhos únicos, seria então... normal.

Nunca ganhamos tudo que queríamos, isso prova muita coisa. Limites eram impostos, disciplina, aprender a ter responsabilidade, ainda mais.

Sermos únicos, nunca prejudicou nosso desenvolvimento, tampouco nos deixou ou nos tornou solitários e somos orgulhosos em dizer, queiram ou não, somos os “filhinhos da mamãe”.

Camila Juviak, Evelyn Antonio e Ricardo Pohl www. revistatictac .com.br

CRÔNICA

E hoje vamos brincar do quê?

Evelyn Antonio

Fotos: Divulfação

O dia está lindo, lá fora o Sol está radiante e tudo está bem até que olho no relógio e vejo que já são sete horas da manhã. Eeeeee... OH, MEU DEUS! TENHO 20 MINUTOS PARA CHEGAR ATÉ AO COLÉGIO! Quem nunca deu aquela atrasadinha básica para um dia qualquer no colégio depois de um dia cheio de atividades, corre corre e brincadeiras?

Brincadeiras? É isso mesmo?

Há alguns anos – não tantos assim –, contávamos cada segundo para reunir a vizinhança, primos ou não, para começarmos um dia cheio de atividades. Pra falar a verdade éramos atletas natos, corríamos, pulávamos, andávamos de bicicleta, subíamos em árvores, fazíamos comida de barro – e comíamos –, afinal, quem sabe por um milagre aquele “bolo de chocolate”

não se tornava um de verdade?

Pra nós, jovens senhoras de 21 anos, falar antigamente parece até inadequado, mas não é. Na minha época, adorávamos brincar em grupo, fazer coisas de crianças, se divertir com o que nossos pais brincavam. Quem nunca brincou de roda, ou amarelinha, pular corda (pimenta, fogo, foguinho era o pior não é mesmo?), escondeesconde, brincar na chuva e fazer guerra de barro – só nós sabemos o desespero de entrar em casa e explicar pra mãe o porquê de toda aquela lama e o pior: como desencardir aquela roupa?

Carrinho de rolimã, queima, jogar futebol ou vôlei na frente de casa, na rua de pedras, correndo morro abaixo para conseguir pegar a bola.

Essa história de que criança não pode ir na terra, que ela vai ficar

doente, vai pegar bactérias, e vai ficar todo “ranhentinho” não existia. Desde a época da minha avó, criança saudável era aquela que estava brincando a todo momento, voltava pra casa com arranhões, sem a “tampa” do dedo, com braço ou a perna quebrada, ou quem acidentalmente caia da árvore, ou acertava a janela da vizinha com a bolinha da betes. Além de levar bronca perdia a bolinha... que decepção.

Hoje, podemos dizer que as brincadeiras que herdamos dos nossos pais já não são mais as preferidas dos pequenos, essa realidade está sendo alterada por apetrechos tecnológicos, os quais estão de alguma forma tirando ou alterando a infância. Não estou dizendo que quando eu era pequena eu não assistia TV ou jogava vídeo game, é claro que sim, mas há oito anos, não estavam tão evidenciados, os celulares, aplicativos, jogos, séries ou filmes.

Muitas crianças ainda brincam dessas brincadeiras antigas, mas posso me atrever a dizer que são crianças que não têm tanto acesso a tecnologia.

Se tenho saudades dessa época?

Muitas, muitas mesmo, saudades das brincadeiras, dos amigos, das conversas sem sentido, mas que faziam todo o sentindo, das brigas da mãe pelos ralados diferentes de cada dia, da vida calma e agitada ao mesmo tempo. Mas o que vale realmente é: não deixar a criança morrer e passar isso para nossos sobrinhos, filhos e netos.

Mas eu ainda te pergunto: e hoje?

Vamos brincar do quê? Pique esconde, pular corda, betes, roda, carrinho de rolimã? A verdade é não existe geração e nem idade para brincadeiras, não existe idade para ser feliz.

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Fotos: Juliana Gregozewski

POR DÉCADAS Fotos: Camila Juviak

Fotos: divulgação

BRINCADEIRAS

1950 – 1960 - 1970 - Cama de gato, bola de gude, pega varetas, bambolê, pião, ioiô, peteca, pipa, mola mágica, pega-pega mãeda-rua, esconde-esconde, passaanel, balança-caixão, morto-vivo, batata-quente, adoletá, cobra-cega, nós quatro, pula-sela. www. revistatictac .com.br

1980 – 1990 - Bonecos, robôs a pilha, miniaturas, vídeo game, gato mia, corre cotia, elástico de pé, elástico de mão, estátua, esconde-esconde, pega-pega, a palavra é, forca, stop, adivinhe a placa, continue a história, cinco marias, pular corda, escravo de jó, batata quente, queimada, detetive, roda, bexiga de água, elefante colorido, alerta, barra manteiga, bobinho, mimica, telefone sem fio, dança da cadeira, corrida do saco, corrida de um pé só, vivo e morto, corridas dos sapatos, adoletá, fui à feira,

2000- Jogo da garrafa, casa na árvore, taco ou Bets, carrinho de rolimã, celular, computador, televisão, telefone.

Fotos: Camila Juviak

1940 – 1950 - Roda, corda, pau pique ou 31 de janeiro, ciranda, amarelinha, polichinelo, palhaço, sapinho, canguru, centopeia.

COMPORTAMENTO

Leitura: Uma viagem sem sair do lugar

Contrariando pesquisas, os jovens têm dedicado parte de seu dia na leitura de livros Camila Juviak

Desta vez a história não se iniciará com princesas ou príncipes dos clássicos contos de fada. O “era uma vez” está sim presente, mas o enredo e os personagens são outros.

Era uma vez o dia dos pais em um castelo um tanto diferente. Lá continha livros, histórias, pessoas, anseios, felicidade em estar num ambiente calmo. Cheguei no reino das palavras e me sentei na poltrona que estava próxima à entrada, parei para prestar atenção àqueles que lá chegavam e saiam.

Alguns pais estavam com seus filhos escolhendo alguns exemplares,

já outros aguardavam enquanto mergulhavam em meio às histórias que os prendiam por minutos. Os queridinhos dos jovens eram os mais procurados, os títulos que levam fantasia, ficção científica, suspense.

Sinceramente, não pensava em encontrar tantas pessoas dentro de uma livraria em pleno domingo, ou melhor, o segundo do mês de agosto, contrariando as teses de que jovem não lê. Bom... pelo menos os que lá estavam se concentravam muito no que estavam fazendo, smarthphones com mensagens instantâneas, vídeos curtos de Snapchat, foram esquecidos.

O que realmente importava, naquele momento, eram as palavras.

Enquanto as pessoas entravam e saiam com seus novos exemplares, com mais páginas de histórias para descobrir, um dos pais me chamou atenção, pois fazia seu filho dormir em seu colo enquanto lia as primeiras páginas de um novo livro, de um novo amigo que faria parte de sua vida nos próximos dias. Além dele, vários outros estavam solitários em busca de algo que fizesse os olhos brilharem.

Evelyn Camila Lampugnani, de 24 anos, é uma delas, contornava por alguns minutos a estante de suspense/

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Fotos: Evelyn Antonio

drama. Eu a observara há algum tempo e se manteve concentrada, quando a chamo, se assusta. Com quatro exemplares nos braços conta que é bióloga por formação e que desde criança é rodeada por livros.

“Minha mãe me influenciou bastante, ela é professora do ensino infantil, desde cedo tinha vários livrinhos. Conforme crescia fui ganhando gosto e hábito pela leitura e isso foi muito importante para minha formação profissional”, pontua.

Evelyn confessa que por conta da sua profissão e para se aperfeiçoar tem deixado de lado os livros do estilo que mais gosta, para se dedicar aos técnicos. Em relação a estes últimos, em algumas ocasiões, ela chegou a ler durante quase 18 horas por dia, enquanto para seus favoritos tem sobrado tempo para aproximadamente apenas um exemplar por mês.

Volto para a poltrona e observo por mais alguns minutos. Um pai com toda a sua família chega à livraria.

Os três filhos e a esposa se dividem entre estilos literários diferentes, cada um deles procura algo que lhes agrade. O patriarca se senta ao meu lado e aguarda, em seguida sua filha mais velha vem em sua direção e lhe entrega o último volume de uma saga bastante conhecida pelos adolescentes, cerca de 800 páginas de muita história a ser descoberta.

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“Crônicas de gelo e fogo novamente, Yasmin?”, indaga o pai que ainda era desconhecido para mim.

“Pai, é o último livro, a história vai se encerrar, pelo menos por enquanto”, explica ansiosa a jovem. Ela sai e deixa o livro com o pai. Pergunto a ele desde quando ela tem gosto pela leitura, e João Henrique Caetano, 43, explica que ele e a esposa tentavam influenciar os filhos desde muito cedo, e Yasmin é um caso em especial, é a que mais tem lido, conta o pai.

“Ela tem mais de 150 exemplares em casa e se continuar assim – João levanta o livro – vai ter o dobro

em pouco tempo”, brinca.

A adolescente de 16 anos retorna com mais três livros em mãos e entrega novamente ao pai, dando um sorriso tímido. Pergunto se gosta de ler e me responde rapidamente, “Gosto muito, desde criança, meus pais foram responsáveis por isso em grande parte. Para mim não importa muito o estilo, se é nacional ou não, mas sim a história e os personagens. A história tem que ser boa, tem que prender por algumas horas”, conclui.

Após algum tempo a família Caetano vai embora com mais algumas histórias nas sacolas. Me levanto e

vou para o fundo da livraria, lá estava também um outro pai com sua filha. Ele é Ricardo Lima, de 31 anos, a pequena leitora é Manuela, de 7. Quando os vi, estavam lendo juntos um livrinho infantil, algo que tivesse maçãs e arvorezinhas. Concentrados, não me viram se aproximar deles. Peço licença e me identifico, pergunto para o pai se ele lia junto com ela sempre.

“Manu tem mais de 40 livrinhos diz o pai orgulhoso. Venho sempre com ela aqui e levamos alguns exemplares para casa, apesar de não morar junto dela, sei que sempre está em contato com historinhas.

A leitura será importante para o desenvolvimento dela”, conta.

Enquanto conversávamos, Manu, como é chamada pelo pai, não desgrudava os pequenos olhinhos da historinha que estava lendo... me despeço e agradeço. Enquanto isso, a livraria se enchia, mais pessoas entravam e saiam com histórias e

levavam mais, mais vidas, mais enredos, lotados de aventuras, suspense, dramas e conhecimento. Nenhuma delas que entrava lá ficava menos de dez minutos.

Parece que as palavras chamavam, os prendiam próximos às estantes.

Ainda que pesquisas apontem que os brasileiros estão lendo pouco, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, as pessoas leem cerca de 4,96 livros por ano, mas só 2,88 é por iniciativa própria. Além disso, foi destacado que 44% dos brasileiros não lê ou não gosta e 30% nunca comprou um livro. Os números não são positivos, mas também é importante incentivá-los a criar o hábito e o quão benéfica a leitura pode ser. “A leitura é a válvula de escape, faz com que o leitor saia da zona de conforto e a descobrir novos horizontes, novas histórias. É o universo que forma a vida. Quem lê, tem boa escrita, bom vocabulário, e boa desenvoltura em tudo”, explica o professor de

literatura, Alcemar Araújo.

De acordo com o professor é necessário que além de incentivar as crianças e os jovens à leitura, é preciso também que se respeite os tipos de leitores. “Infelizmente, vivemos em um país que a cultura da leitura é muito baixa. Nem sempre ler clássicos é a melhor solução, forçar um adolescente a começar a ler livros densos não será uma boa saída. Não importa o que estão lendo, mas sim que efetivamente estão lendo”, pontua.

Como também não resisto a entrar em livrarias sem levar meu exemplar para casa, demorei mais alguns minutos, na verdade quase horas para ver qual história que faria parte da minha vida nos próximos meses. Ao sair do reino das palavras, um mini super-herói entra correndo e diz, “Mãe, pai, olha livro do Batman”.

Saio com o sorriso no rosto e penso que os livros ainda são os melhores amigos do homem.

O QUE ELES ESTÃO LENDO?

Saga Crônicas de Gelo e Fogo

Como eu era antes de você

Depois de você

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Foto: Caroline Moschei

SAÚDE

Elas que decidem!

Mulheres optam por terem filhos mais tarde devido à busca de vida estável e uma carreira de sucesso Juliana Gregozewski

A menina nasce, cresce, brinca de boneca, completa o Ensino Fundamental, passa para o Ensino Médio, arruma o primeiro emprego, ingressa na faculdade, conquista o trabalho dos sonhos, ingressa no Mestrado, consegue vaga no Doutorado, e por fim, é hora de ter filhos, mas aí, já se tem em média 35 anos, uma carreira consolidada, dinheiro e muito conhecimento. E a dúvida vem à tona: será que passei do ponto? Ainda há tempo de ser mãe ou de construir uma família?

Juliana Bremm, 40, casada com Laerte Bremm, 45, são pais de Valentina de seis e de Catarina que tem apenas alguns meses

de vida. Ela foi mãe aos 33 anos, quase na idade máxima indicada pelos médicos, que variam entre os 20 e 35 anos, já que nesse período os riscos são menores para o bebê e para a mãe. Ela revela que a escolha em ser mãe “tardia” ou mãe depois dos 30, ocorreu porque sempre sentiu a necessidade em estar preparada tanto financeiramente quanto psicologicamente para assumir a responsabilidade de gerar uma criança, além de poder dar todo o aparato necessário para ela. “Diante do contexto que vivemos decidi por esperar, para ter uma vida estável e conseguir dar, não luxo, mas uma vida digna as minhas filhas. Por isso fui mãe depois

dos 30 anos”, enfatiza Juliana.

Além de ser mãe de Catarina e Valentina, Juliana é dentista com especialização em Prostodontia. Ela tem sua própria clínica e também é professora em uma instituição de Ensino Superior de Cascavel. A dentista conta que sofreu a pressão da sociedade por escolher ser mãe mais tarde, pelo fato de que ser considerada velha para tal. Ouviu também que as coisas já não são mais tão fáceis depois dos 30 anos, e ainda que sofreria vários riscos de saúde e consequentemente levaria risco à criança.

Desde de sempre, as famílias

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Fotos: Arquivo pessoal e divulgação

tradicionais brasileiras tiveram vários filhos, mas a realidade foi mudando com o passar dos anos, as dificuldades foram aumentando, sem contar que há uma necessidade na sociedade em formar pessoas com qualidade, ou seja, vai muito além de dar apenas o sustento para eles. Portanto, se se tem muitos filhos, as pessoas de classe média baixa não conseguem dar estudo, formar e alimentar tantos filhos, como se fazia antigamente.

Para o ginecologista, Altair Pellanda, mesmo que a medicina enfatize que mulheres devem ser mães até os 35, não há uma idade ideal para que isso ocorra, mas os riscos de ter complicação aumentam depois dessa faixa etária. “Os riscos de uma gravidez em uma mulher de 40 anos são os mesmos em qualquer idade. Para o bebê, em tese, eles também são os mesmos, o que aumentam são as estatísticas disso acontecer, ou seja, é mais fácil que dificuldades ocorram a partir dessa idade, tanto para que ocorra a gravidez, quanto os demais problemas que possam surgir a partir dela”, pontua Pellanda.

Altair acrescenta ainda que a escolha de ser mãe depois dos 35 ou 40 anos não é uma má escolha. “Uma mulher que tem filho depois dos 35 anos, ela é bem resolvida, tem sua vida financeira estabelecida, na maioria das vezes, além de ter uma maturidade emocional muito grande para conseguir de forma concreta cuidar e educar essa criança. Portanto, ser mãe mais tarde tem lá suas vantagens”, declara.

Outro fator que demonstra preocupação é o gasto em se ter um filho, portanto Juliana optou por esperar, para conquistar uma vida mais justa a sua família. “Fui mãe mais tarde para poder me organizar e no momento correto realizar meu sonho de ser mãe, mas tendo a preocupação de ter uma vida estável”, declara.

Juliana revela o prazer da maternidade, mas indica que ser mãe mais nova ainda é a melhor opção.

“Eu sou muito realizada em ter 40 anos e ter minhas duas meninas que são as minhas paixões, são tudo para mim. Porém gosto de enfatizar que as mulheres que pretende ter filhos depois dos 40 eu indico que tenha antes, pelo menos com 30 ou 35, nessa idade temos mais energia e disposição para cuidar dessas bênçãos de Deus”, finaliza a mãe.

Quanto custa para criar um filho?

A Revista Exame trouxe em 2013 uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (INVENT) no ano de 2008, que um pai que

sustenta o filho até os 23 anos, em famílias com renda superior a 6 mil reais por mês, pode ter gastos de até 2 milhões de reais para criar e formar um filho.

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PERFIL

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Pai, não?

Pai-mãe!

JOSÉ, ZÉ, SEO ZÉ... pai que de tanto pai, é mãe também

Amarronzados em tonalidades pinceladas pelo chão de terra, aqueles gomos embaixo de uma mesa de refeições, posicionada de canto na sala de estar, evidenciavam a já esperada ausência. Por certo, não resultariam em outra coisa a não ser a anulação de uma típica fleuma caprichiosa. É seu José quem abre a porta. Seu José é José Sebastião Rodrigues, tem sessenta e três anos e é metalúrgico aposentado. Seu José é o pai de Matheus Gustavo Rodrigues de dez anos, estudante. Seu José é o protagonista desta estória. Ou é a história desse protagonismo?

Portas vizinhas que reclamavam, arrebatavam na emoção e arrupiavam os couros do que escreve. Sentado ali, nunca tinha cumprido pauta semelhante.

O tema era de extrema delicadeza. Mas logo, logo, a angústia e insegurança são acalentadas pelos braços e encostos do sofá e da recepção cerimoniosamente pouco cerimoniosa de José. Gente simples e de amizade bem disposta, o homem anuncia. “Deixa eu te falar, que eu sou pai quatro vezes: tenho três meninas e um piá, o piá é da segunda mulher e a mãe das minhas três filhas eu casei de terno e gravata. Duas moram em Curitiba e uma mora em Florianópolis”, revela. De cara, o metalúrgico de fala de canto de boca, apresenta um currículo paternal experimentado.

Em poucos minutos, conta como veio parar na cidade oestiana. Era do Norte, foi expulso, junto com a agricultura pelas geadas negras, e parou em

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Fotos: Juliana Gregozewski

Ricardo Pohl

Curitiba. Lá viveu. E, um tempo impreciso, em Foz do Iguaçu.

José fala como se não houvessem pontos, apenas vírgulas. Vírgulas transmutadas em nés. Naturalmente, já sabendo os porquês da presença de tal visita em sua casa, decidiu ser direto. E, afinal, não é assim que são os homens, práticos? Não seria de se espantar que tal procedência, a dos homens, se refletisse na paternidade, numa ambivalência entre a rispidez e a comicidade lembra, quem escreve, da forma como seu pai lhe amarrava os cadarços dos tênis; ninguém nunca os aprontará com tamanha firmeza empregada, de tal forma que ninguém nunca conseguiu desatá-los sem enrugar-

se. Um carinho desajeitado.

“Tira a fralda do piá!”, balançando a cabeça e erguendo os braços, reelembra José da época em que discordava dos cuidados que a mãe de seu filho dava. “Ela não batia muito bem”, lamenta sobre o passado. O passado, foi o que levou o homem aqui decomposto, a ser pai, integralmente, de seu quarto filho. Susto; infarto; ambulância; polícia e lacaiada jornalística. Os fatos perpassados já foram desnudados pela mídia parasitária e não lhe interessa. Não nos interessa. Mas antes de encontrar o corpo da mulher, o agora porteiro das fortalezas de classes médias e médias altas, sentiu o que seria o embrião dos poderes místicos de toda mãe,

“José, remete aos tempos que ainda era o filho. E, sentando por cima dos peitos das mãos, se transfigura em filho, pai-filho”

a premonição. “Vou ir ver o Matheus né, tava meio angustiado, será que ele não está doente?”, simulando a reflexão, como se nunca sentisse tal tiro na cabeça. “Cheguei aqui, bati na porta ali e ele atendeu, e eu senti que ele estava pálido assim, né, amarelinho e daí corri aqui na porta e eu pensei, aconteceu alguma coisa com a mãe de Matheus”, depõe.

Apesar das propostas da irmã da ex-mulher, tia de Matheus, em levá-lo a Porto Alegre, Sebastião decidiu que o tutor do destino daquela criança dali em diante, seria ele mesmo.

“Ainda bem que eu era aposentado, se eu não fosse, se eu tivesse que trabalhar, eu tinha que ter dado para tia”, recapitula. Três anos e meio, e Matheus foi morar com o pai, na casa que ele mantinha, uma vez que, era separado da mãe do piá.

“Cuidei dele né, porque eu fui pai e mãe dele”. Ao declamar tais orações no passado, seu Zé invoca um espírito profundo em devaneios lamuriosos.

A sensação não seria mais acertada: decorrido algum tempo de conversa, o

sexagenário confessa a desconfiança do futuro, acusando, com auxílio das vistas - a pouco afundadas nas profundezas das lentes - o famigerado tempo estelionatário. “Só peço a Deus, a saúde para ver se eu aguento mais uns trinta anos. Uns trinta, não! Uns dez anos aí; quinze anos, tá bom!”, estima.

“Aí ele vai estar com dez, vinte anos.

Tá homem! Com dezoito anos ele já se vira, começa a trabalhar, né? Começa a se virar!”, confessa se debatendo em

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cálculos de preocupação. “Mas agora, se algum dia eu falecer, complica para ele, porque com 10 anos vai fazer o quê?”, transpassa que não há mais ninguém, numa linha sucessória legal, responsável por Matheus depois dele.

Posteriormente, e já com o pescoço vencido, seo Zé recobra. “Quando ele tiver uns quinze, vou botar ele pra trabalhar”, ri, com aquela risada típica dos homens simples, que viveram a vida vívida no trabalho. “Porque o pai estará velhinho, daqui uns sete anos, o pai vai estar com setenta já.

Meu Deus”, estoura a sutura da ferida que o aflige. Foge com o rosto, que se engana em semblantes destoantes de preocupação e dentes tímidos.

Retoma a fitar o entrevistador, como cativeiro dos esverdeados olhos ingênuos de Matheus. Matheus, já tinha chegado, acompanhado da força do Minuano - que já ansiado pelo atraso da noite, ensaiava o apogeu de sua virilidade, demonstrando poder ao arrebentar, esmurrando com assobios, as portas nos corredores daquele condomínio de agosto.

Antes, de Matheus espantar a tarde com sua presença, seu Zé passava o expediente da paternidade. “Ficava dia e noite com ele, dava banho e trocava, e tudo, né! Depois eu coloquei ele na creche, ali. Ele ficava na creche durante o dia. Fui pai e mãe, ao mesmo tempo, sem muita prática, porque você, casado, deixa por conta da mulher e, você, você vai trabalhar!”, reflete. Logo, releva as atenções ao calcular a

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maturidade e a experiência que adquiriu zelando de três filhas, hoje todas moças. “Só que, ele ficou, meio... Psicologicamente, ele ficou com problema assim, né! Porque quando ela”, próximo parágrafo!

Assombrar-se-á sobre o tocante, no parágrafo porvir.

Pronto. Bom, perder uma mãe é natural. Mas convenhamos, elas deveriam ser imortais, não? Maldita seja a vadia da cólera que nos rapina a presença delas. Ainda mais, quando se trata de um piá de três anos. A ausência, não deixaria de esvaziar Matheus. “Os médicos falam que mexe com a criança”, inconformado, o senhor Rodrigues desabafa contestando como pode, uma criança de três anos pensar sobre. “Ele ficou meio revoltado.

Do colégio, eles sempre mandavam bilhetinho, que ele estava aprontando, chutava os piás, não obedecia, de vez em quando dava uma crise de choro nele, acho que ele ficava nervoso”, diagnostica. Tião, empregou e até hoje emprega, romarias entre as ciências.

Das disciplinas, nenhuma empurrou no precipício as densas memórias de Matheus. Compreensível. Que força poderá arremessar no fundo infinito, as lembranças da mãe que falta?

Quando a situação é essa, já se está no precipício da consciência.

De psicólogos em psicólogas, o aposentado porta um baú de papelão recheado de papéis, por sua vez, preenchidos por doutores garranchos.

“Daí, a professora fez um relatório para que eu o levasse no médico”, enquanto revirava e revirava encaminhamentos, no percalço de um em

específico, para e pensa. E espera que chegue a especialidade. Quando pesca, passa a vista e hasteia para a luz o documento desejado. Ensaia o batizado. “Neu-rô, neurologista!”, concluí. Passa o relatório. Uma receita, da conhecida faixa preta em dar mata leão na piazada. Matheus começou o tratamento com Metilfenidato, a ritalina, e desde então, seu pai só tomou nota de vantagens. Até a data da entrevista concedida, o único problema do primogênito, era a letrinha, porque de resto, de resto, estava tudo indo bem! Notas aumentando e atenção batendo ponto.

O pai protege o filho domando a língua: não toca no assunto com ele. Também, deixa as fotos, enterradas nas caixas de sapato, e os álbuns, afundados em bagunças de armários. Diante de mim, o homem já pressionado pelo deus tempo, se transmuta em guri. O saudosismo toma conta de Sebastião, que vê o passado pela janela da sala. José Sebastião Rodrigues, lembra do pai de quem foi filho. “Eu lembro, o meu pai, ele não tinha nada, era

analfabeto, mas eu tinha ele como um herói, que naquela época, não se estudava”, assustado, Tião, talvez assista ao pai em todos os lugares e, em todos os lugares, talvez confunda o pai consigo mesmo. “Meu pai para mim era tudo, e eles são a mesma coisa, você também! É a mesma coisa com teu pai, então a gente tem uma coisa com nossos pais como um exemplo, como um espelho. Eles tem a gente como, assim, um herói, né?”, constata. Temos sim, seu José.

Quer dizer, os filhos têm sim.

Hoje, Zé julga que seu filho anda bem. Narra que no começo, foi surpreendido pelo medo que seu filho tinha, então com três anos, de chuveiro. “Ele não gostava de chuveiro, tinha medo. Não sei o porquê, ligava o chuveiro pra ele tomar banho e ele saia correndo, chorando, mas isso deve ser porque será?”, questionado, olha de alcance sequestrado, perdido.

“Comprei cuequinha para ele, e tudo mais, já aliviou, né! Porque aquele negócio, deussulivre!”, testemunha sobre as experiências escatológicas com fraudas. Cheguei! De supetão, se vislumbra um piá na janela...

A penumbra, típica do alaranjado pôr do sol que arde no céu de inverno, e que cadenciava a entrevista até

José “adotou” Matheus há 7 anos

aquele pedaço de segundo, rasga com o anúncio de Matheus. Num zás, Matheus dribla o prédio e finca-se na sala. O pai, num gesto de gentileza para com a pessoa do entrevistador, empurra, de uniforme de treino, o aspirante, santista, a futebolista na direção do entrevistador.

Acomete com os seguintes dizeres sotaqueados. “Ele tá entrevistando”, denuncia, com uma vista, o magrão com um caderninho na mão. “Vou no banheiro, fala aí com ele”, manda e perde-se nos corredores.

Olhares disparados, só são blindados por palavras emergentes.

Então, você é santista, é? O piá, de seu fôlego estava saciado. Chega, inebriante, um despedir de sol gelado. Matheus está no quinto ano. Na escola, gosta de estudar matemática e de educação física.

Não se lembra da última nota em matemática, mas que gosta, gosta!

Matheus é um dos melhores lá do Onze. Onze é um time para garotos abaixo dos onze anos, que Matheus participa porque quer ser profissional.

Matheus gosta de matemática. Ah, e quem falou que Matheus é um dos melhores lá do Onze, foi o próprio treinador – Matheus quem contou.

E Matheus, gosta de matemática,

mas escreve os números fora dos quadrinhos e a professora não gosta.

Mas lá no Onze, lá no Onze, ninguém “guenta” com caneladinho!

Matheus respondia com um destroncado balançar de cabeça. Os cabelos sinalizavam, furtivamente, negativa ou positivamente. Por vezes, comunicava de forma confusa, se contradizia. Os olhos, gateados, estavam mais prestando atenção em quem interrogava, do que nas perguntas. Mas então, você gosta de matemática, ein? “Mais difícil!”, interrompe o pai ao efeito burburinho de um copo da água. “Ele gosta de Matemática, Português, ahn...

História ele não vai muito bem, mas em matemática até que ele vai”, completa. “Português eu tô mal.

Artes, também!”, enquanto explicita sua carreira escolar, José discrimina as notas de Matheus, dessa vez, obtidas em outra caixa, com boletins.

“Ensino religioso não tem nota; Artes tirou sessenta. Seis, sessenta e seis.

História, seis; Língua Portuguesa, seis e meio; matemática ele gosta, mas está com cinco!?”, reclama.

A escolinha de futebol era por conta da tia, confidência o senhor Rodrigues da única ajuda que a pouco perderá, já que a cunhada acabará de morrer. “Para ele nunca precisei comprar roupa. Ela sempre enviou, e foi só ela também que ajudou, agora perdi uma ajuda, já faleceu”, lastima. Quando José tem que sair trabalhar, no turno da noite, deixa Matheus aos cuidados de Rose, que dança na auto-estima no juízo do esportista mirim. “Aí, eu pago uma pessoa para cuidar dele enquanto vou trabalhar. Trabalho a noite, três dias por semana, quinta, sexta e domingo, fim de semana e quando é feriado, sou folguista”, detalha. “Quando vou, ele fica com a Rose à noite”, atesta. Aos domingos, Rose não está disponível, então José leva o filho junto, no serviço.

Matheus, não demonstra sequelas da exposição aos filhos da classe média, até amizade com os piás de prédio fez. “As dificuldades é que você não pode estar todo dia com ele, tenho que trabalhar”, destaca. “Às vezes, a gente tem dificuldade, mas não vê, passa por cima”, afirma. Porque homem, homem não chora! O aposentado, que faz bicos como coruja, também não manifesta medos ou receios porque teve e tem, que cuidar de Matheus.

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Santos é uma das paixões do menino Conscientemente, não, mesmo porque, homem não chora.

A pessoinha, tentando se comunicar com o pai há alguns minutos, dispara a passos de chuteira e indica. “Vô pega uma banana!”. José, acompanhando as pernas do pequeno que se alternam, desvia e de súbito, alveja gentilmente “Quer um café? Um cafezinho?”, pergunta. Uma pausa é o suficiente para admitir. “As dificuldades que eu tive foram no começo, porque ele era pequeno e você não está acostumado, mas depois você vai acostumando também né”, claro! Fraldas, né?

A rotina, de acordar junto com o galo, acompanha José desde a juventude, quando com o sono na cara, desvencilhava, ilusionando com uma japona, da gélida manhã, para então, engatar na força produtiva e atravessar Curitiba e, finalmente, surrava do tempo na firma. Talvez por isso, tente convencer o filho a prosseguir com os estudos vespertinamente. “Vou estudar de manhã, não a tarde”, antecipa impaciente. “Tem que estudar a tarde, de manhã não, dá para dormir mais”, pondera José e remenda. “Ele gosta de estudar de manhã, mas para levantar

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da cama dá mais trabalho”, delata.

“Só que de tarde dá muita briga ali”, Contra-argumento Matheus. Na disputa de retórica mais convincente, pai e filho vão se acirrando nas onomatopeias, resmungos imperceptíveis se atravessam numa crescente “hmmm, éééé, quêêêê, naaada”. “Se tem briga de tarde, tem de manhã também”, deleita-se com a última palavra, o patriarca. “Mas todo dia que eu passo ali, para ir pro treino, tem polícia, pai!”, desmancha o sorriso orgulhoso do pai.

Na inextinguível busca do inatingível, filho e pai, pai e filho, vão costurando por argumentos, e dados e sensos. “Ele

diz que tem muito drogado a tarde”, desconversando, José prossegue. “É só não se envolver com eles, ir só para estudar e não dar bola, não discrimina, mas também não dá bola, você sabe como é maconheiro, fala mal já viu, né, daí o bicho pega, fica na tua, não fala nada, fica na tua e estuda e não dá nada. Se vier conversar, conversa e tudo, mas não se envolve muito”, arremata. O desfecho, não poderia ser mais absurdamente semelhante, do terceiro elemento, portador de um gravador cinza, é desprevenido e espancado por memórias vividas de conversas mui semelhantes

com um certo bigodudo.

Após um arrastado colóquio sobre como a honestidade deve ser praticada, em conjunto com o dever cidadão, acompanhadas de um manual de técnicas-urbanasde-escapismo-de-maloqueirose-confusões-que-te-levarãodiretamente-ao-camburão-dapolícia, quase digo, ou melhor, quase se diz, tá bom, eu juro que vou me comportar, em coral com Matheus. “... isso eu falo pra ele”, pontua. Não era necessário explanar, seu José! Para qualquer filho, fica sabido que o enunciado extremamente enfatizado é coisa de pai. Progenitores que de modo não tanto sutil, tentam gravar valores através da repetição de lições, aquelas indiretas vindas de pais, que já que oriundas de pais, são umas baitas diretas.

O futebol foi a carta na manga para que a entrevista não virasse um interrogatório. No entanto,

a partida de palavras durou mais que noventa minutos. A prorrogação foi imprescindível, já que por vários instantes, a entrevista foi dispersada nos atropeladores momentos sublimes de pai e filho, tão à vontade um com o outro, que emergiam numa mímica outra e frequência comunicacional paralela, só plausível de compreensão, por meio de efetiva hereditariedade.

Entre siglas de campeonatos e viagens que realizou para competir em outras cidades, percebe-se a sinergia entre pai e filho. O futebol é o cordão umbilical que nutre a afinidade. Contam sobre a paixão pelo esporte. Citam o treinador de Matheus, que por sinal, foi um jogador de prestígio do Santos; orgulham-se da escola de futebol que Matheus frequenta, licenciada pelo Santos, inclusive, e, orgulhosamente, enumeram méritos do... Santos Futebol

Clube. Matheus não presenciou Pelé, como seu pai. E seu José travou um pouco na hora de mencionar o jogador favorito do filho, Neymar. No entanto, quando a terceira pessoa presente solta, “Nossa, tem uns dois jogadores do Santos nessa seleção olímpica que foi campeã” a correção, quase que em advertência, vem instantaneamente e em uníssono: “Três! Três do Santos que estavam na seleção olímpica e campeã”, unanimemente fraseada.

São lá pelas seis. Mas aqueles pentágonos e hexadonos, estourados e rebocados por uma terra pisada, precisam ser retirados daquele canto de sala de estar.

Matheus escorrega por debaixo da mesa de refeições e prende, por entre a cintura e o antebraço, a bola - se enche de graça. É hora de esfolar, aqueles gomos manchados de marrons de barro, de contra o verde da grama.

O futebol é o cordão umbilical que liga pai e filho

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Foto: Divulgação

TECNOLOGIA

Internetês Sua preocupação não reflete a realidade Ricardo Pohl

“É para ficar mais bonito”.Foi assim que respondeu Otávio Catelan, estudante de 15 anos que cursa o ensino médio numa escola particular.

A pergunta direcionada foi mais de espantodo que de sondagem.

Afinal, porque um adolescente prefere digitar com textos normais.

Quer dizer, a norma culta do português é usada pelos jovens?

Mas o que quê é isso?

Na verdade, não foi a resposta o equívoco, mas a admiração é que estava deslocada.

Uma vez que, a esperada (má) interferênciado internetês; a linguagem usada na internet é meramente uma impressão. “Da influência do que as pessoas chamam de internetês, no dia a dia...Bem, eu sou professora de Língua Portuguesa e de Redação há anos, e no nível do seguimento em que eu atuo, serei sincera, eu não encontro problemas”,relata a professora de Língua Portuguesa e

Redação, Tânia Bueno do Prado.”Eu não percebo mais marcas de vícios de linguagem, distorcendo a gramática em função do que ocorre na internet, eu sei que muitas pessoas comentam isso”,pondera.

Quando você começou? Desde quando você é um usuáriodo português formal, padrão e culto, Otávio? “É que não ficava legal.Tipo, você conversava com as pessoas, e elas respondiam do mesmo jeito, só que daí eu olhava assime,ah!”, testemunha Otávio, sobre sua iniciação gramatical. “Então eu comecei a escrever só certo. O máximo que eu faço é abreviar beleza para ‘blz’, mas é só isso”, admite.

Otávio destoa do imaginário popular. Para Tânia, essa invasão virtual está bem distante do que dita o senso comum. Entre as qualidades da rede mundial de computadores, a professora evidencia a pesquisa que os alunos têm acesso. “Eu estava usando como modelo aqui na sala,

uma redação de uma aluna que citou uma música do Chico Buarque, a Geni e o Zepelim, e eu perguntei para a sala, quantos de vocês conhecem essa música? Praticamente, ninguém, mas eu deixei uma tarefa de casa, na semana seguinte, perguntei: gente, vocês viram o vídeo? Metade da sala viu”, conta. Tânia já chegou a trabalhar Zygmunt Bauman. “Eu trabalhei um pouquinho sobre esse assunto com eles aqui, para eles terem noção sobre o tema, do que é modernidade líquida.

Falei: agora vocês se aprofundem, pesquisem e depois incorporem esses argumentos na redação”, expõe.

Talvez, esta amostragem evidenciada no ofício porTânia e explícita na boca de Otávio, seja um fenômenoresultadoda educação. “Eles têm um aprendizado do português bom, então eu não tenho preocupação, porque isso não é preguiça, é eficiência na comunicação, porque eu vejo que quando eles vão desenvolver o texto

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Fotos: Camia Juviak

a coisa sai bem feita”, responde o pai de Otávio, o bioquímico Ricardo Catelan, de 47 anos sobre a exposição ao internetês. “É claro que a eficiência da escrita de um texto formal, tem a ver não só com a técnica do português, mas com o número de leituras de texto que te ajudaram a formar uma ideia, porque muitas ideias são complexas, tem que fazer sentido naquilo lá, então isso aí não é apenas você aprender a técnica da língua portuguesa, mas a literatura é uma fonte de enriquecimento, e facilitação na hora de você escrever um texto, então isso daí soma muito”, completa Ricardo.

A tranquilidade deste pai tem motivo também no filho mais novo.”A única coisa, é que eu não boto os pontinhos do ‘i’”,assume o estudante Gustavo Catelan, de 12 anos, que tem parte do dia recheado por aventuras e desafios nos games. Oex-jogador de Roblox e recém-chegado ao mundo de Agar.io, também não possui domínio do internetês, quando muito, faz uso do linguajar nos bate-papos dos games.

“Tem um chat que fica num canto da tela e os caras ficam escrevendo e eu fico olhando”,responde.”Eu acho que eles sabem discernir bem isso aí, eles sabem que a linguagem pode ocorrer de diversas formas, de acordo com o contexto, que é uma coisa que eu ensino muito bem”,estabelece Tânia que já foi avaliadora do Ministério da Educação, o MEC. E mesmo que, seus dois filhos estivessem imersos na escrita apressadado português nas mensagens instantâneas da internet, Ricardo não

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veria problema.”Faz parte da evolução, essa questão de comunicação escrita e facilitada que você vê na internet é uma coisa que não vai parar, pelo contrário, acho que vai aumentar, e faz parte da vida, então você tem que viver no mundo e superar, sendo capaz não de parar de mexer com isso, mas fazendo bem feito, se é para escrever dessa forma que seja bem feito, se é para fazer um texto padrão que seja bem feito, acho que é possível sim”, esclarece.”Se a educação que se dá em casa junto com a qualidade do ensino for falha, é claro que o contato inapropriado, com colegas inapropriados e uma língua inapropriada será ruim”, opina e finaliza em outro trecho.”São pessoas inteligentes que não ficarão mais burras por causa disso não”.

Esta posição, segura e progressista do pai, vai ao encontro da constatação da educadora que acumula no currículo um mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. “A linguagem vai se transformando.Vários acentos foram extintos.Isso é uma mudança, que não tem nada aver com a internet, com a tecnologia, é outra mudança baseada em outros parâmetros.Então isso prova, por inúmeras razões, que a língua é viva. Um exemplo: o verbo ficar, no sentido de relacionamento, é recente. Um dicionário antigo, não vai ter esse significado, mas alguém usou aquilo, foi passado para frente, ficou registrado e, resultado, o dicionário incorporou”, demonstra. “Uma obra original do Machado de Assis, por exemplo, vai usar a palavra cousa,

porque quando ele escrevia, era essa a forma que se usava para aquilo que nós chamamos hoje de coisa. Então o assobiar, hoje é assoviar”, discorre. O que se depreende da situação da troca de mensagens em tempo realíssimo, é a adequação. “Sempre comparo com um guarda roupa: você não precisaria estar de terno hoje aqui, nem eu de longo, é uma situação de informalidade, se nos formos para uma festa de formatura nós não podemos ir com essa roupa, então eu tenho que adaptar a roupa ao contexto, da mesma forma a linguagem. O nível de linguagem em uma redação exige uma formalidade. Para mandar uma mensagem de celular, eu posso truncar as palavras. Não tem certo e errado, tem o ambiente em que isso ocorre”,desmistifica.

Quando questionada se a forma rápida de se dedilhar influenciaria a caligrafia, se extrai um momento de reflexão de Tânia, que tão cordialmente antecipava as desculpas num início de entrevista, por acreditar que estava desfocando da pauta aotestemunharpela positividade da web.“Eu acho que você tem razão.

Tanto é, tem uma coisa que eu percebo na redação que é muito comum o aluno comer sílabas, eles comem porque a cabeça está tão rápida, e seria mais rápido digitando, só que na caneta é mais devagar, então é comum eles comerem uma palavra, uma sílaba, porque esse ato de escrever manualmente é mais lento, eles estão todos acelerados, então, a mão não acompanha o cérebro”,finaliza.

Mitos e verdades:

olhos, ouvido e... postura

Evelyn Antonio

“Chega menino de ficar nesse computador, você vai ficar cego”, “Eu vi hoje em uma reportagem na TV que os jovens estão ficando surdos por causa desse fone de ouvido”, “Arruma essas costas, você vai ficar toda torta”. Se você assim como eu já ouviu essas frases ou falou alguma delas, está na hora de desmistificar, ou não, sobre os maus causados pela tecnologia na saúde de crianças, jovens e também nos adultos. . É um dos fatores que causam a perda parcial ou total da audição, pelo alto volume emitido. O fone de ouvido é mais prejudicial pelo fato de estar no conduto auditivo externo fazendo com que haja escamação de pele e acumulo de cera. Para preservação e bom funcionamento da audição os decibéis (unidade que mede o som) devem ser d 75, porém nessa intensidade a pessoa já começa a ter alterações quanto a capacidade de ouvir.

- Dr. Heitor Sonda - otorrinolaringologista O uso excessivo celulares, tablets, computadores, TV’s e afins, são prejudiciais aos olhos devido à luminosidade das telas, ou seja, quando os olhos ficam por mais tempo focados nelas e não são lubrificados. Esse fenômeno é chamado como síndrome do olho seco. O ideal é que a tela do aparelho tenha luminosidade o suficiente para a leitura, que tenha visibilidade e não force os olhos nem com excesso ou falta de luz.

- Dr. José Casemiro - oftalmologista

Sentar e andar de forma correta para que não haja sobrecarga na estrutura óssea, articulações e ligamentos, é essencial, não somente ao utilizar aparelhos tecnológicos, mas a postura deve ser mantida para um bom funcionamento do organismo.

Apesar de não ter consequências permanentes a recuperação pode causar dor ou desconforto. Se você estiver com sintomas dores de cabeça, na coluna, pescoço, isso pode ser um sinal que sua postura não está como deveria.

- Dra. Caroline Antunes - fisioterapeuta

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