criando filhos melhores para o mundo
nov 2017 | nº 26 | Belo Horizonte
Entrevista com Mauricio de Sousa:
ele não pensa em SE APOSENTAR
Cartas:
um jeito poderoso de se COMUNICAR COM OS FILHOS
Novembro Azul:
pais também precisam SE CUIDAR
QUE FASE! Se a infância fosse um videogame, não faltariam níveis difíceis para enfrentar. Saiba como superar os desafios da etapa atual e o que esperar da próxima
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4nesta edição
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seções
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Primeiras palavras
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Padecendo no Paraíso, por Bebel Soares
www.canguruonline.com.br Nossos leitores Missão Instagram Eles dizem cada coisa Corrente do bem Comprinhas Mundo Kids Moda, por Roberta Paes Canguru viu e curtiu Viagens, modo de usar, por Luís Giffoni Na Pracinha, por Flávia Pellegrini e Miriam Barreto Artigo, por Camila Reis Crônica, por Cris Guerra
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Memória | Mães se conectam com seus filhos por meio de cartas
Túnel do tempo: cartas que as mães escrevem para os filhos, como Cris Guerra fez com Francisco, criam conexão e resgatam memórias
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Saúde | Novembro Azul alerta para a importância de exames preventivos contra o câncer de próstata Comportamento | Saiba em que fase o seu filho está, como lidar com ela e o que esperar da próxima Entrevista | Aos 82 anos, Mauricio de Sousa segue inventando projetos inovadores Entretenimento | Os bastidores da gravação da décima temporada de D.P.A.
Pai da Mônica: Mauricio de Sousa fala sobre infância, a longevidade de seus personagens e os próximos planos
Nossa capa Mateus, 2 anos, filho de Adriana Alves Oliveira Paim e Leonardo Rodrigues Paim FOTO: GUSTAVO ANDRADE
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FOTOS: [1] RICARDO BORGES; [2] DIVULGAÇÃO; [3] DIVULGAÇÃO MSP
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Para ler com seu filho, por Leo Cunha
Reportagens
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Como num videogame: infância é permeada de fases, desafios e obstáculos
GRACIENE DA SILVA Professora da rede municipal de ensino
governar para quem precisa Governar para quem precisa é adotar um novo jeito de administrar. Na Educação, mudanças que parecem simples geram grandes resultados pra muita gente.
reforço do caixa escolar PARA REFORMAR 258 ESCOLAS AO MESMO TEMPO
É oLHar Para TODOs e enxergar cada um.
1.400 novas vagas
EM CRECHES PARCEIRAS
total de 6.000 Novas vagas
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Nomeação de 1.214
PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO FUNDAMENTAL
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FOTO: GUSTAVO ANDRADE
4primeiras palavras
Muito mais do que um slogan A CANGURU PASSA a registrar em sua capa, a partir desta edição, a mensagem que já estava implícita em tudo o que fazemos: “Criando filhos melhores para o mundo”. Nossa missão tornou-se nosso slogan. É o que queremos: ajudar pais e mães a educar meninos e meninas que se tornem adultos emocionalmente preparados para conviver em sociedade e contribuir para o bem coletivo. Segundo a inglesa Lorraine Thomas, pioneira mundial no trabalho de coach para pais, criar um filho é como colorir uma tela em branco. Cada pai e cada mãe é um artista com potencial para pintar uma obra prima: só precisa praticar. E nós estamos aqui para ajudar. Não só com esta publicação impressa, mas com todos os nossos produtos e serviços – os seminários que promovemos há dois anos, o clube de assinatura que acabamos de lançar e outras novidades que estão para chegar em breve. Ao longo de outubro, nosso mês de aniversário, convidamos nossos leitores a contar o que têm feito para criar filhos melhores para o mundo. E recebemos depoimentos de arrepiar. “Crio meus dois meninos para que sejam ‘homens feministas’ até o momento em que não seja mais necessária tanta luta para que as mulheres sejam respeitadas”, nos relatou Lilian Ribas, completando: “Para que levantem a bandeira da inclusão até que as pessoas com deficiência participem ativamente da sociedade”. Não há dúvida de que Lilian, como nós, quer crianças que pensem no bem coletivo mais do que em si mesmas. “Ensino que devemos fazer o que é correto, ainda que todos estejam fazendo o que é errado. Que devemos fazer o correto ainda que ninguém esteja vendo”, compartilhou Aline Souza Lima Petrillo. É isso aí, Aline. É em casa, com os pais, que os filhos aprendem os valores que vão carregar vida afora. “Faço com que milha filha, mesmo com apenas 4 anos, assuma a responsabilidade e as consequências de suas escolhas”, contou Letícia Lucas Ferreira. Com certeza, essa menina se tornará uma mulher preparada para lidar com os resultados de suas atitudes. “Crio filhos para que eles deem o melhor de si para o mundo, em vez de criar um mundo que dê o seu melhor aos filhos”, contou Anninha Vargas. É nisso que mais acreditamos, Anninha. Se as crianças de hoje se tornarem adultos melhores que nós mesmos temos sido, o mundo será naturalmente um lugar melhor. Todos nós que fazemos a Canguru, dos sócios aos estagiários, acreditamos que a transformação começa nas famílias. Para nós, “Criando filhos melhores para o mundo” é muito mais do que um slogan, é um movimento. Quer aderir?
Ivana Moreira, DIRETORA DE CONTEÚDO ivana@canguruonline.com.br
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Ivana e os filhos Pedro e Gabriel
DIRETOR EDITORIAL: Eduardo Ferrari DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS: Ivana Moreira
A Canguru é uma publicação mensal da Scrittore Comunicação e Editora Ltda. CNPJ 12243254/0001-10
JOGOU
GANHOU!
CONSELHO EDITORIAL: Cristina Moreno de Castro, Eduardo Ferrari, Guilherme Sucena, Ivana Moreira, Márcio Patrus, Suellen Moura e Thiago Barros DIRETORA DE CONTEÚDO: Ivana Moreira EDITORA-CHEFE: Cristina Moreno de Castro EDITORAS: Luciana Ackermann e Sabrina Abreu REPÓRTER: Rafaela Matias ESTAGIÁRIAS: Catarina Ferreira e Gabriela Willer EDITORA DE ARTE: Aline Usagi PROJETO GRÁFICO: Chris Castilho (Mondana:IB) EDITORA DA TV CANGURU: Juliana Sodré REVISORA: Thalita Braga Martins COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Bebel Soares, Cris Guerra, Leo Cunha, Luís Giffoni e Roberta Paes FOTÓGRAFOS: Gustavo Andrade, Moacyr Lopes Junior/Malagueta, Ricardo Borges e Willians Moraes DIRETOR DE COMUNICAÇÃO E MARKETING: Thiago Barros GERENTE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING: Camila Capone Durante ESTAGIÁRIO DE MARKETING: Filipe Cerezo DIRETORA COMERCIAL: Suellen Moura (suellen@canguruonline.com.br) EQUIPE COMERCIAL: Dária Mineiro (daria@dmineiro.com.br), Laura Ramos (laura@canguruonline.com.br), Simone Dianni (simone@canguruonline.com.br), Roberto Pinheiro (robertopinheiro@rcpinheiro.com.br) e Vera Belini (vera@ canguruonline.com.br)
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* Distribuição gratuita para as escolas parceiras Canguru, uma rede de instituições particulares de educação infantil que se comprometem a enviar a revista aos pais de seus alunos na mochila dos estudantes. A relação das escolas parceiras em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo pode ser consultada por anunciantes. Artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da revista e de seus responsáveis.
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Evento
Como responder às perguntas difíceis sobre sexo e sexualidade que as crianças fazem
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“QUANDO O ASSUNTO É sexualidade, as crianças possuem muitas perguntas e poucas respostas”, costuma dizer a psicóloga, educadora educacional e escritora Cida Lopes. Ela é a convidada de novembro para o Encontro Canguru, que acontecerá no dia 25, às 10h30, no Sesc Palladium. A carência de bibliografia para crianças sobre sexo e sexualidade motivou Cida a escrever e trabalhar ainda mais com o tema. O livro Soltando os Grilos, escrito há dois anos, é um compilado de aprendizado e experiência que se transformou no que podemos chamar de "guia da sexualidade para crianças e adolescentes". A ideia é que o assunto, complexo e cercado de tabus, possa ser abordado de forma mais realista a partir do diálogo entre pais e filhos. Cida acredita que seja preciso abrir terreno para uma abordagem mais positiva e adequada para cada faixa etária da criança, evitando “terceirizar” esse tipo de informação. Mas como fazer isso? Venha para o seminário e aprenda com ela o que dizer para os filhos nas horas das perguntas mais difíceis sobre sexo e sexualidade. Como sempre, o evento é gratuito, mas as vagas são limitadas. Inscreva-se em www.canguruonline.com.br.
Notícias
Orgulho e celebração Em 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data é uma homenagem à morte do líder da resistência quilombola Zumbi dos Palmares e é pautada por reflexões sobre o espaço ocupado pela população negra na sociedade. Ela é a maioria, representando mais de 54% dos brasileiros (segundo o IBGE, em 2015). No nosso site, você confere a programação ligada à data. Aproveite a ocasião para abordar o tema com seu pequeno.
NA BANDNEWS FM
às terças e sextasfeiras, às 13h40, com reprise às 16h17 e também aos sábados e domingos, ouça a coluna de Ivana Moreira, diretora de conteúdo da Canguru. Ouça as gravações em www.canguruonline.com.br/radio.
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Miniativista: a blogueira Elis, de 6 anos, incentiva outras crianças a gostarem dos cabelos crespos
FOTO: [1] DIVULGAÇÃO; [2] RICARDO BORGES
Convidada para o Encontro Canguru deste mês vai ajuda os pais a responderem às dúvidas dos filhos, que surgem desde cedo
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apresenta
Cortar o cabelo
não é a solução VOCÊ JÁ DEVE ter vivido esta experiência ou, certamente, conhece alguém que viveu: os pais que se desesperam quando a filha pega piolho na escola e... zupt!, cortam o cabelo todo da criança, bem curtinho, no famoso estilo “joãozinho”. Dez em cada dez meninas ficam desapontadíssimas com o resultado – e, o pior, a eficácia do método é nula. Em outras palavras: cortar o cabelo não soluciona uma infestação de piolhos. Nas redes sociais, com a hashtag #cortarnãoésolução, a Canguru pediu aos leitores para compartilharem suas histórias e lembranças associadas às tesouradas mal-aplicadas que receberam após uma infestação de piolho. A mais curiosa foi enviada pela leitora Vilma Zanon, que mora em Belo Horizonte:
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Vítima da tesoura: a diretora de conteúdo da Canguru, Ivana Moreira, ficou desolada quando teve os cabelos cortados, aos 4 anos, por causa dos piolhos
E o que funciona? Veja as dicas dos especialistas*:
» Xampus especiais e medicamentos à base de permetrina (lendo a bula com atenção!) » Água morna com vinagre, que ajuda a desprender as lêndeas » Em períodos de surto nas escolas, lavar a cabeça todos os dias, passar pente-fino após o banho, manter o cabelo preso em rabos de cavalo e tranças e lavar bem roupas, acessórios, lençóis e outros objetos usados pela criança, colocando-os para secar ao sol
FOTO: [1] DEPOSITPHOTOS; [2] ARQUIVO PESSOAL
Eu pegava piolhos, mas preciso confessar: eu gostava, já que minha mãe e irmãs me deitavam no colo para passar pente-fino. Eu gostava apenas por causa do carinho recebido. Um dia, quando eu tinha cerca de 7 anos, eu realmente quase morri, porque minha mãe passou um inseticida na minha cabeça por achar que não tinha outra solução. Fui para o pronto-socorro intoxicada e passei uma semana lá. Como perdi o colo da minha família, tive uma péssima ideia: avistei um piolho mergulhando na cabeça de uma coleguinha, o peguei e o coloquei na minha cabeça! No dia seguinte, falei: “Mãe, estou com piolho”. Na hora, ela respondeu: “Não é possível, passei veneno”. Então tive que contar a verdade. Ela não pensou duas vezes e cortou curtinho meu cabelo. Chorei muito, mas não pelo cabelo que batia na cintura antes do corte. Chorei porque não receberia mais atenção.
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* Mariane Cordeiro Alves Franco, presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e Cláudia Márcia de Resende Silva, dermatologista, pediatra e presidente do Comitê de Dermatologia da Sociedade Mineira de Pediatria, em entrevista à Canguru de agosto de 2017.
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O poder do rosa
Enquete Canguru
Sou fã da publicação de vocês. Tenho um filho de 4 anos, Pedro, e em breve chegará o Lucas! Acompanho sempre todas as matérias pelas redes sociais.
Que lindo o depoimento de Juçara Aparecida Reis. Que garra e força que ela tem.
Você é a favor do ensino religioso nas escolas? Por quê?
— Elaine da Silva Cruz
Recebi da escola da minha filha de 2 anos um exemplar da revista Canguru e adorei! — Fabiana Gonçalves, de São Paulo
Encontro Canguru Foi muito bom passar esse tempo com vocês na palestra da psicóloga Sônia Eustáquia da Fonseca [Encontro Canguru de 21 de outubro, em BH]! Excelente palestra! Além de ter deixado meus filhos com a Mariana, no Espaço Kids. Que gracinha de pessoa! — Fernanda Vargas, de Belo Horizonte
— Adriana Costa
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A doença não me venceu, nem vencerá, pois a vida é uma dádiva inesgotável de possibilidades e somos nós que escolhemos como tudo termina. Sigo o tratamento com meus lenços e laços, buscando dar glamour à vida e a mim mesma, pois ainda sou mulher e vaidosa. Ao terminar meu tratamento, espero ser um espírito melhor morando dentro do meu corpo. Abraço a cada um de vocês como abraço a mim mesma, com amor e fé, sempre!!! — Juçara Aparecida Reis, de Belo Horizonte
FALE COM A CANGURU redacao@canguruonline.com.br
Não Sim Sim, com ressalvas “Sim! Estudei em uma escola de freiras, convivi com pessoas de diversas religiões e aprendi a respeitar todas as crenças e a ver as pessoas como iguais. A educação religiosa é complemento do que os pais ensinam e ajuda na formação.” “Sou contra. Cada família tem sua religião e esse é um tema privado, particular. O Estado brasileiro é laico, segundo a própria Constituição, o que pressupõe que a religião não deve ser assunto desse Estado, mas de cada família.”
— Kellen de Castro
FOTO: GISELE SCHIAVETTI
ou deixe um comentário em nossas redes sociais.
Dou aula para o 4º ano do ensino fundamental na escola Ennio Voss e estamos trabalhando no projeto "Jornal". Meus alunos e eu [foto] lemos um dos artigos da diretora de conteúdo da Canguru, Ivana Moreira, no jornal “Metro” [publicados sempre às terças-feiras], “Sono de menos para as mães”, e resolvemos escrever para dar uma devolutiva. Estou mandando as fotos das cartinhas de meus alunos. Um grande abraço de seus leitores.
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— Tábata Caroline Entre em contato pelo e-mail
Metro
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— Gisele Schiavetti, de São Paulo
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Fique de olho em nossas novas enquetes!
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Elas são sempre divulgadas em nossa página do Facebook: www.facebook.com/canguruonline
@miguelele_bh Belo Horizonte / MG
Bola é o brinquedo favorito de meninos e meninas desde bebês – e até dos adultos, não é mesmo? Aqui separamos algumas fotos da última missão, mas tem mais em nosso site e redes sociais.
@rafaelamarkss Belo Horizonte / MG
Olha a carinha expressiva do Miguel, de 2 anos, brincando com sua bola! @entrerosaeazul Belo Horizonte / MG
Lara, 5, e Theo, 2, brincando juntos de bola, para provar que esse é um brinquedo universal.
Próxima missão: Homenagem aos músicos No dia 22 de novembro, comemoramos o Dia dos Músicos e de sua padroeira, Santa Cecília. Então, bora fotografar as crianças tocando ou brincando com algum instrumento musical? Vale chocalho, violão, bateria, tamborzinho... o que for! E, claro, pode ser de brinquedo ;) Depois, poste a foto em sua conta no Instagram com a hashtag #canguruonline, e ela pode sair na próxima revista Canguru e em nossas redes sociais.
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FOTOS: REPRODUÇÃO INSTAGRAM
Alice, de 8 meses, adora brincar com a bolinha que a titia deu.
apresenta
De olho na saúde dos homens Trata-se de um exame de sangue, simples e rápido de fazer, que fica pronto, em média, em até dois dias. Mesmo os homens que não apresentam nenhum sintoma do câncer de próstata devem se precaver: a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que seja feito esse rastreamento, juntamente com o toque retal, em homens com 50 a 80 anos. Naqueles que têm parentes de primeiro grau que já tenham tido a doença, o indicado é começar a fazer os exames preventivos a partir dos 45 anos. O PSA também pode ser útil após o diagnóstico do câncer de próstata, para ajudar na escolha do melhor tratamento e, em seguida, monitorar seus
resultados. Além de fazer exames periódicos de saúde, os homens podem se precaver com medidas simples no dia a dia. Carlos Augusto Figueiredo Correia, médico patologista clínico, aponta as três principais: “Manter hábitos de vida saudáveis, praticar esportes e não fumar.”
SINTOMAS Os principais sintomas do câncer de próstata são: dor, dificuldade para urinar e emagrecimento.
FOTOS: DEPOSITPHOTOS
NESTE MÊS DE novembro, somos convidados a conscientizar os homens ao nosso redor – nossos pais, maridos, irmãos, filhos – a se prevenirem contra o câncer de próstata, o segundo tipo mais comum no sexo masculino, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A campanha Novembro Azul traz consigo uma oportunidade de salvar muitas vidas, uma vez que, quanto mais cedo um tumor é diagnosticado, maiores são as chances de cura. Ainda não existe um exame 100% confiável para diagnóstico de câncer de próstata, mas o mais utilizado é o exame para detectar a dosagem do antígeno prostático específico conhecido como PSA (Prostatic Specific Antigen).
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POR Cristina
Moreno de Castro
Esto
u faz prim endo um a de a arte !
BRUNO, de 4 anos, filho de Priscila Liu e Shinfay Liu, enquanto fazia uma pintura com guache.
e gosto qu Eu não e aís cham o meu p le devia Brasil, e Victor. chamar
Mamãe, você tem cheirinho de amor!
Colo ca pa ra m filme im o “Proc uran do LEM BO”?
LETÍCIA, de 4 anos, filha de Luana de Sena Del Maestro e César Zacarias Del Maestro. SAMUEL VICTOR, de 4 anos, filho de Vanessa Júlio Coelho de Castro Utsch e Vinicius de Castro Utsch.
Aquele é o fio de alta tomação?
RAFAEL, de 4 anos, filho de Kelly Almeida e Adriano Moreira, referindose ao fio de alta tensão.
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Se seu filho também diz pérolas, envie a frase para o e-mail redacao@canguruonline.com.br.
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
LUIZA, de 4 anos, filha de Rúbia Lira Cândido e Victor Gomes de Castro.
POR Rafaela
Matias
É ENTRE PINCÉIS, música, arte, artesanato, dança e grafite que crianças e adolescentes participantes do programa Arte da Saúde – Ateliê de Cidadania escrevem a sua própria história. Com o objetivo de promover a inclusão social, o projeto atende belo-horizontinos com idade entre 6 e 18 anos que se encontram em situações de vulnerabilidade, risco social ou pessoal. Os beneficiados participam de oficinas de artes plásticas, artesanato, música, grafite e dança. O trabalho contempla ainda a circulação urbana, com o acesso das crianças e dos adolescentes a cinema, espetáculos teatrais, exposições, eventos sociais e passeios em parques. As oficinas são realizadas duas vezes por semana, nos períodos da manhã e da tarde, em horário alternado com a escola, e reúnem cerca de 12 crianças por turno. Quer conhecer os núcleos ou conhece alguém que pode ser beneficiado pelo programa? Veja os endereços em www.canguruonline.com.br.
FOTOS: REYNALDO RIBEIRO/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
A arte que faz história
EDIÇÃO Cristina
Moreno de Castro
Para não perder a hora O horário de verão, que começou no mês passado, teria sido ótima oportunidade para presentear os pequenos com um relógio. Mas ainda dá tempo de colocar um charme a mais no quartinho das crianças! Tique-taque, tique-taque... CHAMA OS BOMBEIROS R$
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Preços pesquisados em outubro de 2017. A Canguru não se responsabiliza pela alteração de preços ou pela falta de produtos. Imagens ilustrativas. Canguru
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
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apresenta
LEVAR AS CRIANÇAS para a escola, passar no supermercado para comprar o lanche da semana, ir para casa rapidinho antes de seguir para o trabalho. Depois do expediente, buscar as crianças na escola, passar na padaria para comprar um lanche e ir para casa se preparar para o dia seguinte. Com a rotina corrida, não reparamos na importância dos carros no nosso dia a dia. Só quem já foi surpreendido por algum problema sabe dos inconvenientes causados pela falta do carro. Pensando na rotina agitada dos moradores de
grandes cidades – e na importância dos carros para a praticidade dessa rotina –, unimos uma equipe com os maiores especialistas em veículos do Brasil para criar um assistente automotivo que se conecta com o restante da sua vida digital, o Nexer. Com ele, você pode tirar as preocupações com o seu carro da cabeça e se dedicar tranquilamente às outras tarefas. Cuidamos da segurança, das manutenções e do consumo de combustível do seu veículo, levando para a tela do seu celular tudo o que você precisa e quer saber sobre ele.
Seu assistente automotivo
Conheça algumas das funcionalidades do Nexer que podem facilitar a relação com o seu carro:
» Permite o acompanhamento em tempo real da localização do carro e aponta o último
local onde ele foi estacionado. » Avisa qual é o momento certo de realizar revisões e trocas de óleo. » Identifica milhares de falhas eletrônicas no motor, no chassi e na carroceria do veículo. » Emite alertas quando a bateria está fraca ou a temperatura do motor está anormal. » Além de informar o consumo real de cada mês, o aplicativo também aponta um resumo de cada trajeto realizado e detecta a duração, a distância percorrida, as velocidades média e máxima, o modo de direção e o gasto estimado para aquele percurso. Quer saber mais? Acesse www.nexer.com.br e descubra uma nova experiência com o seu carro. N O V E M B R O 2 01 7 .
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FOTO: DIVULGAÇÃO
Uma mão na roda
POR Rafaela
Matias e Sabrina Abreu
90 a 99%
das mulheres que amamentam receberão pelo menos alguma medicação durante a PRIMEIRA SEMANA PÓS-PARTO. Estudos sugerem que o uso de medicamentos é uma das principais razões pelas quais elas interrompem a amamentação prematuramente, segundo publicação da SBP.
Além dos remédios
FOTO: [1] DEPOSITPHOTOS; [2] REPRODUÇÃO / DIVULGAÇÃO
UM RELATÓRIO DIVULGADO em agosto pela Academia Americana de Pediatria (AAP) analisou as terapias complementares mais indicadas pelo especialistas norte-americanos desde 2007 e a expansão das opções de tratamento para crianças e adolescentes que já possuem condições médicas, com o objetivo de conscientizar sobre esse campo e sua importância para a prevenção de doenças. O relatório destaca recursos e ferramentas clínicas. Um dado que chamou atenção foi a orientação para que os pediatras indicassem, além de suplementos dietéticos, produtos à base de plantas, dietas, exercícios e massagens, métodos orientais que, segundo o estudo, funcionam como terapias mentais e corporais. Alguns exemplos são a prática de ioga, acupuntura, tai chi e qigong. De acordo com a AAP, o campo de pesquisa ainda possui lacunas e exige um papel mais ativo dos clínicos nos aconselhamentos dos pacientes e de suas famílias. Por isso, o órgão encorajou os pediatras a aconselharem e orientarem pacientes e famílias sobre serviços e terapias relevantes, seguras, eficazes e apropriadas para a idade, tanto as consideradas convencionais quanto as complementares.
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Estrela de jornal Seu filho possivelmente já possui álbuns de fotos e cadernos de recordações. Mas já imaginou uma lembrança dele nas páginas de uma publicação? A proposta do Pequenotas é produzir um jornal personalizado com reportagens que falem sobre a vida ou um momento marcante da história do pequeno. São quatro páginas escritas e ilustradas a partir de entrevistas com a família (e até com a própria criança, dependendo da idade), pesquisas de curiosidades sobre o nome e a data de nascimento e outras informações exclusivas. Para conhecer mais sobre o projeto ou encomendar um para o seu filhote, acesse www.pequenotas.com.br. As unidades saem a R$ 150 sem ilustração e R$ 190 com caderno ilustrado. A entrega é feita para todo o Brasil.
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eu já fui
criança Angélica NESTE MÊS, ANGÉLICA Ksyvickis completa 44 anos. A apresentadora da Globo nasceu no dia 30 de novembro de 1973 e renasceu em 24 de maio de 2015, quando, junto à família, sobreviveu a uma queda de avião. A repercussão do acidente, do qual também foram vítimas seu marido, o apresentador Luciano Huck, e os três filhos, Joaquim, Benício e Eva (hoje com 12, 10 e 5 [2] anos, respectivamente), acabou gerando mais provas do quanto Angélica é amada pelo público que a vê diante da TV desde que ela era criança. Quando tinha 4 anos, sua casa, em Santo André, na Grande São Paulo, foi assaltada, e o pai, Francisco, acabou sendo baleado duas vezes. Ele sobreviveu, mas a pequena ficou traumatizada. Ela só se distraía assistindo ao Programa do Chacrinha. Foi por isso que a mãe, Angelina, decidiu levar a loirinha para participar de um concurso de beleza na atração da TV. Angélica ganhou a competição, sagrou-se “a criança mais bonita do Brasil” e, a partir do título, passou a fazer comerciais publicitários regularmente, o que foi o início do estrelato, que passou pela extinta Manchete e pelo SBT, se desdobrou em conjunto musical e filmes de cinema e segue firme até hoje.
4moda
Pequenos marinheiros O estilo navy ou náutico surgiu na França, nos anos 20, quando a estilista Coco Chanel fez uma camiseta listrada inspirada no uniforme da Marinha e arrasou nas suas férias na Riviera Francesa. A peça virou ícone de desejo depois que muitos outros famosos começaram a usar também. É um tema muito forte para o verão e a cada ano vem com algum detalhe diferente. Para a próxima temporada, além das tradicionais listras horizontais nas cores branco, azul e vermelho, aparecem também tons de ocre, amarelo e verde e muitos efeitos de estampas aquareladas, estonadas e ombré. DIRETO PRO MAR
A pequena Bianca Schaper Magalhães, de 7 anos, veste um biquíni modelo top com listras azuis e rosas e, para completar, uma saída, de praia também listradinha, que fazem um lindo composé. Pronto, agora é só ir para o litoral e arrasar no estilo navy!
ATRAVESSANDO OCEANOS
Neste lindo conjunto da Brandili, podemos ver na camiseta de malha bouclê (esses pontinhos superfashion) o efeito ombré da estampa azul, que vai gradualmente clareando. A bermuda bem confortável de amarrar também está super em evidência.
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Agora, sim, as listras estão renovadas: além de estarem praticamente em pinceladas, apareceram pelicanos e abacaxis para dar um clima bem tropical. Vestido de malha da C&A.
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BALEIA FELIZ
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www.heringkids.com.br FOTO: GUSTAVO ANDRADE
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Para os dias com muito vento e mais fresquinhos, nada como um moletom para acolher seu filho. Este da Richards Kids está bem navy com essas listras e o carimbo de marinheiro.
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Preços pesquisados em outubro de 2017. A Canguru não se responsabiliza pela alteração de preços ou pela falta de produtos. Imagens ilustrativas.
Roberta Paes é consultora de moda, estilista e palestrante. Atua no mercado de moda infantil há mais de 20 anos, em grandes empresas do varejo. Viaja para a Europa e os Estados Unidos conferindo as tendências de moda infantil que vai compartilhar nesta coluna. www.robertapaes.com.br @rpkids
apresenta
App educativo traz miniaulas para os pequenos Produtora mineira lança aplicativo Kidsα, o primeiro com videoaulas para as crianças DESENVOLVIDO ESPECIALMENTE PARA crianças de 3 a 10 anos, o aplicativo Kidsα traz centenas de miniaulas e programas que transitam por temas como alfabetização, esportes, música, arte, dança, teatro e brincadeiras, abordados de forma leve, aliando aprendizado a diversão, tudo em um ambiente totalmente seguro. “Hoje, o uso do smartphone por uma criança é praticamente inevitável. Desenvolvemos um canal que torna esse momento produtivo e educativo e que estimula a participação da família. Nossa missão também é estreitar laços”, afirma João Chequer, idealizador do Kidsα. O app segue uma fórmula simples, com estrutura limpa e intuitiva. Nele, as crianças encontram dois tipos de conteúdo:
1.
2. Episódios em série, que seguem um mesmo tema, têm duração de cinco a dez minutos e podem ser vistos na ordem que a criança desejar. A produção musical Kidsα é autoral. Por exemplo, a série ‘RocKidsα’ é uma releitura em rock’n’roll de clássicos infantis. Até o momento, mais de mil programas foram gravados, com mais de 50 educadores e artistas, contando com a participação de mais de 200 crianças.
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Como baixar O Kidsα está disponível para Android e iOS e pode ser acessado em tablets e celulares, com expansão prevista para Chromecast e Apple TV. O app é grátis para download e oferece um mês de experimentação ao conteúdo completo. Além da versão gratuita, o Kidsα oferece a assinatura a R$ 19,90 por mês. Como promoção de lançamento, aqueles que assinarem até 31 de dezembro de 2017 garantirão o valor de R$ 9,90 por 12 meses. Mais informações em www.kidsa.com.
FOTO: DIVULGAÇÃO
Miniaulas semanais, que duram em média 15 minutos e servem como complemento ou iniciação às atividades que já são de interesse da criança, como balé, futebol, ioga, meditação, teatro, desenho, canto, inglês, culinária e espanhol, entre outras. A cada programa visto, a criança é premiada com um adesivo virtual para colar em seu “Álbum Kidsα do Conhecimento”.
EDIÇÃO Camila
Capone
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Igual à mamãe DOMINIQUE, AMELIA E PENNY se divertem no Instagram com looks iguais. Quer brincadeira melhor do que essa? Vamos copiar a mamãe! Vale a pena conferir. Use nosso QR Code Canguru ou acesse pelo link bit.ly/ igualamamae.
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IMAGENS: [1] DIVULGAÇÃO / HYUNDAI; [2] REPRODUÇÃO / BRIDGE FAMILY CHIRO; [3] REPRODUÇÃO/ INSTAGRAM: ALL THAT IS SHE
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4memória
Cartas para
o futuro
Mães também se conectam com seus filhos por meio da escrita POR Gabriela
Willer
ESCREVER É EXPRESSAR o sentimento do que foi vivido, imaginado e que transbordou em palavras. É também superação, força e compreensão. A carta é uma das práticas mais antigas de se comunicar, assumindo tom confessional, genuíno e carinhoso. Quando são mães que escrevem aos seus filhos, destinam relatos sensíveis e emocionantes, carregados de amor, afeto e um gigantesco sentimento de bem-querer. Os textos não só ficarão de legado e aprendizado aos rebentos, mas também dizem muito sobre as dores, as dificuldades, os anseios, os medos, as alegrias e a incrível transformação dessas mulheres como mães. São inúmeras as necessidades afetivas que fazem das cartas um instrumento de apoio e até de superação. Uma das pioneiras na arte de transbordar suas emoções em relatos endereçados ao filho é a mineira, publicitária e escritora Cris Guerra. Ela perdeu o companheiro Guilherme dois meses antes do nascimento de Francisco, fruto do amor do casal. Ao mesmo tempo em que vivia a imensa tristeza da viuvez, sentia o pulsar de uma nova vida dentro dela. Precisou escrever para entender emoções tão díspares e simultâneas. E foi assim, em 2007, que criou o blog Para Francisco, que, no ano seguinte, virou livro e agora está sendo adaptado para o cinema. No blog dedicado ao filho, que completou 10 anos, Cris fala sobre o pai de Francisco, discorre sobre episódios prosaicos e saborosos, como o primeiro café da manhã junto com Guilherme, além de trazer o lado carinhoso e cuidadoso do companheiro e suas emoções diante da paternidade. Claro, não faltam belíssimas declarações de amor, como esta dedicada ao filho:
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Dez anos de cartas A nova edição do livro Para Francisco, de Cris Guerra, será lançada neste mês pela Editora BestSeller. Comemorando o aniversário, Para Francisco (Edição Especial – 10 Anos Depois) acrescenta cartas escritas após o lançamento do primeiro livro, além de outras surpresas. “Trouxemos um olhar de alegria para o tempo que transforma as nossas dores e sempre nos surpreende”, diz Cris Guerra. Leia mais sobre esse livro na página 50, na coluna que ela escreveu para a Canguru deste mês.
“Ainda não acredito no milagre de haver você na minha vida. Agradeço como quem acaba de parir. Você nasce todos os dias quando o vejo acordar. E a dor de ser mãe me desperta cada músculo na busca de um dia melhor”.
Crise existencial A gravidez não planejada e toda a mudança que ela traria na vida de Carynne Oliveira, de 20 anos, foram decisivas para que a estudante de jornalismo carioca começasse a escrever cartas ao filho Renato Augusto. Nelas, estão relatos íntimos sobre como enfrentou o momento da gestação, assim como as dificuldades e os prazeres que viveu e vive com o bebê, de 8 meses. “Passei por uma crise existencial, não sabia se seria uma boa mãe, como me adaptar à nova realidade, e aí me
veio a ideia de escrever”, conta Carynne, que já tem pelo menos 15 cartas concluídas. Ela diz que pretende continuar registrando cada momento vivido e deixar sua experiência para as diferentes gerações da família. “A memória no futuro tende a falhar, e essas cartas também ajudarão a contar a nossa história”, diz. Para a paulista Paola Rodrigues, redatora e roteirista de 24 anos, a escrita para a filha surgiu como uma tentativa de compensar a falta de diálogo que ela própria vivia, quando era criança, com sua mãe. No final de 2013, começou a escrever para a filha Helena, que hoje já tem 4 anos. “Escrevo para que minha filha
conheça uma mulher que, talvez, daqui a 20 anos, nem exista, para que saiba um pouco dessa história, das coisas que aprendi e vivi e, quem sabe, tire algum conselho dali”, explica Paola, que possui um blog chamado Cartas para Helena, com mais de 100 mil visualizações e quase 6.000 seguidores em sua página no Facebook. Através das cartas, Cris, Carynne, Paola e tantas outras mães decidiram se conectar e passar mensagens de amor e cuidado para os pequenos que, ao longo do tempo, vão entender que a utopia da perfeição das mães, sem erros ou falhas, abre espaço para outras definições.
De mãe para filh@ Leia alguns trechos de nossas mamães escritoras:
“Toda manhã, levo você à escola. Andamos dois quarteirões e, na esquina anterior, coloco a mochila finalmente nas suas costas e o estimulo a atravessar a rua sozinho. Você confia que possa ir. De coração trêmulo, eu treino a entrega. Sem segurar na sua mão, aviso: “Não vá ainda, espere esse carro passar”. O fluxo dos carros naquela rua não muito movimentada por vezes se assemelha à maré alta. E você, como todo menino, tem pressa. Temo por você, mas sei que não vou poder estar ao seu lado o tempo todo.” Cris Guerra, na carta “Travessia” “Quando chegou até mim, a primeira coisa que fiz foi te cheirar (um cheiro tão gostoso que eu nunca vou esquecer). Tão lindo, parecia um boneco de cera. (...) Eu nunca irei esquecer desse dia, do seu rostinho. Foi amor à primeira vista! Eu te amo ao infinito e além. Você me tornou mãe e me transformou como mulher.” Carynne Oliveira, na primeira cartinha: “Bem-vindo, meu bem” “Boas histórias com finais felizes não existem, existem boas histórias com muita felicidade, luta, tristeza, problemas e talvez uma piada no final. Somos misturados, complexos, densos, fracos e fortes. E se chorei por todos esses dias achando que falhei nesses últimos dois anos já que não alcancei todas as minhas expectativas sobre minha própria vida e fortaleza, tudo bem, foi necessário para entender isso também. Falhei. E agora? Agora a gente se recupera e continua menos imbatível, um pouco mais humana, gentil com os calombos. No final, podemos nos fortalecer sem fechar todas as portas, fazer cara feia e bater mais forte que a vida.” Paola Rodrigues, na carta “Histórias com Final Feliz”
Em vez de cartas, e-mails Desde 2002, o site FutureMe ajuda aquelas pessoas que querem enviar e-mails para o futuro. É uma maneira de mães e pais do presente conversarem com eles próprios (ou com os filhos, companheiros, amigos etc.) no futuro. Acesse www.futureme.org e faça o teste!
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4saúde
Papais, vocês também
precisam se cuidar
Campanha Novembro Azul alerta para a importância de exames preventivos contra o câncer de próstata Matias
DEPOIS DE A CAMPANHA Setembro Dourado alertar para o câncer infantojuvenil e de o Outubro Rosa chamar a atenção para o câncer de mama, é a vez do Novembro Azul se encarregar de trazer informações sobre o câncer de próstata. O triângulo de meses coloridos pretende manter toda a família saudável e em constante busca pela prevenção dessas doenças. A próstata, uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen, é um órgão pequeno que envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina é eliminada. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o quarto tipo mais comum e o segundo com mais incidência entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A estimativa do INCA é de mais de 60 mil novos casos anuais no país. O especialista Thiago Jardim Arruda, membro titular da Sociedade Brasileira de
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Radioterapia e médico dos hospitais Felício Rocho, São Francisco e Luxemburgo, em Belo Horizonte, diz que existem dois desafios para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. O primeiro é a dificuldade de acesso da maioria da população aos exames e aos tratamentos mais modernos, o que acaba atrasando o diagnóstico preciso e reduzindo as chances de cura. O outro é o preconceito, que ainda impede muitos homens de realizar o exame de toque retal, que é de grande valia para o diagnóstico e uma das mais eficientes formas de prevenção. “Quando detectado em estágios iniciais, as taxas de cura podem chegar a 90%, mas se o quadro já estiver avançado esse número cai para 10% a 20% de chance de sobreviver por 5 anos”, afirma o especialista. Normalmente, o câncer de próstata é silencioso e não apresenta sintomas. Quando ocorrem, eles são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata – como dificuldade para urinar ou necessidade de urinar muitas vezes durante o dia ou à noite. Na fase avançada, pode provocar dor óssea, outros sintomas urinários ou emagrecimento inesperado. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir dos 50 anos procurem um profissional especializado para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos.
ILUSTRAÇÃO: FREEPIK
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4Comportamento
Como em um jogo de videogame, as crianรงas passam por algumas etapas do desenvolvimento que apresentam desafios e exigem habilidades dos pais. Saiba em que fase o seu filho estรก, como lidar com ela e o que esperar da prรณxima POR Rafaela
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MARIO E BOWSER. Sonic e Dr. Robotnik. Donkey Kong e Tiki Tong. Zelda e Ganondorf. Claire Redfield e Nemesis. Um herói de videogame que se preze precisa enfrentar alguns vilões para cumprir o objetivo do jogo. Naturalmente, os desafios vão ficando cada vez mais difíceis e é preciso se superar para chegar ao final como vencedor. Alguns dos jogadores assíduos, que durante a infância não soltavam os manetes e faziam questão de manter em dia os seus cartuchos para zerar os clássicos do videogame, hoje precisam superar chefões da vida real na tentativa de alcançar objetivos pessoais e profissionais. Certamente a maternidade e a paternidade estão entre os maiores deles. Assim como nos jogos, as crianças passam por algumas fases de desenvolvimento – naturais e até necessárias, mas que vêm carregadas de um turbilhão de obstáculos os quais os pais precisam superar junto dos filhos. Segundo a neuropediatra Liubiana Arantes de Araújo Regazzoni, presidente do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a família precisa entender cada fase em que a criança se encontra para conseguir estimular a maturidade e a autonomia dos pequenos. “É comum, por exemplo, que birras aconteçam por volta dos 2 anos, mas os pais precisam contornar a situação para que elas não continuem nas próximas etapas do desenvolvimento. Ao entender cada estágio, as famílias podem ajudar a criança a passar por eles de forma natural e contribuindo para o amadurecimento saudável”, explica. Por falar em birra, o Mateus, de 2 anos, fez uma histórica no mês passado e deixou a mãe, a bióloga Adriana Alves Oliveira Paim, cheia de preocupação. Detalhe: o show aconteceu no meio do shopping e não deixou alternativa para a família senão ir embora. Lucas Pinho Musumeci Suarez, de 6 anos, já passou dessa fase. Agora, ele está na alfabetização, o que também não tem sido nada fácil para a mãe, a administradora de empresas Marcella Pinho. Apesar das dificuldades, Adriana e Marcella sabem que uma das etapas mais difíceis ainda está por vir: a transição da infância para a adolescência. É nela que o Enzo, de 9 anos, está. “Ele agora quer sair com os amigos, acha que sabe tudo,
não quer mais passar férias na casa da avó no interior. Precisamos ter muita paciência, pois sabemos que não durará para sempre. Daqui a pouco ele será um homem, e sentiremos saudades do garoto rebelde”, diverte-se a mãe, a publicitária Fabiana Gomes Gaillardetz. Com a ajuda de especialistas – a pediatra Marisa da Matta Aprile, professora afiliada da disciplina de pediatria da Faculdade de Medicina do ABC e membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP); a pediatra e psiquiatra Ana Maria Costa da Silva Lopes, membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da SBP e professora da Faculdade de Medicina da UFMG; o psicólogo e psicopedagogo Cássio Frederico Veloso, criador do Núcleo de Desenvolvimento Bora Brincar; a pediatra Laís Valadares, presidente do Comitê da Primeira Infância da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP); a psicóloga Cristina Eiras, especialista pela USP em violência doméstica; e a médica de família e comunidade Denize Ornelas, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), além da doutora Liubiana –, organizamos as principais etapas de desenvolvimento da meninada para que os pais consigam identificar em qual delas o filho está e se preparar para o que vem pela frente, além de, claro, entender como lidar com cada desafio da melhor maneira possível. Afinal, no game da criação de filhos, o objetivo principal sempre será a felicidade dos pequenos, e falhas técnicas devem ser evitadas com toda a habilidade de um bom jogador. 4
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FASE DA CÓLICA Em geral, dura até os 6 meses de vida. O sistema digestivo do bebê ainda está se desenvolvendo, e as cólicas podem ser motivo de muito choro noites afora. Além disso, é um momento em que mãe e filho precisam se adaptar à amamentação. “O bebê nasce com um potencial enorme, mas insuficiente para cumprir suas necessidades básicas sem auxílio, já que seu instinto, por mais que opere, não é capaz de lhe garantir a sobrevivência”, afirma a pediatra Laís Valadares. Por isso, o bebê precisa de cuidados intensivos, de alguém para alimentá-lo, agasalhá-lo e protegê-lo dos estímulos invasivos do ambiente. Ele está construindo as relações de vínculo com a mãe, e é importante o estímulo à amamentação e o suporte do pai e dos familiares como facilitadores da construção desses primeiros contatos afetivos. “Algumas medidas, como colocá-lo no charutinho, no sling ou no contato pele a pele, sentindo calor corporal e o batimento cardíaco da mãe, ajudam a acalmá-lo como se ainda estivesse no útero”, afirma Denize Ornelas.
FOTOS: [1] GUSTAVO ANDRADE; [2] RICARDO BORGES; [3] WILLIANS MOARES; ILUSTRAÇÕES: AINE USAGI
FASE ORAL A criança quer conhecer o mundo pela boca, e é preciso atenção para que ela não se exponha a perigos. Em geral, dura até o primeiro ano de vida, e, aqui, é provável que o seu bebê já esteja engatinhando ou dando os primeiros passinhos. Os pais precisam estar em constante alerta para que o pequeno não se machuque nem ingira objetos nocivos. Também começam a nascer os primeiros dentinhos, o que pode causar febres e desconfortos. “A continuidade do aleitamento materno deve ser estimulada, e, na introdução de novos alimentos, o vínculo afetivo do bebê com a mãe ou com o cuidador é essencial”, afirma a pediatra e psiquiatra Ana Maria Costa da Silva Lopes. Atitudes afetivas pela estimulação sensorial também são fundamentais (cantigas de ninar, toques, contato visual, sorrisos, embalar o bebê etc.) para uma transição mais tranquila.
Mateus, de 2 anos, deu um "show" bem no meio do shopping
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FASE DA BIRRA Também conhecida como “terrible two”, essa fase ocorre por volta dos 2 anos. A criança está aprendendo a lidar com as próprias emoções e não tem uma capacidade bem desenvolvida de verbalizar os seus sentimentos. Ela começa a se perceber enquanto indivíduo e, a partir disso, faz escolhas. Quando percebe que nem todo desejo será atendido, ela precisa lidar com as frustrações. Em situações em que algo que deseja não é alcançado, é comum (e tolerável) que a criança faça a temida birra. Nesse momento, os pais devem intervir de forma firme e afetiva, por meio do diálogo. “É importante que os adultos não tentem travar uma luta com a criança para mostrar quem pode mais. Entenda como um processo natural, e não como uma afronta”, alerta a pediatra Marisa da Matta Aprile.
FASE DO EGOCENTRISMO
[1]
É comum que aconteça junto com a fase da birra, mas existem algumas peculiaridades. A criança tende a se perceber como o centro do mundo e, algumas vezes, tem dificuldade de dividir e aceitar o não. Ela não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Mesmo assim, está progredindo na construção de sua autonomia e de suas próprias escolhas. Por exemplo: ela já manifesta como deseja se vestir. É importante que os pais respeitem essa construção e que negociem com a criança o que é permitido ou proibido em determinada situação. “Será no meio familiar, rodeada de pessoas que a amam, que ela deverá aprender a lidar com o não e ser preparada para os nãos que virão do mundo”, defende a psicóloga Cristina Eiras.
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FASE DO APRENDIZADO SOCIAL Em geral, é quando a criança larga de vez as fraldas e a chupeta. Começa o aprendizado social, e os exemplos dos pais são mais compreendidos, incorporados e imitados. A convivência no ambiente escolar e no meio familiar deve ser estimulada, para que o pequeno desenvolva noções do convívio em sociedade. A criança se formará como um espelho das relações familiares, por isso é preciso muito cuidado com o que é apresentado a ela. Os pais devem se preocupar com a construção de um vínculo positivo. “Nesse período, é importante uma relação conjugal harmoniosa, afetiva, estável e com certas interdições. É fundamental que, desde muito cedo, os responsáveis reflitam sobre as funções paternas e maternas para educar os pequenos de forma convergente”, explica o psicólogo e psicopedagogo Cássio Frederico Veloso.
[2]
FASE DA ALFABETIZAÇÃO Começa o aprendizado da leitura e da escrita. A curiosidade está aflorada, e as crianças querem saber as razões das coisas. Perguntas difíceis podem surgir e devem ser respondidas de acordo com a capacidade de entendimento do pequeno. A criança captura percepções e a aparência imediata dos objetos. Elas adquirem a capacidade de investigação. Os “porquês” são uma forma de construção de resposta às descobertas infantis. “É importante que as crianças sejam estimuladas juntamente pelos pais e pela escola, e que estes conservem um tempo para o brincar, que é a atividade mais rica e importante para o desenvolvimento delas em todas as fases”, orienta a pediatra Laís Valadares. Lucas, de 6 anos, vive um momento de curiosidade aflorada
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PRÉ-PUBERDADE A idade pode variar bastante, mas, em geral, acontece entre os 9 e os 12 anos. Eles tendem a se achar adultos, começam a questionar limites e comportamentos, os hormônios estão aflorados, o corpo começa a mudar e a se desenvolver. Tem início a preferência pelas atividades em grupo, o que será intensificado na adolescência. Aquela criança que antes era dependente apresenta sinais de maior autonomia e desejo de independência. “Cabe aos pais e aos cuidadores ter consciência de que ela ainda precisa de supervisão e acolhimento, apesar de suas tentativas de oposição e de impor sua vontade”, afirma a psicóloga Cristina Eiras. Os pais devem estimular a continuidade de construção de autonomia e de vínculos afetivos duradouros.
ADOLESCÊNCIA
[3]
Aqui, uma enxurrada de novos desafios marca a transição da infância para a vida adulta. Os pais precisam se reinventar em suas habilidades para lidar com questões sociais e emocionais que possam surgir. A puberdade traz mudanças corporais que marcam a construção de escolhas identificatórias, sexuais e profissionais, entre outras. Enzo, de 9 anos, dá sinais de que a adolescência se aproxima
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O(e depaimuitos da Mônica outros) Cinco gerações já se deliciaram com as aventuras da Turma da Mônica, totalizando 1 bilhão de gibis. Aos 82 anos, Mauricio de Sousa segue a todo vapor, com diversos projetos inovadores POR Luciana
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FOTO: [1] LAILSON DOS SANTOS - DIVULGAÇÃO MSP; [2] BETE NICASTRO
Sem aposentadoria: Mauricio de Sousa tem 82 anos e quase 60 de carreira, mas não para de traçar novos planos para seus projetos
4Entrevista
[1]
MUITO CEDO, POR volta dos 5 anos, ao ter contato com o universo mágico dos gibis (que encontrou no lixo), ele não teve dúvidas do que queria fazer de sua vida. Foi amor à primeira vista. A pedidos, seu pai levou mais revistinhas, que a mãe leu até que o menino aprendesse a formar palavras juntando letrinhas. Tempos depois, já adulto, passou a ajudar, com seus próprios gibis, um bando de gente de diferentes gerações a aprender a ler. Mauricio de Sousa, o criador dos personagens mais populares no Brasil, que fazem parte da Turma da Mônica, já teve suas tirinhas publicadas em 80 países. E, acredite: o gênio dos quadrinhos chegou a ter seus desenhos rejeitados em sua primeira tentativa de trabalhar como ilustrador, na Folha da Manhã – quem o despachou ainda foi taxativo: “Desista. Desenhar não dá futuro pra ninguém, faça outra coisa”. Ele acabou trabalhando como repórter policial, por cinco anos. Mas, felizmente, seu antigo amor falou mais alto. Mauricio de Sousa conta que fugiu da redação e voltou, após uma semana, com sua primeira história e seu
primeiro personagem, o Bidu, em 1959. E foi assim que as tirinhas do rapaz de Santa Isabel, interior de São Paulo, passaram a ser publicadas na Folha. De lá pra cá, foram criados outros 400 “filhos de papel”, entre eles, a Mônica e a Magali, inspiradas nas próprias filhas (segundo ele, a primeira “é brava de verdade”, e a segunda, “gulosa até hoje”). O desenhista, que completou 82 anos no final de outubro, não para. Só neste ano já lançou a autobiografia Mauricio - A História que Não Está no Gibi, fechou com a TV Cultura a exibição da Turma da Mônica na programação fixa da emissora, tem movimentado o YouTube com a Mônica Toy, chegando a atingir 3 bilhões de visualizações e tendo a Rússia com líder de audiência, e está em meio ao processo de realização do longa-metragem Laços, que, de forma inédita, terá crianças de carne e osso interpretando a turminha. Na entrevista a seguir, Mauricio fala sobre a infância, a longevidade de seus personagens e narrativas e declara que a aposentaria não faz parte de seus planos.4
Desde pequeno o senhor quis desenhista? Como seus pais reagiram?
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Mauricio de Sousa – Eu sempre gostei de desenhar, queria fazer gibis. Felizmente meu pai e minha mãe sempre me incentivaram a ler gibis, mesmo quando isso era considerado prejudicial à educação (dá pra acreditar que havia gente que pensava assim?). Claro que o fato de serem adeptos de diversas formas de artes contribuiu para isso. Meus pais foram me dando confiança, e, depois, os professores. O senhor aprendeu mesmo a ler com os gibis?
Realmente eu aprendi a ler com os gibis. E hoje, em meus lançamentos nas livrarias, onde tenho contato direto com meus leitores, é comum algum pai dizer que seu filho aprendeu a ler com a Turma da Mônica. O lúdico sempre foi fonte de interesse da criança, e a linguagem dos quadrinhos é especial nesse caso, pois trabalha a memória visual juntamente com a de leitura. O resultado é alguém interessado em ler apesar dos programas de TV, dos videogames e de outras diversões modernas que tiram o tempo de leitura. Qual conselho o senhor dá a pais de filhos que não gostam de ler?
Estimulem ao máximo, lendo junto com os filhos desde bem pequenos, e eles nunca esquecerão desses momentos da infância. Como é fazer parte de uma família tão grande – dez filhos, 12 netos e três bisnetos?
Uma alegria e fonte de muitas criações para o meu trabalho. Todos sabem que me inspiro muito em meus amigos de infância, em meus filhos e agora nos netos e bisnetos para criar os personagens da turminha. E meus filhos de papel já chegam a mais de 400!
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Como manter a "Turma da Mônica" sempre interessante diante de tantas novidades que surgiram nas últimas décadas?
O segredo de manter um público constante num mercado inconstante é sempre estar antenado na linguagem atualizada das crianças. Os pais curtem ter lido a Mônica, que falava com eles na linguagem da época e que se adaptou à linguagem do filho. Que pai não aprecia um filho que tem os mesmos gostos que ele teve na infância? Depois, criança é sempre criança. Pode ser em países e épocas diferentes. Gosta de descobrir e de brincar. Basta contar histórias em que elas se identifiquem e que as façam rir. A infância foi mesmo abreviada no Brasil, nas últimas décadas? O que os pais podem tentar fazer para reverter esse fenômeno?
Com certeza as crianças estão amadurecendo mais rápido e, por isso, encurtando a sua infância. Para os pais, basta dedicarem mais tempo aos seus filhos. Simples assim. O que o motivou a lançar a biografia "Mauricio - A História que Não Está no Gibi"?
Há alguns anos alguns amigos jornalistas queriam escrever minha biografia. Ameaçaram fazê-la, e fiquei meio preocupado. Decidi, então, fazer uma série de crônicas em um jornal contando vários casos da minha vida para deixar isso como legado. Queria dar a minha [2]
Na XVIII Bienal Internacional do Livro, o senhor afirmou que, assim como um pai não tem um filho preferido, o senhor também não tem um personagem preferido, mas enalteceu o Horácio. Por quê?
O Horácio sempre foi muito ligado ao meu pensamento filosófico. Posso até delegar historinhas dele, mas sempre terá que ter muito de mim ali. Como digo, às vezes me sinto realmente um dinossauro dentro desse mundão. O senhor teve receios ou dificuldades com os avanços da tecnologia?
Eu estou ligado na parte de comunicação que a tecnologia proporciona para exercer uma interatividade com o meu público. Temos que seguir junto com a evolução e as novas plataformas de comunicação, mas sem esquecer da base de nossa vida, que vai além disso. Mantenho, em meu estúdio, profissionais que ainda desenham sobre papel e preservo essa forma quase artesanal de trabalho. Um computador pode quebrar ou pode faltar energia elétrica, mas ainda teremos um lápis, que não depende de software, e sim da criatividade pura do ser humano. Como é a parceria da "Turma da Mônica" com a Unicef, abordando os direitos das meninas e dos meninos?
Temos uma série de revistas com temas de importância educacional sobre ecologia, saúde e direitos das crianças. Geralmente são produzidas para a área educacional e de saúde. Mas a responsabilidade aumentou no final de 2007, quando a Mônica foi convidada a ser embaixadora do Unicef no Brasil, juntamente com Renato Aragão e Daniela Mercury. É a primeira personagem de quadrinhos convidada no mundo. Nossa revista especial com a Turma da Mônica dando dicas sobre o Estatuto
da Criança e Adolescente (ECA) já foi distribuída para milhões de crianças. O senhor fez 82 anos no final de outubro, quase 60 anos de carreira; a Mauricio de Sousa Produções já vendeu mais de 1 bilhão de gibis, criou mais de 400 personagens e tem mais de 3.000 produtos licenciados. O que vem pela frente? Pensa em se aposentar?
Esta palavra, “aposentadoria”, não existe no meu dicionário (risos). A cada novo sonho se renova o desafio da criação. Temos muitas novidades. Nosso primeiro filme live-action com a Turma da Mônica, com o nome de Laços, a respeito de uma história linda sobre amizade e solidariedade, estará pronto em 2018. Tem também a nossa série de animação no YouTube, estamos na TV Cultura, a Mônica Toy é um sucesso mundial, chega a mais de 3 bilhões de visualizações. E, para 2019, haverá outro live-action, que está em produção, com a Turma da Mônica Jovem.
FOTO: [3] JOSÉ CARLOS BULDRINI;
visão. Acabaram saindo dois livros com essas crônicas, e os jornalistas esqueceram o assunto. Agora resolvi fazer por inteiro. O jornalista Luís Colombini, indicado pela editora Sextante, me ajudou muito na busca por recordações dentro dos encontros semanais que tivemos ao longo de 2016.
Crianças de sucesso: atores mirins chegam à 10ª temporada da série queridinha da meninada
4Entretenimento
Mistérios por toda parte A Canguru foi convidada a acompanhar os bastidores da gravação da décima temporada de D.P.A., que chega com elenco maior, mais crianças e muitos enigmas POR Luciana
Ackermann
“OS IMBATÍVEIS, OS invencíveis, os”... Certamente, você já ouviu esse bordão aí na sua casa, não? Afinal, a série Detetives do Prédio Azul (D.P.A.) já completou cinco anos fazendo o maior sucesso entre a criançada. Agora chega à décima temporada, repleta de novidades, mais crianças e muito mistério pela frente – com direito, inclusive, a um novo edifício, o Prédio Amarelo, onde moram os amigos Lia (Giulia Gatti), Joca (Dudu Varello) e Dudu (Kaik Brum). Dona Leocádia vai deixar de reinar sozinha na série, pois o Prédio Amarelo também terá
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uma síndica-vilã para chamar de sua: a Bruxa Marga, interpretada pela atriz Luciana Braga. A Canguru esteve nos estúdios do Gloob, no Riocentro, na Barra da Tijuca, acompanhando as gravações da nova temporada, que estreará em 2018, e conta tudo por aqui, para você compartilhar as novidades com seus filhos. Escrito pela autora Flávia Lins e Silva, D.P.A. é o carro-chefe do canal infantil. Para a diretora da série, Vivianne Jundi, é uma imensa alegria ver a produção nacional agradando tanto. Ela conta que os 26 episódios da nova temporada já estão na fase final de gravação e trouxeram diversos desafios à equipe, já que se trata de uma história mais complexa, toda encadeada e repleta de novos elementos, sem falar na chegada de uma nova turminha ao elenco: “Integrar as novas crianças ao ritmo e à dinâmica das gravações tem sido desafiador. Também ficou um pouco mais
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Os novos moradores Os três atores mirins que entraram nesta temporada já eram muito fãs da série e estão adorando tudo. Giulia Gatti, de 9 anos, explica que Lia é muito alegre e divertida e acredita que vai conquistar os pequenos espectadores: “Viemos pra quebrar, enfeitiçar e investigar. Não somos tão bons detetives quanto eles, mas somos diferentes”. Aos 13 anos, Kaik Brum já tem no currículo novelas como Joia Rara, Os Dez Mandamentos e Totalmente Demais. Ele será o nerd Dudu: “Fazer o D.P.A. está sendo muito legal porque é sobre crianças e voltado para crianças”. Superanimado também está Dudu Varello, de 10 anos: “O Joca é bagunceiro, líder da turminha do Prédio Amarelo, bom em fazer planos e vai aprontar bastante”.
AS LEITORAS CONVIDADAS
da Canguru
Curiosidade, carinhas de espanto e certa timidez diante dos “detetives” tão queridos foram alguns dos sentimentos que as irmãs Maria Eduarda Lirio, de 9 anos, e Marina, de 6, experimentaram durante a visita ao set de gravação do D.P.A. As duas acompanharam a reportagem de Canguru, conheceram os cenários e os atores, viram os bastidores da produção, passearam pelos diferentes espaços, assistiram a um pouquinho das gravações, tiraram fotos e cantaram parabéns, com a equipe, para a atriz Suely Franco, a Vó Berta, que fez aniversário justamente no dia em que as pequenas estiveram por lá. “O que eu mais gostei foi conhecer os detetives. Adorei”, resume Duda, que foi desvendando cantinho por cantinho dos apartamentos do Prédio Azul e dos novos cenários do Prédio Amarelo. Sem dúvida, a casa da vilã Leocádia foi o que mais chamou a atenção das pequenas. Afinal, é dali que saem feitiços mirabolantes, com ingredientes como “sangue de vampiro” e “bigode de bode”, além das poções para vida eterna e controle da mente.
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FOTO: RICARDO BORGES
difícil fazer com que as seis crianças se concentrassem, às vezes vira festa”. Os atores mirins fazem coro ao entusiasmo da diretora. Letícia Braga, de 12 anos, que interpreta a intuitiva Sol, Pedro Henriques Motta, também de 12, que faz o bagunceiro Os novatos: Joca, Lia e Dudu Pippo, e Anderson Lima, serão os moradores do Prédio 14, que dá vida ao nerd Amarelo, novidade na série Bento, vibram ao falar da nova safra. No Beco Secreto das Ideias, sala onde é feita a preparação de texto com as crianças antes de entrarem em cena, Pedro e Anderson dizem que a trama vai exigir mais do público, porque haverá um mistério maior. Anderson revela que haverá rivalidade entre as bruxas, o que acabará afetando as crianças dos dois prédios, rendendo disputas pra lá de divertidas. Já no pátio do Prédio Azul, Letícia conta, com a maior desenvoltura, que está adorando as novidades. “Tem uma tensão maior. Eu gosto dessa ideia de transformar o medo em humor”, diz a pequena atriz, que acumula quase 4.500 seguidores em sua página oficial no Facebook, lançou o livro Cabelinhos de Anjo em plena Bienal do Rio e atuou em dois longas recentes: D.P.A. – O Filme e A Menina Índigo.
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FOTO: GUSTAVO ANDRADE
4para ler com seu filho
O incrível livro que espichou! Como é bom ler um livro, passar as páginas, espichar, desdobrar, virar pelo avesso... “O quê? Será que o Leo Cunha pirou?” – você deve estar pensando. Não, nada disso: é que neste mês resolvi falar de livros que fogem ao modelo tradicional (aquele formato encadernado, grampeado ou colado). Estes aqui são livros que se desdobram e espicham. Quem disse que não pode?
leo cunha e os filhos, Sofia e André
Haicobra está saindo do forno – ou, melhor seria dizer, saindo do ovo! Impresso numa única folha de papel, espertamente recortada e dobrada, o livro se abre no formato de uma cobra e, a cada dobra, nos propõe um haicai. Para quem não sabe ainda, o haicai é um poema de origem japonesa, curtinho, com três versos, sem título. Os poemas de Fabio Maciel, com métrica mais livre do que os haicais orientais, exploram os vários sentidos da palavra "cobra", com direito a rimas e bom humor, como nos versos abaixo: Pobre cobra Má fama, mas o que dizer Daquela que usa escama? Pois confesso, moço Tenho medo Vai que eu viro almoço. SOBRE OS AUTORES: Fabio Maciel, carioca, é poeta, ilustrador e editor. Márcio Sno, paulista, é jornalista, editora, ilustrador e oficineiro.
HAICOBRA. Texto de Fabio Maciel e ilustrações de Márcio Sno. Ed. Bambolê, 2017.
TER UM PATINHO É ÚTIL, de Isol. Editora Cosac Naify, 2014
Ao contrário do Haicobra, que é lançamento de 2017, minha outra dica é mais difícil de encontrar. Ter um Patinho É Útil foi publicado em 2014 pela editora Cosac Naify, que, infelizmente, encerrou suas atividades. O jeito é procurar o livro numa biblioteca, num sebo ou numa livraria virtual que ainda o tenha em estoque. Mas vale a pena, pra conhecer e compartilhar essa delícia com seu filho, neto ou sobrinho. Criado pela escritora e ilustradora Isol, o livro mostra, com muito humor e bom senso (que às vezes vira nonsense), as mil e uma utilidades de um patinho para uma criança. O livro se desdobra até virar uma longa tira, e – surpresa! – no verso o que temos é outra história, contada sob o ponto de vista do patinho: Ter um Menino É Útil.
Leo Cunha O escritor Leo Cunha publicou mais de 50 livros, como Um Dia, um Rio (Ed. Pulo do Gato) e Cachinhos de Prata (Ed. Paulinas). Recebeu os principais prêmios da literatura infantil brasileira, como Jabuti, Nestlé, FNLIJ e João-de-Barro. leocunha@canguruonline.com.br
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IMAGENS: REPRODUÇÃO
SOBRE A AUTORA: Isol, escritora e ilustradora argentina, ganhou os principais prêmios mundiais do ramo, como o Astrid Lindgren, na Suécia.
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
4viagens, modo de usar
A joia da Patagônia argentina
das Américas. Garotas e garotos poderão andar pelos senderos, as trilhas que acompanham os riachos de degelo onde o caiaque transforma as pequenas corredeiras em diversão. Uma dica: faça um cruzeiro pelo Lago Nahuel Huapi até a Ilha Vitória. Quando chegar, atravesse o Bosque dos Arrayanes, que teria inspirado Walt Disney para ambientar seu famoso filme Bambi. Também não deixe de subir pelo teleférico até o Cerro Otto. Lá de cima se curte uma magnífica vista da região. Na confeitaria giratória, tome o delicioso chocolate quente. Por falar em chocolate, Bariloche possui dezenas de fábricas. Duas delas são a Fenoglio, que mantém um museu do chocolate, e a Rapa Nui, também criadora de deliciosos sorvetes. Experimente o chocolate em rama, que dizem ter sido inventado na cidade.
Na Patagônia viveram alguns dos maiores dinossauros. No Parque Nahuelito, as crianças entram em contato com réplicas desses gigantescos lagartos pré-históricos. Para aquelas que amam um pouco mais de aventura, há tirolesas no alto das copas das árvores que deixariam Tarzan com inveja. As crianças também podem brincar de Indiana Jones nas cavernas de lava vulcânica do Cerro Leones. Depois de tanto passeio e beleza, vem a inevitável confirmação: Bariloche é a joia da Patagônia argentina. Uma joia com brilho para durar a vida toda.
Luís Giffoni é cronista, romancista e palestrante. Autor de 26 livros, tem nas viagens uma de suas paixões. Nelas aprende a diversidade do mundo e das pessoas, experiência que acaba traduzindo em suas obras. Neste espaço, dá dicas sobre como aproveitar o mundo com os pequenos. giffoni@canguruonline.com.br
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FOTO: DIVULGAÇÃO
BARILOCHE, NA PATAGÔNIA argentina, é conhecida como “Brasiloche”, tantos são os brasileiros que a visitam durante o inverno. Na primavera, quando a cidade fica mais encantadora, pouca gente aparece por lá. É a melhor época para a viagem. Não há neve, mas tem menos gente, melhores preços e a explosão de cores da estação, além de muitas atrações adicionais. Se houver condição de gastar um pouco mais, hospede-se com as crianças no Hotel Llao Llao (foto), localizado às margens do Lago Nahuel Huapi, num dos mais deslumbrantes cenários do país. A natureza, com muito verde, um lago azul e os Andes, tira o fôlego para qualquer canto que se olhe. O Llao Llao oferece atividades infantis monitoradas, passeios a cavalo e de barco, caminhadas e pesca. À noite, há jogos e brincadeiras nos enormes salões e nos corredores do hotel revestidos com toras de madeira. O Parque Nacional Nahuel Huapi merece várias visitas. Ali se vê a diversidade da natureza: picos com alguma neve, água cristalina, animais, aves e plantas únicas. Ao fundo, o imponente Cerro Catedral, principal centro de esportes de inverno na Argentina. Mais além, desponta o Cerro Tronador, um vulcão com mais de 3.500 m de altitude. No caminho, passa-se pela Ruta 40, sem dúvida uma das mais belas
Luís Giffoni
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FOTO: ACERVO NA PRACINHA
Inhotim com crianças O INHOTIM É um programa perfeito para divertir os filhos sem entediar os pais e uma ótima oportunidade para introduzir as crianças no universo da arte, apresentando-as aos mais importantes nomes da cena contemporânea. Se você ainda não conhece, aproveite a primeira brecha da agenda para uma visita. Se já conhece, por que não revisitá-lo? Para aproveitar bem o passeio, chegue cedo. Nossa sugestão é que visite as obras e as galerias mais distantes na parte da manhã. Com crianças, o ideal é optar pelo transporte interno, que circula em rotas predeterminadas durante todo o dia. À tarde, passeie por jardins e galerias, sem obrigatoriedade de roteiro ou horário. Não se preocupe, há sempre um espaço para um bom descanso. Para circular com bebês, o ideal é utilizar o sling e o carrinho. Prepare-se para um mundo fascinante e perca-se entre os pavilhões e os jardins! São dezenas de obras em exposição, entre trabalhos permanentes e temporários, divididas em 22 galerias. Nossas atividades preferidas são: » Brincar pelos jardins e explorar as matas das galerias mais distantes; » Conhecer o Tamboril – árvore símbolo do Instituto; » Passear no labirinto de Através, de Cildo Meireles; » Divertir-se na Galeria Cosmococa, de Hélio Oiticica e Neville D'Almeida; » Surpreender-se na casinha bran-
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Cartão postal de Inhotim: Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, de Hélio Oiticica
Conheça mais detalhes sobre o Inhotim em napracinha.com.br ca de Continente/Nuvem, de Rivane Neuenschwander; » Refrescar-se na Piscina, de Jorge Macchi; » Brincar de esconder na Beam Drop Inhotim, de Chris Burden, e na Penetrável Magic Square, de Hélio Oiticica; » Descobrir os sons da terra no Sonic Pavilion, de Doug Aitken, e as vozes no Forty Part Motet, de Janet Cardiff; » Ver tudo vermelho em Desvio para o Vermelho, de Cildo Meireles; » Acompanhar o movimento das esferas no Narcissus Garden, de Yayoi Kusama; » Surpreender-se com a árvore suspensa da obra de Giuseppe Penone e o caleidoscópio de Olafur Eliasson; » Tentar adivinhar os porquês das criações de Tunga para a Galeria Psicoativa; » Conhecer várias espécies no Viveiro Educador e as orquídeas do Vandário.
O que não pode faltar no passeio? » Protetor solar, chapéu » Roupas leves, sapatos confortáveis » Garrafa de água
QUER CONHECER? Rua B, 20, Brumadinho Ingressos: a partir de R$ 40 (crianças de até 5 anos não pagam). Às quartas, entrada franca.
O Na pracinha é um movimento que incentiva o tempo livre para o brincar e o resgate da relação criança/cidade com a ocupação dos espaços públicos pelas famílias. O brincar e o contato com a natureza são fundamentais para a saúde física e mental da criança. O projeto promove eventos brincantes gratuitos e compartilha dicas de passeios pela capital mineira, tendo sido criado pelas mães Flávia Pellegrini e Miriam Barreto, autoras do guia Beagá pra Brincar, com mais de cem dicas de passeios para se fazer pela cidade com crianças. www.napracinha.com.br
A tecnologia a favor da comunicação Grupos educacionais estão lançando Q aplicativos para melhorar a comunicação uem tem um filho matriculado em uma instituição de ensino básico deseja saber quase o tempo todo o que está acontecendo na vida escolar deles. Não importa se o filho está na educação infantil ou no ensino médio, os pais e os responsáveis sempre querem ser informados de toda a rotina escolar. E eles têm razão. Há alguns anos, a melhor forma de comunicação entre a escola e os pais era um bilhete afixado no caderno, porém aquela informação só chegaria ao pai no dia seguinte. As reuniões que aconteciam ao final de cada etapa não eram suficientes para esclarecer questões que precisavam ser ditas com mais urgência. A partir disso, percebeu-se que a comunicação com os pais precisava ser mais ágil e acompanhar as mudanças na sociedade. Com o advento da internet no Brasil nos anos 90, algumas transformações foram perceptíveis, como a forma de comunicação entre as pessoas. No ciberespaço, as relações são diferentes, a interação é imediata, e as informações ganham instantaneidade quase inimaginável. Os avanços da tecnologia permitiram a criação de novas formas de comunicação: o e-mail ganhou mais facilidade de acesso, e as escolas viram nele uma importante ferramenta para estar em contato com os pais. As informações que precisavam ser transmitidas imediatamente foram privilegiadas com essa ferramenta, e os pais e os responsáveis eram inteirados do que acontecia na vida escolar dos alunos de forma instantânea. Com o aumento do uso de e-mails, passou a ser difícil uma mensagem enviada pela escola ser notada em
uma caixa de entrada com um turbilhão de conteúdos. O contato imediato da escola com os pais voltou a ser uma tarefa difícil. Diante disso, as instituições de ensino precisavam buscar outra maneira de se comunicarem de forma instantânea. Assim, grupos educacionais estão lançando aplicativos para melhorar a comunicação. A ferramenta deve possuir interface que facilite a transmissão das informações aos pais, que recebem notificações de todos os comunicados enviados pela escola. No entanto, aposentar o e-mail definitivamente é muito prematuro, já que existem alguns usuários (embora poucos) que ainda fazem parte exclusivamente da era do correio eletrônico e são resistentes a restringir tudo ao mobile. A comunicação entre os pais e a escola sempre será um desafio, visto que a rapidez de alguns fatos demandará agilidade em transmitir as informações. Todavia, as instituições de ensino e as famílias devem fazer bom uso das ferramentas tecnológicas para estreitar essas relações. Dessa forma, são bem-vindos, principalmente, os meios de comunicação, que são canais oficiais da escola, evitando-se, assim, os desvios nos esclarecimentos e as informações incorretas.
Camila Reis é analista de marketing do Coleguium Rede de Ensino, tem 23 anos e é formada em comunicação social - publicidade e propaganda pela PUC Minas.
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
4artigo | Camila Reis
SABE ESSE PAPO de coisa de menino e coisa de menina? Brinquedo de menino e brinquedo de menina? E esse medo que temos das questões de gênero? E essa nossa necessidade de diferenciar os meninos das meninas até nas brincadeiras? Não é de hoje que a discussão foi aberta, mas ainda tem gente que acha que menino tem que ter cabelo curto e menina tem que ter cabelo comprido, que menina não joga futebol, que menino não brinca de casinha. Medo? De quê? De “induzi-los” a ser homossexuais? Se homens têm filhos e devem cuidar deles, os meninos deveriam ter o direito de brincar com bonecas. Se as mulheres dirigem, se tem um monte de “mãetorista” por aí, as meninas deveriam poder brincar de carrinho. E aquelas perguntas que as crianças fazem sobre namorado e casamento? Cuidado com as respostas que induzem a criança a achar que a verdade absoluta é que homem gosta de mulher e mulher gosta de homem. A questão de gênero não precisa vir na resposta. “Mamãe, um dia eu vou me casar?”. Você pode responder: “se você encontrar alguém muito legal, que você ame, pode ser que sim” (“alguém” não tem sexo, pode ser
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homem ou mulher, nesse momento isso não vem ao caso). Por mais difícil que seja, precisamos lidar com a possibilidade de os nossos filhos gostarem de alguém do mesmo gênero, e, se isso acontecer, ele não merece sofrer por acreditar que se apaixonar é errado. Se a pergunta for mais específica: “Mãe, meninas podem namorar meninas?”. Aí, sim, a própria criança introduziu a questão. Nesse caso você não pode escapar da resposta. Claro que você vai responder de acordo com as suas crenças e princípios, mas, lembre-se: a verdade é que meninas namoram meninas, e meninos namoram meninos tam-
Bebel Soares e o filho Felipe
bém, quer você goste disso ou não. Ou seja, não imponha, mesmo inconscientemente, que a criança tem que ser heterossexual. Ainda que a possibilidade de seu filho não ser hétero seja desconfortável pra você, isso não é uma coisa que os pais definem. Nós educamos e orientamos, quem escolhe o caminho são eles. Amar nunca é errado.
Bebel Soares é fundadora da plataforma de apoio a mães Padecendo no Paraíso. Na Canguru ela fala sobre educação, saúde, alimentação, sexo, inclusão e viagens. www.padecendo.com.br
FOTO: DEPOSITPHOTOS
Filhos e as questões de gênero
FOTO: MOACYR LOPES JUNIOR / MALAGUETA
4padecendo no paraíso
FOTO: FLÁVIO DE CASTRO
4crônica
Dez anos depois ACORDAR. RESPIRAR. PENSAR. Existir. Não há um verbo que não doa durante o luto. Talvez dormir alivie, que é quando a dor adormece. Momento em que o medo desperta: será preciso enfrentar o dia seguinte. Perder quem amamos é morrer um pouco. O luto nos torna um lugar ruim. Queremos fugir, perder a memória, emprestar outra vida. Qualquer coisa que nos salve do horror de sentir que alguém foi amputado de nós. Em janeiro de 2007, uma parte de mim teve morte súbita. Mesmo que meu coração insistisse em bater. Foi viuvez, mas também foi aborto: a frase cortada em pleno gerúndio. Mas havia dentro de mim outro coração. E este batia convicto, com ânsia de estreia. Eu tinha de dar um jeito de renascer. Eu me lembro de olhar ao redor e me perguntar com que direito as pessoas sorriam, se dentro de mim as luzes estavam apagadas. Foi assim no primeiro mês. Uma dor que parecia fadada a nunca mais terminar. A morte se repetiu muitas vezes até que eu finalmente aceitasse. Mais um mês até Francisco nascer. Finalmente a vida. A cada instante olhar e ver: nasceu. Respira, mexe, chora, mama. É nosso filho. Eu era a mãe mais feliz. Eu era a mulher mais triste. Escrever foi minha máscara de oxigênio. E quando as palavras conseguiam fazer o outro vestir o que eu sentia, a tristeza virava alegria. Uma espécie de alquimia incidental transmutou dor em sorriso. Foi assim que renasci. O tempo mudou os afetos de lugar. Abriu meus olhos, me ensinou a mudar de assunto. Distraidamente, foi me
cris guerra e o filho, francisco
O livro é uma máquina do tempo. Capaz de entregar para o filho o pai que faz mais falta nos momentos alegres mostrando a vida de novo – agora outra. Nunca plantei uma árvore. Duvidava poder um dia gerar um filho. Mas o Gui fez bem mais que isso em mim. Preparou a minha escrita para nascer. Em novembro de 2008, chegou meu "segundo filho", o blog materializado em livro. Seu nome? Para Francisco. Anos depois, deitado no meu colo, Francisco tomou o livro nas mãos, leu a dedicatória em voz alta e filosofou: "Se a gente construísse a máquina do tempo, eu ia encontrar meu pai Guilherme, né, Mamãe?" É isso. O livro é uma espécie de máquina do tempo. Capaz de entregar para o filho o pai que faz mais falta nos momentos alegres. Na viagem, leva também outras histórias. Dores que são suas, minhas, de todos nós. Nossos medos e sorrisos. Como o amor, um livro é mais forte que a morte. Dez anos se passaram – e eu pensava que não ia dar conta. Será que fui eu quem pariu Francisco ou foi ele quem pariu as mulheres que eu não sonhava haver em mim? Em novembro, chega às livrarias o Para Francisco (Edição Especial – 10 Anos Depois). A nova edição, ampliada, traz os dez anos completos da história. Uma seleção de novas cartas e também das "Francisquices", cenas de um menino feliz. Tudo embalado com muito amor em papel azul turquesa. Para Francisco, para você.
é publicitária, escritora e palestrante. Fala sobre moda e comportamento em uma coluna na rádio BandNews FM e a respeito de muitos outros assuntos em seu site www.crisguerra.com.br. Na Canguru, escreve sobre a arte da maternidade. crisguerra@canguruonline.com.br
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Cris Guerra