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Coimbra evoca diversas figuras femininas no Dia Internacional da Mulher

ARainha Santa Isabel, Inês de Castro, Domitila Carvalho, Regina Quintanilha, Carolina Micaelis, Maria Marrafa ou a Tricana são algumas das figuras femininas associadas a Coimbra e que serão evocadas numa visita pela cidade, hoje (8) Dia Internacional da Mulher.

“Com esta visita vamos evocar personalidades femininas que, de alguma forma, se destacaram em Coimbra, aquando da sua passagem pela universidade ou pela cidade. Vamos enaltecer a importância da mulher, de todas aquelas cuja história e popularidade contribuíram para evidenciar Coimbra, as suas tradições e o seu Património Mundial”, destacou Paula Simão, técnica superior da área do Turismo na Câmara Municipal de Coimbra.

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A visita guiada “As mulheres em Coimbra” é uma das várias iniciativas que a Câmara Municipal de Coimbra propõe para quarta-feira, em que se assinala o Dia Internacional da Mulher.

“A visita começa na Praça D. Dinis e vai passar por algumas das zonas universitárias, onde serão evocadas figuras pioneiras na sua época, ora por sido a primeira mulher a estudar, a primeira professora ou a primeira catedrática”, apontou Paula Simão.

Domitila Carvalho, Regina

Quintanilha, Carolina Micaelis serão alguns dos nomes abordados ao longo do percurso por algumas ruas da Alta da cidade, por terem sido figuras femininas que, a partir dos finais do séc. XIX, acabaram por se destacar “pela sua audaciosa ação, no seio da academia conimbricense, até então exclusivamente frequentada por homens”.

“São figuras pioneiras intimamente ligadas à cidade, que, na nossa sociedade, muito contribuíram para a emancipação da mulher portuguesa”, acrescentou.

A figura popular de Coimbra Maria Marrafa, muito acarinhada pelos estudantes, bem como a Tricana, a mulher de Coimbra e eterna apaixonada do Estudante de Coimbra, compõem também este circuito de figuras femininas, cuja popularidade permanece na memória conimbricense.

Com uma duração aproximada de hora e meia, a visita terminará na Baixa da cidade, recordando Inês de Castro e ainda Isabel de Aragão, a esposa do Rei D. Dinis, fundador da Universidade Portuguesa.

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a Câmara Municipal de Coimbra programou também uma conversa informal entre mulheres de negócios e o vereador Miguel Fonseca, uma sessão sobre a pintora Josefa Greno, uma conversa com Luísa Castel-Branco e um debate sobre as mulheres na política e a conciliação com a vida pessoal e familiar, moderado pela vereadora Ana Cortez Vaz.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que as desigualdades entre homens e mulheres no acesso ao emprego e às condições de trabalho são “maiores do que anteriormente se pensava”. A mesma análise acrescenta ainda que “os progressos na sua redução têm sido decepcionantemente lentos nas últimas duas décadas”.

O “déficit de empregos [Jobs Gap]” regista todas as pessoas que estão desempregadas e que têm como objectivo encontrar um trabalho. Esta realidade permite analisar a disparidade entre o sexo masculino e feminino no meio laboral. Os dados mais recentes evidenciam que as mulheres continuam a enfrentar mais obstáculos para encontrar um emprego do que os homens.

“15 por cento das mulheres em idade activa a nível global gostariam de trabalhar mas não têm emprego, em comparação com 10,5 por cento dos homens. Esta diferença permaneceu quase inalterada durante duas décadas (20052022). Em contrapartida, as taxas globais de desemprego para mulheres e homens são mui- to semelhantes, porque os critérios utilizados para definir o desemprego tendem a excluir as mulheres de forma desproporcionada”, pode ler-se na nota síntese “Novos dados evidenciam as disparidades de género no mercado de trabalho”, da OIT.

Em comunicado, a entidade explica que “os déficit de empregos são particularmente graves nos países em desenvolvimento onde a proporção de mulheres que não conseguem encontrar um emprego chega aos 24,9 por cento nos países de baixos rendimentos. A taxa correspondente para os homens é de 16,6 por cento, um nível preocupantemente elevado mas significativamente mais baixo do que o das mulheres”.

O estudo salienta que as responsabilidades familiares e pessoais afectam as mulheres, impedindo-as não só de conseguirem um emprego, mas também de procurarem activamente trabalho e/ou estarem disponíveis para trabalhar a curto prazo. Esta vulnerabilidade reflecte-se a nível salarial. “A nível global, por cada dólar de rendimento do trabalho que os homens auferem, as mulheres recebem apenas 51 cêntimos”, refere a OIT.

De acordo com a análise, existem diferenças significativas entre regiões, sendo que “em países de rendimento baixo e médio-baixo, a diferença entre homens e mulheres nos rendimentos do trabalho é muito maior, com as mulheres a auferirem 33 cêntimos e 29 cêntimos, respectivamente. Nos países de rendimento alto e médio-alto, o rendimento relativo do trabalho realizado pelas mulheres atinge 58 e 56 cêntimos, respectivamente”.

A OIT explica esta disparidade nos rendimentos com o “nível mais baixo de emprego das mulheres” e “o rendimento médio inferior quando estão empregadas”. A divulgação desta análise surgiu horas antes do Dia Internacional da Mulher, que se assinala hoje (8 de Março).

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