MALUNGO FLANAR: AUDIOVISUAL COMO PRÁTICA EXTENSIONISTA NO ENSINO MÉDIO Isabela Morena Alves Machado1 Michel Montandon de Oliveira2 O Território não é apenas o resultado da superposição de um conjunto de sistemas naturais e um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem. O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. MILTON SANTOS, 2000, p. 96
Desde o lançamento do icônico livro de Paulo Freire – “Extensão ou Comunicação?” (Freire, 1993) –, muito se discute e se produz em torno das possibilidades dialógicas das práticas extensionistas. Na obra, editada e lançada no Chile em 1969, o autor apresenta suas inquietações acerca do tema e questiona: é papel do educador estender o seu conhecimento ou dialogar com conhecimentos diversos? (Idem). A palavra comunicação, no sentido aplicado ao texto, não diz respeito diretamente à comunicação de massa, gerada em processo industrial pelos veículos de mídia, mas sim a todo um modo de comunicação dialógico, processual e sensível. Há cinco décadas, quando o livro de Freire foi lançado, as linhas telefônicas eram ativos de investimento, tamanhos sua raridade e preço; os cinemas de rua reuniam centenas de pessoas; a televisão começava a chegar nos lares mais abastados e a população brasileira era metade da população atual. Nesses 50 anos, não resolvemos nossos principais problemas estruturais: avançamos pouco na questão da diminuição da desigualdade de renda; a reforma agrária, tão 1 2
Graduanda do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ e bolsista do Projeto de Extensão Nav Cine. Doutorando em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET-MG, servidor da Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ e coordenador do Projeto de Extensão Nav Cine.
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