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ISEC PODE OMBREAR COM AS MELHORES ESCOLAS DA EUROPA

Numa altura em que o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) cumpre 102 anos de existência (a 3 de Maio), decidiu o “Campeão” entrevistar António Mário Velindro, seu presidente desde 2017, destacando o facto na edição de aniversário. Ao fazê-lo tivemos bem presente a sua recente reeleição, como candidato único, para o cargo, conferindo a esta entrevista um duplo sentido: promover, por um lado, a reflexão sobre o caminho trilhado e, por outro, perceber o que há a esperar da equipa que lidera para os próximos anos. João Pinho

Campeão das Províncias [CP]: O ISEC é uma instituição centenária. O que sente neste momento? Mário Velindro [MV]:Sinto orgulho no peso da responsabilidade de uma escola que fala por ela própria. O ISEC, na história das escolas de engenharia de Portugal ocupa um lugar especial: estando na cidade de Coimbra, porta com porta com uma das universidades referência no mundo, tem desenvolvido o ensino com assinalável sucesso, nada ficando a dever às outras escolas de engenharia do país. Repare que a maior parte das vagas dos cursos ficam preenchidas no concurso geral de acesso. No entanto, quando vim para o ISEC apenas 18% escolhiam o ISEC logo na 1ª opção. Neste momento quase 50% dos alunos escolhem a instituição, o que significa que quiseram ir para o ISEC, logo à partida, tal como eu fiz há muitos anos quando escolhi esta casa: é para aqui que eu quero ir, decidi, assim que me foi dada a conhecer a escola.

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[CP]: Os dados disponíveis apontam para altíssimos níveis de empregabilidade dos alunos que frequentam os cursos do ISEC. Como explica este sucesso?

[MV]: Apostamos em estágios profissionais com base

Entrevista Anivers Rio Campe O 23 Anos

na formalização de protocolos com empresas, os quais permitem estabelecer uma ligação forte entre o mundo do ensino, de base teórica, e o mundo empresarial, de base prática, levando à adaptação dos cursos ao que de mais moderno se faz. É uma ligação natural e quase impercetível entre ensino, formação e mundo empresarial. Não implica mudar o nome da disciplina, nem a carga lectiva, mas o professor tem a autonomia para alterar os conteúdos programáticos, promovendo adaptações, num processo continuo e natural, que ninguém dá conta, num sentido de responder às necessidades dos alunos.

Por outro lado, procuramos a inovação e actualiza- ção à escala mundial. Fomos a primeira escola em Portugal a lançar um curso na área das smart-cities: gestão sustentável das cidades. O ISEC é a escola das cidades inteligentes. Já temos o mestrado das cidades sustentáveis e inteligentes e está em desenvolvimento um centro de investigação (SUSCITA) que envolve outras escolas do politécnico, mas nasceu aqui no ISEC.Telmo

[CP]: O ISEC já pode conferir doutoramentos. Como avalia esta situação?

A minha visão enquanto presidente do ISEC passa sempre por pensar que tudo aquilo que faça ou não faça pode ter impacto na vida dos alunos. Posso não falar neles, mas eles estão sempre no meu subconsciente: vejo em cada aluno um cliente.

[MV]: Sobre este assunto nunca me desloquei da visão empresarial. Eu fui formado no ambiente empresarial e industrial, onde nada se faz por acaso, tem de haver um resultado, positivo, não obstante experiências negativas que não se podem repetir muitas vezes sob pena da empresa não resistir. É preciso medir bem os passos. A questão dos doutoramentos, para mim, é bem-vinda, mas para a escola é um déja vu, uma vez que o ISEC já tinha visto, no papel, a possibilidade de conferir licenciaturas e doutoramentos em 1974.

Houve aqui um retrocesso, a escola foi prejudicada com alguma evolução do ensino superior. Se em 1974 já reconheciam nível universitário, onde a escola podia conferir o grau de bacharel, licenciado e doutor. E mais, que o primeiro grau que iam

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