2015 Carissimi, João
Capa Fotografia: Bengalas – João Carissimi Disponível em: <http://olhares.uol.com.br/bengalas-antigas-para-a-venda-foto6122688.html> Local: Brique da Redenção. Porto Alegre. Rio Grande do Sul, 2014
Editoração João Carissimi
Revisão João Carissimi Smirna Cavalheiro
[A Comunicação e o Marketing permitem agir no cenário competitivo] – Artigos e Crônicas – 2000-2013. / João Carissimi [Autor e Organizador]. Capa: Bengalas / Brique da Redenção, Fotografo João Carissimi. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 24 de janeiro de 2015.
João Carissimi E-mail: jocaribr@yahoo.com.br
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Bom dia! Esta edição de artigos de opinião e crônicas é resultado primeiro do resgate de vários textos publicados no Jornal Panorama Pradense (2007) e no Blog Aida Comunicação e Marketing. Os textos aqui apresentados na obra “A Comunicação e o Marketing permitem agir no cenário competitivo” que, possibilita abrir A primeira porta: O que é comunicação? O que é marketing?; O gestor de comunicação organizacional atua e muda esse cenário; O segredo de Luísa; Responsabilidade socioambiental e Parabéns, sua empresa acaba de receber o prêmio “X”. Logo A porta do cliente: O que é a felicidade do cliente?; Datas comemorativas como estratégia de comunicação e marketing; Relacionamento com o cliente; O Cliente é o número 1. Ele é o rei; Comece bem o dia com “Doces Anita” e Pense primeiro no perfil do público e depois na estratégia de relacionamento. Além disso, A porta da direita, do centro e da esquerda apresenta: Universidades Federais; A comunicação visual de prédios e muros públicos; O senso de responsabilidade na sociedade? O lucro socialmente aceito?; A propaganda eleitoral traz restrições e permissões que devem ser observadas tanto por partidos e coligações quanto pelos cidadãos e A embalagem comunica a natureza e as características do produto quanto à sua personalidade. A seguir A porta do “Eu”: Eu “Amo Muito” o Rio Grande do Sul; Por João Carissimi e Se morrer o Papa e o Presidente, eu só quero saber quando voltar. Depois tu podes abrir A porta de Antônio Prado: A denominação não traduz a identidade e não forma a imagem desejada; Doces caseiros: tradição, qualidade e sabor; Um feriado de atrações; Carta à sobrinha formanda e De 4 a 24 lugares: isso faz a diferença em sua festa. E, por último, A última porta: Ainda escreverei Maria Eduarda, Pedro Henrique e João Henrique. Todos os textos que, expresso são decorrência da minha vivência acadêmica, profissional e pessoal. Outros documentos foram divulgados em diferentes dispositivos – no
Blog
Aida
Comunicação
e
Marketing,
>http://aidacomkt-
carissimi.blogspot.com.br> portfólio no ISSUU, >http://issuu.com/carissimi>, além disso, fotos com uma descrição publicadas no sitio Olhares, por exemplo, a foto “Bengalas”
da
capa
>http://olhares.uol.com.br/bengalas-antigas-para-a-venda-
foto6122688.html>. Boa leitura! João Carissimi 3
SUMÁRIO A primeira porta 1. 2. 3. 4. 5.
O que é comunicação? O que é marketing?....................................................... O gestor de comunicação organizacional atua e muda esse cenário.................. O segredo de Luísa .......................................................................................... Responsabilidade socioambiental..................................................................... Parabéns, sua empresa acaba de receber o prêmio “X”.....................................
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A porta do cliente 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é a felicidade do cliente?......................................................................... 18 Datas comemorativas como estratégia de comunicação e marketing............... 20 Relacionamento com o cliente.......................................................................... 22 O Cliente é o número 1. Ele é o rei................................................................... 25 Comece bem o dia com “Doces Anita”............................................................. 29 Pense primeiro no perfil do público e depois na estratégia de relacionamento. 31
A porta da esquerda, centro e direita 1. 2. 3. 4.
Universidades Federais..................................................................................... 33 A comunicação visual de prédios e muros públicos........................................... 36 O senso de responsabilidade na sociedade? O lucro socialmente aceito?......... 39 A propaganda eleitoral traz restrições e permissões que devem ser observadas tanto por partidos e coligações quanto pelos cidadãos...................................... 41 5. A embalagem comunica a natureza e as características do produto quanto à sua personalidade..................................................................................................... 44
A porta do “Eu” 1. Eu “Amo Muito” o Rio Grande do Sul............................................................... 48 2. Por João Carissimi............................................................................................... 51 3. Se morrer o Papa e o Presidente, eu só quero saber quando voltar ................... 53
A porta de Antônio Prado 1. 2. 3. 4. 5.
A denominação não traduz a identidade e não forma a imagem desejada.......... 56 Doces caseiros: tradição, qualidade e sabor........................................................ 58 Um feriado de atrações....................................................................................... 59 Carta à sobrinha formanda.................................................................................. 62 De 4 a 24 lugares: isso faz a diferença em sua festa............................................ 66 . A última porta
1. Ainda escreverei Maria Eduarda, Pedro Henrique e João Henrique................... 68
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I. A primeira porta
1. O que é comunicação? O que é marketing? A comunicação e o marketing permitem agir no cenário competitivo
O convite de escrever sobre Comunicação e Marketing partiu do diretor Paulo Barp, do Jornal Panorama Pradense, que passa a ser um desafio anotar sobre as duas ciências: Comunicação Social (jornalismo, relações públicas, propaganda e publicidade) e Marketing, entre outras áreas afins, o que permitirá uma troca de conhecimento e informações com os leitores. Sempre na tentativa de refletir sobre as teorias descritas por vários autores, e, em contrapartida, com a experiência profissional e acadêmica na área da comunicação integrada de marketing. Uma vez que as empresas participam do mercado globalizado, cada vez mais competitivo, importa também destacá-lo no campo local. Os conceitos básicos de comunicação e marketing, aprendidos como disciplinas nos cursos de administração e comunicação e/ou em curso de pós-graduação, ouvindo e assistindo programas de rádio e televisão, na leitura de textos em jornais, revistas e na internet, de certa forma são bem conhecidos e explorados. Os fundamentos conceituais e teóricos disponíveis sobre os temas comunicação e marketing ainda são restritos ao campo do ensino. Na tentativa de superar tal lacuna, partimos sempre de um processo reflexivo sobre os fundamentos teóricos, assim verificando na prática, junto ao mercado, a sua execução. Afinal, o que é comunicação? O que é marketing? Primeiramente, vamos esclarecer o que é comunicação. Comunicação é compreendida como um processo no qual estão presentes os principais elementos: emissor, receptor, canal/meio, mensagem, feedback. Em uma linguagem cotidiana, poderíamos exemplificar da forma que a empresa Alfa, no caso o emissor, envia um e-mail, por meio do suporte internet, para o receptor Beta, tratando-se de uma venda de móveis; então, temos a mensagem, e, por último, pode ter durante a leitura do texto, realizada pelo receptor, a identificação de alguns ruídos, como, por exemplo, não ficou claro o prazo de entrega, se será a partir da data do e-mail ou da assinatura da compra. Desta forma, o emissor, ineditamente, telefona para o fornecedor, no caso o emissor, questionando suas dúvidas. Assim, o processo de comunicação ocorre, uma vez que o retorno permite que o receptor passe a ser emissor, usando outro canal de comunicação – o telefone.
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No diálogo ente fornecedor e cliente, a mensagem tende a ficar mais esclarecida. Então, a comunicação permite o diálogo entre as pessoas, que pode ser de maneira formal e informal, utilizando-se da comunicação verbal e não-verbal. A comunicação na forma atual em que está inserida, utilizando-se da convergência de vários meios, permite hoje que você possa transmitir simultaneamente para várias pessoas, textos, imagens, voz, gráficos, cheiros – utilizando-se de diversos instrumentos: TV, internet, telefone, carta, mala-direta, anúncios propaganda, reuniões, visitas técnicas, clipping, e-mail, brindes, teleconferência, amostras grátis de produtos, balanço social, feiras e exposições, aperfeiçoamento técnico, palestras, blogs corporativos, CD-Rom interativo entre muitas possibilidades. Já o marketing busca atender às demandas e necessidades dos indivíduos, utilizando-se em especial dos conhecidos 4 Ps, que são: preço, praça, promoção – que poderemos melhor compreender com C de comunicação, e produto. Para melhor entendimento, passamos associar cada elemento do marketing ao negócio estabelecido entre a empresa Alfa, fábrica de móveis e loja Beta compradora. A partir de uma ampla pesquisa de mercado, realizada por um instituto de pesquisa junto aos consumidores do Estado do Rio Grande do Sul, em especial da região da Serra Gaúcha, a Fábrica de Móveis Alfa identificou uma oportunidade no mercado. Ou seja, uma possibilidade de vender móveis, por exemplo, de cozinha se diferenciando da concorrência nos quesitos produto, design, uso de matéria-prima, entre outros fatores – estamos falando do “p”, produto - do marketing. Essa pesquisa também identificou e classificou o seu cliente em potencial, a partir da sua renda, o que permite que a empresa Alfa coloque no mercado produtos a preços competitivos, uma vez que o estudo determinou os parâmetros do preço que devem ser praticados no mercado pelo segmento varejo – aqui estamos falando do outro “p”, preço. Quanto à distribuição dos produtos, a pesquisa identificou que os clientes, gostariam de receber o produto fabricado sob medida e instalado no máximo em até 15 dias após a compra. Estamos falando do “p”, praça - a logística, o qual a empresa Alfa terá que buscar no mercado lojas, como Beta, que tenham uma distribuição para atender às necessidades do cliente quanto ao prazo de entrega e instalação dos móveis. Agora falando do “p” – promoção – vamos falar em comunicação. A empresa Alfa, para divulgar seus produtos, poderá utilizar-se de várias estratégias, além do produto, preço, ponto-de-venda, isto é, poderá usar da publicidade e propaganda, relações públicas, merchandising, promoção, telemarketing entre outros. 6
O que queremos dizer é que a comunicação e marketing são ações imbricadas, não se entende mais falar somente de uma ou outra e sim de que no processo de produção e comercialização de produtos e serviços a comunicação integrada de marketing é essencial para se competir em cenários, sejam eles local, estadual ou de âmbito mundial, cada vez mais competitivos, exigindo das empresas políticas de comunicação e marketing. Na próxima edição, vamos abordar sobre empreendedorismo e plano de negócios, que envolvem diretamente a comunicação e o marketing.
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2. O gestor de comunicação organizacional atua e muda esse cenário Não faz muito tempo que organizações privadas, públicas ou da sociedade civil organizada, atuavam em um espaço de irresponsabilidade social, impunemente, agrediam o meio ambiente, ofertavam produtos e serviços duvidosos, desrespeitavam os direitos dos seus funcionários, exploravam seus fornecedores, improvisavam acordos ilícitos com órgãos públicos; tudo faziam sem dar uma satisfação à sociedade.
No contexto atual, os direitos humanos, a responsabilidade sócio-ambiental, as redes de relacionamento, o código de defesa do consumidor, os canais de comunicação de mão dupla, a justiça social, a educação, e o conceito de ética – tem demonstrado que o cidadão está atento as ações que envolvem políticos, celebridades, empresários, diretores, coordenadores e líderes de opinião. O público agente de mudança, fiscalizador e denunciador, promovem no cenário cada vez mais competitivo um efeito cascata – onde todos perante o cidadão são julgados, absolvidos ou condenados. E isso, muda tudo.
Nesse sentido o Gestor de Comunicação Organizacional [relações-públicas] atua e muda esse cenário. Assim fazem pesquisas de comunicação e de marketing; prestam assessoria e consultoria; fazem análise de swot; elaboram os norteadores estratégicos, definem conceitos e políticas de comunicação/marketing, analisam e mensuram investimentos em comunicação, buscam estreitar o relacionamento da organização com seus públicos stakeholders; estudam e prevem fenômenos organizacionais, com objetivo de
amenizar
possíveis
crises;
elaboram
planos,
programas
e
projetos
em
Comunicação/Marketing com objetivos e metas; entre outras ações. Assim, buscam a sobrevivências das organizações – sempre pautado pela ética e responsabilidade sócioambiental [sustentabilidade] com transparência e participação dos públicos de interesse.
Diante disso, o profissional de Relações Públicas ao refletir e praticar os processos de comunicação, numa visão participativa, promovem o dialogo entre a organização se seus públicos, com uso de tecnologias de informação e conhecimento, consecutivamente com ética e responsabilidade. Usa estratégias de comunicação sempre preocupado e atento ao olhar do cidadão. Esta é a base de sustentabilidade das organizações.
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3. O segredo de Luísa Como todo empresário deveria pensar e agir na sua comunidade
Em 2005, ganhei de presente o livro: O segredo de Luísa. Então, resolvi em agosto de 2007, iniciar a leitura e após dois finais de semana, estava realizada. O livro de autoria de Fernando Dolabela, desde o princípio é cercado de um espírito empreendedor – quero dizer, pretende levar o leitor a pensar sobre os seus sonhos, suas idéias, as possibilidades de criar uma empresa, as características do empreendedor, a paixão pela liberdade traçada no destino escolhido e o levantamento de dados transcritos em um plano de negócios. O livro é escrito em formato de romance e aborda um conteúdo didático, explicativo sobre empreendedorismo. Nas suas mais de 300 páginas, apresenta a personagem principal, Luísa, uma jovem estudante universitária do curso de odontologia, que saiu de uma cidade pequena do interior de Minas Gerais para estudar em Belo Horizonte e traz à tona vários personagens, entre eles, familiares, namorados, amigos, consultores, empresários e professores. Em todo o momento nos identificamos com Luísa. Pensamos em nos nossos sonhos, revivemos nossos ideais, vivemos os conflitos dos romances, escutamos as vozes dos familiares apoiando, ou duvidando da nossa força – até porque muitas vezes os familiares depositam em nós todos os seus sonhos, suas esperanças – e assim agimos para atendê-los. Ao leitor, cabe acompanhar a vida de Luísa, suas aventuras, descobertas, sonhos, dúvidas e angústias. Cercada pelos palpites dos familiares, colegas, amigos e pessoas do seu relacionamento que apontam caminhos que o empreendedor deverá seguir na sua trajetória de empresário. Os fatos descritos que envolvem Luísa permitem ao leitor acompanhar todos os processos e estratégias de comunicação e marketing. Por meio do olhar da personagem, Dolabela procura elucidar os fundamentos teórico-conceituais em destaque no texto, utilizando-se de autores ao longo do livro. Isso permite ao leitor aprofundar os seus conhecimentos, e ainda exercitar fazendo as atividades que ele propõe ao longo do livro, numa tentativa de levar o leitor a pensar e agir como empreendedor. Dessa forma não deixa dúvidas ao leitor quando fala sobre o papel do empreendedor, a montagem de um plano de negócio, os questionamentos que todo iniciante se defronta quando pensa em criar uma empresa, as encruzilhadas arriscadas de lidar com números, quando se trata de pagamentos e cobranças.
O autor faz uma 9
afirmativa desafiadora para os futuros empresários, quando diz que a felicidade é o fluxo de caixa. O negócio está positivo é porque o fluxo do caixa está indo muito bem, o que dizer que você está vendendo, pagando as tuas contas, e ainda sobrando no caixa um dinheiro – não estamos falando aqui do lucro. Mas o tempo todo o livro nos provoca no sentido que possamos logo saber qual é o segredo de Luísa. Ao longo do texto, percebemos que são várias as possibilidades, entre elas: pode ser romance e o futuro casamento, o produto que ela pretende colocar no mercado, a fórmula da “goiabada cascão”, o preço de venda, os pontos-de-venda, ou ainda as estratégias de divulgação e promoção do produto, e como vai enfrentar a concorrência, para criar um diferencial no ramo alimento. Nada disso é o segredo de Luísa. Você deve estar curioso. Qual seria o segredo de Luísa? Então, adquira o livro ou vá até uma biblioteca e comece hoje a ler. Aos que pensam que o segredo empresarial de Luísa são os produtos e serviços, as estratégias de comunicação e marketing, os preços competitivos, a logística – comece a rever, pois acredito que todo empresário deveria agir, não apenas pensar, mas fazer como Luísa – que mudou a vida das pessoas. Descubra você também o segredo de Luísa. Depois me escreva contanto qual é o teu segredo de empresário. A você estudante, agricultor, professor, empresário, profissional liberal, político, artista – ou ainda aquele que não colocou a mão na massa, mas tem muitas idéias, e sonha em criar uma empresa, sugiro que antes leia o livro O segredo de Luísa.
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4. Responsabilidade socioambiental Voluntariado era o segredo de Luísa, antes, de ser empresária
Ao leitor do jornal Diarinho fiz o convite para que descobrisse qual era o segredo de Luísa. Para não deixar mais curioso quem não leu o livro “O Segredo de Luísa”, que por várias razões não o fez, e para compartilhar com quem descobriu qual era o segredo da empreendedora Luísa, fabricante da goiaba cascão, divulgamos que Luísa antes de pensar em montar o seu próprio negócio, como estudante de odontologia prestava serviços como voluntária na casa “Caminhos da Criança” que, recebia crianças abandonadas, miseráveis e deficientes mentais. Assim,
pretendo
iniciar
o
assunto
sobre
Responsabilidade
Social,
Responsabilidade Socioambiental. Mas antes é necessário conceituar o que se entende por responsabilidade. Responsável é ser pelo que se faz, pelo seus atos. Nesse caso, podemos imaginar qualquer segmento em que sua empresa atue, seja no ramo industrial, comercial e serviços. Todos somos responsáveis pelos ambientes em que a empresa está inserida, como organismo vivo, depende de outras organizações, sejam públicas, privadas ou da sociedade civil organizada (terceiro setor). Participa de uma cadeia produtiva, a empresa, por exemplo, ligada ao ramo de exploração de matéria-prima natural, no caso madeira, deve ser responsável primeiro pelos seus atos, pelo que faz e como faz. Ou seja, que recursos utiliza para extração da madeira, como beneficia, como transporta, que tecnologias utiliza para se apropriar da matéria-prima in atura, que outros recursos naturais utiliza para beneficiar a madeira. Então, responsabilidade é cuidar de todos os detalhes, examinar os movimentos percorridos no processo produtivo, desde o seu plantio, crescimento, corte, bem como até durante o uso, na fabricação e após o modo como o cliente/usuário dá destino à mercadoria. Nesse sentido, quero dizer, ser responsável pelos resíduos, pelo uso de energia não renovável, pelo depósito do material, o seu acondicionamento e uso de produtos para conservação. Outro exemplo pode ser a prestadora de assistência técnica de produtos como televisores, rádios, computadores, telefones entre outros equipamentos, que tem a responsabilidade pelos seus atos, com todos os produtos que não mais são consertados, ou abandonados na loja, e que, em conjunto com o seu fabricante, devem dar
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um destino correto aos equipamentos, e não colocá-los na rua, terreno baldio, lixões nãoregulamentados para receber o material, que muitas vezes é tóxico. Essas empresas são responsáveis pelos seus atos, bem como o cidadão, que comprou e trocou por um modelo mais avançado também é responsável pelo destino que vai dar ao aparelho de “som, vídeo, televisor, telefone celular, ou aquelas simples pilhas e baterias” que viraram sucata. Responsável pelos seus atos, ou seja, de saber e dirigir-se para os locais destinados pelo poder público ou encaminhá-los ao fabricante, que tem a responsabilidade de encaminhar corretamente o material para ser reciclado ou acondicionado em ambiente próprio. A partir desses exemplos, estamos chegando ao ponto em que Responsabilidade Social ou Responsabilidade Socioambiental, não é oferecer benefícios sociais aos funcionários, fazer filantropia, doando recursos financeiros para associações ou organizações não-governamentais, ou promover festas de confraternização com os clientes, ou ainda oferecer os funcionários exercícios de atividades físicas, muito menos fornecer balanços sociais – de ótima qualidade, para os acionistas e públicos de interesses, e assim pensar na divulgação que vão ter na mídia, obtendo assim espaço gratuito. De nada adiantam ações de responsabilidade social se a empresa não for responsável primeiro pelos seus atos, pois muitas das ações que a empresa divulga realizar não passam de obrigações legais, como por exemplo, contratar portadores de necessidades especiais, pagar em dia o funcionário, oferecer condições e equipamentos de proteção individual, condições de sonorização e iluminação adequadas para o trabalho, pagar os impostos, oferecer benefícios sociais, ou até momentos de lazer e entretenimento para os seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, representantes. Vamos então deixar claros alguns pontos: filantropia é tudo o que a empresa doa para outra instituição, sem a preocupação com os resultados ou com os beneficiários. Pode ser uma ação momentânea, que está representada pelo repasse de recursos financeiros. Já Responsabilidade Social ou Responsabilidade Socioambiental, essa última como a partir de 2006, muitas empresas passam a utilizar e a designar em suas campanhas, quer dizer primeiro ser responsável pelos seus atos, pela produção de produtos e serviços, a forma como se faz, a atitude perante o material utilizado, a forma correta de maximizar os recursos, pela atitude de reduzir a emissão de poluentes, pela forma que são aproveitados os resíduos e com isso dar uma novo valor agregado, pela maneira de olhar o negócio no futuro, utilizando de maneira correta os recursos, pela 12
forma de guardar todo o material tóxico utilizado, pela estilo de divulgar que recebem a devolução dos produtos e como são acondicionados, por exemplo produtos com defeitos ou até aqueles que já são modelos em desuso, pela maneira promover em suas campanhas o uso adequado do produto, em alertar o consumidor sobre os riscos que o produto podem causar a natureza, ao chamar atenção do consumidor para o consumo responsável, que se apropria por exemplo das embalagens dos seus produtos, recicla e novamente oferta um novo produto, assim economiza energias não renováveis, entre outras maneiras de se fazer responsabilidade socioambiental. O empresário deve tentar, a partir de iniciativas próprias, demonstrar que procura utilizar a melhor forma os recursos não renováveis a favor da correta utilização das matérias-primas que utiliza, que fiscaliza e
tem como fornecedores os todos que
respeitam a cadeia produtiva. Ou seja, que não estão veiculados lá no início do processo, por exemplo, na extração da matéria com exploração de mão-de-obra infantil, com uso de produtos tóxicos, com emprego de tecnologias defasadas que permitem que o funcionário tenha partes do seu corpo mutiladas, ou sua expectativa de vida reduzida, que sejam jogados dejetos poluentes no riacho que faz parte da sua comunidade, que ao transportar resíduos poluentes e prejudiciais ao meio ambiente não tenha a preocupação com quem o faz, que as sobras ou detritos de tudo que usa sejam jogados fora sem o devido cuidado, e que talvez possam ser usados para fabricar outros produtos, de forma a gerar renda e sustentabilidade para sociedade. Empresário, é importante antes de divulgar números de ações de responsabilidade socioambiental, como dados de atendimento odontológicos, creches mantidas, números de funcionários, impostos pagos, bolsa de estudo ofertadas aos funcionários, sacolas de alimentos e brinquedos distribuídos aos excluídos entre outras ações, que primeiro você olhe para o teu negócio e assim possa dizer que é responsável socialmente por tudo que faz, e que muitas ações de responsabilidade socioambiental, não sejam simplesmente a de entregar o peixe e não ensinar o cidadão a pescar. Dessa forma, os empresários não devem pautar suas estratégias de comunicação e marketing somente com a finalidade de divulgar suas ações de Responsabilidade Socioambiental no balanço social para prestar contas aos acionistas, sócios e ao governo, pois o cidadão que perceber que a empresa no seu ramo não atua com responsabilidade sobre o que faz, deixará de comprar os seus produtos, bem como usará da estratégia “boca-a-boca” para disseminar informações sobre a empresa, o que permitirá que a opinião pública possa repudiar os produtos e serviços da empresa, reforçar uma imagem 13
negativa, além de boicotar a compra dos produtos e serviços. Pode promover “lobby”, para que empresa sofra penalizações judiciais. Assim, às vezes, as empresas agem de forma não responsável pelos seus atos, e imaginam que a sociedade, em virtude de suas ações meramente paliativas, possa concedera-las de Responsabilidade Socioambiental. Ser responsável e praticar primeiro em casa e cuidar de como se faz as coisas, mudar o jeito de fazer para economizar, preservar o uso dos recursos não renováveis, respeitar todos os públicos de interesse, ofertar produtos e serviços tecnicamente responsáveis, alertar o cidadão para o consumo indevido, convocar as pessoas para cuidar do planeta, mudar a sua prática abusiva de exploração de matéria-prima e inovar em produtos ecologicamente corretos, respeitar as futuras gerações. Assim é ser primeiro responsável para dizer que é uma empresa de Responsabilidade Socioambiental.
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5. Parabéns, sua empresa acaba de receber o prêmio “X” Atenção! Empresário pode ser uma “pegadinha”
Tenho percebido no mercado vários questionamentos em relação à oferta e promoção de eventos, pesquisas e concursos, todos relacionados com premiações para empresários ou suas empresas no Estado de Santa Catarina, o que não deve ser diferente em todo o país. Algumas vezes, empresários contemplados pelos prêmios, apresentam-me o material enviado pelas empresas de marketing, agências de publicidade e institutos de pesquisa. Vejamos os fatos: agência de publicidade e de marketing, instituto de pesquisa, veículos de comunicação, organizadores e promotores de eventos, celebridades e colunistas sociais, entre outros, promovem concursos, divulgam resultados de pesquisas e apresentam à comunidade o empresário do ano, o empresário do segmento Y, a empresa do ano, a empresa cidadã, empresa de responsabilidade social, a empresa de qualidade – entre tantos outros nomes dados aos prêmios ofertados. O material enviado ao empresário para divulgar o prêmio tem por finalidade despertar nele um momento de orgulho, pois no caso sua pessoa ou sua empresa acabam de receber uma indicação para o prêmio. As empresas que promovem o concurso ou a pesquisa utilizam material de boa qualidade, que é enviando pelo correio e/ou entregue pessoalmente, em uma pasta, contendo carta de apresentação, certificado do prêmio e instruções normativas. Tudo de forma persuasiva, o que cria no leitor, no caso o empresário, um ar de amor-próprio, pois apela para o destaque, dando ênfase à exclusividade do prêmio, seja na categoria ou no segmento de mercado, sempre fazendo uma relação direta à concorrência. Sua empresa acaba de receber o Prêmio de “qualidade empresarial e profissional – Gestão em Qualidade”; “Empresa destaque do ano no segmento Alimentos”, “Empresa Cidadã da Cidade Alfa”, “Empresa de Responsabilidade Social”, “Empresário Voluntário do Ano”, entre tantos outros títulos para prêmios. Dessa forma, o empresário é convidado a participar da festa de premiação, já com data marcada e local, onde sua empresa será destaque entre muitas e com exclusividade no ramo em que atua. Esses concursos ou pesquisas dizem que empresa ficou em primeiro lugar, mas nunca mencionam os critérios de seleção em relação às outras empresas, até por que nesse ano foi o empresário tal o escolhido, no próximo será o seu concorrente, ou a mesma empresa novamente.
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Um trecho da carta de apresentação chama a atenção de que não basta estar em primeiro lugar, mas que é preciso realizar uma campanha publicitária e, principalmente, utilizar veículos de comunicação de massa (rádio, TV, jornal e internet), por exemplo, bem como veículos de comunicação dirigida: embalagens, outdoor, peças gráficas, anúncios publicitários entre tantos outros recursos, solicitando que o empresário entregue à sua agência de publicidade os fatos relacionados sobre a conquista do prêmio para que possam ser amplamente divulgados. Reforça, também, que um dos benefícios que a empresa virá a ter ao divulgar que foi premiada é o fato de que “o investimento pagar-se-á com o aumento das vendas”. Qual o empresário que não quer retorno em vendas? Mas, ainda o material chama atenção para os mais de 15 pontos positivos apontados, e que o único ponto negativo será para os concorrentes, pois o prêmio que você recebeu, “causa insatisfação na concorrência”. As empresas de divulgação utilizam como estratégia de apelo o envio de um certificado do prêmio, válido em todo território nacional, como se fosse uma identidade, assinado pelo representante da empresa promotora do prêmio, acompanhado de uma carta de apresentação, com carimbo da empresa, assinatura e RG. Depois de toda apresentação do prêmio e do roteiro para divulgação, é reforçado que o prêmio conquistado é de “grande” valor para empresa e de que é uma “exclusiva conquista”. Ainda a carta expõe abertamente quanto o empresário deverá depositar na conta-corrente para receber o prêmio conquistado. Bem como que terá de adquirir uma ou várias mesas para os seus convidados, que na solenidade possam aplaudi-lo. Dessa maneira, fica claro que o empresário que vai receber o prêmio está pagando integralmente o prêmio recebido. Sabemos que para concorrer, participar e ganhar um prêmio, seja no marketing esportivo, concurso de beleza, congresso de apresentação de cases, eventos sociais entre outras formas, o empresário deverá fazer um investimento. Isso significa investimento na preparação dos seus recursos humanos, em equipamentos e materiais, em transporte e hospedagem, mas, no entanto, ainda ter de pagar pelo certificado para receber o prêmio – que pode ser à vista, com 5% de desconto ou parcelado em até três vezes, sugere que ganhar um prêmio virou uma mercadoria, que o empresário pode comprar em qualquer tempo e espaço, pois são várias empresas distribuindo prêmios, em várias datas durante o ano, bem como para vários temas. Com isso, a idéia é de fazer um alerta aos empresários no sentido de que verifiquem a entidade que está premiando a sua empresa ou o seu nome. Examinar 16
sempre os critérios do concurso, o regulamento, de que forma será entregue o prêmio na solenidade, bem como se alguma entidade de classe representativa está promovendo, patrocinando ou apoiando o evento. Que jamais façam o pagamento à vista ou parcelado, caso não tenham uma confirmação da validade do concurso e a participação de uma entidade ou associação da classe. Sempre é viável que o empresário participe de uma entidade de classe e que, por meio dela, seja promovido o concurso. Assim, se dará o caráter de credibilidade.
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II. A porta do cliente 6. O que é a felicidade do cliente? Já li em algum livro que a tal de felicidade, sob olhar do mercado, do marketing, do financeiro, do material – é ter saldo positivo no caixa, não importa o quanto for. O que importa, depois de pagar os impostos, dívidas, fornecedores, funcionários, honorários e tudo mais, é ter algum saldo no caixa, ou seja, o crédito.
Hoje, ao almoçar em um restaurante no Shopping Itajaí, disse ao proprietário o seguinte: “Tenho na carteira somente R$ 15,00”. Eu já tinha confirmado isso enquanto subia as escadas do shopping e escolhia o restaurante. Novamente, antes de me servir, conferi. Assim, peguei a bandeja, os talheres, o guardanapo e fui me servir. Primeiro as saladas (tem ótima variedade), depois o tradicional feijão e arroz, em seguida massa, carne, polenta – tentei me servir como se já estivesse pagando, ou seja, não poderia passar dos quinze reais. “Puxa, como você insiste nisso”, você pode dizer. “Mas você não teria algumas moedinhas no bolso da bermuda?”, poderia me perguntar. „E na carteira, nem o cartão do banco?”, perguntaria novamente. “Sim, tinha”, respondo.
Depois, ao finalizar a compra, já com prato na balança, ganhei a sobremesa, um copinho com um pedaço de figo (pode-se dizer que é um diferencial, não importa que já esteja computado no valor da balança), e sorri para a moça que me serviu. Acredito que o restaurante seja uma empresa familiar, pois, às vezes, pai e mãe se revezam no caixa e a filha cuida da sobremesa e da bebida. Tenho certeza de que se usasse o cartão estaria mais triste, não por não ter crédito, não é o caso. É porque neste momento começa a teoria: “Felicidade é não usar o saldo positivo da conta, bem como não fazer conta a crédito”. Resultado, meu almoço ficou super em conta. Vejam só: comprei a refeição, ganhei a sobremesa e ainda comprei um suco de laranja. Na hora do pagamento ganhei um desconto de R$ 0,34 do proprietário depois de ter falado que só tinha quinze reais. O total da conta ficou em R$ 12,50 e ainda recebi o troco de R$ 2,50.
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Vejam, “felicidade é pagar a conta, obter um desconto e o mais importante ainda, receber troco”. Assim, estou satisfeito e bem alimentado. Mas não parei por aqui. Não pude resistir àqueles doces e comprei um camafeu, que custa exatamente R$ 2,50. Mas eu queria o camafeu mais o cafezinho enquanto lia os jornais do dia. Bem, peguei o camafeu e fui ao caixa pagar. Por sorte era a proprietária no caixa da cafeteria; então paguei o camafeu e disse a ela que queria tomar um cafezinho, mas que não tinha mais dinheiro. Ela me olhou e sorriu e cobrou o cafezinho puro, um pretinho básico, que vem acompanhado de um copinho de água, às vezes com uma bala, em outras com uma bolachinha (tudo isso é diferencial no atendimento ao cliente). Pois bem, ela me disse: “Não seja por isso, você vai tomar o seu cafezinho”. Então, vasculhei meus bolsos e acabei encontrando uma moeda de R$ 0,50. Feita a festa. Mas o cafezinho custa R$ 1,00. “Puxa, não quero fazer dívidas”, disse a ela, “mas eu quero tomar o cafezinho, comer o doce e ler os jornais, posso?”, perguntei. “É claro”, ela respondeu. “Bom, depois eu pago os R$ 0,50”, respondi. Ela disse - “não se preocupe”.
Retirei dinheiro no caixa eletrônico, comprei jornais e revistas e da compra sobraram exatos R$ 0,50. Antes de ir embora voltei e passei no caixa da cafeteria e quitei a minha dívida. Ela me disse: “Puxa, não pensei que seria tão rápida a quitação da sua conta”. Novamente afirmei a frase: “A felicidade é pagar a conta, obter um desconto, e o mais importante ainda, receber um troco, e depois fazer nova compra sem se tornar inadimplente ou pagar juros”.
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7. Datas comemorativas marketing
como estratégia
de
comunicação
e
A importância de a mensagem institucional chegar no momento certo ao seu destinatário
Hoje, quinta-feira, véspera de sexta-feira santa, próximo do domingo de Páscoa. Abro a caixa de correspondência e entre elas um envelope encaminhado pelo Banco Alfa. Pego e olho.
Frente e o verso. Mala-direta postal. O remetente é o banco Alfa
Preferencial. São Paulo-SP. Não é o extrato bancário, pois o tenho recebido mensalmente, e sempre em outro formato, já institucionalizado. É um envelope com design interessante e papel especial. Logo penso que o envelope contém a oferta de um produto ou serviço do banco. Ao tirar do envelope, uma surpresa! A mensagem diz “Você merece nossa atenção todos os dias do ano”. Abro o material em formato de cartão e, novamente, fico surpreso. A mensagem continua “Porém, de um jeito ainda mais especial, na data de hoje” (frase não tem ponto). “Parabéns” (não existe ponto de exclamação) “E muitas felicidades. São os votos de toda a equipe do Alfa no seu aniversário.”. O cartão de aniversário é assinado pelo banco Alfa PREFERENCIAL. Reconheço a identidade visual do banco, padronizada e legítima. Tenho um momento de felicidade. Digo “Puxa! O banco Alfa lembrou-se do meu aniversário entre tantos correntistas”. Mas depois de um instante caiu a ficha. Percebo que hoje é 26 de março, quarta-feira. Estou saindo para resolver um problema com o meu micro. Então, comecei a olhar com mais atenção o material, o envelope, o cartão e, no final, a mensagem. Escrita de forma clara e concisa. O instrumento é adequado, uma mala-direta, um cartão de felicitação. Como estratégia de relacionamento, banco-cliente, considero tudo correto. Se não fosse a questão do tempo, a data em que chegou a mensagem nas minhas mãos, pois comemoro o meu aniversário no dia 17 de fevereiro. Portanto, a mensagem chegou 36 dias depois. Olha! Já fiz vários saques no caixa eletrônico do banco Alfa e por várias vezes tive que responder às seguintes questões: “Qual o dia do seu aniversário?” “Qual o mês do seu aniversário?” “Em que ano você nasceu?” Tudo para receber e processar a solicitação de saque, extrato, pagamento, depósito entre outros serviços. Considero importante checar os dados, que são motivo de segurança para o cliente, evitando, assim, possíveis fraudes. Mas o que houve? O banco tem meu cadastro errado? Não, pois jamais poderia ter realizado as operações, em especial as de saque. Em todas as operações respondi 20
corretamente, nasci no dia 17 de fevereiro, assim está no meu registro de nascimento e documentos. Será que o pessoal que cuida da comunicação institucional e/ou do marketing institucional, ou ainda como estão a chamar de Relacionamento com o cliente esqueceu de enviar? E disse: “Não podemos fazer isso com nosso cliente”. O velho discurso: antes tarde do que nunca. Olho o envelope. Confirmo os dados de registro do remetente, destinatário e órgão oficial, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, o Correio, responsável pelo processo de recebimento, encaminhamento e distribuição. Está tudo correto. Mas não consigo localizar a data da postagem. Será que agora o correio não precisa mais fazer o registro? Será que foi o síndico, o zelador ou o pessoal da portaria que extraviou? E, após encontrá-lo, deixou na minha caixa de correspondência? Será que o banco terceirizou os serviços de entrega, mas não tirou o selo padrão do correio, que tem a autorização de que pode ser aberto pela ECT? Confesso que estou há horas tentando encontrar uma resposta para o problema. Mensagem que chega depois e que venceu sua validade não tem o mesmo efeito de manter boas relações com o seu destinatário. Destaco que as empresas investem em várias estratégias de comunicação e/ou de marketing de relacionamento, como muitas empresas afirmam para manter boas relações com seus públicos, entre eles: o cliente, o usuário, o consumidor, o beneficiário, seja o nome que quiserem dar. Esse investimento em pessoal, equipamento, softwares de gerenciamento de banco de dados, CRM, produção do impresso no caso: o papel, a postagem, a criação, a escolha da mensagem, padronizada para milhões de clientes. Todo o esforço e investimento em mensagens institucionais, portanto, deve ser otimizado e maximizado, de forma que possa atingir o seu público-alvo no tempo e espaço, adequado a uma realidade conhecida pelo destinatário, no caso a data do seu aniversário. No fato apresentado, tenho a certeza de que o resultado foi negativo, na questão imagem e de relacionamento.
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8. Relacionamento com o cliente Produto estragado, a má vontade ao atender, entrega errada, falta de atenção quando alguém pergunta algo sobre um produto, o erro ao registrar os dados...
Fico estarrecido quando vou ao comércio – loja, supermercado, ou a uma prestadora de serviços – assistência técnica, banco, etc. e na ocasião sou atendido por um vendedor(a), técnico, recepcionista, atendente – e sou atendido de mau humor. Será que somos acolhidos? Às vezes, passeamos entre os produtos, tocamos, abrimos, testamos, sentamos, preenchemos formulários, realizamos operações, e nada acontece – ninguém chega até você. Agora, até têm aquela pessoa com camiseta com a mensagem nas costas: “Você precisa de ajuda?”, “Em que eu posso ser útil?”. Não fique muito feliz. Você tem que procurá-lo e dar uns tapinhas nas costas ou chamá-lo pelo nome, o que é melhor, e dizer a ele o que você está procurando. Sempre precisamos de alguma ajuda. Muitas vezes, quando eles chegam até nós não fazem sequer uma saudação. “Bom-dia!”, “Boa-tarde!”. Se você reparar bem, às vezes tem-se a impressão de que o funcionário ou vendedor(a) chega como se tivesse voltado de uma trincheira. Eles chegam de camisa aberta, fora das calças, cabelos arrepiados, rosto manchado de batom, com a boca cheia de lanche, de barriga de fora, a mostrar o “piercing” ou a tatuagem, entre tantas situações que você já presenciou. Mas o pior é quando chegam correndo, com crachás virados, não conseguem respirar, com mãos molhadas, pois voltaram do toalete. Será que esses homens não se esqueceram de lavar as mãos? Parecem uns trapos. Vestidos com o uniforme da loja – mais amarelo que aquele trapo velho de cozinha da nona. Que horror, né?? Já tive várias experiências ao comprar produtos nas quais tive um péssimo atendimento. Tudo pelo julgamento da aparência que o vendedor às vezes faz do comprador, equivocado é claro. Certa feita, ao entrar em um estabelecimento de chinelos, bermuda, camiseta – estou em lojas no litoral de Santa Catarina – de porte estadual e nacional – reportei-me ao vendedor que queria comprar certo produto à vista. Olharamme de cima a baixo. Repeti que queria comprar à vista, e é um valor considerável. Daí começa o calvário. Eles então pegam a sua calculadora, fazem cálculos, e me dizem que eu posso pagar em até 24 vezes. Expliquei novamente que queria comprar à vista. O vendedor estupefato, fica chocado, tenta disfarçar o seu olhar de deboche. 22
Finge que não ouve. “O senhor pode pagar o produto em até 36 vezes, parcelas iguais, sem juros”, diz ele. Pensam que somos bobos ou trouxas. Qualquer venda a prazo, não importa se é de parcela fixa ou não já contempla embutido um juro astronômico. “E então, senhor, vamos fazer um cadastro rápido?”, pergunta o sujeito. E você sabe que não é rápido, pois é pior que uma ficha de ocorrência policial. Você vai ficar pelo menos 30 minutos informando dados sobre você, emprego, família, renda, hábitos e comportamentos entre outros tantos números. Assim passam os minutos e depois, para aprovar o crédito, mais cópias de documentos, contatos com a tua empresa, com bancos, com outras lojas – tudo para obter mais e mais informações sobre você. Nessa espera foi uma hora em média. Nesse exato momento, em alto e bom som informo ao vendedor pela décima vez que não tenho interesse em fazer cadastro, nem pagar em prestação. Quero comprar à vista. Só isso! “À vista, entendeu?”, “Qual é o desconto?”, “Quanto fica o valor pago à vista?”, digo novamente. Ele, ou ela, pega aquele bloquinho de anotações, pedaços de folhas rasgadas, amassadas, sujas e faz cálculos, simulações... mas não consegue calcular. Então chama o gerente, que vem em tom mais arrogante ainda. E olha você de cima a baixo e sorri debochado. Enquanto isso, você percebe que o vendedor fica olhando para os lados, para entrada da porta da loja, para ver se chega outro cliente, melhor vestido – de terno ou gravata, ou de roupa social. Na cabeça do vendedor e do gerente passa o pensamento de que estão perdendo o seu tempo ao negociar com um cara que usa havaianas e que diz querer comprar um produto de mais ou menos um mil e quinhentos reais à vista. Então, para eles, é melhor vender a prazo, pois esse cliente vai ter que voltar 24 vezes à loja para pagar o seu carnê. E toda vez que voltar vai comprar outro produto e assumir mais uma dívida. Infelizmente, há muita gente que pensa e age assim. Mas é um engano. Temos tantas formas para pagar hoje, sou aquele cliente que compara preços. Somos aquele cliente que busca sempre o melhor atendimento e oferta. Aí, ele deve estar pensando: “Não vou vender nada”. “Moço! Moço! Qual é o valor à vista do aparelho? Não quero fazer cadastro”, digo a eles. A essa altura o gerente já foi pro espaço. Fica o vendedor desconfiado. Quero comprar o aparelho à vista. Vou levar agora o produto. Afinal, quanto tenho que pagar? Então, o vendedor acorda.
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Após, informar o valor e fechado o negócio. Parece que o olho do vendedor começa a brilhar. Estou no caixa pagando o aparelho. Débito em conta. Tudo certo. Dinheiro no Caixa. Isso sim é fluxo de caixa. O vendedor se aproxima sorrindo, entrega o aparelho e me dá um forte aperto de mão. Retribuo. Talvez tenha sido a única venda ou a maior venda efetuada hoje por esse vendedor, que tem metas a cumprir. Vejo um sorriso no rosto. Ambos estão satisfeitos. Mas não foi fácil adquirir o produto. Será que os vendedores só estão acostumados a vender a prazo? Será que o povo brasileiro compra tudo a prazo? E olha que é tão simples vender, encantar o cliente. Não precisam ter participado de programas de qualidade, treinamentos intensos de vendas, terem lido aqueles manuais de vendedor que mais parecem livros de auto-ajuda, entre outras formas boladas pelas áreas de marketing de relacionamento ou de comunicação, ou ainda pelas áreas comercial/vendas. O importante é a conduta do vendedor. Sua atitude perante o cliente, não importa como o cliente está vestido, se vai pagar com cheque, cartão, em dinheiro, financiado ou à vista. Isso talvez tenha a ver com o perfil do vendedor, o seu berço, e não seu aprendizado em treinamentos, programas de fidelização de clientes, instruções de qualidade, programas de marketing de relacionamento. O vendedor precisa perceber que toda venda é uma ocasião, um negócio, e uma grande oportunidade para negociar é formar um relacionamento duradouro. Vendedor, acredite em você. Confie em você. Venda. Faça vendas, só isso. Respeite a diversidade quando estiver atendendo um cliente.
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9. O cliente é o número 1. Ele é o rei As pessoas fazem todo o esforço para afugentar o cliente
Após escrever sobre o atendimento ao cliente pelo vendedor, lembrei de outras situações que com certeza você já deve ter passado em relação à prestação de serviços – ou seja, na entrega e instalação de um equipamento. O atendimento, às vezes, é realizado por um vendedor, técnico, assistente, auxiliar, representante, não importa o nome que se queira dar. Então, vamos lá. Um amigo comprou recentemente, um ar-condicionado, modelo split, 24 mil BTUS, para ser instalado em sua casa, na cozinha, local de trabalho, devido ao forte calor que faz em Porto Alegre. Seu desejo é trabalhar com mais conforto e sua necessidade é que o equipamento esteja funcionando o mais breve possível. Considerando tempo de transporte, pois esse tipo de equipamento é difícil de ter à pronta entrega, mais a instalação, pensou-se que uns sete dias seriam suficientes. Pois bem, tal prazo foi a promessa do vendedor. Resolveu comprar o equipamento e, considerando o valor, é necessário fazer uma pesquisa de mercado. Por meio de anúncios, internet, contatos, visitas às lojas, foi possível escolher o produto ideal para atender às necessidades de trabalho, conforto, prazer. Após a escolha de um modelo que atendesse a todas as especificações técnicas em função do ambiente de trabalho, espaço e eletrodomésticos ligados, meu amigo saiu em busca de uma loja que tivesse o produto à venda. Foram muitas visitas, mas todas apenas com modelos para demonstração. Escolheu o modelo, a marca, a potência, a forma de pagamento. Tudo certo, após uma exaustiva pesquisa de fornecedores, que você demanda vários dias para isso. Selecionado o modelo do produto, escolheu a loja onde pretende realizar a compra. Meu amigo observa a loja, para ter segurança de onde está comprando, com quem está fazendo negócio. Sua identidade, a marca, quanto tempo atua no mercado, modelos expostos na loja, o atendimento dos vendedores, a entrada e saída de clientes, entre outros tantos fatores. Tudo parece perfeito. Perfeito o cafezinho servido, a loja tem instalações adequadas e aconchegantes, os vendedores bem uniformizados, e atenciosos. Farto material de divulgação do produto escolhido. A loja com mais de 28 anos de funcionamento, com matriz instalada em outra capital. O vendedor muito solícito informa o valor do produto, condições de pagamento, prazo de entrega, serviços de instalação, acessórios para o equipamento, consumo de energia, equipamento em dia com as novas normas de produtos ecologicamente corretos. 25
Meu amigo comprou onde lhe pareceu ser a melhor oferta, e não estou falando só de valor. Melhor atendimento, prestação de serviços, segurança demonstrada, confiança, serviços administrativos com cortesia e atenção, cuidados com o cliente de forma geral. Um bom cafezinho, o cadastro rápido, pedido solicitado. Tudo bem, e a gente volta para o trabalho ou para casa, depois de muitas horas de busca por informações, tranqüilos e felizes. Só esperando pelo equipamento e sua instalação. Ficamos contando os dias. Às vezes ligávamos para a loja para ver se estava tudo certo. Somos mais preocupados que a loja ou quem nos vendeu. Estamos ansiosos. Será porque passamos por experiências negativas ou porque vivemos em um país do “faz de conta”, de tanta “corrupção” que não acreditamos em mais ninguém? E de tudo temos dúvida. Meu amigo tem clientes para atender, entregas por fazer, contas a pagar. E agora assumiu mais uma dívida. Então, ele tem que trabalhar dobrado, vender mais, tirar mais pedidos para pagar o conforto do trabalho, o ar-condicionado que vai aliviar o calor na cozinha, e com isso poderá produzir mais e vender mais. É só isso o que ele deseja. E ele sabe a diferença que faz ao atender os seus clientes, satisfazer às necessidades do cliente não só pelas matérias-primas que integram o produto pelo sabor, cheiro, aroma, mas também pela entrega na hora certa e no momento certo. Não precisamos mais dizer o velho chavão de que o cliente tem razão, é o rei, é o número um, está mais consciente, sabe dos seus direitos e deveres. Por tudo isso, precisamos praticar com ética todos os negócios que fazemos e com todas as pessoas com quem nos relacionamos. Mas, voltemos à compra do equipamento de ar-condicionado. Data marcada para entrega. E aí, meu amigo fica em casa, à espera do equipamento. Passa uma hora, duas horas, e começa o martírio. Não chegou e nem chegará. Ele liga para loja e descobre que houve “um probleminha” com a transportadora. Ele se pergunta: “O que eu tenho a ver com a transportadora?” Nada, né. Meu amigo não saiu para fazer as suas coisas, deixou de vender, deixou de atender os pedidos dos seus clientes, ele tem uma demanda que certamente será atendida por outro. E esse outro estará vendo como uma grande oportunidade de tirar o cliente dele. Ele está deixando de vender. Deixou de ter um fluxo de caixa. Deixou de guardar o seu lucro para pagar a conta do equipamento que acabou de comprar. Será que o veículo da transportadora estragou? Será que caiu no trajeto de São Paulo a Porto Alegre em alguma ponte? Será que ocorreu algum acidente com o caminhão da transportadora? Houve atraso na entrega do fabricante? 26
E o martírio continua. Dias e dias de atraso – não tem uma explicação que o convença. Será que ele fez a escolha certa do fornecedor? A essa altura ele procura explicações para o que está ocorrendo. Será que é a lei de Murphy? Aquela que um problema vem atrás do outro, sucessivamente, até virar um problema de proporções enormes. Mas é claro que isso a gente não quer que ocorra. Queremos paz até quando fazemos nossas compras. Meu amigo liga para a loja, várias vezes, e loja liga para a transportadora, que talvez liga para a fábrica, e a loja retorna a ligação. Nem sempre elas fazem isso, muitas vezes ficam caladas, e você no papel de trouxa fica achando desculpas, e se culpando. É assim o custo Brasil. Por isso que nesse país tudo é muito caro e os impostos são escandalosos. Não somos perfeitos. Com isso apostamos nas nossas irresponsabilidades. E dizemos que o jeitinho brasileiro é que atrapalha ou pode resolver qualquer situação de crise entre o cliente e o vendedor. E aí, meu amigo? Chegou a mercadoria? Então, ele liga e combina o dia da instalação e fica à espera do pessoal da assistência de técnica, que pode ser da própria loja ou serviço terceirizado. E ele fica mais um dia em casa. Não sai para vender. Quem disse que o pessoal da assistência técnica chegou? Não apareceu. Novamente meu amigo liga para a loja, já um tanto chateado e eles pedem compreensão, paciência, e que vão entrar em contato com o pessoal e tão logo vão dar uma resposta. Passam-se as horas e os dias e a resposta não chega. Quando meu amigo liga para obter uma posição oficial, eles têm a cara-de-pau de dizer que ligaram e deixaram recado na casa dele, entre outras besteiras. E ele tem certeza que tudo é mentira. Nessa hora ficamos indignados com as pessoas, pois desde o simples vendedor, assistente, e até o presidente mentem. Mentem para quê? Para quem? Afinal, que vantagem tem a mentira? Quando será que as pessoas vão acertar as contas? Finalmente chega o pessoal da assistência técnica para fazer a instalação do equipamento. Chegam com aquele ar, mas chegam atrasados, faltando ferramentas, acessórios para instalação, e passam horas a “rir da cara do cliente”, sabendo que o serviço de instalação já foi pago à vista. E a saga do meu amigo continua. Que martírio, pois eles deixam o trabalho pela metade e falam mil coisas, mas não pedem desculpas, ou melhor, colocam a culpa no tempo, na loja, no cara do almoxarifado, no cara que tirou a nota, no auxiliar que faltou ao serviço e não colocou os equipamentos no carro entre
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outras besteiras. E o serviço fica incompleto. Nada funciona, nada ligou, e você não pode nem sequer ouvir o barulho do motor, ou sentir o cheiro de novo, o vento a aliviar o calor. Deixa pra lá. Esse é o custo Brasil. O serviço foi executado pela metade. Parece obra pública onde tudo é feito pela metade, e assim se lança outro orçamento, muda-se o material, eleva-se o preço da licitação e com isso todos ganham e se gera mais corrupção. Meu amigo liga para a loja para pedir um retorno. Nada acontece. Pedem mais paciência. Ficam os sinais deixados pelas pessoas – são inexperientes ou incompetentes? Sofre calado. Tenta sorrir. Procura uma explicação. Todos disseram ter cursos de qualidade, atendimento ao cliente, de instalação e funcionamento do equipamento junto ao fabricante, que tem por fim muitas horas de treinamento. Mas, o que aconteceu, então? No dia seguinte ele liga para a loja e expõe toda situação. Marca o retorno que ficou para próxima semana. Nesse momento, meu amigo lembra de todas as facilidades do atendimento, no fechamento do negócio, o cafezinho, o “tapinha nas costas”, o sorriso do vendedor, o tchau da recepcionista, da tradição da loja, mais de 28 anos no mercado. E ele se pergunta se tudo isso só acontece com ele. Nada disso, amigo. Isso acontece a todo minuto, hora, dia com algum cliente neste Brasil. São milhares de reclamações contras as empresas pelo péssimo serviço prestado. Então, a gente se pergunta pelos milhões de dólares que as empresas investem em publicidade, marketing de relacionamento, comunicação institucional, cursos e treinamentos, prêmios e programas de participação nos lucros – e você recebe uma demonstração da incompetência dos funcionários. Não somos sérios. Chego à conclusão que o Brasil, representado pelos seus cidadãos, não é sério ao tratar de negócios, de administração pública ou de organizações sem fins lucrativos. Ainda, continua com aquele jeitinho brasileiro. Até quando? Precisamos acabar com isso. E o equipamento continua não funcionando. Já se passaram 13 dias da entrega e a culpa é de quem? Do fabricante? Da loja? Dos técnicos? Das condições internas e externas? No fato as pessoas são as verdadeiras culpadas. E você percebeu o investimento que fez e os prejuízos por não ter podido trabalhar. Mas nunca se esqueça de escrever os fatos, relatar para as empresas envolvidas, comentar com clientes, amigos, familiares, e registrar ocorrência nos órgãos de defesa do consumidor. Só assim acredito que um dia as organizações brasileiras realmente serão merecedoras de um voto de confiança.
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10. Comece bem o dia com “Doces Anita” – Oi, "Nina", tudo bem com você? Ótimo que você voltou. Eu estava com saudades de você, e, claro, com muita vontade de comer os seus doces. – Nós também – gritam todos do andar – estávamos com vontade de comer uma trufa, Nina. – Essa aqui eu fiz especialmente pra você, Maria Eduarda. Prove essa trufa de puro chocolate com damasco. – Deixe-me provar, então. Hum, hum, que delícia! A cobertura de chocolate está ótima. Esse morango está fresquinho, parece que foi colhido agora. Hum! Hum! Hum! – Nina, quando você irá trazer aqueles miniquindins de novo? Eu quero uma caixa só pra mim. – Está certo, Xand, na próxima semana. – Nina, você trabalha com encomendas, não? – Sim! – Olha, no dia 28 de setembro minha filha fará 15 primaveras, então darei uma festa para mais ou menos cem pessoas, mas eu não sei quantos doces devo encomendar e de que tipo, você me ajuda, Nina? - Sim! De quatro a cinco doces por pessoa. Laura acessa aí ou navegue no blog """"http://dddocesninaa.blogspottt.com.br/""" e, depois você faz a encomenda. – Oi, não sei se devo comer um negrinho..... Passei o final de semana na academia... Mas estou com uma vontade de comer, não só um, mas dois três doces... Coloca aí na minha mesa um negrinho crocante e outro com raspas de chocolate. Quanto é? – Cinco reais. – Hum! Que delícia, isso sim e que é fazer esforço. Obrigado! – Eu quero seis doces. Obrigado! Olha o troco, Dilma. – Nina, a Tiane acabou de ligar e perguntou se você vai passar no 16° andar e eu disse que sim. Eu vou levar uma dúzia de doces sortidos, escolhe aí para mim. São para minha filha de cinco anos, que toda vez me diz: “Mãe, você não traz mais aqueles doces da Anita prá casa, né?” Por que será? Sabe que um dia ela quer conhecer a sua mãe, a dona Anita, e quem sabe aprender a fazer uns docinhos com ela. Ela também quer levar um presente... Mandou gravar “Nina” no presente. Melhor, “Doces Anita”, ok?
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É, só me ligar que combinamos. Sabe, Nina, falamos muito em você lá em casa. Todos gostam muito dos Doces Anita. Faz tempo que você entregou pessoalmente a última encomenda em lá em casa. – Eu quero um olho-de-sogra. – Falou Maria Eduarda. – Eu quero uma trufa de café. – Falou Clarisse. – Eu, um negrinho tradicional. – Falou Xand. – Nina, Nina, preciso falar urgente com você. Depois você passa na minha sala. – Tá, eu já vou, Dra. Isolda. – Escuta, minha afilhada vai se casar em Gramado e quer fazer uma encomenda com você. – Diga para ela me ligar no...... Melhor, vou deixar com você o meu cartão. – Pedro Henrique, só um momento, você pode escolher enquanto atendo a outra cliente – falou Nina. – Alô? Sim, é Nina, da Doces Anita. É claro que sim, quantos doces serão desta vez, Gabriela? Certo, sábado eu entregarei, então até lá. – Ei, acabou de vender mais doces? – Sim. Ela é minha cliente desde o dia 12 de março de 1999, quando abrimos a empresa. Ela sempre compra comigo. A Gabi organiza casamentos. É uma cliente fiel dos Doces Anita. Alguém quer mais doce? – pergunta Nina. – Eu. Eu, não resisto. Só mais um negrinho, é para depois do cafezinho. – Tchau! Tchau! Até quinta, pessoal – despede-se Nina.
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11. Pense primeiro no perfil do público e depois na estratégia de relacionamento Hoje o desafio fundamental para os profissionais de comunicação/marketing é o de mapear, classificar e entender o perfil/comportamento do público. Isso deve ocorrer muito antes de se pensar em ações de marketing/comunicação. Talvez o “modismo”, a facilidade, tenha levado os profissionais nesse momento a escolher primeiro as ferramentas/instrumentos/ações de relacionamento antes de pensar nas características do público. Temos como objeto de estudo organização-público, especialmente na área de Relações Públicas. Esta área sempre teve na elaboração de um plano de comunicação o público como prioridade para depois pensar nas estratégias de: comunicação administrativo-interna, institucional e mercadológica. Por isso, não é mais suficiente classificar o público em interno, externo e misto. Ao refletir sobre o assunto, fui resgatar uma matéria publicada no jornal Zero Hora, 24 de junho, p. 4-5, caderno Dinheiro: O Preço da Preguiça – “Economia Compensa Esforço”, na qual é apresentado um breve perfil de sete tipos de posturas do público em relação ao comportamento com o orçamento doméstico. – O acomodado: “Deixa tudo como está. Acha que é perda de tempo renegociar contratos, pesquisar preços e pedir descontos.” – O protelador: “Costuma adiar tudo para amanhã. Quando chega o momento, adia novamente para amanhã. E assim sucessivamente.” – O indiferente: “Não se importa com as pequenas quantias. Não percebe que, somadas, elas se transformam em grandes valores.” – O impaciente: “Se precisa enfrentar uma longa fila ou prolongar a espera ao telefone, nem tenta negociar.” – O impulsivo: “Compra o primeiro produto que vê, não se importa com o preço.” – O rotineiro: “Compra sempre no mesmo lugar, sem pesquisar se há melhores ofertas em termos de preço e qualidade.” – O inconstante: “Até organiza suas contas, mas depois esquece de manter a vigilância e volta à situação anterior.” Esse perfil/comportamento do público talvez possa ser utilizado na gestão do relacionamento com público cliente/consumidor e assim classificá-lo não somente em um grande grupo: cliente ativo, por exemplo. As organizações da área financeira, comércio e prestação de serviços poderiam melhor entender o seu público e desta forma definir
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melhor as ações de comunicação/marketing – políticas de relacionamento, na venda, no acompanhamento dos pagamentos, na renegociação das dívidas e na pós-venda. Em momentos de crise financeira percebemos quanto as organizações utilizam de estratégias de relacionamento com os seus públicos de forma a classificar todos como cliente/consumidor/devedor/inadimplente em seu relacionamento. Isso pode até de certa forma prejudicar uma negociação, caso não seja observado primeiro o comportamento desse público, como, por exemplo, os sete tipos apresentados. Isso pode fazer total diferença na abordagem de uma campanha, no diálogo entre a organização e o seu cliente, até mesmo no ponto fundamental, na negociação da dívida.
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III. A porta da esquerda, centro e direita 12. Universidades Federais Houve um tempo, é já faz tempo, em que trabalhar, e ser professor universitário, em especial da rede pública, sejam em uma Escola Técnica (hoje denominados Institutos) e até mesmo em uma Universidade Federal era considerado sem exagero um cargo revoltante – seja pelas greves, pelas condições técnicas e de infraestrutura, pela imagem negativa de ser funcionário público, pelos baixos salários pagos aos professores das universidades federais (UF). Consideram-se as UF em relação às instituições de ensino de caráter, privado ou comunitário, poderíamos naquele tempo ficar com pé atrás em relação às UF. As instituições particulares em forte expansão, atuavam num cenário de oferta de novos cursos, com condições técnicas e de infra-estrutura melhores, sem greves, e com professores quase todos advindo do mercado. Se consideramos a tradição das universidades federais em relação às instituições de ensino particulares, no caso nível superior, as UF tem muita história para contar, o quanto o seu papel foi e é importante na integração nacional, na formação de jovens – críticos e cidadãos responsáveis pelo seu país. Foi um território percorrido por lutas – seja por meio dos estudantes, e suas entidades representativas, ou pelos professores e alunos, a percorrerem ruas e, praças, presentes em auditórios públicos, como nas Assembléias Legislativa, em encontros com autoridades e líderes de opinião, ao dar depoimentos para imprensa – no sentido de estar reivindicação deveres e direitos. Faziam barulho – sim faziam barulho. Com sinetas e panelas, alertavam a população brasileira sobre o estado da arte das Universidades Federais – tudo isso no passado, onde se privilegiou o ensino particular, em detrimento do ensino público. Reivindicavam sim, uma melhor qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Sim esse é o papel do professor, e sempre será importante quando conquistar um novo tempo e espaço. Um país se constrói com professores formadores de habilidades competências no que diz respeito à ética, a estética, a gestão de negócios, no relacionamento com os públicos de interesse, na boa vontade de compartilhar oportunidades com todos, a transparência de seus atos, na construção de uma responsabilidade socioambiental, na construção de espaço coletivo, na socialização de saberes, o exercício social e cultural, na vida política entre outros. 33
Naquele tempo e espaço, ainda lembro, de muitos excelentes professores, que deixaram as universidades federais, para ingressarem nas universidades particulares – sim elas ofertavam ótimas vantagens financeiras, e oportunidades que talvez as UF nesse momento – pela falta de investimento do Governo Federal deixa a desejar no quesito satisfação em ser e trabalhar na área pública. E assim, muitos professores que saíram das UF, seja porque estavam se aposentando ou por oferta melhor no salário, levaram consigo um cabedal de conhecimento, que possibilitou as particulares encontrar o caminho das pedras – quando da montagem de cursos, na busca e captação de recursos nas esferas públicas, na avaliação dos cursos entre outras oportunidades. O pior é saber que esses professores universitários, ex-funcionários públicos, tiverem e receberam das UF todo apoio e incentivo para continuar seus aperfeiçoamentos seja quando de uma especialização, no mestrado, no doutorado, pósdoutorado, realizado no Brasil e até no exterior. Tudo pago pelo governo, melhor pelo cidadão brasileiro. E ainda, recebiam muitas vezes bolsas e seus salários na integra. Considero que esse tempo e espaço foram uma lacuna deixada pelas políticas de ensino traçadas pelo governo do Brasil – pelo Ministério da Educação. O povo brasileiro perdeu – o povo brasileiro deixou de ter oportunidades de estudar em universidade públicas, haja vista a falta de oferta para a demanda – cursos já existentes, bem como para novos cursos – em função do mercado. Nas instituições particulares as melhores condições de trabalho – em forte expansão devido às políticas públicas que financiam esse crescimento e apostavam no ensino particular e não público – elas podiam conquistar para os seus quadros os melhores professores. Hoje, esses professores estão sendo demitidos pelas instituições particulares – foram importantes para criar, manter e captar recursos para as empresas de ensino particular, bem como para formar uma mão de obra que será absorvida pelas instituições particulares. Considero que aquele tempo foi de imagem negativa para UF – pois estudantes, ex-funcionários, ex-professores, líderes de opinião, empresários, e a própria imprensa no Brasil, venderam uma idéia de que as UF estavam quebradas, falidas, sucatadas. E que o mercado, o dito mercado – não aceita greves, não contrata estagiários ou profissionais advindos das UF. Quanta bobagem se falou e ainda se fala muito sobre as UF, como exemplo que seus salários são baixos – isso se fala entre professores que lecionam no ensino privado.
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Mas, não se fala que uma UF não demite um professor porque ele obteve o título de doutor, ou porque ele é muito carro – para orientar TCC de graduação ou ir para uma banca examinadora, bem como para atuar na extensão ou ate mesmo na pesquisa. Pode sim o doutor atuar nessas áreas se tiver bolsa pesquisa, financiada pelo governo federal ou estadual. E o jeito da livre iniciativa entender que ensino é negócio, e como se fosse um produto, e ponto final.
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13. A comunicação visual de prédios e muros públicos As cores apropriadas podem ou do Estado e a coleta seletiva do lixo
mostrar
a
identidade
do
município
Uma simples coletora de lixo na cor vermelha pode ter causado uma “polêmica” política entre estudantes, governo, empresários, donas de casa, artistas, empregados e cidadãos munícipes em um debate acalorado sobre a cor da lixeira e sua respectiva identificação, por exemplo, com o partido do PT, na cidade de Itajaí/SC. Quem ganhou as eleições em 2008 na cidade de Itajaí foi uma coligação entre os partidos PP e DEM, sendo o prefeito do PP e a vice-prefeita do DEM que, ao assumirem o governo municipal, perceberam que várias lixeiras espalhadas pelas calçadas da cidade estavam pintadas de vermelho, bem como muros e fachadas de obras públicas que, de certa forma, poderiam remeter ao Partido dos Trabalhadores, do governo anterior. Por exemplo, na cidade de Itajaí foi aprovada uma lei municipal para que sejam respeitadas as cores do município (cores da bandeira: azul, amarelo e branco), sendo o azul destaque em prédios públicos municipais. Como exemplo, as escolas municipais e o centro de eventos, entregues pela administração do PT, tinham o vermelho como destaque; hoje passaram por uma reforma, destacando a cor azul na fachada do prédio. Isso talvez já ocorra em várias cidades brasileiras, onde quem assume quer dar um toque específico e pensa sempre em utilizar a cor do seu partido em fachadas de ginásio de esporte, escolas, creches, postos de saúde, uniformes dos estudantes, ou até mesmo na simples coletora de lixo. Entretanto, para evitar esse tipo de polêmica, os governantes, políticos, secretários, empresários e comunicadores, independente do partido, poderiam pensar em projetos que contemplem a questão de responsabilidade socioambiental, como é o exemplo das lixeiras de ruas, contêineres e veículos, fazendo uso da Resolução n° 275 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), aprovado em 25 de abril de 2001, baseada em normas internacionais. As cores características das lixeiras para coleta seletiva do lixo, por exemplo, devem seguir as cores padrão do CONAMA: azul (papel e papelão); verde (vidro); vermelho (plástico); amarelo (metal); preto (madeira); branco (resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; roxo (resíduos radioativos); marrom (resíduos orgânicos); cinza (resíduo geral não reciclável ou contaminado, não passível de separação).
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Assim, seriam evitadas polêmicas políticas, projetos inúteis, gastos públicos e a associação direta em relação às cores partidárias. Esse movimento cultural pode ser levado para todos os órgãos públicos em todas as esferas, ou até aqueles de economia mista, bem como para condomínios, escolas, associações, fundações e não entraríamos assim no mérito partidário. Outro bom exemplo é o do governo do Estado de Santa Catarina, que utiliza as cores da bandeira (vermelho, branco e verde) para identificar os prédios públicos e as escolas estaduais, nos quais o verde é destaque e o vermelho é utilizado de forma elegante em colunas, adereços, janelas, portas, muros e grades. Isso mostra muito bem a independência do governo estadual em relação ao partido que administrou na última gestão (PMDB) e agora pelo atual (DEM), pois os governantes eleitos representam o cidadão catarinense, deixando de representar nesse momento o seu partido. As cores características do Estado e do município reforçam a identidade governamental e, se corretamente utilizadas, constroem um conceito, uma imagem favorável quanto ao aspecto de patriotismo, respeito à cultura local, ao patrimônio público, aos impostos pagos pelas empresas e cidadãos, além de reforçar a imagem de uma boa administração pública. Assim, o Estado de Santa Catarina, em seus prédios públicos, é perfeitamente identificado, e em qualquer cidade, com muito orgulho, podemos perceber que as cores vermelho e verde, características da bandeira, não seguem uma determinação político-partidária, ou interesses pessoais dos administradores, manifestando com isso um estilo ético e estético do povo catarinense. Como cidadão, entendo que esta questão é de relevância, pois, como assinante do jornal Panorama Pradense e professor universitário na área de comunicação e marketing, cito como exemplo o caso do Colégio Estadual Professor Ulisses Cabral, de Antônio Prado/RS, do qual fui aluno, que, em função da comemoração de seus 85 anos de fundação no dia 25 de março último, foi manchete e capa do jornal com uma reportagem especial na página 5. Nesta matéria o colégio aparece com uma pintura em dois tons de azul, fato que me chamou a atenção e despertou interesse para esta questão sobre a identidade visual de prédios públicos, pois as cores oficiais do Estado gaúcho são o vermelho, verde e amarelo.
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Desta forma, entendo que o governo do Estado do Rio Grande do Sul poderia também utilizar as suas cores oficiais, e respectivas tonalidades, de forma a divulgar a identidade visual do Estado de forma elegante e atraente, independente de preferências partidárias, por razões de custo-benefício, demonstrando adequada aplicação da verba pública, o que certamente seria aprovado pelo cidadão gaúcho. Fica aí uma sugestão para os políticos sul-rio-grandenses. Caso exista uma lei, que seja cumprida; caso não, que seja criada uma lei que recomende que os prédios públicos estaduais, por exemplo, escolas, creches, ginásios de esportes, centros de eventos, secretarias e até mesmo a sede do governo, sejam pintados e identificados pelas cores de seus símbolos oficiais (cores da bandeira). No entanto, faço somente uma ressalva quanto aos prédios de patrimônio histórico, que não devem seguir este critério, ainda que sejam sede de algum órgão público, a fim de que os mesmos não sejam descaracterizados de sua configuração original.
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14. O senso de responsabilidade na sociedade? O lucro socialmente aceito? Pres. Dilma Rousseff responde: quando "socialmente aceito", será cobrado um imposto do cidadão brasileiro?
Presidente Dilma: – Quanto deveria ser o lucro de montadoras, bancos, instituições de ensino, shoppings, supermercados, farmácias, indústrias, prestadores de serviços – organizações de caráter privado e/ou de companhias mistas? Ainda, se considerarmos que muitas organizações privadas receberam incentivos fiscais de 5, 10, 15 e 20 anos ou mais para se instalar em Estado e município. Qual deve ser o lucro dessas organizações beneficiadas pelo poder público, com terrenos, terraplenagem, energia elétrica, água, e toda infraestrutura necessária para sua instalação? Presidente Dilma: – Qual deve ser o índice, a porcentagem (%), o valor, a métrica, o indicador de “lucro socialmente aceito”?? Presidente Dilma: – Precisamos, sim, melhor conhecer o processo do mercado privado e qual o seu parâmetro para obter lucro. Qual é sua lucratividade? Qual é lucro por empresa e por segmento de atuação?? Presidente Dilma: – Qual é o senso de responsabilidade das organizações privadas perante a sociedade? Qual é o senso de responsabilidade do governo quando faz “uma guerra fiscal entre Estados e municípios”? Qual é o senso de responsabilidade dos municípios, Estados e da União ao oferecer incentivos fiscais para organizações que têm caráter privado e a razão de sua existência é o lucro??? – Qual é o senso de responsabilidade com o cidadão brasileiro, presidente Dilma, quando o Estado, o governo cobra impostos considerados absurdos, e que estão na irresponsabilidade social?? Presidente Dilma: – Qual é o senso de responsabilidade do governo quando traz organizações privadas, muitas não nacionais e não necessárias à cadeia produtiva, relacionadas com as demandas sociais/culturais – melhor, que exportam nossas riquezas minerais, vegetais e animais – e retornam produtos já manufaturados para o consumo dos brasileiros, muitas vezes 39
executados por mão de obra estrangeira, por vezes explorada, mal remunerada ou que trabalha em condições desumanas? Presidente Dilma: – Qual seria o incentivo fiscal socialmente aceito? O número de empregos já não é mais. Presidente Dilma: – Em 1998, março, no planejamento estratégico de uma empresa prestadora de serviços aqui do Rio Grande do Sul foi estabelecido que o conceito de lucro socialmente aceito – melhor, a empresa teria como objetivo obter uma lucratividade socialmente aceita em torno de 5 a 10%. Presidente Dilma: – Quando “socialmente aceito”, será cobrado um imposto do cidadão brasileiro? Uma vez que o tributo é pago pelo cidadão mais pobre, o trabalhador (direto na fonte), enquanto empresários, investidores, especuladores, empresas privadas, políticos, atletas, celebridades obtêm um lucro não socialmente aceito. Quando o lucro sobre capital será penalizado?
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15. A propaganda eleitoral traz restrições e permissões que devem ser observadas tanto por partidos e coligações quanto pelos cidadãos A propaganda eleitoral (2008-2010) sempre provocou fortes debates em relação ao que se podia fazer e o que os candidatos, seus assessores políticos, e agências de comunicação gostariam de fazer. Sendo assim, muitas vezes as cidades, os postes, as ruas, o meio ambiente, os murros, as residências, os carros ficavam enfeitados. Sempre se cometiam exageros e a cidade ficava suja antes, durante e depois das eleições. Pela norma divulgada no dia 6 de março pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as datas das eleições de prefeitos e vereadores, para quem concorre no primeiro turno é 5 de outubro, já o segundo turno será no dia 26 de outubro. Vele destacar que somente nos municípios com 200 mil eleitores haverá o segundo turno. No dia 6 de julho iniciou o período da propaganda eleitoral. No período de 19 de agosto a 2 de outubro será o período da propaganda eleitoral no rádio e na TV (gratuita). Em se tratando especificamente sobre a campanha eleitoral de 2008 que traz restrições e permissões que devem ser observadas tanto por partidos e coligações quanto pelos cidadãos é importante destacar as principais ferramentas de comunicação e marketing que, segundo a legislação, podem ser utilizadas com restrições e ainda o que não pode. O que pode: Atenção assessores de candidatos, partidos ou veículos de comunicação, agora o espaço e tempo que temos para trabalhar uma campanha política, assim fazemos o uso correto, conforme a legislação. Comícios até o dia 2 de outubro, entre 8 h e meia-noite. Carreata, até o dia anterior à eleição, das 8 às 22 horas. Atenção: os microfones não podem ser utilizados para transformar a carreata em comício. Uso de aparelhagem de som fixa somente até dia 2 de outubro, entre 8 horas e meia-noite. Pintar muros e colar cartazes em bens particulares, desde que com a concordância do proprietário [é melhor fazê-lo por escrito]. Importante que a peça não pode passar de quatro metros quadrados e não precisa de licença pública. É permitido o uso de forma individual e silenciosa de camisetas, bonés, broches e adesivos em veículos particulares. Panfletos: a distribuição é permitida até a véspera da eleição.
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Todo material impresso é de responsabilidade do partido, coligação ou candidato. Nesse sentido, deverá conter o CNPJ ou CPF de quem confeccionou o produto, assim como o de quem o contratou. Uso de bonecos e cartazes móveis: a colocação é permitida até a véspera da eleição. Será possível instalar ao longo das vias públicas, com a condição de que não atrapalhem o trânsito. Em relação à propaganda na internet será permitido disponibilizar o site do candidato até dois dias antes da eleição. Pesquisas: a divulgação é permitida até o dia da eleição. Importante: o registro da pesquisa na Justiça Eleitoral. Já as pesquisas boca-de-urna só podem ser divulgadas após o fechamento das urnas, às 17 horas. O que pode com restrições: É permitido até o dia 4 de outubro, das 8 às 22 horas, o uso de alto-falantes nas sedes, comitês e carros de som. No entanto, e importante saber que é vedada a instalação a uma distância inferior a 200 metros de prédios públicos, igrejas e teatros, quando em funcionamento. Como ficam os hospitais e escolas? Também até o dia 2 de outubro serão permitidas reuniões públicas. O que não pode: Proibições. Propaganda paga é proibida no rádio, televisão e outdoors. O uso de propaganda em outdoors punirá o candidato e a empresa. Brindes: é proibido fazer e distribuir pelo comitê e pelo candidato camisetas, chaveiros, bonés, canetas, cestas básicas ou quaisquer outros bens. Showmícios estão proibidos, inclusive evento assemelhado para promoção de candidatos, além da apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral. É proibido ainda fazer boca-de-urna no dia da eleição, candidatos se apresentando ou comentando programa de rádio ou TV, impedir a prática de propaganda [lícita], estragar peça de propaganda de candidato, presença de candidatos em palanques de inauguração de obras públicas, a propaganda em táxis, ônibus e lotações. A legislação não fala sobre caminhões, barcos, trens e aviões? Não podem fixar propaganda, placas, estandartes, faixas e inscrições à tinta ou pichação em bens públicos ou de uso comum, como postes de iluminação pública e de sinalização de tráfego, viadutos e passarelas, pontes, paradas de ônibus, ou em árvores e jardins de área pública. O uso de alto-falantes nas sedes, comitês e carros de som no dia da eleição, configura crime. Vedado fazer reuniões públicas 48 horas antes até 24 horas depois das eleições. Carreata no dia da eleição é crime. Proibida a aglomeração e a manifestação coletiva, fazendo uso de camisetas, bonés, broches e adesivos.
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Em virtude das novas regras, o eleitor deve ficar alerta para denunciar à Justiça Eleitoral as irregularidades cometidas por candidatos, partidos, veículos de comunicação, ou até mesmo pelo cidadão. Espera-se uma campanha eleitoral que não suje as nossas cidades, e que os candidatos e os partidos respeitem a legislação.
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16. A embalagem comunica a natureza e as características do produto quanto à sua personalidade
Embalagem é invólucro ou recipiente que condiciona, protege e é usada para embalar os produtos. Simples! Fomos buscar o conceito de embalagem no Dicionário Stringhini de Termos e Expressões em Marketing. Para o autor do livro, João Stringhini (2007, p. 118), a embalagem “é o conjunto de atividades de projeto e produção do recipiente ou envoltório do produto, a „vestimenta‟ do produto, ou seja, a embalagem em todos os aspectos gráficos, cromáticos e figurativos”. Desta forma, a embalagem, por sua natureza e característica, tem um “valor econômico, social, político, cultural e comunicacional” que expressa uma personalidade, uma identidade, ou seja, do criador da embalagem, do fabricante do produto, e também de quem o comercializa. Por isso, a embalagem tem um “alto valor” todo santo dia. Em especial para quem compra o produto. Tem gente que faz coleção de embalagem. A embalagem ganha um caráter afetivo. Para o comprador, passa a ter uma relação de pertencimento, faz parte da história do cidadão, e na maioria das vezes pode representar momentos de alegria, alguma lembrança registrada, por exemplo, no aniversário, no casamento, no primeiro presente – que foi embalado e acondicionado pela vendedora com todo o cuidado em outra embalagem. Aqui, pensamos no livro Marketing 3.0 – as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano (KOTLER, 2010) que preconiza que toda ação de prestação de serviço envolve uma relação com a mente, com o coração e com o espírito do cliente/consumidor. E são muitas as embalagens que trazem laços e mais laços afetivos em seus produtos, os quais, embalados inicialmente pelo fabricante do produto, recebem mais uma embalagem do transportador, e, ainda, às vezes, mais e mais embalagens, sendo a última da loja – uma embalagem especial para presente. Assim, ao pegar o produto você leva para casa a embalagem final, a sacola da loja. Todo mundo quer colocar uma última embalagem no produto e assim marcar presença na mente, no coração e no espírito do consumidor. Mas qual embalagem, da loja ou do produto, o cliente guardará na mente, no coração e no espírito? Todo produto é acondicionado por uma embalagem que tem um valor significativo – um valor expressivo na sociedade, ainda mais hoje em dia quando falamos de uma organização, de uma sociedade, de um governo, de uma atividade que tenha sua 44
autossustentabilidade e respeito ao cidadão, talvez, com certo modismo, passamos a ter depois de 1996, a que denominamos responsabilidade socioambiental. Para cada ação no processo que envolve a produção de qualquer produto, entendido aqui por produto a própria embalagem, exige o investimento de recursos. Talvez aqui devêssemos chamar atenção de quem faz projeto de produto e de sua embalagem. Simplifique! Simplifique a embalagem! Ela continuará a ter um valor expressivo, quem sabe um valor ainda maior perante a sociedade. Usar menos recursos para produzi-la. O quero dizer, é que o invólucro da embalagem não precisa ter vários invólucros para o mesmo produto. Aqui está à diferenciação que as organizações buscam em relação ao seu concorrente. Entre uma estratégia de marketing de caráter ético, estético e de responsabilidade socioambiental, e outra, que possa até tornar o produto final para o consumidor mais caro do que o próprio produto, em função da suas embalagens, eu prefiro optar pela primeira organização. Às vezes compramos os produtos, não pela necessidade básica, mas sim por status, e aí conta sim, a embalagem. Entretanto, quantas e quantas embalagens jogamos fora todo o santo dia??? Acontece que o produto tem muitas embalagens. E, aí retorno ao dicionário Stringhini onde diz que ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas considera três tipos de embalagens: 1 embalagem de despacho (protege o produto quando transportado); 2 embalagem intermediária (condiciona o produto dentro dela servindo para transporte interno); e 3 embalagem individual (aquela que normalmente acompanha o produto no ato da aquisição pelo consumidor final). Essa última que tratamos aqui com maior destaque. Afinal, até que ponto as sacolas plásticas, distribuídas pelo comércio, em especial, pelos supermercados, não seria um “bode expiatório”, diante do exagero, excesso que esta tendo na agenda da mídia, por exemplo? Sei que precisamos melhor isso. Eu, quando vou ao supermercado, levo o meu carrinho de compras para acondicionar os produtos, assim, não faço uso do carrinho do supermercado, e coloco todos os produtos dentro e descarrego no caixa, e novamente os coloco no meu carrinho. Desta forma não faço uso de nenhuma sacola plástica, caixa de papelão e ainda libero o empacotador, pois executo essa atividade, colocando os produtos diretamente no meu carrinho de mão. Evito, assim, de levar para casa mais embalagens. Mas, aí – meu amigo, Moacir, em um bate papo, quase que eu diria exaltado, revoltado – me diz – porque você não escreve sobre o excesso de embalagens,
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embalagens, embalagens que são invólucro de um produto. - Tudo isso é um exagero, e depois reclamam de uma sacola, que acondiciona muitos produtos, embalados por muitas embalagens. Poxa!!!! Afinal, qual é relação custo benefício entre uma sacola plástica de supermercado, por exemplo, que serve de embalagem para mais ou menos cinco, dez, quinze itens de produtos? Em relação a todas as embalagens desses produtos? Ou afinal, uma sacola versus os vários invólucros que estão nos produtos? Sei que as embalagens dos produtos são para protegê-lo, mostrar uma identidade e criar uma imagem do fabricante no consumidor. Será que não tem um pouco de exagero no uso dessas embalagens? Talvez, o uso de menos invólucros nos produtos, pode trazer o que tanto os fabricantes e quem comercializam deseja, o lucro??? Vamos pensar juntos. Ao comprar qualquer produto, você se depara quando vai abri-lo, usá-lo, com várias embalagens, e poderia lembrar as embalagens que trouxeram esse produto até as gôndolas, do transportador e do fabricante. E, aí o produto, no seu todo ou em partes esta revestido por embalagens. Embalagens para todo o produto. Embalagem para partes do produto. Embalagens para todas as partes do produto. Embalagem geral. E, aí meu amigo. Tens razão, são tantas embalagens descartadas até você consumir o produto, que o lixo fica cheio de embalagens no cesto, que não tem mais uma sacola plástica que antes acondicionava todas essas embalagens. Sei, que você vai dizer, os produtos são hoje embalados, embalados, embalados para atender as necessidades do consumidor, que certo momento pode consumir todo o produto, bem como por partes, e ai, cada parte tem uma embalagem específica. Mas, não seria um exagero?? Às vezes, você abre a primeira embalagem. Muito bem. E, a segunda embalagem, e tem também as vezes uma proteção para embalagem, ou para o produto, seja de plástico ou de papelão... Veja quantas embalagens tem o produto. Todas passam por tecnologias que utilizam no seu processo recurso escassos, e cada vez mais escassos – são os recursos. Então, justifica-se tanta embalagem? Você pode pensar nos órgãos competentes que autorizam e fiscalizam como o produto chega às mãos do consumidor. E, todas as condições técnicas exigidas para que cada produto seja acondicionado de forma correta.
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Hoje não sei dizer se alguém já fez um calculo estimativo do custo Brasil que representa uma, duas, três ou mais embalagens em relação ao produto, ou até mesmo a uma sacola plástica? Quem sabe é um grande desafio para quem deseja desenvolver isso em seu Trabalho de Conclusão de Curso. Analisar toda a cadeia do processo produtivo da embalagem. Enquanto, discutimos a sacola básica do supermercado, quem sabe tenhamos aí resultados mais surpreendentes. Antes, de obtermos uma resposta para isso, quem sabe começamos a contar todas as embalagens que cada produto utiliza. Coloque no papel. E, veja o montante de embalagens que juntou na tua casa. E, agora. Olha! Um teste. Já precisei em uma pesquisa de observação, foi na festa de aniversário de uma aninho da Bianca Carissimi, minha netinha, sou tio avô, ao final, não sobrou nenhum doce, em compensação, montes e montes de embalagens. Todas descartadas. Até aquela da brincadeira, que envolvia várias embalagens, papel jornal, caixas de diferentes tamanhos – tudo para criar um suspense no aniversariante quanto ao presente, pois tinha que desenrolar um por uma, abrir uma caixa maior até a menor – e aí está o presente, embrulhado. É uma montanha de embalagens, que certa forma podem e devem ser recicladas. Talvez, eu possa dar uma dica: hoje comece a recusar embalagens de embalagens, por exemplo, ao comprar um produto na farmácia que já tem uma embalagem do fabricante, recuse a embalagem de papel ou de plástico da farmácia, e assim, leve menos lixo para tua casa. Recuse a embalagem para embalar o presente, outro exemplo. Na compra de um CD ou DVD, recuse a embalagem da loja, leve somente com embalagem do produto, que você vai ter surpresa, esta embalada, embalada, embalada.. muito bem embalada. Não aceite mais sacolas, caixas de papelão para embalar, embalar produtos já embalados, e ás vezes, por várias vezes. Não leve mais lixo para casa, assim, teremos menos lixo, pelos corredores, ruas, riachos, e muito menos no lixão. Pense, que em muitas vezes, até as tuas mãos, os bolsos, a bolsa, a sacola de compras, a bicicleta, o carro, o ônibus podem ser embalagens para os produtos que você acaba de comprar. Diga não para muitas embalagens. Assim, você será responsável por gerar menos lixo no planeta. Até as frutas tem a sua própria embalagem, muito bonita, criativa – e tudo é muito natural. E, porque temos que embalar, acondicionar – colocar nos produtos mais embalagens?
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IV
A porta do “Eu” 17. Eu “amo muito” o Rio Grande do Sul É verão. Estou de férias. Com o tempo livre para caminhar, ler, ouvir músicas,
assistir TV, escrever e desfrutar das belezas de Santa Catarina, mais precisamente, das praias da cidade de Itajaí. Sim! Itajaí tem lindas praias. Itajaí não é somente o segundo maior porto do país. Ela, tem praias como: Atalaia, Geremias, Cabeçudas, e a maior em extensão – a praia Brava. A cidade de Itajaí, com aproximadamente 140 mil habitantes é uma cidade de ruas limpas, canteiros com flores e árvores, é tranqüila para se viver. Itajaí está próxima de Balneário Camboriú, Itapema, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras e pouco distante das belíssimas praias de Bombinhas. Aproveitando o sol intenso, próximo do Natal e Ano-Novo, bem como todo o mês de janeiro, desfruto do calor das águas do mar, – admiro o verde mar, – às vezes na cor azul mar, que faz com que eu possa ver o dedão do meu pé se mexendo a um metro e sessenta de profundidade, que é quase a minha altura. Ao descrever as belezas das praias de Itajaí – onde areia não atrapalha – por horas você pode ficar deitado, ou sentado, sem ficar desajeitado pela incômoda areia voando sobre o seu corpo, ou nos livros, no jornal, etc, como ocorre nas praias gaúchas. Toda essa descrição levou-me a pensar sobre o título: “Eu – Amo Muito” o Rio Grande do Sul. Então, percebo que em muitos carros, de várias cidades brasileiras, identificados como sendo dos Estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, e é claro do Rio Grande do Sul, – entre outros, que existe um adesivo: a bandeira do Rio Grande do Sul, ou então sobre os dois ícones do futebol gaúcho com seus símbolos: o Internacional e o Grêmio. E agora também nas janelas, sacadas a bandeira do Internacional, com maior freqüência. Sendo gaúcho também, não poderia fugir à regra. Em meu carro – na cor vermelha – tenho internamente uma bola, flâmula e tolha com o símbolo do Internacional. Faço questão de deixar a toalha estendia no banco de trás. Você já deve ter percebido que sou colorado. Eu “amo muito” o INTER. – Ah, vou deixar claro que sempre fui colorado, desde que me conheço por gente. Então, foram os títulos de Campeão da Libertadores, e o de Campeão do Mundo, – todos conquistados em 2006, que me fizeram afirmar: - “EU AMO MUITO O INTERNACIONAL”. Mas, voltando às questões de Estado, nesses seis anos em que estou em Santa Catarina, trabalhando, pagando impostos, votando em senador, governador, prefeito e
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vereador, – por falar em cargos estaduais. Destaco que na sala dos professores – ah, – sou professor universitário na maior universidade particular de Santa Catarina, com sede em Itajaí, que quando um gaúcho ou gaúcha (professor/a) está de aniversário cantamos “Parabéns, Gaúcho. Parabéns! Parabéns! Saúde e felicidade e que tu colhas todo dia na lavoura da amizade, saúde e felicidade...” São muitos professores gaúchos atuando na Universidade. Alguns chegaram solteiros, – e ainda continuam, outros casados, já com filhos catarinenses, outros separados e continuam separados. Pode-se dizer também que no dia 20 de setembro, - a sala dos professores é uma festa! Pela manhã, tarde e noite, - alguém puxa o Hino SulRio-Grandense, e – conforme vão chegando os demais colegas – forma-se um coro que poderia ser ouvido nos pampas. Com garra e entusiasmo todos cantam. – “Eu amo muito o Rio Grande do Sul”. - Com isso quero dizer que o filho, a filha, o guri, a guria, o piá, – seja em qual for o “pampa”, a cultura gaúcha faz-se manifestar. Nesse sentido considero importante a escola, a formação fundamental, que é o alicerce da cultura, e como dorme neste berço. Assim o gaúcho faz questão de marcar o seu território e este fato me parece único em todo o Brasil. Demonstrar que somos gaúchos, por meio de símbolos, objetos, heróis, hinos, crenças, valores, música, etc. é estabelecer um contato com a terra –mãe, e assim demonstramos que o cordão umbilical não foi cortado. É valorizar as origens. Enaltecer o passado. Superar os desafios estando longe. E não se sentir sozinho. – “Eu amo muito o Rio Grande”. - Não quero dizer com isso que também não ame muito Santa Catarina. Explico: é como se fosse amor pelo pai, o amor pela mãe – e o que sinto pelo Rio Grande do Sul – amor que me gerou, criou, educou e mostrou novos horizontes. E agora em caminhos diferentes estou trabalhando, contribuindo na construção de riquezas, na distribuição de renda, no Estado de Santa Catarina, que me acolheu como uma tia de braços abertos. Afinal quem perdeu? É claro que foi o Rio Grande do Sul que não tem políticas públicas para manter todos os seus filhos. Tentando estabelecer uma relação de adoção, em 21 de outubro de 2001, -ganhei de uma aluna do curso de comunicação social, habilitação em relações públicas, uma bandeira oficial do Estado do Rio Grande do Sul, que até hoje está estendida com muito orgulho na parede da sacada do meu apartamento. Assim, não me sinto tão sozinho. E, por amar tanto o Rio Grande, tenho uma mesinha na sacada com mosaico do logotipo do Internacional. – “Eu amo muito ser colorado.” - Gaúcho! Gaúcha!
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A terra onde nasci foi Antônio Prado, Estado do Rio Grande do Sul, mas poderia ter sido qualquer outro canto do mundo. Porém, tive a felicidade de até os 39 anos residir no Estado do Rio Grande do Sul, passando também pelas cidades de Caxias do Sul e Porto Alegre. É claro que as raízes em terra firme se fortaleceram, poderia dizer que bons frutos estão sendo colhidos. Ao Estado que me acolheu para trabalhar, até o momento, quero viver intensamente, quero dizer que “Amo Muito Santa Catarina”, e até torço pelo time Marcílio Dias de Itajaí, quem tem suas cores vermelho e azul.
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18. Por João Carissimi
Sou o filho caçula de uma família de cinco irmãos – quatro homens e uma mulher. Nasci no dia 8 de fevereiro de 1962, porém o meu registro foi oficializado com a data de 17 de fevereiro 1, e isso só fui descobrir quando já estava na faculdade. Então, ao questionar a minha mãe sobre o fato aniversário, obtive outros detalhes e pude saber de fato sobre o registro. Naquele dia, ao meio-dia, para felicidade ou não do meu pai2, minha mãe3 deu à luz a dois meninos, diria duas bocas se apresentavam ao mundo. Tive um irmão gêmeo até os seis meses, e, pelos relatos, eu cabia em uma caixa de sapatos. Ao completar o terceiro mês de vida, fui batizado e crismado, pois lutava muito para viver – e já tinha sido “desenganado pelos médicos”, ao ponto de a própria família não acreditar mais que eu pudesse compartilhar com eles uma vida de lutas e de glórias. Durante todo o período muitas pessoas procuraram a minha família para tentar adotar um dos filhos gêmeos. Segundo minha mãe, por eu estar muito doente ficaria com família e outro seria doado, o que deixava minha mãe muito preocupada, e sempre tinha manifestado que como criou quatro, criaria mais dois. Nunca se saberá ao certo o porquê, mas no sexto mês meu irmão veio a falecer.
Lutas, muitas lutas, pois sou de família pobre, agricultores do interior, que com muita batalha meus pais criaram os cinco filhos. Saíram da colônia e foram morar na cidade de Antonio Prado (RS). Foi uma trajetória de muitos sacrifícios, com falta de alimentos básicos, roupas e material escolar – meus irmãos mais velhos começaram cedo na “roça”, pois meu pai arrendava terras para plantar milho, feijão e trigo. Mas não deu muito certo e os meus irmãos mais velhos tiveram de ingressar cedo no mercado de trabalho, trabalhar em empresas como forma de ajudar a família a sobreviver.
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Registro Civil de Nascimento e Óbitos. Nascimento n° 11.641; Talão 59; Pág. 41 – Estado do Rio Grande do Sul – Município de Antônio Prado - 1° Distrito. Antônio Prado, 20 de fevereiro de 1962 2 Laurindo Carissimi (1° de abril 1923, 03 de dezembro de 1997). 3 Maria Regina Barizon Carissimi (28 de julho de 1926, 10 de janeiro de 1996).
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O trabalho sempre fez parte da família. Todos tinham que ajudar desde cedo; eu, por exemplo, empalhava garrafões, vendia chuchu para os vizinhos, descarregava, levava e empilhava lenha na casas dos vizinhos, muitas vezes por uma fatia de pão com um doce de figo ou de uva. Depois, minha mãe aposentou-se por motivo doença, mas continuou a trabalhar em casa, como costureira, o que muito ajudou a encaminhar a família para a frente.
Pode-se dizer que dona Maria tinha o dom de ser empreendedora em seu negócio. Já o meu pai, de bom coração, mais tranquilo em sua caminhada, diria que foi alimentado, vestido com muito amor pela minha mãe. Ao escrever, lembro-me deles agora e algumas lágrimas correm pelo rosto. Talvez possa ser um sinal de suas presenças, pois partiram 1996 e 1997, respectivamente minha mãe e ano depois meu pai.
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19. Se morrer o Papa e o Presidente, eu só quero saber quando voltar – Se morrer o Papa e o Presidente, eu só quero saber na minha volta. – Eu pensei e pronunciei essa frase em dezembro de 1995. Eu estava na casa dos meus pais na cidade de Antônio Prado/RS. É Natal de 1995. Quando me despedia da Dona Maria Regina, minha mãe que estava sentada e, ao beijá-la, como sempre, aquele forte abraço e um até breve. Sim! Sempre muitos beijos e abraços. Agora, talvez nesse momento, mais demorados de ambas as partes e, como sempre, com a mesma frequência, semanalmente, ou quinzenalmente. Toda despedida nunca deve ser breve, por uma aceno, e ou até 10 caracteres com nenhum familiar? Nunca sabemos se a despedida será breve e, muito menos, se o reencontro também será breve. Mas, agora, retorno para trabalhar mais alguns dias e, depois, próximo ao final do ano, melhor dia 29 dezembro, após a comemoração interna na empresa, entro em férias. Serão 30 dias de férias, e, pela primeira vez, nesses seis anos, consegui tirar trinta dias corridos, não por culpa da empresa, pois sempre optei por férias semanais ou, no máximo, de 15 dias, quando até não retornava antes, ou mantinha contato durante as férias com os colegas. Sei que tudo isso é errado. É errado não se desligar durante as férias merecidas, que é um direito, de todos os deveres da rotina do trabalho. Fazer o quê? Eu era, e fui assim. Eu retornaria para passar mais alguns dias de férias com meus pais, depois de desfrutar alguns dias, não sei bem onde seria, e não tinha planejado – era pegar a mochila e sair por aí, sem rumo, ou qualquer destino programado. Eu estava feliz, e feliz por demais com o estado de saúde e bem-estar da minha mãe, depois de ela ter ficado mais de oito dias em coma – “quase morta”, e por oito meses em recuperação de um suposto AVC. Tudo isso provoca e mexe com toda a família, amigos, vizinhos, colegas de trabalho – é uma crise não prevista. Diante de fortes emoções, sensações de cansaço, alegria e lágrima, medo e esperança, dor e alívio, brigas e intrigas, nasce a esperança, esta que afasta toda a sensação de pavor que temos diante da situação na qual nos sentimos tão impotentes, pequenos e medrosos. - Dona Maria Regina demonstrava, dia a dia, uma melhora. No semblante, aquele sorriso e a força de uma guereira impressionavam a todos. É luta pela vida! E luta pela sobrevivência! - Eu, então, lembro que disse naquele final de tarde, ao me despedir para 53
a minha mãe se descontrair um pouco, após ter anotado no mês de janeiro de 1996, folinha pendurada, ao lado da janela, na cozinha, que dia 14 eu estaria aqui, novamente, para ficar até o final do mês de férias, agora na companhia dos pais e familiares. - Eu só quero saber da morte do Papa e do Presidente quando eu retornar, mãe! – Ela fez um sinal que entendeu e não entendeu. Ela sorriu e beijou muito as minhas faces. Ela me apertou as mãos, me deu um abraço tão forte, e forte foi abraço que eu não percebi que foi abraço de despedida, antes das 17h, horário de saída do ônibus de Antônio Prado para Caxias, depois Porto Alegre. - É segunda-feira, 8h, já estou na empresa Power Engenharia e Manutenções, que, durante todo o período, me deu todo apoio, e jamais descontou sequer um segundo, minuto, horas, dias quando estava com minha mãe durante o seu tratamento em casa e no hospital. Eu tive total apoio e uma grande compreensão por parte de todos os colegas. Isso faz toda a diferença quando falamos no relacionamento funcionário e empresa. Aí, imediatamente, eu pronuncio para a secretaria executiva da empresa – Clair – Eu vou sair de férias no mês de janeiro: “Eu só quero saber da morte do Papa ou do Presidente quando eu retornar.” – Ela duvidou. – João, tu não vais ler jornal, assistir à TV e ouvir rádio quando estiver de férias? Eu disse: “Não! Não! Clair, dessa vez não pretendo ligar para empresa, não direi onde estarei, o hotel, a cidade etc. e tal, nada, nem para os colegas da empresa nem para os familiares. Foi o que eu fiz. Eu preciso, Clair, descansar, rir, nadar, e deixar o tempo passar, depois de acompanhar toda essa experiência com doença e morte.” – foi a minha primeira vez. – João, de onde vai retornar? – Eu, fui enfático, e disse: “Não sei! Eu não sei! Pronto!”. Pois, é – então, aqui eu estou em Ilhéus, cheguei à Bahia. Roda Gigante, Show com a Banda Eva “Ivete” no vocal, que ainda não era famosa banda Eva, tinha fama, só isso. Virada do Ano. Eu aqui cheguei – Ilhéus, até aqui sem nenhum planejamento, não programei nada, apenas estou na Rodoviária de São Paulo – Terminal Tietê e, procuro uma rota, um destino que tenha lugar no ônibus e que chegue a qualquer cidade da Bahia antes de 1996. Só isso. Atendente do guichê me diz: - Senhor, não tem mais lugar, nem carro extra para Porto Seguro. Mas tem um carro extra que abriu agora para Ilhéus. Ilhéus? Sim! Ilhéus. Eu preciso de uma viagem longa, mas que se chega antes do AnoNovo. Confirmado. Em Ilhéus, conheço muitas pessoas, faço amizades, participo de grandes famílias – estou nos passeios pela cidade, pelas praias urbanas (Norte e Sul), passeio de barco pelo Rio Pardo, Praia Água de Olivença, Estância Hidromineral de 54
Olivença, pontos turísticos, como Igreja de São Jorge, Mosteiro Santa Terezinha, Centro Cultural Bataclan, Bar Vesúvio. Na cidade Ilhéus, forma gravadas algumas novelas, entre elas, Gabriela e Renascer. Depois de Ilhéus, Itacaré e a Ilha de Una. Em Ilhéus a banda Eva toca, canta muito bem, eu com vários amigos, tudo encontrado instantes antes de mudar a folha do calendário antes do Ano-Novo chegar. Eu bebia cerveja, e mais capeta, sim capeta. Eu não recomendo essa mistura, então prefira beber um só tipo de bebida quando sair, cerveja ou capeta. Eu já estou com rosto vermelho, mas não bêbedo. Estou mais alegre e descontraído diante de tantos amigos e amigas. Sentia-me em casa, e por todos baianos fui muito bem acolhido. Pela primeira vez, ouço a Banda Eva tocar, é claro estou encantado com Ivete, que será um sucesso. Continuo a beber, aquele copo de capeta passa de mãos em mãos, mais um, mais capeta... Fico com o rosto na cor da minha camiseta do Internacional. - João, aonde que chegar? Se morrer o Papa e o Presidente, eu só quero saber quando eu retornar para casa dos meus pais, durante meus últimos dias de férias, antes de eu retornar ao trabalho. O que também me deixa muito feliz, e feliz por demais por estar com Dona Maria Regina e Laurindo. Hoje estou indo de ônibus de Ilhéus para Porto Seguro, são 3 horas 54 min. de viagem, aproximadamente uma distância de 306 km, quero também conhecer Porto Seguro, a origem de tudo – Brasil! Estou feliz, e por demais feliz pelo aproveitamento que estou tendo das minhas férias, e todos que me perguntam se estou sozinho, respondo: - Eu estou com a minha mãe. - Estou com a minha mãe. Foi uma sensação, uma proteção, uma segurança ao dizer isso: Eu estou com a minha mãe aqui em Ilhéus. Então, o Papa e o Presidente não morreram durante as minhas férias. Quem fez a passagem foi a minha mãe, eu não pude estar presente no velório e no enterro, só fiquei sabendo no dia 9 de janeiro, às 23h45min quando eu estava na Rodoviária de Porto Seguro. Ali liguei para o meu irmão Olimpio. Mas eu só queria saber da morte do Papa e do Presidente.
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V
A porta de Antônio Prado
20. A denominação não traduz a identidade e não forma a imagem desejada
O colunista Ricardo Teixeira escreveu na Revista Gol Linhas Aéreas Inteligentes, edição 110, o artigo intitulado “O Nome da Cidade”, o qual li durante o voo de Navegantes para o Rio de Janeiro. Neste artigo, a questão sobre a identidade das cidades logo me fez pensar sobre o nome da minha cidade natal, Antônio Prado, situada na Encosta Superior Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, na Rota Turística Uva e Vinho, mais conhecida pela sua colonização italiana “A Itália do Brasil”. O artigo mostra que várias cidades mudaram de nome (identidade) em função de sua trajetória, de sua característica econômica e cultural, de sua razão de existir, ou até pela questão de escrita ou da pronúncia. Todas as cidades que ele relata tiveram seus nomes alterados a partir de plebiscito, ou seja, o cidadão decidiu sobre a mudança ou não do nome da cidade. Antônio Prado, colônia fundada em 1886, tornou-se município pelo Decreto n° 720, de 29 de dezembro de 1944, e recebeu esse nome em homenagem ao conselheiro paulista Antônio da Silva Prado, que, como ministro da Agricultura no II Império, promoveu a vinda dos imigrantes para o Brasil e a instalação dos núcleos coloniais, especificamente no Rio Grande do Sul. Os imigrantes vieram de diversas regiões da Itália, notadamente do Vêneto, Lombardia e Trentino (Alto Ádige). De 1886 a 1899 Antônio Prado integrou os municípios de São Francisco de Paula e Lagoa Vermelha. Também em 1892 passou a fazer parte de Vacaria. Antônio Prado se emancipou pelo Decreto n° 220, de 11 de fevereiro de 1899, e, logo após, instalado como município autônomo em 25 de março do mesmo ano. A história de Antônio Prado nos revela, por exemplo, que em 1902 a população era composta por 7.164 italianos, 636 polacos, 294 brasileiros, 24 suecos, 5 franceses, 9 espanhóis, 4 alemães e 3 árabes. Segundo o IBGE, em 1950, 11.101 habitantes; em 1960 eram 13.559; em 1970 passou para 14.776 e, em 1980, a população baixou para 13.139 pessoas. Hoje o município conta com aproximadamente 12 mil habitantes, e se situa a 184 quilômetros da capital. Mantém preservadas as suas principais características, como, por exemplo, o fato de muitos cidadãos ainda falarem o dialeto italiano. No entanto, 56
houve algumas mudanças do rural para urbano, e Antonio Prado rejuvenesceu ao ganhar o seu primeiro aranha-céu, shoppings e marcas famosas em suas lojas. A cidade foi tombada como patrimônio histórico, em 1989, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por representar o maior e o mais completo conjunto arquitetônico urbano da colonização italiana no Brasil, que tem 48 casas de madeira com seus lambrequins, nervuras de madeira em portas e janelas, que ressaltam o desenho do passado. Os vênetos, imigrantes oriundos da região de Veneza, representam quase a totalidade da população de Antonio Prado. E então me vieram as questões: Cidade de origem de descendentes italianos? Cidade típica italiana? Patrimônio histórico e cultural italiano? Várias são as razões para não ser identificada pelo nome Antônio Prado, formando-se, assim, uma imagem que não corresponde à realidade de sua origem. A identidade traz os elementos que caracterizam a sua missão, visão e valores. Assim, o nome Antônio Prado, hoje, não estaria contextualizando a cidade, sua tradição, seu povo, sua memória. As pessoas também mudam de nome por várias razões, mas a contenda é longa, desgastante e nem sempre com 100% de resultado positivo. Por isso a mudança de nome da cidade também pode ser permitida, se observado que também exige um dialogo permanente e a longo prazo com cidadão, e isso pode ser um processo desgastante, e que talvez não agrade a todos. Rapidamente olho para mapa da região da Serra no Rio Grande do Sul e identifico várias cidades cujos nomes não fazem nenhuma relação com a sua origem, sua tradição, sua memória e história – ou seja, todas foram colonizadas por italianos e receberam nomes de brasileiros, alguns até heróis de guerra. Eis alguns casos: Flores da Cunha, Caxias do Sul, Veranópolis, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Guaporé, Nova Prata, Farroupilha... e tem a as mais novas: Ipê, Nova Roma do Sul, Vila Flores e Nova Pádua. Na maioria, o nome da cidade não identifica a origem de seus moradores, fundadores e colonizadores. Muito menos fazem uso de nomes em italiano, seja de sobrenomes, produtos, locais, objetos, mercadorias etc. Será que em função da proibição do uso da língua italiana, e pela paixão pelo Brasil, os cidadãos naquela época não admitiram colocar nomes que lembrasse a sua origem? [......]
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21. Doces caseiros: tradição, qualidade e sabor Retorno várias vezes durante o ano para comprar doces caseiros Carlesso na cidade de Antônio Prado, minha terra natal, na serra gaúcha, considerada patrimônio histórico da colonização italiana, a 185 km de Porto Alegre. Tradição, qualidade e sabor. Consumo os doces caseiros Carlesso há mais de 20 anos, em especial o doce de figo com nozes, figo em pedaços ou simplesmente figo. Polpa de figo, nozes e açúcar. Possui consistência cremosa e ao passar no pão, ou com uma colherinha, dá para sentir o sabor, ou o próprio figo. Totalmente natural, de consistência firme sem ser doce em demasia. O figo com pedaços de nozes dá uma sensação de frescor sem igual. Há vários sabores, mas confesso que, seja em minha casa ou quando presenteio amigos, prefiro sempre o sabor figo em pedaços ou com nozes. Doces caseiros de Antônio Prado são de produção familiar. Feitos com a tradição da “La nonna” – de geração a geração. Ao receber a visita do meu sobrinho e sua namorada, tive uma grata surpresa. Recebo mais doces caseiros. Figo cristalizado e figada em pedaços com nozes. De fabricação Dona Margarida, que há mais de 40 anos produz doces de qualidade! O figo cristalizado você começa a comer um, dois, três... Não dá para comer só um. Tenha sempre no dia a dia, como se fosse uma bala. Doces caseiros de figo da Carlesso e Dona Margarida, estão em embalagens diferentes, mas a qualidade e o sabor são inconfundíveis – são de figo. Tente um dia encantar as suas visitas, coloque no café da manhã os doces caseiros Carlesso ou Dona Margarida, e surpreenda-se com o sabor caseiro do figo, inconfundível! Salve! Salve! Todo dia eu degusto “I dolci di fico”.
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22. Um feriado de atrações: casamento, a Mostra Del Paese e a final do campeonato gaúcho
Quando recebi o convite de casamento do afilhado e sobrinho Orlando Carissimi Júnior e Gecele Anziliero, rapidamente, anotei e destaquei o dia 2 de maio na minha agenda, tudo para não esquecer o compromisso. Não poderia faltar, pois seria também uma oportunidade para visitar amigos e familiares em Porto Alegre, Caxias do Sul e Antônio Prado. Após percorrer mais de 500 quilômetros de Itajaí a Porto Alegre, e forte chuva na sexta-feira, dia 2 de maio, estava almoçando com a mana, cunhado e sobrinhos em Caxias do Sul. O frio era intenso, as chuvas finas, a paisagem da serra muito me impressionou, e com muita atenção fui me conduzindo para a cidade de Antônio Prado. Já na entrada da cidade uma surpresa, o Pórtico estava em obras. Com certeza, depois de pronto será mais um cartão de visita. As ações de turismo podem ser usadas pela comunicação e marketing como estratégias de encantar o visitante, mas o Pórtico poderá servir como um espaço para prestar auxílio a todos que se dirigem à cidade, entregando-lhes material de divulgação e informação ao cidadão. Quando pequeno costumava ir à missa. Freqüentava a Igreja Matriz em época festiva e participava das datas mais importantes do calendário da Igreja Católica, oportunidades no teatro, ocasião na leitura, ou no silêncio ao fazer minhas prezes, ao agradecer ou pedir perdão. Durante a cerimônia do casamento do Orlando Júnior e Gecele, com seus ritos e cerimonial, e bem-organizado, tudo devidamente registrado pelo fotógrafo e sob os olhares atentos dos convidados, e, claro, dos noivos, que assumem um compromisso ao dizer “SIM”, na colocação das alianças. Nesse momento uma nova família está se constituído em clima de harmonia e de felicidade. E que Deus a abençoe! Emocionado, assisti a cerimônia e por várias razões chorei – uma por olhar as pinturas, santos e santas da Igreja, lembrar da infância e adolescência e aqueles momentos vividos de encontros e despedidas. Momentos inesquecíveis. Ao lembrar que o noivo Orlando Júnior estava de aniversário – data comemorativa importante, lembrei-me que há 25 anos, eu tinha buscado o destino de ir estudar na Universidade de Caxias do Sul (UCS), então tive de sair da casa dos meus pais. No primeiro ano de faculdade fiz o trajeto Antônio Prado-Caxias, de segunda a sexta, 59
ainda por estrada de chão batido (em dias de chuva era um caos) e chegava à aula com os cabelos brancos (o pó da estrada). Não foi fácil suportar as duas horas de viagem e todos os transtornos naquela época, na década de 1980. Mas, hoje, você pode chegar e sair de Antônio Prado percorrer por uma estrada asfaltada, em ótimas condições. Hoje, com uma infra-estrutura melhor, percebi que muitos jovens não saem mais de Antônio Prado para estudar na UCS. Com isso, gerimos e distribuímos mais renda aos cidadãos pradenses. Sem falar que o retorno, por meio do conhecimento, proporcionará à cidade o avanço em tecnologias e sua sustentabilidade. Ao aproveitar a visita aos familiares e amigos pude perceber o quanto a cidade mudou – mas continua sendo a “cidade mais italiana no Brasil”. Resolvi no sábado à tarde dar uma espiada na 9ª Mostra Del Paese e então percebi a forte economia do município de Antônio Prado retratada pelo artesanato, agricultura, comércio, gastronomia, indústria e serviços. Aproveitei também para ver o show do festival de corais. Ao circular pelos estandes da Mostra “Um prato cheio de atrações para você”, pude confirmar o uso de uma forte divulgação dos expositores traduzida pelo espaço, marca da empresa, banner, folhetos, cartões de visitas, audiovisual, exposição de produtos e serviços, pelo uso das tecnologias, em especial pelo atendimento dos proprietários e funcionários. Tudo é comunicação e marketing. Até o que degustamos nos estandes e ouvimos de bate-papo entre expositor e visitante curioso, que a tudo questiona, não somente o preço, mas sobre a qualidade do produto, a matéria-prima, as políticas da organização sobre responsabilidade socioambiental, o histórico da organização, número de empregos, faturamento, o mercado, a concorrência, o lançamento de produtos, enfim, tudo é comunicação e marketing. E com certeza o fator “boca-a-boca” na divulgação e comercialização de produtos e serviços, apesar de todas as novas tecnologias disponíveis, se faz cada vez mais presente por exemplo em um evento de exposição onde a comunicação verbal é fundamental na prospecção de clientes, manutenção e para contatos. Percebo a força que a comunidade de Antônio Prado tem, e faz tempo que a cidade mostra os seus talentos. Ainda lembro da ocasião em que circulavam pelas ruas e avenidas várias carretas (puxadas por cavalos), por exemplo pela avenida Rio Branco,
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hoje Valdomiro Bocchese. O trigo espalhado pelas calçadas, a fila de caminhões em frente ao Moinho Nordeste, e as várias fábricas de móveis sob medida. A força de suas cooperativas de vinho. Mudaram os negócios, alguns fecharam, outras frentes foram abertas, além do tempo e espaço conquistado pelas novas gerações, como o caso de meu sobrinho Mauricio Carissimi, que na mostra mostrou seu talento em administrar, gerir os negócios da família. Ele entende que, ao participar de uma feira, a empresa expositora também está construindo sua marca, a sua imagem perante os visitantes. Entende que comunicação e marketing estão presentes em todos os atos, desde escolha do espaço, o banner com a identidade da empresa, os produtos que serão apresentados – “toda feira precisa ter lançamento” - para empresa não cair no esquecimento, que no atendimento ao visitante pode se estar prospectando um novo cliente, um provável consumidor do produto ou do serviço. Assim, a cidade se faz presente nesta Mostra Del Paese, e que o visitante pode comprovar e aprovar o que a comunidade faz e participa. A feira como estratégia de comunicação e marketing, bem como o casamento, é plantar sementes para que no futuro próximo possam ser colhidos flores, frutos e a sombra da sobrevivência. Claro que não é fácil manter um negócio ou até mesmo o casamento. Exige esforço, compreensão, parceria, solidariedade, participação, estudo e muito trabalho. Parabéns Antônio Prado. Cidadão pradense, parabéns pelo teu esforço. Como não poderia deixar de comentar, já que a proposta e falar de emoções, a final do campeonato gaúcho, onde o Internacional consagrou-se vencedor com uma placar de 8 a 1, não deixou dúvidas que até uma vitória será traduzida em estratégias de comunicação e marketing, importantes para sobrevivência de todo negócio. E, ainda, deixou minha sobrinha Gisele mais feliz e orgulhosa de ser colorada. Parabéns gaúchos colorados. Espero que na 10ª Mostra Del Paese possa encontrar algum produto, uma mesa, um suga man, adesivo, boné, com símbolo do Inter – explorar a marca dos times em produtos e serviços, pois também é uma estratégia de comunicação e marketing.
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23. Carta à sobrinha formanda
Querida sobrinha, Tu participaste de minha formatura, que ocorreu em 1986. Lembras? Foi no auditório do Colégio São José, em Caxias do Sul. O acontecimento iniciou com uma missa na capela, logo após a cerimônia de colação de grau. Acredito que eram mais de 200 alunos formandos na ocasião. Todos da área de Humanas. Pelo que me lembro, fui o terceiro aluno da turma de Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas, - a colar grau naquela noite. Ao descer, e ocupar o meu lugar – todos os colegas, enfaticamente me cutucaram e me disseram que eu tinha deixado de cumprimentar o reitor. Fui questionado, se o ato seria um protesto. É claro que não! Estava nervoso, como imagino que deverás ficar. Sim! Todo aquele ritual de passagem, – sim a formatura tem rituais de iniciação: ordem, hierarquia, precedência etc. É uma cerimônia – que alguns insistem em considerar chata, muito formal. Atrevemo-nos até a dizer algumas vezes, após muitas que já assisti como convidado, que – é “um pé no saco”. Ter que participar, assistir e ouvir aqueles discursos “inflamados” dos oradores que mais parecem, digamos, “receitas de bolo” ou dicas “de auto-ajuda”. Voltando aos fatos, estava eu nervoso naquele dia, pois como filho de pai analfabeto e de mãe com a primeira série, e – ainda o caçula, era – o primeiro e único filho de cinco da família Laurindo e Maria Carissimi a receber o grau de nível superior – Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas. Desculpa, já tinha dito antes. Falo de 1986, época em que se falava que no Brasil apenas 0,0001% dos estudantes brasileiros conseguiam colar grau na faculdade. – Hoje, os tempos são outros, fala-se em um percentual de 3%, o que é uma taxa ridícula se considerarmos a dimensão e potencial que o Brasil tem no contexto mundial. Na cerimônia estava muito feliz, – que deverá ser o teu caso também. Feliz! Muito feliz! “– João”, dizia “você conseguiu” – não me pergunte o quê, pois todos os formandos até a formatura têem dúvidas sobre a carreira profissional, e não é só o formando, mas sim todos os presentes, incluindo o Reitor, paraninfo, homenageados, professores, familiares e a comunidade em geral, caso contrário não te desejariam sucesso profissional. 62
É um momento inesquecível, – diria único. Não se pode compará-lo com noivado, casamento, nascimento de um filho, – pois em todos esses eventos temos que dividir a felicidade. Sendo um pouco egocêntrico, a formatura é só tua, - e de mais ninguém. É máximo, não é? É o teu tempo e espaço sendo preenchidos pela tua felicidade. É a glória. Teu nome será pronunciado. Tu farás um juramento, - diante de muitas testemunhas. Vejas como é importante. Um dia poderás ser cobrada em tua atividade profissional o que juraste fazer da tua vida. Sobrinha formanda, lembra-te sempre do juramento, e coloque-o em prática. Tú serás aplaudida. Lembro que horas antes de iniciar a missa e a colação de grau, eu – e uma pequena turma dos trinta formandos do curso, atravessamos a rua 18 do Forte, e compramos cuba, – muita cuba libre. Assim que sempre deverá de ser “Cuba Livre”. Tomamos todas, foram muitas. Copos jogados nos cantos, e então subimos para rezar. Estava eu muito feliz. Feliz! Rindo à toa. As fotos e o vídeo não deixam mentir, – estou sempre com rosto vermelho, corado, – não é o calor da emoção, é o puro álcool nas veias. Ah! Nem foi tanto, pois lembro de tudo que aconteceu, e não assisti ninguém da turma que bebeu cair. Foram alguns goles, como todo jovem, às vezes a gente necessita de coragem, – diria que uma bengala. Após, a cerimônia da formatura, para apressar um pouco a crônica – tu estavas na minha festa. Acredito que tua também vai ter. Foi em uma churrascaria, no centro de Caxias do Sul. A família reunida, veio até a nona Justina, que pensou que com aquela roupa eu tivesse feito os votos para ser padre. É até engraçado. Mas, voltando, pai, mãe, irmãos, vizinhos, amigos, – todos presentes. Inclusive tu, minha afilhada. Nesse momento tudo é festa. É festa mesmo. Tu estavas com os teus primos: Charles, Bianco, Júnior e o caçula da turma, Giovani, – dançando, pulando no palco ao som de músicas gauchescas, – uma banda ao vivo animava o evento. Tiane, tu estavas linda, – tão pequena, inocente, – deveria estar se perguntando o que foi aquela “bosta” de formatura. Confessa que não entendeste muito bem. O que tu querias era te divertir com os teus primos. Imagina que agora também vais colar grau, – deves continuar a festa, assim que é vida, – são passagens de festas. Lembro muito bem quanto tu aprontavas, – querias também deixar as tuas marcas,
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– pois assim na tua formatura quero recordar. Então, pensei que seria melhor te homenagear escrevendo esta carta. Escrever sobre a formatura – depois de 21 anos – me deixou muito feliz. Pois, compartilhar contigo os momentos especiais – e com todos os formandos – será para ti também inesquecível. Quem sabe, ao longo dos anos tu também escreverás uma carta para o teu filho/a, amigo/a contando a tua formatura. Tiane, afilhada, sobrinha, – serás também a primeira da família Natalino e Bernadete Carissimi a colar grau. A primeira entre os nove sobrinhos, – o que me deixa feliz. É claro que passou a perna nos três sobrinhos homens, aqueles dos quais falei que tu brincavas na minha formatura. Lembra, aqueles que têm pouca diferença de idade: Charles, Bianco e o Júnior. Mas acredites, espero também um dia poder participar das formaturas de guris fujam! Tiane, tu és a primeira menina da família Carissimi a colar grau. Única entre todas. Quando me refiro à família Carissimi, penso sempre em teus avós Laurindo e Maria, que, por certo, devem também estar presentes na festa contigo no dia em que você colar grau. Quero te dizer, Tiane, que a formatura é importante na vida,– como a água, – é claro que devemos tomar dois litros por dia, – mas a formatura após quatro ou cinco anos representa o início de uma carreira pessoal e profissional. Colar grau – não é tão simples. Exige sacrifícios, e que muitos não abrem mão. Bem, cada um faz a sua escolha. Foi uma batalha, - todo santo dia, assim e a vida de estudante. Mas, tu soubeste valorizar cada centavo pago, – sim estudastes, te preparastes para vida, na mesma universidade em que eu me formei – e ainda uma universidade particular. O investimento realizado, pago com suor teu e da tua família é claro que não poderá dar retorno imediato, pois a educação é para vida toda, – não como vender algo, – o teu espaço é longo, e o teu tempo também, – para gerar frutos para sociedade. Sim! Estudamos para transformar a vida das pessoas e - melhorar a vida dos outros, – isto inclui cidadãos na esfera pública, econômica, social, cultural, política, trabalho, saúde, etc. Não estudamos para satisfazer desejos pessoais. Assim, fazem os tolos, muitas vezes influenciados pelos pais, pela mídia, pelo mercado de resultado imediato. Do que valerá todo investimento – tempo, leitura, provas, debate, escrever, calcular, projetar, organizar, executar – se exigirmos com egoísmo, – imaginando que um título superior nos pertence, como se fosse uma 64
caneta esferográfica? E se ficarmos só à espera de receber, receber, receber – com certeza seremos infelizes, pois, concluir uma etapa de estudo, o que tu, – Tiane, – já fizeste em outras ocasiões, – é prova que tens a vocação para estudar. É sinal que deves prosseguir – estudando. Quem sabe compartilhando o teu saber, – ensinando, – que obviamente te proporcionará novos saberes, e assim repassá-los, para possibilitar que mais pessoas possam encontrar o caminho da luz, por meio da educação. O sinal foi lançado, deves agora continuar a tua formação, – percorre o território do ensino, seja educadora, – o tempo todo educadora, não importa o cargo que ocupares na tua vida profissional. Assim deverás ser a tua trajetória de vida, imagino! Aprender apreendendo ao longo da tua vida, – traça como meta, objetivo, missão, – tem a visão ser uma educadora. Não necessariamente por meio dos bancos escolares, que tu conheces muito bem, ou pelas vias virtuais, mas sim pela simplicidade, humildade, ética e constante diálogo com todos os sujeitos que em tua vida diária participarem do teu tempo-espaço. Sê pessoal ou profissional. Escuta a todos! Sê curiosa! Aproveite os momentos da vida. As coisas ruins já foram ditas e escritas. Tens a vantagem de conhecê-las, – então anda pelo caminho da vida saudável. Lembra das pessoas que tu amas, as que te cercam, trabalham, estudam, convivem, mas também dos desconhecidos, excluídos e muitas vezes esquecidos. A grande lição da vida não é o ato da formatura em si, – mas continuar transformando a sociedade a partir da educação. Mantém relacionamentos que possam construir uma qualidade de vida, – que tu deves perseguir. Parabéns! Vitória! Conquista! Tiane tu aceitaste os desafios, rompeste barreiras, escolheste talvez o caminho mais difícil, – sim és uma mulher corajosa, – Engenheira da Produção. Assim, provocaste o paradigma – de que uma mulher pode estudar engenharia. E por que não? O que distingue os homens das mulheres são as habilidades e competências no campo pessoal e profissional, – somente isso! Vitoriosa Tiane Carissimi. Espero que possas curtir todos os minutos da tua formatura e guarda positivas lembranças e – como estudar é uma vocação – espero que continues aprendendo a aprender. Sucesso!
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24. De 4 a 24 lugares: isso faz a diferença em sua festa Sabe aquela festa em que chegam de surpresa mais um, dois, três, seis, oito, catorze pessoas e não há como acomodar todos? Pode ser um encontro familiar ou entre amigos, a comemoração de um aniversário, o casamento, um bate-papo descontraído, uma reunião para tomada de decisões, um jogo, ou uma mesa aberta para preparar alimentos, e o problema da acomodação é facilmente resolvido com uma mesa elástica, que de pequena se transforma em
uma
grande
mesa.
Imagine a situação de desconforto que você pode passar ao tentar acomodar os convidados, familiares, amigos e os desconhecidos que chegam em uma mesa pequena que não é elástica. E aí você coloca mais cadeiras, pede que as pessoas se aproximem, espremam-se mais e mais e usem os quatros cantos da mesa. Para ajudar, todos fazem um esforço para se ajudarem mutuamente a fim de que todos possam desfrutar do momento, ainda que com certo desconforto pois não conseguem se mexer, abrir um pouco os braços, balançar a cadeira, tentar alcançar algo, sem falar que todos ficam muito próximos, o que causa desconforto até no uso dos utensílios, exigindo mais atenção ao fazê-lo. E todos tentam arrumar um canto para o próximo que chega. Não falta comida ou bebida, muito menos talheres. Mas a mesa é pequena, não é uma mesa elástica. Que problema, não? E a família tenta dar um jeito, encontrar um balcão, outra mesinha, ou até os convidados ficam com o prato na mão, sentados todos, mas com o prato ou copo na mão. Assim, para evitar esse tipo de constrangimento, existe uma solução prática, versátil, adequada, seja no salão de festas do condomínio, no churrasco do final de semana no sítio, na sua casa...... Acomode seus convidados em uma mesa elástica que de 4 lugares que se transforma em uma com 20 ou 24 lugares, com 5 a 6 metros de comprimento, respectivamente. Desta forma, você faz a mesa do tamanho da sua festa. De quatro lugares, você acomoda em uma mesa elástica para 20 pessoas, basta esticar a mesa e abrir as cadeiras que estão no carinho porta-cadeiras. Tudo isso é muito prático. A mesa fechada e as cadeiras que estão no suporte ocupam pouco espaço, e, quando aberta, a mesa elástica pode acomodar todos os convidados. Imagina a comodidade dos convidados, ninguém precisa ceder o seu espaço, e estando bem acomodados poderão interagir com muito mais alegria e aconchego.
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A mesa elástica tem marca: Móveis Olimpio. A fábrica de Móveis Olimpio, desde 1980, fundada por Olimpio Carissimi, produz móveis com qualidade e design avançado na cidade de Antônio Prado, Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de nosso Estado. Especialista em mesa redondas e giratórias, mesa elásticas, mesa sanfona, mesa sextavada e oitavada, mesa para jogos, carrinho porta-cadeiras, além de cadeiras dobráveis estofadas ou maciças, a Móveis Olimpio dispõe de mesas elásticas em vários tamanhos, com acabamentos com borda tradicional, em fórmica, MDF ou em madeira. Você escolhe o desenho dos tecidos para as cadeiras e o modelo da fórmica que mais combina com você, com seus móveis, com todo o ambiente onde elas podem ficar. A mesa elástica da Móveis Olimpio tem charme e uma elegância que combina com todos os gostos e exigências, são funcionais e confortáveis. Seus convidados irão agradecer. Quer comprovar? Visite a fábrica e o showroom em Antônio Prado, ou navegue no site www.mesaselasticasolimpio.com.br e escolha a mesa elástica que melhor combina com o tamanho da sua festa.
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VI
A última porta 1. Ainda escreverei Maria Eduarda, Pedro Henrique e João Henrique...
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