BOCAS
Ilustração: Letícia Rosa Lago
CURITIBA, SETEMBRO DE 2014
LITERATURA • RECEITAS • INDICAÇÕES • ENTREVISTAS
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Editorial
#Literaturando
O
A
jornal BOCAS, que está em sua 1ª edição, foi elaborado por estudantes de jornalismo e tem como objetivo abordar a culinária de Curitiba, repleta de peculiaridades. A gastronomia da capital paranaense conta com diversas opções de restaurantes e espaços gastronômicos, e suas influências são as mais diversas: da cozinha italiana à tailandesa, passando pela árabe, chinesa, alemã, peruana, entre outras. Abordaremos receitas de variados tipos, entrevistaremos pessoas que usam a gastronomia como trabalho e também daremos dicas para que você, querido leitor, descubra novos sabores. De vegetarianos a doceiros, amantes de vinho a um bom feijão com arroz, o BOCAS transformará a gastronomia em literatura cotidiana, trabalhando com a imaginação e o paladar de cada um. Para a concretização do projeto, contamos com o capricho e dedicação de André G. Silveira. As ilustrações do artista deram ao jornal mais vida e personalidade. Além disso, a capa foi feita com muito esmero por Letícia R. Lago. Delicie-se com nosso jornal e boa leitura!
Bianca Ogliari
inda que a declaração se insira num contexto peculiar, literatura sempre existiu na gastronomia. Em Roma, a subsistência foi, desde cedo, um problema fundamental para despertar o aprendizado culinário. A necessidade de assegurar o abastecimento público é defendida e elogiada por Plínio, o Velho, entendida já pelo grego Xenofonte como obrigação do chefe e torna-se um ditame importante no tempo da República, e sobretudo na Época Imperial, a partir de Nero. Júlio César distribuía, para seus homens, carne de porco, azeite
e trigo. Eram os alimentos ricos e calóricos que a sociedade romana acolhia com louvor. A referência do alimento, muitas vezes pouco explicada, sempre nos deixou do lado de fora da literatura gastronômica, por exemplo, em detrimento da importância que possuem os divertimentos em Roma, parece-nos prorrogar uma reflexão sobre a alimentação dos romanos. É devidamente que o alimento tão simples como o pão, no sentido em que entendemos hoje, e também no sentido que tinha entre os romanos primitivos. Surgindo a literatura gastronômica na época Imperial,
tão afamada entre nós pelos excessos nos banquetes e festins, ninguém lembrará ou lerá que o pão era o pasto mais apetecível nesta época, para os romanos. Mudam-se os tempos, mudam-se os gostos e trazem agora novas iguarias, ficando por isso esquecido o puls, o azeite dos romanos, as histórias das avós com seus pratos eternizados nas nossas mentes, porém, surge o Literaturando para retratar aqui a nova literatura gastrônomica, contando histórias do antes e do agora. Esse é o meu “seja bem-vindo” aos leitores de estômago intelectual.
Expediente Editora-chefe: Bianca Ogliari Redação: Ana Santos, Ana Plassmann, Bianca Ogliari, Camilla de Oliveira, Josiane de Souza, Maria Luiza Lago, Sarah Menezes e Stephanie Machado. Diagramação: Camilla de Oliveira Ilustrações: André G. Silveira e Letícia R. Lago Impressão: Gráfica Exceuni Tiragem: 50 exemplares Contato: facebook.com/jornalbocas issuu.com/jornalbocas
“O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar.“ Anthelme Brillat-Savarin, gastrônomo francês Ilustração: André G. Silveira
Esse projeto foi elaborado por alunas da Universidade Positivo e realizado para as disciplinas de Introdução ao Jornalismo e Legislação e Planejamento Gráfico, do curso de Jornalismo.
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#ABocaDisse Ana Plassmann
Divino Mestre
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abe aqueles dias em que você quer sair da mesmice, mas nem tanto? Se dar ao luxo de comer fora, mas nem tanto? Então, foi na Avenida Água Verde, número 19, que encontrei o restaurante Divino Mestre. Um cenário que por minha visão, talvez considerado rústico, é uma churrascaria, que, por meio de pesquisas e opiniões do público, é muito elogiada e bem conceituada. Com uma localização fácil, tem um ambiente amplo, que nos deixa à vontade. Luzes baixas e decoração em cores neutras trazem um novo formato de churrascaria. Mas, como nem tudo são flores e excelentes refeições, o restaurante pecou um pouco no estacio-
Ilustração: André G. Silveira
namento, que foi um problema. Por ser pequeno, comportar poucos carros e ter vagas estreitas, há congestionamento quando o limite de veículos é ultrapassado, principalmente em finais de semana e datas comemorativas. Com um variado cardápio, por rodízio, não há um momento em que o garçom não passe por sua mesa. Você não se verá à espera das carnes. Mas não se surpreenda se, em algum momento, a carne chegar fria. Ao questionar o garçom sobre, ele se desculpou e disse que isso ocorreu em vista da rotatividade dos pratos. Como eu estava sentada no canto, perto da porta, consequentemente eu era a “úl-
WikiMaki tima” a ser servida. Entretanto, após minha reclamação, não tive mais problema e tudo se resolveu rapidamente. Os garçons mostraram-se competentes quanto ao bom atendimento ao cliente e não deixaram a desejar quando se é feita alguma observação. O que vale é o preço, que, por sua vez, é acessível, mediano e cabe no bolso facilmente. O Divino Mestre é, com certeza, um restaurante muito bom e convidativo para voltar outras vezes. Garanto que quem visitar o estabelecimento não irá de maneira alguma se arrepender. Recomendação do BOCAS para você. Aprovado!
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iajando para outra cultura, sem sair do país, da cidade, e até mesmo da sua própria casa, o WikiMaki está disposto a fazer você saborear variados pratos inclusos no cardápio recheado e ainda a sua especialidade, o Temaki. Ali, a culinária japonesa é abordada de forma simples, perfeita para qualquer hora e momento. Ao chegar, fui muito bem atendida, sem demora, e logo me apaixonei, em especial, pelo Temaki Salmão Filadélfia, que é composto por boas doses de salmão e cream cheese. Outra exclusividade e diferencial do restaurante é o sanduwiki. Como o nome sugere, é um sanduíche, porém modificado. No lugar do pão, entra o arroz japonês grelhado, havendo duas opções de recheio: salmão ou shitake. Eu não experimentei, mas não duvido que seja também uma delícia. E, após a refeição, não se dê por satisfeito e invista na sobremesa. Você pode optar por um Temaki doce. Sugiro o de dois amores com morango, doce de leite, côco queimado e banana. Não é possível que não te dê água na boca! Não se acanhe se estiver em casa com aquela preguiça boa de domingo. Você pode ligar para o número (41)3049-0029, com funcionamento extenso das 18:30h a 00h. Ou se preferir, vá até a Avenida Munhoz Rocha, 755, no Cabral. Já marquei a minha volta, aprovado!
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#CantinhoVerde Sarah Menezes
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Ai, ai, eu não gosto de abóbora
onheço muita gente que não gosta de cozinhar. Acha que é muito difícil, não consegue fazer arroz que não desgrude da panela, e, ainda por cima, tem preguiça de limpar. Pois bem, eu nunca fui assim. Desde muito pequena eu percebi que cozinhar é fácil, que fazer arroz soltinho é possível, e que lavar a louça não faz a mão de ninguém cair. E assim, nasceu um pequeno sonho de falar para as pessoas como cozinhar pode ser prazeroso. Aqui no Cantinho Verde, eu pretendo compartilhar receitas fáceis, e que, além disso, fazem bem para a saúde. Cozinhar leite condensado com chocolate em pó é facílimo, mas arcar com as consequências de viver à base de brigadeiro não é tão simples. Minha proposta é uma culinária saudável e prazerosa. Sendo assim, logo lembrei da frase que tanto ouço “éca, abóbora” ou então “ui, vai abóbora nisso aí?”. Pois bem, queridos: abóbora faz muito bem para a nossa saúde, e é super recomendado que a gente inclua ela na nossa alimentação. É bom comer abóbora cozida, pura? Olha, ruim não é, mas é meio sem graça. Por estas e outras, eu compartilharei uma receita que faz até criança mimada comer abóbora: Um purê. Primeiro, largue esta abóbora gigante. Você vai perder alguns dedos tentando cortá-la. A minha dica é você comprar aquela abóbora da feira que já vem
picadinha. Ou então, se você tem o sonho de cozinhar essa abóbora enorme, cozinhe ela e descasque depois. Certo? Não quero ninguém sem dedo me processando depois. Bem, a abóbora precisa cozinhar bastante, e isso depende da quantidade que você está fazendo e da capacidade do seu fogão. Portanto, fique atento. Quando perceber que a abóbora está mole o suficiente para virar um purê, tire ela da panela e coloque em uma vasilha. Com o auxílio de um garfo e de azeite de oliva, esmague tudo. Um ou dois fios de azeite já é o suficiente. Agora, se você quiser deixar bem cremoso, coloque duas colheres de sopa de cream cheese ou requeijão light. Tempere este purê com orégano, e reserve. Ele já está delicioso, ok? Mas nós vamos deixá-lo irresistível. Para isso, vamos para a próxima etapa. Para deixar o seu purê inacreditavelmente delicioso, vamos precisar de proteína de soja. Aquela bem miúda. Deixa hidratar em água morna por 15 minutos, enquanto você refoga cebola e alho a gosto. Acrescente a proteína, sal, e seus temperos favoritos. Vale pimenta do reino, orégano, salsinha, e o que você quiser. Para deixar o molho bem suculento, pique um ou dois tomates, dependendo da quantidade de PTS que você utilizou. Se você quiser acrescentar um molho de tomate, fique à von-
tade. Ingredientes como cenoura e beterraba cozidas também acrescentam muito sabor ao molho. Depois de cozido, é só jogar no purê. Agora, finalize com o queijo de sua preferência (ralado ou fatiado), e leve ao forno por cerca de cinco minutos. Espere o queijo derreter, e veja a mágica acontecer. Olha, se você não conseguir fazer seu filho comer abóbora depois deste purê, está na hora deste mocinho levar umas palmadinhas. Não esqueça que a abóbora é rica em fibras, água, vitaminas A, C e E; além de ferro, fósforo e outros minerais. Vale a pena comer um pouquinho desta hortaliça!
Ilustração: André G. Silveira
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Omeletinho
ecentemente conheci uma médica que me ajudou a mudar muitos maus hábitos do meu cotidiano. A doutora Léia, além de médica, é uma mãe que arranjei em Curitiba para fazer com que eu coma direito. Ela percebeu a minha vontade de chegar em casa e comer algo quentinho para aquecer o coração. E assim, conheci o omelete mais gostoso da vida! Com apenas dois ovos, duas colheres de sopa de farinha de aveia (média), uma colher de sopa de requeijão e alguns temperos, você tem uma comida quentinha e saudável. É difícil? Não, e nem precisa jogar a preguiça pra lá. Você só deve mexer bastante tudo isso, colocar um fio de azeite de oliva na frigideira, virar tudo lá e esperar o omelete inflar. Às vezes, ele quebra ao meio porque a gente não é profissional, mas o gosto continua o mesmo. Além de gostoso, o omeletinho da doutora Léia é super saudável. A farinha de aveia é rica em proteínas, vitaminas (como B3, B1 e E), fibras e minerais; e também ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue. Os ovos são ricos em ômega 3, e, se você colocar um pouco de alho, ele ajuda seu sistema imunológico a funcionar melhor. Espero que, depois de um dia frio fora de casa, você consiga colocar suas pantufas e comer uma comida rápida, quentinha e saudável. Afinal: barriga cheia, coração feliz.
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#NaquelaRua... Ana Santos e Camilla Oliveira
N
uma bela tarde de domingo, um pouco chuvosa, mas bonita, resolvo ligar pra nova amiga que fiz na cidade a fim de jogar conversa fora e, quem sabe, ir comer alguma coisinha boa. Afinal, ninguém é de ferro e merecemos comer umas besteirinhas de vez em quando. Pego o telefone e então ligo. Ela logo atende, sendo simpática como sempre é. Faço o convite e aguardo a resposta que virá do outro lado da linha. Percebo que Maria sorri e logo responde com um sim bem alegre e feliz. Pronto, nossa programação para a tarde está combinada. Agora corro ao Google para dar uma olhada e descobrir qual ônibus devo pegar para chegar até o local. Não demoro a descobrir. Santo Google! Vou para o ponto de ônibus e embarco para encontrar com Maria e curtir a tarde de domingo de uma maneira prazerosa. Seguimos então em direção à Bella Banoffi. O estabelecimento é uma ótima opção pra quem gosta de um clima mais hippie, tranquilo e aconchegante. Localizada na Rua Itupava, Alto da XV, em Curitiba, a doceria e bistrô é sinônimo de qualidade e eficiência, tendo recebido vários e importantes prêmios gastronômicos da cidade, como o Prêmio Comer&Beber Revista Veja Curitiba - Melhor Doceria de Curitiba, em 2013/2014; Prêmio Comer&Beber Revista Veja Curitiba – Eleita a Melhor Doceria em 2010; e sendo indicada a várias premiações da capital paranaense.
...existe um aconchego
Ilustração: André G. Silveira
Um diferencial do estabelecimento é a própria decoração. Com diversos elementos vintages, o espaço é super aconchegante e acolhedor. Dá a impressão de ser um ambiente retrô misturado com um ar hippie, sendo um lugar ideal pra quem quer jogar conversa fora com os amigos e se deliciar com as saborosas tortas que a casa oferece. E por falar em tortas, o xodó da casa recebe o nome do próprio estabelecimento. A Torta Banoffi é feita com pedaços de banana, nata, biscoitos e doce de leite. Irresistível! Quem vai até a Bella Banoffi, não pode deixar de experimentar essa delícia. Quem experimenta, não quer saber de outra torta.
O bistrô também oferece aos clientes um cardápio irresistível e inconfundível. De terça a domingo, os pratos variam de filé de frango cremolado à macarrão tailandês. No domingo, o cliente pode pedir um filé curitibano de escondidinho de camarão, entre outros itens. Outro diferencial são as sobremesas de dar água na boca, como o cheesecake de frutas amarelas, ou o sorvete de queijo com calda de goiaba. O filosofo Cícero já dizia: “O prazer dos banquetes não está na abundância dos pratos e, sim, na reunião dos amigos e na conversação.” Entretanto, na Bella Banoffi você pode saborear o prazer desses banquetes juntamente
com reunião de seus amigos. Voltei para casa, alegre e feliz por poder passar bons momentos com minha amiga Maria. Pude desfrutar de uma boa gastronomia e de uma ótima companhia. Alguns diriam que de um dia chuvoso não se pode esperar nada de bom, e que domingo sempre é chato. Eu discordo. Indo à Bella Banoffi com boas amizades, qualquer dia ruim se transforma. A casa funciona de terça a domingo, das 11h00 às 22h00, e oferece a opção Vallet para estacionamento. Para mais informações, ligue (41)3262-0004.
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#AdoçandoAVida Maria Luiza Lago
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uando comi pela primeira vez a torta de pistache, estava em clima de festa e alegria: era Ano Novo de 2013 e toda minha família estava reunida numa mesa rodeada de delícias salgadas e doces. A torta de pistache foi criada por Andrea Destri Krieger Lago e é uma das melhores sobremesas que já experimentei, por ser cremosa e crocante ao mesmo tempo, por cair bem em reuniões familiares, por ser esteticamente bonita e por deixar um gostinho de “quero mais”. Você deve pensar: pistache deve ser muito enjoativo... Pelo contrário, é muito saboroso! Não deixa de ser bastante adocicado, mas o sabor da massa crocante de maisena equilibra o gosto doce do pistache e do leite condensado. Você ainda pode colocar pedacinhos de pistache para deixar a torta mais crocante, equilibrando a cremosidade do recheio. De acordo, com Andrea, “essa torta de pistache é ideal para finalizar uma refeição leve ou ser degustada como um pequeno lanche, acompanhada de um chá, café ou suco. Seu recheio é doce, com sabor pronunciado de leite condensado e deliciosamente salpicado de pedaços de pistache. O contraste da cremosidade do recheio com a casquinha crocante que envolve a torta deixa esse doce muito especial. Prove e não irá se arrepender!”. Segue aqui a receita dessa deliciosa torta:
Torta de Pistache Massa: - 1 pacote de bolacha maisena moída no processador (200g); - 100g de manteiga sem sal (pode derreter um pouco no micro-ondas); Misture tudo e forre uma fôrma redonda com fundo removível. Deixe assar por uns 15 minutos e estará pronta quando a borda dourar. Aguarde a massa esfriar e faça o recheio.
como finalização complementam o sabor da torta, que, por ter um gosto doce marcante, dão destaque ao chocolate, que pode ser branco, preto ou amargo. A bolacha maisena também equilibra esse gosto, não deixando que fique muito enjoativo de comer. A sobremesa combina com vinho, sucos e chás, sendo leve e, ao mesmo tempo, doce. Você pode variar os recheios para misturar com o leite condensado: chocoRecheio: late, morangos picados, diversas - 200g de pistache descascado; A torta de pistache é uma receita frutas, diversas sementes; não só - 2 latas de leite condensado; prática e fácil de fazer, com ape- pistache, como nozes, amêndoas, - 1 colher de chá de manteiga; nas seis ingredientes que podem castanhas: deixe sua imaginação - 2 latas de creme de leite sem adocicar o seu dia e servir de so- te guiar! soro. bremesa para qualquer tipo de O leite condensando mais a masMoa o pistache no processador, ocasião. As raspas de chocolate sa de maisena lhe darão abertura para que você possa criar infinitas possibilidades de sobremesa, desde as mais doces até as mais leves. Para servir a torta, são também indicadas raspas de limão (o azedo característico dessa fruta pode dar uma quebra do gosto doce), raspas de laranja ou outros alimentos que não interfiram no gosto do pistache, mas que apenas deixem uma lembrança ao comer a torta. Dependendo do tamanho em que ela for feita, pode servir 10 pessoas ou mais; mas também pode ser feita em miniatura. Para quem procura um doce requintado, que não precise de muita prática na cozinha para ser preparado e que seja saboroso, a torta de pistache é ideal. Não deixe de experimentar, fazer em casa e comer com os amigos. Ilustração: André G. Silveira
mas deixe pequenos pedacinhos. Misture o pistache com o leite condensado e a manteiga, e leve ao fogo até dar ponto (descolar da panela quando for mexendo com a colher). Deixe esfriar e depois misture com o creme de leite gelado e sem soro. Recheie a massa e coloque na geladeira por algumas horas para firmar. Se quiser, finalize com algumas raspas de chocolate preto ou branco para enfeitar a torta.
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#PrazeresDaMesa Stephanie Machado
Entrevista com estudante de Gastronomia da Universidade Positivo
A
paixonada por churrasco, comida típica brasileira, a advogada e estudante Briane Taques Posselt nunca priorizou o curso de gastronomia em sua vida, tanto que sua primeira formação é em Direito. Porém, sempre quis saber mais desse universo da cozinha e tentar aprender a desenvolver habilidades de comer e gostar de outros pratos que iam contra sua vontade. O curso está servindo bastante para isso, e as dicas que Briane deixa para quem gosta de cozinhar são de que as pessoas continuem incentivadas com esse gosto e que prossigam aprimorando os seus conhecimentos, pois existem muitos cursos rápidos com especializações em determinadas áreas. “Acho esses cursos muito interessantes. É sempre um conhecimento a mais que vai sendo adquirido, algo que vai ser usado na sua vida, afinal, todo mundo come. Se você não usar as técnicas profissionalmente, vai usá-las na vida pessoal, e esse foi um dos motivos pelos quais resolvi fazer gastronomia, já que ela está em tudo no nosso dia a dia”, diz a advogada.
mesmo, querendo aprender uma coisa que eu não conhecia. Então, me senti insegura, mas o curso está sendo tranquilo.
É um mercado que está crescendo bastante. Então, a tendência é melhorar, tanto que, há alguns anos, não tínhamos curso de gastronomia.
O que você aprecia na gastronomia? O fato dela fazer parte do nosso cotidiano, de você conseguir ter uma diversidade mudando os pratos, o estilo, a decoração. A gastronomia é muito dinâmica, sempre se aprimorando, descobrindo novos temperos. O gostoso na gastronomia é justamente esse dinamismo.
Confira uma das receitas preparadas pela nossa entrevistada: RISOTO AL GAMBERONE Ingredientes: 500g de camarão rosa médio sem casca 2 tomates sem pele e sem semente 2 colheres de cebola 80g de manteiga sem sal 100ml de vinho branco seco 75g de queijo parmesão 1/2L de caldo de camarão ou peixe 300g de arroz arbóreo 100g ervilhas frescas (opcional)
Na sua opinião, qual é o melhor prato da cozinha nacional? Não tive ainda aula de cozinha brasileira aqui na faculdade, mas eu gosto bastante de churrasco, um dos meus pratos preferidos. Amo churrasco desde criança! Sou daqui do Paraná, mas convivi muito com gaúcho. Nós fazemos carne de tudo quanto é tipo. Sou carnívora mesmo. Há algum prato que você detesta? Um dos pratos que eu não consigo comer ainda é o de comida japonesa. Não como nada, não há o que faça eu comer (risos). Prefiro massas, mas quem sabe, com o tempo, eu consiga adaptar meu gosto.
Preparo: Ilustração: André G. Silveira
valorizando mais. Antigamente, ouvíamos: “essa pessoa vai fazer um curso para ser cozinheira”. Parece que a gastronomia era uma coisa não muito valorizada. Entretanto, vejo que hoje a opinião das Você se sentiu insegura com repessoas está mudando bastante. lação ao curso e às disciplinas? Elas estão querendo desenvolver Me senti bem insegura. Como seu paladar. eu não tinha conhecimento nenhum, nunca fui de estar muito Qual sua opinião sobre a gastro- Antes, pensava-se que os estudantes de gastronomia são de na cozinha, de observar... Minha nomia brasileira? família sempre pediu comida em Acho que a gastronomia nacional “baixo padrão”, mas não, são pescasa, então eu não tinha esse do- tem tido um up nos últimos anos. soas que têm requinte, que gosmínio, esse conhecimento. Eu en- É um mercado que está crescen- tam de saber o que combina ou trei no curso sem saber de nada do muito, que as pessoas estão não, que querem comer melhor.
Leve uma caçarola ao fogo com a manteiga, adicione a cebola e refogue. Junte o arroz, mexendo bem, adicione o vinho branco seco e deixe evaporar. Acrescente, aos poucos, o caldo de peixe ou camarão, mexendo sempre por, aproximadamente, 15 minutos. Junte o camarão e os tomates em cubos e cozinhe-os por mais 3 minutos. Por último, acrescente o restante da manteiga bem gelada. Se preferir, salteie os camarões com manteiga e ervas e adicione ao risoto somente no final. Sirva em seguida.
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Eventos Gastronômicos
Poesia
1º Festival de Carne de Onça em Curitiba
Boca
Camilla de Oliveira
Astrid Cabral
D
e 9 a 23 de setembro, acontecerá o 1º Festival de Carne de Onça em Curitiba, organizado pelo site Curitiba Honesta. De acordo com a página, 34 estabelecimentos irão participar e o preço é único: R$9,90. A notícia animou os fãs do petisco, tanto pela variedade de opções quanto pelo preço acessível. A carne de onça é tradicionalmente consumida na capital paranaense, sendo saboreada desde 1950. O prato é formado por uma porção de carne moída servida sobre uma fatia de broa preta. O tempero é a marca registrada da receita: cebola branca e cebolinha picadas, azeite de oliva e mostarda escura. Entretanto, outros ingredientes podem ser acrescentados, dependendo do bar ou restaurante. Como acompanhamento, um chopp bem gelado é a melhor opção. A expectativa em torno do evento é grande, e muita gente já está se programando para aproveitar ao máximo esse festival. Então chame seus amigos e divirta-se! Para saber quais são os estabelecimentos participantes, acesse a página curitibahonesta.com/festival-de-carne-de-onca-de-curitiba.
Boca livre trânsito de vocábulos e aves fruições e frutos. Boca sede de gozo e poder pombos lhe pousam entre os dentes ávidos pêssegos se imolam cindindo-lhe os lábios.
Ilustração: André G. Silveira
Boca sítio de martírio se a contragosto de fome se fecha ou em pânico se cala atrás de uma mordaça.
Experimente Camilla de Oliveira
Pierogi do Tadeu
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uem frequenta as feirinhas gastronômicas de Curitiba provavelmente já conhece a Barraca do Tadeu, que vende os pierogis mais famosos da capital paranaense. Há 26 anos, o polonês Tadeu Kawalec montou sua primeira barraquinha e vende hoje cerca de 6 mil unidades por semana. O pierogi, prato típico da Polônia, é um pastel cozido que, na receita do Tadeu, é recheado com ricota e batata ou carne defumada e repolho. O cliente pode escolher o tipo de molho que prefere: calabresa, champignon ou misto. A porção mínima vem com seis unidades e custa a partir de R$8,oo, dependendo do molho escolhido. O sucesso é indiscutível e a fila de clientes é longa. Entretanto, a espera vale a pena. A massa dos quitutes é macia e os molhos são deliciosos. Além disso, a barraquinha é um dos poucos estabelecimentos que vendem pierogi de qualidade em Curitiba. A cada dia da semana, exceto na segunda, a Barraca do Tadeu é montada em um local diferente. No domingo, ela funciona em frente ao Cavalo Babão, no Largo da Ordem. O pagamento só pode ser feito em dinheiro.
The Kettle
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m lustre repleto de xícaras de porcelana, decoração delicada e alegre, livros e mais livros sobre gastronomia e, o mais importante, muitas gostosuras e variados tipos de chás. Essa é a The Kettle - chá com simpatia, uma casa de chá localizada na Alameda Prudente de Morais, no bairro Mercês. O ambiente é aconchegante e o cardápio é recheado de pratos e quitutes saborosos. Entre as opções, há sopas, quiches, muffins, waffles e até coalhada caseira. A variedade de bolos e tortas também é grande. Uma boa pedida é a “Rainha de Sabá“, um bolo sem farinha de trigo, que conta com chocolate amargo e amêndoas. Com relação às bebidas, o cardápio também é extenso: cafés, achocolatados, vinhos e espumantes. Entretanto, a especialidade da casa são os chás, que podem ser servidos de duas formas: bule ou xícara. O estabelecimento conta com chás de diversas partes do mundo, como o Earl Grey, o Darjeeling, o Chai Indiano e os chás de frutas. A casa funciona de segunda a sábado, das 14h00 às 21h00, e o telefone de lá é (41)3233-1978. A The Kettle é um ótimo lugar para relaxar e comer bem. Vale a pena experimentar!