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uma variação urbana
from Projeto Feiro
UMA VARIAÇÃO URBANA (textos e imagens por João Henrique Silva, Leonardo Frecchiami, Oriane Menegati e Weverson Gomes)
Tomando por base os problemas atuais associados com a mobilidade, esta Utopia prevê um mundo sem combustíveis fósseis e sem espaço livre para ser ocupado na superfície da Terra, gerando a necessidade de ocupação do espaço aéreo. Dessa forma, os zepelins tomam conta dos céus do planeta e passam a ser a solução para o transporte de produtos e pessoas, gerando um evento de trocas comerciais e sociais a cada vez que param para abastecer algum local, tal qual uma feira o faz na cidade.
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“Nos anos 2000, muitos se perguntavam como seria o futuro da humanidade, se haveria carros voadores, a descoberta de curas para disfunções corporais e psicológicas, e o tão sonhado fim da guerra contra a fome. Em meio a muito caos, desastres naturais, governos totalitários, disputas cada vez mais ferozes entre os homens, ocorreu o inevitável colapso da internet (quem imaginaria tal fato possível?). E, diretamente ligado à essa crise, sucedeu o esgotamento dos combustíveis fósseis que abasteciam a população na maioria de suas necessidades. Após décadas de caos e sofrimentos, os humanos persistem tentando alcançar consciência da união e do respeito entre si. Essa busca por melhorias começa a mostrar resultado para solucionar parte de seus problemas: o transporte de mercadorias. Em meio ao trânsito cada vez mais caótico e o crescimento descontrolado da população que tem como consequência o esgotamento do espaço, o deslocamento por terra se tornou inviável e mesquinho. Tomando como inspiração os projetos de grandes arquitetos que pensaram em utopias futuristas para as cidades, foi necessário encontrar soluções alternativas para o transporte de mercadorias, e o resultado veio voando. Literalmente. A solução foi usar uma antiga tecnologia, há muito tempo não usada, os zepelins. Inventado no ano de 1874, inspirado em “Cloud Nine”, teoria de cidades flutuantes formulada por Buckminster Fuller em meados do início do século XX. A tecnologia do avião não era viável em um ambiente urbano, pois como já falado anteriormente, há pouco ou nenhum espaço para construção de pistas para pousos e decolagens. Os zepelins passaram por uma fase de sucessivos estudos e aprimoração até serem utilizados para muitos serviços, inclusive o transporte de pessoas e alimentos. Seu uso foi amplamente abraçado e incentivado por consumir combustível limpo e se adaptar muito bem aos grandes aglomerados urbanos porque não ocupa grandes espaços terrestres. O pouso dos dirigíveis é visto como um evento muito desejado pela população, já que transportam alimentos e produtos não gerados na localidade (verduras e legumes comuns são produzidos em hortas caseiras comunitárias). Já mercadorias, provisões, artigos, peças e objetos são trazidos pelo ar por empresários responsáveis pela venda. E esses comerciantes se organizam em sindicatos e grupos auto geridos. É interessante perceber também que a transação é feita por dinheiro ou trocas. Todas as mercadorias tem preço justo e alcançável por qualquer morador. De maneira prática, para esse comércio acontecer mercadores e feirantes são arriados até o chão por meio de cordas, e instantaneamente montam suas barracas, transformando o espaço em uma grande feira. Todo o processo é muito ágil e de fácil montagem e organização, por isso é um acontecimento frequente, periódico e muito estimado transformando-se em uma conjuntura cultural e de identificação regional.”
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